Antes de meu filho nascer, a gente viajava sem reserva de hotel. Não era assim na doida, eu pesquisava possibilidades pela internet e consultava tanto o site do hotel quanto opiniões de hóspedes. A gente chegava à cidade e visitava a primeira opção. Se gostava, ficava. Caso contrário, ia para a próxima. Isso é mais prático quando se está de carro, é fato. De táxi pode sair um pouco caro e trabalhoso. Mas a gente curtia a ideia de decidir in loco se ia com a cara do hotel.
Como tudo na vida muda, a gente mudou. Não só pelo nascimento do filho, a gente mudou. Hoje, com a rotina corrida, talvez eu preze ainda mais a experiência de uma boa hospedagem. Mas prefiro a reserva antecipada. Gosto da comodidade de jogar as malas no quarto e sair para explorar os arredores do hotel a pé. E, especialmente em viagens internacionais, ter a garantia de um bom banho antes de fazer isso.
Aqui estão alguns dos passos que cumpro para uma reserva satisfatória de hotel, o que nunca impede surpresas — ruins e também boas!
1 > LOCALIZAÇÃO: É fundamental para ser feliz na hospedagem. Leve em conta seu estilo de viagem para definir a localização do hotel. A ideia é ficar numa praia isolada? Maravilha! Não dá para lamentar depois que terá de pegar um táxi ou traslado se quiser ver as atrações próximas. Quer ficar próximo do metrô, mas o hotel fica numa área ruim para se caminhar à noite? Faça as contas e veja se vale pagar pelo transporte uma noite ou outra ou se é melhor gastar um pouco mais para ficar num hotel mais central.
2 > COM OU SEM RESERVA: Já falei sobre isso acima, mas, além da possibilidade de ter uma impressão ao vivo ou da comodidade de ter um quarto à espera, há outro dado a se considerar: o preço da diária. Durante a alta temporada e em feriados, geralmente é mais vantagem reservar antes. Ao vivo você pode não encontrar vaga, e o preço costuma ser a tarifa balcão (mais alta), já que a procura tende a ser grande nesses períodos. Pesquisando em agências ou em sites de reserva de hotéis, a chance é grande de economizar em relação ao valor cotado diretamente com o hotel. Em algumas categorias de hotéis, como resorts, as agências costumam conseguir preços melhores do que as diárias oferecidas diretamente pelo estabelecimento, independentemente da época do ano. Mas, se a viagem é em baixa temporada e fora dos grandes centros, negociar ao vivo pode render alguma economia, pois você já sabe o valor da diária previamente e o hoteleiro pode ver na sua chegada a chance de ocupar um quarto numa época de vacas magras.
3 > CATEGORIA DO HOTEL: Tudo depende de seu perfil de viajante. Ainda que não tenha um definido, ao menos saiba o que pretende naquela viagem especificamente. Hotel-boutique, 5-estrelas, pousada. Tem sempre um canto adequado ao orçamento e ao gosto do freguês. Mesmo os que veem hotel apenas como um lugar para dormir devem considerar que uma cama confortável ajuda a estar inteiro para aproveitar bem o dia seguinte. Quem tem alergia ou asma pode ficar atento à existência de cortinas e carpetes nos quartos e à opinião de hóspedes para ver se alguém mencionou cheiro de mofo. Pode ser indicado informar ao hotel sobre o problema de saúde na hora da reserva. Para casos de dificuldade de locomoção, então, é essencial checar a infra-estrutura antes de reservar porque infelizmente muitos estabelecimentos no Brasil não estão preparados para essa situação.
4 > CAMA EXTRA OU BERÇO PARA CRIANÇA: Sempre pergunte ao hotel com antecedência sobre as possibilidades para seu filho. Já me aconteceu de a agência dizer que o resort tinha berço, mas na verdade dependia de disponibilidade. O que você vai fazer lá na Bahia se não tiver a cama para o filhote? É estresse na certa. Outra coisa: as pessoas tendem a achar que criança dorme em qualquer canto. Realmente elas se adaptam com facilidade, mas não é por isso que não merecem nosso respeito. Mesmo que a hospedagem seja cortesia, tem de ser de qualidade como a dos pais que pagaram. Ligue sempre para o hotel antes de confirmar a reserva para saber onde seu filho irá dormir e deixe claro suas preferências e necessidades.
5 > OPINIÃO ALHEIA: Este é um caso em que o que os outros pensam conta, e muito. Para hotéis no exterior, consulto o TripAdvisor. O banco de dados deles para estabelecimentos brasileiros vem crescendo, então dou uma olhadinha, mas em viagens internacionais acho fundamental. Claro que cada um tem seu nível de exigência e, se para alguns um travesseiro de altura incorreta já merece um ‘péssimo’, para outros o café basiquinho não deprecia a avaliação. Mas ler as queixas e os elogios alheios me ajuda a balizar se aqueles são problemas ou vantagens importantes para mim. Fico de olho também na proporção de ‘ruim’ e ‘péssimo’ em relação ao número total de avaliações para o estabelecimento.
Há 1 ano meu mundo mudou. Não somente pelo aspecto prático do lançamento do Como Viaja!, que alterou minha rotina, mas por tudo o que descobri em decorrência da decisão de criar o blog. Eu sabia que existiam blogs, facebook e twitter. Não tinha ideia, no entanto, do enorme universo a que seria apresentada. Por isso especialmente, quero agradecer a oportunidade de aprender, de me sentir viva, renovada. Mas tenho bem mais a agradecer.
