Ir para o conteúdo

Categoria: Passeio

Passeio é uma parte fundamental do roteiro de viagem. Confira pontos turísticos, museus, atrações e mais atividades para escolher o que fazer em destinos no Brasil e no exterior. Nestas publicações, falamos de tudo que pode ser interessante nos lugares. Isso inclui tanto cartões-postais como opções fora da lista básica de atrativos.

Alguns exemplos do que você encontra em destinos brasileiros são: o Aquário do Rio de Janeiro, o Planetário do Ibirapuera (São Paulo) e o Projeto Tamar (Praia do Forte, na Bahia). No exterior, há ideias tão distintas quanto a área de Harry Potter nos parques da Universal (Orlando) e o Reichstag (Parlamento Alemão, em Berlim).

Entre as listas do que fazer nas cidades estão Jericoacoara (Ceará), Campos do Jordão (SP) e Porto (Portugal), entre outros.

  • Uma urbanoide golpeada pelas Montanhas Rochosas, no Canadá

    As Montanhas Rochosas, no Canadá, me emocionaram. Jasper reúne lagos lindos, passeios de barco e hotéis dentro do parque nacional. Dá para chegar até essa região a bordo do trem The Canadian, da VIA Rail, ou de carro

    Eu sabia que iria voltar. Eu tinha de voltar. Como seria aquela cidade no alto das montanhas do Canadá? E o parque no meio das Rochosas? Lá estava eu para descobrir.

    A subida até Jasper foi de ônibus, novamente a partir de Edmonton, como da primeira vez, de trem. A rodovia fez da trajetória praticamente uma reta sem sobressaltos, algo não necessariamente bom. Tudo bem, eu estava ali para ver o que tinha no alto da montanha. Não esperava mesmo grandes surpresas durante o caminho. Lagos e picos nevados me aguardavam. Melhor relaxar.

    EMOÇÃO DIANTE DAS MONTANHAS ROCHOSAS NO CANADÁ – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Até que a memória tocou o sinal de ‘olha aí!’. O café, as lojinhas, a estação. Três anos depois a lembrança saltou, bem viva. Era Jasper de novo. As cenas atravessavam a janela, enquanto o ônibus seguia em frente. Não imaginei que fosse me emocionar como na primeira vez. O sabor da novidade não existia mais. As montanhas eram as mesmas. Num outro ângulo, no entanto, as mesmas.

    A CHARMOSA CIDADE DE JASPER

    Estava enganada. Aquela euforia de menina me levou a ziguezaguear pelo corredor do ônibus. Uma ponta de vergonha quase me censurou ao me ver pular de poltrona em poltrona. Sem chance de me conter. Montanhas em sequência, de várias tonalidades, surgiam. Ora plantadas sobre o solo verde, ora refletidas em imensos espelhos d’água. O ônibus cortava o Parque Nacional de Jasper.



    Booking.com

     

    Hospedada num lodge no Parque Nacional de Jasper

    E era dentro dele que eu iria dormir. No mato. Nada mal para uma urbanoide feito eu. Nunca gostei de camping, nem quando era adolescente. A estrutura pífia e o desconforto dos acampamentos onde estive no Brasil me pegaram pelo braço e me conduziram até o lado dos frescos. Como me sentiria agora cercada de verde no Canadá, sozinha num chalé?

    Por fora, a casinha de madeira do Tekarra Lodge era uma graça, de teto triangular feito desenho de criança. Uns degraus, a varandinha, a porta. Ao entrar, um ambiente com sala, lareira, cama e, no canto à esquerda, cozinha. Daquelas de quitinete, com bancada, pia e frigobar. Ao lado, uma pequena mesa e duas cadeiras. A porta à esquerda dava acesso ao banheiro. Tinha uma pia e banheira no chuveiro.

    Era surpreendentemente bom, como todo o chalé. Lembrava um quarto de hotel. Não fosse pela decoração bem rústica, pelo movimento da vizinhança de famílias canadenses e pelas janelinhas com cortina de renda que deixavam o amanhecer entrar. Aquele que me avisou que era hora de ver a vida.

    Uma fresta de sol varava a delicada cortina de renda. O silêncio absoluto não denunciava, mas já havia amanhecido. Me levantei para espiar o tempo pela janelinha. Parecia frio. Ainda não havia chegado o outono, setembro estava só no início, mas o ar era fresco e úmido. Árvores e o lago perto do chalé aumentavam a friagem. Lá fora.

    RECEPÇÃO DO LODGE

    Dentro da casinha de madeira, o mundo permanecia quentinho. ‘Bem, vamos nessa!’, pensei num estalo de coragem. Meia, bota, manga comprida, cachecol, casaco. Tudo para enfrentar a friaca e continuar me pasmando. Tinha sido assim desde a primeira vez em que havia estado nas Rochosas, três anos antes. Desde aquela imagem que havia me golpeado com a força das montanhas.

    Nasci e cresci no Rio de Janeiro, cercada pelas elevações da Mata Atlântica, lindíssimas, abraçando o mar. Cansei de passar férias na serra do Rio ou de Minas Gerais, em cenários incríveis. Aquilo ali, porém, era diferente. Uma paisagem seca, sólida, entremeada por lagos. Visão imponente que não cabia na minha grande-angular mental. Girar o corpo para completar o 360 se tornou um movimento involuntário. O Canadá tinha me emocionado.

    Solidez e vegetação
    SOLIDEZ E VEGETAÇÃO
    Rochosas entre lagos
    MONTANHAS ROCHOSAS ENTRE LAGOS, NO CANADÁ

    Segue até hoje com sua cultura misturada de influências de toda parte, sua comida boa, seu povo gentil e sua geografia tão bonita quanto diversa. No entanto, quando me deparei com as Montanhas Rochosas, a emoção foi diferente. De supetão, o Canadá havia me mostrado uma coisa óbvia, até meio besta de se pensar (e de se escrever): a dimensão da natureza. Sabe quando você se dá conta de que é parte de uma coisa maior, bem maior, do que você? Pois é, eu sabia disso, claro, mas não me lembro de ter sentido isso tão concretamente até aquela manhã de agosto, na primeira vez no país.

    Passado o impacto do primeiro instante, veio uma excitação de criança diante de novidade. Enquanto o trem serpenteava morro acima, eu gastava o dedo na câmera fotográfica, numa tentativa de absorver pelas lentes aquela grandiosidade. Buscava ângulos de um lado e do outro no vagão de vidro. Pedras muito grandes quase raspavam na janela. Até que chegou Jasper. Uma cidadezinha, que naquele dia lá trás me pareceu apenas uma rua.

    Café e lojinhas
    CAFÉ E LOJINHAS EM JASPER

    Não podia me afastar muito da estação por causa do horário de embarcar de volta no trem. Estava viajando de Toronto a Vancouver, cortando o Canadá pelos trilhos. No alto das Rochosas, Jasper foi uma das paradas daquela impressionante viagem atravessando o país e suas muitas paisagens. Resolvi tomar um bom café para esquentar e depois explorar as lojinhas na rua principal, a Connaught Drive.

