Montréal, Canadá

Confira dicas de Montréal (Canadá) neste guia de viagem prático e gratuito: clima, voos, passeios, hotéis, restaurantes e mais
Guia de Montréal
Montréal: clima, passeios, hotéis e mais - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Montréal preserva tradições – a língua francesa é a oficial e a gastronomia ocupa um espaço importante na vida de seus habitantes –, mas é uma cidade aberta ao moderno e ao contemporâneo, com atenção à sustentabilidade e à mobilidade. Com cerca de 750 km de ciclovia disponíveis em todos os bairros, os moradores usam a bicicleta mesmo com neve. É o Canadá francês cosmopolita.

Talvez seja a cidade canadense mais bilíngue (os negócios nas empresas, na maioria localizadas no Centre-Ville, o Downtown local, criam a necessidade de falar também o inglês). Quem busca intercâmbio no Canadá pode combinar programas nos 2 idiomas em Montréal. Ela também se mantém atualizada com as tendências mundiais de moda e tecnologia. Há um relevante polo de games na cidade — a província de Québec responde por 30% da produção nacional, sendo que 70% dos estúdios ficam em Montréal e na sua área metropolitana.

A arte tem uma importância tal em Québec que a lei da província determina que 1% do valor de cada construção seja destinado a obras expostas ao público. Por isso, ao caminhar, você verá muitas esculturas, por exemplo, ao longo da Rue Sherbrooke. Essa rua, aliás, é o endereço de 2 excelentes museus de Montréal: o Musée des Beaux-Arts (belas artes) e o Musée McCord (história e sociologia da cidade). Outras 2 instituições de acervo interessante completam a lista de indispensáveis para os fãs de museu: o Musée d’Art Contemporain (arte contemporânea no Quartier des Spectacles) e o Pointe-à-Callière (arquelogia e história da fundação da cidade, na Vieux-Montréal, a parte histórica).

Entre os pontos turísticos de Montréal o mais conhecido é o Mont-Royal, logicamente, já que o monte deu nome à cidade e até hoje uma lei municipal determina que nenhuma construção pode exceder a altura dessa montanha, de 233 m. De lá, é possível apreciar uma bonita vista panorâmica e, a seus pés, o Parc du Mont-Royal, com muitas atividades tanto no verão (apresentações de música e dança) quanto no inverno (patinação e escorregador no tobogã natural formado pelo gelo).

Além do Mont-Royal, entra para o roteiro essencial pela cidade outro parque, o Jean-Drapeau. Formado por 2 ilhas, ele abriga o Casino de Montréal e o Autódromo Gilles Villeneuve. Também valem uma visita a Basilique de Notre-Dame, catedral no centro histórico, e o Parque Olímpico com sua torre inclinada.

O cenário e o próprio clima mudam completamente de acordo com as estações. No verão quente e úmido, a temperatura em Montréal atinge picos de 30°C, e a cidade é repleta de eventos ao ar livre, como o renomado Festival Internacional de Jazz de Montréal. Já na época de frio rigoroso, a sensação térmica pode ser de até -30°C e fica fácil entender a praticidade do Réso de Montréal, a cidade subterrânea com 33 km de túneis e em torno de 2.000 restaurantes e lojas, por onde passam cerca de 500.000 pessoas por dia.

Uma das atividades quase obrigatórias para se fazer em Montréal é experimentar o melhor da sua comida típica. Poutine, bagel e brisket (smoked meat, a carne defumada em sanduíches) são algumas das pedidas. Explorar os mercados de Montréal, outras. Entre eles se destacam o Marché Jean-Talon e o Marché Atwater.

Confira abaixo o que fazer em Montréal, além de hotéis, restaurantes, compras, clima, eventos, transporte e destinos para um roteiro combinado. Nossa série de guia gratuitos de viagem traz informações grátis e completas para você se planejar bem para conhecer destinos internacionais e no Brasil.