A começar a vocês que passam por aqui para me ler. Obrigada pelo tempo e pela atenção. Agradeço cada leitura, cada ‘curtir’ e ‘compartilhar’ no facebook, cada ‘RT’ no twitter, cada citação em sites ou blogs. Agradeço a chance de interagir até com gente que nunca vi pessoalmente e, mesmo assim, descobrir afinidades.
Durante este 1 ano de Como Viaja!, uma incrível e deliciosa surpresa foi o prêmio que ganhei da Comissão Europeia de Turismo, com o texto Costa Amalfitana, de ônibus aqui do blog, escolhido na categoria Melhor Reportagem na Internet. Obrigada à Comissão Europeia de Turismo pela oportunidade de me emocionar assim com algo que empreendi.
Isto aqui não é entrega de Oscar, mas não posso deixar de agradecer à família, aos amigos e aos colegas de profissão pelo apoio — aquele papel com a listinha de nomes seria longo se fosse noite de gala. Me concentro, então, numa dupla essencial na minha vida pessoal e profissional: meu marido, Fernando, e nosso pequeninho, Joaquim. Filho, obrigada por viajar no meu mundo, por embarcar nos sonhos que as minhas escapulidas podem suscitar em você. E, assim, desejar conhecer a “terra dos reis e rainhas” onde a mamãe andou de barco para receber um prêmio, sentir falta de viajar de avião e, com sua pouca idade (apenas 3 anos), me entender e me amar como eu sou. Fernando, difícil até dizer o quanto agradeço. Sem você, sua compreensão e seu incentivo, o Como Viaja! não existiria. Com todo o meu amor, obrigada.
Tudo o que aconteceu neste primeiro ano me dá ânimo para prosseguir e melhorar o Como Viaja!. Podem esperar mais novidades em breve no blog. Passem por aqui para conferir!
O novo aeroporto de Berlim entra em funcionamento em 27 de outubro de 2013. Com o nome de Berlin Brandenburg Airport (BER), o espaço vai substituir os 2 aeroportos atuais, Berlin Tegel (TXL) e Schönefeld (SXF). O novo aeroporto de Berlim é amplamente servido por transporte público, com várias conexões regionais e até de longa distância por meio da malha ferroviária da Deutsche Bahn. O trajeto até o centro de Berlim leva meia hora.
Além disso, segundo o representante do visitBerlin, Christian Tänzler, uma grande vantagem antenada com a tendência dos ciclo-turistas é a ciclovia que liga o terminal à cidade. Na parte aérea, a inauguração do BER também representa uma maior conectividade de Berlim com outros destinos. A Lufthansa prevê mais ligações diretas de Berlim com outras cidades, como Birmingham, Manchester, Valência, Bolonha e Gênova.
No aeroporto, um grande Welcome Center vai dar as boas-vindas aos visitantes, aberto das 6 horas à meia-noite. Instalado no setor de desembarque, o centro de informação terá mapas e dados gerais sobre a cidade, mas também será um ponto de compra de ingressos para eventos, entre outros serviços.
O BER foi projetado para atender inicialmente até 27 milhões de passageiros. Se a demanda aumentar, há capacidade de expansão para a capacidade de 45 milhões de passageiros. A cerimônia de abertura será realizada em 24 de maio. Nos dias 12 e 13, o terminal fica aberto à visitação pública.
Inicialmente o aeroporto havia sido anunciado para 3 de junho de 2012, mas, por uma questão de segurança, devido a problemas técnicos relacionados à proteção contra incêndios, a inauguração teve de ser adiada.
O título deste post pode soar contraditório, afinal, todo bar não é para cervejeiro? Mais ou menos. Tomar cerveja com frequência nem sempre significa ser entendido no assunto. Pelo contrário, na maioria das vezes está mais para aliviar o calor ou encher a cara mesmo.
Gosto de provar cervejas artesanais e acho que vale pagar mais por elas do que se gasta com as industriais, produzidas em larga escala. Se eu entendo alguma coisa de ale ou weizen? Entendo de beber. A vida é muito corrida para se aprender de tudo, a gente tem que escolher em que investir tempo. Em termos de cerveja, me contento em experimentar. Deixo o conhecimento para gente como meus amigos Roberto Fonseca, que escreve o blog B.O.B. no site do Estadão, e Talita Figueiredo, que mantém o FemAle Carioca com outras cervejeiras. Quem estiver disposto a mergulhar na cerveja de modo ‘mais científico’ pode acompanhar esses blogs. Há ainda outras páginas. Com explicações sobre tipos de cerveja e rankings das melhores marcas, o site Brejas, por exemplo, inclui link com curiosidades que casam bem com filosofia de botequim, como frases relacionadas com cerveja e uma lista de expressões para aprender a pedir e a brindar em várias partes do mundo.
Pois foi a minha amiga Talita, do FemAle Carioca, que me indicou o Boteco Colarinho, na saída do metrô Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Quase desistimos de esperar mesa: na sexta lota como qualquer bar, naquela clássica esticadinha depois do expediente, e o pessoal parece mais interessado no movimento do que no chope diferente propriamente dito. Com isso, foi um tanto engraçado chegar ali com uma criança. A Talita costuma ir com seu filhote também — em frente tem uma pracinha –, mas em outro horário. Mas a ida ao Rio seria rapidinha, então resolvi tentar a sorte.
