Berlim Oriental hoje: no leste ficam os principais pontos turísticos

Dicas do que ver em Berlim Oriental: hoje principais pontos turísticos da capital da Alemanha estão ao leste de onde ficava o Muro
Região administrativa da Alemanha reunificada - Foto: Wolfgang Scholvien/Visit Berlin/Divulgação
Região administrativa da Alemanha reunificada - Foto: Wolfgang Scholvien/Visit Berlin/Divulgação

Uma pergunta me intrigava: onde ficava aquela parte do Muro de Berlim? Na minha primeira viagem à cidade, em 1992, tirei fotos diante de um segmento da antiga barreira que dividia a cidade em Ocidental e Oriental. Em 2014, quando voltei à Alemanha em família, com Fernando e Joaquim, não encontrei o trecho fotografado 22 anos antes. Mas descobri que os principais pontos turísticos de Berlim visitados atualmente na capital da Alemanha ficam do lado leste da cidade.

Depois de muito pesquisar na internet, já de volta ao Brasil, finalmente descobri que estivemos bem próximos daquele trecho do Muro, pintado em preto e branco com uma contagem de mortos que tentaram atravessar a velha fronteira. Seguia lá, à beira do Rio Spree. Só que encoberto.

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Estive em Berlim em dois momentos depois da queda do Muro: 1992 e 2014. Como era e como é a cidade? Minha sensação ao me deparar com o Muro três anos após a queda e agora? Você fica sabendo aqui: http://abre.ai/muro-de-berlim-queda #comoviaja #alemanha #berlim #muro #murodeberlim #viagem #BLN25YearsLater #germany25reunified

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Na reconstrução de uma cidade unida, edifícios foram adicionados ao Reichstag, o prédio do parlamento alemão (Deutscher Bundestag), que ficava na parte ocidental, muito próximo da barreira que foi símbolo da Guerra Fria. Aquele segmento que vi em 1992 foi restaurado para virar o Mauermahnmal (Memorial do Muro).

Na descrição do folheto oficial, ele foi instalado, mantendo seu percurso original, como um corpo estranho que corta a Marie-Elisabeth-Lüders Haus, inaugurada em 2003. Juntamente com 2 outros novos prédios, a construção faz parte do Band des Bundes, espécie de Alameda Federal, tida com um símbolo arquitetônico da Alemanha reunificada.

Trecho do Muro de Berlim aparece no fundo da imagem – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Mesma região de Berlim após reunificação da Alemanha – Foto: Günter Steffen/Visit Berlin/Divulgação

Ali ao lado, a Kronprinzenbrücke foi reerguida em 1996, com os indefectíveis traços do espanhol Santiago Calatrava. Destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra e esquecida durante o período do Muro, a ponte foi uma das primeiras conexões retomadas entre as porções ocidental e oriental de Berlim.

Para se locomover na cidade, existem cartões que incluem transporte e dão desconto em atrações na capital alemã. Um deles é o EasyCity Pass, com S-Bahn, metrô, ônibus, bonde e trem regional. Já o Berlin WelcomeCard dá direito a transporte público nas zonas A e B e tem versões de 48 horas a 6 dias. Importante: valide seu tíquete antes de embarcar ou a multa será puxada.

Além disso, veja as opções para garantir ingressos e tours em Berlim. Esse link é da GetYoutGuide, parceria do Como Viaja que trabalha vendendo serviços turísticos em diferentes cidades pelo mundo; como é uma empresa alemã, estão disponíveis muitas atividades turísticas na Alemanha. Muitos desses passeios contam a história da cidade e propõem roteiros que visitam o passado alemão.

