Categoria: Crianças

  • Feira do Livro de Buenos Aires (e feirinha para crianças)

    Feira do Livro de Buenos Aires (e feirinha para crianças)

    Em torno de 45.000 m² dedicados à literatura. A Feira do Livro de Buenos Aires é a maior de língua espanhola (no nome oficial, Feria Internacional del Libro de Buenos Aires). Cerca de 1 milhão de pessoas visitam o evento todo ano, durante as 3 semanas de duração. Debates, cursos, leituras e um festival de poesia estão na programação.

    Nada mais natural numa cidade em que a cultura — em especial a dos livros — é valorizada. Durante uma viagem à capital argentina, compra isso com uma simples visita à El Ateneo, livraria que virou ponto turístico de Buenos Aires.

    E o hábito é cultivado desde cedo. Viagens são ótimo pretexto para isso, aliás. Nem que seja num simples livro de colorir para crianças. Lojinhas de museu oferecem boas lembrancinhas de viagem nesse formato, que apresenta costumes e destinos de forma lúdica. Pode ser um 1º passo para gostar da leitura no futuro.

    Organizada pela Fundación El Libro, entidade sem fins lucrativos, a Feira do Livro de Buenos Aires conta com uma área dedicada às crianças. A Feria del Libro Infantil y Juvenil tem exposições, contação de história e espetáculos de marionete, música e mágica.

    A tradicional Feira do Livro de Buenos Aires – Foto: Divulgação

    VALE SABER

    Quando: Em 2020, de 30 de abril a 18 de maio

    Site: el-libro.org.ar

  • Viagem com crianças: 12 dicas sobre roteiro, roupas e destino

    Viagem com crianças: 12 dicas sobre roteiro, roupas e destino

    Quem está à procura de dicas para viagem com crianças deve ter em mente que a saída de casa por um período exige alguns cuidados (poucos, é verdade). Contudo, não há regra ou fórmula pronta para que a aventura em família seja um sucesso, com zero possibilidade de estresse (veja nosso checklist para férias com criança no exterior).

    Apesar de o nosso filho, Joaquim, ter 14 anos, ainda há quem queira saber dicas para viajar com criança pequena. É fato que pouca coisa mudou nesse universo em relação à época em que viajávamos com ele miudinho ainda. Antes de mais nada, é preciso ter em mente que a viagem é, por si só, um estado de exceção na vida da família. Sendo assim, algumas regras podem sem revistas, ajustadas ou, até, dispensadas.

    Sem aperto

    De que adianta a calça mais bonita ou o vestido de lacinho se a criança ficar enjoada porque a roupa limita sua liberdade de movimento? Então, ponha na mala roupas confortáveis. Tem tanta peça descolada com visual bacana. A fim de evitar apertos de outra ordem, a mala do meu filho costumava incluir moda para todas as estações. Dessa forma, eram poucas peças para cada clima, mas todos estão lá.

    Sem tralha

    Mesmo quando meu filho tinha meses de vida a gente procurava levar em uma viagem com criança só o que era preciso para a felicidade geral. Quando Joaquim era bebezinho, berço portátil e carrinho eram itens de primeira necessidade, além de mamadeira e escovinha para lavá-la. Contudo, depois de 1 ano e meio de idade, o carrinho foi abolido. Com 2 anos, a mala diminuiu drasticamente.

    Se o Joaquim já tirava a soneca da tarde na escola no colchonete por que teria de dormir todo protegidinho? Pois é, coisas de mãe, às vezes a gente esquece que o filho cresce — ou reluta em lembrar. Mas no momento oportuno a ficha cai. Quando pequenino, bastava um lugar aconchegante para ele descansar, fosse uma cama encostada na parede ou improvisada no chão com edredon. Só duas coisas não podiam faltar até os 2 anos para o meu filho: a chupeta e um soninho (um boneco gostoso para ele abraçar e dormir com os anjos).

    viagem com crianças

    Sem maratona

    Criança tem ritmo próprio, e todo mundo ganha quando ele é respeitado. Evite programar um monte de coisas para o mesmo dia. De fato isso não é legal nem para adultos, entretanto quem nunca correu naquela ansiedade para ver tudo? Para viajar com filhos, é bom considerar que, além do mais, as perninhas são pequenas e, portanto, dão passinhos menores.

    Os interesses também podem ser diferentes do seu. É outra pessoa, e uma pessoa com visão de criança. Para meu filho pequeno, a maior viagem era ver todas as cores de avião no aeroporto e brincar com crianças desconhecidas nos destinos. Conforme foi crescendo, passou a perceber mais claramente muitos detalhes da viagem.

    Sem preconceito

    Aventure-se pelas escolhas menos óbvias nas viagem com crianças. Às vezes, é bom ter no roteiro programas que fazem sucesso entre crianças, como aquários e zoológicos, mas nada impede de incluir passeios por museus, por exemplo.

    Basta envolver seu filho no planejamento da viagem. Sendo assim, que tal mostrar pela internet as obras que serão conhecidas ao vivo depois? Criança não nasce gostando ou odiando alguma coisa. Se o adulto não demonstra preconceito, ela se mantém aberta a experimentar o novo. Nós fomos a muitos museus para crianças na Alemanha com Joaquim.

