Que lindas são as cerejeiras em flor. Já vi nos Estados Unidos — em Washington, são um espetáculo — e imagino a beleza de experimentar isso no Japão. É exatamente a relação entre esses 2 países que celebra o National Cherry Blossom Festival, na capital americana. Nesta edição, o festival comemora o centenário do presente dado pelos japoneses aos americanos em 1912: 3 mil cerejeiras.
Com início hoje, 20 de março, a programação segue até 27 de abril. Além da tradicional parada pela Constitution Avenue, em 14 de abril, ocorre o Sakura Matsuri, festival japonês de rua. Há ainda eventos como festival de pipas (31 de março) e espetáculo com fogos (7 de abril). Samurai: The Warrior Transformed, sobre essa figura simbólica da cultura japonesa, permanece em cartaz no National Geographic Museum até 29 de abril.
Para obter informações sobre Washington, Maryland ou Virginia, acesse o site da Capital Region.
ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NA REVISTA HOST & TRAVEL — edição de março de 2012
Texto de Nathalia Molina
Se o que você procura é um destino de praia com águas claras, encontrará seu lugar facilmente ao longo dos 230 quilômetros do litoral de Alagoas. Tons de verde e azul pintam a paisagem, desenhada por coqueiros e pelo movimento da maré, formando deliciosas piscinas naturais morninhas ao longo da costa. A cor de férias por ali mistura pele bronzeada à festiva renda de filé, típico artesanato local. O sabor vem do sururu, marisco tradicional das lagoas Mundaú e Manguaba, duas das muitas que terminaram por batizar o estado. Com uma composição dessas, fica fácil entender como o cenário se torna irresistível.
Maceió é uma das capitais nordestinas com as mais bonitas praias urbanas. Ganhou fama nacional com a da Pajuçara, sua feirinha de artesanato e as jangadas que levam os turistas para ver as piscinas naturais a dois quilômetros da areia. Quem quer conforto pode optar pelas barracas da praia vizinha, Ponta Verde. A mais badalada é a Lopana, com drinques, petiscos e catamarã próprio para visita às piscinas. Boa dica para aproveitar o sol ou curtir a noite em festas ou shows. O melhor programa é passar horas na mordomia entre um mergulho e outro.
Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca (a praia seguinte) têm grande concentração de hotéis, pousadas e restaurantes. Também é o pedaço do agito, em casas com música como o Maikai. Na orla, a pedida é provar as tapiocas das barracas do calçadão. Coco e queijo coalho são apenas o começo da brincadeira, que inclui recheios tão diversos quanto lombinho ou morango com chocolate.
Para experimentar uma comida regional memorável, a dica é ir até o bairro histórico do Jaraguá. Criado em 1989, o restaurante Carne de Sol do Picuí sofisticou-se após uma reforma e adotou o apelido como nome. Desde 2009 é conhecido como Picuí, apenas. Serve porções preciosas, preparadas pelo chef Wanderson Medeiros, que assumiu o negócio da família e incorporou a ele toques da cozinha contemporânea. A carne de sol na brasa coberta por queijo coalho e acompanhada de pirão de queijo, por exemplo.
Longe da areia, é possível apreciar o pôr-do-sol navegando pela Lagoa Mundaú. O barco sai do Pontal da Barra, ao sul da capital, e passeia por ilhas e pelo manguezal, com uma parada para banho no encontro da lagoa com o mar. Não deixe de conhecer o polo de rendeiras que tecem o filé ali mesmo. As linhas de cores vivas são entrelaçadas em pontos largos para formar figuras geométricas e flores, em colchas, cortinas, caminhos de mesa e saídas de praia, entre outras peças.
Dias de sobra
Numa viagem curta, só as atrações de Maceió já preenchem a programação. Além do trecho movimentado da orla, da gostosa culinária e do artesanato, as praias de Cruz das Almas (point de surfistas) e Ipioca (área residencial) também merecem uma visita. Mas saiba que o ideal é reservar dias de sobra para conhecer os destaques do litoral alagoano. Ao sul, o roteiro combina mar e lagoas. Ao norte, exibe uma impressionante sucessão de piscinas naturais, o que levou a região a ser batizada de Costa dos Corais, nome também da Área de Proteção Ambiental criada pelo Ibama em 1997.