    No embarque de volta ao The Canadian, trem da VIA Rail que faz o trajeto leste-oeste do país, as Montanhas Rochosas me acenaram ‘até logo’, como pano de fundo da estação. A moldura foi sumindo lá atrás, lentamente. No leve chacoalhar que embala uma jornada de trem, sedimentava aquela emoção em mim.

    Eu tinha de voltar. Eu sabia que iria voltar. E voltei. Para Jasper, e para o Canadá, outras tantas vezes. E lá estava eu para descobrir como eram aquela cidade no alto das montanhas e o parque no meio das Rochosas.

    ‘ATÉ BREVE’

     

    Charmosa Jasper e o parque nacional

    Localizada na província de Alberta, Jasper é pequenina mesmo, com 3.560 habitantes, de acordo com dados do último censo nacional, realizado em 2011. Mantém um acolhedor centrinho, ponto de concentração de lojas e restaurantes, e serve de referência para explorar o parque nacional de mesmo nome, com lagos, cânions, cachoeiras, glaciares e rica fauna.

    Maior das Rochosas, com 10.878 km² de área total, o Jasper National Park é Patrimônio da Humanidade declarado pela Unesco. Criado em 1907, é o parque de relevo mais acidentado da região. Do topo do Monte Whistler, a 2.277 m de altura, isso fica claro à visão. Um ondulado contorna o horizonte ao redor da estação do Jasper Tramway, bondinho que em 7 minutos sobe até lá.

    Dizem que, em dias de tempo bom, é possível ver até 80 km no entorno. Eu visitei numa manhã nublada. Vencida a camada de nuvens, uma imensidão branca formava um novo chão, arrematado por um bordado franzido de montanhas. Uma delas é a mais alta das Rochosas: o Monte Robson, na vizinha província de British Columbia. Mesmo com a cobertura de nuvens, pude ver seu pico lá longe, a uma altura de 3.954 m. A visita terminou com uma parada na lanchonete, num coffee with a view.

    As Montanhas Rochosas no Canadá englobam porções das duas províncias, Alberta e British Columbia. Percorrida no limite da divisa entre elas, uma rota cênica, de cerca de 235 km, faz a conexão entre Jasper e as cidades de Lake Louise e Banff. A Icefields Highway apresenta cachoeiras, picos e geleiras e liga dois parques nacionais, Jasper e Banff — veja opções de hotéis nas Montanhas Rochosas no Canadá.

    Distante em torno de 100 km ao sul de Jasper, está o ponto alto desse caminho: Columbia Icefield, maior área de gelo ao sul do Alasca, com cerca de 325 km² e profundidade de até 365 m. Um centro de visitantes fornece informações para explorar a área, incluindo a ida até o pé do Glaciar Athabasca. Funciona de maio a outubro, assim como alguns outros serviços do Jasper National Park.

    No mesmo período, funcionam o hotel e o restaurante próximos da Sunwapta Falls, por exemplo. Uma leve e curta caminhada na mata leva ao cânion, onde a cachoeira deságua. Visitei essa queda d’água em setembro, debaixo de chuva. Deu para ter uma ideia do lugar, a aproximadamente 55 km de Jasper. Com céu azul deve ser ainda melhor.

    Nos meses quentes
    PAISAGEM NOS MESES QUENTES

    Algumas áreas do parque nacional não ficam disponíveis na temporada de neve. Outras dão lugar a esportes na neve, como esqui e snowshoeing. No inverno, segundo a Parks Canada, instituição governamental que protege os parques nacionais do país, a máxima fica em torno de 9,4 graus negativos. Já, durante o verão canadense, chega a registrar 22,5 graus (em julho). Além disso, a altitude influencia muito: a cada 300 metros que se sobe, pode-se esperar uma queda de 1,7 grau na temperatura ambiente.

    O panorama e o estilo da viagem pelo Jasper National Park, portanto, mudam bastante conforme a estação. Campings costumam abrir do meio de maio ao início de setembro. O parque reúne perto de 1 mil quilômetros de trilhas para caminhadas e áreas delimitadas para acampamento (reservas pelo pccamping.ca).

    [mc4wp_form id=”28979″]

    Nos meus deslocamentos de ônibus pelas estradas locais, observei pela janela o zanzar de motorhomes, para lá e para cá. ‘Que divertido deve ser isso’, me peguei pensando. ‘Meu filho iria adorar viajar num carro-casa desses.’ Mas internamente me soou mais como delírio do torpor com o visual. ‘Você? Não, acho que uma viagem de trailer já seria demais para alguém tão urbano…’

    Dormir num lodge, acomodação no meio do parque, já foi um grande paradigma quebrado. Altamente recomendável, aliás. A experiência faz da natureza algo ainda mais palpável do que se hospedar na cidade e sair para passeios. Se estiver dirigindo, é bom checar a página do Jasper National Park no site da Parks Canada para ver os avisos de interrupção nas estradas por causa de construções durante a época de tempo quente.

    Entre lagos, motos e alces

    Os meses mais quentes são os mais indicados para aproveitar tudo o que a região oferece. Por isso, aproximadamente 2 milhões de pessoas visitam o parque a cada verão. Foi quando eu tive a sorte de cruzar com alces e veados à beira da estrada — demais a sensação de estar perto desses animais, tão simbólicos para o Canadá (agora falta o urso!). Mas não se empolgue, é importante lembrar da recomendação da Parks Canada de manter certa distância dos animais: pelo menos 100 m de ursos, lobos e pumas; e no mínimo 30 m de alces, ovelhas e cabras.

    IMPRESSIONANTE VER UM ALCE TÃO PERTO

    Ainda entrei num sidecar de uma Harley-Davidson para me jogar nas curvas do parque. O vento no rosto, em meio a todo aquele verde, aumenta a sensação de liberdade. É como se você fizesse parte do cenário.

    No verão, também dá para observar com tranquilidade os lagos de tonalidades entre o azul turquesa e o verde esmeralda, que banham vales entre os montes de pico nevado. Nessa minha segunda ida a Jasper, atravessei o Maligne Lake, maior lago do parque, com 22 km de extensão. Barcos levam os visitantes até Spirit Island, ilhota de solo pedregoso, que dá um bonito contraste com a água verde-claro e as coníferas em perspectiva. Certeza de boas fotos.

    Durante uma hora e meia de navegação, o tom esverdeado do lago serviu de base para enquadramentos com montanhas de topo branco. Esse passeio, a cerca de 50 km de Jasper, é realizado de maio a outubro. Desde a área de embarque, o visual já rende lindas imagens. É daquelas cenas que se veem em filmes ou cartões-postais.

