Guia de Vancouver: o que fazer, onde ficar e mais - Foto: Barbershop Films/Tourism Vancouver/Divulgação
Guia de Vancouver: o que fazer, onde ficar e mais - Foto: Barbershop Films/Tourism Vancouver/Divulgação
Confira dicas de Vancouver (Canadá) neste guia de viagem gratuito: pontos turísticos, hotéis, restaurantes, clima e mais

Em Vancouver, se visita um outro Canadá. A começar pelo clima (sem as montanhas de neve do inverno canadense em outras regiões, porém com mais chuva) e pelo horário (determinado por vários fusos mais ao oeste). A cidade fica no extremo oposto do país, em relação a Toronto ou Montréal.

O alto custo de vida local é bem conhecido pelos brasileiros nos episódios do programa televisivo Ame-a ou Deixa-a Vancouver. Mas também ocupa com frequência os primeiros lugares nos rankings que avaliam as cidades com a melhor qualidade de vida: ostenta a 3ª melhor posição no mundo e 1ª nas Américas, segundo o levantamento de 2019 da consultoria Mercer. Mérito de unir na dose certa os sinais de modernidade que caracterizam uma metrópole com toda a beleza natural que a cerca. Vancouver parece ter brotado em meio às baías formadas a partir do Pacífico, com as montanhas na moldura, ao norte.

Berço da organização não governamental Greenpeace, criada em 1971, o maior município da província de British Columbia pretende consolidar a condição de cidade mais verde do planeta até 2020. Some-se a esse plano, o esforço contínuo de resgatar o passado e o legado das Primeiras Nações, os povos nativos do Canadá. À cultura dos ancestrais dessa região acrescente influências trazidas por pessoas de vários cantos do mundo (muitos, muitos orientais) e você reconhecerá em Vancouver o traço básico da identidade de gente canadense: a diversidade.

Confira abaixo o que fazer e onde ficar em Vancouver, além de restaurantes, compras, clima, eventos, transporte e destinos para um roteiro combinado. Nossa série com sugestões de guia de viagem traz informações grátis e completas para você se planejar uma viagem internacional ou nacional.

GUIA DE VIAGEM | VANCOUVER

pontos turísticos

Cerca de 30 minutos de deslocamento separam uma ida à praia de uma descida da montanha sobre esquis. A natureza chama o visitante para a rua o ano todo. Entre os pontos turítiscos de Vancouver, o Stanley Park é destino obrigatório, seja para uma caminhada entre as árvores, um piquenique ou uma pedalada pelos quase 9 km de ciclovia que contornam sua extensão. O 3º maior parque urbano das Américas abriga um campo de golfe, praias como English Bay e ainda o Vancouver Aquarium, casa de cerca de 70.000 espécies marinhas.

A 10 minutos do aquário estão os coloridos totens, símbolos famosos da arte das Primeiras Nações do Canadá. Para conhecer mais sobre os primeiros habitantes dessa região do país, visite o Museu de Antropologia da Universidade de British Columbia. Se arte for de seu interesse, não deixe de conferir a Vancouver Art Gallery e seu acervo de 10.000 peças. Antes da viagem, você pode garantir ingressos de atrações e passeios em Vancouver.

Para mais vida ao ar livre, siga em direção a North Vancouver e encare os 70 m de altura da Capilano Suspension Bridge. A ponte suspensa sobre o Capilano River e o mirante com chão de vidro à beira do precipício (Cliffwalk) são de tirar o fôlego. Mais 10 minutos de carro e você chega à Grouse Mountain. Alcance os 1.250 m do topo dessa montanha a bordo do Skyride. No inverno, a região é procurada pelos praticantes de esqui e por gente que curte patinação no gelo e snowshoeing.

Tirolesa, parapente e observação de ursos pardos são atividades típicas do verão lá no alto. Em terra firme, são as praias que ganham vida na estação mais quente do ano, sendo Kitsilano uma das mais badaladas, com uma piscina pública de água salgada e muito espaço para praticar esportes, de vôlei de praia a skate.

Os passeios de balsa por False Creek revelam Vancouver sob outra perspectiva, a partir das baías que cercam a cidade. Na primavera, explore cores e cheiros no Bloedel Conservatory, no Van Dusen Botanical Garden e no Dr. Sun Yat-Sen, o maior jardim em estilo chinês fora do país asiático, em Chinatown, vizinha ao charmoso bairro de Gastown. É lá que a cidade foi fundada e onde fica o famoso relógio a vapor que apita a cada 15 minutos e um dos ícone mais fotografados em Vancouver.

Guia de Vancouver
Canada Place e a baía - Foto: Fairmont Pacific Rim/Tourism Vancouver/Divulgação
Aquário de Vancouver
Aquário de Vancouver - Foto: @ComoViaja

HOTÉIS

Para escolher entre os hotéis em Vancouver, considere o fato de que o agito está no Centro (Downtown). Ao olhar o mapa dessa região, pense nele como um relógio, tal como o que apita em Gastown. Desse modo, os quartos de hora representam os principais bairros da cidade: Gastown (onde Vancouver nasceu) equivaleria a 3 da tarde; Yaletown (área chique e hipster) poderia ser visualizada como 6 horas; West End (região de fronteira com o Stanley Park) ocuparia as 9 horas; Coal Harbour (parada de cruzeiros) fecharia a volta desse ponteiro imaginário na casa das 12 badaladas.

