Manchester e Barcelona se enfrentam hoje pelo título da UEFA Champions League, com estilos de jogo bem diferentes. Quando o assunto é turismo, a bola rola de forma semelhante ao que ocorre em campo.
Barcelona, como seu time, é quase unanimidade, uma das mais belas e interessantes cidades para se visitar no mundo. Difícil adversário a se enfrentar quando se pensa no Park Güell e na Casa Batlló, dois exemplos da genialidade de Antoni Gaudí. O arquiteto por si só, aliás, é motivo suficiente para a viagem até lá. Na cidade, pode-se aprofundar ainda em dois outros grandes artistas: Joan Miró e Pablo Picasso, em visitas à Fundació Miró e ao Museu Picasso. Barcelona, no entanto, não se contenta com a atenção garantida: promove um encantamento no turista.
A catalã reúne características tão distintas quanto belas, como o Bairro Gótico, com suas vielas, e a Eixample, área do fim do século 19 com ruas caprichosamente desenhadas, num quadriculado preenchido por palacetes modernistas. A impressionante Sagrada Família, hotéis e restaurantes de qualidade, a visão e os sabores do Mediterrâneo, vida cultural intensa. Barcelona parece imbatível.
De fato, com tudo isso, o favoritismo é praticamente inevitável. Mas, dependendo do tipo de viagem que se busca, a industrial Manchester pode surpreender. Forte na cena do rock inglês, revelou ao mundo Joy Division, The Smiths e Oasis. Tem vibrante vida noturna. Além de night clubs, concentra pubs históricos e modernos. Dá para fazer uma incursão por essas instituições seguindo um dos cinco roteiros criados pela Campaigning for Real Ale (Camra), organização que defende a boa qualidade da cerveja — os percursos estão no site da cidade.
A história também pode entrar no roteiro em Manchester. Distrito protagonista na Revolução Industrial, Ancoats tem sido revitalizado, com projetos para restaurar fábricas e vilas operárias. O Imperial War Museum North mostra como as guerras afetaram a vida dos britânicos desde 1914. Desenhado pelo arquiteto Daniel Libeskind, o prédio fica na antiga região de docas The Quays, área hoje de cultura e entretenimento. Com essas e outras jogadas, Manchester também faz bonito.
Uma ponte une as duas cidades. O arquiteto Santiago Calatrava deixou sua marca na inglesa: a Trinity Bridge, projetada pelo catalão, leva ao meio de Manchester. Uma pista de por onde começar a avançar sobre os ingleses?
Deixe um comentário