Bares na Tijuca: 10 botecos no bairro da zona norte do Rio

Veja 10 bares da Tijuca, no Rio de Janeiro, incluindo dicas do jornalista José Trajano, para você conhecer botecos como Salete e Bar do Chico
Bares da Tijuca, no Rio de Janeiro, como o Salete
Salete, para chope com empadas, na Tijuca - Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

Para o carioca, boteco bom é aquele que fica perto da casa dele’. Quando Nathalia me disse isso, pensei que era apenas de uma frase de efeito. Entretanto, passados 13 anos, depois de muitas vindas e permanências na cidade, compreendi o sentido daquela afirmação. Quem busca bares na Tijuca geralmente mora na região, mas nada impede que você conheça alguns dos clássicos pontos de botequeiros nesse bairro da zona norte. Por outro lado, se a ideia for expandir o território, confira famosas opções de boteco no Rio de Janeiro.

Em São Paulo, conheço muita gente que passa a mão no carro e vai atrás do bar da moda (recém-aberto ou não), do boteco que tem uma caipirinha assim ou assada, de uma novidade culinária assim ou assada. Ou frita. No Rio, contudo, esse processo não é tão comum. Antes de mais nada, o carioca prestigia os lugares do seu entorno. Portanto, vira freguês e entusiasta.

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Na Tijuca, faça como os tijucanos

Sendo assim, em uma de nossas aventuras etílico-baixo-gastronômicas pelo Rio, Nath e eu fomos à Tijuca, que eu conhecia de fama e do tanto que esse bairro da zona norte da cidade era (e ainda é) falado pelo José Trajano. Tijucano devoto, meu ex-companheiro de redação se empolgou quando soube que nós estávamos metidos pelas ruas do bairro onde foi criado.

Ambiente de boteco nos bares clássicos da Tijuca
Mistura de boteco com restaurante, no tijucano Na Brasa Columbia

Uma vez que ele soube da nossa presença por lá, Trajano recheou meu Whatsapp com dicas de lugares para beber cerveja gelada, comer petiscos e até encarar pratos mais parrudinhos. O valor desses botecos está justamente nessa combinação, não no mobiliário que utilizam, na decoração que ostentam ou no maneirismo de seus cardápios. Sendo assim, juntando a nossa pesquisa de campo com o que ele nos indicou, elaboramos uma listinha para quem procura por bares e botequins na região da Tijuca.

1 | Bar do Bode Cheiroso

Deu medinho no momento em que você leu esse nome, deu? Bobagem, cheiroso mesmo é o molhinho de pimenta dos recipientes que descansam em cada mesa. Nesse boteco com B maiúsculo, fundado no fim dos anos 1940 e de nome Macaense, não é o bode quem reina, mas o porco. O pernil é servido de várias maneiras: em pratos, em sanduíches e em salgados, como o croquete acompanhado de molho de abacaxi. Releitura do famoso sanduba do Cervantes? A gente não crava, mas pode até ser. O fato é que a carne vem desfiadinha de um jeito que lembra muito o modo de se fazer bolinhos de bacalhau. Pudera, a origem dos donos é portuguesa, o que muito explica o jeitão de pé-sujo-luso-das-antigas, com direito a venda de aparelho de barbear descartável.

Pertinho do Estádio do Maracanã, o Bar do Bode Cheiroso vira ponto de encontro, de esquenta e até de concentração de torcedores em dias de jogos — o escudo do Vasco na parede não deixa dúvida de que estamos em um botequim que respira futebol. Sem dúvida, é uma tabelinha para os dias de bola rolando ou depois de fazer o Maracanã Tour, a visita guiada. Mais: Instagram do Bode Cheiroso.

Bar do Bode Cheiroso
Croquete de pernil do Bar Bode Cheiroso

2 | Bar do Momo

O letreiro da entrada avisa: Bar do Momo, petisco e refeições. Mas bem que poderia estar escrito também ‘hambúrgueres sarados’ (e premiados). Diariamente, depois das 15h30, três opções do lanche podem ser pedidas pelos fregueses — o bar promove ainda festival do hambúrguer nas noites de quinta. Trajano recomenda: ‘peça o melhor bolinho de arroz da cidade’. A saber: ambiente sem um pingo de frescura, como convém aos botequins. Mais: Instagram do Bar do Momo.

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3 | Restaurante Salete

Tem muita comida para pedir nesse restaurante fundado em 1957 pelo espanhol Manolo. Mas chega a ser deselegante sair sem provar o carro-chefe do bar: empadas — de camarão, de frango ou de palmito, não importa se uma ou todas, que foi o que gente fez. Só para ilustrar, o cardápio do Salete tem outros campeões de saída, como o arroz de camarão. “Uma porção alimenta dois e meio”, revela Trajano. Ou seja, é comida na medida para forrar o estômago antes de tomar alguma(s) coisinha(s) gelada(s). Está nesta lista de bares da Tijuca porque é um clássico carioca e você pode apenas beber e petiscar. Mais: Instagram do Salete.

