Categoria: Alemanha

  • Hotel & mel

    Hotel & mel

    Mais de 3/4 das plantações de alimentos no mundo dependem, de alguma maneira, da polinização animal, e o aumento do risco de extinção de espécies como abelhas pode ter forte impacto sobre a fauna e a flora no futuro e sobre a obtenção de comida para o consumo humano. O alerta foi feito por pesquisadores ligados à ONU, em relatório divulgado em 26 de fevereiro de 2016. Alinhados com a ideia de servir a seus hóspedes alimentos de origem local e atentos à necessidade de promover um mundo mais sustentável, alguns hotéis mantêm há anos a criação de abelhas em várias partes do planeta, em parceria com apicultores regionais.

    Mapa do mel Relais & Châteaux

    Fotos: Divulgação
    Fotos: Divulgação

    Nos estabelecimentos da Relais & Châteaux, associação que reúne 540 luxuosos hotéis e restaurantes pelo mundo, o mel consumido no café da manhã dos hóspedes vem de apiários mantidos dentro das propriedades. No Saint James Paris, por exemplo, as colmeias foram instaladas no centro do jardim, perto da varanda do restaurante na capital francesa. No mesmo país, na cidade de Salieu, 200 mil abelhas negras da Borgonha vivem nos telhados do Relais Bernard Loiseau.

    Relais & Chateau, Holanda, St Gerlach, Mel - Foto Divulgação
    RELAIS & CHÂTEAUX ST. GERLACH, NA HOLANDA

    Hóspedes do Château St. Gerlach, membro da associação na Holanda, provam sobremesas preparadas pelo chef e apicultor certificado Otto Nijenhui, e ainda acompanham o trabalho das abelhas da raça Carnica — em 2015, as 6 colmeias renderam 150 kg de mel ao hotel. Na Alemanha, os proprietários do Bareiss im Schwarzwald apostam no uso da geleia real como um dos principais tratamentos do spa do hotel, localizado na Floresta Negra.

    No espanhol Abadía Retuerta LeDomaine, também Relais & Châteaux, é possível se sentir apicultor num passeio em que os hóspedes usam roupa especial para se aproximam das colmeias. O San Maurizio, na região italiana do Piemonte, produz o Mel da Abadia, mantendo a tradição iniciada pelos monges cistercienses no século 17.

    Relais & Chateaux, Hotel, Italia, San Maurizio, Mel - Foto Divulgação
    RELAIS & CHÂTEAUX SAN MAURIZIO, NA ITÁLIA

     

    Na Fairmont, 360 kg de mel em Toronto

    FAIRMONT ROYAL YORK - Foto retirada do site da rede
    ROYAL YORK, NO CANADÁ – Foto retirada do site da Fairmont

    Desde 2008, a rede de hotéis Fairmont mantém apiários em mais de 20 unidades, situados especialmente no Canadá e nos Estados Unidos — veja imagem da produção, acima deste texto (em foto retirada do site da rede hoteleira). No outono de 2011, foram colhidos pouco mais de 360 kg de mel na cobertura do histórico Fairmont Royal York, na canadense Toronto.

    O programa conhecido como Bee Sustainable fornece mel para os bares e os restaurantes da rede e também contribui para a polinização de parques e jardins localizados próximos aos hotéis. No tradicional Château Frontenac, na cidade de Québec, o mel fabricado por 70 mil abelhas que vivem em quatro colmeias três vezes ao ano serve de base para pratos especiais preparados no Le Champlain, requintado restaurante do hotel no Canadá.

     

  • Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    ATUALIZADO EM 31 DE MARÇO DE 2019

    Meu coração é de Maria, mas viajo com Mercedes. A frase me saltou aos olhos quando a li em um para-choque de caminhão no meu tempo de criança. Essa gaiata declaração de amor feita à base de um trocadilho é para mim o melhor texto de publicidade escrito fora da publicidade. Ideia simples, um paradoxo em se tratando de uma marca luxuosa como Mercedes–Benz. Vencidos mais de 130 anos da invenção do automóvel, os carros da estrela de três pontas permanecem como símbolo de status, de algo para poucos. Já o museu da montadora, em Stuttgart, na Alemanha, anda na contramão da suposta imagem elitista.