Pontos turísticos em Berlim Oriental

Um estrangeiro menos atento mal percebe o lado leste (Ost, em alemão) e o oeste (West). Caminhando pela capital alemã, obviamente veem-se marcas da divisão da Alemanha, como nos riscos no chão da então partida Potsdamer Platz. Ali, no espaço antes ocupado pelo Muro, foi realizado no verão de 1990 o simbólico show The Wall – Live in Berlin, com Roger Waters, ex-líder da banda Pink Floyd. Ao longo dos séculos uma das principais praças da cidade, a Potsdamer voltou a esse patamar para a população de Berlim após a queda do Muro.

Potsdamer Platz, praça de Berlim – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Testemunhas daquele tempo estão em vários bairros berlinenses, como a DDR-Grenzwachturm, torre de vigilância da antiga Alemanha Oriental. Originalmente localizada entre o Portão de Brandemburgo e a Leipziger Platz, o modelo BT 6 foi instalado e é aberto à visitação na Erna-Berger-Strasse, rua perto da Leipziger, praça colada à Potsdamer.

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Em setembro de 2015, foi inaugurado na Leipziger Platz o Spy Museum Berlin, para reviver experiências e métodos de infiltração usados em Berlim, chamada de capital dos espiões. Com muita tecnologia (ao menos 200 telas em alta resolução), o museu usa recursos multimídia para transportar os visitantes à atmosfera da espionagem.

Torre de TV, Ilha de Museus e Catedral de Berlim

Apenas para um roteiro histórico focado em Berlim Oriental já sobrariam opções para incluir na viagem. Mas, ainda que seu interesse não seja ver especificamente os traços remanescentes desse passado, é interessante saber que muitas das atrações clássicas que atualmente fazem a festa dos turistas na capital da Alemanha ficam na antiga porção oriental.

São vários os pontos turísticos de Berlim incluídos na lista de indispensáveis, os ‘must-see’ — muitos, como a Catedral de Berlim (Berliner Dom), têm entrada gratuita com o Berlin Pass. No lado leste da cidade, ficam a Alexandreplatz (praça central da metrópole), a Torre de TV de Berlim (garanta ingresso com acesso prioritário), a Ilha de Museus (compre o Berlin WelcomeCard com entrada para Ilha de Museus e transporte público) e a Unter den Linden, alameda que conecta o Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) à Schlossplatz, praça na Ilha de Museus. A gente mal se dá conta disso.

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Difícil mesmo ver essa linha divisória na metrópole alemã 30 anos depois. Desde que Berlim voltou a ser a capital da Alemanha em 1990, a cidade vem passando por uma extensa e constante reestruturação — as gruas são quase parte do cenário, um desafio para viajantes registrarem imagens sem elas. Completamente renovada, Berlim não é mais uma cidade dividida. Em teoria, já não era em 1992, mas na prática as diferenças visuais eram gritantes.

Pela cidade ainda existiam várias placas de concreto, como aquelas diante das quais me postei, embora o Muro de Berlim já tivesse sido derrubado em diversos trechos, e esse era mesmo o desejo: retomar a vida que se tinha antes da divisão da Alemanha, reatar o que havia sido cortado. Erguido em 1961 pela Alemanha Oriental para isolar Berlim Ocidental, localizada dentro da área comunista, o Muro era a expressão máxima, o símbolo da Guerra Fria.

Com o fim da Segunda Guerra, como aconteceu com o restante do território da Alemanha, Berlim foi dividida entre França, Grã-Bretanha e Estados Unidos (lado oeste) e União Soviética (parte leste). Na cidade em si, havia 4 zonas de ocupação; em relação aos outros 3 países, a União Soviética controlou a maior delas. Deu origem à República Democrática da Alemanha — em alemão, Deutsche Demokratische Republik (DDR). De regime comunista, existiu de 1949 a 1990 e tinha em Berlim Oriental sua capital.

Há diversos lugares em Berlim dedicados a contar a história da época em que existia a República Democrática da Alemanha, sob vários aspectos: como era o cotidiano na antiga Alemanha Oriental; os sistemas e os órgãos de vigilância e de espionagem; como era viver numa cidade dividida.