    Terminamos a tarde, com um chá no histórico Maligne Lake Chalet, entre petit fours e goles quentinhos. Gostei de encerrar a visita ao lago com um tea with a view, experiência bucólica disponível também nos meses de verão.

    Lago Canada Montanhas Rochosas Maligne Lake Jasper Alberta - Nathalia Molina @ComoViaja (1)
    TEA WITH A VIEW

    Uma volta de caiaque ou de barco nos lagos de águas clarinhas das Rochosas é mesmo uma experiência marcante. Só de olhar já dá uma paz enorme. Na minha visita ao Fairmont Jasper Park Lodge, pertinho do centro da cidade, as cores do horizonte com canoas despojadamente dispostas formam um painel irretocável.

    CANOAS E MONTANHAS NO HOTEL FAIRMONT

    Hóspedes jantavam em mesinhas na varanda, enquanto outros assistiam ao entardecer sentados à margem do pequeno lago azul diante do hotel, o Beauvert Lake. Fiquei ali em pé por minutos. Foi difícil mesmo deixar para trás aquele céu que se pintou do laranja ao roxo para receber a noite.

    JANTAR NA VARANDA DO HOTEL
    AS CORES DO ANOITECER NO LAGO, NO PARQUE NACIONAL DE JASPER

     



    Booking.com

  • Museu em Montréal: dia grátis com transporte

    Museu e transporte grátis no mesmo dia em Montréal. Rotas de ônibus públicos levam os visitantes até as instituições participantes. Belas Artes, Mc Cord, Biosphère e Biodôme são alguns dos destaques da programação

    ATUALIZADO EM 17 DE MAIO DE 2017

    La Journée des Musées de Montréalais, o Dia dos Museus de Montréal, celebra sua 31ª edição em 28 de maio, com a participação de mais de 30 museus. É um dia em que as instituições participantes abrem suas portas sem cobrar entrada e o transporte público até elas também é grátis.

    MUSÉE MCCORD E AS BICICLETAS DE MONTRÉAL – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    O evento é organizado pela MTL Museums, ou Société des Musées de Montréal, que reúne 41 instituições, como o Musée des Beaux-Arts de Montréal (o de Belas Artes) e o Pointe-à-Callière (sobre arqueologia e história). Além da entrada franca nos museus participantes, o visitante conta com transporte. Para esse dia especial, a companhia de transporte da cidade — a STM (do nome em francês, Société de Transport de Montréal) — mantém 5 rotas de ônibus gratuitas.

    A festa se espalha pela cidade, mas as atividades fora de museus se concentram no Promenade des Artistes, no Quartier des Spectacles, das 9 às 16 horas. Os visitantes podem participar da criação de um mural coletivo com artistas. Para quem vai ao evento em família, há pintura facial para as crianças. Como Montréal comemora seus 375 anos em 2017, esta edição terá a representação de Jeanne Mance e Paul de Chomedy (conhecido como Sieur de Maisonneuve), contando histórias sobre como os dois fundaram a cidade em 1642. A organização promete ainda a chance de “tirar uma foto com a dupla”.

    Destaques para você conferir

    Se sua ideia for visitar 2 das principais atrações culturais da cidade, embarque na linha amarela e desça nas paradas do Musée McCord (com objetos, fotografias e documentos conta a história do Canadá e de Montréal, seu povo e costumes) e do Musée des Beaux-Arts de Montréal. Tive a sorte de ver uma temporária sobre Fabergé no Beaux-Arts e também uma interessante exibição sobre a história da música no McCord.

    A azul segue rumo ao leste e leva ao Biodôme de Montréal e ao Planétarium Rio Tinto Alcan, na região do Parque Olímpico. São programas divertidos para se fazer também com crianças: o 1º apresenta ecossistemas do mundo; e o 2º, o universo em 2 experiências de imersão. Ambos fazem parte do Espace pour la Vie, que reúne ainda O Jardin Botanique e o Insectarium, que não participam do Dia dos Museus de Montréal — portanto, será cobrado ingresso para o Jardim Botânico e para o Insetário.

    Meio ambiente é o assunto do Biosphère, um dos últimos pontos da rota vermelha.Instalado na grade esfera que se vê no Parc Jean-Drapeau, o museu aborda temas como recursos hídricos, clima e qualidade do ar. Logo no início do trajeto, o Pointe-à-Callière e o Château Ramezay são paradas para quem deseja conhecer a história da cidade.

     

    Pointe a Calliere Montreal Museu Historia Canada - Fotos Nathalia Molina @ComoViaja

    VALE SABER

    Quando: Em 2017, será realizado em 28 de maio

    Transporte: Desça na estação de metrô Places-des-Arts e pegue a saída para a Rue Jeanne-Mances.
    As 5 rotas especiais de ônibus também saem daí. Conheça os trajetos, que funcionam das 9h30 às 16 horas:

    • Rota azul: Musée Régimentaire des Fusiliers du Mont-Royal > Château Dufresne (Dufresne-Nincheri Museum) > Biodôme de Montréal e Planétarium Rio Tinto Alcan > Studio Nincheri (Dufresne-Nincheri Museum) > Centre d’Exposition La Prison-des-Patriotes > Ecomusée du Fier Monde > Cinémathèque Québécoise > Musée d’Art Contemporain de Montréal
    • Rota verde: Galerie d’art Stewart Hall > Musée d’Histoire et du Patrimoine de Dorval > Musée de Lachine (Pavillon de l’Entrepôt) > Lieu Historique National du Commerce-de-la-Fourrure-à-Lachine > Musée de Lachine (Pavillon principal)
    • Rota amarela: Musée du Rock’n’Roll > Musée des pompiers de Montréal > McCord Museum > Musée Redpath > Musée des Beaux-Arts de Montréal e Guilde Canadienne des Métiers d’Art >  Maison Saint-Gabriel > Maison Nivard-De Saint-Dizier > Musée des ondes Emile Berliner > Musée des hôpitaux Schriners pour enfants-Canada
    • Rota vermelha: Centre d’Histoire de Montréal e DHC/ART Fondation pour l’Art Contemporain > Pointe-à-Callière e Centre des Sciences de Montréal > Musée de l’imprimerie du Québec > Château Ramezay, Musée Marguerite-Bourgeoys e Musée de la Mode > Musée Stewart > Biosphère > Galerie de l’UQAM
    • Rota roxa: Musée des Hospitalières de l’Hôtel-Dieu de Montréal > Centre d’Exposition de l’Université de Montréal > Musée Eudore-Dubeau > Musée de l’Oratoire Saint-Joseph du Mont-Royal > Musée de l’Holocauste à Montréal > Musée des Maîtres et Artisans du Québec > Centre d’exposition Lethbridge

    Site: museesmontreal.org/en/museums-day

  • Ponte dos Espiões (Berlim): cruze a pé o lugar que inspirou o filme

    Ponte dos Espiões (Berlim): cruze a pé o lugar que inspirou o filme

    Se a história não tivesse dado liga ainda mais forte à mistura de concreto e aço de sua estrutura, a Ponte dos Espiões seria apenas mais uma em Berlim. A Glienicker Brücke foi mais que uma passagem de veículos e pedestres sobre o Rio Havel, conectando a cidade à vizinha Potsdam, na antiga Alemanha Oriental. Durante a Guerra Fria, americanos e soviéticos ficaram frente a frente sobre ela em 3 oportunidades, sem que isso resultasse necessariamente num confronto. A mais famosa delas inspirou o filme A Ponte dos Espiões, indicado ao Oscar em 2015 em 6 categorias.