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    Como é o Museu Mercedes-Benz

    Instalado em um lindo prédio futurista, que chama atenção à medida que você se aproxima dele, o acervo do museu de nove andares está dividido em duas exposições: Legend Rooms e Collection Rooms. Ao todo, são 160 veículos e cerca de 1.500 objetos expostos. Circulando por seus 16.500 m², você não esbarra tanto em potenciais compradores nem machos clássicos, daqueles que entendem tudo sobre quatro rodas.

    O Museu Mercedes é um espaço bem bacana para quem se interessa por história. Isso faz dele um programa ideal para adultos e crianças, como nós comprovamos durante nossa viagem em família pela Alemanha.

    O que fazer no Museu Mercedes

    O tour começa pelo alto. O elevador com pinta de cápsula do tempo leva o visitante a 1886, ano em que Götlib Daimler e Karl Benz buscavam criar, cada um em um canto da Alemanha, o primeiro automóvel movido por motor de combustão interna.

    A partir do salão onde estão expostos veículos pioneiros como o Benz Velo, de 1894, você é levado a percorrer os andares do museu por meio de rampas — super viável para cadeirantes. Painéis localizados à esquerda da descida contam de forma cronológica passagens da história da Mercedes — da junção dos rivais Benz e Daimler ao papel inovador que a marca sempre exerceu no mercado automobilístico, sem se esquecer do contexto mundial em que os fatos transcorreram.

    Nathalia e eu, que adoramos história, concluímos que se não houvesse um mísero carro exposto a visita teria valido a pena mesmo assim. Já o nosso filho, Joaquim, que ainda não sabia ler,  ficou atento às fotos. Quando reconheceu os Beatles — associados em um painel a uma determinada passagem da trajetória da Mercedes — ele parou e quis saber o que faziam naquela imagem os caras que cantam Don’t Let Me Down (“Du lé mi daun”, como dizia o Quim aos 3 anos).

    Nas sete Legend Rooms são apresentados lendários carros que ilustram um período histórico a partir de um tema central: da invenção do automóvel às inovações no campo da segurança — a Mercedes foi pioneira na criação do air-bag e do sistema de freio ABS, por exemplo.


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    Um piso inteiro conta o nascimento da marca Mercedes, batizada com o nome da filha de Emil Jèllinek, homem de negócios e piloto vocacional, cujas vitórias nas pistas ajudaram a impulsionar as vendas dos primeiros veículos da empresa na Europa.

    O que ver no museu na alemã Stuttgart

    Mais do que modelos de passeio, a Mercedes também se especializou na fabricação de veículos pesados, de serviços de emergência e para transporte de massa. Nas áreas chamadas de Collection Rooms estão expostos táxis, vans, ônibus, carros de polícia e de bombeiro, ambulâncias e até o papamóvel, tudo o que for capaz de fazer a criançada ficar vidrada naqueles brinquedinhos avantajados. Quando visitamos, havia lá também um caminhão parecido com o que vi na infância, mas sem a frase antológica no para-choque. Merecia estar escrita.

    Collection Rooms e Legend Rooms são exposições independentes, mas conectadas a cada andar. À direita fica o espaço dos veículos Collection. Se preferir ver apenas os Legend, vá para a esquerda e desça a rampa. O acervo completo consome duas horas de tour, aproximadamente.