Ela estava a favor. Meu filho quis fazer xixi e, nisso, vagou uma mesa. Como bem disse meu marido, os deuses da cerveja me salvaram. Eles não podiam mesmo só mandar a vontade insuportável de ir ao banheiro depois de várias tulipas. E eu ia ficar aguada vendo tanto copo bonito nos arredores.
De cara, pedi um Roter Brauhof, que eu tinha visto na mesa ao lado, com aquele amarelo turvo delicioso. Bem levinho, gostoso, mas eu ainda provei um Corujas Extras, amargo na medida para mim. Para acompanhar (porque eu não sei beber sem petiscar), escolhemos um bolinho de gorgonzola e empadas. Eu não sou do time dos loucos por empada, muito menos de palmito, mas devo admitir que não vejo a hora de comer de novo aquela. A massa é fininha e o recheio um creme de palmito temperado com alho.
Teria ficado por ali bebendo muito mais, só que o pequenino precisava de uma caminha. Pedimos a conta e pegamos o metrô, logo em frente, prático assim.
O dia de embarcar parece voar, antes mesmo de se pisar no avião. Há sempre muito a ser feito, de aspectos relacionados à viagem a assuntos tão banais quanto checar se tem comida que pode estragar na geladeira durante o período fora de casa. Algumas medidas podem ajudar a diminuir esse frenesi:
1 > Faça uma lista
Está bem, não inventei a pólvora, desde que o mundo é mundo todos sabem que a melhor forma de se organizar é… se organizando. Mas muita gente esquece desse conceito básico na hora de viajar, às vezes até acha um excesso de metodologia, assim não custa lembrar a utilidade da lista.
Quando se tem filhos, então! Escreva tudo o que for lembrando. Por mais bobo que pareça incluir itens como ‘pegar escovas de dente’, diante de tantas pendências, o óbvio acaba deixado de lado. E, se não levar o soninho (travesseiro) que garante uma noite tranquila para seu filho? Um detalhe pode causar estresse desnecessário. Conforme executa as tarefas, vá ticando.
E o tanto de tarefa burocrática pré-viagem: ver as contas que vencem quando estiver fora, comprar moeda estrangeira, garantir o seguro-viagem… Melhor anotar tudo.
2 > Compre moeda estrangeira e veja senhas de cartão
Essa é a parte mais chata para mim, só que sem ela infelizmente não se vai a lugar nenhum. Por causa dessa minha displicência já comprei dólar ou euro no dia da viagem, chegando mais cedo ao aeroporto. Lógico que não é o ideal porque não dá para negociar a taxa de câmbio.
Desde que passei a comprar a moeda estrangeira com antecedência uso a Cotação. A empresa é uma da parceiras do Como Viaja e promete descontos na taxa de câmbio para os nossos leitores. Solicite o contato, preenchendo um cadastro rapidinho, para um operador telefonar.
3 > Garanta o seguro-viagem
No Brasil, tenho plano de saúde com cobertura nacional. Para o exterior, não viajo sem uma assistência de viagem, principalmente por causa da saúde. Já tive mala quebrada num voo para a Europa, mas a seguradora pouco fez porque a responsabilidade nesse caso seria da companhia aérea.
Mas já precisei de ajuda em casos de saúde e fiquei aliviada de poder contar com um suporte à distância. Como bem diz meu pai, seguro não é para ser usado, mas se for preciso ele está lá. Eu uso o seguro-viagem da Mondial, um dos motivos para ter feito uma parceria com a empresa. Todo mês divulgo aqui no Como Viaja! um código que dá desconto no seguro-viagem da Mondial. Nesta imagem acima, você vê como é o certificado que leva na viagem.
4 > Separe um canto da casa para fazer a mala
De preferência, escolha um lugar próximo de uma mesa para botar a mala aberta no chão. Assim pode colocar na mesa a bagagem de mão (documentos e equipamento fotográfico). A proximidade facilita remanejar itens da mala para a bolsa quando se preciso.
5 > Pense na mala e na farmacinha de viagem com calma
Não precisa começar a fazer a mala uma semana antes, embora exista quem se sinta mais tranquilo ao ir separando as coisas dentro da dita cuja. A ideia é mais pensar na concepção mesmo, especialmente se for uma viagem longa ou para um lugar de clima muito diferente do nosso. Desse jeito, você tem tempo de sobra para comprar alguma peça ou remédio que falte.
Lembre-se de levar uma farmacinha com os medicamentos a que está acostumado e pode precisar numa eventualidade. No meu caso, por exemplo, sempre carrego todo tipo de remédio para alergia.
6 > Programe a rotina para o período da sua viagem
Suspenda a assinatura do jornal e agende o pagamento das contas que vencem durante o período em que você estiver fora. Olhe o calendário para evitar avisar em cima da hora sobre a viagem à faxineira ou a qualquer funcionário que trabalhe na sua casa, por exemplo.
7 > Prepare câmera e celular com antecedência
Limpe cartões de memória e carregue baterias dias antes da viagem. A tendência é sempre achar que isso é ‘rapidinho’ e deixar para última hora. Mas vai que a máquina ou o celular está abarrotado de fotos, você não vai querer descarregar tudo no computador sem ter tempo de fazer back-up por causa do afogadilho, não é? Não corra o risco de perder o registro de momentos valiosos, como esse aí ao lado.
Já perdi ótimas fotos por causa desse erro tolo: confiar que o HD não vai te deixar na mão justamente naquele momento. Pois ele deixa, sem dó nem piedade.
