Autor: Nathalia Molina

  • Harry Potter na Universal Orlando: parques, atrações e trem

    Harry Potter na Universal Orlando: parques, atrações e trem

    Um mundo onde gente (adulta, inclusive) veste capas e para diante de vitrines e fontes, para fazer truques sacudindo varinhas. Um lugar onde uma cadeira vira uma vassoura voadora, uma moto corre sobre as árvores e uma cerveja frozen pode ser bebida até por criança. The Wizarding World of Harry Potter, na Universal Orlando, é meu pedaço favorito nos parques da Flórida.

    Dividida entre o Islands of Adventure e o Universal Studios Florida, a área inspirada na saga escrita por J.K. Rowling se conecta por um trem, como na história, o Expresso de Hogwarts.

    Antes de mais nada, para embarcar na locomotiva de época é preciso comprar um ingresso Park-to-Park da Universal Orlando, que dá acesso aos 2 parques no mesmo dia. Vale muito a pena, não só pela fantasia de viajar no Expresso de Hogwarts, bem como pela praticidade de ser levado pelo trem do Harry Potter do fundo de um parque à ponta do outro.

    Estação do Expresso de Hogwarts, no Islands of Adventure
    Embarque no trem de Hogwarts, a experiência completa

    Fique na Universal, ganhe 1 hora no parque

    Uma vez que eu já estive no The Wizarding World algumas vezes, te conto a seguir tudo o que tem para ver e fazer lá. Detalhe: quem se hospeda nos Hotéis da Universal Orlando tem acesso ao parque até 1 hora antes do público em geral. Isso pode ser uma grande vantagem na disputada montanha-russa do Hagrid, que não faz parte das atrações do Express Pass.

    Além disso, a hospedagem dentro do complexo dá direito a transporte gratuito para os parques e, no caso de 3 hotéis (entre eles, o Hard Rock Hotel Orlando), a diária inclui o passe expresso nos parques.

    Embarque na aventura

    Você até pode não entender nada de Harry Potter. Porém, não se preocupe, The Wizarding World te apresenta ao mundo do bruxinho com uma incrível ambientação e riqueza de detalhes. Eu te recomendo, no entanto, que veja pelo menos o primeiro filme. Porque, quanto mais você sabe da saga, mais fascinante fica a visita à vila de Hogsmeade com seu Castelo de Hogwarts e a Londres do Beco Diagonal.

    Apresentação no The Wizarding World of Harry Potter, na Universal Orlando
    Tudo temático: lojas, restaurantes e shows

    Trouxas (como são chamados os não bruxos), nos vimos às voltas com o universo criado pela escritora J.K Rowling desde a infância do Joaquim, hoje com 13 anos. Porque ele consumiu a coleção de livros inteira, assistiu a todos os filmes, ganhou uma porção de camisetas e canecas e escolheu quadrinhos dos personagens para decorar seu quarto.

    Desse modo, nosso filho ficou deslumbrado quando entrou, aos 10 anos, no universo de Harry Potter na Universal Orlando. Na ocasião, ele viajava com o lado carioca da família. Isso foi pouco antes da pandemia em 2020, quando The Wizarding World of Harry Potter completou uma década. Quim voltou das férias com a avó, tios e os primos e, uma semana depois, o mundo se trancou.

    Lembranças mágicas

    Durante um ano e meio de quarentena, em que estivemos apenas nós dois e meu marido e pai dele, Fernando, muitas vezes nos falou sobre os truques com a varinha, os ambientes temáticos, a paisagem pela janela do Expresso de Hogwarts e os gritos da avó a bordo da vassoura voadora de Harry Potter.

    Atualmente, seu mundo se ampliou e nosso adolescente Quim não é mais Harry Potter maníaco. Os livros da saga, no entanto, continuam em destaque na estante dele, enfeitada também por uma caneca caldeirão e pelo Castelo de Hogwarts em pecinhas de Lego.

    Retorno ainda mais inesquecível

    Por isso, quando entramos no The Wizarding World of Harry Potter na Universal Orlando no fim de 2022, a fantasia voltou com força. Nós dois mergulhamos e levamos junto o Fernando para voar nesse universo mágico. Essa viagem a Orlando em família foi inesquecível, encerrou o ano de um jeito muito mais do que especial.

    Não apenas pelo bruxinho, é fato. Sim, principalmente, pelas memórias que construímos juntos. Mas que aquele danado é bem responsável por parte desse truque, ah, lá isso é. Até voltei de lá com um casaco de moletom com as listras das 4 casas da Escola de Hogwarts, a saber: Grifinória (vermelho), Lufa Lufa (amarelo), Corvinal (azul) e Sonserina (verde).

    The Wizarding World of Harry Potter, na Universal Orlando

    Todos os ambientes dessa área temática nos parques faz o visitante se sentir dentro da saga de J.K. Rowling. No Islands of Adventure, Hogsmeade ganhou vida, com a vila e o Castelo de Hogwarts. Da mesma maneira, Londres e o Beco Diagonal tomaram forma no Universal Studios Florida. Abaixo listo o que ver na área temática nos dois parques.

    Para informações e localização de atrações, restaurantes e lojas, veja o aplicativo da Universal. Lá também dá para conferir os horários de apresentações na área temática. Quer seja bruxo, quer seja trouxa, esqueça a pressa na hora de explorar os ambientes em geral. Afinal, o objetivo aqui é curtir o universo de Harry Potter, e atrações, restaurantes e lojas podem ter filas (muitas vezes, longas).

    Hogsmeade, no parque Islands of Adventure
    Hogsmeade, no parque Islands of Adventure
    Beco Diagonal, no Universal Studios Florida
    Beco Diagonal, no Universal Studios Florida

    Londres e o Beco Diagonal, no Universal Studios Florida

    Esse pedaço do universo Harry Potter foi inaugurado em julho de 2014. É sem dúvida uma graça a Londres recriada por lá, dá para se perder nos restaurantes e nas lojas, como as de roupas da Madam Malkin (onde uniformes das 4 casas são vendidos aos bruxos). Mesmo que você não pretenda comprar nada, ande atento aos detalhes nas vitrines e no interior das lojinhas pois há diversas surpresas.

    Pelas ruas desse pedaço do Universal Studios Florida, também há shows de Celestina Warbeck, cantora favorita de Molly Weasley (mãe do Rony, amigo de Harry), e igualmente espetáculos de teatro da Escola de Hogwarts com os Contos de Beedle, o Bardo (o Shakespeare do mundo bruxo).

    Fogo do dragão no banco Gringotes

    É entrar no Beco Diagonal e já ver um monte de gente esperando o momento em que o dragão Ukrainian Ironbelly solta fogo no alto do prédio do banco Gringotts (ou Gringotes, na tradução para o português). O barulho e a chama estão em muitos vídeos postados nas redes sociais. Quando estivemos na Universal em família, ele deu uma canseira no Fê porque demorou mais do que o normal para entrar em ação. Se acontecer com você, espere porque vale a pena ver o bichão lançando a chama.

    Atração da fuga do Banco Gringotes

    Dentro do prédio do dragão, está a atração do Beco Diagonal: Harry Potter and the Escape from Gringotts. A espera da atração tem uma ambientação surpreendentemente fantástica. Você passa pelo salão com um lustre de 62.000 cristais no centro e funcionários nas laterais. Você pode perguntar algo aos goblins e também trocar notas de US$ 10 e US$ 20 por dinheiro do Banco Gringotes, a fim de pagar por compras na área de Harry Potter na Universal Orlando – o que não gastar pode trocar de volta para dólares na área de atendimento ao cliente (Guest Services).