    Os dois percursos terminam numa curva fechada intitulada Flechas de Prata — Corridas e Recordes. Nessa área comprova-se o poder da Mercedes em diversas categorias do automobilismo, das provas do turismo europeu à Fórmula 1, com destaque para os carros pilotados nos anos que antecederam a Segunda Guerra — tempo em que surgiu o mito das Flechas de Prata, assim chamados pela imprensa devido à ausência de pintura na lataria dos carros. Vê-se ainda os modelos que levaram o argentino Juan Manuel Fangio a dois de seus cinco títulos mundiais, e os carros que marcaram o retorno da Mercedes à Fórmula 1 com uma equipe própria, ocorrido em 2010, depois de 55 anos de ausências das pistas.

    Museu Mercedes, Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (14) (800x457)
    Mercedes-Benz, um mito das pistas de corrida

    VALE SABER

    Endereço: Mercedesstrasse, 100

    Transporte: A partir da estação central de Stuttgart, pegue a linha 1 do S-Bahn no sentido Kirchheim (Teck), desça em NeckarPark (Mercedes-Benz) e siga as placas que indicam o caminho do museu, a uns 15 minutos de caminhada. Em dias de jogos do Stuttgart, cujo estádio fica próximo, o acesso ao museu pode estar restrito. Portanto, use o transporte público para chegar ao Mercedes-Benz Museum

    Horário: De terça a domingo, das 9 às 18 horas (a bilheteria fecha 1 hora antes)

    Ingresso: adultos, 10 euros; jovens entre 15 e 17 anos e pessoas acima de 60 anos, 5 euros (menores de 14 anos entram de graça, se estiverem acompanhados por um adulto). A taxa inclui o áudio-guia, disponível em oito idiomas. Não há versão em português.

    Até 30 de junho de 2020, quem visitar o Museu Mercedes terá desconto de 25% na compra do ingresso para o Museu Porsche, mediante apresentação do bilhete. E vice-versa

    Alimentação: O café-bar do 1° andar (terça a domingo, das 9 às 18 horas) oferece de refeições rápidas a sanduíches. Durante o verão, sentar-se no terraço do restaurante (terça a domingo, das 10 às 19 horas) é ideal para saborear pratos da cozinha regional e internacional enquanto se admira a bela arquitetura do museu

    Site: mercedes-benz-classic.com/museum


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    Visita feita a convite do Museu Mercedes e do Turismo de Stuttgart



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  • Berlim: museu lembra fim da guerra e reunificação

    Berlim: museu lembra fim da guerra e reunificação

    Berlim, Museu Historico, Exposicao Fim da Guerra, Foto Carl Weinrother na Exposicao - Foto VisitBerlin, Divulgacao
    Fotografia de Carl Weinrother exposta no Museu Histórico – Foto: visitBerlin/Divulgação

    O ano de 2015 marca a comemoração de duas datas importantes para a história da Alemanha: os 70 anos do fim da Segunda Guerra, que começou com a rendição dos nazistas em 8 de maio, e a reunificação do país, que completa 25 anos em 3 de outubro.

    O Deutsches Historisches Museum (Museu Histórico), em Berlim, apresenta 2 exposições dedicadas a esses momentos.

    ‘1945. Derrota. Libertação. Novo Começo’

    A mostra 1945. Niederlage. Befreiung. Nueanfang. detalha os efeitos do pós-guerra não só na Alemanha como em outros 11 países da Europa: Áustria, Polônia, Dinamarca, Noruega, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, França, Grã-Bretanha e as antigas União Soviética e Tchecoslováquia. Objetos e fotografias apresentam a vida durante os cinco anos seguintes ao fim do conflito. Os visitantes podem conhecer ainda a história de 36 cidadãos dessas diferentes nacionalidades.

    Berlim, Museu Historico, Exposicao Fim da Guerra, Foto do Sino da Vitoria - Foto Divulgacao
    Foto: Divulgação

    A exposição reúne também objetos, como um sino da vitória, que simboliza a coalizão anti-nazista, formada por Churchill, Roosevelt e Stalin, cujo dinheiro obtido com a venda foi revertido para as vítimas da guerra.

