Categoria: Toronto

  • CN Tower (Toronto): altura, ingresso e mais sobre a torre no Canadá

    CN Tower (Toronto): altura, ingresso e mais sobre a torre no Canadá

    Se 1 piso de vidro já dá frio na barriga, dá para imaginar 2 andares transparentes, um em cima do outro? Assim é a CN Tower, em Toronto, há 1 ano, desde o verão canadense de 2018. A torre símbolo da maior cidade do Canadá passou por reformas e também tem novas janelas panorâmicas no LookOut, andar a 346 m. O ponto mais alto aberto ao público continua sendo o SkyPod, piso da CN Tower a uma altura de 447 m (sem chão de vidro).

    Como cartão-postal da cidade, a CN Tower reúne muitas opções de acomodação à sua volta — conheça hotéis em Toronto, separados por bairros da metrópole canadense. A região onde fica um dos mais emblemáticos pontos turísticos do Canadá vem passando por muitas modificações desde que estive lá pela primeira vez, em 2010.

    Várias melhorias foram realizadas na área às margens do Lake Ontario e, logo aos pés da torre, foi inaugurado o aquário de Toronto, Ripley’s Aquarium of Canada. As atrações, aliás, fazem uma boa dobradinha, especialmente para quem explora Toronto com crianças; há até um ingresso pensado para quem visita as duas. Quem compra o CityPass de Toronto tem direito a visitar a CN Tower e o Ripley’s, além de outros pontos turísticos como o Royal Ontario Museum e a Casa Loma.

    Da CN Tower, se tem a vista tanto do Lake Ontario (um dos cinco Grandes Lagos, que delimitam parte do leste da fronteira do Canadá com os Estados Unidos), quanto de Downtown (o fervilhante centro de Toronto). Você ainda pode comer no 360 Restaurant, num almoço ou jantar no restaurante giratório a 350 m, e comprar algo na loja, com área em torno de 740 m² e muitos artigos à venda, de souvenir a roupas. Para facilitar, leia também Visita à CN Tower: dicas para ver melhor o ponto turístico do Canadá.

    Uma curiosidade: a antena da torre é responsável pelo sinal de telefones celulares e de 30 emissoras de TV e de rádio em Ontario.

    Icônica torre de Toronto – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Como é a CN Tower: altura, melhor horário e iluminação

    Considerada uma das Sete Maravilhas Modernas do Mundo pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis, ao lado da Hidrelétrica de Itaipu, da Ponte Golden Gate (na americana São Francisco) e do Canal do Panamá, a CN Tower está aberta ao público há 42 anos.

    Além da altura, que manteve a torre como a mais alta do mundo de 1975 a 2007, o piso de vidro em parte do andar de observação ajudou a dar fama mundial ao passeio. Levei um intervalo de seis anos entre duas visitas minhas à torre de Toronto para ter coragem de sentar nele para tirar uma foto. Antes, só tinha me plantado em pé rapidinho para um registro.

    Sentada no chão de vidro, na 2ª visita à CN Tower, para jantar no 360 Restaurant – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    A CN Tower é o mais famoso ponto turístico de Toronto, então pode ter fila (grande) na alta temporada, o verão canadense. De uma maneira geral, para não enfrentar multidão, chegue cedo ou vá mais tarde: antes das 11 horas ou depois das 18 horas, o cartão-postal costuma ser menos disputado. Em alguns períodos do ano, a administração vende ingresso da CN Tower pela internet com data e horário marcados para evitar muita espera (um pouco mais caro do que a entrada tradicional).

    À noite, a torre de 553,33 metros de altura também colore a cidade, com diferentes tons a cada época. O site da torre mostra o calendário de iluminação, que varia de acordo com a homenagem prestada (por exemplo, com vermelho e branco no Dia do Canadá, 1º de julho).

    O que fazer na CN Tower: piso de vidro e restaurante giratório

    Para chegar até o LookOut, são apenas 58 segundos de subida. O elevador da CN Tower — chamada em francês de Tour CN — mostra no painel o quanto a caixa vai vencendo da construção. A lateral de vidro também não deixa dúvidas de que estamos subindo. Ao todo, a torre conta com 6 desses elevadores panorâmicos.

    Do chão à pontinha da CN Tower, vista de muitos lugares em Toronto, são 553 m. Mas, acredite, a visita ao SkyPod, a 447 m de altura, é suficiente para se ter a sensação de estar no céu, sobre a metrópole. Mais alto do que isso só num voo de helicóptero em Toronto.

    Pisar, sentar ou até deitar no chão de vidro da CN Tower para uma foto é quase tão importante quanto apreciar o visual de Toronto e do Lake Ontario lá de cima.

    Duplo piso de vidro

    Desde julho de 2018, os visitantes ganharam a chance de fazer isso em dose dupla. Um novo chão de vidro foi instalado acima do original, sucesso ali desde sua inauguração, em 1994. No nível do piso transparente antigo, há uma varanda, SkyTerrace, onde se pode sentir o ventinho a 342 m do chão. Gostosa a sensação.

    A 346 metros de altura, o LookOut é aquela parte redonda da torre, a bolinha furada pela agulha que a CN Tower parece vista do horizonte. É nesse andar que fica o novo piso de vidro acima do que já existia.

    Janelas panorâmicas no LookOut

    A reforma da CN Tower também deu novas janelas panorâmicas ao LookOut. Com vidro do chão ao teto, elas contam com aplicação de película termocrômica, que escurece conforme a incidência solar e a temperatura externa. Essa tecnologia também contribui na hora de tirar fotos mais bonitas, garante a administração da torre.

    SkyPod da CN Tower

    Esse é o andar mais alto aberto ao público na CN Tower. Para subir até lá, há um elevador exclusivo que se toma no LookOut, para subir mais 33 andares. Se pretende visitar o SkyPod, compre o ingresso com valor adicional para isso. Lá dá para saber o que ocorre quando a CN Tower é atingida por raios e um pêndulo mostra como ela se move com o vento.

