Categoria: Destinos no Brasil

Melhores destinos no Brasil com dicas de viagem no litoral e interior, sobre pontos turísticos, hotéis, passeios, comidas, festas e outros destaques

  • Botanique Hotel (Campos do Jordão): pós-luxo na serra de SP

    Botanique Hotel (Campos do Jordão): pós-luxo na serra de SP

    Emolduradas por vidro e aço, as montanhas da Mantiqueira me encaram firmemente. Não tomo aquela presença maciça como provocação. Sentado, estou bem acomodado demais para olhar os morros com cara de quem ousasse desafiá-los. O que havia para escalar dessa paisagem Nathalia, Joaquim e eu tínhamos acabado de fazer. Primeiro, por meios próprios, subindo a serra com o nosso carro; depois, na carona do carrinho elétrico do Botanique Hotel, em Campos do Jordão.

    Isso mesmo que você leu, Campos. Admito ter achado por muito tempo que o hotel boutique ficasse na junção dos municípios de São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal e Campos do Jordão. Ele está mesmo é no Bairro dos Mellos, nas franjas da cidade sempre associada à badalação de seu centrinho turístico. Nessa mesma viagem, ficamos no Hotel Toriba, também ótima opção para se hospedar longe do movimento do Capivari.

    Montanhas da Mantiqueira: presença constante em vários pontos do hotel

    Viagem para Campos do Jordão

    As nossas listas com sugestões são constantemente atualizadas. Fazemos uma apuração jornalística para chegar a essa curadoria. No caso de hospedagem, incluem apenas opções com boa avaliação nos sites de reserva.

    O que fazer em Campos do Jordão

    Onde ficar em Campos do Jordão

    Guia gratuito de Campos do Jordão

    A calmaria do hotel, entretanto, em nada lembra a agitação (e afetação) daquela região. Mal havíamos chegado e eu já estava com vontade de morar ali mesmo, no hall de entrada do Botanique. São 13h30 do domingo e o sol da serra arde do lado de fora. Apesar do dia quente, o calor da lareira às minhas costas me traz muito conforto, juntamente com o chá de capim limão e hortelã. Boas-vindas melhor, impossível.

    Como é o hotel em Campos do Jordão

    Tudo passa pelas características do terreno. O projeto arquitetônico privilegiou a visão da Serra da Mantiqueira, então, restaurante, spa e acomodações foram concebidos para valorizar a beleza natural. Além das suítes acima do prédio principal, o Botanique Hotel é composto por vilas espalhadas pela propriedade.

    Suítes do edifício principal do Botanique, em Campos do Jordão

    Estivemos lá logo na nossa primeira viagem após sairmos da quarentena, em 2021, na pandemia. Naquela época, ele havia virado uma unidade da rede Six Senses. O hotel deixou o portfólio da rede no ano passado. Agora, em março de 2023, reabriu após um retrofit, novamente com administração própria.

    Ficamos hospedados na Nodo, uma das vilas mais escondidas e próximas da recepção. Foi como ter sua própria casa de campo. Apesar de o vidro e a madeira estarem presentes na estrutura geral das vilas, a decoração e a configuração delas são diferentes entre si. A nossa tinha uma banheira de imersão dentro do quarto, diante da cama king. 

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    Um chuveirão ficava uns degraus abaixo da banheira, cercado por janelas com vista para a mata. Para quem está hospedado a dois, a ideia de contemplar o parceiro(a) com a Mantiqueira ao fundo pode soar sexy. Não há indícios de que alguém te veja do lado de fora, já que lá fica o quintal da vila.

    A suíte Nodo tem banheira diante da cama king; ao fundo, a visão da mata

    Separado por um corredor curto envidraçado, a sala de estar com lareira virou dormitório do Quim. Uma cama foi montada no canto. Diferentemente do nosso quarto, não havia blecaute nem cortina, então a luminosidade preencheu a sala nas primeiras horas da manhã. Por sorte, nosso filho estava tendo aula online, não chegando a ser um problema sair cedo da cama. Exceto pelas baixas temperaturas, típicas em Campos, ainda mais em agosto. 

    Na primeira noite no Botanique Hotel, sentimos um pouco de frio, Joaquim principalmente. Foi pura bobeira nossa mesmo, porque a lareira estava ali, carregada de lenha dentro e fora. E o staff do hotel estava à disposição para ajudar quem tenha dificuldade com o acendimento.

    Café quentinho aos pés da lareira para começar o dia frio na serra paulista

    Aquela ideia de casa de campo é reforçada quando você solicita o café da manhã no quarto, sem ter de tirar o pijama para fazer a primeira refeição do dia. Na noite anterior, deixamos uma lista do lado de fora com os itens que queríamos comer. Tudo era trazido nos carrinhos elétricos, no horário determinado pelo hóspede. Como a manhã estava gelada, trocamos o café na na varanda pela mesinha de centro, sentados nas poltronas, perto do fogo.

    O que fazer no Botanique

    O conceito de experiência está bem traduzido na hospitalidade oferecida pelo Botanique Hotel. Tomamos o café da manhã seguinte na agradável área externa do restaurante Mina, com o cantar dos pássaros da região. No almoço, as mesas próximas aos janelões do salão ampliam essa imersão à natureza, com a visão dos canteiros de onde alguns ingredientes saem diretamente para a cozinha. Ervas e plantas são cultivas em caixas dispostas de acordo com a topografia do terreno, na frente do hotel.

    O spa é um dos destaques do Botanique. Nós três ficamos na parte molhada da área de bem-estar do hotel, que inclui uma piscina isotônica. Com a mesma quantidade de sais minerais do corpo humano, ela proporciona a sensação de flutuar, você simplesmente não afunda. De quebra, admira a Mantiqueira pelo vidro.

    De uso exclusivo dos adultos, a sauna seca do Botanique Hotel também oferece visão das montanhas enquanto à vapor com chuva de floresta tropical faz desabar água do teto de tempos em tempos. Rola até um barulho da tubulação que lembra um trovão prenunciando a tempestade refrescante.

    Piscina isotônica, uma das áreas do spa do hotel na Mantiqueira

    A maior parte dos alimentos consumidos no Botanique vem de pequenos produtores locais, caso da sorveteria Eisland. Vizinha ao hotel, visitá-la é um programa a ser feito quando se está em Campos do Jordão.

    Hotel no estado de São Paulo

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    O próprio Botanique Hotel organiza, com pagamento à parte, tours a fazendas locais, passeios a cavalo e saídas para observar pássaros ou conhecer cervejarias artesanais. Também há mountain bikes à disposição dos hóspedes perto da casa de vidro, na parte baixa do terreno, na chegada ao hotel. É do seu interesse ver um filme na sala de cinema privativa? Acredite, isso também está disponível ali.

    Sombra e espumante fresco durante o piquenique

    E, quando estivemos lá, também fizemos um piquenique sob a sombra de um jatobá mirim, atividade paga separadamente. Foi muito especial. Pouco antes do nosso check out, a gente adorou a ideia de ficar por cerca de três horas saboreando queijos, frios, crepes e pães, encarando as montanhas com a mesma admiração da chegada.  

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  • Pousada do Sandi (Paraty): hotel de charme no centro histórico

    Pousada do Sandi (Paraty): hotel de charme no centro histórico

    Quando criança, eu ouvia falar da Pousada do Sandi, em Paraty, a cada fim de semana, pelo menos. Era botar uma fita alugada de VHS no videocassete e assistir ao comercial que rodava antes de alguns longas começarem. Isso porque Alexandre Adamiu, presidente do Grupo Filmes, teve a ideia de veicular nos filmes distribuídos pela empresa dele anúncios do hotel de charme que deu de presente à mulher, Sandra Foz.

    Trinta anos separam esse meu primeiro contato com o hotel, no centro histórico de Paraty, dos dias em que Nath, Joaquim e eu nos hospedamos lá, debaixo de muita chuva sobre a cidade do litoral sul do Rio de Janeiro. Apesar da localização, são os paulistas que costumam frequentar mais Paraty, que fica praticamente no meio do caminho entre as capitais dos dois estados.

    Vista do quarto de Paraty, cidade entre Rio e São Paulo

    Como eu dirigiria até lá, decidi pegar a Rodovia dos Tamoios e depois tomar a Rio-Santos a partir de Caraguatatuba. A rodovia Oswaldo Cruz e a tradicional estrada Cunha-Paraty são outros caminhos possíveis, mas cheios de curvas fechadas e mais perigosas, menos indicados em dias de chuva.