Ou seja, dentro dessa área desenhada, está bem localizado em relação a lojas, restaurantes, parques públicos e pontos turísticos de Vancouver. Na extensão de frente para a baía, o Fairmont Waterfront e o Fairmont Pacific Rim oferecem linda vista e ainda ficam a uma curta caminhada de lugares como o Canada Place (centro de convenções), o Fly Over Canada (simulador de voo 4D) e da instagramável pira olímpica, símbolo dos Jogos de Inverno de 2010. O Opus Hotel (com pegada boutique, na medida para casais) e o YWCA Hotel (bom custo-benefício para famílias) convivem harmoniosamente na descolada Yaletown, próximos a estações de metrô e à Robson Street, a rua das compras.

Ícone de West End, o Sylvia Hotel está de frente para a English Bay, a 2 minutos a pé do Stanley Park. Na mesma região, o Times Square Suites é uma experiência de hospedagem diferente. Seus apartamentos estão equipados com cozinha completa e lareira a gás, e o rooftop permite enxergar as montanhas ao norte. Com decoração que remete aos povos nativos que habitavam Vancouver, o Skwachàys Lodge é uma opção colada ao circuito gastronômico de Gastown e a menos de 5 minutos do jardim de Chinatown.

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RESTAURANTES

Fresco, local e sazonal é o lema da culinária nos restaurantes em Vancouver. Frutos do mar, vegetais e carne animal formam a base de produtos presentes nas muitas vertentes gastronômicas espalhadas pela cidade. Em Gastown há restaurantes badalados como o Saly Tasting Room (que só usa ingredientes da Costa Oeste) e casuais da linha do Ask for Luigi, que prepara pasta e dispensa reserva.

Para quem gosta de combinar pratos e porções com cervejas artesanais, The Belgard Kitchen é uma alternativa dentro do bairro mais antigo da cidade. Pertinho dali, já no limite com Chinatown, o Sai Woo e o Mamie Taylor’s são exemplos da nova cozinha asiática, enquanto o Floata ainda serve frutos do mar ao estilo tradicional Hong Kong.

A variedade de culturas nos restaurantes em Vancouver possibilita provar sabores de várias partes do mundo apenas trocando de calçada. E a região da The Drive é uma espécie de Disney em matéria de comida. Tem culinária etíope, jamaicana, grega, turca e, principalmente, italiana, já que a Little Italy de Vancouver fica neste que é o pedaço mais multicultural da cidade.

Cruze a baía, coma sem culpa até fartar-se com o que há de mais fresco (de caranguejo a hambúrguer de bisão) nos cerca de 70 restaurantes do mercado público de Granville Island. De carro, a 5 minutos dali, ouse provar pratos típicos das Primeiras Nações no Salmon’n Bannock Bistro. Ou procure por Mr. Bannock, primeiro food truck especializado em pratos indígenas e um dos 100 pontos de comida de rua espalhados pela cidade.

Considerada por muitos como a capital gastronômica do Canadá, Vancouver também é reconhecida por ser boa de copo graças às cerca de 270 vinícolas da província de British Columbia. É possível sentar-se em bares especializados em servir taças, de Chardonnay a Zweigelt. Em Kitsilano, o Boathouse Restaurant harmoniza alguns varietais com um menu formado predominantemente por pescados.

A região da Main Street é reduto dos cervejeiros, hipsters ou não. Sozinho ou em tours guiados, percorra os bares das principais fábricas artesanais, como 33 Acres, Brassneck e Main Street Brewing Company. Para tomar drinks, dançar e ver shows ao vivo, siga para Granville Street, corredor que corta Vancouver por 3 km, onde os letreiros iluminados atraem os mais jovens para bares e clubes noturnos, especialmente nos fins de semana. Gastown e Yaletown fisgam casais e um público que prefere harmonizar coquetéis e bom papo.

compras

Robson Street é o circuito comercial mais conhecido. Reúne a gigante americana Nordstrom (no shopping Pacific Center) e a sofisticada Holt Renfrew (várias grifes internacionais em um só endereço), além de lojas de produtos de beleza e esportivos (a Lululemon vende tudo para quem quer manter a forma).

Gastown é lugar de looks originais e ateliês de artesanato. Livros, discos e achados de outros cantos do mundo (da Itália, por exemplo) são o forte da Commercial Drive — para os locais, apenas The Drive. Já Yaletown é o destino para produtos exclusivos, galerias de arte e a moda que não é feita em escala industrial. Artigos vintage e peças indie atraem compradores para o trecho sul da Main Street.

No McArthur Glen Designer Outlet, renomadas marcas (Hugo Boss, Calvin Klein, Gap, J.Crew, entre outras) oferecem descontos de 30 a 70%. Tem praça de alimentação, vagas de estacionamento aos montes e conexão gratuita de trem com o aeroporto de Vancouver, a apenas 3 minutos do outlet.