    A 447 m, você consegue ver mais longe — a administração da torre diz que a visibilidade pode chegar a 160 km de distância, alcançando Niagara Falls. Eu não cheguei a avistar as Cataratas do Niágara, mas gostei de poder ver mais longe as ruas de Toronto e Lake Ontario adentro.

    Horizonte no Lake Ontario – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Edge Walk, caminhada do lado de fora da torre

    Quem gosta de atividades radicais pode mais. É preciso ter mais de 13 anos e muita coragem para poder comprar a experiência do Edge Walk, disponível apenas nos meses mais quentes do ano. Está na lista das Canadian Signature Experiences, apontadas pelo Destination Canada, órgão oficial de divulgação do turismo no país, como uma reunião do que o país tem de único e melhor. Como o nome diz, o Edge Walk é uma caminhada à beira da torre, numa altura de 356 m, do lado de fora.

    Giratório 360: restaurante com vista de Toronto

    Se você joga no meu time (prefere conforto e boa comida), reserve uma mesa no restaurante giratório, do lado de dentro e bem sentado. O 360 Restaurant destaca ingredientes canadenses em seus pratos e também entre os rótulos da sua adega; entre as opções, dá para tomar o icewine no Canadá, o vinho das uvas congeladas. A adega, aliás, está no Guinness World Record Book como a mais alta do mundo. A 351 m, comporta 9.000 garrafas de cerca de 500 rótulos canadenses e estrangeiros.

    O menu troca 2 vezes ao ano; eu peguei o cardápio de inverno. Como prato principal, escolhi carne de bisão da província de Alberta, a oeste do país; de sobremesa, fiquei com essa delicinha de sobremesa da foto, com fios de ouro. Mas riqueza mesmo foi a combinação do chocolate da torta com o café do sorvete. Contei mais sobre o jantar em Restaurante da CN Tower, em Toronto: como é comer no giratório 360.

    Jantar com a cidade passando pela janela – Foto CN Tower/Divulgação

    VALE SABER

    Endereço: 301 Front St. West (na altura da John Street). Esse endereço oficial pode confundir um pouco. O melhor a fazer é se dirigir ao Bremner Boulevard, ao sul da torre, porque a entrada vem sendo por lá, ao lado do aquário de Toronto, Ripley’s Aquarium of Canada (no número 288 do boulevard, perto da Simcoe Street)

    Horário: Muda um pouquinho de acordo com as estações. Em março de 2019, abria das 9 horas às 22h30  — funciona todos os dias; fecha apenas no Natal, em 25 de dezembro

    Preço: Depende do que você vai visitar ou fazer lá. Para a visita sem o SkyPod, custa 38 dólares canadenses — criança de 4 a 12 anos, 28 dólares canadenses; idosos com mais de 65 anos, 34 dólares canadenses. Incluindo a subida ao SkyPod, sai por 53 dólares canadenses — criança de 4 a 12 anos, 43 dólares canadenses; idosos com mais de 65 anos, 49 dólares canadenses

    Alimentação: No térreo, há sanduíches no Le Café. Quem busca uma refeição com o visual da cidade deve fazer reserva no 360 Restaurant (aberto diariamente das 11 horas às 22h15)

    Compras: Em cerca de 740 m², a loja da CN Tower vende de peças de estilistas locais a bichinhos de pelúcia, além de muitos objetos com a CN Tower e a folha do Canadá estampadas, como os da marca Canadiana. Foi aqui que comprei um fofo pijama de folhinhas vermelhas para nosso filho, Joaquim. O algodão é bom porque ele usou muito! Comprei maiorzinho (porque tem punho na calça e na manga comprida) e ele usou uns 2 ou 3 invernos, até não caber mais.

    Site: cntower.ca

  • Toronto: onde comprar carregador no aeroporto

    Toronto: onde comprar carregador no aeroporto

    Loja iStore, Aeroporto de Toronto - Nathalia Molina @ComoViaja

    Nathalia Molina – @ComoViaja

    Meu voo para o Canadá já estava sendo chamado em Guarulhos, quando me dei conta de que tinha esquecido meu carregador de celular em casa. Primeira reação: pânico e raiva de mim (3 carregadores em casa — por que inventei de dar aquela última carguinha?!). Bem, embarquei, respirei fundo e pensei ‘vai ter solução, vou arrumar um lugar para comprar um carregador antes de começar a programação da viagem’. Eu viajava a convite da Comissão Canadense de Turismo para uma viagem de trem em grupo antes do TBEX, encontro mundial de blogueiros em Toronto.

    Desembarquei em Toronto decidida a achar o carregador no aeroporto se ele estivesse à venda por lá. Segui o caminho normal até o portão onde pegaria o avião para Halifax. Chegando na área de embarque para voos dentro do Canadá, vi uma máquina Best Buy Express. Elas estão espalhadas pelo aeroporto. Segundo informado pela empresa, oferecem 60 produtos, ao mesmo preço vendido nas lojas da rede Best Buy. Vi até iPad, iPod, adaptadores e carregadores, mas nada que servisse para o Samsung Galaxy.

    AS LOJAS

    Em lojas na área de embarque para voos do Canadá, dessas que vendem souvernir e revistas, vi adaptadores — plugs e tomadas no Canadá têm um padrão diferente do brasileiro. Logo me lembrei de que eu estava toda preocupada em não esquecer o meu… Besteira, seria fácil comprar um.

