O suave calor de uma manhã de sábado, palmeiras balançando ao vento em contraste com o azul do céu, praticamente sem nuvens, o som de ondas… Peraí, peraí! Não consta da geografia de Campinas a presença do mar por perto. O splash que atravessou nosso pensamento enquanto curtíamos aquela vibe boa foi produzido pelo balde gigante, uma das atrações do parque aquático do resort Royal Palm Plaza.
O hotel se encaixa no perfil de um refúgio de fim de semana bem perto de SP. Fica a 1 hora de carro a partir da nossa casa, o que não exigiu de nós nenhum malabarismo para chegar até lá: uma estrada, uma saída, um trevo e voilà! Fazia um tempo carrancudo em São Paulo quando deixamos a cidade, mas o céu foi se abrindo lindamente pelo caminho. Nosso filho, Joaquim, foi quem mais comemorou. O resort tem ótima infraestrutura para crianças, especialmente se elas adoram piscinas, caso dele e da maioria dos pequenos.
Como é o resort perto de SP
Enquanto esperávamos pela liberação do quarto, fomos para o Bar da Beira. Sentados de frente para o parque aquático do Royal Palm Plaza, pedimos algumas coisinhas para beber e comer, entre elas, uma porção de pastéis de carne seca e de queijo — sequinhos, recomendamos. Seguindo dica da simpática atendente Gabriela, Nathalia experimentou o Ladrilho, refrescante combinação de rum, redução de manga com sálvia, suco de limão e club soda. Joaquim? Bom, ele só tinha olhos para outro ladrilho, o azul das piscinas.
Mas ele esperou um pouquinho mais antes de cair n’água. Antes, nosso filho participou do Kata Kuka, atividade paga à parte (R$ 74). É um game com mais ou menos 3 horas de duração. Com auxílio de monitores, o grupo de crianças encara atividades físicas, que incluem escalada, tirolesa, escorregadores, câmaras escuras e muita água (de balde, de bexiga…). Ao fim da atividade, Joaquim foi levado pela monitora até o nosso quarto. Chegou imensamente encharcado e feliz da vida. Deixou o mergulhinho para o dia seguinte, mas não abriu mão de ficar perto d’água.
Nossa hospedagem incluiu pensão completa. Jantamos a 1ª noite no Terraço Gourmet, um anexo do restaurante Vila Royal ao lado de um lago cheio de carpas coloridas. Joaquim se divertiu regendo os peixes, que se amontoavam na frente dele. Em tempo: nosso filho não foi o único atraído pelas carpas. Crianças de todas as idades, no colo dos papais ou por conta própria, ficaram vidradas naquela cena. Nós também fomos fisgados, mas por outra espécie: o bacalhau da quiche do buffet de entradas (deliciosa, prove!).
Além dele, o Royal Palm Plaza tem outras 6 opções de alimentação. Algumas exigem reserva, casos do La Palette Bistrô (comandado pelo chef Daniel Valay) e da Adega Cave do Douro (aberta quando o tempo esfriar, a partir de junho, com o festival de fondue). Depois do jantar, Fernando tomou um capuccino italiano no Café Autêntico, localizado no lobby do The Palms, o hotel boutique anexo ao Royal.
Fechamos a noite com uma passadinha no Bar Pessoa. Nathalia conheceu o bar em 2001, quando ele ainda ficava num espaço fechado. No passado, os versos de Fernando Pessoa estavam escritos na sanca. Agora, textos do poeta português e trechos de sua biografia são projetados nas paredes. Uma dupla tocava ao vivo sucessos internacionais do pop e do rock.
Aliás, a trilha sonora nos ambientes comuns e na área da piscina girou em torno desse repertório durante nosso fim de semana. Casou bem com o nosso gosto musical. Milton Nascimento tocava naquela noite no vizinho Royal Palm Hall (espaço de shows e eventos vizinho ao resort), como descobriu Joaquim, atento ao painel com as atividades do hotel e programação de todo o complexo Royal Palm.
Como qualquer criança de 10 anos, Quim também se liga em games. Quando estava de bobeira, abusou do direito de usar o wifi do Royal Palm Plaza, gratuito e disponível em todas as áreas do resort — o sinal da internet sem fio só caiu mesmo perto do arco e flecha, um dos pontos mais distantes em relação ao núcleo do hotel.
Era o fim de semana dos sonhos para o cara. Jogo liberado, brincadeiras em 7 piscinas e 1 das 2 camas queen do nosso quarto só para ele, praticamente nadou de braçada em cima dela. Deu até para perder o Max, seu pug de pelúcia, em meio às cobertas.
Ficamos na suíte luxo, ampla, com ar condicionado central, uma mesa de trabalho, TV a cabo, frigobar e banheiro pequeno, mas com ducha forte. Criado a partir de um hotel comprado em 1997, o Royal Palm Plaza teve sua construção original demolida e passou por progressivas expansões, especialmente durante a 1ª metade dos anos 2000.
O que fazer no Royal Palm Plaza
Resort é terra das oportunidades de lazer. No Royal Palm Plaza, não é diferente. Lá tem academia bem equipada (para quem não dispensa suar nem no fim de semana) e o Spa Aflora, dedicado a quem adora se entregar a massagens (Basics, R$ 150 por 30 minutos) ou a um detox completo (R$ 620 para 3 horas de tratamentos). Ambas as atividades ficam no espaço Casa de Campo. Visitamos por curiosidade jornalística. Somos um casal que faz absolutamente tudo em casa, do trabalho à comida, passando pela limpeza, atividades que já nos consomem bem fisicamente. Então, o resort é para nós aquele momento do dolce far niente, de boréstia.