8 > Faça check-in pela internet
Mesmo com bagagem para despachar, facilita muito. E só ir ao balcão para deixar a mala. Com crianças, isso pode não rolar porque a companhia precisa ver se os pequenos viajam com um responsável e preferem fazer isso no balcão do check-in do que no portão de embarque para evitar atrasos e contratempos. Cheque a política da companhia aérea.
9 > Defina o transporte até o aeroporto
Se tem alguém para levar ao aeroporto ou se mora em uma área movimentada ou com pontos de táxi, esse item é o de menos. Caso contrário, agende um horário para evitar aquele corre-corre em dia de viagem. Fique atento à quantidade e ao tamanho das malas, especialmente se estiver com criança pequena, o que geralmente aumenta o número de peças com acessórios como berço portátil. Peça um carro grande para caber tudo.
Se for usar ônibus ou metrô no trajeto até o aeroporto, calcule o tempo de deslocamento com as baldeações e paradas.
10 > Saia cedo de casa
Avião não espera. Melhor chegar cedo e fazer hora. Sem suadouro, poder comer um pão-de-queijo e tomar um café enquanto lê aquela revista que comprou no aeroporto.
Ficar um tempão esperando pode ser chato, mas é possível usar esse período para ir entrando no clima da viagem, seja lendo sobre o destino ou simplesmente relaxando. Afinal, depois de tantos preparativos, chegou o grande momento!
O bolo de Páscoa na República Tcheca é fabricado em forma de carneiro. Um dos lugares para se prová-lo é a pequena Prerov nad Labem, cidade a 40 quilômetros de Praga. Na capital, até 15 de abril são vários os mercados de Páscoa, sendo que os mais famosos estão montados na Praça da Cidade Velha, na Praça Venceslau e na Praça da Paz. Durante o próximo fim de semana, castelos do país como o Krivoklat recebem mercados de Páscoa, com artesanato (incluindo os típicos ovos pintados). No Castelo Zleby há tours guiados e especialidades tchecas feitas pela cozinha do lugar.
A música é outro ponto forte da Páscoa na República Tcheca. Igrejas e salas de concerto tem apresentações programadas em várias partes do país. Um festival de música sacra ocorre em Brno, com composições executadas em 6 igrejas da cidade (mais informações no site da Filarmônica de Brno). O Prague Easter Festival da Sinfônica de Praga inclui a execução de composições dos tchecos Gustav Mahler e Antonín Dvorak. Na cidade, também haverá concertos na biblioteca barroca Klementinum, que acaba de ser reaberta após 2 anos de restauração.
Nada na vida é de graça. Economizar dinheiro gasta tempo e empenho. Às vezes me perguntam como consigo viajar tanto, eu simplesmente acho que vale o investimento. E também aproveito as chances de comprar passagem aérea pagando menos. Para isso, sigo algumas máximas:
1 > ANTECEDÊNCIA: Decido a viagem com meses de antecedência. Fora de temporada ou feriado, pode ser que um mês seja suficiente para garantir uma tarifa baixa. Seja como for, pesquise nos sites de reserva e nos sites da companhias (dá trabalho economizar, lembra?). Tem gente que se dá bem na última hora porque pinta uma oferta, mas não aposto nessa possibilidade já que a promoção é algo incerto.
Mas por que é tão importante a antecedência? A lógica é esta: para um mesmo voo, existem vários níveis de tarifas. Sempre me perguntam isso, ‘como pode num mesmo avião as pessoas pagarem preços tão diferentes?’ Sim, o cara do seu lado pode ter comprado o bilhete pouco antes do embarque e gastado uma fortuna, enquanto você não desembolsou nem 200 reais. As companhias vendem as tarifas em ordem crescente de preço. Quem compra antes pega a tarifa mais barata. Quando a cota de passagens nesse nível se esgota, passa-se para o patamar seguinte de preço, até chegar ao valor cheio do bilhete.
2 > DIAS E TRECHOS DA VIAGEM: Pesquiso primeiramente voos na terça e na quarta. São dias de fluxo aéreo menor, nos quais tende a ser mais fácil encontrar os melhores preços. Como menos gente comprou, podem sobrar mais passagens com a tarifa mais baixa. Procuro o preço da viagem completa. Só um dos trechos geralmente não vale a pena. Pode sair mais caro que a metade do valor total que se paga por ida e volta.
3 > DURAÇÃO: Evito viagens curtinhas. Quanto mais tempo se permanece no destino, maior a chance de um bom preço pela viagem de ida e volta. Quando é inevitável, como nas vezes em que vou ao Rio para passar um fim de semana, sigo a máxima das máximas, a antecedência. Ela costuma garantir a tarifa mais baixa mesmo nos dias mais concorridos na ponte aérea (São Paulo-Rio na sexta à tarde ou no início da noite; Rio-São Paulo no domingo no fim do dia).
4 > PROMOÇÃO: Fico de olho nas ofertas que de tempos em tempos as companhias lançam. Atenção às restrições, nem toda promoção é boa para você. Veja as datas de embarque e de retorno e a permanência mínima exigida. Outro detalhe importante: o aeroporto de destino. Aquela diferença de 50 reais pode acabar não compensando por causa do preço do táxi ou do tempo de deslocamento. Pese os prós e os contras.
5 > MILHAS: Compro tudo no cartão para acumular milhas. Não sou uma ‘milheira’ de carteirinha porque me falta paciência para estudar a melhor forma de aproveitá-las. Mas fico de olho nas promoções e já troquei milhas por passsagens bem interessantes para Buenos Aires e dentro do Brasil.