    Sabe onde eu encontrei um carregador para Samsung? Na Boutique iStore, revendedor autorizado da Apple. O funcionário foi muito prestativo e me mostrou todos os modelos que serviam para o meu celular (sim, eram 3 possibilidades!). Morri numa grana, é claro. Foram quase 50 dólares canadenses! Mas eu fiquei tão feliz em encontrar o carregador logo ali, que nem pensei 2 vezes. E me consolei com a explicação de que o novo carregador chega a 100% de bateria mais rapidamente que os 3 que eu tenho em casa. A gente precisa ver o lado bom das coisas, né?

    Para ler todos os meus textos sobre o Canadá, acesse a área do blog específica sobre o país: Como Viaja! no Canadá

  • Canadá: a viagem de trem de Toronto a Vancouver

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    A fala do guia turístico de Vancouver dá a medida exata do que o trem significa para o Canadá: “Muitos países lutaram, fizeram revoluções para se tornar uma nação. Nós construímos uma ferrovia.” Graças aos trilhos, o extenso país, esparramado em 5.600 km do Atlântico ao Pacífico, se manteve unificado — a construção de uma linha transcontinental foi a exigência de British Columbia para se tornar a sexta província canadense. Atualmente, essa malha ferroviária corta os seis fusos horários existentes no país e conecta as principais cidades. Uma cobiçadíssima viagem.

    A bordo de um trem, o caminho de Toronto a Vancouver ganha ares de epopeia: cortar pradarias, percorrer pontes sobre lagos contornados por coníferas, dar a sorte de ver animais típicos e, por fim, atravessar as marcantes Montanhas Rochosas, cordilheira que se estende até os Estados Unidos. O espírito dessa rota, batizada de The Canadian e operada pela VIA Rail durante o ano inteiro, é desbravar o país continental à moda antiga, por terra.Trem Toronto-Vancouver, CanadaPara se atrasar o relógio em quatro horas, já no Pacífico, um voo de duas horas seria suficiente. Pelos trilhos, são necessários quatro dias. Tudo a seu tempo. Uma hora para trás por dia, assim que mais uma província é vencida.

    Os dois primeiros dias atravessam pradarias das Províncias de Manitoba, Saskatchewan e Alberta, entremeadas por fazendas e rios. Apesar do visual chapado, as pradarias têm lá suas surpresas. Rolos de feno parecem ter sido arrumados no horizonte. Montinho aqui, montinho ali, estão dispostos com uma poética displicência. Os campos de trigo nos fazem depreender a intensidade daquele amarelo-Van Gogh, tão vivo nas paisagens europeias pintadas pelo mestre.

    O visual no caminho

    Conforme as Rochosas se aproximam, o cenário vai mudando devagar. O ponto crucial é Edmonton, cidade na região de Alberta onde há uma parada na manhã do terceiro dia. Aí, é inserido no meio do trem um vagão com teto e paredes de vidro, da altura da cintura para cima. Esteja preparado. Limpe seu cartão de memória na véspera e separe bateria extra para a máquina. A paisagem inspira uma quantidade interminável de fotos. Qualquer câmera simples serve.

    O serpentear da subida mostra ângulos impressionantes. Nas confortáveis poltronas do vagão de vidro, a visão de 360 graus alucina. Pedras imensas, bem claras, quase encostam na janela. Montanhas escuras de picos nevados contrastam fortemente com os vales de pinheiros e, o mais deslumbrante, com o verde-esmeralda que banha as Rochosas.

    O caminho para a bela cidadezinha de Jasper, ainda em Alberta, pode ser tranquilizador, um verdadeiro entorpecente. Ou ter o efeito contrário, dependendo do viajante. A sucessão de cenas maravilhosas tem algo de inquietante, garantindo boas doses daquela adrenalina de criança à espera da próxima surpresa. E ela sempre vem.

     

     

    Jasper, a parada seguinte, encontra-se na famosa cordilheira. Uma gigante montanha branca serve de pano de fundo para o trem estacionado na estação. Ali, tem-se perto de uma hora e meia para comer e fuçar lojinhas. Nas de souvenir, alces e folhas de maple estampam pijamas e até pacotes de chocolate quente instantâneo.

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    Borbulhas para brindar a viagem

    Todos de volta ao trem para novo espumane de boas-vindas – no começo da viagem, os passageiros da classe turística também são recebidos com borbulhas. Tonalidades de verde nas montanhas pinTrem Toronto-Vancouver, Canadatam a tarde em degradê: escuro, muito claro, de tom médio. Quilômetros de pinheiros vão escoltá-lo de Alberta até British Columbia, com o sobe-e-desce de um grande tapete. Até a noite, quando o trem começa a descer em direção a Vancouver, os trilhos desenham muitas curvas entre picos, rios e lagos. Nunca é demais se impregnar de beleza.

    Trem Toronto-Vancouver, CanadaA ansiedade mal deixa dormir. O nascer do dia traz o restinho da viagem. Diante da fina névoa que envolve a manhã, as panquecas de mirtilo podem esperar. Hora de fechar a mala. No desembarque em Vancouver, desejos de boa viagem, trocas de contatos e amizades que, quem sabe, vão torná-lo mais assíduo às propagadas redes sociais. Após conviver quatro dias com as provocações bem-humoradas entre uma britânica e uma québécoise (canadense da província francesa), você se dá conta de que fez uma imersão metafórica no Canadá. Entre as duas línguas, as duas culturas, não poderia haver melhor forma de conhecer o país.

    Trem Toronto-Vancouver, Canada


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    Este texto foi publicado no caderno Viagem do jornal Estado de S.Paulo, dentro da reportagem de capa com o título Epopeia Canadense (edição de outubro de 2010).