Com um bom livro nas mãos, uma espreguiçadeira e um ombrelone estávamos mais do que satisfeitos. Azulzinho de doer, o céu era convidativo a passar o domingo na beira da piscina, com uma entrada ou outra só para nos refrescarmos. Sem sentir frio, é bom que se diga. De fato climatizada, a temperatura da água não provoca aquele tradicional choque quente/gelado. Único espaço vetado a menores, a hidromassagem a céu aberto funciona na casa do 34°C.
Segundo cálculos da polícia militar, Joaquim desceu entre 150 e 200 vezes o toboágua, quantidade equivalente à que esperou pelo balde derramar água nele. Grande parte dessa média foi registrada na segunda-feira pela manhã, quando ficamos basicamente a sós no Royal Palm Plaza. Como era de se esperar, muita gente esticou a permanência (com ou sem late check out) até o fim da tarde de domingo, antes de pegar a estrada de volta para casa — vantagens de um hotel no interior de SP perto da capital.
Essa é a dica, aliás, para quem vai em casal, ou mesmo em família, mas quer tranquilidade total: vá fora de fim de semana ou da temporada de férias. Claro que a monitoria infantil tem mais crianças para brincar quando o resort está cheio. E isso conta para a meninada atrás de diversão com gente do seu tamanho. Mas, se a ideia for curtir a folga entre as pessoas que estão viajando juntas, a calmaria do hotel mais vazio permite usufruir dos serviços só para vocês. E com mais rapidez, obviamente, já que há pouca gente a ser servida.
O que nos chamou atenção foi que a qualidade não caiu por ter menos hóspedes no resort. Pelo contrário, o drink na piscina estava ótimo — Nathalia tomou o segundo Ladrilho da viagem; provamos outros, mas esse é definitivamente nossa indicação na carta do Royal Palm Plaza —; os pães do café da manhã eram fresquinhos; a comida do buffet de almoço, mais enxuto, oferecia ainda boa variedade; e os funcionários (folguistas ou não) seguiam solícitos.
Entre as atividades de lazer à disposição dos hóspedes, testamos o arco e flecha. O monitor explicou o passo a passo antes de executarmos os disparos. Recomendamos a experiência, pois combina precisão e equilíbrio. Se estivéssemos sob ataque, certamente teríamos nossa aldeia invadida, dadas as vezes em que deixamos a flecha cair ou acertamos o feno que escora o alvo. Com um arco menor, próprio para crianças, Joaquim também botou para fora seu lado mais medieval.
Nosso filho também nos mostrou o castelo do Miniville, espaço com a casinha da coelha Fofa Flor e a espaçonave do cachorro Comandante Átila. E, como em imaginação infantil cabe tudo, ao lado fica o navio pirata do papagaio Capitão Currupaco Paco. No fim de semana, os 3 personagens aparecem nessa área da vila das crianças para alegrar os pequeninos.
Meninos e meninas que desejarem participar de jogos e brincadeiras encontram a programação impressa no ponto dos monitores à direita da recepção nos fins de semana ou afixada em painéis pelo hotel. Também é possível ver tudo (também da programação para adultos) no aplicativo do Royal Palm Plaza. Nele, é possível ainda agendar um lembrete para as atividades desejadas. A inscrição para a recreação pode ser realizada nesse ponto próximo à recepção (ou, durante a semana, perto do Bar da Beira).
Diária, ela é dividida por faixas etárias e inclui fazer as refeições em área própria, com direito a batata frita, espaguetinho e outras delicinhas que a molecada costuma não recusar. Sem abrir mão de ficar conosco, Joaquim encheu o prato no buffet infantil e voltou ao salão do Vila Royal, que fica um andar abaixo. No jantar do mesmo dia, o garçom se antecipou, dizendo que era possível pedir o menu infantil diretamente à cozinha do restaurante.
Pais mais ortodoxos em relação à alimentação no fim de semana encontram boas opções de saladas e pratos quentes no buffet do restaurante principal. De dia e de noite, sempre há um caldo. Fernando aprovou tanto o creme de legumes com azeite trufado quanto o caldo de tomate com manjericão. Eles fizeram boa dupla com queijos e frios do buffet.
Aqui em casa, por exemplo, o café da manhã é a refeição de que mais gostamos. É também a que nos prende mais tempo à mesa, porque curtimos ir etapa por etapa. No Royal Palm Plaza, cada um escolheu um lado para começar o dia, mas todos nos encontramos diante da estação que preparava bons omeletes e ovos mexidos na hora.
É preciso ser bem seletivo (chato, como se diz na nossa terra) para não comer nada por lá, em qualquer das refeições, com farto buffet. No café da manhã, por exemplo, havia sempre um mínimo de 3 opções de cereal, de iogurte, de sucos e de pães (salgados e doces, com destaque para os saborosos folhados de maçã e croissants). Adeptos do bacon são ignorados, tampouco os que encaram uma batata rosti sem sustos no desjejum. Sirvam-se à vontade.
Por fim, mas não por último, menção para a qualidade do atendimento. Em um resort grande, com muitos funcionários, difícil de acreditar que as pessoas possam ser solícitas o tempo todo. E não estamos falando daquela simpatia profissional de hotelaria, fruto de treinamento intenso. Notamos que havia muita boa vontade dos funcionários do Royal Palm Plaza que nos atenderam em responder cada dúvida, fosse nossa ou do Joaquim. A união, em doses iguais, do melhor da hospitalidade do interior com a descontração de um fim de semana à beira d’água.