Seguindo essas dicas, já consegui passar Natal e Réveillon no Rio por 220 reais ida e volta, pegando ponte aérea, ou seja, Santos Dumont-Congonhas. Eu sempre me dou bem com isso? O-bo-ró-vio que não. Por exemplo, tive de jogar fora a volta dessa viagem de fim de ano para o Rio porque precisei retornar antes da data marcada. Para remarcar, pagaria uma taxa de 120 reais, 10 reais a mais do quanto paguei pela passagem de volta. Fora a diferença tarifária. É, lembra dos diferentes níveis de preço num mesmo voo? Em cima da hora, só sobraram as passagens mais caras, então eu teria de arcar com a diferença de 110 para quase 900. Solução? Esquecer a volta e começar do zero pesquisando a melhor tarifa só para esse trecho.
O longo viaduto que leva do Aeroporto de Toronto (Canadá) ao centro da maior cidade do país passa por prédios novos, alguns bem altos. Não costumo me impressionar com arranha-céus (morei anos a duas quadras da Avenida Paulista, em São Paulo), mas, na minha primeira visita à cidade, eu vinha de Montréal, onde os edifícios maiores se concentram na parte comercial. Mas aquelas construções modernas pelos bairros de Toronto, a caminho de conhecer a maior cidade do Canadá, já apontavam para uma metrópole bem distante do que eu tinha acabado de ver, apesar de geograficamente separada de Montréal por apenas 500 km.
Isso não é nada num país de dimensões continentais (a área total beira 10 milhões de quilômetros quadrados, fazendo dele o segundo maior do mundo, depois da Rússia). Também bem turística, Vancouver, por exemplo, já está lá do outro lado do mapa do Canadá, no oeste, à beira no Oceano Pacífico. Cidade mais populosa do país (com a área metropolitana, passa de 6 milhões de habitantes), Toronto é tão conhecida que muita gente pensa que é a capital do Canadá – posto ocupado, de fato, por Ottawa.
Desembarquei na metrópole canadense no fim de uma tarde de domingo. Nos dias seguintes, explorei os bairros de Toronto e conto aqui o que vi por eles. Mas já no primeiro dia deixei as malas no quarto e saí para dar uma volta. O distrito financeiro, onde me hospedei, estava vazio. O pretexto para o passeio: encontrar um muffin de qualquer berry e usar o wifi do café. A desculpa era boa: as frutas silvestres são extremamente saborosas no Canadá e a saudade batia forte do marido e do filho, na época com apenas 1 ano.
CN Tower, símbolo da maior cidade do Canadá
Instalada no hotel Fairmont Royal York, na Front Street, rua atrás da famosa CN Tower, tive a visão da torre como primeiro contato com Toronto. Me interessei por tentar fotografar sua imagem distorcida refletida num dos edifícios. Um ícone, de certo, mas não me disse grande coisa daquele ângulo. Com os dias, de tanto ver aquela agulha furando o horizonte, me acostumei. Só entendi o bafafá em torno da CN Tower, no entanto, quando subi a torre.
Aberta ao público há 35 anos, ela tem 553 m de altura. Os corajosos podem andar sobre um piso de vidro, a 342 m. Eu pus o pé rapidinho, enquanto a criançada literalmente rolava e se deitava olhando lá para baixo. Fiquei mesmo com a vista do LookOut, aquela parte gordinha da torre, onde uma varanda fechada mostra o Lago Ontário de um lado e a maior cidade do Canadá a se esparramar do outro. Respirei fundo e dei um pulinho no Sky Pod também. É o pedacinho em que começa a parte pontuda da CN Tower, a 447 m.
Crianças no chão da CN Tower
A experiência é bacana, mas, para conhecer Toronto, é preciso descer ao nível da rua, e até abaixo dela. Ali, sob a torre, encontra-se outra emblemática atração. Com 28 km de percurso, o Path Toronto é uma cidade subterrânea que conecta mais de 50 edifícios em Downtown. Segundo o Guinness , o Livro dos Recordes, é o maior complexo de compras embaixo da terra.
Entrada do Path Toronto
Em cerca de 370 mil m² de área comercial, há 1.200 lojas e pontos de serviço. Conseguir subir e descer em qualquer ponto é um dos grandes baratos do Path Toronto. Isso na área central. Outro é explorar o St Lawrence Market, mercado público de Toronto, com muitas berries e o apetitoso sanduíche peameal bacon.
A outros bairros de Toronto dá para ir de metrô, ônibus ou bonde. Uma forma gostosa de explorar a maior cidade do Canadá é, curiosamente, seguindo as rotas de bonde. A maioria leva no nome a rua principal por onde passa. Por exemplo, a linha 501 Queen percorre a Queen Street de leste a oeste, onde se encontra com a 508 Lake Shore, que começa seu trajeto no Lake Shore Boulevard.
Compras de West Queen West a Yorkville
A linha 501 Queen corta West Queen West, bairro alternativo de Toronto, ótimo para fuçar lojinhas. Antenada com a sustentabilidade, a Preloved vende peças fabricadas a partir de retalhos de tecidos e de pedaços de tricô. Fica ao lado da Type Books, uma simpática livraria com vários títulos sobre gastronomia e vinhos.
