Vancouver: Capilano com as luzes de Natal

Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

Se você tiver tempo ou vontade de visitar apenas um lugar pra ver as luzes de Natal em Vancouver, vá ao parque da Capilano Suspension Bridge. A ponte suspensa, a menos de meia hora da cidade no oeste do Canadá, fica iluminada durante o Canyon Lights, evento natalino que chega à sua 11ª edição em 2016.

A PONTE BRILHANTESó essa visão já seria suficientemente bela para fazer o lugar merecer uma visita. E foi somente com a expectativa de ver isso — e de ter coragem para atravessar os 137 m balançantes sobre o penhasco, a 70 m de altura — que eu fui até lá. Mas me deparei com um parque inteiro iluminado, numa explosão de cores.

É bom saber que, se a visita à noite mostra a beleza das luzes natalinas, ela deixa a natureza no entorno na penumbra. Se quiser aproveitar os dois momentos, recomendo que você chegue com o dia ainda claro (durante o inverno, escurece perto das 16 horas). Como a visita ao parque, com calma, leva em torno de 2 horas e meia, eu pensaria em chegar lá no máximo às 14 horas, se a ideia for ver tudo de dia e depois curtir a iluminação do Canyon Lights.

O Capilano Suspension Bridge Park possui 109.265 m² de área total. De um lado e de outro do parque e ao longo da ponte, as atrações são enfeitadas para o evento que vai até o início de janeiro.

Do lado de cá: passarela sobre o penhasco, chocolate quente e souvenir

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Passei o portão de entrada do parque e já me pasmei. A iluminação não combinava nada entre uma área e outra. Normalmente, como uma editora de conteúdo que busca sempre um equilíbrio estético, eu acharia isso algo estranho. Mas ali, curiosamente, todo aquele contraste fez sentido, como se o Natal vivamente me cercasse.

Na hora, nem pensei nisso. No entanto, ao escrever esse texto, me dei conta de que talvez o parque da Capilano tenha despertado em mim sensações da infância, quando a árvore de Natal da casa da minha avó era multicolorida. Lá pelos anos 70, início dos 80, antes dos tons monocromáticos das árvores de Natal atuais. Num tempo em que os enfeites de vidro (morria de medo de quebrá-los) formavam gotas e estrelas nas mais diversas tonalidades de rosa, dourado, vermelho e azul.

Então, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge, que eu achava que seria a emoção da visita, me senti maravilhada por todo aquele colorido. Era tanta luz que nem me dei conta de que cismei de chamar o evento de Canyon OF Lights (DAS luzes). Quando fui consultar o site para fazer o serviço no fim deste texto, vi que tinha acrescentado a preposição com artigo.

O colorido pinta as áreas do café e da lojinha de souvenir e todas as árvores no entorno. Entre totens– símbolos dos nativos habitantes do Canadá (chamados de Primeiras Nações), muito vistos na província de British Columbia –, passeia-se por bolas douradas, um lindo par de pinheiros azuis e uma árvore de Natal natural com 46,60 m de altura.

A área da lojinha, dentro do Trading Post, possui opções realmente interessantes de souvenir, que fogem das massificação. Eu trouxe lindas canecas de lá para o Joaquim (com alce) e para o Fernando (com um desenho das Primeiras Nações). Nessa região do parque, uma banda toca clássicas canções natalinas à noite.

No café, não resisti a um chocolate quente com creme — fazia -3 graus! — e a um blueberry danish, enrolado de massa leve recheado com geleia da fruta silvestre. Quem quiser pode provar uma nanaimo bar, doce com camadas de chocolate, inventado ali perto, na cidade de Nanaimo, também em British Columbia.

Desse lado do parque, também se acessa o Cliffwalk, uma passarela sobre o penhasco. O chão é de vidro em alguns mirantes que de encontram pelo caminho. É uma atração mais emocionante durante o dia, do ponto de vista da natureza.

Na ponte: caminho iluminado pelo cânion com troca de cores

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A EUFORIA QUE DÁ CORAGEMFalando em altura, a travessia da ponte me assustava. Eu já tinha editado e lido reportagens sobre a Capilano Suspension Bridge, e a imagem daquele fio pendurado sobre o penhasco me causava calafrio. Mas eu queria muito conhecer e me desafiar a percorrê-la. Afinal, o negócio existe desde 1889!

