Categoria: Destinos na Europa

Melhores destinos na Europa com dicas de viagem de cidades e regiões, sobre pontos turísticos, hotéis, passeios, comidas, festas e outros destaques

  • De Ruedesheim para casa

    De Frankfurt, viemos passar um dia na pequena Ruedesheim. Já no Reno, a cidade fica numa região produtora de riesling, tradicional vinho alemão. É lindinha, na volta conto mais. Agora tenho de sair do hotel para pegar o trem para Frankfurt. Voltamos hoje de noite.

  • Frankfurt: o mercado de Natal mais bonito

    Das 5 cidades com mercado de Natal que visitamos, Frankfurt tem o mais bonito. As barraquinhas ficam no meio de uma praça, cercadas por prédios em estilo medieval. Todo o conjunto é muito bonito, ao som do coral então… No Brasil, tento subir o vídeo. Por enquanto, vão aqui as fotos.

  • Trem para Frankfurt

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    Hoje tomamos o trem de Nuremberg para Frankfurt, onde vamos ficar por 3 dias. Deixamos em lindo céu azul para desembarcar num início de tarde nublado na metrópole alemã.

  • O que fazer em Cesky Krumlov, na República Tcheca

    O que fazer em Cesky Krumlov, na República Tcheca

    Declarada Patrimônio Histórico pela Unesco desde 1992, Cesky Krumlov nasceu, como muitas da Europa, em torno de seu castelo, no século 13. A Imponente, a construção é a principal atração da pequena cidade medieval. Obras de arte, curiosos museus e lojas de joias de moldavita completam o roteiro de um dia de passeio por lá. Mas, se você tiver de reduzir a lista do que fazer por causa do tempo de permanência, o castelo certamente está no topo dela. Outra boa ideia pode ser fazer uma visita guiada a Cesky Krumlov a pé, a melhor forma de explorar a cidade.

    O castelo e todo o centro histórico foram declarados Patrimônio Mundial pela Unesco em 1992. De fato, a cidade inteira é uma lindeza. Em torno de 300 edifícios históricos desenham vielas que sobem e descem em um pedaço de terra contornado pelo Rio Moldava. Localizada no sul da Boemia, a cidade pode ser conhecida em um dia — estive lá num tour na parada do cruzeiro pelo Rio Danúbio. Existe passeio de Praga a Cesky Krumlov de 1 dia com almoço em taverna incluído.

    Se você quiser dormir na cidade para aproveitar inteiramente a atmosfera local, veja hotéis em Cesky Krumlov. Abaixo do mapa a seguir, você encontra uma lista de sugestões do que fazer em Cesky Krumlov, na República Tcheca.

    Visitar o castelo, com seus ursos, jardins e teatro barroco

    O castelo recebeu forte influência da Renascença italiana, quando era habitado pela dinastia dos Rosenberg. Segundo mais importante e imponente castelo da República Tcheca — depois do exemplar erguido em Praga, capital do país —, a construção de Cesky Krumlov reúne, além do renascimento, mais dois estilos arquitetônicos: gótico e barroco. No fim do século 17, durante seu domínio, os Eggenberg mandaram fazer o teatro barroco e os jardins da propriedade. Quando os Schwarzenberg assumiram o poder local, a cidade recebeu nova roupagem, barroca. No Museu do Castelo, estão artefatos usados pelos nobres que viveram ali. Uma curiosidade são os ursos que vivem no fosso do castelo.

    Teatro barroco do castelo

    Ver e fotografar a cidade da torre ou pelo muro do castelo

    Do topo da torre, a vista da cidade é completa, com as vielas e os telhadinhos envoltos pelo Rio Moldava. Ainda que você não entre no castelo, suba até sua porta. O muro lá do alto oferece molduras maravilhosas para muitas fotos instagramáveis. Antes ou depois da sequência de cliques, pare um instante para contemplar aquele cenário. É um desses momentos memoráveis de viagem.

    Muro como moldura da cidade medieval

    Comer na Eggenberg e conhecer à fabricação da cerveja

    Cervejaria da cidade, a Eggenberg mantém um restaurante para servir até 200 pessoas e oferece visitas guiadas à sua fabricação. Mesmo que não vá até lá, prove a cerveja local em algum restaurante da cidade. Originalmente fundada em 1560, a Eggenberg faz tours diariamente, a partir das 11 horas, no portão principal.