    A ponte de aço, originalmente aberta em 1907, veio abaixo com os bombardeios da Segunda Guerra. Depois do fim do confronto e da consequente cisão de Berlim, a Glienicker Brücke teve seu controle partilhado entre Estados Unidos e União Soviética. Reconstruída e reaberta em 1949, serviu por pouco tempo para reconectar o fluxo com Potsdam.

    Durante a vigência do Muro de Berlim erguido entre as 2 partes da cidade dividida, a passagem pela ponte ficou restrita a missões militares e, mais tarde, diplomáticas. Hoje uma placa no chão, no meio da ponte, lembra que ali um dia se dividiu a Alemanha. Desde 1989, é possível cruzá-la livremente, motorizado ou a pé.

    As 3 trocas de espiões sobre a ponte

    Durante a Guerra Fria, o 1º e mais notório encontro entre os 2 países oponentes sobre a ponte na Alemanha resultou na troca entre o espião soviético Rudolf Abel, preso nos Estados Unidos, e o piloto americano Gary Powers, capturado após sobrevoar o espaço aéreo adversário. Conduzida habilmente pelo advogado James Donovan, a negociação foi concluída numa noite fria de 10 de fevereiro de 1962, sobre a Glienicker Brücke.

    Giles Whittel transformou o episódio no romance Ponte dos Espiões, que virou filme homônimo nas mãos do diretor Steven Spielberg, com Tom Hanks no papel do advogado de seguros escolhido para resolver a questão diplomática. Das 6 indicações ao Oscar em 2015, o longa Bridge of Spies ganhou apenas o prêmio de ator coadjuvante para Mark Rylance, o espião russo da trama.

    Outras 2 trocas foram realizadas sobre a mesma Glienicker Brücke. Em 1985, a negociação envolveu 27 agentes, 4 deles de países da Cortina de Ferro. No ano seguinte, sob as lentes da imprensa, 9 pessoas foram trocadas, entre elas o ativista de direitos humanos Anatoly Sharansky, preso na União Soviética acusado de espionagem.

    Tão logo a Guerra Fria chegou ao fim, a ponte foi liberada. Desde então, carros e pedestres podem atravessá-la e, se quiserem, dar meia-volta e retornar. Sem sustos.

  • Guerra Fria e Muro de Berlim, explicados no Checkpoint Charlie

    Guerra Fria e Muro de Berlim, explicados no Checkpoint Charlie

    Quem tem mais de 40 anos certamente ouviu muitas e muitas vezes o noticiário da TV falar sobre a Guerra Fria e o Muro de Berlim. Era permanente o clima de tensão vivido pelo mundo a cada movimento feito por Estados Unidos e pela ex-União Soviética. Construída pelos comunistas a partir de agosto de 1961, a barreira física dividindo a Alemanha tornou palpável a polarização do planeta.

    Os principais fatos e as crises que marcaram a política mundial entre 1945 e 1990 estão expostos em BlackBox – Cold War (Zentrum Kalter Krieg). A atração está no Checkpoint Charlie desde 2012, no interior de uma grande caixa preta, como o nome em inglês diz.

    Com 16 estações de mídia, 1 curta, documentos e objetos originais, a exposição explica o que foi a Guerra Fria e o que a divisão da Alemanha e de Berlim têm a ver com acontecimentos históricos como a Crise de Cuba e a Guerra da Coreia.

    Do lado de fora, 175 painéis com fotografias e informações abordam aspectos relacionados ao Checkpoint Charlie (uma das passagens entre as 2 partes da Berlim dividida). Também tratam dos movimentos sociais que contribuíram para o fim do socialismo, não só na Alemanha como em outras partes do Leste Europeu. As explicações estão em inglês e alemão.

    Fotos e vídeos mostram acontecimentos dentro da caixa preta

    Durante nosso giro por Berlim Oriental, Fernando serviu de audioguia adaptado para o Joaquim, que ficou no colo enquanto percorremos a exposição. O preto e branco das fotos não agradou muito ao nosso menino. Quim gostou foi do mapa da divisão de Berlim em 4 setores, menos pelo aspecto geopolítico (claro), mais pelas bandeirinhas de cada país envolvido no controle da capital alemã depois da 2ª Guerra.

    VALE SABER

    Endereço: Na esquina da Zimmerstrasse com Friedrichstrasse, 47 – Berlim, Alemanha

    Funcionamento: Diariamente, das 10 às 18 horas

    Preço: € 5 — menores de 14 anos, grátis. A entrada combinada dá direito ao BlackBox e à exposição Panorama Die Mauer, que fica na calçada oposta da Zimmerstrasse, custa 12,50 euros

    Transporte: De metrô, use a linha U6 (desça na Kochstrasse/Checkpoint Charlie). Se utilizar ônibus, tome o M29 (desça na Kochstrasse). De um modo ou de outro, você vai ter de caminhar um pouco (mas é pouco mesmo)

    Site: página da BlackBox

  • Construção do Muro de Berlim e a cidade dividida: Die Mauer

    Construção do Muro de Berlim e a cidade dividida: Die Mauer

    1ª dúvida: Seria adequado para uma criança de 5 anos visitar Die Mauer, exposição no Checkpoint Charlie? 2ª: Com tantas opções de lugares para conhecer mais sobre a construção do Muro de Berlim e a cidade dividida (e sempre insuficiente tempo para todas), valeria ir além dos clássicos?

    A curiosidade move jornalistas, e foi ela que nos levou, Fernando e eu, juntamente com nosso filho, Joaquim, até a entrada da caixa cilíndrica de 15 m de altura que abriga o panorama da cidade alemã dividida criada pelo artista Yadegar Asisi. Perguntas feitas na bilheteria, passamos adiante. Die Mauer – Das Asisi Panorama zum Geteilten Berlin (O Muro – Panorama Asisi de Berlim Dividida) começa com uma exibição de fotos e vídeos; garanta seu ingresso

    São cenas da construção do Muro de Berlim, como janelas sendo fechadas com tijolos e pessoas vendo seu horizonte sumir tapado pelo concreto tão de perto. Os vídeos também mostram depoimentos de gente que teve a vida impactada por aquela fronteira forçada. Entre as aproximadamente 100 fotos está essa imagem de Heidemarie Beyer com a família diante do Portão de Brandemburgo fechado.