    Como é a Pousada do Sandi

    Integrante da Associação Roteiros de Charme, a Pousada do Sandi é formada por um conjunto de edifícios restaurados. Você deixa o carro em um estacionamento e segue a pé por cerca de 50 metros até a entrada dela, bem no comecinho do Centro Histórico de Paraty, onde só é permitida a circulação de pedestres.

    Pousada da Roteiros de charme fica num casarão bem conservado

    O casarão do século 18 mescla seus traços coloniais a peças contemporâneas da decoração, com destaque para elementos da fauna e da flora da Mata Atlântica, representados em trabalhos de muitos artesãos locais. Além disso, há memorabílias ligadas ao cinema, como objetos pessoais de Carmen Miranda, um projetor de 35mm e fotos de astros e estrelas. 

    Objetos de cinema estão na decoração da pousada

    Em nosso quarto havia um pôster do filme Gabriela, rodado em Paraty em 1973. A Suíte Sacada tem um balcão que se debruça sobre a rua, o que permite acompanhar o vaivém do povo pelo calçamento de pedra ao estilo pé de moleque. Mas basta fechar as portas anti-ruído para se isolar na tranquilidade da Pousada do Sandi

    Banheiro com amenities Trousseau

    A gente riu muito pelo fato de a cama com dossel ser bem alta, quase obrigando o baixinho aqui a pegar impulso para subir nela. Joaquim dormiu em uma cama de solteiro, junto à parede, que durante o dia tinha almofadas, como num sofá. O tempo ameno por causa da chuva não exigiu que ligássemos o ar-condicionado split. O quarto tinha um excelente banheiro, com amenities Trousseau.

    O que fazer na Pousada do Sandi

    Em dias de tempo ruim como o que a gente pegou, fica difícil curtir um coquetel à beira da piscina ou relaxar na jacuzzi, que até estava protegida por um ombrelone. Com sol e céu azul, estes são dois espaços gostosos para ficar no pátio interno da pousada, cujas instalações incluem spa, academia de ginástica e saunas seca e a vapor.

    Piscina da Pousada do Sandi; do lado, tem uma jacuzzi

    A localização é um trunfo e tanto da Pousada do Sandi. Sair dela e caminhar pelo Centro Histórico é o programa a ser feito, não importa a condição climática – se estiver chovendo, eles emprestam grandes guarda-chuvas.

    Logo na chegada, rodamos as principais ruas e vielas na companhia do Cristiano, guia da Paraty Tours que nos contou histórias da cidade, no passado um importante porto de escoamento de ouro a partir de Minas Gerais e de café paulista, posteriormente. Atualmente, seu nome está mais associado à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e à boa mesa, tendo sido declarada pela Unesco como Cidade Criativa para a Gastronomia. Também fizemos passeios pelo litoral e pela mata com a agência, como a visita à Fazenda Bananal.

    Comprovamos essa fama no café da manhã da Pousada do Sandi, cheio de coisas que amamos comer na primeira refeição do dia. O pão de queijo quentinho merece bis, assim como o bolo de aipim. A garçonete quis saber quantos pedaços mais nós gostaríamos de repetir. “Como a gente vai pegar a estrada para ir embora, não sei, uma meia-dúzia”, disse Nath de forma gaiata. Não demorou e a quantidade veio delicadamente embrulhada. 

    Para quem segue dieta restritiva, há sempre pudim de chia (bom, sem sem gosmento) e bolo sem glúten nem lactose entre os itens do café da manhã.

    Ótimo café da manhã da Pousada do Sandi

    Se você está livre para consumir de tudo, a pousada tem conexão direta com três ambientes propícios aos gulosos: uma loja da Kopenhagen, a Gelateria Miracolo e o Pippo, restaurante com ambiente que remete aos anos 1960, cheio de referências ao cinema italiano da época. 

    Sentados ao lado da foto de Anita Ekberg na cena antológica da Fontana de Trevi em La Dolce Vita, jantamos na última noite. Joaquim, que nunca foi fã de menù per bambini, pediu com responsa o ravioli dello chef, feito com massa preta de tinta de lula e recheado por camarões, vieira e peixe.

    Drinks saborosos (com e sem álcool) no vizinho Apotekhario

    Em breve, os hóspedes da Pousada do Sandi também vão poder acessar facilmente o Apothekario, bar que tem Sandi Adamiu, filho dos fundadores da pousada, como um dos sócios. À base de cumaru, redução de espumante e maracujá, o Passion Tonic é o coquetel queridinho dos frequentadores (incluído este que vos escreve). 

    A simpática bartender Vick Draganov preparou ainda versões sem álcool de drinks para a Nath (vetada pelo departamento médico pelo uso de antibióticos) e para o Joaquim. Ele gostou tanto da brincadeira que até sugeriu tomarmos outros coquetéis na noite seguinte, para espanto e incredulidade de uma senhora que ouviu aquilo, nos encarando com olhar de reprovação. 

  • Mirante do Gavião (Amazônia): hotel de selva, luxo e gastronomia

    Mirante do Gavião (Amazônia): hotel de selva, luxo e gastronomia

    Dia desses, conversando com meu filho, Joaquim, sobre como é o Mirante do Gavião Amazon Lodge, me dei conta de que não havia televisão na suíte onde Nath e eu nos hospedamos durante a viagem pela Amazônia. Não que eu tenha sentido falta de uma, mas é para você entender como é possível viajar e se desconectar do mundo, ainda que parcialmente.

    Isso porque este hotel de selva tem bom wifi nas áreas comuns e nas acomodações, facilidade nem sempre disponível em hospedagens com esse perfil. Detalhe a ser considerado na hora da sua reserva.

    O Mirante do Gavião mescla boa gastronomia e as facilidades e o conforto da moderna hotelaria com elementos de uma viagem de aventura. Ele fica em Novo Airão, município a cerca de 2h30 de carro de Manaus. São duas estradas asfaltadas, a segunda com trechos ruins. O serviço de traslado do hotel garante um motorista experiente para escapar dos buracos.

    Hotel fica diante do Rio Negro, percorrido nos passeios

    O hotel foi construído numa borda da cidade, entre ela e o Rio Negro, o que passa esse ar selvagem para o frequentador. Nath e eu entramos pelos “fundos”, ao desembarcarmos após três noites no barco Belo Shabono, aventura que a gente detalhou na edição 24 do Como Viaja | podcast de viagem.

    Como é o hotel Mirante do Gavião

    O design chama a atenção, com destaque para o restaurante, cuja cobertura remete a uma embarcação de cabeça para baixo. O conceito se estende ao telhado das acomodações. Elas são 12, todas batizadas com nomes de árvores nativas. Ficamos na Piquiá, afastada da recepção e do restaurante. 

    Suíte premium tem varanda e fica em ponto elevado

    Quartos e áreas comuns são conectados por passarelas de madeira, cujo serpenteado deixa a descida em alguns trechos do terreno menos acentuada. O caminho faz você desfilar e admirar suítes especiais como a Castanheira, que lembra uma casa na árvore e tem mirante particular. O uso de madeira prevalece na construção das acomodações. 

    Passarelas conectam as áreas sociais e as acomodações

    Nosso quarto tinha frigobar, mesa de trabalho (alguém pensa nisso aqui?) e amenities Natura. O colchão estava mais afundado no lado esquerdo da cama, lembrando um pouco a curvatura de uma rede; deixamos essa observação na recepção no check-out.

    Como eu disse antes, não havia TV, mas ao abrir as cortinas de duas laterais envidraçadas tínhamos a natureza para admirar. Importante: o ar condicionado é forte para aguentar o calor dos trópicos, algo nem sempre está disponível em hotéis de selva.

    Suíte confortável na selva, com paredes de vidro e cortinas

    Ainda que o banho de rio esteja a poucos passos de distância, a piscina ainda atrai muita gente para ela. Na chegada, enquanto nossa suíte era preparada, Nath e eu sentamos por ali. Liderados pelo pai, uma família um tanto sem noção atirava uma garrafa de água cheia para acertar algo na árvore. Tive a impressão de ouvir de um deles a expressão “colmeia de abelhas”. 