Clima

Entre junho e setembro, a temperatura em Montréal tem média de 20°C, com dias mais quentes especialmente em julho e em agosto, meses que podem registrar picos de 32°C. O fato de estar em uma ilha deixa todo esse calor mais úmido, responsável por botar todo mundo na rua, especialmente nos parques e piscinas públicas. Atrações e restaurantes também costumam ficar mais cheios nessa época do ano, alta temporada no Canadá.

Leve agasalho se viajar a partir da segunda quinzena de setembro, momento em que as folhas de outono deixam a paisagem avermelhada e os primeiros ventos frios começam a soprar, derrubando os termômetros para baixo dos dois dígitos pelos meses seguintes. Novembro e dezembro registram com frequência marcas negativas e janeiro é o auge do inverno, quando a média fica em torno dos -10°C.

Moradores de Montréal ficam atentos à força do vento, que nesse período do ano faz a sensação térmica chegar a -30°C em alguns dias. A época exige roupas e calçados apropriados para suportar o frio congelante, que, nesse caso, não é força de expressão. O desconforto pelo clima gélido começa a ser desfeito e as marcas voltam a ficar positivas com a chegada da primavera, em março.

Preparativos

Passagem aérea

A Air Canada tem voos direitos para Montréal a partir de São Paulo. Também é possível voar pela empresa até Toronto e pegar uma conexão. Com as companhias americanas, o voo vai até alguma cidade dos Estados Unidos e de lá o viajante pega uma conexão para Montréal.

Visto

Veja o passo a passo para tirar seu visto canadense, pois o país exige esse documento de viajantes brasileiros. Se você esteve no Canadá ou nos Estados Unidos nos últimos 10 anos, pode pedir uma eTA Canada, autorização eletrônica de viagem, caso sua chegada ao país desta vez seja de avião. A autorização eletrônica de viagem é bem mais barata e o processo para solicitá-la é menos burocrática do que o de visto.

Carro

Dirigir é dispensável em Montréal. Você pode optar pelo aluguel de carro se quiser explorar a província de Québec ou ainda a vizinha Ontario, onde ficam Toronto e a capital do Canadá, Ottawa.

Trem

A VIA Rail conecta Montréal a cidades como Quebéc, Toronto, Ottawa e Halifax.

Transporte

Além do táxi ou de um carro alugado, outra opção para deixar o aeroporto é subir no Expresso 747, ônibus que conecta o terminal de passageiros com Downtown. A linha funciona 24 horas por dia, durante o ano inteiro. A tarifa custa CAD$ 10 e pode ser paga diretamente no ônibus (só aceita quantia exata e apenas em moedas, nunca cédulas) ou com qualquer um dos cartões de transporte que dão direito a viagens ilimitadas durante determinado período (de 24 horas a 7 dias de uso).

Os cartões podem ser comprados no terminal de desembarque internacional do aeroporto, em terminais de ônibus da cidade e nas estações de metrô. O Expresso 747 tem duas linhas, uma que segue direto à estação de metrô Lionel-Groulx, outra com destino ao terminal Berri-UQAM, passando pelo Boulevard René Lévesque, com paradas próximas a muitos hotéis.

A cidade é convidativa a andar a pé, tem uma das melhores redes de ciclovias do Canadá (750 km de extensão) e um sistema de transporte público bom e super acessível, que inclui ônibus e 4 linhas de metrô, operadas pela Société de Transport de Montréal (STM). Há tíquetes que dão direito desde uma simples viagem (CAD$ 3,50) até deslocamentos ilimitados durante 3 dias consecutivos (CAD$ 20,50) – mantenha seu bilhete até o fim do deslocamento, como prova de pagamento

Moeda

Compre dólar canadense para levar moeda estrangeira — a cotação é mais baixa que a do americano. Cartões de débito e crédito são aceitos em praticamente todos os lugares, inclui hotéis e restaurantes.
Gorjetas: nos restaurantes e táxis, acrescente 15% ao total da conta; nas cafeterias, você pode deixar as moedas do troco na caixinha dos funcionários; nos hotéis, o costume é dar CAN$ 2 por mala carregada ou serviço prestado.