    Fuga do Banco Gringotes, no Universal Studios Florida
    Fuga do Banco Gringotes, atração de Harry Potter

    Mistura de simulador 4D com uma leve montanha-russa indoor, a brincadeira exige que os bruxos tenham altura de pelo menos 107 cm. A fim de sentir emoção extra pelo subterrâneo do prédio, o ideal é sentar na parte de trás do carrinho, onde se percebe mais os movimentos. Na frente, a imersão é melhor, com a visão desimpedida. Quem tem o Express Pass (passe expresso da Universal para atrações) usa aqui e economiza um bom tempo na fila, que anda mais rapidamente.

    Lojas Weasleys’ Wizard Wheezes e Magical Menagerie

    Na vitrine da Magical Menagerie, a cobra fala inglês e a língua das cobras com os visitantes. A Weasleys’ Wizard Wheezes, loja dos gêmeos Fred e George, irmãos do Rony, vende muitas maluquices como as que o Quim comprou durante a viagem com a família em 2020: uma orelha gigante com um fio, que ele usava para escutar a conversa dos pais de longe, e um ioiô, que grita esganiçadamente enquanto sobe e desce

    Ollivanders, a loja de varinhas

    O ponto de venda dessa fabricante de varinhas desde 382 a.c. originalmente fica no Beco Diagonal, mas, na Universal Orlando, os visitantes encontram uma filial em Hogsmeade, para o caso de visitarem somente o parque Islands of Adventure. É um barato passear pela loja, sempre lotada por ser uma atração bem conhecida pelos fãs de Harry Potter.

    Varinhas na loja Ollivanders
    Varinhas na loja Ollivanders

    A varinha pode te escolher, como ocorre no filme. Primeiramente, um dos visitantes é chamado para a experiência com um mestre bruxo e não precisa comprar a varinha designada pela magia (difícil é resistir). Todos os modelos vêm em caixinhas, dispostas em prateleiras tortas, em estantes que vão do chão ao teto. Dentro delas, há um mapa mostrando onde os feitiços podem ser encontrados no The Wizarding World.

    Truques com as varinhas

    Ao todo, são 25 feitiços no The Wizarding World of Harry Potter. A maior parte deles (16) fica aqui, no Beco Diagonal. Ao passo que o restante está no outro parque, na Vila de Hogsmeade. Medalhões dourados marcam no chão o lugar para o aprendiz se posicionar, e desenhos neles ensinam como executar o movimento correto.

    Truque com varinha no Beco Diagonal, no guarda-chuva
    Truque do guarda-chuva no Beco Diagonal

    Ainda assim, alguns truques já são bem conhecidos pelos fãs, entre eles, os que envolvem água no poço situado na área mais ampla do Beco Diagonal e no guarda-chuva diante dos banheiros. Quando parar diante das vitrines, veja antes de mais nada se não tem um medalhão no chão mostrando algum feitiço. Na escura Knockturn Alley, a Travessa do Tranco, o Quim controlou uma caveira e fez o troço dançar imitando os movimentos dele.

    Sorveteria de Florean Fortescue

    O nome completo da sorveteria de esquina é Florean Fortescue’s Ice-Cream Parlour. Prepara sabores tão diferentes quanto lavanda, cerveja amanteigada, caramelo salgado e Earl Grey (tradicional tipo inglês de chá).

    Sorveteria Florean Fortescue no Universal Studios Florida
    Movimento na sorveteria Florean Fortescue no verão

    Restaurante Caldeirão Furado

    Mesmo que você não vá comer no Leaky Cauldron, dê uma entrada para ver o salão e o caldeirão furado – repare que a placa do restaurante pinga. Ele aparece em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, terceiro livro da série de J. K. Rowling. Só para ilustrar, o menu apresenta clássicos do Reino Unido, como fish and chips (com batatas e bacalhau fritos), bangers and mash (salsicha com purê de batata) e fisherman’s pie (torta com salmão, bacalhau e camarão).

    Ônibus de Prisioneiro de Azkaban

    Fica fora do Beco Diagonal, em frente à King Cross Station, a estação do Expresso de Hogwarts. Todo mundo conversa com a cabeça do motorista do ônibus, usado na filmagem de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Depois de fazer uma foto com ele e seu ajudante uniformizado, vá até a parte de trás do veículo para que você veja e registre, através das grades, como é por dentro o transporte de emergência para bruxos.

    Ônibus em Harry Potter com cabeça de motorista
    Ônibus em Harry Potter, dirigido por uma cabeça

    Cabine telefônica vermelha de Londres

    Na calçada diante do ônibus, está a cabine londrina. Entre e disque 62442 – os números formam a palavra MAGIC no teclado – para ouvir uma mensagem do Ministério da Magia.

    Casa de Sirius Black

    Na mesma calçada da cabine telefônica, bata na porta da casa de número 12 e volte em direção à rua, na Grimmauld Place. Olhe para a janela para ver o elfo Kreacher aparecer. 

    Hogsmeade e o Castelo de Hogwarts, no Islands of Adventure

    Depois de cruzar a entrada de Hogsmeade, é comum ficar boquiaberto e parar para admirar a vila, e, por consequência, tirar uma foto das casinhas cobertas de neve. Pois fique sabendo dentro delas funcionam restaurantes e lojas, como a Owl Post (de onde se pode enviar uma carta com selo de Hogsmeade) e a Dervish and Banges (em que é possível ver o Monstruoso Livro dos Monstros e suas Criaturas Mágicas). No fim da rua, a visão se abre para a imponência do Castelo de Hogwarts. 

    Para trás ficou a estação do Expresso de Hogwarts. À direita, está a entrada da montanha-russa do Hagrid, embora geralmente você só chegue a esse ponto depois de percorrer uma longa fila, cujo começo estava bem antes no Islands of Adventure. Nas ruas de Hogsmeade, há apresentações do coral com sapos, de Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban, e desfile do Torneio Tribuxo, de Harry Potter e o Cálice de Fogo.

    Esse pedaço do The Wizarding World foi aberto em junho de 2010, com a presença da autora J.K. Rowling e dos atores Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Rony) e Tom Felton (Draco Malfoy, inimigo de ambos).

    Entrada da vila de Hogsmeade, no Islands of Adventure
    Entrada da vila de Hogsmeade, no Islands of Adventure

    Montanha-russa ou motocicleta do Hagrid

    Essa foi a forma simplificada de nos referirmos à atração Hagrid’s Magical Creatures Motorbike Adventure, um passeio a bordo da motocicleta do gigante de Hogwarts. Inaugurada em 2019, segue tendo fila extensa. Não há passe expresso, então você pode ter de encarar até 2h30 de espera, como Quim e Fê fizeram na terceira vez em que resolvemos voltar à montanha-russa.

    No dia anterior, nessa viagem em dezembro de 2022, já tínhamos ido 2 vezes na motocicleta porque fizemos o tour VIP da Universal, com acompanhamento de um guia do parque e acesso às atrações pela saída. Você não vive a ambientação proposta para a fila, algo comum nos parques de Orlando, mas ganha tempo para ver e experimentar mais.

    Com minha amiga Marie-Julie, em Orlando

    A melhor atração do parque

    Eu tinha conhecido a montanha-russa do Hagrid no meio do ano passado, quando estive em Orlando para o IPW, principal encontro do setor de turismo dos Estados Unidos. Andei algumas vezes com a minha amiga Marie-Julie Gagnon, jornalista canadense que também foi cobrir o evento.

    No retorno aos parques, na companhia do Fê e do Quim, eu queria muito que eles experimentassem essa sensação, já que nosso filho não tinha conhecido essa atração na viagem de 2020. Assim como eu, eles amaram; é nossa atração preferida nos parques da Universal Orlando. Uma montanha-russa cheia de surpresas, mas sem looping ou mergulhos radicais.

    Montanha-russa do Hagrid, na Universal Orlando
    A imperdível montanha-russa do Hagrid

    Sentado na moto ou no sidecar, você percorre a Floresta Proibida voando sobre árvores ou entre ruínas. A aventura, com exigência de altura mínima de 122 cm, inclui marcha ré por uns 20 metros antes de a moto ser inesperadamente lançada para outro trilho. É a mais longa montanha-russa da Flórida, com extensão de 1,5 km.