    Até 25 de outubro de 2015 — sextas, às 15 horas, há tour de 1 hora em inglês, por 4 euros além do preço do ingresso do museu

    ‘Unificação. Sociedade alemã em transição’

    Berlim, Museu Historico - Foto Wolfgang Scholvien, visitBerlin, Divulgacao
    Foto: visitBerlin/Divulgação

    A exposição Alltag Einheit. Porträt Einer Übergangsgesellschaft aborda as profundas mudanças ocorridas após a reunificação das Alemanhas capitalista e socialista, ocorrida em outubro de 1990. A mostra tem fotografias e salas interativas, com textos em alemão, inglês e, pela primeira vez, em braile.

    De 28 de maio de 2015 até 3 de janeiro de 2016

     

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    Endereço: Unter den Linden, 2, Berlim

    Preço: 8 euros – grátis até 18 anos

    Funcionamento: diariamente, das 10 às 18 horas

    Site: dhm.de

  • Muro de Berlim: após a queda, minhas 2 viagens

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Era 1992. O Muro tinha caído havia três anos, mas Berlim seguia visualmente dividida. Era clara a diferença quando se caminhava pelas ruas. O lado leste estava detonado.

    Me lembro de ir a duas festas underground em prédios meio abandonados na antiga Berlim Oriental. O carimbo fluorescente na mão me garantia a entrada nos ambientes que se equilibravam num sobe-e-desce de escadas. Eu, com 21 anos, me equilibrava no alto do copo daquela gigante cerveja alemã, em temperatura ambiente – fria, era início de abril.

    Minha tia (e madrinha) morava em Berlim e eu fui visitá-la. De dia, ela me levou a todos os pontos turísticos do lado ocidental, como a Potsdamer Platz. Dividida pelo Muro de Berlim, a praça começava a se reerguer como símbolo de uma cidade que queria se tornar uma novamente. Hoje a Potsdamer Platz é enorme e moderna.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViajaUma das construções marcantes na minha memória era a Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, igreja de torre bombardeada no comecinho da Kurfürstendamm, principal avenida do lado oeste de Berlim. Não vi em 2014 a gente de roupa preta e cabelo colorido sentada na escadaria da igreja marcada pela Segunda Guerra. Após 22 anos, voltei a Berlim em família, com meu marido, Fernando, e meu filho, Joaquim.

    Durante os dias da minha primeira visita à cidade, caminhei muito pela Kurfürstendamm. Estive com a minha madrinha na KaDeWe, loja de departamento que segue funcionando na principal avenida do lado ocidental de Berlim. Também conheci o zoológico. Em 2014, estive no Berlin Zoo com meu pequeno de 5 anos.

    Em 1992, o Reichstag não tinha metade do glamour atual entre os turistas, nem a belíssima cúpula de vidro. Afinal, foi exatamente em 1992 que decidiram que o prédio do parlamento alemão devia ser reconstruído. Lá dentro uma exposição mostrava num enorme mapa suspenso, com luzinhas coloridas, o avanço do domínio alemão na Europa durante a Segunda Guerra e sua consequente derrocada. Adorei ver aquela representação da evolução dos acontecimentos – naquele tempo, interatividade não era palavra-de-ordem; acho mesmo que nem existia como palavra.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6)

    Lembranças de Berlim Oriental

    Agora em 2014 o verde do gramado diante do Reichstag se contrapôs à lembrança de uma praça feiosa de 22 anos antes. Bem, a memória pode estar me pregando uma peça, até porque a cidade não tinha passado por um planejamento urbano após a queda do Muro e ninguém podia sonhar com Google Maps para dar aquela ajudinha na hora de se localizar.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)Naquele largo, havia gente vestida com trajes típicos russos, tocando no asfalto ou dançando num palco armado ali para uma festa de rua. Em banquinhas vendiam matrioshkas. Foi ali que conheci as bonequinhas russas que se metem uma dentro da outra.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)

    Seguimos caminhando para ver o Portão de Brandemburgo. A imagem da antiga porta da cidade, com aquele monte de gente festejando, é vista em dez entre dez reportagens sobre a queda do Muro de Berlim. E lá estava eu, 3 anos depois de ver o Branderbuger Tor pela televisão.