Mais longo pedaço do Muro ainda de pé, a East Side Gallery é eternizada em imagens e selfies de turistas. A galeria a céu aberto impressiona com 101 pinturas em 1.316 metros de comprimento. The Wall Museum, museu do Muro, foi inaugurado ali em 2016. A exposição percorre do fim da Segunda Guerra e da consequente construção da barreira física até os acontecimentos dos meses anteriores à queda, em 9 de novembro de 1989.

A barreira entre as 2 Berlins se estendia por um total de 155 km. No Gedenkstätte Berliner Mauer ou Berlin Wall Memorial (Memorial do Muro de Berlim), dá para entender visualmente como a fronteira se estruturava, com 2 paredes e, entre elas, a ‘Faixa da Morte’, espaço onde desertores eram alvo dos soldados da Alemanha Oriental.

Muro de Berlim em memorial – Foto: J. Hohmuth/Berlin Wall Foundation/Divulgação

O memorial na Bernauer Strasse — rua onde as janelas dos prédios foram fechadas por tijolos durante a vigência do Muro — ocupa 1,4 km de comprimento, acompanhando a trajetória da antiga linha da divisa entre Berlim ao oeste e ao leste.

Checkpoint Charlie, Die Mauer e Museu do Muro

Para sentir o clima da cidade partida, uma experiência marcante é Die Mauer ou The Wall (O Muro), panorama criado por Yadegar Asisi. A ambientação na área principal da exposição é tão expressiva que, olhando do alto, pessoas de verdade diante da cena parecem fazer parte delas. Fernando e Joaquim se confundiram com as figuras do painel realista, com 60 m de largura por 15 m de altura.

A exibição Die Mauer está instalada no emblemático Checkpoint Charlie, posto militar na fronteira. Além da foto clássica com o ‘soldado’ americano, da exposição ao ar livre de pedaços do Muro e do panorama realista do artista Asisi, a esquina das ruas Friedrichstrasse com Zimmerstrasse tem muito mais a oferecer.

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Na diagonal da Die Mauer, fica o Mauermuseum, museu do Muro fundado em 1962. No lado oposto da rua, imagens e informações na BlackBox Kalter Krieg, exposição numa caixa preta, abordam a Guerra Fria. Na outra diagonal do cruzamento, um McDonald’s está do ‘lado correto’, a porção antigamente americana.

Na estação Friedrichstrasse, a Stiftung Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland, fundação sobre a história da Alemanha, funciona no Tränenpalast (Palácio de Lágrimas), construção de arquitetura contemporânea, erguida em 1962 em Berlim Oriental. Era um dos pontos para se cruzar para o outro lado da cidade.

Exposição em estação que era ponto de passagem para Alemanha Ocidental – Foto: Axel Thünker/Stiftung Haus der Geschichte/Divulgação

A exposição GrenzErfahrungen. Alltag der deutschen Teilung (Experiências na Fronteira. Vida Cotidiana na Alemanha Dividida) mostra com objetos e depoimentos os efeitos dessa cisão na vida da Alemanha.

A região não tem só atrativos ligados a Berlim dividida. Pertinho de Checkpoint Charlie, fica outro cartão-postal de Berlim que não tem a ver com a era comunista, mas que estava na porção controlada pela Alemanha Oriental: a bela Gendarmenmarkt. A praça de 1688 reúne 2 igrejas do século 18 e 1 sala de concerto do século seguinte, ao redor delas, vários cafés.

Um lugar lindo, mais um motivo, entre tantos descritos até aqui, que me obriga a concordar com a observação de Gerd Wenzel, ex-colega de trabalho do Fernando e alemão de Prenzlauer Berg, distrito no leste de Berlim: “Os russos ficaram com a parte mais bonita da cidade.”