    Atração de voo de vassoura no Castelo de Hogwarts

    O nome oficial é Harry Potter and the Forbidden Journey. É uma atração espetacular, realmente o simulador 4D te faz sentir de tal forma que é posto dentro dos filmes da saga, em momentos como o jogo de quadribol. A fila em si já é uma doideira, com ambientações impressionantes com quadros que falam, escritório de Dumbledore e sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Aqui o Express Pass é aceito e pode brincar quem mede pelo menos 122 cm.

    Castelo de Hogwarts por dentro no Islands of Adventure
    Quadros que falam no Castelo de Hogawarts

    É comum enjoar nessa atração porque o cadeirinha joga muito de um lado para outro, com você sentado de pés pendurados. Tente manter os olhos sempre no que está na tua frente. A tentação de olhar para o lado costuma piorar o enjoo em simuladores.

    Montanha-russa infantil Flight of the Hippogriff

    Essa é para as crianças irem se acostumando a montanhas-russas. Lembra muito aquelas de inocentes parques da infância nos anos 1980. A família pode se divertir junto entre as abóboras do jardim de Hagrid. Os bruxinhos precisam ter pelo menos 92 centímetros para encarar os trilhos.

    Cerveja amanteigada e suco de abóbora

    Os dois são vendidos tanto no Beco Diagonal quanto na vila de Hogsmeade, e ambos são doces, é bom avisar. Por esse motivo, sempre pego a butterbeer na versão frozen, pois corta um pouco o açúcar. Quando estive em julho de 2022, caiu magistralmente bem frente ao calor dos parques. Em resumo, tomei várias. Além dos restaurantes, carrinhos em forma de barril vendem a bebida. O que fica perto da ponte, em frente ao castelo, costuma ter menos fila do que o do meio da vila. Mas, no tour de Natal da Universal Orlando, me arrependi de não ter provado a versão quente, já que meus dedos e tubo digestivo congelaram com o gelo no frio à noite.

    Cerveja amanteigada de Harry Potter na Universal
    Cerveja amanteigada frozen, a predileta

    Loja Honeydukes para sapos de chocolate e feijões coloridos

    Vende sapos de chocolate com cards colecionáveis dos bruxos e também caixinhas com os Bertie Bott’s Every-Flavour Beans, com alguns gostos inimagináveis como cera de ouvido e vômito. Quim e Fê fizeram até um vídeo provando os feijões coloridos de Harry Potter, em 2020. Em outras palavras, um lugar peculiar.

    Show de luz e som no Castelo de Hogwarts

    No encerramento do parque, muita gente se posta diante do castelo ou na ponte, na lateral da montanha no alto da qual ele está localizado. Todas as vezes em que vi o show de luz e som achei lindo. Há versões temáticas, como a do tour de Natal, e a Dark Arts, com projeções que remetem a Voldemort e os dementadores.

    Show no Castelo de Hogwarts
    Show de luz e som no Castelo de Hogwarts

    Expresso de Hogwarts, o trem do Harry Potter

    Sombras das criaturas e de personagens da saga também aparecem na porta, dentro do Expresso de Hogwarts, durante o trajeto entre os parques Universal Studios Florida e Islands of Adventure. O trem do Harry Potter é uma das atrações mais fantásticas em termos de produção. Para embarcar é preciso comprar um ingresso Park-to-Park da Universal Orlando, que dá acesso aos 2 parques no mesmo dia. E vale a pena investir uns dólares a mais, com toda a certeza

    Expresso de Hogwarts por dentro
    Aventura na janela do Expresso de Hogwarts

    A locomotiva conecta a parada diante da entrada da vila de Hogsmeade com a Estação King’s Cross, no Universal Studios Florida. Fique atento ao cenário criado nos 2 extremos. Em King’s Cross, divirta-se com o truque de atravessar a parede na Plataforma 9 ¾. Ah, a experiência no trajeto é diferente nos dois sentidos.

  • Four Seasons Cidade do México, um luxuoso refúgio na capital

    Four Seasons Cidade do México, um luxuoso refúgio na capital

    A localização é central, um entroncamento onde a Avenida Sonora desemboca no Paseo de La Reforma, perto do Museu Nacional de Antropologia e do Bosque de Chapultepec. Enquanto carros, bicicletas e pedestres disputam espaço na caótica capital mexicana, a calmaria preenche o pátio ao ar livre no centro do Four Seasons Cidade do México. Os arcos em volta, a fonte central, a gama de cores. Da arquitetura colonial espanhola ao paisagismo, tudo colabora para a sensação de paz na parte interna do hotel de luxo.

    O serviço do Four Seasons Mexico City é impecável. Considerando recepção, restaurantes e o time que cuida dos quartos e do atendimento em áreas comuns, a hospedagem fluiu naturalmente bem. Me senti acolhida, sem exageros invasivos ou formalidades desnecessárias. Isso nem sempre ocorre, mesmo em empreendimentos de luxo.

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    Recepção do hotel de luxo no México
    Luxo visto já na chegada ao hotel

    Desde 2016, a propriedade está na lista dos hotéis AAA Five Diamond, denominação dada a requintadas experiências de qualidade. Na edição de 2022, a seleção ganhou mais dois Four Seasons, ambos nos Estados Unidos: Hotel at The Surf Club (em Surfside, Flórida) e Hotel Philadelphia at Comcast Center.

    Como é o hotel de luxo na Cidade do México

    Uma rápida olhada ao redor do pátio central do Four Seasons Mexico City, na direção dos andares acima, encontra janelinhas simétricas. O visual é de hacienda (como são chamadas as fazendas coloniais na América hispânica), porém o acabamento e a decoração são contemporâneos. Isso fica claro já na recepção e no corredor que leva de lá até o pátio do hotel de luxo.

    Corredor até o pátio do Four Seasons Cidade do México
    Corredor da recepção ao pátio

    Nos andares, as cortinas abertas deixam entrar uma atmosfera de tranquilidade no quarto. A maior parte das 240 acomodações, divididas em 11 categorias, está voltada para dentro do hotel. A luminosidade aqueceu meu quarto de aconchego, casando perfeitamente com o conforto da cama e das amenidades disponíveis. Ao lado do armário, uma estação com máquina de café, café orgânico e água mineral.

    Quarto do hotel Four Seasons Cidade do México
    Conforto e luminosidade dentro do quarto

    O banheiro em mármore de tons claros tinha chuveiro e banheira separados, além de sanitário num cômodo adjunto. A ducha em volume abundante ficava mais gostosa com os produtos de higiene da francesa L’Occitane.

    Banheiro do quarto Four Seasons Cidade do México
    Banheiro e amenities no Four Seasons Cidade do México

    Na cobertura do hotel, o health club possui uma pequena piscina, academia e salas de tratamento de spa. Não é o ponto forte ali, talvez por falta de espaço ou demanda, com tantos viajantes a negócios ou a lazer ávidos por atrações culturais. O Four Seasons Cidade do México conta ainda com uma filial da Gentlemen’s Tonic, barbearia de Londres.

    Piscina do Four Seasons Mexico City
    Pequena piscina na cobertura

    A experiência gastronômica é excelente e aberta a não hóspedes no Four Seasons Mexico City. Mesmo quem vive em São Paulo, acostumado à larga oferta de restaurantes italianos, pode se surpreender no restaurante italiano Il Becco. O chef Julian Martinez faz um inesquecível agnolotti ao limão, recheado com mascarpone. Uma deliciosa ideia para encerrar o dia, ainda que você não esteja hospedado no Four Seasons.