    Ele também teve um papel marcante na nossa viagem em família em 2014. É ver a foto ou o desenho do monumento que nosso filho, Joaquim, exclama feliz: “É o Portão de Brandemburgo!” Nossa visita foi um momento tão festivo entre nós que consegui registrar um instante lindo dele com Fernando, saltando diante do vão da porta.

    Quando decidimos ir em família à Alemanha, eu sabia que veria uma outra cidade. Por ler muito sobre turismo e trabalhar em caderno de viagem de jornal, acompanhei as mudanças da capital alemã ao longo desses anos. Tinha muita curiosidade para voltar a Berlim e descobrir o que daquelas memórias de 22 anos atrás encontraria par com a realidade.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (10)Na Berlim Oriental de 1992, não havia o maravilhoso acervo da Ilha dos Museus (Museuminsel), uma das atrações mais conhecidas atualmente por quem aprecia cultura. Estive, sim, na Alexanderplatz e tirei a clássica foto, embaixo do relógio com horários de várias cidades — feito repetido em 2014 com meu filhote.

    Ali na praça comi currywurst, salsicha típica de Berlim. Me chamou a atenção o tamanho do pão. “Aqui na Alemanha o pão é praticamente para segurar a salsicha. Eles gostam mesmo é da salsicha”, me ensinou minha madrinha.

    Também subi com ela até o observatório da Torre de TV para ver Berlim do alto. Repeti a dose em 2014. Impressionante a diferença na organização e na sinalização que encontrei na atração agora.

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    Enfim, diante do Muro de Berlim

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)Nenhuma sensação, no entanto, foi para mim mais impactante que me ver cara a cara com o Muro de Berlim pela primeira vez. Tantas representações, ideais, vidas estampadas ali. Hoje sempre lembradas pelos visitantes pelas imagens do segmento eternizado na East Side Gallery, trecho do Muro com várias pinturas coloridas.

    Na minha memória, segue vivo o preto no branco da contagem de mortos estampada sobre concreto em 1992. Gente que havia tentado transpor a barreira física que se estabeleceu entre dois mundos.

    A emoção me tomou por estar ali, pela primeira vez, diante da história viva. Ainda por cima era minha estreia na Europa. E logo com Berlim. Eu que sempre me interessei por história, especialmente pelos acontecimentos do século 20. Nazismo, Segunda Guerra, Muro de Berlim. Tudo isso sempre me intrigou. Adolescente dos anos 1980, eu vivi o planeta rachado pela Guerra Fria, cujo ícone máximo era aquela cidade dividida.

    Muro de Berlim 1992 Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)

     

    Pedaços do Muro eram vendidos em todo canto em 1992. Ninguém sabia se, de fato, originais. Hoje o assunto é tão bem explorado pelo VisitBerlin, responsável pela promoção turística da cidade, e tudo o que se refere à antiga barreira está tão estruturado (como só os alemães sabem fazer) que é possível comprar online um pedaço certificado do Muro.

    Foi por meio de um daqueles pedaços (verdadeiros ou não) que meu marido teve contato pela primeira vez com o Muro. Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Pouco depois do fim da divisão de Berlim, uma vizinha dele esteve na Alemanha e voltou para São Paulo com um fragmento da história. Ele conta que ficou impressionado. Não mais do que ao se deparar com o Muro ao vivo na nossa viagem em 2014.