    Os outros textos dessa reportagem são: Como é a rotina no The Canadian, Diversos roteiros de trem pelo país, Vancouver: roteiro na cidade, Toronto e Montréal: as duas grandes, Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico, Québec: roteiro na cidade

  • Canadá: 3 roteiros de trem

    Na rota do trem The Canadian, o trem sai de Toronto às terças, às quintas e aos sábados. De Vancouver, as partidas são às terças, às sextas e aos domingos. Mas não é preciso cruzar o país nem gastar a partir de 1.900 dólares canadenses, por pessoa em cabine dupla, para viajar de trem no Canadá — preço de outubro de 2010, quando foi publicada minha reportagem sobre a viagem que fiz atravessando o país, de Toronto a Vancouver. Há roteiros menores, a maioria pela VIA Rail (viarail.ca), que detém 90% das rotas de passageiros no país. São 12.500 quilômetros de trilhos percorridos por 503 trens a cada semana.

    Trem Toronto-Vancouver, Canada
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    1> TORONTO E MONTRÉAL

    Dos 503 trens da VIA Rail que circulam por semana, 420 são usados no Corridor, como o nome indica, um corredor no mapa que inclui as maiores cidades das Províncias de Ontário e Quebec. Entre as rotas disponíveis está a conexão entre as duas metrópoles canadenses, Toronto e Montreal. O percurso entre elas, com duração de cerca de cinco horas e meia, está disponível em seis frequências diárias em ambos os sentidos. A dupla também se liga pelos trilhos à capital do país, Ottawa, numa viagem que leva em torno de quatro horas e meia a partir de Toronto e aproximadamente duas horas saindo de Montreal.

    2 > NIAGARA FALLS

    Um bom passeio para quem visita Toronto é pegar o trem para Niagara Falls. Curtinho, o caminho até a cidade das famosas cataratas leva em torno de duas horas. A VIA Rail oferece duas saídas diárias em direção a Niagara e três para o retorno a Toronto. Se você dispõe de mais tempo, fique por lá. Além de ver as quedas d”água, a rota do vinho em Ontário inclui diversas vinícolas na região, que realiza festivais sobre o tema ao longo do ano. O próximo, de 14 a 30 de janeiro, é centrado no icewine, vinho feito com uvas congeladas.

    3 > ROCHOSAS COM LUXO

    Quem busca requinte pode fazer um dos roteiros da Rocky Mountaineer. A travessia das Rochosas (Vancouver-Banff), em vagões de vidro, dura dois dias. À noite, os passageiros são levados para um hotel. O trem funciona de abril a outubro. Em 2011, a classe GoldLeaf, com refeições e bebidas, custará a partir de 1.589 dólares canadenses por pessoa (em reservas para dois). Inclui uma noite em hotel e dois almoços. A RedLeaf, mais simples, sai desde 789 dólares canadenses.

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    Este texto foi publicado no caderno Viagem do jornal Estado de S.Paulo, dentro da reportagem de capa com o título Epopeia Canadense (edição de outubro de 2010).

    Os outros textos dessa reportagem são: Canadá: a viagem de trem de Toronto a VancouverComo é a rotina no The CanadianVancouver: roteiro na cidade, Toronto e Montréal: as duas grandes, Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico, Québec: roteiro na cidade


     

  • Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico

    Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViaja

    ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO CADERNO VIAGEM, DO JORNAL ESTADO DE S. PAULO, COMO PARTE DA REPORTAGEM DE CAPA COM O TÍTULO ‘EPOPEIA CANADENSE’ — edição de outubro de 2010

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViajaO hóquei e a Olimpíada de 1976: dois clássicos que movem paixões em Toronto e Montréal. Mesmo quem não entende nada do esporte mais popular do país se diverte na visita ao Hockey Hall of Fame, em Toronto. À mostra, os maiores times da América do Norte, uniformes atuais e vintage, além de medalhas e troféus.

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViajaUma sala expõe em vídeo, com orgulho, a vitória do Canadá sobre os Estados Unidos na Olimpíada de Inverno deste ano, em Vancouver. Arrisque dar suas tacadas na área interativa do museu, um barato. Quem sabe dá uma sorte de principiante e consegue enganar o goleiro do telão? O gol tem até vibração da torcida e replay do lance.

    Em Montréal, tour guiados no Parc Olympique mostram as instalações e contam a história dos jogos realizados na cidade em 1976. Suba na torre inclinada, a 165 metros do chão, para ter uma panorâmica da cidade.

    Leia mais sobre Canadá

    Canadá, Montréal - Nathalia Molina @ComoViaja

  • Bairros de Toronto: um passeio pela maior cidade do Canadá

    Bairros de Toronto: um passeio pela maior cidade do Canadá

    O longo viaduto que leva do Aeroporto de Toronto (Canadá) ao centro da maior cidade do país passa por prédios novos, alguns bem altos. Não costumo me impressionar com arranha-céus (morei anos a duas quadras da Avenida Paulista, em São Paulo), mas, na minha primeira visita à cidade, eu vinha de Montréal, onde os edifícios maiores se concentram na parte comercial. Mas aquelas construções modernas pelos bairros de Toronto, a caminho de conhecer a maior cidade do Canadá, já apontavam para uma metrópole bem distante do que eu tinha acabado de ver, apesar de geograficamente separada de Montréal por apenas 500 km.

    Isso não é nada num país de dimensões continentais (a área total beira 10 milhões de quilômetros quadrados, fazendo dele o segundo maior do mundo, depois da Rússia). Também bem turística, Vancouver, por exemplo, já está lá do outro lado do mapa do Canadá, no oeste, à beira no Oceano Pacífico. Cidade mais populosa do país (com a área metropolitana, passa de 6 milhões de habitantes), Toronto é tão conhecida que muita gente pensa que é a capital do Canadá – posto ocupado, de fato, por Ottawa.

    Desembarquei na metrópole canadense no fim de uma tarde de domingo. Nos dias seguintes, explorei os bairros de Toronto e conto aqui o que vi por eles. Mas já no primeiro dia deixei as malas no quarto e saí para dar uma volta. O distrito financeiro, onde me hospedei, estava vazio. O pretexto para o passeio: encontrar um muffin de qualquer berry e usar o wifi do café. A desculpa era boa: as frutas silvestres são extremamente saborosas no Canadá e a saudade batia forte do marido e do filho, na época com apenas 1 ano.