Apesar de não ser o ideal, quem tiver pouco tempo pode viajar em esquema de bate-volta até o litoral sul, saindo de Maceió. A primeira parada é na Praia do Francês, a vinte quilômetros da capital, mas parte da cidade de Marechal Deodoro. Antiga vila de pescadores, a praia caiu no gosto dos surfistas há décadas e se transformou numa das mais conhecidas do estado. Na parte oposta às ondas atraentes para pranchas, o mar amansa nos arrecifes. Barracas vendem comes e bebes para um gostoso dia de praia em família. Mas, para se lambuzar com a culinária regional e seus pratos com sururu, a dica é um dos restaurantes do canal da Massagueira, à beira da Lagoa Manguaba.
Mais para o sul, no município de Barra de São Miguel (quarenta quilômetros da capital), fica outro destino alagoano bastante conhecido: a Praia do Gunga. Ali, a Lagoa do Roteiro se junta ao mar diante da areia clara e da imensidão de coqueiros. Um mirante na estrada mostra o horizonte tomado pelo verde devido ao coqueiral e à cor da água ao fundo durante a maré alta. No verão e nos fins de semana de sol, a Praia do Gunga fica lotada. Do outro lado da lagoa, o movimento diminui um pouco conforme se caminha para a esquerda, na Praia da Barra de São Miguel.
Rumo ao norte
Para de fato desfrutar da costa norte, a escolha sensata é hospedar-se por lá. Muita gente parte da capital e se aventura até Maragogi, a praia mais famosa, apenas para passar o dia. Chega a ser um desperdício, pois há muito a ser descoberto antes de se chegar às galés, como são chamadas as piscinas naturais.
Os arrecifes começam em Paripueira, a trinta quilômetros de Maceió, e seguem até Pernambuco. O restaurante Mar & Cia oferece um roteiro de catamarã até as piscinas naturais, acompanhado por biólogos. Pouco mais de um quilômetro distantes da areia, elas ficam dentro de um parque marinho municipal, criado para proteger a área. No restaurante, também é possível acertar uma ida à belíssima praia de Carro Quebrado, na Barra de Santo Antônio, mais ao norte.
A próxima parada é em São Miguel dos Milagres, distante cerca de cem quilômetros de Maceió. Isolada por coqueiros, a região de vilas de pescadores é cortada por rios e exibe piscinas naturais na maré baixa, a um quilômetro da costa. É uma beleza de paisagem, onde a vida segue mansa em praias como Toque e Patacho (esta em Porto de Pedras, o lugarejo vizinho). Diante do mar calmo de água límpida e morna, encontram-se charmosas opções de acomodação. Esse trecho do litoral é indicado para dias de conforto e relaxamento.
Quem gosta de movimento deve se hospedar no segundo ponto mais visitado de Alagoas: a cidade de Maragogi, que só perde em número de turistas para Maceió. O município está a uma mesma distância das capitais alagoana e pernambucana, fica a cerca de 140 quilômetros das duas. Além da boa infra-estrutura– com direito a resorts –, é bom reforçar que aquele pedaço do litoral oferece mais do que as tão faladas galés. Japaratinga e Bitingui, no sul, e Burgalhau e Barra Grande, no norte, são praias lindas, bem próximas de Maragogi. É bom ter tempo para caminhar pela areia e para provar o bolo de goma, sequilho típico da cidade.
As galés são a parte principal do programa, obviamente. O passeio de barco pode ser tratado na areia — com os restaurantes Frutos do Mar, Corais do Maragogi e Pontal do Maragogi –, nos hotéis ou nas agências de receptivo da cidade. Procure uma embarcação credenciada para diminuir ao mínimo o impacto ambiental. Nas galés, jamais pise nos corais ou alimente os peixes para garantir a preservação desse frágil ecossistema.