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    Restaurante Il Becco, na Cidade do México
    Agnoloti de mascarpone no Il Becco

    O dia começa e pode terminar no Zanaya – que ambiente agradável e piso lindo! O buffet de café da manhã tem variedade e qualidade da parte gelada (frutas, iogurtes, frios e pudim de chia delicioso) à padaria (croissant, pain au chocolat). Tire tempo para aproveitar. O restaurante serve ainda almoço e jantar, além de brunch nos fins de semana. Especialidades mexicanas estão sempre entre as opções.

    Buffet de café da manhã do hotel Four Seasons
    Excelente buffet de café da manhã

    O que fazer no Four Seasons Mexico City

    O time de concierge faz parte da prestigiosa associação Les Clefs d’Or. Toda vez em que passei no cantinho deles, perto da escada, não apenas tiraram minhas dúvidas como acrescentaram ideias aos meus passeios pelos bairros próximos na Cidade do México.

    O hotel também organiza experiências, como voo de balão sobre o sítio arqueológico de Teotihuacan ou um almoço preparado pelo chef do hotel, Emiliano Rabía, entre os canais de Xochimilco. Os dois passeios podem ser feitos também por conta própria ou com agências. Eu fiz os tours de 1 dia a Teotihuacán com Basílica de Guadalupe e a Xochimilco com Museu Frida Kahlo, ambos pela Get Your Guide, agência europeia parceira do Como Viaja.

    Hotel de luxo na Cidade do México bem localizado
    Localização central, perto do Museu Nacional de Antropologia

    Os bairros de Condesa e Roma estão pertinho do Four Season. Uma caminhada pelas ruas arborizadas cruza com bares, cafés e lojas charmosas. Em outra direção da cidade, a partir do hotel, uns 15 minutos de táxi, Uber ou ônibus levam ao Museu Nacional de Antropologia, instalado dentro do Bosque de Chapultepec – existe uma visita guiada ao museu e ao Castelo de Chapultepec, com ingressos incluídos.

    Comida mexicana no Four Seasons Mexico City
    No restaurante Zanaya, comida mexicana e internacional

    Dentro do próprio Four Seasons, recomendo que você tire momentos do dia para estar no pátio, em meio à vegetação, desfrutando de delícias da confeitaria Pan Dulce, acompanhadas por cafés mexicanos. Jantares nos restaurantes Zanaya e Il Becco são outros belos programas, procurados também por moradores da Cidade do México.

    Nas pontas daquele pátio central, a vida acontece nos arcos da construção ao redor e também no miolo dele. Sob o céu noturno, horas de drinks e comida de rua mexicana no Fifty Mils, integrante da lista dos 50 melhores bares do mundo em 2018, podem ser prazerosas.

    Provei ali a porção Surtido de Antojitos, com pequenos exemplares de quesadillas, tlacoyo (tortilla oval e recheada, de cor escura porque é feita de milho azul; adorei) e pambazo (pão frito em molho de pimenta; achei muito picante). Para acompanhar, pedi o La Ruah, coquetel com mezcal (destilado a partir do fermentado de agave), chá verde, bitter de laranja, absinto e folha de manga. Uma noite perfeita para encerrar minha viagem ao México.

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  • Como fazer esfoliante natural⁠ em casa⁠

    Como fazer esfoliante natural⁠ em casa⁠


    No Alchemy Bar, atividade no Six Senses Botanique (Campos do Jordão), o hóspede pode aprender como fazer esfoliante natural. Neste vídeo, você pode conferir o passo a passo de uma das receitas, à base de pó de casca de laranja e canela. Eu aprendi a criar o cosmético na experiência que tive no hotel ⁠na Serra da Mantiqueira, em São Paulo.

    ⁠Todos os produtos utilizados são naturais. Alguns deles colhidos diretamente na horta do hotel que preza pela sustentabilidade e bem-estar. Outros são itens da cozinha reaproveitados nas alquimias.⁠ Sob a orientação de Licon Alves, que também é historiador, essa experiência é uma das novidades trazidas pela rede Six Senses, que assumiu o Botanique Hotel em fevereiro de 2021. ⁠

    A receita por escrito está na descrição do vídeo. Aproveita e já se inscreve lá no canal do Como Viaja no YouTube.


  • Roda gigante de Viena, no Prater: a Wiener Risenrad

    Roda gigante de Viena, no Prater: a Wiener Risenrad

    Depois de operar por 75 anos sem interrupção, a roda gigante de Viena foi desligada em março por conta das medidas de isolamento em decorrência da pandemia de coronavírus na cidade. A Wiener Risenrad, nome da atração, voltou a funcionar em 29 de maio no Prater, parque público da capital da Áustria.

    Em média, uma volta completa dura entre 12 e 15 minutos. ⁠Inaugurada em 21 de junho de 1897, em comemoração pelos 50 anos do reinado do imperador Franz Joseph, a roda-gigante tem 64,75 metros de altura e 430 toneladas de peso. Tinha inicialmente 30 gôndolas, capacidade reduzida à metade por questões de segurança após a Segunda Guerra Mundial. ⁠

    Símbolo da capital da Áustria, a roda-gigante serviu de locação para filmes, entre eles, Antes do Amanhecer e 007 Marcado para a Morte. A propósito, a produção de James Bond ergueu um restaurante aos pés da roda-gigante para uma das cenas do longa. A ideia inspirou criação de um restaurante ser inaugurado exatamente no mesmo local. ⁠

  • Campo de flores (Holambra): como visitar e o que ver

    Campo de flores (Holambra): como visitar e o que ver

    Na hora de decidir como visitar um campo de flores em Holambra, uma atividade no roteiro básico pela cidade a 140 km de São Paulo, é importante ter em mente que não é possível ir às plantações por conta própria. São sempre as agências de turismo levam até lá. Como os produtores visitados são diferentes, antes de fechar o passeio, pergunte sobre as espécies de flores vistas. Experiência parecida a essa só nos cenários da Expoflora Holambra, festa anual durante a chegada da primavera.

    A Easy Travel Shop, empresa brasileira que vende tours e ingressos, tem um passeio até o Jardim ao Holandês (2 horas, com colheita de lavanda) e a Experiência Holandesa (8 horas, com visita ao Jardim do Holandês e ao Moinho dos Povos Unidos, mais almoço típico e chá da tarde). Também tem pacotes pelo Circuito das Águas (SP).

    Apesar de ser chamado de campo de flores de Holambra, quase todo cultivo na cidade, responsável por 45% da produção nacional de plantas ornamentais, é feito em estufas para diminuir as perdas causadas pelo clima, conforme nos contou a guia do passeio que fizemos para ver as plantações. Os produtores se organizam em cooperativas. A Veiling Holambra, maior delas, reúne em torno de 400 fornecedores da região, por exemplo.

    Durante o nosso tour, feito numa van, a guia explicou que sempre escolhem mostrar os cultivos mais floridos na época em que o visitante estiver na cidade. São espécies normalmente usadas para decoração. Vimos gérberas, margaridas e crisântemos, e a Theos Turismo também tinha exclusividade com um produtor de antúrios. Adoramos o passeio e voltamos lotados de fotografias, cada uma mais colorida do que a outra. É possível caminhar com cuidado entre os corredores nos campos cobertos, o que permite fazer imagens de você cercado por flores.

    Passeio com criança em Holambra
    No campo de flores em Holambra, onde está WallyQuim?

    Na visita ao campo de flores, verifique se o produtor tem um ponto de venda onde é possível comprar mudas de plantas. Os preços costumam ser ainda mais baixos do que nas lojas de Holambra. Isso vale para girassóis, cactus, suculentas e até orquídeas (compramos uma de tom amarelo clarinho com miolo lilás). Em setembro de 2019, o mercado Ceaflor foi inaugurado na região com 676 pontos de venda. Aberto também ao consumidor final, vende flores, plantas e acessórios para jardinagem, decoração e festas.

    Campos de girassóis em Holambra

    Uma das espécies mais procuradas pelos visitantes para ver num campo de flores em Holambra são girassóis. Mas, antes de ir à cidade, fique atento à época em que eles estão no auge da floração, quando as agências costumam fazer passeios para ver essa belas flores amarelas. É um curto período do ano, de junho ao início de agosto.