Moda sustentável em West Queen West
Na porta seguinte, está a The Paper Place, colorida e tentadora papelaria. Quem me apresentou a esse trio foi Barbara Captijn, dona da Insider Shopping Toronto. O trabalho dela é sair com turistas para compras como personal shopper.
Também me levou a Yorkville, bairro descolado no entroncamento da Bloor Street com a Yonge Street. Em setembro, mês do mais renomado festival de cinema de Toronto, o Toronto International Film Festival, essa área fica bem badalada. É um bonito, com cafés, restaurante e lojas.
Barbara me apresentou a Eleven, boutique na Cumberland Street com peças exclusivamente de estilistas canadenses. Na porta ao lado, a L’Elegante é um brechó que trabalha apenas com marcas como Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Dior, Versace, Fendi, Hugo Boss, Prada e Cartier. Tive a sorte de ser iniciada a Toronto por moradores que escolheram como trabalho mostrar diferentes aspectos da sua cidade.
Brechó de roupa de marca entre as lojas de Yorkville
Downtown Toronto e Kesington Market
Com Bruce Bell, da Bruce Bell Tours, descobri que o Lago Ontario começava na Front Street (por isso, ‘rua da frente’). A situação mudou com a chegada da ferrovia a Toronto, em 1850, já que precisavam de terra para passar os trilhos. Com ele, soube que Toronto em 1793, ano da sua fundação, tinha 200 moradores e que atualmente é a cidade mais populosa do Canadá. De acordo com dados do governo do Canadá, Toronto com sua área metropolitana já contabilizava 6,2 milhões de habitantes em 2016.
Bruce é daqueles apaixonados pela história do lugar onde mora. Me contou que o primeiro nome dado a Toronto pelos ingleses foi York. Somente em 1834, o assentamento foi elevado à categoria de cidade e teve o nome como era originalmente conhecido — a palavra indígena significaria algo como ‘lugar de encontro’. Não deixa de fazer sentido ainda hoje.
O principal aeroporto do país é o de Toronto. Lá chegam voos do mundo todo, incluindo os da Air Canada Brasil. A metrópole canadense reúne 200 grupos étnicos e, além da língua oficial do Canadá — na verdade, são 2: o inglês e o francês —, se escutam cerca de 130 idiomas.
Centro financeiro do Canadá
Muito em parte devido à sua vocação cosmopolita e financeira. Toronto é sede de 4 dos 5 bancos canadenses. A bolsa de valores da cidade é a segunda mais importante da América do Norte, atrás apenas da Bolsa de Nova York. E é com a grande irmã americana (a velha e a nova York) que Toronto é muitas vezes comparada: Little Apple se intitula a canadense.
As semelhanças existem. Toronto já foi York, é a cidade mais populosa e também a capital financeira do país (a administrativa é Ottawa), se desenvolveu em bairros de imigrantes e tem até sua Times Square (a Yonge-Dundas Square, também cheia de sinais luminosos).
Mas, para quem conhece a metrópole dos Estados Unidos, as comparações são até engraçadas. E, para quem conhece Toronto, desnecessárias. Nova York é Nova York, não há nada parecido no mundo. Toronto é infinitamente menos frenética. É uma cidade simpática, com uma população atenciosa. Com 630 km² quadrados, tem metade da área nova iorquina. Um lugar fácil de se conhecer com transporte público aliado a gostosas caminhadas.
Bonde na maior cidade do Canadá
Uma delas foi a que fiz com John Lee, um agitado chef, professor, dono da lanchonete Chippy’s Fish and Chips e guia sob demanda nas (poucas) horas vagas. John me mostrou Kensington Market, área conhecida nos anos de 1920 por seu mercado judeu. Nesta região, imigrantes se instalaram e abriram pequenos negócios. Nos anos 40, a comunidade judaica se deslocou para a parte norte da cidade. Desde então, Kensington Market recebeu levas de imigrantes açorianos, caribenhos, africanos e asiáticos.
Atualmente ali, no quadrilátero delimitado pela Spadina Avenue, pela Dundas Street, pela Bathurst Street e pela College Street, a diversão é checar essa diversidade espiando brechós, bancas de frutas e até portinhas mais prosaicas, de açougues e peixarias.
Achados em Kesington Market, como a Casa Açoreana
Cai bem uma pausa para um café na Casa Açoreana (na esquina da Augusta Street com a Baldwin Street) e para ver as prateleiras coloridas cheias de potes de café, chá e guloseimas de várias partes do mundo. Ou provar uma das delícias da My Market Bakery (na Baldwin Street): se lambuze com a nanaimo bar de lá – doce típico do Canadá, tem uma camada de massa de biscoito, uma de creme de baunilha e uma de chocolate e leva o nome da cidade de Nanaimo, na Ilha de Vancouver, na costa oeste.
Depois de passear por Kensington Market, andamos até a Spadina Avenue, já na vizinha Chinatown. Ali John me indicou o restaurante King’s Noodle. Comi o melhor pato assado que já experimentei. O porco assado e o brócolis no vapor também estavam deliciosos. Além da qualidade da comida, os preços eram bons.
Letreiros e placas em Chinatown
Principais museus e Distillery Historic District
Dali fui à Art Gallery of Ontario (AGO) para ver as obras do Grupo dos Sete, pintores que nos anos 1920 promoveram o primeiro grande movimento artístico do Canadá. Eles acreditavam que uma identidade para a arte canadense viria do contato com a natureza e, por isso, retrataram a paisagem do país. Inaugurado em 1900, esse museu tem uma boa coleção de arte moderna.