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    Comida e cerveja tcheca: um copo da local Eggenberg

    Ir a um autêntico estúdio de fotografia do século 19

    Quem curte fotografia pode anotar o Museum Fotoatelier Seidel como uma atração a ser vista em Cesky Krumlov. O museu preserva todo o material do estúdio do século 19 do fotógrafo local Josef Seidel, como imagens, negativos, câmeras, máquina de ampliar e equipamentos da câmara de revelação. Mobiliário original e anotações pessoais do fotógrafo se somam para formar o interessante pequeno museu.

    Encantar-se com a tradição dos marionetes tchecos

    Um teatro barroco está na exposição do Marionette Museum, que mostra a tradição tcheca de fabricar e fazer teatro de marionetes. O edifício, antes uma igreja, abriga um acervo de cerca de 200 exemplares, que mistura marionetes de época e atuais. Além dos bonecos, de rosto esculpido em madeira, exibe desenhos de palcos e cortinas.

    Marionetes, tradição na República Tcheca

    Conhecer instrumentos de tortura medieval

    Não você não leu errado. A bela cidade de Cesky Krumlov é medieval, lembra? O Museum of Torture Instruments mostra o que se usava para castigar as pessoas naquela época, com requintes de crueldade. Esse museu fica bem na praça central, embaixo do prédio da prefeitura.

    Descobrir a beleza e os mistérios da moldavita

    A exposição interativa do Moldavite Museum é dedicada à moldavita, rocha encontrada naquela região europeia, o sul da Boemia. Formada após o impacto de um meteorito há 15 milhões de anos, a pedra deslumbrante existe tem vários tons de verde, do claro ao oliva.

    Moldavita da região, polida ou ao natural

    Comprar joias com a pedra verde da região

    Quem gosta de joias com pedras com certeza vai entrar numa das lojas da cidade. Os desenhos realçando o verde da moldavita são irresistíveis, especialmente com prata ou ouro branco. Existe joia de todo preço nas lojas, não apenas peças caras e sofisticadas. Eu trouxe um singelo anel de lá. Uso até hoje em ocasiões especiais.

    Compras em Cesky-Krumlov: irresistíveis joias de moldavita

    Apreciar arte no Egon Schiele Art Centrum

    Fãs de arte podem conferir as exposições em cartaz no Egon Schiele Art Centrum. Aberto em 1993, no antigo prédio de uma cervejaria, o centro cultural exibe pinturas e esculturas. É a oportunidade de apreciar obras de artistas internacionais e de conhecer nomes da República Tcheca. Também é possível ver o trabalho de Egon Schiele, que batiza o lugar.

    Assistir a duelos de cavaleiros e concertos no verão

    Se você for a Cesky Krumlov no verão, pode aproveitar uma de suas festas. Em junho, cavaleiros invadem as ruas durante a Festa da Rosa de Cinco Pétalas, por três dias, para duelos e banquetes relembrando o período renascentista, quando a cidade viveu seu apogeu, com a dinastia dos Rosenberg. A área do Castelo de Cesky Krumlov vira palco para o Festival Internacional de Música em julho. O repertório inclui música clássica e outros estilos.

    Festa medieval – Foto: Turismo da República Tcheca/Divulgação
  • Natal em Viena: mercados, ruas de compras e concerto na catedral

    Natal em Viena: mercados, ruas de compras e concerto na catedral

    Uma tradição na Europa, os mercados de Natal enfeitam as cidades a partir do meio de novembro. Em Viena, eles são vistos em várias partes da cidade. O mercado da praça da prefeitura, a Rathausplatz, é um dos mais bonitos. Outra grande atração é o mercado em dezembro diante do Schloss Schönbrunn, palácio declarado Patrimônio Mundial pela Unesco.

    Nathalia esteve no mercado de Natal de Viena, montado na praça da prefeitura e recomenda a visita a essa atração que existe desde 1298. Conheceu uns 10 mercados de Natal na Europa em diferentes países. Esse da praça de Viena está entre os que ela mais apreciou, pelo conjunto formado entre as barracas e a imponência do prédio da prefeitura iluminado ao fundo.