Viagem pela história da Alemanha e do mundo

Muro de Berlim em 1992, apenas 3 anos depois da queda – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Foi a história que me conduziu à Alemanha em minha primeira vez no país (e na Europa) em 1992. A cidade ainda se estruturava após a reunificação da Alemanha, então não havia essa profusão de atrações. Não importava, eu queria ir até lá ver, sentir esse momento de perto. Adolescente da época da Guerra Fria, cresci ouvindo, lendo e vendo (no cinema) passagens sobre a Segunda Guerra, o Muro de Berlim, a Alemanha dividida. Para alguém que se interessava pelo assunto, natural que o país europeu no mínimo despertasse minha curiosidade.

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Mas eu não me programei para ir ao país europeu quando desembarquei em Berlim. Nova York até então era o único destino internacional que eu realmente havia decidido conhecer — antes disso, apenas havia dado um giro com meus pais, aos 5 anos, pela Argentina, pelo Chile e por seus Lagos Andinos. Em 1991, eu tinha 20 anos quando resolvi morar em Nova York. Num desses acasos da vida, no ano seguinte recebi o convite da minha madrinha para visitá-la na Alemanha. Funcionária do Itamaraty, minha tia poderia ter sido transferida para qualquer parte do mundo. E olha como as coisas acontecem na vida: ela foi para Berlim.

Lá estava eu dentro do avião para ver aquela cidade que havia apenas 3 anos tinha deixado de ser partida pelo Muro. Desembarquei e fui encontrar Maria Sylvia. Me lembro de que achei o aeroporto pequeno (em nada comparável à estrutura que vi na viagem à Alemanha em família em 2014, com Fernando e Joaquim). Fomos para a casa dela, um predinho bonito no lado ocidental. As floreiras nas janelas anunciavam que já estávamos na primavera. Era fim de abril, fazia um frio danado, mas a cidade já aguardava a estação pegar de verdade.

Na visita a Berlim em 1992, uma foto minha no Europa Center – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Almoçamos em família, com meu tio e meu primo. Me contaram sobre situações cotidianas, de divertidos tropeços no alemão a observações daquele momento, como a leva de poloneses que iam de carro a Berlim para fazer compras de supermercado (muito mais barato, segundo eles). Depois, caprichosa, minha tia me mostrou vários recortes que havia separado de lugares que queria me mostrar na cidade.

Mais do que parênteses, colchetes: [A internet estava bem no iniciozinho. Portanto, não havia site ou blog para consultar. É preciso lembrar isso porque o mundo mudou tanto em 30 anos que a gente até se esquece que um dia o computador tinha aquela tela preta com escritos em verde. E só. A programação era feita em linguagens como Basic, Pascal e Lotus 1 2 3. Para mim, uma chatice tamanha, provavelmente uma das razões que me fez largar a Faculdade de Informática na Uerj em 1990 — sempre brinco dizendo que a culpa é do Bill Gates, que devia ter inventado o Windows antes; da criação em 1985 à popularidade lá pelo início dos anos 1990, levou um tempão para as janelinhas coloridas chegarem aos computadores dos brasileiros.]

Ampelmann, Trabi e DDR Museum

Assim como não havia informação de viagem online, tampouco eram conhecidos (e até cultuados) pelos turistas Trabi ou Ampelmännchen, 2 figuras que saíram do trânsito da Alemanha Oriental para o mundo do souvenir com força total.

Em 1997, surgiu a Ampelmann, marca com 6 lojas próprias e 1 café, que vende produtos estampados com os bonequinhos verde (‘siga’) e vermelho (‘pare’). Os bonequinhos do farol de Berlim, ampelmännchen, são quase sinônimo de passaporte carimbado na Alemanha.

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O mesmo acontece com o Trabi. Em 1991 foi produzido o último Trabi, o carro da Alemanha Oriental. Atualmente em Berlim, dá para ver e até dirigir um, em tour real pelas ruas, ou virtual no veículo na entrada do DDR Museum.