    Campo dos girassóis em Holambra
    Campo dos girassóis em Holambra

    Nós estivemos em Holambra no último fim de semana de agosto de 2019. Na última parada do passeio, havia um campo de girassóis, já secos. Apenas um pé resultou nestas fotos que você vê aqui. Dá para imaginar a maravilha que seria ter visto todos naquele amarelo vibrante. Aproveitamos para apreciar a revoada das maritacas.

    Antúrio branco, rosa, vermelho e até chocolate

    No primeiro produtor, visitamos os antúrios. Com formato semelhante a um coração, essas flores são bem comuns na cor vermelha, mas na loja encontramos o antúrio chocolate. Embora tenha esse nome, nos lembrou a cor da berinjela. Muito bonito. Compramos para trazer de presente para a mãe do Fernando (uma boa compensação pelo antúrios que ele quebrou com boladas no jardim de casa na infância). Também havia antúrio branco e até meio rosa. O efeito visual do campo de flores rende muitas imagens bonitas.

    Moinho de enfeite e um mar de antúrios: cenário da 1ª parada do passeio

    No nosso passeio, esse foi o produtor mais estruturado para receber visitantes, com o lugar bem arrumado e uma loja na saída para comprar souvenir de Holambra: bicicletinha e moinho holandês feitos de madeira, cerveja e geleia (algumas fabricadas com flores) e mudas de plantas. Para consumir na hora, estavam à venda água e sorvete; compramos para aplacar o calor.

    Campos de margaridas, crisântemo branco e roxo

    A segunda parada foi a menos impactante. As flores do campo, como margaridas e crisântemos, dão um bom efeito nas fotos. Por isso, vimos grávidas fazendo ensaios no meio delas. A imagem fechada naquela mistura de crisântemo branco, roxo e amarelo dá mesmo um efeito bucólico, leve como a imagem idealizada da maternidade, mas o lugar em si não era dessa perfeição (estava mais para a maternidade real, de um lado flores lindas, do outro o chão de terra molhado).

    Campo de crisântemos em Holambra
    Crisântemos em Holambra: branco, roxo e amarelo

    Gérbera amarela, laranja, vermelha e rosa

    O terceiro produtor tinha gérberas de todas as cores. A coisa mais linda são gérberas rosas, um tom pink irresistível que certamente me lembraria se tivesse visto antes. Aquela profusão de gérbera amarela, laranja, vermelha e rosa dá um efeito tão delicado nas imagens.

    Gérbera rosa: como é linda

    Depois de apreciar o campo de flores — e de girassóis, com a revoada das maritacas —, vimos um campo de flores ao ar livre, do lado da estufa. Terminamos a visita passando na lojinha. Trouxemos para casa um girassol por R$ 5 e uma orquídea a R$ 30.

  • Língua oficial do Canadá: inglês e francês são idiomas do país

    Língua oficial do Canadá: inglês e francês são idiomas do país

    Quando eu soube que havia mais de 1 língua oficial do Canadá, imaginava que chegaria no país e, em qualquer cidade, os moradores falariam inglês e francês. Não é assim. Ambos são idiomas oficiais, mas isso não significa que todo habitante sabe os 2. E, sim, que cada um é a primeira língua numa região do país. Apenas 17,5% dos canadenses se declararam bilíngues no censo realizado no país em 2011. No mesmo levantamento, 57,8% disseram ter como língua materna o inglês, e 21,7%, o francês.

    Essas informações são interessantes para quem pensa em fazer intercâmbio no Canadá, seja em programas de inglês ou cursos de francês. Toronto e Vancouver são os destinos mais procurados por quem faz intercâmbio no Canadá. Maior cidade de língua francesa depois de Paris, Montréal é indicada para estudar os 2 idiomas, pois é comum encontrar lá quem domine ambos.

    Inglês ou francês, raramente os 2 idiomas juntos

    O inglês é a 1ª língua em praticamente todo o mapa do Canadá. Com uma área 9.985.000 de km², o segundo maior país do mundo tem 10 províncias e 3 territórios, só Québec tem o francês como língua oficial. Embora seja apenas 1 província entre 13 regiões, os 8,390,499 habitantes da província francesa representam quase um quarto da população do Canadá (22,6%), de acordo com os dados de 2018 do governo do país. Entre as províncias do Canadá, Québec é a 2ª mais populosa, atrás apenas de Ontario, com 14.322.757 habitantes.

    No restante do país, onde o inglês é o 1º idioma, há comunidades francófonas, como Saint Boniface, bairro de Winnipeg (cidade na província de Manitoba), e diversas espalhadas pela província de Ontario, como Welland, cidade na região de Niagara Falls.

    Imigração para o Canadá traz outras línguas

    Isso tudo se refere à língua oficial do Canadá, mas, sendo um país formado majoritariamente pela imigração, obviamente idioma de todo o mundo pode ser ouvido entre os habitantes do país. No censo de 2011, um quinto dos canadenses (20%) disseram usaram usar em casa outra língua que não o inglês ou o francês.

    Inglês, língua oficial mais falada no Canadá
    Inglês, língua oficial mais falada no Canadá

    Em Toronto, maior cidade do Canadá, mais da metade dos habitantes nasceu em outro país. Depois do inglês, língua oficial do Canadá que é a usada lá, os idiomas mais falados em Toronto são espanhol, italiano e filipino, nessa ordem. O francês, para se ter uma ideia, aparece na 13ª posição.

    No levantamento de 2011, o número de línguas faladas no país já ultrapassava 200. Do total de canadenses, 17,5% declararam se comunicar em mais de 1 idioma em casa — 11,5% disseram que usavam inglês e outra língua diferente do francês.

    Montréal e Ottawa, cidades bilíngues

    Como capital do Canadá, Ottawa abriga muitos órgãos públicos. Como os funcionários têm de dominar as 2 línguas oficiais do país, Ottawa é uma cidade de fato bilíngue. Mas basta observar o mapa do Canadá para concluir que talvez os francófonos morem do outro lado do Ottawa River. Apenas um rio separa a cidade na província de Ontario da vizinha Gatineau, na outra margem, já parte da província francesa de Québec.

    Por isso, eu costumo dizer que bilíngue, bilíngue mesmo, só Montréal. Maior cidade do Canadá francês, ela tem um agitado Centre-Ville (Downtown), no qual os negócios demandam saber o idioma universal do mundo business: o inglês.

  • Como é a Pousada do Largo, hotel na praça principal de Tiradentes

    Como é a Pousada do Largo, hotel na praça principal de Tiradentes

    É botar o pé na rua, e a cidade mineira está toda ali para ser desbravada. A Pousada do Largo, em Tiradentes, como o nome já diz, fica diante do Largo das Forras. É o hotel da praça principal da cidade de Minas Gerais. Um roteiro de 3 dias é suficiente para aproveitar bem a cidade mineira, não importando sua escolha de onde ficar em Tiradentes. Mas a localização, no miolo do centro histórico, certamente é um trunfo da Pousada do Largo, pela praticidade e pela economia de tempo nos deslocamentos.

    Pousada do Largo na praça principal, ao lado de um dos passos abertos na Semana Santa

    Existente há cerca de 20 anos, a Pousada do Largo surgiu justamente da falta de opções de hospedagem para os visitantes que iam a Tiradentes antes de o destino ser famoso no país como é hoje. Porque alguns turistas iam conhecer o patrimônio da cidade histórica, outros buscavam móveis rústicos e arte regional feita com madeira de demolição vendidos ali com frequência.