    Placas com escritos e desenhos dos visitantes ilustram as paredes. No centro desse foyer, 2 placas soltas da altura do Muro (3,6 m) lembram as de concreto pintadas vistas por Berlim. Pretendem causar no visitante a sensação de estar ali pequeno e poder expressar isso em formas ou palavras. Ao lado dos painéis, canetas para quem quiser deixar sua mensagem. Joaquim quis logo pegar uma. Como ainda não sabia escrever (tinha acabado de completar 5 anos quando fomos à Alemanha), pediu ao pai para deixar alguma coisa para ele copiar. Ficou satisfeito por participar.

    Nossa participação

    Visão de Berlim Ocidental para Oriental

    Atravessamos a porta para ver o panorama que batiza o subtítulo da exposição. Fomos completamente tomados pela ambientação. No escuro, saltam as cores em tons arroxeados da pintura. À música de Eric Babak se misturam efeitos especiais, como sons do cotidiano e falas históricas. A rispidez do alemão deixa o clima ainda mais intenso para quem não entende nada da língua. Entre os áudios está a fala de Walter Ulbricht, presidente do Conselho de Estado da Alemanha Oriental, negando a intenção do regime comunista de construir o Muro de Berlim, numa gravação de 15 de junho de 1961, pouco menos de 2 meses antes de ele ser erguido.

    O enorme painel, realizado enfatizando profundidade e forma, apresenta a vida perto da barreira física, num dia qualquer do outono da década de 1980. A visão a partir de Kreuzberg, com Mitte no horizonte, mostra a Torre de TV ao fundo e a Faixa da Morte (temor de quem do lado de lá se arriscava a furar o bloqueio). Do lado de cá, acampamentos e os tipos que habitavam aquela região suburbana no oeste da cidade. Em Kreuzberg, lugar do movimento punk em Berlim Ocidental, Iggy Pop e David Bowie eram vistos nos anos de 1970 na casa noturna que leva o nome do distrito, a SO36.

    Do alto da plataforma de 4 m de altura, os visitantes se confundem com as pessoas pintadas diante do Muro de Berlim. Como bem definiu Joaquim, o cenário é muito ‘realista’. Vê se consegue encontrar Fernando e nosso filho na foto abaixo. A imagem aqui foi um pouco clareada para mostrar os desenhos do artista. Lá, com a penumbra e com o clima instaurado, tudo se confunde.

    Onde está Wally?

    O cilindro de Yadegar Asisi guarda um dos trabalhos mais tocantes que vimos sobre o Muro, pela maneira como retrata a vida nos tempos da cidade partida e proporciona ao visitante uma imersão nela.

    Artigos vintage e cilindro da exposição

    Panorama Asisi: cenas em 360°

    Natural da Saxônia (região do leste da Alemanha), Asisi vive em Berlim. Desde 2003, o arquiteto e pintor cria panoramas 360°, alguns chegando a medir 32 m de altura e a ter até 110 m de circunferência. O trabalho iniciado numa exposição dentro de um antigo gasômetro de Leipzig se expandiu e hoje se materializa em diversas pinturas panorâmicas expostas em cidades alemãs.

    Para nosso filho, a representação deu forma a explicação simplificada que demos a ele quando Joaquim se deparou pela primeira vez com o Muro, num dos nossos passeios por Berlim Oriental. Usamos elementos da nossa realidade para tentar torná-lo algo um pouco mais compreensível para nosso pequeno menino: ‘Seria como se, de uma hora para outra, a gente não pudesse mais visitar seu tio, que mora a poucas ruas de casa. Tudo isso porque os 2 times que mandam, um de cada lado, não gostam um do outro’. Foi o jeito que encontramos, compatível com a simplicidade emocional dele. Parece que ele entendeu porque, 2 anos depois, ainda sabe que Berlim foi dividida por um Muro e que as pessoas não podiam atravessá-lo livremente.

    Quim, Fê & Die Mauer

    Em outros lugares da capital alemã, é possível chegar perto de restos do monumento histórico, para conhecer como era a vida em Berlim Oriental e para aprender mais sobre a construção da barreira física pela Alemanha Oriental e como se chegou à sua destruição. Mas em nenhum outro dá para experimentar a sensação (ainda que simulada) de estar numa cidade dividida.

    Não resta dúvida: uma criança é capaz de entender a história (por mais dura que ela seja) quando contada numa linguagem acessível, e Die Mauer merece entrar na lista de atrações da sua viagem.

    VALE SABER

    Endereço: Friedrichstrasse 205, Berlim

    Transporte: A pé (muito se caminha na capital alemã), de metrô (descer na estação Kochstrasse/Checkpoint Charlie do U-Bahn) e até de ônibus de turismo (as linhas no estilo hop on hop off passam por lá), há várias maneiras de se chegar ao Checkpoint Charlie, lugar onde a exposição está instalada.

    Funcionamento: Todo dia, das 10 às 18 horas (última entrada às 17h30)

    Preço: € 10 — crianças até 5 anos, grátis; entre 6 e 16 anos, € 4; ticket para pais e filhos (até 2 adultos e 4 crianças entre 6 e 16 anos), € 27. A GetYourGuide, empresa alemã parceira do Como Viaja, vende ingresso para o Panorama Asisi.

    Site: die-mauer.de

  • Checkpoint Charlie: hoje ponto turístico de Berlim, antes posto militar

    Checkpoint Charlie: hoje ponto turístico de Berlim, antes posto militar

    Gente andando de um lado para o outro, gente parada no meio da rua, ônibus turístico desembarcando mais gente para andar de um lado para outro e parar no meio da rua, tudo isso entre o vaivém dos carros. Impensável para os padrões alemães. Estamos em Berlim, em um lugar onde, no passado, não convinha ficar andando de bobeira se não fosse para parar, mostrar documentos, seguir em frente ou parar por ali mesmo.

    Posto militar que ficava na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental, o Checkpoint Charlie agora é parada obrigatória por outro motivo: visitar os pontos turísticos da capital da Alemanha relacionados ao antigo Muro de Berlim, que caiu em 1989. Muita gente vai até lá por conta própria, por exemplo, com ônibus hop-on hop-off ou transporte público (o Berlin WelcomeCard dá direito a transporte público nas zonas A e B e tem versões de 48 horas a 6 dia). Outros preferem fazer alguma visita guiada na capital da Alemanha. Há desde tour de bicicleta sobre Muro de Berlim e Guerra Fria à visita guiada a pé sobre Terceiro Reich e Guerra Fria.

    Algumas placas coloridas estão expostas em uma das esquinas. Tudo bem que Joaquim, uma criança, e eu, um baixinho, ficamos reduzidos a nada diante da placa de 3 m de altura.