    CN Tower, símbolo da maior cidade do Canadá

    Instalada no hotel Fairmont Royal York, na Front Street, rua atrás da famosa CN Tower, tive a visão da torre como primeiro contato com Toronto. Me interessei por tentar fotografar sua imagem distorcida refletida num dos edifícios. Um ícone, de certo, mas não me disse grande coisa daquele ângulo. Com os dias, de tanto ver aquela agulha furando o horizonte, me acostumei. Só entendi o bafafá em torno da CN Tower, no entanto, quando subi a torre.

    Aberta ao público há 35 anos, ela tem 553 m de altura. Os corajosos podem andar sobre um piso de vidro, a 342 m. Eu pus o pé rapidinho, enquanto a criançada literalmente rolava e se deitava olhando lá para baixo. Fiquei mesmo com a vista do LookOut, aquela parte gordinha da torre, onde uma varanda fechada mostra o Lago Ontário de um lado e a maior cidade do Canadá a se esparramar do outro. Respirei fundo e dei um pulinho no Sky Pod também. É o pedacinho em que começa a parte pontuda da CN Tower, a 447 m.

    CN Tower com seu chão de vidro
    Crianças no chão da CN Tower

    A experiência é bacana, mas, para conhecer Toronto, é preciso descer ao nível da rua, e até abaixo dela. Ali, sob a torre, encontra-se outra emblemática atração. Com 28 km de percurso, o Path Toronto é uma cidade subterrânea que conecta mais de 50 edifícios em Downtown. Segundo o Guinness , o Livro dos Recordes, é o maior complexo de compras embaixo da terra.

    Entrada do Path Toronto
    Entrada do Path Toronto

    Em cerca de 370 mil m² de área comercial, há 1.200 lojas e pontos de serviço. Conseguir subir e descer em qualquer ponto é um dos grandes baratos do Path Toronto. Isso na área central. Outro é explorar o St Lawrence Market, mercado público de Toronto, com muitas berries e o apetitoso sanduíche peameal bacon.

    A outros bairros de Toronto dá para ir de metrô, ônibus ou bonde. Uma forma gostosa de explorar a maior cidade do Canadá é, curiosamente, seguindo as rotas de bonde. A maioria leva no nome a rua principal por onde passa. Por exemplo, a linha 501 Queen percorre a Queen Street de leste a oeste, onde se encontra com a 508 Lake Shore, que começa seu trajeto no Lake Shore Boulevard.

    Compras de West Queen West a Yorkville

    A linha 501 Queen corta West Queen West, bairro alternativo de Toronto, ótimo para fuçar lojinhas. Antenada com a sustentabilidade, a Preloved vende peças fabricadas a partir de retalhos de tecidos e de pedaços de tricô. Fica ao lado da Type Books, uma simpática livraria com vários títulos sobre gastronomia e vinhos.

    Moda sustentável em West Queen West

    Na porta seguinte, está a The Paper Place, colorida e tentadora papelaria. Quem me apresentou a esse trio foi Barbara Captijn, dona da Insider Shopping Toronto. O trabalho dela é sair com turistas para compras como personal shopper.

    Também me levou a Yorkville, bairro descolado no entroncamento da Bloor Street com a Yonge Street. Em setembro, mês do mais renomado festival de cinema de Toronto, o Toronto International Film Festival, essa área fica bem badalada. É um bonito, com cafés, restaurante e lojas.

    Barbara me apresentou a Eleven, boutique na Cumberland Street com peças exclusivamente de estilistas canadenses. Na porta ao lado, a L’Elegante é um brechó que trabalha apenas com marcas como Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Dior, Versace, Fendi, Hugo Boss, Prada e Cartier. Tive a sorte de ser iniciada a Toronto por moradores que escolheram como trabalho mostrar diferentes aspectos da sua cidade.

    Brechó de roupa de marca entre as lojas de Yorkville

    Downtown Toronto e Kesington Market

    Com Bruce Bell, da Bruce Bell Tours, descobri que o Lago Ontario começava na Front Street (por isso, ‘rua da frente’). A situação mudou com a chegada da ferrovia a Toronto, em 1850, já que precisavam de terra para passar os trilhos. Com ele, soube que Toronto em 1793, ano da sua fundação, tinha 200 moradores e que atualmente é a cidade mais populosa do Canadá. De acordo com dados do governo do Canadá, Toronto com sua área metropolitana já contabilizava 6,2 milhões de habitantes em 2016.

    Bruce é daqueles apaixonados pela história do lugar onde mora. Me contou que o primeiro nome dado a Toronto pelos ingleses foi York. Somente em 1834, o assentamento foi elevado à categoria de cidade e teve o nome como era originalmente conhecido — a palavra indígena significaria algo como ‘lugar de encontro’. Não deixa de fazer sentido ainda hoje.

    O principal aeroporto do país é o de Toronto. Lá chegam voos do mundo todo, incluindo os da Air Canada Brasil. A metrópole canadense reúne 200 grupos étnicos e, além da língua oficial do Canadá — na verdade, são 2: o inglês e o francês —, se escutam cerca de 130 idiomas.

    Centro financeiro do Canadá

    Muito em parte devido à sua vocação cosmopolita e financeira. Toronto é sede de 4 dos 5 bancos canadenses. A bolsa de valores da cidade é a segunda mais importante da América do Norte, atrás apenas da Bolsa de Nova York. E é com a grande irmã americana (a velha e a nova York) que Toronto é muitas vezes comparada: Little Apple se intitula a canadense.

    As semelhanças existem. Toronto já foi York, é a cidade mais populosa e também a capital financeira do país (a administrativa é Ottawa), se desenvolveu em bairros de imigrantes e tem até sua Times Square (a Yonge-Dundas Square, também cheia de sinais luminosos).