Tenho de dizer que à noite a sensação de altura diminui e muito porque você não percebe o fundo do cânion. Ajudam a distrair a atenção o fio de luzes guiando o caminho nas laterais da ponte e a troca de cores nas pedras e na cachoeira ao lado.

Balança? Balança, especialmente se tem muita gente caminhando sobre a ponte ao mesmo tempo — algo comum, aliás. Mas não senti medo em momento nenhum, sequer frio na barriga. Pode ser que tenha sido a euforia de estar ali — no meio daquele espaço mágico, buscando captar as sensações causadas pela beleza do parque cortado pelo Capilano River –, mas nem me dei conta da distância para o rio lá embaixo. Fui e voltei com naturalidade, me deixando embalar por aquele leve sacolejo.

Do lado de lá: lago com bolas e arvorismo entre luzes

Quando cheguei ao outro lado, achei que já tinha visto muita coisa e que seria apenas um complemento para quem atravessa a ponte. De fato, a área não é gigante. Mas eu estava totalmente errada quanto ao que me esperava.

À esquerda, a cena me apresentou um lago escuro cercado e coberto de bolas prateadas. Algo tão belo que me reteve ali um bom tempo, apreciando a composição, lembrando do meu filho e do meu marido (em como Joaquim e Fernando achariam aquilo lindo) e depois tentando captar o momento sem tremer sob uma iluminação difusa. Tudo bem, amei ficar ali. Que paz naquele lugar.

FLUORESCÊNCIA COLORIDA

BRINCADEIRA CROMÁTICA

Nesse ponto, tinha certeza de que a visita estava completa. Seria apenas contornar o lago e voltar. E foi. Pelo caminho, no entanto, mais surpresas. Primeiramente, pontinhos coloridos fluorescentes tomaram um tronco e um pedaço do caminho.

Depois, subi as escadas para fazer arvorismo na penumbra, seguindo as pontes iluminadas entre árvores. É no alto, mas de novo o escuro disfarça a distância até o chão. E, como as passarelas têm fundo fechado e são cercadas nas laterais, não senti nenhuma apreensão. Completei o circuito e, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge de volta, experimentei a novidade do Canyon Lights em 2016: Fireflies (em português, Vagalumes). Há lanternas para o visitante apontar ao redor. Peguei uma delas e vi pontinhos verdes brilhantes surgirem em sequência e pintarem troncos de árvores e a mata rasteira.

Espertamente o Capilano Suspension Bridge Park oferece wifi gratuito no parque todo. Em tempos de internet e redes sociais, rola postar aquela foto (ainda que tremida) no meio das luzes. Mas pode esquecer o pau de selfie. Madeira ali só natural mesmo — ainda bem.

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VALE SABER

Endereço: 3735 Capilano Road, North Vancouver

Transporte: Há traslado grátis a partir de 4 pontos de Vancouver: Canada Place (na área do porto) e dos hotéis Hyatt Regency, Blue Horizon e Westin Bayshore. Consulte os horários de shuttle neste link https://www.capbridge.com/visit/shuttle-service/. Fui de táxi porque passei em Grouse Mountain antes. Mas voltei de shuttle e achei bem prático. Na entrada do parque, recebi um carimbo na mão, que me dava direito a entrar e sair do parque à vontade e ao traslado para Vancouver

Funcionamento: O Canyon of Lights vai até 8 de janeiro, das 11 às 21 horas — após as 16 horas, é melhor para ver o parque com as luzes. Em 25 de dezembro, o parque fecha

Preço: A entrada inclui todas as atividades do parque e traslados de e para Vancouver. Custa 39,95 dólares canadenses — acima de 65 anos, sai a 36,95; estudantes com até 17 anos, 32,95; entre 13 e 16 anos, 26,95; de 6 a 12 anos, 13,95; até 6 anos, grátis. Há um ticket para família por 85 dólares canadenses, que dá direito a 2 adultos e até 2 crianças de 6 a 16 anos

Site: capbridge.com


Viagem a convite do Destino Canadá e do Tourism Vancouver

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