ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO CADERNO VIAGEM, DO JORNAL ESTADO DE S. PAULO, COMO PARTE DA REPORTAGEM DE CAPA COM O TÍTULO ‘EPOPEIA CANADENSE’ — edição de outubro de 2010
Texto e fotos de Nathalia Molina
Céu azul e sol a pino. Todo mundo na rua, com suas bicicletas. O clima de Vancouver não poderia ser mais perfeito. “Espere até chover”, dizem as línguas-de-trapo. Que gente estraga-prazer! Não há o menor sinal de nuvens.
De fato, Vancouver tem fama de chuvosa, especialmente no inverno. A temperatura fica entre zero e cinco graus e raramente neva. Em compensação, chove muito, o que rendeu à cidade o apelido de Raincouver (na linha do trocadilho infame, algo como Vanchover, em português). O tempo é mais seco no período de junho a setembro.
Chova ou faça sol, as bicicletas dominam a cidade. O roteiro natural é seguir para o Stanley Park, alugar a magrela numa loja na entrada e pedalar. O trajeto circular tem vistas lindas: o skyline da cidade, as montanhas ao norte, as praias da English Bay ali no parque e os barquinhos que vão e voltam com pessoas para outros bairros. Basta ir ao píer e esperar o próximo ônibus aquático.
Uma das linhas leva a Granville Island, onde um simpático mercado é a atração. Há bancas de frutas e verduras e lojas de queijos, além de uma pequena ala com artesanato e invencionices como porta-retratos feito apenas com duas bolinhas de ímãs.
Nas lanchonetes, a quantidade de olhos puxados não deixa dúvida sobre a influência asiática em Vancouver. Eles vendem até pão e pizza. A cidade tem a terceira maior Chinatown da América do Norte, atrás de Nova York e São Francisco.
Outra rota liga a ilha a Yaletown. Antiga área de armazéns, hoje é o bairro da moda, com hotéis-boutique e cafés com varandas. É endereço ainda de restaurantes de cozinha contemporânea, como o C Restaurant (www.crestaurant.com). À beira d”água, de frente para Granville Island, serve peixes e frutos do mar comprados diretamente dos pescadores. Nos saborosos pratos, eles vêm acompanhados de ingredientes como foie gras.
Vancouver é pequena e plana, ótima para se conhecer a pé. Em Gastown, percorra a Water Street, rua de pedra que corta o bairro onde a cidade começou. Cafés e lojas ocupam as casas vitorianas. Às 15 horas, os turistas se aglomeram em torno do relógio a vapor. Um dos poucos exemplares no mundo, solta fumaça enquanto apita.
No humor para umas comprinhas? Butiques e lojas descoladas estão na Robson Street, na área central. A pausa para o almoço. Para a sobremesa, perdições enchem as prateleiras da Rocky Mountain Chocolate. Maçãs cobertas com os confeitos ganham formatos como o de uma gatinha
Há sempre um Starbucks pelo caminho para o café. Os moradores de Vancouver são tarados pela cafeteria. Chega ao cúmulo de existirem duas lojas no mesmo cruzamento, uma em diagonal a outra, na Robson com a Thurlow Street. Vá lá, um café cai bem se pintar uma chuvinha.
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