    Mas, para quem conhece a metrópole dos Estados Unidos, as comparações são até engraçadas. E, para quem conhece Toronto, desnecessárias. Nova York é Nova York, não há nada parecido no mundo. Toronto é infinitamente menos frenética. É uma cidade simpática, com uma população atenciosa. Com 630 km² quadrados, tem metade da área nova iorquina. Um lugar fácil de se conhecer com transporte público aliado a gostosas caminhadas.

    Bonde na maior cidade do Canadá

    Uma delas foi a que fiz com John Lee, um agitado chef, professor, dono da lanchonete Chippy’s Fish and Chips e guia sob demanda nas (poucas) horas vagas. John me mostrou Kensington Market, área conhecida nos anos de 1920 por seu mercado judeu. Nesta região, imigrantes se instalaram e abriram pequenos negócios. Nos anos 40, a comunidade judaica se deslocou para a parte norte da cidade. Desde então, Kensington Market recebeu levas de imigrantes açorianos, caribenhos, africanos e asiáticos.

    Atualmente ali, no quadrilátero delimitado pela Spadina Avenue, pela Dundas Street, pela Bathurst Street e pela College Street, a diversão é checar essa diversidade espiando brechós, bancas de frutas e até portinhas mais prosaicas, de açougues e peixarias.

    Achados em Kesington Market, como a Casa Açoreana

    Cai bem uma pausa para um café na Casa Açoreana (na esquina da Augusta Street com a Baldwin Street) e para ver as prateleiras coloridas cheias de potes de café, chá e guloseimas de várias partes do mundo. Ou provar uma das delícias da My Market Bakery (na Baldwin Street): se lambuze com a nanaimo bar de lá – doce típico do Canadá, tem uma camada de massa de biscoito, uma de creme de baunilha e uma de chocolate e leva o nome da cidade de Nanaimo, na Ilha de Vancouver, na costa oeste.

    Depois de passear por Kensington Market, andamos até a Spadina Avenue, já na vizinha Chinatown. Ali John me indicou o restaurante King’s Noodle. Comi o melhor pato assado que já experimentei. O porco assado e o brócolis no vapor também estavam deliciosos. Além da qualidade da comida, os preços eram bons.

    Letreiros e placas em Chinatown

    Principais museus e Distillery Historic District

    Dali fui à Art Gallery of Ontario (AGO) para ver as obras do Grupo dos Sete, pintores que nos anos 1920 promoveram o primeiro grande movimento artístico do Canadá. Eles acreditavam que uma identidade para a arte canadense viria do contato com a natureza e, por isso, retrataram a paisagem do país. Inaugurado em 1900, esse museu tem uma boa coleção de arte moderna.

    Art Gallery of Ontario
    Art Gallery of Ontario

    Toronto tem diversos tipos de museu. O gigante Royal Ontario Museum (ROM), maior do Canadá, possui mais de 6 milhões de peças no acervo. Fiquei boba mesmo foi com a ala dos dinossauros. Não ligo muito para os bichões, mas a recomposição dos esqueletos e a variedade de espécies expostas me chamaram atenção.

    ROM, museu em Toronto
    ROM: museu com dinossauros

    Para os interessados no passado da cidade e do Canadá, há 10 museus históricos, como o do Fort York, fortificação construída no ano de fundação de Toronto (na época, York, lembra?).

    Eu prefiro lugares históricos, como Distillery Historic District, um pouco mais ao leste em relação ao forte. A área que começa na Mill Street com Parliament Street é patrimônio nacional e reúne o maior conjunto de arquitetura industrial vitoriana preservada no país. No complexo, é montado o principal mercado de Natal de Toronto.

    Distillery Historic District
    Distillery Historic District, endereço do mercado de Natal

    Durante o século 19, funcionou ali The Gooderham and Worts Distillery. Nos 44 prédios de tijolinhos da antiga destilaria, desde 2003 abrigam galerias de arte, lojas, restaurantes, escolas, teatros e escritórios. O lugar é lindo e já serviu de locação para 1.700 filmes.

    Ao lado do ROM, na mesma Bloor Street, me diverti muito no Bata Shoe Museum. É um museu minúsculo, mas adorei o acervo: sapatos. Não que homens não possam gostar, mas é um museu muito mulherzinha. Logo na entrada pares de sapatos estão à disposição em frente a um espelho para uma sessão de brincadeira.

    Bata Shoe Museum
    Bata Shoe Museum, o museu do sapato

    Na coleção permanente, é uma delícia ver exemplares de vários países, modelos consagrados na moda e alguns usados por estrelas do cinema e da música. Gostei da sequência de caixas transparentes que apresentam calçados históricos como o de um astronauta.

    Também nessa linha de acervo bem específico, não deu tempo, mas fiquei morrendo de vontade de ver o Gardiner Museum, dedicado à cerâmica.

    Hockey Hall of Fame, o esporte do Canadá no gelo

    Nada pode ser mais particular e ligado ao Canadá do que o Hockey Hall of Fame. O que eu sei de hóquei no gelo? Tem um disco que desliza, e o jogador usa um bastão torto para empurrá-lo. Por isso, hesitei em ir até lá. Mas não dava para estar no Canadá e não ver o hall da fama do hóquei, ainda que fosse para ter algum contato com a modalidade.

    Achei o museu impressionante, com um extenso acervo (claro, esse é o esporte nacional canadense). Na entrada estão os uniformes de todos os times participantes da National Hockey League (NHL) — apesar de levar ‘nacional’ no nome, a liga reúne times do Canadá e dos Estados Unidos.