    Registrei com meu celular as tentativas inúteis, inclusive a que fez a garrafa cair no mato e rolar ribanceira abaixo. “Já é a segunda, ontem teve outra”, disse a mãe para o menino, que aparentava ter seus 13 anos. Por sorte, os selvagens estavam de saída do hotel, o que me poupou desgaste maior. 

    O que fazer no lodge na Amazônia

    Arremessar garrafas na natureza, definitivamente, não está nos planos. Até porque a água é um bem escasso, sem falar no descarte incorreto do plástico.

    Os guias do hotel sabem disso, tanto que eles recolhem material encontrado nas paradas de passeios e carregam dentro da embarcação até o destino correto, o lixo. Antenor, nosso condutor durante os dias de hospedagem, fez isso.

    Passeios são feitos de barco a partir do hotel de selva

    O número de diárias no hotel inclui um pacote de atividades. Fizemos trilha interpretativa na mata, visita a uma comunidade ribeirinha e passeio pelas ilhas do Arquipélago de Anavilhanas. Acrescente ainda paradas em dois momentos distintos para banho no Rio Negro, sendo uma delas com botos nas imediações.

    Caminhada com explicação sobre plantas e animais

    Gostaríamos de ter dado uma volta por Novo Airão de bicicleta (magrelas oferecidas pelo hotel), mas não deu tempo. No retorno a Manaus, enfim conseguimos ter ideia de como era a cidade, teria sido legal.

    Diferentemente de outros posts sobre hotéis, hoje o relato da parte gastronômica vem por último porque merece ser degustada pelo leitor com calma.

    Para que os pratos fiquem prontos sem atraso, o hotel sugere aos hóspedes marcarem previamente o horário das refeições e os pedidos. A nossa dica: enquanto a comida não chega, tome um ótimo coquetel da carta elaborada por Alê D’Agostino. O bartender nos persegue desde a viagem a Paraty, quando provamos suas criações no Apothekario, na Pousada do Sandi.

    Drinks e bruschetta de coalho com pesto de jambu

    Assinado pela chef Debora Shornik (Caxiri, em Manaus), o menu do restaurante Camu Camu traz ingredientes amazônicos com preparo e apresentação contemporâneos. A descrição não te diz muita coisa? Se eu contar que repetimos três vezes a bruschetta de queijo com jambu talvez ajude a entender melhor.

    E não é por falta de opção de entrada no cardápio. Foi meio prova dos 9, sabe. “Será que é isso tudo ou a gente deu sorte no almoço?” Garçom traz a entrada no jantar da primeira noite: “Putz, é muito boa mesmo!” Jantar de despedida: “Hoje eu quero só a porção de bruschetta, nem vou comer mais nada, por favor”.

    Mentira, claro. A gente pediu prato principal em todas as refeições. No dia em que fui de arroz de pato, Nath mergulhou no tambaqui em caldo de tucupi… As reticências sugerem que você entenda o resultado dessa aventura ouvindo o episódio 25 do Como Viaja | podcast de viagem, em que ela explica com impressionante riqueza de detalhes.  

    Torta de chocolate com compota de cupuaçu e castanha fresca

    Franguinho grelhado com batata para a senhorita na noite final, costela de porco braseada para o cavalheiro. Da lista de sobremesas, a torta de chocolate com compota de cupuaçu e lascas de castanhas só perdeu na preferência para as entradas.

    Café da manhã excelente do Mirante do Gavião

    Mas a verdade é que o café da manhã, sempre ele, nos fez sorrir como poucas vezes. O mingau de banana verde e tapioca, o pãozinho de batata e o de açaí, os dadinhos de tapioca, o bolo de milho e o de macaxeira, o pé de moleque (mandioca brava com castanha, divina combinação!), os sucos…

    De novo deixo no ar o suspense para sua livre interpretação, dessa vez com um saldo bem positivo em relação à experiência da Nath com o tucupi.

    E aí entra o ponto lá do começo do texto sobre escolher um hotel de selva. O Mirante do Gavião é para quem valoriza comer bem, aprecia design e topa abrir mão só de alguns confortos, como televisão.

  • Tropical Executive: hotel em Manaus, na Praia da Ponta Negra

    Tropical Executive: hotel em Manaus, na Praia da Ponta Negra

    No Brasil dos quase 7.500 km de praias, hospedar-se de frente para um rio pode parecer algo menor, quase sem importância. A visão desimpedida do mar e de suas ondas faz parte da fantasia de quase todo turista, daqui ou de fora. Eu me incluo nesse grupo. Mas admito ter mudado meu conceito quando fiquei no Tropical Executive, hotel em Manaus, diante do Rio Negro.

    Meus olhos ficaram pregados na linha do horizonte. Diferentemente do que (não) se vê no oceano, havia algo possível de se enxergar naquele que é um dos principais afluentes do Rio Amazonas. Apesar de toda aquela imensidão, sua margem oposta estava ali, num perto-longe que me fascinou a partir da piscina de borda infinita. 

    Nathalia e eu havíamos descido com a ideia de abrandar um pouco o calor da capital do Amazonas, mas sequer entramos na água. O pôr do sol nos proporcionou algumas das melhores imagens de toda a viagem, que incluiu um cruzeiro pelo próprio Rio Negro, dias na Amazônia (no Juma Lodge e no hotel Mirante do Gavião), antes de terminarmos a viagem no Juma Ópera, hotel de luxo em Manaus. Pois bem, queridos, eu poderia morar naquele entardecer e nem subir de volta ao quarto.

    Como é o hotel Tropical Executive Manaus

    O Tropical Executive fica na Ponta Negra, bairro de alto padrão de Manaus. A valorização desse pedaço da capital amazonense inclui condomínios residenciais e prédios com vista-rio. É também uma região altamente turística formada pela orla da Praia da Ponta Negra, com bares, quiosques e restaurantes.

    O nome e as salas de convenções não escondem sua vocação de hotel de negócios, mas o Tropical Executive cabe como opção a quem deseja curtir uma praia de rio, mas não terá tempo de experimentar algo assim fora de Manaus. Ainda que a piscina faça forte concorrência nesse caso.

    Todos os apartamentos do Tropical Executive têm ar condicionado (gelaaado), cama queen (ou duas de solteiro espaçosas), banheiro sem firulas, mesa de trabalho, TV e frigobar. As unidades das categorias luxo e tropical possuem varanda. Nas demais, a visão do rio é total ou parcial, caso do superior queen em que dormimos.

    Quarto do Tropical Executive, hotel em Manaus
    Suíte sem firulas no hotel na Ponta Negra, em Manaus

    O que fazer no hotel na Praia da Ponta Negra

    Embora o hotel não ser administre a piscina, seu uso pelos hóspedes é livre mediante a apresentação de uma pulseira, que os funcionários dão no check-in. É possível pedir lanches e petiscos, além de bebida.

    Quando chegamos ao Tropical Executive, faltava ainda 1 hora para o serviço voltar. A gente pediu uma porção de pastéis e refrigerante no quiosque da piscina, que não lança a despesa na conta do hotel. Como eu havia descido sem cartão de crédito ou dinheiro, fiz um Pix.

    Rio Negro, visto do alto do hotel Tropical Executive
    Vista do Rio Negro a partir da suíte do Tropical Executive Manaus

    O hotel não tem academia, mas a proximidade com a orla da Ponte Negra ajuda a quem quer correr ou fazer uma caminhada. Vamos combinar que o visual ao redor é bem melhor do que qualquer esteira em ambiente fechado.

    Em esquema de buffet, o café da manhã é servido no restaurante do hotel, o Maragogi. Apresenta itens básicos como frutas, cereais, pães, bolos, frios, queijos e algumas receitas regionais, caso do x-caboquinho. Sanduíche típico do café da manhã amazonense, ele é a soma de pão francês, queijo coalho, fatias fritas de banana pacovã (da terra) e lascas de tucumã (fruto de uma palmeira da Amazônia). 

     

    Café da manhã do hotel Tropical Executive
    Café da manhã tem especialidades locais, como o x-caboquinho

    O Tropical Executive está localizado a 15 minutos de carro do aeroporto. Com quase o dobro desse tempo se chega ao Centro Histórico, onde está o circuito básico de atrações turísticas, entre elas, o Teatro Amazonas, o Palácio Rio Negro e o Mercado Adolfo Lisboa, todos erguidos durante o apogeu econômico vivido por Manaus com o Ciclo da Borracha, no fim do século 19. Nenhuma obra de engenharia supera o pôr do sol às margens do Rio Negro.