    Quim, Fê & Die Mauer

    No entroncamento de 2 ruas, num raio de não mais que 100 m, outras 3 atrações ‘dialogam’ com o Checkpoint Charlie. Vizinho à cabine, apenas 1 ano depois de o muro ter sido levantado, surgiu o Museu do Muro de Berlim, o Mauermuseum, iniciativa do ativista Rainer Hildebrandt de mostrar histórias de quem buscou vencer a fronteira pela falta de perspectiva do que não fosse muro.

    Visitantes mais empolgados podem dar uma olhada na banca com artigos vintage, como bandeiras da Alemanha Oriental, casacos militares da ex-União Soviética ou gorros cossacos. Fica na calçada da Zimmerstrasse na esquina com a Friedrichstrasse, perto dos blocos do Muro de Berlim.

    Já a tentativa de levar uma vida comum às margens do emparedamento é a base de Panorama Die Mauer (garanta sua entrada para a exposição), exposição que ocupa uma grande estrutura metálica cilíndrica na Zimmerstrasse. A poucos passos da obra de Yadegar Asisi, a Guerra Fria é tema de BlackBox. Como numa caixa-preta de avião, a mostra registra ações dos Estados Unidos e da União Soviética entre 1945 e 1990, época em que o mundo vivia se perguntando: quem iria apertar primeiro o botão vermelho?

    Farda e chapéu russo

    Aliás, o próprio Checkpoint Charlie foi cenário de um dos vários momentos de tensão durante a polarização política. Em 1961, um incidente diplomático entre norte-americanos e soviéticos levou seus países a enviaram tanques para a região do posto de checagem. Após tensa negociação entre os presidentes John Kennedy e Nikita Krushev, os veículos foram recuados e nenhum tiro foi disparado.

    Hoje, as ruas por onde circularam tanques recebem ônibus de turismo, enquanto militares de mentirinha fazem pose de sentinela em fotos com visitantes.

  • Alexanderplatz (Berlim): a principal praça da capital da Alemanha

    Alexanderplatz (Berlim): a principal praça da capital da Alemanha

    Alexanderplatz, em Berlim, é a principal praça da capital da Alemanha — ou, pelo menos, a mais conhecida delas. Fica no lado leste da cidade, no Mitte, o bairro mais central. Assim batizada por causa da visita do czar da Rússia Alexander I no início do século 19, a praça já foi palco de manifestações de alemães contra o governo da então Alemanha Oriental. Nos dias atuais, ela atrai turistas em visita a atrações como a Torre de TV de Berlim e o relógio com horário mundial, que completou 50 anos em 2019.

    Quando garoto, Berlin Alexanderplatz era todo o meu conhecimento sobre a capital da Alemanha. Corriam os primeiros anos da década de 1990 quando a TV Cultura exibiu a série baseada em romance homônimo, escrito por Alfred Döblin em 1929. Com direção de Rainer Fassbinder, a produção narra a história de um homem que deixa a prisão e recomeça sua vida, tendo a praça como centro dos principais acontecimentos da história.

    Sem drama, esperei muito tempo para poder botar os pés na Alexanderplatz. Durante nossa viagem em família pela Alemanha, Nathalia, Joaquim e eu passamos muitas vezes pela praça, fosse porque iríamos subir os 365 metros da Torre de TV e encarar a cidade lá do alto ou porque deveríamos subir ou descer de alguma linha de transporte público (a estação de mesmo nome que funciona ali é bem movimentada.

    Na Alexanderplatz, temos todo o tempo do mundo

    O que ver na região da Alexanderplatz

    Símbolo da urbanização moldada à moda socialista, após a queda do Muro de Berlim a Alexanderplatz passou por mutações até chegar à concepção atual, com prédios que espelham passado e presente da capital alemã. Tudo ao redor parece grande e amplo diante das pessoas, que caminham de um lado para o outro. Essa imensidão toda da praça me fez perder um pouco o senso de direção até.

    Atrações como a Catedral de Berlim, a Ilha de Museus (com instituições culturais imperdíveis), o SeaLife & AquaDom (aquário de Berlim) e o DDR Museum (museu que mostra como era o cotidiano na antiga Alemanha Oriental) estão a uma curta caminhada da Alexanderplatz, que funciona como referência e imã. De um modo ou de outro, você quase sempre é atraído para lá.

    Bem perto dali, a Unter den Linden, principal avenida da cidade na porção oriental, foi renovada e está cheia de novidades. Após 7 anos de restauração, a Staatsoper acaba de ser reinaugurada, com óperas e concertos na programação. O Humboldtforum é outra atração bastante esperada na cidade. Instalado na Schlossplatz, o espaço de experimentação e instalações, ele será reaberto aos poucos a partir de setembro de 2020. A própria construção, um palácio do século 15, será um atrativo.

    Seguindo a pé pela Unter den Linden, chega-se ao Portão de Brandemburgo, símbolo da cisão e da reunificação da Alemanha, com a celebração na noite da queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. É atualmente o maior cartão-postal da capital alemã. Tudo isso fica a uma agradável caminhada a partir da Alexanderplatz.

  • Unter den Linden (Berlim): a avenida mais clássica da capital alemã

    Unter den Linden (Berlim): a avenida mais clássica da capital alemã

    A Unter den Linden é um bom ponto de partida de uma visita a Berlim. Mais tradicional avenida da capital da Alemanha, ela rasga cerca de 1,5 km do centro histórico, conectando alguns dos principais cartões postais da cidade, entre eles, a Bebelplatz, a Staastoper (ópera que reabriu suas portas depois de 7 anos de reforma) e a Universidade Humboldt. O Hotel Adlon Kempinski é um 5 estrelas de nota máxima no quesito localização: a 100 metros do Portão de Brandemburgo, onde a avenida tem início.

    Aberta a partir de 1573, a Unter den Linden ganhou forma em etapas, transformando-se progressivamente de zona residencial em comercial até tornar-se região turística, especialmente depois da queda do Muro de Berlim, em 1989. É atualmente território de embaixadas, lojas finas, restaurantes e caminho livre para alcançar atrações como a Ilha de Museus e a Catedral de Berlim.

    Dá para dizer que é a avenida mais prussiana de Berlim, cheia de estilo e classe. Caminhando pela Unter den Linden, também a principal via do lado leste, o viajante passa pela Staatsoper e pela Schlossplatz, praça onde em breve será inaugurado o Humbodltforum, espaço de experimentação de arte. Seguindo reto pela Karl-Liebknecht-Strasse, chega-se ainda à central Alexanderplatz e à Torre de TV de Berlim.

    De acordo com o site do Humboldtforum, sua inauguração está prevista para ocorrer em etapas, a partir de setembro de 2020. Além das exibições permanente e temporárias, o visitante poderá conhecer a história da construção, um palácio do século 15. Quando estivemos em Berlim em 2014, ali funcionava uma estrutura temporária para exposições, chamada de Humboldt-Box.