    Mercado de Natal em Viena, na praça da prefeitura – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Há vários outros mercados de Natal de Viena, com música, comida e carrossel para a meninada. Nas típicas barracas, vendem-se canecas de vinho quente e castanhas assadas. Com cerca de 100 expositores, o mercado de Natal em Spittleberg é conhecido pela qualidade do artesanato vendido durante o evento, existente há mais de 25 anos e com um público anual de em média 500 mil pessoas.

    Prefere um lugar mais romântico? O Schloss Schönbrunn tem um mercado de Natal montado bem na sua frente. A linda construção do Belvedere também conta com sua feirinha em dezembro, com artesanato e doces.

    Rua Graben, para compras de luxo em clima de Natal – Compras de luxo -Crédito :© Christian Stemper/WienTourismus/Divulgação

    As ruas de Viena também são enfeitadas com pequenas luzes. A elegante Graben concentra boutiques e marcas internacionais, para um roteiro de compras de luxo em clima de Natal. O centro histórico da cidade também fica todo iluminado com decoração desta época do ano.

    Na catedral de Viena, Stephansdom, são realizados concertos do advento — em 2019, entre 30 de novembro e 22 de dezembro, aos sábados e domingos, além da segunda 23 de dezembro. Ao lado de canções natalinas, são executadas peças de Mozart, Handel, Bach e Schubert.

  • Tapas espanholas, tradicionais delícias em miniatura

    Tapas espanholas, tradicionais delícias em miniatura

    Sentar entre amigos, jogar conversa fora e provar, em miniatura, a culinária tradicional ou a alta gastronomia da Espanha: tapear. Frios ou quentes, as tapas espanholas (ou pintxos, assim chamadas no norte do país) são aperitivos preparados de maneira rápida, regados por um bom azeite, normalmente acompanhados por vinho ou cerveja. Portanto, tapa é toda pequena porção de alimento que escolte um trago, segundo a Real Academia da Língua Espanhola.

    tapas espanholas
    Ravioli de camarões com shitakes ao vinho de xerez, no Menys Bar – Foto: Divulgação

    Origem do nome

    Contudo, a origem do nome tapas espanholas é controversa, mas a teoria mais aceita é a de que, num passado distante e poeirento, era costume no país ibérico usar um pratinho com um pedaço de pão, presunto ou qualquer outro alimento para cobrir (tapar) o copo e, assim, evitar que algum inseto ou sujeira caísse dentro da bebida.

    Na Espanha, o conceito é comer e partir para o bar seguinte, para repetir esse ritual, “ir de tapas”, como eles dizem. A iguaria tem até um dia mundial, celebrado em 16 de junho. Em São Paulo, ir de bar em bar só “petiscando” ainda não é um hábito. Porém, as tapas espanholas já ganharam o gosto do paulistano. Uma oportunidade de levar à boca sabores únicos espanhóis, deixando uma pergunta na ponta da língua: vamos de tapas?

    Para conhecer um pouco mais dessa tradição e ver imagens de salivar, assista ao Giro Como Viaja abaixo. E lembre-se de que comer sem beber dá ruim. Portanto, aprendamos como os espanhóis! Se beber, não deixe de pedir algo mais para beliscar.

  • Como Viaja! ganha prêmio da Comissão Europeia

    Como Viaja! ganha prêmio da Comissão Europeia

    Texto e foto de Nathalia Molina

    Ganhei! Costa Amalfitana, de ônibus foi escolhida Melhor Reportagem na Internet no Concurso CET de Jornalismo, prêmio da Comissão Europeia de Turismo para publicações sobre destinos na Europa. Há 4 anos venci na categoria Melhor Reportagem de Jornal, com a matéria sobre a rota dos pintores na Provença, no sul da França. A edição foi publicada no caderno Viagem do Estadão, onde eu trabalhava na época. O prêmio veio numa fase difícil da minha vida. Serviu de alento e me apresentou Portugal, num belo roteiro do Porto a Lisboa em ótimas companhias.