    Sem rigidez

    Criança precisa se alimentar bem e com qualidade, obviamente. Mas são férias! Seu filho não vai ficar doente se comer hambúrguer e batata frita eventualmente. Inclua os itens saudáveis nas refeições dentro do clima do passeio: sucos e sorvetes de frutas regionais, couve e laranja no prato de feijão, peixinho na brasa como aperitivo na praia…

    viagem com criança
    O senhor pommes frites ataca em Frankfurt

    Sem descuido

    Em qualquer época do ano em que seja feita a viagem com crianças hidratação é essencial. Por isso, água e sucos nunca são demais. Bem, o garoto ‘água de coco’ aqui de casa já tomava de caixinha o ano todo, então dá para imaginar o estrago que fazia quando encontrava coco natural pela frente.

    Outros itens indispensáveis na bagagem são protetor solar e repelente — no verão, um bom chapéu garante uma sombrinha e uma carinha linda para encher de beijos.

    Sem doença

    Já que não se pode escolher que parte do código genético mandar para o forno, meu filhote é alérgico como eu. Então, uma farmacinha é mão na roda para a gente. Não se trata de chamar problemas, mas de conseguir resolvê-los rapidamente. Antitérmico, xarope e anti-histamínico vão sempre para a necessaire.

    Sem consumismo

    Comprar menos, experimentar mais. Nadar juntos, caminhar pelas ruas a caminho daquele centro cultural, conversar com tartarugas, abraçar no cansaço do fim do dia. Com toda a certeza você quer trazer coisas fofas para seu filho usar ou brincar, mas as experiências também são ótimas lembrancinhas de viagem. Quando a criança começa a falar (o nosso sempre foi um doce tagarela), é maravilhoso ver como ela gosta de lembrar e contar o que viveu.

    viagem com criança
    Fernando e Joaquim nas ruas do Rio Vermelho, durante a Festa de Iemanjá

    Sem censura

    Alegria de criança em dose máxima. Portanto, vale envolver seu filho na viagem usando elementos que ele curte. No caso do meu, música, muita música. Para entrar no clima antes de embarcar e também para distrair e animar durante o trajeto. E por que não inventar as próprias músicas? Até hoje me lembro do repente que inventei com meus irmãos na estrada a caminho do sertão pernambucano. Quando meu filho era pequenino, eu voltava no tempo de criança e dava uma ajudinha. A companhia de uma criança é um excelente pretexto para soltar a criatividade.

    Sem neurose

    Caso tudo dê errado, fora do planejado, seu filho não vai se incomodar, desde que você não surte também. Para ele, importa muito mais a presença e a tranquilidade dos pais do que megaprogramas. Ele pode até fazer um escândalo, aquela pirraça pela frustração inicial, mas vai parar se, em vez de entrar na onda dele, você o trouxer para tua onda. Essa dica nem sempre funciona porque somos humanos e às vezes a paciência vai para o espaço mesmo. Porém, vale o esforço de tentar manter a calma. Costuma evitar desdobramentos mais cansativos ainda.

    Sem nostalgia

    Para não passar o ano inteiro sonhando com as próximas férias, dá para reviver os momentos de felicidade com jogos ou brinquedos artesanais comprados na anterior. Uma delícia também é passar a tarde vendo fotografias. E, enquanto a folga mais longa não chega, fazer pequenas viagens ou passeios de um dia.

    Sem regra

    Tudo isso acima pode não servir para sua família, ou talvez apenas parte disso seja útil. Até para nós mesmos. Conforme as fases do meu filho foram passando, nós nos adaptamos. O caso mais recente ocorreu durante nossa viagem a Paraty, quando pegamos 3 dias de chuva sem trégua. Acredite, tiramos o melhor proveito disso, inclusive durante a visita à Fazenda Bananal, onde provamos plantas comestíveis.

    Por fim, um pouco de improviso é bom para não se tornar tão sistemático e ter a chance de descobrir outras formas de viajar, dentro e fora de casa. Pelo menos até aqui tem sido assim, com esta nossa ‘fidura’, alegre e surpreendente.

  • No avião, um bebê que já paga

    Ter um filho que fez 2 anos facilita muito na hora de viajar já que a bagagem encolhe sensivelmente. Nada de berço portátil ou mala cheia de paninhos de boca, mantinhas e mamadeiras. Mas acaba também a prioridade nas filas e na escolha dos assentos. Em compensação, no embarque de ontem de São Paulo para o Rio, pudemos chegar a Congonhas com o check-in feito pela internet, algo que o sistema não permitia nas viagens anteriores, com uma criança de colo.

    Entramos na fila para despachar a mala e fomos para o portão de embarque. Falante, meu filho não parava de repetir ‘mamãe, aviões!’ e ‘todos a bordo!’, uma brincadeira feita pelo pai que ele gravou. A animação se transformou em medo quando ele percebeu que o colo tinha sido trocado por um cinto de segurança numa poltrona grande, de onde se esticava para alcançar a janelinha. ‘Tólo, tólo’, pedia, com a voz ameaçando um chorinho. Perguntei ao comissário se poderia pegá-lo no colo, pois era a primeira vez em que viajava como pagante. Ele informou que, de 2 anos em diante, o correto é usar o cinto de segurança. Obedecemos.

    Envolvi meu filho com os braços e fui falando da aventura de voar. ‘Lembra quando a gente vai para a escola andando e você vê o avião lá no céu? Agora somos nós que estamos no alto e alguém está vendo.’ Ele foi se acalmando, agarrou o minúsculo Peixonauta e pediu a chupeta, mas não conseguiu relaxar a ponto de comer ou dormir. Depois do pouso, gritava ‘conseguiu, conseguiu!’ e não parou de dizer ‘tchau, avião!’ até a gente passar pelo finger.

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