Muitos peixinhos e piscinas de água transparente aguardam os turistas a seis quilômetros da costa. Depois de tantos banhos no mar de Alagoas, um gran finale nunca é demais. Afinal, não era água clara que se procurava? Como dizem no Nordeste, “pronto”, está aí.
PARA UMA VIAGEM FELIZ
Alagoas tem dois litorais, muito diferentes: um na maré alta e outro – bem mais bonito – na maré baixa. Sabe aquelas fotografias de praias maravilhosas com piscinas naturais? Foram tiradas na maré baixa. Então, para não voltar das férias frustrado, é muito importante consultar a tábua das marés antes de marcar a passagem aérea e a hospedagem.
A dica vale para vários destinos nordestinos, especialmente quando há piscinas naturais envolvidas, pois a maré alta pode tornar os banhos inviáveis. Como há arrecifes praticamente na costa inteira de Alagoas, a recomendação ali ganha uma importância ainda maior. A tábua das marés é acessório fundamental para uma viagem feliz.
No site da Marinha é possível consultar mês a mês como será a maré o ano todo. Assim fica fácil se programar para viajar na época indicada. Para ver o melhor da paisagem de Alagoas, viaje no período de lua cheia ou nova, quando a variação do nível da maré é maior e as piscinas naturais ficam ainda mais lindas.
COMO CHEGAR
Há voos para Maceió a partir de várias cidades brasileiras. Confira as opções de horários com as companhias: Azul (www.voeazul.com.br e 4003-1118), Gol (www.voegol.com.br e 0300-1152121), TAM (www.tam.com.br e 4002-5700), Trip (www.voetrip.com.br e 3003 8747) e Webjet (www.webjet.com.br e 0300-2101234).
HOSPEDAGEM
Radisson: De frente para a praia da Pajuçara, bem pertinho do ponto de saída das jangadas, oferece 172 apartamentos e 23 suítes, todos com vista para o mar. www.atlanticahotels.com.bre (82) 3202-4900
Ponta Verde: À beira da praia, conta com 203 apartamentos e completa área de lazer. O grupo irá inaugurar em breve uma unidade na Praia do Francês. www.hotelpontaverde.com.br e (82) 2121-0040
Kenoa: Com 23 acomodações, o resort em Barra de São Miguel dispõe de winebar, lounge, fitness center e piscina. O restaurante Kaamo e o Kenoa Spa são abertos a não-hóspedes. (82) 3272-1285 e www.kenoaresort.com
Pousada do Toque: São 17 chalés com infra-estrutura completa. As novidades incluem lounge com biblioteca, restaurante com vista para o mar na área da piscina e o chalé romã (para um casal com dois filhos). O regime de meia pensão está incluído na diária. (82) 3295-1127 e www.pousadadotoque.com.br
Salinas: O grupo possui dois resorts em Alagoas. Na Praia de Ipioca, o Salinas de Maceió oferece seis refeições por dia (bebidas são pagas à parte), duas piscinas e spa. Já o Salinas do Maragogi, funciona no sistema all-inclusive e tem 1.500 m² de piscinas, espaço para esportes e caminhadas ecológicas, além de atividades para a criançada. (82) 3296-3030 e www.salinas.com.br
Grand Oca Maragogi Beach & Leisure: O resort ocupa uma área de 100 mil m2 onde estão 120 apartamentos, 97 bangalôs e 12 suítes, além de piscinas, restaurantes, sala de jogos, serviço de massagens e uma boate particular. (82) 3296-3200 e www.grandocamaragogiresort.com.br
GASTRONOMIA
Lopana: Ótima opção para passar o dia na Praia de Ponta Verde, uma das melhores de Maceió, tomando caipifruta e beliscando camarão ou peixe. Também serve pratos quentes. (82) 3231-7484 e www.lopana.com.br
O Peixarão: O carro-chefe é o prato que leva o nome da casa. No peixarão, a posta de peixe é cozida no molho de coco e coberta por camarão e um creme cuja receita é mantida em segredo. Acompanha pirão e arroz e alimenta até três pessoas. (82) 3325-7011 e www.opeixarao.com.br