    Chegar agora a finalista com a viagem pelo sul da Itália que escrevi aqui para o Como Viaja! já era muito bacana para alguém que resolveu empreender sozinha. Em 2008, decidi deixar o emprego de editora-assistente no Estadão, empresa que adoro e na qual mantenho vários amigos. Queria mudar de vida, sair por aí e me arriscar no mundo dos frilas, que traz liberdade, mas também impõe dificuldades. Por isso, ganhar este prêmio com meu blog tem sabor de sonho. Daqueles deliciosos, de creme de confeiteiro bem leve, para comemorar os 6 meses de Como Viaja! no próximo dia 29. Obrigada à Comissão Europeia de Turismo e aos professores da USP que me escolheram vencedora. Agradeço por essa felicidade e pelo incentivo a continuar sonhando e empreendendo.

    Leia mais sobre a viagem em: Noite de festa: a entrega do prêmioReportagem sobre o cruzeiro no Danúbio publicada no Viagem do Estadão

     

     

  • Um passeio pela arte em Madri

    Um passeio pela arte em Madri

    Museo Reina Sofía/Divulgação

    A linha que liga o Museo del Prado, o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museo Reina Sofía tem pouco mais de 1 quilômetros de extensão em Madri. No Prado, os representantes da escola espanhola de pintura, como Diego Velázquez e Francisco de Goya são imperdíveis. É lindo ver As Meninas de Velázquez. Obras-primas de Degas, de Gauguin, de Caravaggio e de El Greco estão no Thyssen. Mas a emoção de estar diante da Guernica de Pablo Picasso, painel exposto no Reina Sofía, é insuperável para mim.

    As três instituições podem ser vistas com o bilhete único Paseo del Arte, que custa 19,20 euros e é vendido nas bilheterias das instituições. Para seguir essa rota, faça download do folheto Madrid para Ti: Museos no site da capital espanhola. Além dos museus do Paseo Del Arte, 18 outros estão no roteiro, com informações para a visitação e mapa de localização.

  • Freud, na Europa: museu em Londres, Viena e Pribor

    Freud se explica na Europa. O pai da psicanálise tem um museu dedicado a ele em Londres, outro em Viena e um terceiro em Pribor (na República Tcheca). Todos estão instalados em casas onde ele morou ao longo de sua vida.

    Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1865 em Freiberg, atual Příbor, na República Checa. Viveu em Viena e morreu em Londres, em 1939. Abaixo, museus na Europa que se dedicam a mostrar a vida e o legado do fundador da psicanálise:


    Em Pribor (República Tcheca)

    Museu de Freud Pribor Republica Tcheca - Foto Jiri Jurečka DivulgacaoO Rodný dům Sigmunda Freuda – Muzeum Příbor funciona na casa onde Freud nasceu em 1856, em Freiberg, atual Příbor, na República Tcheca. Em 2006, o governo local comprou a propriedade e a restaurou de acordo com sua aparência na 2ª metade do século 19.

    Foto: Jiri Jurecka/Divulgação

    Quem guia o visitante é “o próprio Freud” pelo som do audioguia. Os ambientes mostram detalhes da sua vida pessoal e profissional e pretendem apresentar sua relação com o cotidiano como um homem comum.

    Para ver mais sobre o fundador da psicanálise, vá ao Historie města Příbora, museu sobre a história de Příbor, que inclui o Memorial Hall de Sigmund Freud.


    Em Viena

    Freud morou em Viena desde os 4 anos. Nesta casa, onde viveu por 47 anos, foi instalado o Sigmund Freud Museum, que apresenta sua vida e o desenvolvimento da psicanálise. Na capital austríaca, Freud escreveu estudos como Interpretação dos Sonhos e Totem e Tabu. Anna Freud, a filha mais nova e também psicanalista (especializada em crianças), cuidou pessoalmente da decoração do museu, aberto em 1971.

    Fotos: Zugmann/Divulgação

    A mobília é original — a sala de espera do consultório de Freud é vista como quando era usada. Também estão expostas antiguidades e as primeiras edições de seus trabalhos. Um filme mostra família Freud nos anos 30. O museu tem ainda biblioteca, loja e sala de palestras.


    Em Londres

    Para fugir dos nazistas, em 1938, Sigmund Freud foi para a Inglaterra com a família. Esta casa em Londres foi habitada até Anna Freud morrer em 1982.