  • Hot Beach Olímpia conta com resort anexo ao parque aquático

    Hot Beach Olímpia conta com resort anexo ao parque aquático

    A última coisa que eu poderia pensar quando estávamos hospedados no Hot Beach Resort, em Olímpia, era “a gente tem mesmo que sair do quarto?”. Ninguém deixa seu apartamento em São Paulo e pega 440 km de estrada para se entocar num hotel no interior paulista. Ainda mais quando se tem aos pés um parque aquático Hot Beach Olímpia com águas termais e atividades de sobra.

    Mas é que eu fiquei positivamente surpreso com a suíte do resort, indicado tanto para quem viaja com filhos de até 12 anos quanto pessoas idosas. Ou seja, é lugar para famílias numerosas, ruidosas, de bem com a vida, que têm na ponta da língua o hit do artista que o Brasil abraça no momento. O Hot Beach Olímpia, parque aquático da cidade no interior paulista, é praticamente o quintal do hotel.

    Existem diversas boas opções de hospedagem. Perto da capital, já estivemos em várias. : o Bourbon Atibaia e o Tauá Atibaia Resort. Excelente para uma escapada, o Mavsa Resort, em Cesário Lange, é único all inclusive de SP.

    Como é o resort Hot Beach, ao lado do parque aquático

    Retomo pelas suítes. Elas são simples, mas confortáveis. Ficamos na Premier Família, com duas camas queen, ar split calibradíssimo para suportar o calor dessa abafada região do estado, ótimo closet, banheiro eficiente e uma varanda maior que a de muito prédio de cidade grande. A nossa unidade tinha vista para o parque aquático do complexo turístico.

    Pia extra e closet no quarto do hotel
    Closet e pia extra, ao lado do banheiro do quarto

    Como na maioria dos resorts, no Hot Beach Resort você ganha pulseiras no check in. A principal delas abre a porta do quarto, dá acesso ao parque e à consumação. Diariamente, você tem direito a gastar até R$ 1.000 em cada pulseira. A emissão de um tíquete ao fim de cada compra ajuda a controlar os gastos – é possível também pedir um extrato na recepção. Joaquim achou ótima a liberdade de poder comprar pipoca, água e sorvete, tudo sozinho.

    Hotel no estado de São Paulo

    As nossas listas com sugestões são constantemente atualizadas. Fazemos uma apuração jornalística para chegar a essa curadoria. No caso de hospedagem, incluem apenas opções com boa avaliação de viajantes nos sites de reserva.

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    A outra pulseira dada na chegada se refere ao pacote contratado: café da manhã, meia-pensão ou pensão completa, sempre com bebidas (alcoólicas ou não) pagas separadamente. A maior parte dos hóspedes fica com a meia pensão, deixando para beliscar nos quiosques e lanchonetes do parque aquático pela manhã. Dessa forma, sobra mais tempo para curtir as piscinas.

    Recepção do Hot Beach Resort
    Átrio do resort Hot Beach, onde fica a recepção

    Todas as refeições do hotel são servidas em sistema de buffet. Para dar vazão ao grande número de hóspedes, há estações espelhadas, ou seja, de um lado e de outro você encontra pratos quentes, saladas, sobremesas. Da grelha saem ao menos dois cortes de carne. Existem sempre duas opções veganas, além de doces sem glúten ou lactose. 

    Sobremesas no Hot Beach Resort, em Olímpia
    Sobremesas nas refeições do hotel

    Há jantares temáticos em alguns dias da semana e caldos toda noite no Hot Beach Resort, em Olímpia. Não falta massa para quem queimou calorias subindo e descendo o toboágua. Nuggets e batatas fritas fazem brilhar os olhos da criançada (e de uns marmanjões também).

    Preparada na hora, a tapioca faz fila no café da manhã. Máquinas automáticas fornecem de espresso a capuccino, mas eu preferi o bom café coado na hora. Pães, bolos, sucos, frios, iogurtes. Para uma operação grande de alimentos e bebidas, impressiona a variedade e a qualidade do que é servido. Para quem acha pouco, há um restaurante de comida japonesa, com pratos à la carte (pagos separadamente).

    Buffet do hotel  do Hot Beach Olímpia
    Buffet de café da manhã bem completo

    Em dezembro de 2021, havia escalonamento dos horários do café e do jantar, a fim de evitar aglomerações. A faixa entre 8 e 9 horas era bem disputada, já que todo mundo queria terminar o café da manhã no horário de abertura do parque – muita gente encara fila antes do funcionamento começar, só para garantir uma cadeira ou espreguiçadeira ao redor da piscina preferida. 

    O que fazer no hotel em Olímpia

    Para se molhar, basta sair do quarto, pegar o elevador, caminhar nem 100 metros e atravessar a catraca de acesso ao parque aquático Hot Beach Olímpia, aberto das 9 às 17 horas (no verão, ele funciona também às segundas-feiras). Com atrações para todas as faixas etárias, de crianças pequenas a idosos, o Hot Beach Olímpia convida a dias de descanso e diversão em família ou entre amigos. Praia com ondas, playgrounds molhados, toboáguas e um gostoso rio para ser percorrido com boias são algumas das atrações.

    Quando o parque fecha no fim de tarde, parte dos frequentadores se transfere para a piscina de águas termais de uso exclusivo dos hóspedes do Hot Beach Resort. Uma equipe de recreação anima o público dentro e fora d’água por cerca de 2 horas.

    Piscina do resort, ao lado do parque aquático
    Piscina exclusiva do hotel, não do parque Hot Beach

    Instalados no 10º andar, a gente ouvia muito pouco o barulho na beira da piscina. As janelas com saídas para o terraço são do tipo antirruído, mas não sei dizer se a coisa funciona com a mesma eficiência nos andares mais baixos. Existe a opção de se hospedar na ala de apartamentos voltada para o estacionamento, mas a vista não é tão charmosa.

    No grande átrio do térreo do Hot Beach Resort, em Olímpia, se concentram os restaurantes, o salão de jogos com dois fliperamas e mesa de pebolim, a pequena academia de ginástica e a brinquedoteca para os bem miúdos. À noite, os bares e as cadeiras ao redor da piscina juntam gente jogando papo fora enquanto outros ainda curtem a água morninha até 22 horas.

    Lojinha do resort em Olímpia
    Lojinha do resort, para souvenir ou comprar algo que esqueceu

    Com roupas, acessórios e lembrancinhas, a lojinha do resort salva a vida de quem esqueceu do absorvente feminino ao protetor solar. Café, refrigerante e água também podem ser comprados ali. O frigobar do quarto fica vazio, então vale a pena levar garrafas de água na viagem e estocá-las. A regra é a mesma para lanchinhos ou biscoitos. Além de ser mais barato, está aí um bom motivo para não sair do quarto quando bater aquela fominha da madrugada.

  • Fasano Boa Vista (SP): hotel de luxo no interior, sem afetação

    Fasano Boa Vista (SP): hotel de luxo no interior, sem afetação

    “O senhor sabe como chegar lá?” A pergunta feita pelo segurança tem o seu porquê. É nossa primeira vez no Fasano Boa Vista, hotel no interior de São Paulo. Estamos em Porto Feliz, a cerca de 1 hora de carro da metrópole. A unidade de campo da tradicional rede hoteleira de raízes italianas fica no km 102,5 da Castelo Branco, sentido capital. Ou você lança esses dados no GPS ou tem de estar atento ao aviso de retorno antes do pedágio que fica neste ponto da rodovia.

    Sem esse aparelho nem sinal de internet (oi, cadê o sinal de celular, operadora?), Nath e eu não podíamos nem apelar para o Waze, como sugeriu o segurança no portão de entrada, onde outros dois agentes zelavam pela proteção da fazenda – algumas famílias quatrocentonas paulistas, outros emergentes e parte do PIB brasileiro se hospedam ou têm casas de fim de semana ali.

    No fim, o condomínio é bem sinalizado, com placas indicando a direção do hotel. Além do mais, a gente é jornalista, bicho fuçador que encontra o que quiser onde estiver. As alamedas têm velocidade controlada, o que ajuda a contemplar a paisagem até chegarmos à recepção do Fasano Boa Vista, 20 minutos depois.