Picuí: Localizado no bairro de Jaraguá, na capital, faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança. Quem prova o Clássico do Picuí – carne de sol com pirão de queijo coalho, feijão verde na manteiga de garrafa e chips crocante de batata doce – leva um prato decorativo de recordação. Oferece traslado gratuito do hotel, na ida e na volta. (82) 3223-8080 e www.picui.com.br
PASSEIOS
Paripueira e Carro Quebrado: Acompanhado de biólogos, o passeio do Mar & Cia (82-3293-2031) às piscinas de Paripueira dura entre uma hora e meia a duas horas e custa R$ 30 por pessoa. Do mesmo dono, o Estrela Azul (82-3291-1599), em Barra de Santo Antônio, leva os visitantes de lancha até Carro Quebrado, praia deserta na Ilha do Croa. Com o traslado de jardineira a partir de Paripueira, sai a R$ 50 por pessoa. www.piscinasnaturais.com.br
Galés: Credenciados pela prefeitura, três restaurantes oferecem a ida às galés, a R$ 50 por pessoa. Na praia de Maragogi, o Frutos do Mar (82-3296-1403) e Corais do Maragogi (82-3296-2286 e www.coraisdomaragogi.com.br) têm catamarãs para o passeio e completa estrutura para um dia ao sol. Na vizinha Burgalhau, ao norte, a navegação às piscinas e o serviço de praia estão disponíveis no Pontal do Maragogi (www.pontaldomaragogi.com.br).
OPERADORAS
Litoral Verde – Especializada em roteiros para resorts, destaca o pacote de quatro dias no Salinas do Maragogi. Até 30 de junho, os valores começam em R$ 1072,50* e incluem hospedagem, alimentação e transfers. 0800-2866606 e www.litoralverde.com.br
Marsans – Oferece pacotes de oito dias combinando os atrativos de Maceió e Maragogi. Inclui hospedagem com café da manhã, city tour pelas duas cidades e litoral sul. Até junho, custa desde R$ 949. www.marsans.com.br
RECEPTIVO
Costa Azul – Além de passeios, oferece transfers personalizados dos aeroportos para a Costa dos Corais. www.costazulturismo.com.br e (82) 3296-2125
Jaraguá Turismo: Entre os passeios oferecidos, destaque para a navegação pela Lagoa Mundaú. (82) 3337-2780 e www.jaraguaturismo.com
Tropicana: Oferece passeios em Maceió, pelo litoral sul e pela Costa dos Corais, além de traslados. (82) 3235-1541 e www.tropicanaturismo.com.br
O chinelo com livre acesso, a informalidade, a fala chiada. A cultura de botequim, o filé à francesa, os petiscos, a cerveja estupidamente gelada. Os táxis amarelos, o asfalto escaldante, o ar-condicionado cortante. A Lapa, os arcos, os casarões recuperados, a música. O Réveillon, o Carnaval, a Sapucaí, os blocos. O samba, o partideiro, a senhora que não espera par e se levanta.
O subúrbio, o Maracanã, as ruas da Zona Sul velha, os vendedores com carrocinha. A Lagoa, o mar, a reverência antes de entrar na água sem choque térmico. A canga, o mate gelado, o biscoito Globo, o pôr-do-sol no Leblon com o Morro Dois Irmãos. O Jardim Botânico, as Paineiras, a fauna e a flora que se impõem entre o concreto. O Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, os pontos turísticos, os turistas, os cariocas.
Todo feriado a mesma cena. São Paulo chega ao topo da lotação de carros nas ruas, depois esvazia. Os animados se jogam nos blocos da cidade ou desfilam no Sambódromo. A maior parte dos paulistanos, no entanto, desfruta das ruas, enfim, desertas. Fico com um pouco de cada. No momento, após uma legítima pizza paulistana, estou foliã de sofá, com cerveja e desfile pela televisão. Mas pretendo levar meu filhote a um bailinho e quem sabe sair com ele num bloco.