    Fotos de Londres: Freud Museum London/Divulgação
    Fotos: Freud Museum London/Divulgação

    No Freud Museum London, há mais de 2 mil itens, incluindo uma coleção de antiguidades, com objetos e tapeçaria do Egito, da Grécia e do Oriente, e móveis pintados dos séculos 18 e 19. Mas, sem dúvida, a peça mais marcante exposta ali é o divã usado pelos pacientes do pai da psicanálise. Ele é coberto por um tapete iraniano.

    O museu conta ainda com uma loja, onde podem ser comprados livros sobre Freud e seus contemporâneos. E souvenir, é claro. Tem até fantoche de Freud com o divã. Pode ser útil nas sessões mais raivosas…

  • Comidas típicas de Portugal: pratos tradicionais por região do país

    Comidas típicas de Portugal: pratos tradicionais por região do país

    As comidas típicas de Portugal são a perdição de qualquer viajante pelo país. É preciso ser muito enjoado para não se deliciar com receitas que esbanjam sabor e tradição. O bacalhau, o caldo verde, as alheiras, tudo isso está no imaginário do brasileiro quando se pensa no que o povo português nos deixou de legado culinário. Os pratos de Portugal vão da delicadeza do pescado (abundante em um país abraçado pelo oceano) ao vigor das carnes (grelhadas, assadas, ensopadas, deliciosas todas).

    Certa vez, escrevi que dificilmente abandona-se a mesa em Portugal sem carregar nas papilas marcas de uma cozinha farta em paladar e quilos a mais na cintura por obra da gula. Como netos de portugueses, Nathalia e eu decidimos fazer esta lista de comidas típicas de Portugal sabedores de que você vai terminar de ler o texto com água na boca. A relação está destacada por região do país, indo rumo ao sul no mapa e incluindo a Ilha da Madeira e os Açores.

    Comidas típicas do Porto e Norte

    Portugal nasceu aqui, região que tem no Porto sua cidade mais conhecida. A região do Minho, de cidades como Braga e Viana, foi a que mais contribuiu para o fluxo migratório rumo ao Brasil. Porém, as comidas típicas do noroeste de Portugal nem de perto são conhecidas como as incontáveis versões de bacalhau que a mesma região nos brindou. Aliás, o bacalhau pode ser encontrado de todas as maneiras: fresco, salgado e ainda em conserva. Então, comecemos com as receitas que levam o ‘fiel amigo’, apelido do pescado mais famoso do país.

    Bacalhau, prato típico de Portugal – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Bacalhau à Gomes de Sá

    Tradicional receita do Porto feita com lascas de bacalhau marinadas em leite durante cerca de 2 horas antes de irem à panela. Os pedaços são preparados em azeite, com cebola e alho. Eles chegam à mesa com os acréscimos de azeitonas pretas e ovos cozidos. O nome foi dado em homenagem ao criador da receita, o comerciante José Luis Gomes de Sá

    Bacalhau à Minhota

    As postas de bacalhau são douradas dos dois lados em azeite quente. Sobre elas são colocadas cebolas e alho picado puxados no mesmo óleo. Batatas em rodelas, também fritas no azeite, acompanham o prato, que ainda leva tiras de pimentão vermelho.

    Bacalhau ao Zé do Pipo

    José Valentim, o Zé do Pipo, criou este prato para um concurso culinário no Porto. É a versão que mais aprecio à base de bacalhau. Aqui, o fiel amigo serve de recheio a uma massa que leva purê de batatas e maionese levada para gratinar. No meio dessa mistura vão temperos e ingredientes que tornam o prato ainda mais saboroso.

    Tripas à moda do Porto

    A história ensina que este prato passa pela tomada de Ceuta (1415) pelos portugueses, quando o exército precisou levar a bordo todo o estoque de carne da região do Porto, restando à população as tripas animais (daí os cidadãos portuenses serem apelidados de tripeiros). Trata-se de um grande cozido à base de vísceras, de enchidos (salsichas ou linguiças) e feijão branco. Qualquer semelhança com a nossa dobradinha não é mera coincidência. Prato de sabor intenso.