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    Como é o hotel de luxo no interior de SP

    É um hotel Fasano, então espere tratamento de primeira, incluindo serviço de mordomo para desfazer e fazer as malas dos hóspedes. Ainda que tenha um serviço como esse à disposição, os funcionários não te tratam de forma subserviente (acredite, tem hotel no Brasil que ainda vive num pré-1888). 

    Pense no uso de madeira e pedra com elegância, e você entenderá o conceito do arquiteto Isay Weinfeld, autor do projeto do Fasano Boa Vista. Todos os 39 apartamentos (12 deles suítes) estão voltados para o lago artificial, com a visão das montanhas e do pôr do sol. Ficamos no 1º andar, no apartamento deluxe de 60m². As suítes duplex (120m²) e de dois quartos (180m²) têm dois andares e ampla sala de estar.

    Surpresa com balões e fotos ao chegar no quarto

    Na chegada ao quarto tivemos uma agradável surpresa. Balões com fotos instantâneas de momentos de viagem em casal e com nosso filho flutuavam sobre a cama – era nossa primeira viagem a dois na pandemia, após mais de um ano e meio isolados os três em casa. Não é sempre essa mesma ação que ocorre, mas o hotel costuma preparar algo personalizado para cada hóspede. Luxo é isso, senhoras e senhores.

    Todas as acomodações têm cama king size, lençóis de algodão egípcio 300 fios e travesseiros de pluma de ganso. Acrescento à descrição o ótimo blackout da janela, que não deixa os primeiros raios de sol da manhã te acordarem antes da hora. Uma longa bancada em madeira se estende pela parede oposta à cama. Com a pandemia, muita gente fez home office no Fasano Boa Vista, levando a administração a turbinar sua internet. Nath escreveu uma matéria de última hora e fez upload de fotos pesadas sem passar aperto.

    Mesa para trabalho remoto, com boa conexão de internet

    Tudo isso enquanto Frank Sinatra entoava You Brought a New Kind of Love to Me na caixinha bluetooth, parte das facilidades do quarto. Coube a mim a difícil tarefa de selecionar a trilha sonora de dentro da banheira. Não gosta de imersão? A ducha é forte, revigorante. À base de produtos amazônicos, as sustentáveis amenities da Costa Brazil te fazem ter vontade de levar frasquinhos e mais frasquinhos para casa, sem culpa.

    O que fazer no Fasano Boa Vista

    Não andamos a cavalo, não jogamos polo, tênis ou golfe (pena, já que esse é o único hotel no Brasil com dois campos de 18 buracos, um deles assinado pela lenda Arnold Palmer). Então nos restou alimentar o corpo e o espírito. Se você está em um Fasano, é normal criar expectativa pela comida. O menu tem receitas consagradas nos 100 anos de história da marca.

    Atreva-se a sair do convencional e peça o carpaccio Fasano, com tapenade de azeitonas e pinoli. Ele e a ótima burrata caem bem com os drinques elaborados em comemoração aos 10 anos do hotel de campo. O filé mignon ao molho marsala com batatas rústicas é bem generoso na carne, então peça o prato para dividir sem medo de parecer sovina (luxo é não desperdiçar). No máximo, solicite mais batata à parte, se você gosta delas como Nath as ama.

    Saborosa gastronomia no hotel Fasano Boa Vista

    O menu do restaurante do Fasano Boa Vista mescla refinadas receitas de fazenda com clássicos da cucina italiana, como o ravioli de carne com creme padano e o risoto de parma. Outro ponto alto: os pratos não têm invencionices nos nomes. São chamados pelo que realmente são e suas descrições, objetivas : ravioli é ravioli, risoto é risoto (luxo é ser simples, por mais paradoxal que isso seja na sociedade brasileira). Das sobremesas, a massa da cheesecake por si só é deliciosa, tal como gostam os americanos que inventaram essa perdição.

    Buffet de café da manhã no hotel de luxo no interior paulista

    Foram duas noites de hospedagem com direito a café da manhã no salão (buffet) e na varanda do quarto. Nesse caso, solicitamos na véspera ao room service a lista de itens a serem servidos. Eles estranharam não desejarmos iogurtes, frutas (havia uma bandeja no quarto desde o check in). Optamos por manteiga, requeijão, ovos Benedict e a seleção de pães (bem boa, com pão de queijo, croissant, pain au chocolat, pão de mel, francês e um pão de grãos delicioso).

    A gente se arrependeu de ter pedido para montarem a mesa na varanda. Apesar da vista incrível, alguns mosquitinhos (não eram pernilongos) atrapalharam um pouco a experiência. Outros senãos foram o suco de laranja da Nath meio doce demais e o bolo formigueiro seco para o meu paladar. Acontece, são detalhes. Mas o Fasano Boa Vista está na nossa lista de melhores cafés da manhã de hotel certamente.

    Jantar à luz de velas na varanda do Fasano Boa Vista

    Já à noite o jantar romântico na varanda, à luz de velas, foi super gostoso. A escuridão ao redor ampliou a sensação de estarmos só nós dois, num clima intimista. Estando num hotel da marca Fasano, nada mais apropriado do que pedir massas; eu fui com linguiça e a Nath, com camarão.

    Bicicleta estão disponíveis para os hóspedes pedalarem pelo condomínio

    Entre uma refeição e outra, a gente explorou uma fração da imensa propriedade com as bicicletas à disposição dos hóspedes, embora muitos deles optem pelos carrinhos elétricos. Febre local, o uso do veículo exige habilitação e respeitos às regras de trânsito. Blitz educativas e radares de velocidade fazem parte do cotidiano do condomínio, que é quase uma minicidade e tem um pequeno conjunto comercial, com lojas de grife, conveniência e um minimercado.

    Lojinhas na praça ao lado do Fasano Boa Vista

    O shopping a céu aberto fica perto da área da piscina do Fasano Boa Vista. De borda infinita e raia de 25 metros, ela tem uso exclusivo para natação das 9h da manhã ao meio-dia. É uma área gostosa para tomar drinks e ver o pôr do sol.

    Pôr do sol visto da piscina do hotel no interior de São Paulo

    Quem deseja manter a forma ou busca tratamentos estéticos e massagens encontra tudo isso a uma curta caminhada desde a recepção. O Spa Fasano tem academia de ginástica, cardápio com terapias variadas e piscinas.

    Mesmo quem não vai fazer tratamentos pode agendar horário nessa área molhada do spa, incluído no valor da diária. A força da cascata impressiona. Foi o que eu mais gostei porque te passa mesmo uma sensação de estar na natureza e deixa os ombros bem relaxados. No caminho até ela, pedras massageiam os pés. Foi difícil tirar a Nath da jacuzzi com cromoterapia. Nós dois também experimentamos a piscina beeem aquecida.

    Excelente área molhada do Spa Fasano, no interior paulista

    Além disso, Nath e eu desfrutamos do Ritual Bem-Estar, criado para celebrar a década de funcionamento do Fasano Boa Vista. A sessão de 90 minutos começa com escalda-pés de flores e especiarias finalizado com massagem nos ombros. Estreante em spas, eu dormi durante a etapa seguinte: uma terapia corporal relaxante para soltar nódulos de tensão enquanto também ativa a circulação sanguínea. O tratamento original do menu previa ducha escocesa no fim, mas conseguimos trocá-la por mais minutos de massagem.

    Desfrutamos de tudo isso indo no início da semana, momento em que o movimento do hotel estava relativamente tranquilo. Fizemos check out na tarde de quarta-feira, quando teve início na recepção o festival do Dior, fosse no corpo ou nos carrinhos de bagagem. 

    Preciso dizer também que durante as 48 horas que passamos no Fasano Boa Vista não escutamos uma vez sequer o termo diferenciado, esse mantra-muleta empregado na ausência de palavra melhor para definir bom serviço, boa hospitalidade e boa gastronomia.

    Quarto do requintado Fasano Boa Vista

    Atendidos por cerca de 15 funcionários diferentes em dois dias, notamos como cada um deles se mostrou muito bem preparado para responder as mais variadas questões, sem aquele discurso ensaiado que a gente escuta, por exemplo, em alguns hotéis. Chamou nossa atenção a preocupação em antever necessidades do hóspede, até as mais banais. 