    O temporário Humboldt-Box, na Unter den Linden em 2014 – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Ainda na Unter den Linden, o prédio barroco do Palais Populaire abriga agora arte moderna, com manifestações de literatura, música, dança e esporte. Ao lado, a Staatsoper recebe óperas e concertos. No prédio renovado, há visitas guiadas regulares em alemão, mas o tour em inglês pode ser agendado.

    Como praticamente toda a cidade, a Unter den Linden não escapou da destruição trazida pela chuva de bombas durante a Segunda Guerra. No centro da avenida, fica um dos maiores trechos onde se encontram as tílias (em alemão, linden), as árvores que dão nome à via e ganham iluminação especial durante o período de Natal.

  • Portão de Brandemburgo (Berlim): ponto turístico da Alemanha

    Portão de Brandemburgo (Berlim): ponto turístico da Alemanha

    Do ponto de vista arquitetônico, o Portão de Brandemburgo é um exemplo do neoclassicismo alemão, com seu conjunto de colunas de inspiração grega. Até aí, beleza (licença pelo trocadilho).

    Portão de Brandemburgo
    O majestoso cartão-postal da capital alemã – Foto: Dagmar Schwelle visitBerlin

    Acesso para a Unter den Linden, uma das mais importantes avenidas de Berlim, sua localização central ganhou ainda mais relevância nos anos em que a capital da Alemanha foi dividida ao meio.

    Portão isolado pelo Muro

    Por quase três décadas, o Muro de Berlim isolou o Portão de Brandemburgo das metades leste e oeste da cidade, sem que qualquer pessoa pudesse acessá-lo. Porém, as altas placas de concreto não esconderam o portão por completo.

    Isso explica porque o Portão de Brandemburgo virou o cenário mais captado por lentes de máquinas e câmeras de TV na histórica noite de 9 de novembro de 1989.

    Ao mesmo tempo em que o muro começava a ser progressivamente derrubado, milhares de alemães e muitos jornalistas mostravam ao mundo que a Alemanha voltaria a ser uma só a partir daquela data. O fotógrafo norte-americano Justin Leighton fez esta imagem do dia da queda do Muro de Berlim. Só que, logo depois, os soldados dariam lugar à população.

    Queda do Muro de Berlim – Foto: Justin Leighton visitBerlin

    A foto com máquina analógica (abaixo) revela, a partir do lado ocidental, a perspectiva dos acontecimentos que culminaram na queda do Muro. A saber: a imagem é dos arquivos da cidade de Berlim.

    Berlim Ocidental, 1989: o povo em expectativa – Foto: Landesarchiv Berlin

    Biga alvo de briga

    Das invasões napoleônicas ao isolamento provocado pelo Muro de Berlim, passando pelas bombas da Segunda Guerra, o Portão de Brandemburgo exigiu inúmeras restaurações até chegar por fim à forma atual.

    A estátua no topo traz uma Quádriga, biga puxada por quatro cavalos, e simboliza a deusa da paz, Irene. Ironicamente, quando Napoleão tomou a cidade, ela foi levada a Paris com o intuito de representar um troféu de guerra para os franceses. Do mesmo modo, no tempo da Guerra Fria, ela virou motivo de briga ideológica em relação à posição em que os cavalos deveriam marchar. Desde 1958, a estátua aponta para o leste, o antigo lado socialista.

    Portão de Brandemburgo
    Quadriga: estátua que virou troféu de guerra – Foto visit Berlin

    Por outro lado, para uma visão mais adocicada da história, vale ir à Fassbender & Rausch, uma loja que reproduz em forma de chocolate pontos turísticos de Berlim. Com um café no segundo andar, a chocolateria fica num dos cantos da Gendarmenmarkt, praça considerada a mais bonita da cidade por muitos berlinenses – sem dúvida, mais um dos cartões-postais da capital da Alemanha.

    portão de brandemburgo
    Portão de Brandemburgo em chocolate, na Fassbender & Rausch

    Como é a região do Portão de Brandemburgo hoje

    A região do Portão de Brandemburgo é imã de visitantes na cidade (há até um escritório de informação turística bem do lado esquerdo dele). A Pariser Platz foi reconstruída após a reunificação, nos anos 1990. Então passou abrigar embaixadas, algumas casas e o cinco-estrelas Adlon, um dos hotéis em Berlim.

    Portão de Brandemburgo
    Pariser Platz virou ponto turístico depois dos anos 1990 – Foto visitBerlin

    Uma vez que você cruze o portão e siga pela Unter den Linden, a principal avenida do lado leste de Berlim, vão surgir no seu caminho atrações como a Ilha de Museus, a Catedral de Berlim e o DDR Museum. Se seguir em frente pela Karl-Liebknecht-Strasse, o visitante encontra a Alexanderplatz e a Torre de TV de Berlim.

    Caso passe pelo Portão de Brandemburgo rumo ao lado oeste da cidade, você vai em direção ao Tiergarten, o maior parque da capital alemã. No outro extremo dessa área verde, fica o centenário zoológico de Berlim, o mais antigo da Alemanha.

    portão de brandemburgo
    Nossa visita em família à capital alemã

    Nos dias atuais, triunfam a liberdade e o direito de somente pedestres atravessarem o Portão de Brandemburgo para o lado que quiserem.

    Nosso filho, Joaquim, aproveitou a tranquilidade do momento para se sentar com a mãe e comer pipoca. Todos os dias, grupos guiados e muita gente sozinha se posta diante do cartão postal de Berlim para uma foto de viagem.

    Nem todos conseguem ficar parados, como Joaquim e eu na imagem do alto do texto registrada por Nathalia. Um salto para história. Ao menos a nossa.

  • Torre de TV de Berlim, a Fernsehturm

    Torre de TV de Berlim, a Fernsehturm

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    O que foi criado para ser uma demonstração da força e da eficiência do regime comunista se tornou um símbolo da Berlim reunificada. Agora um cartão-postal da capital da Alemanha, ao lado do Portão de Brandemburgo, a Torre de TV (em alemão, Fernsehturm) foi erguida na antiga Alemanha Oriental, em 3 de outubro de 1969, para transmitir os programas da televisão estatal.

    A ideia de construir a torre surgiu no começo da década de 1950. Ela seria instalada na colina de Müggelberge, longe do miolinho da cidade, mas o governo da Alemanha Oriental percebeu que ficaria na rota do Aeroporto de Schönefeld. Decidiu por erguê-la ali, colada à Alexanderplatz, praça central de Berlim. Seria facilmente vista.

    E é. Com a localização central, no distrito de Mitte, a Fernsehturm aparece no céu a quarteirões de distância da Alexanderplatz. Com 368 metros até a pontinha da antena, a torre recebe em torno de 1,2 milhão de pessoas por ano, procedentes de 86 países. Todas loucas para ver a cidade do alto.