Hotéis

Na hora de escolher onde ficar em Montréal, saiba que a maior parte dos hotéis está em Downtown e no centro histórico. Nathalia já se hospedou InterContinental Montréal e recomenda. Corretíssimo nos serviços oferecidos, esse 5 estrelas fica próximo da Catedral de Notre-Dame (Basilique Notre-Dame) e tem acesso direto ao Réso, rede de caminhos subterrâneos. Em outro momento na cidade, ela passou alguns dias no Hôtel Alt Montréal. Moderno, elegante e com boa relação custo-benefício, o hotel tem facilidades como geladeira com sucos e sanduíches frios à venda na recepção. Localizado em Griffintown, bairro de restaurantes e lojas fora da curva e bem interessantes.

Para celebrar um momento especial ou simplesmente porque você deseja se dar um luxo, uma noite no Le Mount Stephen talvez seja interessante. Este hotel boutique ocupa um casarão histórico de 1880 que é a cara de Golden Square Mile, região de construções vitorianas e muito arborizada. Colado na Boulevard Saint-Laurent, o Hôtel Zero 1 é uma alternativa próxima ao Quartier des Spectacles. Moderno e ajeitadinho, tem quartos e suítes voltados para o portal de Chinatown. Fica na René-Lévesque, avenida por onde passa o Expresso 747.

Quem se utiliza do ônibus que liga o aeroporto ao Centro também pode descer muito próximo ao Novotel Montreal Centre. Com quartos confortáveis, esta unidade da rede está situada a cerca de 300 metros do Bell Centre, casa do Montréal Canadian, time de hóquei da cidade.

Imagine despertar diante do Rio Saint-Laurent? Nada mal para quem se hospeda no Auberge du Vieux Port, onde as paredes originais de pedra e tijolos emprestam mais charme aos quartos e suítes do hotel, instalado em um armazém do século 19. Serviços à francesa, pé direito alto e janelões são atributos do Hotel Bonaparte, onde 30 quartos e uma suíte oferecem ampla visão das ruas de paralelepípedos. A uma curta caminhada de restaurantes, boutiques e marcos históricos da cidade.

Passeios

Para quem prefere viajar por conta própria e com calma, há o passe de 72 horas com entrada em atrações e bilhete de metrô (Montreal Attractions Pass with Metro Ticket). Também dá direito a transporte de ônibus, incluindo a linha 747 de Montréal para o aeroporto.

O passe inclui 28 atividades, como o cruzeiro no Vieux-Port, a MTL Zipline (tirolesa), o Musée des Beaux-Arts (Museu de Belas Artes, com pinturas e esculturas), o Musée d’Art Contemporain (com exposições e instalações), o Musée Grévin (de cera), o Musée McCord (com mostras sobre história e sociologia da cidade), o Pointe-à-Callière (de arqueologia e história, sobre a fundação de Montréal), o Biosphère (museu do meio ambiente no Parc Jean-Drapeau), o bonito Jardin Botanique (jardim botânico), o planetário (o interessante Planétarium Rio Tinto Alcan) e a Torre do Parque Olímpico (La Tour de Montréal, com 165 m a 45 graus, símbolo da Olimpíada de 1976).

Considerando as principais atrações de Montréal com entrada paga, estão fora do passe apenas a Basilique de Notre-Dame (catedral com um maravilhoso altar azul) e o Biodôme (espaço do antigo velódromo nos Jogos Olímpicos adaptado para receber ecossistemas das Américas, com plantas e animais).

Antes da viagem, você pode garantir ingressos de atrações e passeios em Montréal, como o cruzeiro pelo Rio São Lourenço (Fleuve Saint-Laurent) ou o cruzeiro com jantar e dança, para ver Montréal de dentro da água; ou a entrada da roda-gigante sem fila (La Grande Roue), para apreciá-la do alto. Ou ainda fazer um passeio panorâmico num tour guiado de ônibus de 3,5 horas. Entre as atrações da cidade estão a Notre-Dame e o mirante do Mont-Royal.

Também existe a possibilidade de ter uma experiência diferente, por exemplo, um passeio em Montréal com alguém local, um tour de 3 horas de scooter, uma caminhada pela cidade subterrânea (Réso) ou um passeio a pé de 2 horas pelo centro histórico de Montréal (incluindo ingresso da Notre-Dame). Adeptos de bicicleta encontram várias opções na cidade do Canadá francês.