    Cito como exemplo a tarde em que eu me peguei admirado com o som alto e estridente de duas aves em uma árvore. Fiquei com a impressão de serem maritacas por causa da plumagem verde. Passando pelo valet, um dos manobristas, que tinha assistido à cena toda a uma distância de uns 150 metros, disse: “são maritacas, senhor”, confirmando meu palpite. Luxo é isso também.

  • Juma Ópera (Manaus): hotel no centro histórico da capital

    Juma Ópera (Manaus): hotel no centro histórico da capital

    Se você pensa em conhecer Manaus, saiba que a maior parte dos cartões-postais a serem visitados fica no centro histórico. Se você deseja hospedar-se o mais próximo possível desse circuito de atrações turísticas, fique sabendo que o Juma Ópera está diante da principal delas, o Teatro Amazonas. 

    Erguida no auge do Ciclo da Borracha, a grande casa de espetáculos da capital amazonense pode ser admirada de vários pontos do hotel-boutique, que ocupa um casarão tombado pelo patrimônio histórico. Apesar de a visão do teatro a partir da piscina no terraço ser totalmente desimpedida, a mais charmosa é de dentro do restaurante.

    Café da manhã do Juma Ópera, hotel em Manaus

    Se tiver chance, tome o café da manhã sentado na mesa com sofá bem no centro do salão, olhando de frente para a cúpula que carrega as cores da bandeira do Brasil. Sobre a nossa mesa, o conjunto de grandes luminárias de palha, feitas por artesãos indígenas, deixaram a Nath vivamente interessada.

    Luminárias dão charme ao restaurante do hotel

    Como é o Juma Ópera

    Bom, agora que você já sabe que tem piscina e restaurante, resta informar que o Juma Ópera tem 41 acomodações, com áreas entre 27 m² e 70 m². As camas de casal são de tamanho king, e alguns quartos possuem banheiro com banheira. Há quartos dentro do prédio histórico restaurado.

    Suíte em dois momentos: com varanda fechada…

    Nós ficamos em uma suíte da ala nova, de onde podíamos ver o teatro sem sequer precisar levantar da cama. Se deixar as portas anti-ruído abertas, você chama quem estiver no vizinho ilustre com um simples assobio, tamanha a proximidade.

    …e com o Teatro Amazonas como vizinho

    Inaugurado em 2020, o hotel combina decoração contemporânea com objetos e artesanato indígenas. Fotos da região amazônica, incluindo imagens do Juma Lodge, o hotel de selva dos mesmos donos do Ópera, estão espalhadas por corredores e também nas áreas comuns.

    Cestaria e elementos indígenas nos corredores do Juma Ópera

    O que fazer no hotel no centro de Manaus

    Se não for praticar exercícios físicos na academia no alto do casarão principal ou dar um mergulho na piscina, atravesse a rua e visite o Teatro Amazonas. Nath e eu fizemos isso antes mesmo do check in. Como havia muitas pessoas na recepção para dar entrada, deixamos nossa bagagem num canto, fomos à bilheteria e conseguimos entrar nas últimas vagas da visita guiada de uma tarde de sábado).

    https://www.instagram.com/p/CiughupssH2/

    O Palácio Rio Negro (antiga sede do governo, hoje centro cultural) e o Mercado Adolfo Lisboa também fazem parte dessa Manaus histórica, surgida com o apogeu econômico proveniente da extração do látex, entre o fim do século 19 e a primeira década do 20.

    A vizinhança do Juma Ópera inclui a Igreja de São Sebastião (1888) e o largo homônimo em frente, onde turistas e visitantes se concentram para tomar sorvete ou tacacá nos fins de semana, especialmente. É seguro sair do hotel e contornar o Teatro Amazonas mesmo à noite, passando por alguns bares, restaurantes, oficinas e lojas do entorno, como a Galeria Amazônica (que vende as luminárias que a Nath adorou). Aos domingos, dá pra descer a pé e curtir a feira da Eduardo Ribeiro, avenida que concentra um conjunto de barracas vendendo artigos pra casa, roupas, artesanato e comidas típicas.

    Galeria Amazônia fica a 50 metros do hotel

    A gente foi à feira antes de seguir para o Museu da Amazônia, um dos passeios mais legais da cidade. Se você não se hospedar em um hotel de selva durante sua viagem ao Amazonas, vá ao Musa para ver trechos de floresta primária dentro da cidade, aprender muito sobre fauna e flora com os guias especializados do museu e subir os 242 degraus da torre de observação. A gente fez isso, tirou fotos, mas não conseguiu localizar na paisagem o Teatro Amazonas. Pois é, o Juma Ópera nos deixou mal acostumados.

  • Como fazer esfoliante natural⁠ em casa⁠

    Como fazer esfoliante natural⁠ em casa⁠


    No Alchemy Bar, atividade no Six Senses Botanique (Campos do Jordão), o hóspede pode aprender como fazer esfoliante natural. Neste vídeo, você pode conferir o passo a passo de uma das receitas, à base de pó de casca de laranja e canela. Eu aprendi a criar o cosmético na experiência que tive no hotel ⁠na Serra da Mantiqueira, em São Paulo.

    ⁠Todos os produtos utilizados são naturais. Alguns deles colhidos diretamente na horta do hotel que preza pela sustentabilidade e bem-estar. Outros são itens da cozinha reaproveitados nas alquimias.⁠ Sob a orientação de Licon Alves, que também é historiador, essa experiência é uma das novidades trazidas pela rede Six Senses, que assumiu o Botanique Hotel em fevereiro de 2021. ⁠

    A receita por escrito está na descrição do vídeo. Aproveita e já se inscreve lá no canal do Como Viaja no YouTube.


  • Hotel Toriba (Campos do Jordão): viagem em família na serra

    Hotel Toriba (Campos do Jordão): viagem em família na serra

    Foi uma sensação curiosa entrar no Hotel Toriba, em Campos do Jordão, na companhia de Nathalia e Joaquim. Aberto em 1943, esse clássico da hospedagem na cidade da Serra da Mantiqueira, em São Paulo, mantém uma antiga relação com famílias, algumas delas já na quarta geração de frequentadores. No nosso caso, o envolvimento começou há 12 anos, quando o Quim nasceu.

    Morávamos a duas quadras da Paulista, uma zona que só vendo. Ou melhor, ouvindo. Para que o recém-nascido não sofresse com tanto barulho da rua, um dos antídotos para abafar sirenes e buzinas de gente apressada estava num CD do chá da tarde do Toriba. Nath havia ganhado um quando ainda era editora do caderno de Turismo do antigo Jornal da Tarde. Como gostamos de música, o presente foi parar na estante de casa, entre Duke Ellington e Elis Regina.

    Cabia então a Tchaikovsky a tarefa inicial de zelar pela soneca de Joaquim. As músicas lembravam à Nath sobre as aulas de balé da época de menina. De certa forma, ela e eu também descansávamos naqueles 55 minutos diários, sempre após o almoço.

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    Chá da tarde do Hotel Toriba (Campos do Jordão)
    Chá da tarde do Toriba, dentro da estufa de plantas

    Pouco mais de uma década depois, o som que nos recebe na chegada ao Hotel Toriba, em Campos do Jordão, é o do sopro do vento leve por entre as flores da estufa, o local onde nos foi servido o tradicional chá da tarde. Às 5 em ponto o sol iniciou sua despedida enquanto comíamos doces e salgados feitos na padaria do próprio hotel. A ideia de servir essa refeição ali surgiu durante a pandemia. Nestes tempos de ressignificar espaços, a estufa de plantas virou salão de chá privativo, onde até pedidos de casamento já foram feitos, soubemos depois.

    Hotel no estado de São Paulo

    As nossas listas com sugestões são constantemente atualizadas. Fazemos uma apuração jornalística para chegar a essa curadoria. No caso de hospedagem, incluem apenas opções com boa avaliação de viajantes nos sites de reserva.

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    Como é o Toriba e sua nova suíte de vidro

    A viagem em família a Campos do Jordão foi a nossa primeira saída de casa depois de um ano e meio resguardados por conta da covid-19. A escolha do destino chegou a causar admiração em alguns, mas queríamos mostrar como era possível visitar uma das cidades paulistas mais badaladas traçando um roteiro totalmente na contramão do movimento que a caracteriza. Para começar, o Hotel Toriba fica na região do Alto Lajeado, distante o bastante do Capivari, o bairro onde se concentra a movimentada vida turística do município, a cerca de 175 km de São Paulo.