Bares na Tijuca, o Salete
Arroz de camarão do Salete, um dos bares da Tijuca

4 | Bar do Pavão

Adoradores de cozido, vosso lugar é aqui! Não faz muito tempo, o bar não tinha rede social, então o jeito era saber como chegar no boca a boca. Aqui o Trajano repassa a dica para comer essa receita portuguesa. Carnes, legumes e defumados estão separadinhos, só entra no prato o que você gostar. Para quem não é chegado no cozido, saiba que o bar oferece feijoada. Antes de mais nada, é sempre bom lembrar que a amável combinação dessas comidas com cerveja de garrafa resulta em soninho. O Pavão fica na Praça Comandante Xavier de Brito, 53, vulgo praça dos cavalinhos da Tijuca — o que vai facilitar (e muito) a sua localização. Mais: Instagram do Pavão da Tijuca.

5 | Bar do Chico

Se você for do tipo que gosta de tudo arrumadinho, piso hidráulico, mesinhas de mármore fazendo a linha Rio antigo que muito bar tenta imitar, provavelmente passará reto pelo Bar do Chico. Mas é daqui, onde as caixas de cervejas se avolumam nas portas, que o Zé Trajano repassa mais uma dica, quase uma senha sobre o que pedir para comer: carne seca com aipim. Aliás, foi nesse boteco que o Zé lançou seu segundo livro, Tijucamérica, fusão de duas grandes paixões da vida dele: o bairro e o América, o clube de futebol da Rua Campos Salles. Já o Bar do Chico fica na rua Afonso Pena, a poucos passos da nossa próxima sugestão.

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6 | Bar Madrid

Caçula dentre os bares e botequins da cidade, o Bar Madrid foi aberto em 2015. Com tão pouco tempo de vida, arrebatou paladares dos locais e dos tijucanos por adoção. Tem batidinhas que já caíram no gosto dos frequentadores, um sanduba de milanesa com queijo que dá fome só de ver a foto e um pastel de jiló com linguiça mineira que vale a visita — deixe seu preconceito em casa, porque o único amargor que você vai sentir é o da cerveja, se estiver bebendo uma (aliás, peça uma garrafa sem medo, pois estará no capricho). Fica na Almirante Gavião, uma rua estreita e curta, sossegada como testemunhamos numa tarde de terça.

O ambiente é simples, mas convidativo. A origem espanhola dos donos do explica o nome do bar, as fotos do time do Real e do cantor Julio Iglesias como parte da decoração. Retratos da atriz espanhola Sarita Montiel e do ex-presidente Getúlio Vargas ajudam a preencher as paredes, onde também repousam flâmulas do América, o clube-símbolo da Tijuca. Mais: Instagram do Bar Madrid.

Bar Madrid, na Tijuca
Referências espanholas no Bar Madrid

7 | Bar da Gema

Não faltam petiscos de boteco nem comidinhas de adular coronárias, como porco atolado, pastel de camarão e rabada com batata e agrião. Portanto, não vá na mesma semana em que você tem consulta com o seu cardiologista. O bar fica já no fim da Tijuca, quase Andaraí, e só abre à noite. Mais: Instagram do Bar da Gema.

8 | Na Brasa Columbia

Haddock Lobo com Afonso Pena. Desde 1974, o Na Brasa Columbia funciona na mesmíssima esquina, servindo sua especialidade: galeto, coradinho e saboroso — o ponto da carne fica a critério do freguês. No passado, os clientes comiam em balcões com banquetas, que terminaram por dar ao lugar a sugestiva alcunha ‘bunda de fora’ — apelido de casas similares pela cidade. Não só dá para sentar do lado de fora, bem como no salão com ar refrigerado.

Peça chope e fique atento ao tec-tec-tec da tesoura que destrincha os galetinhos antes de eles desembarcarem nas mesas da clientela. Depois que criou fama, o Columbia ultrapassou as fronteiras tijucanas, podendo ser encontrado também em Copacabana, em Botafogo, na Barra e no Recreio. Mais: Instagram do Na Brasa Columbia.

Galeto na Tijuca, no bar Na Brasa
Galetos do bar Na Brasa

9 | Bar Cantinho do Céu

‘Totalmente boteco’, resume Trajano. Ou seja, é lugar de beber cerveja de garrafa, jogar conversa fora com amigos ou ver o futebol na tela da TV. Se estiver aquele sol de rachar, as árvores da rua garantem boa sombra, completa o Zé. Fica na Maestro Villa Lobos (nº 2), travessa sem saída em frente ao Columbia.

10 | Boteco do Peixe

Para chegar a este boteco que não tem letreiro na fachada, conto com a ajuda do melhor aplicativo quando o assunto é Tijuca, o WaZé Trajano, que crava o endereço: Rua do Matoso, 125. Aqui se come pratos à base de frutos do mar, de casquinhas a moquecas, só para ilustrar. Gosta não? Eles também servem filé de frango ou de carne com fritas. Para conhecer durante o dia.

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