O City Bike Tour de 3 horas com aluguel da bicicleta incluído após o passeio apresenta pontos conhecidos e escondidos da cidade e sua prática rede de ciclovias, com parada para degustação. Realizado pela Ça Roule (Nathalia fez o passeio de bicicleta em Montréal com essa empresa e gostou do serviço), o tour começa e termina na Vieux-Montréal, passando por vários bairros.

Restaurantes

As raízes francesas justificam a fama de Montréal como destino gastronômico no Canadá. Enquanto se visita a maior cidade da província de Québec, é praticamente impossível ficar de boca fechada, exceto enquanto se mastiga. Com cerca de 75 restaurantes por km², a dica é provar de pouco em pouco em cada lugar, a fim de tornar a jornada pela gastronomia de Montréal mais completa.

As manhãs podem começar com baguete ou pão multigrãos quentinhos da Première Moisson, rede de padarias com filiais por toda a cidade, incluindo os dois principais mercados de Montréal — a do Marché Atwater abre primeiro, logo às 6 da matina. Oportunidade de ver logo cedo a chegada de produtos frescos, boa parte deles cultivados na província de Québec. Ponto turístico, o Marché Jean-Talon é ideal tanto para saborear crepes de frutas vermelhas quanto para comprar uns saquinhos com frutas secas, perfeitas para serem comidas durante deslocamentos pela cidade. E não deixe de visitar o Le Marché des Saveurs du Québec, loja na rua no entorno do Jean-Talon, boa para quem procura por xarope de maple (syrup d’erable, em francês) e outras maravilhas québécois, como os mirtilos locais (bleuts).

Brasileiros que conhecem Nova York não estranham ouvir falar em bagels e pastrami, dois artigos famosos também em Montréal — e motivo de disputa entre as cidades para saber quem tem o melhor. Desde 1928, o Schwartz’s serve generosas lascas de carne defumada com molho de mostarda entre fatias de pão de centeio. O cantor e poeta Leonard Cohen preferia a versão preparada na Main Deli Steak House, localizada do outro lado do Boulevard Saint-Laurent. Na Rue Sainte-Catherine, a pedida é o Reuben’s, onde além do pastrami tradicional saboreia-se o legítimo sanduíche que leva o nome da casa, com carne defumada, queijo suíço e repolho.

Ainda na linha refinamento zero, sabor dez, Montréal é o lugar para provar poutine. A combinação de batata frita, pedaços de queijo e molho de carne, uma das comidas típicas do Canadá, aquece corações e almas em tempos frios. Mas dá para ser devorada o ano inteiro. Os cardápios do La Banquise e do Frite Alors! oferecem variações sobre o tema, e vão além, com hambúrgueres e fritas. Você encontra as 2 casas no Plateau Mont-Royal, bairro que não tem apenas porn food. A zona boêmia da cidade e seu bairro vizinho, Mile End, concentram boas opções gastronômicas, como o Bistrô La Fabrique, e um dos 10 melhores restaurantes para um brunch, o Fabergé, cujos ovos benedicts alavancam sua reputação. No mesmo bairro, para tirar a prova dos 9 sobre os já mencionados bagels, faça sua escolha: St-Viateur Bagel e Fairmount Bagel.

Bagel de Montreal
Famoso bagel de Montréal – Foto: Alice Gao/Comissão Canadense de Turismo/Divulgação

Outros bairros vêm ganhando destaque quando o assunto é restaurantes em Montréal, como Griffintown e Petite-Bourgogne. No 1º, alguns saborosos nomes são Foxy, especializado em grelhados na brasa, e Le Serpent, para cozinha italiana, vinho e sobremesas do chef pâtissière Masami Waki. No bairro seguinte, o Candide oferece um menu a preço fixo, diferente a cada mês, e o Joe Beef serve carnes e frutos do mar, em pratos como sua famosa massa com lagosta.