    Como parte desse processo de desconfinamento familiar, a chance de estrear a novíssima suíte Ninho Sábia-Laranjeira veio a calhar. O projeto arquitetônico passa a sensação de o quarto estar suspenso em meio às árvores. Uma das 4 novas acomodações do mesmo estilo previstas na expansão do hotel, ela tem duas paredes de vidro, do chão ao teto, além de um janelão do mesmo tamanho, que se descortina diante da cama de casal. Ao abrir, notei um grosso galho de araucária ao alcance da mão, o que só reforça a ideia de estar vivendo num ninho, a 10 metros do chão.

    Quarto do Hotel Toriba, em Campos do Jordão
    Confortável quarto na casa de vidro

    Joaquim dormiu num espaçoso sofá-cama. Armado desde a nossa chegada, ele não prejudicou em nada a circulação no quarto. Espaçosa, a suíte é equipada com mesa, quatro cadeiras e cozinha americana (microondas, pia e frigobar), o que permite a qualquer hóspede dispensar refeições nos restaurantes do hotel.

    Pedido por whatsapp, o café da manhã só pode ser entregue no quarto a partir das 8 – no salão ele começa a ser servido uma hora antes. Um desjejum continental clássico vem diretamente da cozinha. Os ovos mexidos e o omelete que quisemos à parte chegaram menos quentes do que se estivéssemos nos servindo do buffet, mas é o preço a ser pago por manter-nos isolados nessas condições. Pois é, não dá para ganhar todas.

    Belo café da manhã montado na mesa do quarto

    A viagem ao Hotel Toriba, em Campos do Jordão, foi feita em agosto de 2021, mas apesar de estarmos no inverno não pegamos frio intenso. À noite, a temperatura ficava nos 10° C. Ainda assim, não foi necessário acender a lareira do quarto, já que o piso aquecido do banheiro, acredite, emanava calor suficiente para envolver todo espaço, dispensando inclusive ligarmos o outro aquecedor de chão, próximo à cama.

    Viagem no inverno com céu azul

    Admito ter sido frustrante deixar o hotel sem conseguir tomar banho de banheira por completo, porque faltava uma peça do motor da hidro. É preciso dividir com vocês também que o chuveiro tem pouca pressão. Como é uma suíte recém-inaugurada, carece de ajustes a meu ver. Por outro lado, os pesados blackouts vedam bem as primeiras luzes da manhã, algo essencial numa suíte com três paredes totalmente envidraçadas. 

    Banheiro da suíte de vidro

    O Ninho ganha mais um ponto pelo terraço acima da unidade, acessível por uma escada lateral dentro do quarto. Lá em cima, um par de bancos e uma mesa feita com toras de madeira podem ser usados enquanto se admira o entardecer, acompanhado de uma bebida ou não.

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    A estrutura é completa, com piscinas adulto e infantil, hidromassagem, saunas seca e úmida, fitness, quadra poliesportiva, parquinho e Spa Toriba by L’Occitane. A gastronomia tem farta variedade, com restaurantes e bares. Nas acomodações, há de quarto no prédio em estilo alpino da sede a diferentes formatos de chalés espalhados pela área verde.

    Parquinho do Hotel Toriba, em Campos do Jordão
    Parquinho com brinquedos no Hotel Toriba

    O complexo do Hotel Toriba, em Campos do Jordão, tem cerca de 2 milhões de m² de mata. O grupo ainda é proprietário da Fazendinha, atração indicação para crianças pequenas verem os animais, mas que o Quim acabou gostando de visitar também. Fica pertinho da entrada do hotel.

    Fazendinha, perto do hotel

    O que fazer no hotel em Campos do Jordão

    Se a ideia é permanecer quietinho no seu quarto, saiba que o wifi funciona bem. Foi o que permitiu ao nosso filho fazer uma prova online enquanto visitávamos o Jardim Amantikir numa das manhãs. Passeios ao ar livre como esse preencheram nossos dias em Campos, como a visita ao Horto e a trilha seguida de piquenique ao pôr do sol do Aventoriba, uma das atividades do cardápio de experiências do hotel localizado na Serra da Mantiqueira.

    Fondue do Toribinha, no quarto

    Já o restaurante Toribinha, localizado logo depois que se passa pela portaria, tem um famoso fondue, que pode ser pedido no quarto também. Embora venha quente, nunca é a mesma coisa do que comer no restaurante.

    Trilha com piquenique no pôr do sol, nosso passeio com o Aventoriba

    Entramos e saímos do quarto sem ter de passar pela recepção, como se estivéssemos em uma casa alugada, mas com o bônus de poder pedir algo pra comer ou solicitar algo à concierge, por telefone ou whats. A impressão é de que as suítes ninho (a segunda delas distante cerca de 50 passos, mas também resguardada pela vegetação) nem fazem parte do hotel. É possível passar dias dentro delas sem saber a cor da água da piscina ou apreciar os afrescos de Fulvio Pennacchi nas paredes da sede do Toriba e de seu principal restaurante, batizado com o sobrenome do artista italiano.

    Sítio Siriúba, com 18 km de trilhas e aberto aos hóspedes

    Essas pinturas estão entre os orgulhos do Hotel Toriba, um exemplo de hospitalidade clássica, evidente tanto no uniforme dos funcionários quanto na formalidade dispensada com os hóspedes. Muitos deles são netos de frequentadores mais antigos, o que confere a este hotel de luxo um ar de férias em família na serra.

    Sem nos ater a todas as opções de lazer, fizemos questão de conhecer também o Sítio Siriúba, localizado do outro lado da Avenida Ernesto Diederichsen, em frente ao portão de entrada do Toriba. Os 18 km de trilhas do lugar e sua ponte pênsil sobre a folhagem podem ser usados por hóspedes ou participantes de passeios do Aventoriba, serviço de atividades na natureza criado pelo hotel em 2018, aberto também a não hóspedes.

    Café da manhã do Hotel Toriba, em Campos do Jordão
    Buffet de café da manhã do hotel em Campos do Jordão

    Quebramos nossa quarentena particular apenas no último último dia, para tomarmos café da manhã no terraço panorâmico. Pesadas e grandes, as mesas cobertas por ombrelones estavam bem distantes umas das outras, e não havia mais do que três delas ocupadas.

    Antes de partir, Nath e eu fizemos vídeos e fotos, como as que ilustram esse post. Na sala da lareira encontramos o piano de cauda usado nas noites musicais do Hotel Toriba, programação mensal com ênfase no canto lírico. Inevitável lembrar que, para nós, toda essa história tenha começado 12 anos antes, embalada pelas composições de Tchaikovsky, justamente num momento em que descobrimos o sentido de família.

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  • Zorah Beach Hotel (Ceará): Trairi com luxo e pitadas de Índia

    Zorah Beach Hotel (Ceará): Trairi com luxo e pitadas de Índia

    Uma farta vegetação empareda o zigue-zague que separa a recepção dos bangalôs no Zorah Beach Hotel, no Ceará, dando a sensação de que você chegou a um cantinho do sul da Ásia na costa oeste do estado, em Trairi, a cerca de 130 km de Fortaleza. A impressão é reforçada pelas presenças das estátuas de Ganesha e de Buda entre outros elementos que remetem principalmente à Índia, como a seleção de pratos da culinária do país servidos no restaurante do hotel. Referências a Bali, Marrocos e Turquia também estão presentes na decoração.

    A onda do home office levou à instalação de roteadores de sinal nos quartos, garantindo wifi de qualidade a quem deseja ficar conectado. Em tempo: nossa operadora de telefonia nos deu tchau pouco depois de sairmos da capital do Ceará. Soubemos que ela não é a única que não funciona direito por aquelas bandas, claro. Seja vivo e preste atenção se quiser checar e-mails e postar nas redes fora do acesso sem fio do hotel. 

    A proximidade com Fortaleza é uma das virtudes deste hotel de luxo, localizado na praia do Guajiru, no caminho para quem vai a Jeri – se for para essa parte do litoral cearense, confira também onde ficar em Jericoacoara, o que fazer no destino e onde comer por lá. A vantagem é que esse pedaço do município de Trairi ainda não foi tomado de assalto pela multidão, o que ainda empresta à região alguma privacidade.