    Tripas à moda do Porto
    Tripas à moda do Porto, comida típica – Foto Porto Convention & Visitors Bureau

    Rojões à moda do Minho

    Prato forte à base de pedaços carne de porco sem osso aos quais se juntam posteriormente fígado suíno e tripas enfarinhadas (enchido típico do Norte de Portugal), ambos fritos. Depois, essa mistura é cozida lentamente. Acompanha batatas e castanhas na hora de servir.

    Papas de sarrabulho

    Por ser uma receita típica do Minho, ela é muitas vezes servida com os rojões. Leva sangue de porco, miúdos suínos, carnes de vaca e de galinha, cominho, farinha de milho, entre outros ingredientes. Prato para ser apreciado no inverno, sobretudo.

    Arroz de lampreia

    O protagonismo desse arroz está na lampreia, animal aquático de forma alongada e cilíndrica, como uma enguia. A cidade de Penacova, próxima a Coimbra, é considerada a capital portuguesa da lampreia, que tem um festival gastronômico dedicado a ela em fevereiro há cerca de 30 anos. 

    Posta mirandesa

    Comida portuguesa da região de Trás-os-Montes feita à base de carne de vaca, temperada com sal grosso e levada à grelha. O acompanhamento fica a cargo das famosas batatas ao murro (cozidas e posteriormente esmagadas de forma grosseira) e grelos salteados (talos de hortaliças levados à frigideira sem gordura). 

    Alheira

    Os judeus que queriam escapar da Inquisição driblaram o fato de não comerem carne de porco fazendo um enchido à base de aves e usando pão para dar consistência à massa. As tripas recheadas eram igualmente postas para defumar em varais, como os cristãos faziam com os enchidos de carne suína, não gerando assim suspeitas de sua origem religiosa.

    Alheira, comida típica de Portugal
    Alheira de Mirandela – Foto: Turismo de Portugal/Divulgação

    Francesinha

    Sanduíche parrudo, típico da cidade do Porto. Dentro do pão vão salsicha, linguiça, presunto, bife de vaca, tudo coberto por queijo derretido e molho que mistura cerveja, caldo de carne e vinho do Porto. E, em alguns casos, cabe ainda um ovo frito por cima. É servido com batatas fritas. A bomba calórica ganhou esse nome por guardar alguma semelhança com o sanduba francês croque-monsieur.

    Caldo verde

    As sopas engrossam a lista de comidas portuguesas típicas. Mas é o caldo verde que parece simbolizar nossa relação com o país europeu. É pura tradição do Minho. Leva batatas, couves e chouriço (no Brasil, a linguiça Toscana cumpre este papel). É um prato de inverno, de comer suando.

    Comidas típicas do Centro de Portugal

    Fátima, Coimbra e Castelo Branco fazem parte do Centro de Portugal, onde se localiza a Serra da Estrela, o ponto continental mais alto do país e também a região em que se produz um dos queijos portugueses mais famosos.

    Caldeiradas de peixe

    O nome revela ser receita de uma panela. E é. No caso, uma invenção culinária de pescadores, que colocaram peixe, batatas, cebolas e tantos outros ingredientes em camadas dentro de um tacho.

    Leitão da Bairrada

    Crocante por fora, macio e suculento por dentro, essa receita de leitão típica da Bairrada, no Centro de Portugal, é muito consumida em dias de festa. Vai sempre muito bem com batatinha cozida sem pele e laranja em rodelas.

    Cabrito estonado a Oleiros

    O consumo do cabrito não se limita à Páscoa na Beira Baixa de Portugal. Nesta receita, típica da cidade pertencente ao distrito de Castelo Branco, a pele do animal é mantida na hora de assar em forno a lenha, a fim de garantir suculência e sabor.

    Chanfana

    A rigidez da carne de cabra velha é vencida pela marinada em vinho tinto e temperos. Uma dose de aguardente é acrescentada quando tudo vai à panela de barro, selada para ser esquecida no fogo por quase 5 horas de cozimento. o Resultado é um prato típico português da região da Bairrada, já eleito uma das 7 Maravilhas da Gastronomia, em 2011.

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    Comidas típicas de Lisboa e arredores

    Única capital da Europa em que o sol se põe no mar, Lisboa oferece de restaurantes refinados a tascas mais simples. Em todos eles há pratos típicos de Portugal, ora em releituras, ora em verão ortodoxa, sem nunca dever em termos de qualidade e sabor. 