Ou trazer um Trabi de lembrança, como nós fizemos. Uma simpática maneira de guardar os momentos e a aula de História que tivemos dentro do DDR Museum. Sobre o cotidiano e a história da Alemanha Oriental, o museu está entre nossos programas favoritos na viagem em família de 2014.

Souvenir de Berlim: Trabi de todo jeito na loja do museu sobre a Alemanha Oriental – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Diversos museus na capital alemã contam vários pontos desse período de Berlim dividida. Não apenas os 2 sobre o Muro, o DDR e o Spy, como ainda o Stasi Museum, no velho quartel-general da polícia do regime comunista alemão. O conjunto de 50 edifícios fica no distrito de Lichtenberg, assim como a Frankfurter Allee, alameda com a típica arquitetura da era comunista. Também formavam Berlim Oriental, entre outros distritos, Pankow (com seu agora descolado bairro de Prenzaluer Berg) e Treptow, onde foi erguido o maior memorial soviético, com 100.000 m² e cemitério para 5.000 soldados.

Palácio de Charlottenburg e zoológico de Berlim

Alexanderplatz e a Torre de TV de Berlim, em 1992

Naquela viagem em 1992, até estive do lado oriental. De dia, na Alexanderplatz, ainda hoje umas das principais praças da capital alemã; de noite, em festas underground. No restante do roteiro, o lado ocidental.

Fomos a todas as atrações que minha madrinha destacou, todas mais do que indicadas para uma visita atualmente também. Entre elas, o Charlottenburg Schloss, palácio barroco dos tempos da Prússia, onde voltei com Fernando e Joaquim numa visita deliciosa (olha o clima na foto abaixo).

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Também estavam na lista do lado oeste o zoológico de 1844, mais antigo da Alemanha, que mantém 16.000 animais de cerca de 1.500 espécies; e os bonitos canteiros e estufas do jardim botânico, com cerca de 20.000 tipos de plantas. Tudo absolutamente lindo, e do lado da velha Alemanha Ocidental.

Zoológico de Berlim, na minha visita em 1992

KaDeWe e igreja de Berlim bombardeada

Ainda nessa parte de Berlim, gostei de conhecer a grande e tradicional KaDeWe. O nome completo é Kaufhaus des Westens (numa tradução livre, loja de departamento do oeste), mas ninguém chama assim o estabelecimento de 60.000 m², em funcionamento desde 1907. Mas adorei mesmo foi caminhar sozinha pela agitada Kurfürstendamm, principal avenida da cidade no lado oeste.

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Andar sem rumo e dar de cara com a Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, igreja destruída na Segunda Guerra, cuja torre destroçada foi mantida para abrigar um memorial. Agorinha, ao escrever, me vem viva a imagem daquela tarde.

A igreja ‘quebrada’ de pano de fundo com sua escadaria em primeiro plano. Pelos degraus, em pé e sentados, jovens conversavam num visual punk, com roupas pretas e cabelos coloridos (estamos falando de 27 anos atrás, quando não havia tinta em cores rolando solta nos cabeleireiros, nem muita gente disposta a experimentá-la).

Kurfürstedamm e a igreja bombardeada, em outra foto minha de 1992

Aquele instante suspenso em Berlim era repleto de contexto. Ali a História fazia a diferença. A igreja bombardeada, marca de um país arrasado na Segunda Guerra, que se reerguia e se reunificava depois da queda do Muro. Os jovens, a contestação, a mudança. Aquela cena era Berlim, cidade onde os livros e o futuro se encontram.

2 respostas

  1. Parabéns pelo cuidado com o seu blog! Pena que o conheci somente agora… Estou me despedindo de Berlim e adoraria ter feito essa viagem com as suas indicações, embora tenha percorrido quase todos os lugares mencionados por você!

    1. Sergio, a gente ficou feliz em saber que você gostou e que no fim conseguiu percorrer todos os lugares. Berlim é uma cidade fantástica!
      A gente agradece pelo teu comentário, volte mais vezes e acompanhe a gente em @ComoViaja nas redes.

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