Pelas ruas históricas de Vieux-Montréal também se encontram delícias. Entre galerias de arte e bons restaurantes da Rue Saint Paul, o Olive & Gourmando é um clássico, onde os paninis atraem muita gente para lá na hora do almoço. Nos arredores da Basilique Notre-Dame de Montréal, os macarons do Europea Espace Boutique seguem o padrão de qualidade que deram a Jérome Ferrer o título de Grand Chef Relais & Châteaux, por seu trabalho à frente do estrelado Europea. Nos meses mais quentes, aproximadamente 350 opções de food trucks se espalham por 20 pontos da cidade, do Parque Olímpico ao Vieux-Port.

Eventos

Conforme o tempo esquenta, aumenta o número de eventos em Montréal. L’International des Feux Loto-Québec promove um espetáculo de fogos de artifício, entre junho e julho, na Pont Jacques-Cartier, diante do La Ronde (parque de diversões da Six Flags). No meio do ano, o GP de Fórmula 1 agita também a Rue Crescent numa festa depois da prova. O Boulevard Saint-Laurent ganha cores e desenhos pintadas por artistas do mundo todo durante os 11 dias do Mural Festival, em junho.

No mês seguinte, a 1ª quinzena é de circo em Montréal, com o Complètement Cirque, e a 2ª é de humor, com o Just for Laughs Festival. Entre setembro e outubro, tem Momenta – Biennale de l’Image, para fãs de fotografia, e Gardens of Light, festival de lanternas no Jardim Botânico de Montréal.

A música é outro tema de destaque no calendário local. O Festival de Jazz de Montréal, instalado no Quartier des Spectacles, é o evento mais conhecido internacionalmente. Os 10 dias de apresentações pagas e gratuitas vão do fim de junho ao início de julho. Os parques de Montréal também viram palco de espetáculos musicais no verão. Tambores e dançarinos animam o Parc du Mont-Royal todo domingo com a realização de Tam Tams. Esse festival se estende do começo de maio até setembro (dependendo do ano, alcança outubro) e se concentra perto do monumento dedicado a Sir George-Étienne Cartier no parque. No Parc Jean-Drapeau, o Piknic Électronic reúne DJs locais e convidados internacionais em shows de música eletrônica, com ingressos cobrados, da 2ª metade de maio ao fim de setembro.

Festival de Jazz de Montréal
Festival de jazz em Montreal – Foto: Frédérique Ménard-Aubin/Montreal Jazz Festival/Divulgação

Com 3 dias de shows de indie e hip hop, o Osheaga, organizado em agosto, é comumente comparado ao Lollapalooza, ao Glastonbury e ao Coachella. No outono (5 dias no fim de setembro), é a vez do hipster Pop Montreal, com cobrança de ingresso, apresentar em torno de 400 artistas — no fim de semana do festival, há atividades gratuitas para crianças. Com a neve caindo, o Igloofest bota a galera para dançar música eletrônica no Vieux-Port, da 2ª quinzena de janeiro ao começo de fevereiro.

Como destino gastronômico em essência, Montréal organiza eventos ligados a comida e bebida ao longo do ano todo. Na 1ª metade de junho, é realizado o Mondial de la Bière, festival de cerveja artesanal que já tem edições no Rio de Janeiro e em São Paulo. Quando esfria, na 1ª quinzena de novembro, ocorre a MTL à Table, a restaurant week de Montréal. Cerca de 150 restaurantes preparam menus a preço fixo para brunch, almoço ou jantar.

O cenário branquinho de neve em dezembro ganha luzes, comidas e atividades em mercados de Natal do Canadá, presentes também em Montréal. Atmosfera perfeita para diversão no inverno em família. Entre janeiro e fevereiro, a criançada se diverte na Fête de la Neiges, aos sábados e domingos no Parc Jean-Drapeau. com trenó, esculturas de gelo, shows e atividades pagas e gratuitas. Dá para fazer pirulito de xarope de maple no gelo.