    Bacalhau à Brás

    Diz a crença popular de que as raízes do prato estão no Bairro Alto, em Lisboa. A receita leva bacalhau desfiado e batata palha, ambos fritos com cebola em azeite. Ovos batidos com garfo são derramados sobre os ingredientes, dando uma textura cremosa ao prato. Azeitonas pretas picadas são o toque final.

    Sardinhas assadas

    Considerada a rainha do mar, a sardinha em sua versão assada vai à grelha apenas com sal grosso. Prato comum nas festas dos santos populares (Antônio e São João, no período junino), ele é servido com batatas cozidas e pão.

    Bife à Marrare

    Napolitano radicado em Lisboa, Antônio Marrare criou este prato, muito popular sobretudo nos cafés lisboetas do século 19. Trata-se de um bife coberto por molho à base de manteiga e natas (algo semelhante ao creme de leite). Feita na própria frigideira, a mistura cremosa adquire a coloração meio marrom do suco da carne. O restaurante Brilhante, no Cais do Sodré, é um dos poucos da cidade que revive este clássico.

    Choco frito

    Esse molusco é o principal ingrediente dessa receita comum à região de Setúbal (área metropolitana de Lisboa). Marinados em alho, limão e sal, os tentáculos do choco são ainda empanados em farinha de milho. Frito, o petisco é servido com limão para espremer por cima. 

    Peixinhos da horta

    Na primeira metade do século 16, muito antes de as PANCs (plantas alimentícias não convencionais) serem consumidas, surgiu este prato feito com vagem de feijão encapada por massa de farinha, frita em óleo. Sim, se você pensou em tempurá, acertou. Os portugueses apresentaram a novidade aos japoneses, durante o período das Grandes Navegações.

    Castanhas assadas

    A simplicidade está materializada nesta receita, que exige castanhas, forno a 200°C e cerca de 30 minutos de espera. Polvilhar sal grosso sobre o fruto seco é opcional. Sazonal, seu consumo se dá mais a partir do outono, quando é comum ver pessoas comendo castanhas na rua, preparadas em fogareiro a carvão.

    Comidas típicas do Alentejo

    O passado de carências fez surgir no Alentejo uma cozinha em que o pão e a água se converteram em base para uma série de receitas. A eles foram adicionadas ervas aromáticas, que enriqueceram de sabor as poucas quantidades de carnes ou pescados. Estão no mapa da região cidades como Évora, Santarém, Sines, Portalegre e Beja.

    Sopa de tomate

    A base deste caldo leva tomate, cebola, alho, temperos variados (louro, orégano, sal e pimenta) e água fervente. O que confere ponto mais viscoso à mistura é a batata. No Alentejo, os ovos são acrescentados para serem escalfados (fervidos no próprio líquido) antes de a sopa ser servida.

    Açorda

    Não há carne nem legumes nesta receita típica do Alentejo. Leva pão rústico picado, alho picado e coentro. Acrescenta-se água fervente aos poucos, criando uma papa. Por fim, adiciona-se uma gema de ovo, para ser cozida no calor dos ingredientes. 

    Migas

    A primeira parte deste prato consiste em fritar carnes de porco e reservar. Então pega-se pedaços de pão rústicos para passar na mesma frigideira. O acréscimo de água faz surgir uma papa e, posteriormente, umas pelotinhas. É uma comida típica de Portugal no inverno, para ganhar quilos à mesa.

    Ensopado de borrego

    Pedaços de cordeiro novo estão na base deste prato, mais consumido na Páscoa. Suculenta, a receita ganha batatas cozidas no próprio molho da carne e um toque de hortelã fresca ao cozido. O pão alentejano tostado é um complemento indispensável na hora de saborear.

    Carne de porco à Alentejana

    Terra e mar em um prato criado por um cozinheiro do Algarve, mas que usa o porco típico do Alentejo. Marinados de um dia para o outro, os pedaços de carne suína são fritos e ganham a companhia das amêijoas. O calor da mistura faz cozinhar e abrir a concha deste molusco semelhante ao marisco. Nacos de batatas fritas fazem parte do resultado final.