    É preciso dizer que a vizinha Flecheiras já engorda a olhos vistos com a construção de condomínios de casas e apartamentos de veraneio, numa expansão da qual nem o próprio Zorah deve escapar em breve. Aberto atualmente só aos hóspedes, o restaurante do hotel no Ceará já tem plano de ampliação desenhado para virar opção gastronômica para quem é de fora.

    Como é o Zorah Beach Hotel

    O Zorah Beach Hotel tem 23 acomodações, sendo a maior delas a suíte para famílias, com 220m², localizada do outro lado da rua em relação à recepção, mas com acesso a todos os serviços de quem fica no prédio principal. Possui também suítes de 50m², bangalôs com 90m² (o premium, como o que Nathalia e eu ficamos, tem piscina particular) e uma unidade chamada Vila, que além de mais espaço (140 m²) oferece TV maior (47”) e hidromassagem externa, com vista para o mar (nas demais acomodações ela fica dentro do quarto).

    Bangalô premium no Zorah, com piscina privativa
    Área de descanso, ducha e hidro

    A nossa hidro tinha uma janela com abertura que permitia ver a praia, mas a gente preferiu mantê-la fechada por pura privacidade. No bangalô premium, a área de banheiro, ducha e hidro fica separada, logo à direita após a entrada na acomodação. Você passa pelo closet (onde há uma parte de conveniência com caixa de chás, alguns importados) e, seguindo, vem a parte molhada dessa suíte especial do Zorah. Ao lado das duas pias, com amenities L’Occitane, fica uma deliciosa ducha e uma área de descanso. Em frente, está a hidro para casal. É uma acomodação perfeita para casais em lua de mel ou viagens românticas.

    Piscina privativa no bangalô premium, onde ficamos

    No quarto em si, com um pé direito altíssimo, havia uma cama com dossel, uma chaise longue, um charmoso sofá com almofadas e uma mesa pequena com duas cadeiras. A parede da frente e parte da lateral do bangalô são de vidro, permitindo ver o exterior, mas mantendo a privacidade com uma fina cortina branca em relação aos outros hóspedes do hotel em Trairi.

    Sofá e o exterior visto através da cortina

    Integrante das Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) e Roteiros de Charme, o Zorah Beach Hotel se encaixa nos planos de quem procura por uns dias de pé na areia com muito conforto, sem compromisso com hora ou trabalho. A primeira associação reúne empresas brasileiras de viagem do segmento de luxo, e a segunda, hotéis no país todo, com serviço e estrutura de qualidade. Ambas são referências de boa hospedagem.

    Delícia de rede de frente para o mar

    Naquele trecho do litoral do Ceará, vimos mais gente no mar praticando kitesurf do que deitada nas espreguiçadeiras. Venta forte ao longo do ano todo, especialmente entre agosto e novembro, o que complica um pouco quando aquela chuva de areia bate contra o corpo nesse pedaço onde o hotel se encontra. Por isso, muitos frequentadores se dividem entre as cadeiras e redes do jardim, mais recuado em relação à Praia de Guajiru, em Trairi. Algumas pessoas tentam lotear um gazebo na piscina, como fez um casal que ficou a uma assinatura de adquirir a melhor unidade com vista para o mar (contém muita ironia).

    Horas entre o mar e a piscina no Zorah Beach Hotel
    Será que venta no Ceará?

    Se você estranhou eu ainda não ter falado do café da manhã, não se preocupe. A primeira refeição do dia (a nossa favoritaça) é servida individualmente no Zorah Beach Hotel, com prato de frutas, suco natural, água de coco, variedade de frios, manteiga, requeijão, geleias e seleção de pães e doces que muda a cada dia (ajuda a não enjoar). Acho interessante também a ideia de servir pedaços de bolo e finger food em pequenas doses, pois evita o desperdício e amplia a possibilidade de experimentar mais opções em tão pouco tempo de hospedagem. Há ainda itens que podem ser pedidos à parte. Nath provou a tapioca crocante com queijo coalho. Aliás, os cafés da manhã nos 3 hotéis onde ficamos nessa viagem ao Ceará estão entre os nossos prediletos em pousadas no Brasil – os outros foram Jaguaribe Lodge & Kite e Hotel Vila Selvagem, ambos em Fortim.

    Ótimo café da manhã do Zorah Beach Hotel

    O jantar da segunda noite teve mar e terra em nossos pratos. Nath foi de espaguete com camarão ao limone. Ficou na dúvida porque não é fã de limão em exagero. Achou feliz sua escolha pois o sabor estava suave, na medida. Eu pedi carré de cordeiro. A redução do molho estava um pouco salgada, mas a combinação com o couscous marroquino equilibrou tudo na boca.

    Boa massa com camarões

    Hóspedes ao redor pediam o famoso sorvete de capim-santo de sobremesa do restaurante do Zorah Beach Hotel. Claro, a gente quis experimentar para saber o motivo de tanto interesse. É refrescante como se espera de um sorvete e por causa do ingrediente, mas capim-limão é algo que tanto Nath quanto eu, coincidentemente, temos dificuldade de gostar. No entanto, gostamos mais do que o capim-limão em forma de brigadeiro (que não vimos lá, mas é bem famoso entre paulistanos). Não deixe de provar.

    O que fazer no hotel de luxo e charme no Ceará

    Nada, de preferência. Embora Nath e eu até tenhamos trabalhado um pouquinho no segundo dia de hospedagem. Mas isso foi bem depois de aproveitarmos um mergulho na água morninha e clara da praia e de jogarmos muita conversa fora regada a coquetéis e petiscos servidos diretamente em nossa piscina privativa. Essa, digamos, é a parte publicável da viagem antes da hidro a dois e da abertura da cama king com dossel. Para aplacar a subida de temperatura, um split refresca o quarto.

    No pacote de experiências do Zorah Beach Hotel, há passeios para ver o pôr do sol nas dunas de Flecheiras (no período de chuva são formadas pequenas lagoas nas dunas) ou na Lagoa do Mundaú, no encontro do mar com o rio (chegando pela praia a bordo de veículo existe a opção de passear também de catamarã). A visita a Lagoinha, praia de falésia a 22 km do hotel, começa no meio da manhã e dura 3 horas, com parada para almoço e banho em água doce.

    Bicicletas do hotel para passeios na praia

    Quem prefere mais ação do que contemplação pode praticar SUP no Rio Trairi, montar em um quadriciclo ou andar de bicicleta na praia. Guajiru é frequentada por kitesurfistas, alguns deles praticantes de downwind, modalidade que consiste em percorrer voando e surfando longos trechos do litoral do Ceará.

    Alguns que se aventuram nessa atividade literalmente puxada às vezes recorrem aos cuidados de Frederico Signorini, as mãos mágicas a serviço do spa do Zorah Beach Hotel. Com 50 anos de atividade e criador de uma técnica de massagem, a Fred Chi, seu tratamento corrige problemas cervicais, de ATM e bruxismo, todos quase sempre ocasionados por tensão.

    Momento zen com massagem do spa do Zorah

    O spa do Zorah Beach Hotel fica numa casinha de madeira, cercada por vegetação. Você percorre aquele caminho verde, que contei no início do texto sobre a chegada, e segue as placas. O clima é bem zen, nada parecido com spas com foco mais na estética.

    A sessão comandada por Fred ou a mulher, Rafaela, dura cerca de 50 minutos. Começa com perguntas sobre o estilo de vida antes de o tratamento começar. Nath contou que tem fibromialgia, então a Rafaela fez uma massagem relaxante com azeite de coco (gente, tem textura de azeite mesmo, não é uma pasta ou algo cremoso). Fred apenas trabalhou pontos na região da cabeça e um pouco do pescoço dela, técnica semelhante aplicada em mim pouco depois.

    Bom, foi necessário Nathalia me acordar porque eu entrei em alfa. Não é mentira nem exagero. Levei um susto ao ver três pessoas me encarando enquanto tentava levantar da maca. Fred é meio bruxo ou eu que estava relaxado demais depois de dois dias inteiros de pura calmaria e clima zen? Na dúvida como eu, considere as duas possibilidades.

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