    Montréal Canadiens, o time de hockey do Canadá francês
    Montréal Canadiens, o time de hockey do Canadá francês

    O Hall of Fame exibe ainda uniformes de época dos times e recompõe um vestiário do Canadiens de Montréal. Há uma sala de troféus, outra com uniformes de seleções internacionais e uma especial para o puck (disco) usado na vitória do Canadá sobre os Estados Unidos na Olimpíada de Inverno de Vancouver, em 2010.

    Para terminar a visita, a sala com figurinhas de jogadores e jogos interativos envolvendo hóquei. É possível experimentar o jogo, como atacante ou goleiro (os nomes devem ser outros, mas deu para entender as posições, certo?). Nunca foi desportista, fiquei um pouco acanhada de tentar, mas não resisti. Na primeira tacada, disco na rede! Sorte de principiante. No hóquei e em Toronto.

    Viagem feita a convite do Destino Canadá
    Hockey no Canadá: puck da Olimpíada de Inverno 2010
    Puck da Olimpíada de Inverno 2010
  • Path Toronto, cidade subterrânea: mapa e dicas do que fazer

    Path Toronto, cidade subterrânea: mapa e dicas do que fazer

    O Path Toronto, cidade subterrânea em Downtown, é uma das atrações mais citadas por brasileiros quando comento que já estive na metrópole canadense — a outra é a CN Tower, um dos principais pontos turísticos do Canadá, ao lado das Cataratas do Niágara. Normal, afinal, a gente fica mesmo fascinado em pensar que uma cidade foi construída embaixo da terra, com lojas, estações de metrô e até mapa para a gente se situar nela, com entradas a partir da superfície.

    Parece uma ideia maluca para quem vive num país tropical como o nosso, mas o Path Toronto tem lógica. Entre um lugar e outro, se estica em corredores de lojas, lanchonetes e restaurantes. Os túneis chegam ainda a pontos turísticos e áreas de lazer e negócios, percorrendo o centro da maior cidade do Canadá.

    É mais do que útil no inverno em Toronto (Canadá), quando a neve gela as ruas, e também no verão do Canadá, época em que a umidade na metrópole pode incomodar quem não é muito chegado a esse estilo colante de calor. O mesmo raciocínio sobre o clima vale para o Resó, cidade subterrânea de Montréal, no Canadá francês.

    Como é o Path Toronto: mapa, entradas, metrô e história

    A história do Path de Toronto começou em Downtown, em 1900, quando a rede canadense T. Eaton’s Co. construiu túneis para ligar sua principal loja, na esquina da Yonge Street com a Queen Street, ao seu anexo de promoções. Atualmente, de acordo com a prefeitura da cidade, há 125 entradas para o Path de Toronto e cerca de 60 pontos em que você tem de decidir para que lado ir. Desde que estive no Canadá pela primeira vez, em 2010, a sinalização melhorou muito – a mais recente atualização ocorreu em 2018.

    Na minha visita de estreia, me perdi à beça. Me diverti, então, vendo lojas e aquela cidade que se movimenta embaixo da terra. Essa, aliás, é uma dica essencial para andar no Path: não se preocupe com a possibilidade de se perder. Para quem é visitante, isso é quase inevitável. E nada incômodo, já que sempre há o que ver lá e a todo momento você encontra um acesso da superfície.

    Os 30 km de extensão do Path levaram à sua inclusão no Guinness World Records como o maior complexo subterrâneo de compras do mundo. A rede de caminhos liga pelo menos 50 edifícios, além de 2 lojas de departamento e 8 hotéis — veja onde ficar em Toronto, com sugestões divididas por bairros ou busque no mapa abaixo.

    Entre as estações de metrô que fazem parte do Path Toronto está a Union Station, terminal central da cidade, onde embarcam e desembarcam passageiros do UP Express (trem para o aeroporto de Toronto) e de rotas da Via Rail (empresa ferroviária do Canadá), como a percorrida viagem que eu fiz no The Canadian, trem de Toronto a Vancouver.

    A letrinhas de Path são vistas nas entradas para a cidade subterrânea e ao lado dos botões de alguns elevadores de prédios conectados. Quando estiver caminhando pelos trajetos da rede, observe o nome escrito sob a palavra Path nas placas; ele mostra embaixo de que rua você está.

    Também são úteis as setas coloridas no teto indicando as direções: N (norte em azul), S (sul em vermelho), E (leste em amarelo) e W (oeste em laranja). Esses tons aparecem ainda nas placas que informam em que prédio você se encontra e para qual vai se dirigir se seguir aquela seta com a cor da direção correspondente.

    O que fazer na cidade subterrânea: lojas e pontos turísticos

    Os números mostram que saber o que fazer no Path Toronto definitivamente não é um problema: numa área total de cerca de 345.000 m², são em torno de 1.200 pontos comerciais, entre lojas, restaurantes e prestadores de serviço. Anualmente, tudo isso gera vendas de cerca de 1,7 bilhão de dólares canadenses, e nós, brasileiros, certamente colaboramos com a nossa parte.

    É quase impossível passar por vitrines, quiosques e farmácias sem voltar às ruas com alguma sacola de compra. O Toronto Eaton Centre, principal shopping da cidade, é um dos pontos ligados pelo Path. Lá estão marcas como Nordstorm, Swarovski, Apple, Guess e Fossil. Na mesma região, ficam o 10 Dundas East e o Atrium on Bay, também boas opções para quem quer fazer compras em Toronto ou busca restaurantes de Toronto.

    Sinalização do Path, na chegada à estação central Union Station
    Sinalização do Path, na chegada à Union Station

    Por baixo da terra, é possível caminhar da região do Lake Ontario, ao sul, até a frenética Dunda-Yonge Square, praça onde estão aqueles prédios iluminados que lembram a Times Square de Nova York. Ou de leste a oeste, do Financial District, concentração de arranha-céus espelhados, até o Entertainment District, que reúne teatro, cinema e vida noturna. É o bairro do Tiff Bell Lightbox, sede do Festival de Cinema de Toronto, e da sala de concertos Roy Thomson Hall.