Gastronomia com arte e diversão se encontram no Montréal en Lumière, do fim de fevereiro ao início de março, no Quartier des Spectacles. Tem shows gratuitos, atividades culinárias com chefs e produtores de vinho e atrações como tirolesa, tobogã e roda gigante. A Nuit Blanche, noite inteira de arte com cerca de 200 atividades culturais (várias, gratuitas), é realizada no último fim de semana do Montréal en Lumière. Muitas luzes também estão nas instalações de artistas espalhadas ao redor da Place des Festivals durante o Illuminart, evento gratuito e interativo, também entre o fim de fevereiro e começo de março.

Compras

Em matéria de qualidade e quantidade, a Rue Sainte-Catherine é praticamente imbatível. Com 15 km de extensão, ela é a principal rua de comércio de Montréal. Concentra cerca de 1.500 lojas, que incluem as básicas H&M (roupas e acessórios), Dollarama (artigos para casa e lembrancinhas), eletrônicos (especialidade da Best Buy e da The Source), passando ainda por grandes redes de departamento, entre elas, Hudson Bay e Simons (esta originária de Québec).

É na Sainte-Catherine que você também encontra a Ogilvy, maison local que reúne marcas renomadas como Balenciaga, Moncler e Louis Vuitton. E não dá para esquecer dos vários shopping centers ao longo da rua — Complexe Desjardins, Promenades Cathédrale e Eaton Centre, o maior e mais famoso deles. Os subsolos desses grandes centros de compras são conectados pelo Réso, o sistema de caminhos subterrâneos, que oferece 2.200 lojas e restaurantes, abertos faça sol ou chuva (neve, para ser mais exato).

Ainda em Centre-Ville, a dupla Rue Crescent e Rue Sherbrooke concentra elegantes boutiques, livrarias, galerias e bares para uma happy hour ao fim das compras. Criações exclusivas dos melhores estilistas de Québec estão nas vitrines da MO 851 e de outras lojinhas do Plateau e de Mile End, com destaque para as que se espalham pelas Avenue Mont-Royal e Rue Saint-Denis. A faceta mais trendy de Montréal é também um lugar para comprar roupas de segunda-mão, achados vintage, objetos e acessórios que fogem aos padrões da moda e da decoração. Vá, compre e fique um pouco mais para descobrir os prazeres que o Plateau tem a oferecer quando a noite se aproxima, especialmente no Boulevard Saint-Laurent.

Artigos únicos, peças contemporâneas e sabores originais de Québec e região formam o leque de opções do Marché Bonsecours, mercado na área do porto. Explore as ruas de paralelepípedo do centro histórico, com suas lojinhas de souvenir e de produtos locais. Na Délices, Érable & Cie, o maple é vendido de todas as formas possíveis, do clássico xarope a tempero, passando por sorvete e o que mais for possível inventar.

Durante o verão, nos bairros de Montréal, você pode encontrar alguma vente trottoir (venda de calçada). As lojas expõem mercadorias com desconto do lado de fora. As ruas são fechadas para o tráfego de veículos e recebem barraquinhas de comida e, em alguns casos, atividades para crianças. No centro da cidade, por exemplo, na Sainte-Catherine, as lojas também podem exibir itens em promoção do lado de fora, mas é nos bairros que se tem a experiência mais autêntica desse tipo de comércio.

Esticada

A cidade de Québec é um charme só e fica a 230 km de Montréal. Caso passe uns dias lá, considere se hospedar no icônico Fairmont Le Château Frontenac, o hotel em forma de castelo no alto da parte murada.  Uma opção de bate-volta é uma excursão de 1 dia para Québec e Cataratas de Montmorency.

Para explorar mais, há uma excursão de 1 dia às Laurentides, que mostra a beleza da cadeia de montanhas ao norte de Montréal, passando por cidades e lagos (com cruzeiro no Lac-des-Sables). Ou curta a paisagem mais conhecida da região num passeio de 1 dia a Mont-Tremblant.

Para esticar até outras cidades do Canadá, há opções como Ottawa (a 165 km), capital do Canadá, e Toronto (a 550 km), ambas na rota de trem Corridor da Via Rail. Uma boa dobradinha é o roteiro por Toronto e Montréal, as maiores cidades do Canadá inglês e francês.

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