A melhor época para ir aos Lençóis Maranhenses é agora, no meio do ano, com as lagoas cheias. Eu sabia disso quando, anos atrás, resolvi arriscar a viagem em março. Podia pegar chuva, mas não peguei. Deu sol! O tempo estava a favor. Se tem algo que não falta no Maranhão é calor, ótima desculpa para quem, como eu, adora sorvete. Acho que nunca provei tanto picolé como em Barreirinhas.
Barreirinhas é uma cidade bem pequena, a uns 250 quilômetros de São Luís. Ela é o ponto de apoio para se conhecer os Lençóis Maranhenses. Ali os turistas se hospedam e compram artesanato de palha de buriti. Do trançado da folha dessa árvore muito comum na região saem chapéus e bolsas, que costumam ser mais baratos do que nas lojas da capital.
Os passeios para o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses são feitos por empresas de Barreirinhas com carros 4 x 4. As saídas dependem de preencher os lugares no veículo. O roteiro mais comum leva às Lagoas Azul e do Peixe, por isso, sempre tem gente para fazer esse passeio. Para ir à Lagoa Bonita é preciso agendar se estiver fora de temporada, como no meu caso. Mas eu estava vindo de uma semana em Jericoacoara, num espírito mais leve impossível, então, é claro que não reservei nada. Quem não agenda o passeio tem de torcer para aparecer mais gente ou pagar sozinho pelo carro. Opa, tinha mais turista interessado em ver a Bonita! A sorte estava a favor.
Muita gente desiste de ir até a Lagoa Bonita, mais distante que as duas primeiras, porque não reservou o passeio e porque sai mais caro fazer os dois roteiros. Pense no dinheiro que gastou para ir até lá. Vale economizar num passeio fundamental? As Lagoas Azul e do Peixe ficam próximas uma da outra e são lindas, mas a Bonita… Só ali eu tive realmente a sensação de ter ido aos Lençóis. Depois de uma subida íngreme, o horizonte se alonga. Para todo lado que se olha está lá uma sequência de dunas entremeadas por lagoas. De tudo o que já vi de paisagem na vida, essa visão está entre as mais marcantes.
Na partida para São Luís, faltou grana para voar, fui por terra. Quem já voltou de avião para a capital maranhense diz que, do alto, se tem a melhor vista da sequência de dunas. Deve ser verdade, já que são aéreas as fotos clássicas que mostram a terra se desdobrando como um lençol esvoaçante — dá para entender a escolha do nome para a região. Sem lagoas cheias tampouco vista panorâmica, a imagem dos Lençóis nunca saiu da minha cabeça. E, pela foto ainda da época do filme, dá para ter uma ideia de que isso faz tempo.
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