    Comidas típicas do Algarve

    Sinônimo de sol e praia, o Algarve é destino de férias no sul de Portugal. Com o mar a seus pés, natural que as receitas típicas tivessem ingredientes vindos das profundezas do oceano. Da capital, Faro, às cidades de Tavira e Albufeira os pratos primam por frescor e traços da cultura árabe.   

    Amêijoas de Cataplana

    O molusco mais famoso do Algarve é cozido na tradicional panela, originária dos anos de domínio árabe na região. Não faltam cebola, alho, tomate, louro e salsa na composição dessa iguaria, acrescida ainda de pequenas partes de chouriço e bacon. Come-se com pão, especialmente para molhar no caldo.

    Carapaus alimados

    Versão escabeche deste peixe. Limpo e cozido rapidamente em água fervente, ele é regado por azeite e suco de limão. Salsa e rodelas de cebola crua completam a receita, criada para ser consumida até mesmo dias depois do preparo.

    Estupeta de Atum

    As partes menos nobres do atum são chamadas de estupetas. Nesta salada típica do Algarve, a carne é dessalgada antes de ser misturada com cubos de cebola, tomate e pimentões verde e vermelho. 

    Polvo

    O complemento deste título poderia ser grelhado, ensopado, à vinagrete, em forma de salada, assado… Come-se este molusco de todas as maneiras no país. O prato típico de Portugal é muito consumido, especialmente no Algarve, onde se destaca o polvo à lagareiro, temperado a sal e alho e fartamente regado por azeite. Para comer junto? Batatinhas, ora pois.

    Comidas típicas da Ilha da Madeira e dos Açores

    As ilhas situadas no meio do Oceano Atlântico guardam um certo ar tropical em seu clima. Há receitas semelhantes entre si e outras que remetem às comidas típicas de Portugal continental.

    Cozido de Furnas

    Comida de uma panela só. Nela vão carnes de porco, de vaca e de galinha, morcela, chouriço, inhame, repolho, couve, batata, cenoura e nabo. Os ingredientes são postos sem água nem gordura na panela, que é enterrada em buracos no solo vulcânico. Tudo é cozido no vapor a 110°C por cerca de 5 horas. Prato típico de Furnas, localidade na ilha açoriana de São Miguel.

    Bolo lêvedo

    Assim como ocorre com o bolo do caco da Ilha da Madeira, esta receita dos Açores está mais para pão, por causa do formato. E as semelhanças param por aí, já que o de lêvedo, à base de farinha e batata, tem sabor adocicado.

    Bolo do caco

    Entre as comidas típicas de Portugal está esse pão originário da Ilha de Porto Santo, com raízes árabes. Um dos segredos está na quantidade de dobras (3) da massa, que leva nada além de farinha de trigo, água, sal e fermento. O pão é assado sobre uma pedra (o caco) aquecida em brasa.

    Bolo do caco, quase um pão pitta
    Bolo do caco, quase um pão pitta – Foto Holger Leue/Divulgação

    Bifes de atum

    Peixe abundante na região da Ilha da Madeira, o atum é temperado com vinagre, louro, alho e sal. Frito em azeite, ganha acompanhamentos de milho frito e molho vilão – à base de vinho branco, vinagre, cebola e segurelha (erva aromática).

    Lapas

    Este pequeno marisco da ilha é grelhado em manteiga derretida e alho por apenas 5 minutos (se passar disso, fica borrachudo). Serve-se com suco de limão. Prato sazonal, já que a lapa só pode ser apanhada no mar de outubro a abril.

    Prato típico da Ilha da Madeira: Lapa
    Lapa, molusco da Ilha da Madeira – Foto Francisco Correia/Divulgação

    Espetadas de carne

    Pedaços de carne são temperados com sal grosso apenas e fincadas em espetos de loureiro, árvore comum na Madeira. Come-se com cubos de farinha de milho e couve.

    Carne de vinha d’alhos

    O segredo está na vinha d’alhos, marinada que combina vinho, vinagre, alho, louro, cravo-da-índia, pimenta do reino e sal. Pedaços de carne de porco ficam imersos nesta mistura por cerca de 6 horas (há receitas que falam em 2 ou 3 dias!). Depois de dourada em gordura, a carne é servida com pão frito em azeite ou batatas coradas.

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