Art Gallery of Ontario
Toronto tem diversos tipos de museu. O gigante Royal Ontario Museum (ROM), maior do Canadá, possui mais de 6 milhões de peças no acervo. Fiquei boba mesmo foi com a ala dos dinossauros. Não ligo muito para os bichões, mas a recomposição dos esqueletos e a variedade de espécies expostas me chamaram atenção.
ROM: museu com dinossauros
Para os interessados no passado da cidade e do Canadá, há 10 museus históricos, como o do Fort York, fortificação construída no ano de fundação de Toronto (na época, York, lembra?).
Eu prefiro lugares históricos, como Distillery Historic District, um pouco mais ao leste em relação ao forte. A área que começa na Mill Street com Parliament Street é patrimônio nacional e reúne o maior conjunto de arquitetura industrial vitoriana preservada no país. No complexo, é montado o principal mercado de Natal de Toronto.
Distillery Historic District, endereço do mercado de Natal
Durante o século 19, funcionou ali The Gooderham and Worts Distillery. Nos 44 prédios de tijolinhos da antiga destilaria, desde 2003 abrigam galerias de arte, lojas, restaurantes, escolas, teatros e escritórios. O lugar é lindo e já serviu de locação para 1.700 filmes.
Ao lado do ROM, na mesma Bloor Street, me diverti muito no Bata Shoe Museum. É um museu minúsculo, mas adorei o acervo: sapatos. Não que homens não possam gostar, mas é um museu muito mulherzinha. Logo na entrada pares de sapatos estão à disposição em frente a um espelho para uma sessão de brincadeira.
Bata Shoe Museum, o museu do sapato
Na coleção permanente, é uma delícia ver exemplares de vários países, modelos consagrados na moda e alguns usados por estrelas do cinema e da música. Gostei da sequência de caixas transparentes que apresentam calçados históricos como o de um astronauta.
Também nessa linha de acervo bem específico, não deu tempo, mas fiquei morrendo de vontade de ver o Gardiner Museum, dedicado à cerâmica.
Hockey Hall of Fame, o esporte do Canadá no gelo
Nada pode ser mais particular e ligado ao Canadá do que o Hockey Hall of Fame. O que eu sei de hóquei no gelo? Tem um disco que desliza, e o jogador usa um bastão torto para empurrá-lo. Por isso, hesitei em ir até lá. Mas não dava para estar no Canadá e não ver o hall da fama do hóquei, ainda que fosse para ter algum contato com a modalidade.
Achei o museu impressionante, com um extenso acervo (claro, esse é o esporte nacional canadense). Na entrada estão os uniformes de todos os times participantes da National Hockey League (NHL) — apesar de levar ‘nacional’ no nome, a liga reúne times do Canadá e dos Estados Unidos.
Montréal Canadiens, o time de hockey do Canadá francês
O Hall of Fame exibe ainda uniformes de época dos times e recompõe um vestiário do Canadiens de Montréal. Há uma sala de troféus, outra com uniformes de seleções internacionais e uma especial para o puck (disco) usado na vitória do Canadá sobre os Estados Unidos na Olimpíada de Inverno de Vancouver, em 2010.
Para terminar a visita, a sala com figurinhas de jogadores e jogos interativos envolvendo hóquei. É possível experimentar o jogo, como atacante ou goleiro (os nomes devem ser outros, mas deu para entender as posições, certo?). Nunca foi desportista, fiquei um pouco acanhada de tentar, mas não resisti. Na primeira tacada, disco na rede! Sorte de principiante. No hóquei e em Toronto.
Em 1335, os reis da Hungria, da Boêmia e da Polônia se encontraram em Visegrad para tratar de assuntos da região. Séculos depois, em 15 de fevereiro de 1991, essa reunião se repetiu de modo simbólico: Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia (estes 2 últimos formam o território da antiga Boêmia) criaram o Grupo de Visegrad, ou Grupo dos Quatro (V4), para juntar esforços e integrar esses países da Europa Central, então saídos do regime comunista.
BRATISLAVA – Foto: Nathalia Molina
O V4 atua em várias áreas. Em 2004, por exemplo, o quarteto entrou para a União Europeia depois de um trabalho em conjunto. Atualmente o grupo é bem ativo no segmento de turismo, em busca de novos visitantes em mercados distantes como o Brasil. A proximidade geográfica entre os países da Europa Central facilita a visita de mais de um deles numa única viagem. Para se ter uma idea, eu parti de Budapeste para um cruzeiro pelo Danúbio numa noite e, na manhã seguinte, já estava em Bratislava. Foi dormir para sair da Hungria e chegar à Eslováquia — esse cruzeiro fluvial foi o prêmio que ganhei da Comissão Europeia de Turismo por ter vencido a premiação anual da Europa na categoria Melhor Reportagem na Internet.
Uma boa é consultar o site do Quarteto Europeu durante o planejamento da viagem. Lá estão as principais atrações e cidades dos 4 países e também sugestões de rotas por essa região europeia — herança judaica, spa, castelos ou patrimônios da Unesco são alguns dos itinerários.
O número de brasileiros na região cresceu nos últimos anos, mas ainda é pequeno. O país que recebeu mais turistas do Brasil em 2011 foi a República Tcheca, com 40 mil, seguida pela Hungria, com 20 mil. Polônia e Eslováquia registraram apenas 5 mil e 3 mil visitantes, respectivamente. Para aumemtar o fluxo de brasileiros para os 4 países, eles promovem a região como V4 em eventos do setor de turismo.