TRANSPORTE

O aeroporto de Vancouver fica a 25 minutos do centro da cidade. Táxis oficiais ficam localizados no 2º piso da área de desembarque. Há trens que ligam o aeroporto e partem a cada 7 minutos rumo à região central. Se for esticar pelas estradas de British Columbia, vale investir no aluguel de carro para seguir viagem depois.

Dentro da cidade, o quadriculado formado pelas ruas facilita na localização e na locomoção por meio de transporte público. As vias tranquilas de West End e a orla em Coal Harbour pedem uma caminhada a pé. Se cansar, suba num ônibus. Muitas linhas atravessam de ponta a ponta as principais vias da cidade. Sobram rotas para o uso de bicicleta em Vancouver. Escolha se deseja compartilhar, alugar ou subir na magrela em tours guiados.

Cercada por água, Vancouver também pode ser conhecida com o popular Aquabus. O táxi aquático de Vancouver liga 8 pontos, entre eles Yaletown e Granville Island.

visto

Veja o passo a passo para tirar seu visto canadense, pois o país exige esse documento de viajantes brasileiros. Se você esteve no Canadá ou nos Estados Unidos nos últimos 10 anos, pode pedir uma eTA Canada, autorização eletrônica de viagem, caso sua chegada ao país seja de avião. Desde maio de 2017, quando foi lançada essa modalidade, já foram emitidas em torno de 300.000 eTAs para brasileiros, segundo informação do Consulado do Canadá em São Paulo. A autorização eletrônica é bem mais barata e menos burocrática do que o processo de visto.

MOEDA

Compre dólar canadense para levar moeda estrangeira — a cotação costuma ser mais baixa que a do americano. Hotéis e restaurantes em Vancouver aceitam cartões, especialmente Visa e Master. Caixas eletrônicos (ATM) estão por toda a cidade. Gorjetas: nos restaurantes, deixe de 15% a 20% do total da conta, dê entre 2 e 5 dólares canadenses por mala ao carregador durante a hospedagem e acrescente entre 10 e 20% ao valor da corrida de táxi.

CLIMA

Junho, Julho e Agosto são os meses mais quentes — manhãs acima dos 20° C e tardes mais frescas. De janeiro a março prepare-se para um inverno de temperatura oscilando entre 0 e 5°C. Raramente neva, mas Nathalia já pegou a cidade com gelo em 2016 e nevou muito neste inverno de 2019. O que ocorre muito por lá é chuva, que deu à cidade o apelido de ‘raincouver’. Chove durante o ano todo, especialmente em novembro (média de 200 mm).

EVENTOS

Gastronomia em Vancouver é celebrada em eventos como o festival Dine Out - Foto: Vision Event Photography/Tourism Vancouver/Divulgação

A boa mesa é celebrada em dois festivais realizados no início do ano: em janeiro, tem o Dine Out (com destaque para menus de 3 pratos a preços fixos em diversos restaurantes da cidade); entre fevereiro e março é tempo de Vancouver Wine Festival, que há 4 décadas celebra o vinho de British Columbia e de outros países. Com duração de 2 anos, a Bienal de Arte transforma espaços públicos em uma galeria a céu aberto — brasileiros como OsGemeos estão entre os artistas convidados.

Há 30 anos, montagens teatrais e eventos dedicados a Shakespeare em plena praia são o mote do festival Bard on the Beach, de junho a setembro. O verão também reserva espaço para a música em eventos como o Vancouver Jazz Festival (junho) e Folk Music Festival (julho). No fim do ano, além do tradicional mercado de Natal de Vancouver perto da pira olímpica, o Canyon Lights deixa brilhando a Ponte Capilano com as luzes de Natal, juntamente com a iluminação do parque ao redor.

MAIS DESTINOS

Uma bonita viagem de carro é percorrer a rota cênica Sea to Sky, de Vancouver (no nível do Oceano Pacífico) a Whistler (distante 120 km, nas montanhas, a 670 metros de altitude). O principal destino de esqui no Canadá também encanta sem neve, pela paisagem e pelo que há além do esqui. O destino fica nas Montanhas Costeiras de British Columbia. Para ir mais longe e mais alto, siga rumo às Montanhas Rochosas, com paradas em Jasper, Banff e Lake Louise, cidades da vizinha província de Alberta. Há também passeios em Jasper e outros pela natureza da região.

Se a ideia for explorar a região ao nível do mar, Vancouver Island reúne destinos de perfis diversos: da bela Victoria (florida capital da província) à meca do surfe Tofino, passando por Nanaimo, lugar de origem que também empresta nome a um doce entre as comidas típicas do Canadá. Em passeios de ferry, é possível conhecer a costa norte, Nanaimo e Victoria, entre outros lugares. Dá ainda para embarcar num cruzeiro em Vancouver, com rotas que vão até o Alasca e Seattle. A cidade americana, a 230 km, também é destino para uma esticada.

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