    Para garantir sucesso na empreitada, a principal dica é: vá num dia limpo e ensolarado. Esse é o melhor dos mundos. Com bom tempo, dizem que a visibilidade pode alcançar 40 km de distância. Em nossa viagem em família pela Alemanha, nós não conseguimos isso. Acompanhamos o clima durante alguns dias, mas não havia um com céu totalmente limpo para a visita, por causa da época do ano. Era fim de março. Resolvemos subir no dia em que a previsão era mais otimista, parcialmente nublado.

    BERLIM DO ALTO DA TORRE DE TV

    Pudemos ver a região perto da Alexanderplatz, só que a visibilidade ficou um pouco prejudicada. Mas valeu ver Berlim do alto e localizar algumas atrações que visitamos lá embaixo. Joaquim gostou da brincadeira de ir rodando e caçando os lugares no horizonte. Eu adorei subir a torre novamente, com ele e com Fernando. Na primeira vez em que estive em Berlim, em 1992, também esteve no topo da Fernsehturm. Mas não me lembro de ver painéis com indicações detalhadas, que dão a volta completa no andar de observação. Tudo bem sinalizado.

    A estrutura para visitantes na torre, aliás, mudou muito, assim como o entorno da atração. E seguia mudando quando estivemos lá em 2014. Largos e ruas estavam sendo recompostos, com muitas gruas em ação.

    Como é a área de visitação

    A Torre de TV tem 2 andares para visitação: um piso panorâmico com bar, a 203 m de altura, e um restaurante, 4 m acima. Não se preocupe com vento porque não existe área externa no alto da Torre de TV. Em 40 segundos o elevador vai do chão ao andar com vista da cidade — um painel interno mostra uma luz subindo enquanto se vence metro a metro.

    Berlim Torre de TV Informacao Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTorre de TV Berlim Informacoes Vista Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAo longo da circunferência, de 32 m de diâmetro no centro, painéis com fotos apontam os principais pontos que podem ser vistos naquela direção. Junto com textinhos de apresentação para os distritos de Berlim, estão mapinhas com atrações numeradas.

    Torre de TV Berlim Bar Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaPelo deck de observação, binóculos que funcionam com moedas ajudam quem quiser ver mais de perto algum lugar descoberto na paisagem urbana. Para embalar o visual, há drinques e lanches no Bar 203, nesse piso.

    Do deck de observação, uma escadaria leva ao restaurante, com capacidade para até 200 pessoas por vez. O lugar é giratório, a cada 1 hora dá uma volta completa. Nós não comemos lá, mas me parece interessante a ideia, para se sentar e jogar conversa fora. No melhor esquema, food with a view.

    Mesmo que você não queira ir ao restaurante, eu recomendo comprar pela internet a entrada para visitar a torre. Há diversas categorias de bilhete. Nós escolhemos uma que dava acesso a fila expressa, para evitar a espera que no fim de março estava em três horas para subir. Preferimos comprar online, gastar um pouco mais, mas economizar nosso tempo para passear pela linda Berlim.

    Reserve seu hotel em Berlim pelo Booking

    VALE SABER

    Endereço: Panorama­strasse 1a, Berlim. Essa é uma rua paralela à grande Karl-Liebknecht Strasse, bem na região da Alexanderplatz

    Alexanderplatz Transporte Berlim Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTransporte: Provavelmente, como a gente, você vai passar diversas vezes pela Alexanderplatz se ficar uns dias em Berlim. Vários meios de transporte se cruzam ali.

    De U-Bahn, pegue U2, U5 ou U8. À estação Alexanderplatz Hauptbahnhof do S-Bahn chegam os trens S5, S7 e S75. Para ir de bonde elétrico (tram), pegue os números M4, M5 ou M6. Se preferir ir de ônibus, tome 100, 200, 248, N2, N5, N8, N40, N42, N65 ou TXL (as linhas passam nos diferentes lados da praça)

    Funcionamento: diariamente, das 9 horas à meia-noite – de novembro a fevereiro, abre às 10 horas. A última subida ocorre às 23h30, e a entrada no restaurante é até as 23 horas.

    A torre fecha para manutenção sempre 2 dias ao ano: em 2016, não funcionou em 11 de abril e não abrirá em 14 de novembro

    Torre de TV Ingresso Celular Berlim Fernsehturm Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaPreço: A partir de 13 euros — crianças de 4 a 16 anos, a partir de 8,50; até 3 anos, grátis.

    Há outros diferentes tipos de tickets, com preços mínimos  entre 13 e 24 euros (crianças de 4 a 16 anos, a partir de 8,50 ou 16 euros).

    Quem compra o Berlin WelcomeCard, cartão de descontos da cidade, paga 25% menos na entrada da Torre de TV, mas apenas se comprá-la na bilheteria da atração. A redução não é válida para tickets premium, aqueles especiais, vendidos pela internet.

    Dependendo da total de dias e de seu roteiro na cidade, vale considerar a compra de tickets premium, já que a espera pode ser grande com o ingresso tradicional. Nós compramos online, e eu explico passo a passo como garantiro ingresso online. É bem prático e garante a entrada sem uma fila enorme.

    Se optar pelo ticket padrão (standard), para evitar ficar de bobeira lá embaixo até subir, envie pelo celular uma mensagem de texto para o número +49 151 15 16 39 22 com o código (SMS code) que está impresso no seu ticket. Isso feito, a administração da Torre de TV informa que envia uma mensagem para seu celular meia hora antes de chegar sua vez

    Souvenir de Berlim Torre de TV e Urso Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAlimentação: No deck de observação, há o Bar 203. Funciona todo dia do meio-dia às 23 horas.

    Para fazer reserva no restaurante Sphere, você precisa comprar o Premium Ticket Restaurant, que varia de preço de acordo com a localização da mesa (na janela ou não) — saiba mais sobre os tipos de ingresso disponíveis no link do passo a passo acima. Funciona até meio-dia para café da manhã; do meio-dia às 16 horas, para almoço; e das 18 horas às 22h30, para jantar

    Berlim Souvenir Torre de TV Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaCompras: No bar, a torre toma forma de copos coloridos. No térreo, uma lojinha vende o cartão-postal em formas diversas de souvenir. Também estão lá artigos com o Portão de Brandemburgo, o Urso de Berlim e os homenzinhos do trânsito — saiba mais sobre os Ampelmännchen, os famosos bonecos verde e vermelho

    Dicas: Há wifi disponível aos visitantes no térreo, no deck de observação e no restaurante.

    Por questões de segurança não é permitido subir com casacos pesados e bolsas grandes. Deixe no guarda-volumes da entrada (sem cobrança adicional).

    Também no térreo há um guichê oficial de informações turísticas de Berlim. Aproveite para pegar folhetos e tirar dúvidas

    Site: tv-turm.de