    Largo das Forras com charretes no centro da histórica Tiradentes

    A pousada se divide em 2 espaços. Um deles está situado atrás do Empório Valnice, loja também na praça central. O outro reúne acomodações no lado oposto do Largo das Forras. Apenas esse segundo se encontrava em funcionamento; o primeiro está em obras. Por isso, os hóspedes eram levados para tomar o café da manhã na Pousada Pequena Tiradentes, hospedagem de categoria superior, dos mesmos donos – não eram cobrado adicional pelo transfer nem pelo café da manhã.

    Como é a Pousada do Largo de Tiradentes

    Eram apenas 7 acomodações com estilos diferentes: 2 na categoria luxo e 5 standard, menores com 12 m². Os apartamentos da categoria luxo: a suíte 1, na entrada da pousada, com 25 m² de área, janelas voltadas para a rua e banheiro todo revestido de pedras; e a suíte 7, de 18 m², no fundo da propriedade, diante de uma pequena piscina aquecida.

    Chegada a Tiradentes com docinho e chá no quarto

    Mas um aspecto é essencial para mim: uma boa cama. E isso minha suíte na Pousada do Largo tinha. A cama era muito boa, nem dura nem mole, na medida para uma noite de sono embalada pelo edredom fofinho. No quarto, havia frigobar, televisão e ar-condicionado split (não usei, mas no verão pode ser necessário). Banheira, secador e amenities (toca, sabonete, xampu e condicionador) me aguardavam no banheiro.

    Cama boa e pousada bem localizada, no centro de Tiradentes
    Banheira e amenities na suíte luxo da Pousada do Largo

    Um item que me deixa muito feliz ao ver num quarto de hotel é uma máquina de café. Além de poder tomar um espresso (cápsula paga à parte), me dá a possibilidade de fazer um chazinho para tomar antes de dormir. Uma máquina maior ficava na salinha perto da recepção, para quem quiser bater um papo embalado por uma bebida quentinha.

    Tanto na suíte quanto na saleta da entrada, havia saquinhos daqueles de chás industrializados, em sabores como verde, cidreira e camomila, combinados com canela e maracujá, por exemplo.

    O que fazer no hotel na praça principal da cidade

    Fiquei hospedada na suíte 7 da Pousada do Largo, no fundo do terreno, perto da piscina aquecida. Como era fim de junho, o friozinho já podia ser sentido, principalmente cedo pela manhã e após o anoitecer. A piscina esteve coberta ao longo da minha hospedagem. Durante o dia, o sol pegava forte e rolava um calor, mas estávamos visitando a cidade, então nem cheguei a pensar em piscina.

    No caminho até meu quarto, percorria um longo corredor e passava pela entrada da sauna a vapor. Tampouco tive chance de usar essa sauna, que funcionava de noite. Dependendo do destino, não me importo muito com esse tipo de estrutura (tudo muda de acordo com o propósito da viagem). Nas Cidades Históricas de Minas Gerais, gosto mesmo é de estar na rua batendo perna e descobrindo lugares e pessoas.

    A grande vantagem de estar hospedado diante do Largo das Forras é que todo o centro histórico pode ser explorado a pé, em curtas caminhadas, intercaladas com pausas em igrejas, atrações, lojas, restaurantes e cafés.

    Porque, dali, chega-se facilmente à Rua Direita e à Rua Ministro Gabriel Passos, ambas cheias de opções de restaurantes, café e compras. Basta subir ladeira para chegar à Igreja Matriz de Santo Antônio, passando pelo Museu Padre Toledo.

    Rua Ministro Gabriel Passos, calçamento pé de moleque na cidade mineira

    Cansou ou tem bolsas de compras para deixar no hotel? Alguns passos levam de volta à região da Pousada do Largo. Essa comodidade é muito importante em destinos como as Cidades Históricas de Minas Gerais, com calçamento pé de moleque, feito de pedras irregulares.

    O que comer no café na Pousada Pequena Tiradentes

    A diária da Pousada do Largo, como é usual em Tiradentes, inclui o café da manhã. Como o salão onde ele era servido está em obras, os hóspedes podem usar o transfer gratuito para ir à Pousada Pequena Tiradentes desfrutar do buffet de café da manhã, servido lá das 8 horas às 10h30. Tinha frutas frescas, sucos, iogurtes, queijos, bolos e pães caseiros.

    Buffet de café da manhã da Pequena Tiradentes; hóspedes da Pousada do Largo têm transfer gratuito

    Eu gosto muito de tomar comer cedo no mesmo lugar onde me hospedo e de voltar para o quarto para ler e relaxar um pouco na cama. Mas fui 2 manhãs à Pousada Pequena Tiradentes. A variedade no buffet de café da manhã é grande, e a simpatia dos funcionários ajuda a começar bem o dia – se estiver por lá, mande um beijo meu para a Silvana, uma simpatia de pessoa.

    Silvana e as bolinhas de queijo no café da Pequena Tiradentes

    Quando ela oferecer fondue de queijo mineiro para você passar sobre o pão caseiro, não desperdice a oportunidade. Para a pousada variar os itens servidos, nem sempre ele está disponível, pois pode ser dia de bolinhas de queijo (aceite também). Se no buffet de café da manhã tiver broa de fubá ou rocambole de doce de leite com amora, também não perca a chance de provar um pedaço de cada.

    Fondue de queijo mineiro e omelete

    O que comprar de móveis rústicos e arte regional

    Caso você goste de alguma peça da decoração da Pousada do Largo ou da Pousada Pequena Tiradentes, pode pensar em comprá-la; procure pela etiquetinha com o preço. Pois objetos e peças da mobília que preenchem os ambientes são produzidos pelo Empório Valnice, da mesma proprietária dos dois hotéis, Vanilce Barbosa. Também há itens à venda nas lojas do Centro e da Pequena Tiradentes.

    Loja interminável, anexa à pousada, com móveis rústicos e objetos para casa
    Ambiente relax na pousada completa, na entrada da cidade

    De pequena, aliás, ela não tem nada, nem no tamanho do hotel, nem na extensão da sua loja. Inaugurada em 2000, numa área de 25.000 m², a Pousada Pequena Tiradentes dispunha de 62 quartos, 2 piscinas (1 com bar molhado e 1 coberta), sauna com jacuzzi, salas de massagem e de leitura, fitness center, parquinho, recreação infantil e heliponto. Na loja, ainda podia ser adquirido o perfume vaporizado nos quartos do hotel.

  • St Lawrence Market (Toronto): o que fazer e comprar no mercado

    St Lawrence Market (Toronto): o que fazer e comprar no mercado

    Restaurantes imperdíveis e lugares como o St Lawrence Market, mercado de Toronto (Canadá), fazem da metrópole do Canadá um ótimo destino para quem, como a gente, gosta de saborear outras culturas. Você pode fazer umas comprinhas e experimentar comidas típicas do Canadá, pratos e ingredientes como o xarope de maple (extraído da árvore cuja folha é símbolo do Canadá), as frutas vermelhas (tão comuns quanto saborosas por lá) e o famoso peameal bacon de Toronto, sanduíche servido pela Carousel Bakery no mercado.

    Localizado em Old Town, região que deu origem a Toronto, o St Lawrence Market foi aberto em 1803 como principal mercado público da cidade. Hoje, superados mais de dois séculos – e um incêndio que o arrasou por completo em 1849 –, o St Lawrence ampliou sua oferta de produtos, acrescentando pitadas de artesanato e de programação cultural ao comércio de comida fresca e local. Dá até para trazer algum souvenir de viagem.

    Como é o mercado público de Toronto

    O St Lawrence Market é um complexo composto por 3 partes: o South Market, o North Market e o St Lawrence Hall. A mais conhecida, no entanto, é a primeira, um espaço recheado com cerca de 120 comerciantes de produtos trazidos, em sua maioria, da região sul de Ontário. Lá estão ingredientes que você encontrará na composição de pratos dos principais restaurantes de Toronto. Também há lojas de artesanato e roupas, padarias e docerias.