O Path Toronto, cidade subterrânea em Downtown, é uma das atrações mais citadas por brasileiros quando comento que já estive na metrópole canadense — a outra é a CN Tower, um dos principais pontos turísticos do Canadá, ao lado das Cataratas do Niágara. Normal, afinal, a gente fica mesmo fascinado em pensar que uma cidade foi construída embaixo da terra, com lojas, estações de metrô e até mapa para a gente se situar nela, com entradas a partir da superfície.
Parece uma ideia maluca para quem vive num país tropical como o nosso, mas o Path Toronto tem lógica. Entre um lugar e outro, se estica em corredores de lojas, lanchonetes e restaurantes. Os túneis chegam ainda a pontos turísticos e áreas de lazer e negócios, percorrendo o centro da maior cidade do Canadá.
É mais do que útil no inverno em Toronto (Canadá), quando a neve gela as ruas, e também no verão do Canadá, época em que a umidade na metrópole pode incomodar quem não é muito chegado a esse estilo colante de calor. O mesmo raciocínio sobre o clima vale para o Resó, cidade subterrânea de Montréal, no Canadá francês.
Como é o Path Toronto: mapa, entradas, metrô e história
A história do Path de Toronto começou em Downtown, em 1900, quando a rede canadense T. Eaton’s Co. construiu túneis para ligar sua principal loja, na esquina da Yonge Street com a Queen Street, ao seu anexo de promoções. Atualmente, de acordo com a prefeitura da cidade, há 125 entradas para o Path de Toronto e cerca de 60 pontos em que você tem de decidir para que lado ir. Desde que estive no Canadá pela primeira vez, em 2010, a sinalização melhorou muito – a mais recente atualização ocorreu em 2018.
Na minha visita de estreia, me perdi à beça. Me diverti, então, vendo lojas e aquela cidade que se movimenta embaixo da terra. Essa, aliás, é uma dica essencial para andar no Path: não se preocupe com a possibilidade de se perder. Para quem é visitante, isso é quase inevitável. E nada incômodo, já que sempre há o que ver lá e a todo momento você encontra um acesso da superfície.
Os 30 km de extensão do Path levaram à sua inclusão no Guinness World Records como o maior complexo subterrâneo de compras do mundo. A rede de caminhos liga pelo menos 50 edifícios, além de 2 lojas de departamento e 8 hotéis — veja onde ficar em Toronto, com sugestões divididas por bairros ou busque no mapa abaixo.
Entre as estações de metrô que fazem parte do Path Toronto está a Union Station, terminal central da cidade, onde embarcam e desembarcam passageiros do UP Express (trem para o aeroporto de Toronto) e de rotas da Via Rail (empresa ferroviária do Canadá), como a percorrida viagem que eu fiz no The Canadian, trem de Toronto a Vancouver.
A letrinhas de Path são vistas nas entradas para a cidade subterrânea e ao lado dos botões de alguns elevadores de prédios conectados. Quando estiver caminhando pelos trajetos da rede, observe o nome escrito sob a palavra Path nas placas; ele mostra embaixo de que rua você está.
Também são úteis as setas coloridas no teto indicando as direções: N (norte em azul), S (sul em vermelho), E (leste em amarelo) e W (oeste em laranja). Esses tons aparecem ainda nas placas que informam em que prédio você se encontra e para qual vai se dirigir se seguir aquela seta com a cor da direção correspondente.
O que fazer na cidade subterrânea: lojas e pontos turísticos
Os números mostram que saber o que fazer no Path Toronto definitivamente não é um problema: numa área total de cerca de 345.000 m², são em torno de 1.200 pontos comerciais, entre lojas, restaurantes e prestadores de serviço. Anualmente, tudo isso gera vendas de cerca de 1,7 bilhão de dólares canadenses, e nós, brasileiros, certamente colaboramos com a nossa parte.
É quase impossível passar por vitrines, quiosques e farmácias sem voltar às ruas com alguma sacola de compra. O Toronto Eaton Centre, principal shopping da cidade, é um dos pontos ligados pelo Path. Lá estão marcas como Nordstorm, Swarovski, Apple, Guess e Fossil. Na mesma região, ficam o 10 Dundas East e o Atrium on Bay, também boas opções para quem quer fazer compras em Toronto ou busca restaurantes de Toronto.
Sinalização do Path, na chegada à Union Station
Por baixo da terra, é possível caminhar da região do Lake Ontario, ao sul, até a frenética Dunda-Yonge Square, praça onde estão aqueles prédios iluminados que lembram a Times Square de Nova York. Ou de leste a oeste, do Financial District, concentração de arranha-céus espelhados, até o Entertainment District, que reúne teatro, cinema e vida noturna. É o bairro do Tiff Bell Lightbox, sede do Festival de Cinema de Toronto, e da sala de concertos Roy Thomson Hall.
Entre os pontos turísticos que podem ser acessados pelo Path estão a CN Tower, o Ripley’s Aquarium of Canada e o Hockey Hall of Fame. Esse museu sobre o esporte nacional do Canadá, o hóquei, fica dentro do Brookfield Place, uma das entradas do Path Toronto.
O prédio também é o endereço da Allen Lambert Galleria, galeria cujo teto foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Pelos túneis do Path Toronto também se chega à ScotiaBank Arena (antigo Air Canada Centre) e ao complexo esportivo Rogers Centre.