Para quem vai acompanhar os desfiles, vale ver o site da Liga Independente das Escolas de Samba São Paulo. Em Carnaval 2012, é possível ouvir o samba-enredo da agremiação preferida, assim não fica boiando enquanto todo mundo canta na avenida. No alto da página inicial, dá para ver as fichas técnicas das escolas, com os endereços dos sites oficiais delas. Só não encontrei um link para a ordem dos desfiles do Grupo Especial — se alguém achar, me avisa. Tive de buscar em Pesquisa para parar em Notícias. As escolas se apresentam assim:
SEXTA-FEIRA, 17 de fevereiro
Camisa Verde e Branco
Império de Casa Verde
X-9 Paulistana
Vai-Vai
Rosas de Ouro
Acadêmicos do Tucuruvi
Mancha Verde
SÁBADO, 18 de fevereiro
Dragões da Real
Pérola Negra
Mocidade Alegre
Águia de Ouro
Unidos de Vila Maria
Gaviões da Fiel
Tom Maior
Então, “vamos para cima”, “nós trabalhamos o ano inteiro para este momento”. Bom Carnaval para todos!
Começa amanhã o Carnaval de Salvador, que todo ano reúne mais de 2 milhões de pessoas, entre turistas e habitantes. A festa é dividida em 3 circuitos: Osmar (Campo Grande), Dodô (Barra-Ondina) e Batatinha (centro histórico). Participam 39 blocos de trio, 29 afoxés e 65 afros. O tema desta edição é O País do Carnaval, título do primeiro romance de Jorge Amado, o homenageado da festa. Em 2012, comemora-se o centenário de nascimento do escritor.
A página do Carnaval de Salvador é de fato útil ao folião. Além da programação completa — para consultar, combine lugar e dia –, é possível obter lá informações como dicas de saúde e segurança, na área de Serviços. Para ninguém perder o bonde (ops, o bloco), há nesse setor também o link Onde Está Seu Bloco. A festa na capital baiana é tão profissional que, no site, estão até as datas para os próximos anos, até 2031. Não tem desculpa para quem pensa em se programar para um dia sair atrás do trio elétrico.
Entre no clima com um clique abaixo no vozeirão da Margareth Menezes. A apresentação é do Festival de Verão de 2011, mas não encontrei uma gravação boa de Dandalunda durante o Carnaval. Esta é a minha música preferida da Margareth. É uma energia incrível ouvir e dançar isso em Salvador. Se ela cantar a música neste ano e alguém registrar, me avisa que eu substituo o link.
Em fevereiro de 1922, reinventou-se a arte no Brasil. Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Guilherme de Almeida, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos foram alguns dos escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos que fizeram parte da Semana de Arte Moderna. Realizado nos dias 13, 15 e 17 no Theatro Municipal de São Paulo, o evento faz 90 anos neste mês. Eu amo esse assunto. Foram os modernistas que me fizeram olhar e gostar de São Paulo, ainda adolescente no Rio.
O Theatro Municipal tem programação especial para celebrar a data. De 15 a 26 de fevereiro, estão previstas apresentações como Magdalena, opereta de Heitor Villa-Lobos, e execução de música de câmara, com Robert Schumann e Villa-Lobos (incluindo repertório executado por Guiomar Novaes na Semana de 22). O teatro completou 100 anos em setembro de 2011. Estou querendo voltar lá tem tempo, quem sabe não me animo.
Theatro Municipal – Sylvia Masini/Divulgação
Quando cheguei a São Paulo, morei por 2 meses no antigo hotel Othon, no Viaduto do Chá, no centro. Do alto, abria a cortina para ver o Theatro Municipal e começar bem o dia. Muitas vezes ia a pé para a Folha de S. Paulo, onde eu fazia o Programa de Treinamento, e passava em frente ao prédio. Me lembro que, ao entrar no teatro, achei muito bonito, mas me chamou atenção o tamanho, já que eu estava acostumada com o grande Teatro Municipal do Rio, aonde fui muitas e muitas vezes durante a infância e a adolescência para assistir a apresentações de balé com a minha mãe. Foi também a dança que me levou ao Municipal de São Paulo, num emocionante espetáculo de flamenco com a bailarina Sara Baras.