    Prédio histórico do St Lawrence Market
    Prédio histórico do St Lawrence – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Acrescente a essa receita de sucesso o fato de que, na feira realizada no North Market, o visitante pode comprar, comer e conversar diretamente com os produtores rurais. Seguindo uma tradição de 200 anos, esse farmer’s market funciona somente aos sábados, dia em que os produtores vendem seus queijos, frutas, verduras, legumes e carnes.

    Localizado na King Street com a Jarvis Street, o St Lawrence Hall é um edifício histórico de 1850, restaurado em 1967. Hoje é um espaço usado para eventos sociais, corporativos e shows.

    O que comprar e comer no St Lawrence Market

    Nenhum turista vai ao St Lawrence fazer a feira da semana, evidentemente. A visita vale para conhecer e provar produtos e ingredientes vendidos por lá, entre eles algumas comidas típicas do Canadá.

    Na hora de escolher o que comer no St Lawrence Market, todos os caminhos apontam para a Carousel Bakery, que serve o melhor peameal bacon de Toronto: um pornográfico sanduíche de bacon de lombo de porco envolto em uma camada de farinha de milho (originalmente, a farinha era de ervilha, daí o ‘pea’ do nome). Acrescente molho de mostarda com mel, fica delicioso.

    Lojas do mercado de Toronto
    Lojas de queijo: que delícia – Foto: Destination Canada

    A Olympic Cheese Mart tem sua especialidade no nome: desde 1958 vende queijos. Entre eles, cerca de 600 produzidos tanto no Canadá quanto em outros países como Inglaterra, Holanda e Nova Zelândia.

    No South Market, além dos boxes que ocupam os pisos principal e inferior, há restaurantes para quem quer fazer uma boquinha. E pode ser logo a primeira refeição do dia, já que o mercado abre no fim da madrugada. Quebre o jejum com café acompanhado de bagel quentinho da St Urbain Bagels ou da Future Bakery.

    No andar de baixo, na Eve’s Temptations, tortinhas de framboesa ou mirtilo são a pedida para os loucos por frutas vermelhas, como eu. Se você prefere um sabor mais familiar, experimente a versão local dos pastéis de Belém, doce típico de Portugal apreciado por muitos brasileiros, também como eu. No mercado da cidade composta por culturas diferentes, encontra-se um pouco de tudo.

    Além do artesanato vendido regularmente no St Lawrence Market, da Páscoa ao Thanksgiving no Canadá (em outubro, data diferente do americano) é realizado o Arts in the Market. Nesse período, artistas, designers e artesãos ocupam o entorno do mercado com barracas para exibir e vender suas peças.

    No segundo piso do South Market, funciona a Market Gallery, centro cultural com exposições relacionadas ao desenvolvimento da cidade de Toronto. Os cerca de 2.600 trabalhos, incluindo pinturas e fotografias, datam do meio do século 19 até os dias atuais. Esse espaço abrigou a câmara municipal de Toronto de 1845 a 1899.

    Galeria no segundo piso do mercado, em Toronto – Foto: Divulgação

    Se for sábado, caminhe até o North Market, para encontrar os fazendeiros do sul de Ontário e seus produtos vindos diretamente do canteiro no farmer’s market de Toronto.

    VALE SABER

    Endereço: South Market: 92- 95 Front Street East North Market: 125 The Esplanade. St Lawrence Hall: 157 King St East

    Transporte: O St Lawrence Market fica bem perto da Union Station, estação central da cidade, que conecta metrô, trens da Via Rail e UP Express (trem para o aeroporto). Basta caminhar pela Front Street, passando em frente ao Hockey Hall of Fame, museu do hóquei, e ao Gooderham Building, prédio histórico cujo formato acompanha a forma estreita da sua esquina

    Horário: South Market: de terça a sexta, das 9 às 19 horas. Market Gallery: de quarta a sábado, das 11 às 16 horas. North Market: sábado (farmer’s market), das 5 às 15 horas.

    Site: stlawrencemarket.com

  • Calendário do advento: o Natal esperado durante dezembro inteiro

    Calendário do advento: o Natal esperado durante dezembro inteiro

    Joaquim tinha 2 anos quando eu trouxe um calendário do advento para ele da Alemanha, em 2011. Desde então, sempre que dezembro se aproxima, ele lembra disso. Não conseguimos todo ano um com as janelinhas com chocolate, mas, quando encontramos, ele pede novamente para comprar. Hoje nosso filho já tem 14 anos, mas guarda a emoção das surpresas dia a dia à espera do Natal. A tradição originalmente não é com chocolate, e sim com bolsinhos de pano, nos quais são postos brinquedinhos ou lembrancinhas para as crianças.

    Talvez tenha a ver com a memória afetiva, mas Joaquim conheceu o calendário de chocolate, então pede desse. Ele ganhou seu primeiro, com um desenho estilizado da cidade alemã de Frankfurt. Escrevi sobre essa tradição no Natal da Alemanha num dos capítulos da série Uma Viagem Encantada pelo Natal na Europa, uma historinha infantil que contei aqui, nos moldes das que eu inventava para meu filhote toda noite, de uma forma espontânea e bem simples, pois ele tinha apenas 2 anos na época.

    Calendário do advento vindo da Alemanha
    Primeiro calendário do advento do Joaquim

    A preferência do Joaquim pelo calendário de papel certamente se dá também porque ele adora chocolate e pelo fator surpresa. Quando era pequeno, por mais que fosse curioso, Joaquim se contorcia de ansiedade até 1 de dezembro, mas esperava para abrir dia a dia as janelinhas porque adorava a sensação de ser surpreendido. Entendo bem isso porque eu era exatamente assim quando criança. Agora, já adolescente, pediu o calendário em 2022 mais pela lembrança mesmo porque abriu tudo fora do dia certo para comer os chocolates. Pode ter crescido, mas será sempre um danadinho, como brincamos aqui em casa.

    Por isso, quando viajo para a Europa ou para o Canadá perto do fim do ano, procuro um calendário do advento feito de chocolate para trazer para ele. Em 2016, cheguei a ver no aeroporto de Vancouver, no Canadá, no desembarque. Achei que teria tempo de comprar depois, mas a viagem acabou e eu voltei para casa sem as janelinhas com surpresas.

    No Canadá, calendário de chocolate no aeroporto
    Calendário de chocolate no aeroporto de Vancouver

    Em Montréal, em novembro deste ano, tive tempo de rodar pela cidade e encontrei em várias lojas o calendário do advento feito de chocolate. Da Lindt, tinha em farmácias e na Hudson’s Bay, por cerca de 10 ou 12 dólares canadenses. No Dollarama, loja com um tanto de bugigangas e balas, encontrei com um monte de desenhos na capa, por menos de 3 dólares canadenses. Trouxe esses de lá, com um Papai Noel fofo de carro com uma bicharada em clima de Natal. Quando viu que teria calendário neste ano, ele pulava eufórico! É tão bonito ver a felicidade dele com esse simples ritual.

    Janelinhas com chocolate ou bolsinhos com outras ideias

    O calendário produzido por fabricantes chocolate tem números de 1 a 24 sobre um desenho no papel. A cada número, há uma janelinha para destacar. Lá dentro, o chocolate tem um formato diferente por dia: árvore de Natal, guirlanda, estrela…

    Guirlanda, chocolate do calendário do advento
    Guirlanda de chocolate

    No Brasil, muita gente que faz artesanato vende o calendário do advento feito de tecido ou feltro, com os bolsinhos numerado de 1 a 24. Esse formato é bem comum na Europa e na América do Norte também. Os pais botam lembrancinhas dentro de cada bolso (não necessariamente chocolate), para a criança abrir dia a dia à espera do Natal.