    Entre os pontos turísticos que podem ser acessados pelo Path estão a CN Tower, o Ripley’s Aquarium of Canada e o Hockey Hall of Fame. Esse museu sobre o esporte nacional do Canadá, o hóquei, fica dentro do Brookfield Place, uma das entradas do Path Toronto.

    O prédio também é o endereço da Allen Lambert Galleria, galeria cujo teto foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Pelos túneis do Path Toronto também se chega à ScotiaBank Arena (antigo Air Canada Centre) e ao complexo esportivo Rogers Centre.

  • Destino: Canadá, mãe em 1ª viagem

    Destino: Canadá, mãe em 1ª viagem

    A primeira viagem sozinha depois de ser mãe a gente nunca esquece. E o destino também não. Há um ano eu voltava do Canadá, onde cobri a Go Media, feira de turismo do país. Era para mim uma retomada profissional com força total. Quem me conhece sabe que trabalhei 10 anos no Grupo Estado e há 3 anos pedi demissão para ser frila. Minha ideia era ter mais tempo para viver. E viver incluía várias coisas simples e essenciais, viver incluía ter um filho. Engravidar e ter tempo para viver a gravidez. Ter meu filho e viver a maternidade.

    Eu vivi. Até os 6 meses do meu filho, não conseguia me imaginar fazendo outra coisa que não fosse ser mãe. Quando me ocorriam pautas relacionadas a bebês, eu pensava ‘tomara que alguém faça, eu adoraria ler sobre isso’. Me ofereceram guia para editar, pautas para tocar, mas eu não tinha vontade de nada daquilo. A natureza é tão doida que, conforme meu filho se aproximou do 1º aniversário e foi ficando mais independente, eu fui sentindo falta de existir de outra maneira também.

    Comecei, então, a fazer alguns frilas. E aí surgiu o Canadá. Surgiu mesmo porque, até então, o Canadá não me causava nenhuma palpitação. Mesmo trabalhando em turismo, nunca tive grande expectativa em relação ao país. Pois foi uma linda surpresa. A paisagem, as cidades, as pessoas, as comidinhas.

    Vancouver, a bela canadense no Pacífico

    Barcos em Vancouver, num dos muitos cenários bonitos na cidade canadense

    Me apaixonei por Vancouver. Dizem que por lá chove muito, mas eu peguei um sol absurdo. Que cidade alto-astral! O lindo visual do Stanley Park, os táxis aquáticos. Depois de dias cruzando o Canadá de trem, que bom sentir a vida ao ar livre, e isso eles aproveitam ali. Quanta bicicleta, gente andando. Foi uma experiência complementar à viagem em que atravessei as impressionantes Montanhas Rochosas, após passar pelas pradarias canadenses. Durante o trajeto, não vi nenhum alce infelizmente. Mas o simpático bichinho é um símbolo nacional e sua figura está em tudo, até em bala de xarope de maple! Não pude deixar de comprar para o meu filho em Vancouver uma mochilinha com um alce de pelúcia pendurado.

    Cheguei à cidade louca para falar com meu menininho. O trem não tinha wifi. Nas estações em que eles informavam que tinha internet, eu descia a hora que fosse. Numa parada saí da cabine às 5 da manhã com o computador na mão para tentar uma conexão, em vão.  Em 3,5 dias, de Toronto a Vancouver, consegui internet apenas rapidamente na estação de Winnipeg. O cenário visto de trem foi incrível, e as companhias, maravilhosas, mas, para uma mãe que viajava pela primeira vez sozinha, foi algo duro de segurar.

    Toronto, a maior cidade do Canadá em geral

    CN Tower, entre outros pontos turísticos de Toronto

    Toronto é uma grande pequena cidade, surpreendente. Cosmopolita com jeito de miúda. Com ótimos museus como o Royal Ontario Museum e sua coleção de dinossauros. No mega shopping Eaton Centre, comprei um Mickey e um Ursinho Pooh para meu filho na loja da Disney. Bem coisa de mãe em primeira viagem, praticamente tudo o que trouxe foi para o meu filho. E olha que não sou das mais consumistas. Mas, em Toronto, também não resisti a ideia de ver meu garotinho no fofo pijama com as folhas do Canadá que vi na lojinha da CN Tower, outro passeio bacana para ver a cidade de até 447 metros de altura.

    Praticamente fiz o Canadá de ponta a ponta. Se você não for cruzar o país, uma boa ideia é dividir a viagem em duas. A oeste, Vancouver e as Rochosas. No centro-leste, Toronto, Montréal e uma esticada a Québec.

    Montréal, a maior cidade do Canadá francês

    Contato com o francês e um outro Canadá, em Montréal

    Bem, eu fui com tudo já na primeira vez. De Vancouver, voei para Montréal, no leste do país. A parte antiga da cidade é linda, com suas vielas e o porto. O bairro de Plateau Mont-Royal também é um charme. Uma delícia se lambuzar com molho de poutine no La Banquise. O restaurante serve diversas variedades do prato típico de Montréal (na versão original, as batatas fritas são cobertas por molho e queijo). Não é balela dizer que a cidade tem de fato duas línguas. As pessoas falam francês, o primeiro idioma do lado leste, mas quem sabe só inglês é recebido sem aperto.

    Québec, a única cidade murada acima do México

    De Québec saiu a foto que era o símbolo do Como Viaja no início

    Para terminar a viagem, peguei o trem para ir a Québec. Também me virei com o inglês, mas a história é outra: língua ali é o francês. A cidade parece mesmo uma francesinha na área dentro da antiga muralha. Naquelas lojinhas de souvenir de aeroporto, não resisti e comprei um último mimo para meu filhote: um casaquinho de moleton com um alce para puxar o fecho e várias letrinhas com alce. Mais Canadá impossível.

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