Exposição sobre Oswald de Andrade – Dirceu Rodrigues/Divulgação
Outro lugar a que pretendo voltar em breve é o Museu da Língua Portuguesa. Ainda não vi a exposição Oswald de Andrade: o Culpado de Tudo, sobre um dos criadores da Semana de Arte Moderna. Não poderia existir momento mais oportuno para ver essa temporária e quero aproveitar que ela foi prorrogada até 26 de fevereiro por causa das comemorações pelos 90 anos.
Adoro o Museu da Língua Portuguesa, já perdi a conta de quantas vezes estive por lá, sozinha, em família, ou levando algum turista amigo. Me lembro especialmente das exposições temporárias sobre Machado de Assis e Fernando Pessoa. Além de ótimas, têm algo de pessoal para mim. Sou leitora de Pessoa desde nova e, por essas coincidências da vida, acabei me casando com um Fernando, que também gosta do poeta e de Portugal como eu. Foi bacana irmos juntos à exposição.
Machado de Assis tem tudo a ver com o Rio de que gosto. Para completar, quando eu estava lá, morava na última rua de Laranjeiras, bairro vizinho ao Cosme Velho, onde o escritor viveu. Bem, meu filho se chama Joaquim. Acho que não preciso dizer mais nada, né?
Voltando à celebração dos 90 anos da Semana de Arte Moderna, além do Museu da Língua Portuguesa, outras instituições da Secretaria de Estado da Cultura se prepararam para a efeméride. A partir de 16 de fevereiro, o Museu Afro Brasil exibe a exposição Mário de Andrade, o Modernista de São Paulo — Sou um Tupi Tangendo um Alaúde na Semana de 22, com textos, objetos e pinturas.
Casa das Rosas – Dirceu Rodrigues/Divulgação
Também em 16 de fevereiro, na Casa das Rosas — Espaço Haroldo de Campos, será relizado o sarau Semana de Arte Moderna: 90 Anos Depois, com música, poesia e arte, nas obras de escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. Caminhar pela Avenida Paulista até a Casa das Rosas, no Paraíso, é um dos meus passeios preferidos perto de casa. O jardim é lindo, adoro ficar entre as flores. Meu filho gosta da fonte de água escondida entre as plantas. E acho o máximo que São Paulo tenha uma casa dedicada à poesia e à literatura.
Casa Guilherme de Almeida – Elias Gomes/Divulgação
O frevo come solto no Carnaval de Pernambuco, então nada melhor do que o Dia Nacional do Frevo, celebrado hoje, para promover o esquenta da festa. No Recife, a programação se concentra no Pátio de São Pedro, no centro. Homenageados, os blocos Batutas de São José e Banhistas do Pina festejam 80 anos de sua fundação. O cortejo do frevo, que sai às 17h30 da Praça Maciel Pinheiro em direção ao Pátio São Pedro, põe fogo na comemoração que se estende até as 23 horas. Quer entrar no clima vendo um pouco da apresentação do ano passado no Dia do Frevo? Clique abaixo.
E isso é só um aperitivo, como as prévias que vêm rolando tanto na capital quanto em Olinda. Pode ser uma ótima ideia ir às duas cidades antes do Carnaval ou perto do aniversário da dupla — a data de fundação delas é a mesma: 12 de março. Eu dei a sorte de estar lá numa comemoração do aniversário que caiu exatamente na semana seguinte do Carnaval. Foi demais acompanhar o frevo desfilar por Olinda enquanto eu bebia uma cerveja gelada num boteco colado à casa de Alceu Valença. Pena que ele não estava lá, adoro a música pirante de Alceu Valença.