    Calendários dos advento no supermercado em Viena
    Calendários no supermercado em Viena

    As indústrias de chocolate provavelmente viram aí um nicho que faz do calendário do advento algo prático para os pais e gostoso para os filhos. Em várias cidades da Alemanha e em Viena, na Áustria, eu vi os calendários de várias marcas de chocolate à venda qualquer supermercado. No Canadá, eu nunca tinha visto até o ano passado, quando desembarquei em Vancouver. Ele até devia existir em outras cidades canadenses (eu não tive tempo de caçar mesmo), por isso eu só posso dizer que dei de cara com um naquela ocasião.

    Na Suíça, os números do calendário do advento nas janelas do prédio
    Na Suíça, os números nas janelas do prédio

    Na Europa, também vi numa ida à Suíça (na cidade de Luzern) e à Itália (em Cortina d’Ampezzo), prédios enfeitados com os números dos dias do calendário do advento. Essa viagem foi feita bem no iniciozinho de dezembro, na terceira vez em que ganhei o prêmio da Comissão Europeia de Turismo no Brasil, com aquela série em forma de historinha sobre tradições e mercados de Natal na Europa.

    A origem do calendário do advento

    A ideia de fazer uma contagem até 24 de dezembro tem sua origem na Alemanha, na época do luteranismo — em 2017, o país celebra 500 anos da Reforma Protestante, que tem o monge alemão Martinho Lutero como um de seus principais nomes. Os luteranos costumavam marcar a giz os dias até o Natal. O calendário do advento de formato comercial e impresso teria sido inventado pelo alemão Gerhard Lang em 1908, em Munique.

    Entretanto, um livro infantil de 1851, da escritora Elise Averdieck, já menciona o ritual de, a cada dia até o Natal, ler histórias, cantar canções natalinas e depois pendurar uma gravura num cartaz na parede. A essência do calendário do advento, poderia estar ali, segundo informa Deutsches Weihnachtsmuseum (Museu de Natal) em Rothenburg ob der Tauber, cidadezinha da Rota Romântica da Alemanha.

    Seja como for, o calendário do advento começou na Alemanha e se espalhou pelo mundo a partir dos meados do século 20. Na cidade de Stuttgart, fica a empresa Richard Sellmer Verlag, primeira a imprimir um calendário do advento em papel depois da Segunda Guerra, em 1946, por iniciativa do fundador da companhia, Richard Sellmer.

    Antes de fazer a pesquisa para escrever esse texto eu achava que os calendário de pano haviam surgido antes dos exemplares de papel, mas, ao que parece, os que têm bolsinhos surgiram depois da guerra porque o papel era muito caro. De acordo com a empresa Richard Sellmer Verlag, calendários com chocolatinhos dentro já eram vistos em 1958.

    Seja em que formato for, o importante é o propósito em si. Batizada na igreja católica romana, como muitos brasileiros, e sem ter alemães na família, eu nunca tinha ouvido falar nessa tradição, originalmente luterana. Conheci o calendário do advento em 2011, quando estive na Alemanha na época antes do Natal, durante um cruzeiro pelo Rio Danúbio — que ganhei como prêmio da Comissão Europeia de Turismo por escrever Costa Amalfitana, na Itália: de ônibus por Positano, Sorrento e Amalfi, escolhida Melhor Reportagem na Internet daquele ano sobre a Europa.

    Alegria da surpresa dia a dia até o Natal
    Alegria da surpresa dia a dia até o Natal

    Atualmente ela está se espalhando. Fiquei feliz de encontrar agora aos montes em Montréal. E também que a tradição esteja se espalhando no Brasil. Assim, outras crianças poderão sentir essa alegria a conta-gotas até o Natal.

    Ritual ou consumismo?

    Como tudo o que vira produto em época de Natal, o calendário também recebe críticas por ser mais um objeto de consumo ligado à festa cristã. Também me incomoda o consumismo desenfreado que toma dezembro todo ano. Mas acho que vai de cada um exercitar o que vale e o que não vale como experiência. Para nós, Joaquim abrir as janelinhas dia a dia se tornou um ritual em família, um momento em que estamos meu filho e eu, cultivando nossa conexão como em tantos outras situações da nossa rotina. Mas, nesse caso, com algo ligado ao meu mundo (viajar, descobrir histórias e escrever sobre elas) que eu pude apresentar a ele.

    Preocupados com o significado do advento, pais vêm inventando novas modalidades de calendário. Algumas com uma boa ação a cada dia de dezembro. Respeito a ideia. Tudo é válido, para trazer bem-estar. E cada um sabe o que traz felicidade para si. Aqui em casa preferimos acreditar que o bem deve ser feito dia a dia durante o ano inteiro. É o que buscamos cultivar em nós mesmos e ensinar para nosso filho, para que o sentido do Natal vá além desse aspecto comercial, mas sem perder a magia do lúdico.

  • Festa dos Santos Populares Portugueses 2017, no Rio de Janeiro

    Festa dos Santos Populares Portugueses 2017, no Rio de Janeiro

    No Centro do Rio, Festa dos Santos Populares Portugueses tem comidas típicas de Portugal, vinho, fado e música brasileira no porto. Roupas tradicionais, bordados e louças portuguesas estão à venda ao lado do artesanato do Nordeste brasileiro

    O Armazém da Utopia, no Porto do Rio de Janeiro, recebe a 2ª edição da Festa dos Santos Portugueses. Um festival com comidas típicas de Portugal, além de muita música e humor luso-brasileiros. A programação musical é aberta por Alceu Valença e encerrada pela cantora portuguesa Ana Moura, destaque na renovação do fado, e inclui ainda nomes como Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci.

    A Festa dos Santos Populares Portugueses é organizada pela Natasha Artes, também à frente do Festival do Fado, realizado anualmente no Rio e em São Paulo. O novo lugar da festa, numa área de 5.000 m², fica perto do Aquário do Rio. Em 2016, em torno de 15.000 pessoas foram à Praça XV para participar do evento.

    FESTA DOS SANTOS POPULARES PORTUGUESES 2016, NO PAÇO IMPERIAL – Foto: Cristina Gristina/Divulgação

    Ao lado do artesanato do Nordeste brasileiro estão à venda no festival louças e peças de bordado portugueses. Também estão previstos desfiles de roupas tradicionais portuguesas da Casa do Minho. O público conta ainda com atrativo extra: o navio-escola Sagres, principal embarcação de treinamento da Marinha Portuguesa, aporta atrás do armazém e permanece aberto à visitação durante o evento.

    A cenografia no Armazém Utopia fica por conta de Felipe Tassara e Daniela Thomas, dupla que dirigiu com Fernando Meirelles e Andrucha Waddington a cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio, em 2016.

    Comida típica de Portugal

    Barracas e restaurantes da Festa dos Santos Portugueses vendem pratos e doces típicos de Portugal: bolinho de bacalhau (uma tradição nos Bares do Rio de Janeiro), sardinhas assadas na brasa, punheta (salada de bacalhau desfiado), bifanas (sanduíche de carne de porco), pastéis de nata e ovos moles. Também há vinhos de Portugal — entre eles, o Porto — e a famosa ginjinha (licor de ginja).

    Restaurante do Porto, o Madureiras trouxe para o Rio clássicos como tripas à moda do Porto e francesinhas (duas fatias grossas de pão de forma, ligeiramente torrado, com bife de vaca, linguiça, mortadela, salsicha fresca, queijo, molho quente, ligeiramente espesso e picante). Os doces são feitos pela Arte Conventual, confeitaria que mantém a tradição da doçaria portuguesa no Rio.

    BOLINHO DE BACALHAU, UMA TRADIÇÃO NO RIO

    PASTEL DE NATA DE BELÉM, EM LISBOA – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    VALE SABER

    Quando: Em 2017, de 9 a 11 de junho — na sexta, das 17 horas à 1 hora; no sábado, do meio-dia à meia-noite; no domingo, das 13 às 23 horas

    Ingresso: R$ 30 — crianças até 12 anos, grátis. A venda é feita pelo Ingresso Rápido

    Site: santospopularesportugueses.com.br

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