O cantor é um dos homenageados no Carnaval do Recife deste ano, junto com o pintor José Cláudio. Como ocorre há anos, a folia por lá é organizada em polos. São ao todo 17. Dá uma olhada nas apresentações previstas: Seu Jorge, Lenine, Ney Matogrosso, Otto, SpokFrevo Orquestra e Marcelo Jeneci, entre muitos outros (incluindo, obviamente, Alceu Valença). Naná Vasconcelos e as nações de Maracatu tradicionalmente abrem a festa, que se estende de 17 a 22 de fevereiro. Disponível no site oficial do evento, a programação completa é bem fácil de consultar combinando o nome do polo com o dia de Carnaval. Tudo de graça, na rua, assim como na vizinha Olinda.
O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, é outro homenageado no Carnaval do Recife. É o tema do Galo da Madrugada neste ano. O bloco costuma tomar as ruas do centro no sábado pela manhã, mas há também desfiles alternativos na quinta 16 de fevereiro à noite e um para a criançada na terça 21 de fevereiro, com o bloco infantil Pinto da Madrugada (não poderia ter outro nome, né?).
Clube Vassourinhas – Luiz Fabiano/Pref. Olinda/Divulgação
Famoso pelos bonecões que descem as ladeiras da Cidade Alta, o Carnaval de Olinda tem também blocos engraçados como o Enquanto Isso na Sala de Justiça, há 17 anos jogando os super-heróis na folia. A festa em Olinda promete muita comemoração: o Clubes Vassourinhas faz 100 anos, o Elefante de Olinda, 60 anos, e o Homem da Meia Noite, 80 anos. Não encontrei a programação no site do Carnaval, mas neste link da Prefeitura estão atrações e polos. Um show de Alceu Valença abre os festejos na quinta 16 de fevereiro. Durante os dias de folia, as apresentações incluem nomes como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Orquestra Contemporânea de Olinda e Karina Buhr.
A festa rola até que na Quarta-Feira de Cinzas a gente liga a TV e o repórter Francisco José, da Globo, faz sua passagem diante de animados foliões e decreta: “Todos os anos a tradição se repete. O Bacalhau do Batata desce as ladeiras de Olinda encerrando o Carnaval de Pernambuco”. Aí é esperar pelo próximo.
Praça Monsenhor Fabrício no Carnaval de 2011 – Pire/Pref. Olinda/Divulgação
ABAIXO VEJA GALERIA DE FOTOS E NESTE LINK O VÍDEO DOS FOGOS
A ida para o Réveillon de Copacabana, no Rio, funcionou bem com a compra de bilhetes de Metrô antecipada. Os vagões estavam bem cheios, mas já me espremi mais no rush em São Paulo. Na saída na estação Siqueira Campos, a massa assustava quem não está acostumado a eventos com sucesso de público.
E sucesso definitivamente é o caso do Réveillon de Copa. Sempre lotou. Mas na areia se arruma sem tanto aperto um lugar para ver o espetáculo. Aquele é de fato um espetáculo. Já fui 4 vezes a essa festa, a última havia sido exatos 10 anos atrás, na estreia das balsas de fogos no mar. Os organizadores ainda estavam tentando entender como iriam fazer o show causar a mesma impressão de quando era feito a partir da areia. Eu tinha ido no ano anterior, o último no modelo antigo, e foi bem frustrante ver como havia ficado. Ao longo da década, descobriram o segredo. É maravilhosa a sensação de ver os fogos ‘caírem em cima da gente’, como numa bênção para o recomeço de tudo outra vez.
Esse foi o ano em que os fogos foram mais bonitos entre todos os 31 de dezembro que passei em Copacabana. A sequência de 16 minutos dançou com a música em evoluções de estrelinhas, explosões de bolas em cores, corações, cobrinhas prateadas. Uma linda maneira de começar 2012. Feliz ano novo!
CLIQUE NUMA FOTO PARA VER A GALERIA COM IMAGENS MAIORES:
RÉVEILLON EM COPACABANA, NO RIO – Foto: Nathalia Molina@ComoViaja
Quem escolheu viajar na hora do almoço de 24 de dezembro pegou o Aeroporto de Congonhas praticamente vazio. O movimento num dia da semana normal é maior do que neste momento no terminal. A única fila é vista no check-in da TAM para destinos brasileiros em geral. A ponte aérea está deserta.