    Hoje, neste 9 de novembro histórico, quando a capital alemã celebra 25 anos da queda do Muro, nós dois passamos o dia com a cabeça em Berlim. Ah, como seria lindo estar lá para ver as 8.000 luzes demarcando 15 quilômetros do risco que partia a cidade. Para depois comemorar o simbolismo de ver tudo aquilo se apagar nos balões soltos no ar. Festejando o futuro. O que aconteceu nesse quarto de século e o que ainda está por vir.

  • Zoológico de Munique: Hellabrunn, com parquinhos para crianças

    Zoológico de Munique: Hellabrunn, com parquinhos para crianças

    Era um dia de sol daqueles que a gente pede quando pensa em passear com crianças. Céu azul, muito verde ao redor e bichos: trio animador para um gostoso passeio em família, especialmente quando se tem um filho de 5 anos. Mas o zoológico de Munique, o Tierpark Hellabrunn, guardava bem mais à nossa espera.

    Não apenas pela variedade de animais, mas pela estrutura do parque. O Hellabrunn foi 1 dos 4 zoológicos que visitamos na Alemanha. Todos excelentes programas para crianças.

    Nosso Joaquim estava animadíssimo com a ideia de ver os ursinhos polares gêmeos que nasceram no zoológico de Munique naquela época, no fim de 2013. Pinguim, leão, girafa e elefante também estavam na lista de desejos do nosso filhote.

    Chegamos lá facilmente de metrô a partir da Marienplatz, a principal praça de Munique. Passamos pelo portão da entrada Isar, paramos na lojinha para garantir um boné para o filhote (lembra do sol?) e caminhamos livremente.

    Volta ao mundo com a bicharada

    Plano, o Hellabrunn é uma delícia para andar e se perder. Se quiser. Porque a sinalização é muito eficiente e mostra de forma clara como se chegar até cada bicho que se quer ver. Nós tínhamos aquela missão a cumprir: ver os pequenos gêmeos polares.

    Pegamos o caminho à direita e seguimos toda vida, já espiando as atrações pelo trajeto. Urso de montanha, alce e rinoceronte. Tomamos um atalho e fizemos uma visitinha à dona zebra, sempre um sucesso aqui em casa.

    Depois vimos outro astro predileto, o pinguim. Joaquim se parou diante do tanque e, encantado, acompanhou a movimentação. Com os olhos grudados no fofucho nadador, nosso menino foi seguindo com o rosto até a quina. Um encontro mágico aconteceu. Nariz com nariz os dois pareciam se comunicar. Muito doido. E claro que a mamãe aqui achou lindo.

    Joaquim pinguim
    Comunicação narigal

    Visitamos depois  os leões marinhos — em 26 de junho, depois da nossa visita, nasceu lá o bebê Otti; não deixe de conferir se for ao Hellabrunn. Aí, finalmente, o momento esperado.

    Nela e Nobby estavam dormindo quando chegamos à área onde a dupla de ursinhos polares vive com a mãe, Giovanna. Ao ar livre, o lugar estava rodeado de gente. Mas é grande o bastante para todo mundo ver os gêmeos. Cercado por vidro, o espaço permite uma boa visualização por todos os lados. Esperamos uns minutos atrás de duas fileiras de pessoas e logo conseguimos ficar de frente para os filhotes. Fofurice em grau máximo!

    Ursos polares no zoológico de Munique

    Depois de muito cuti-cuti, continuamos caminhando. Agora sem rumo certo. Curtimos o sol que vazava por entre as folhas das árvores à beira do rio. Balançamos em família ao atravessar a molenga ponte suspensa — leia outros textos sobre viagem à Alemanha com criança.

    Joaquim na ponte suspensa, só no balanço

    Com um ambiente de fato de parque, as alamedas do zoológico são muito bonitas. Com a vantagem de ‘se esbarrar’ nas áreas dos animais naturalmente.

    O Hellabrunn se orgulha de ter sido o primeiro geo-zoo do mundo, ou seja, um zoológico que exibe os animais de acordo com sua distribuição geográfica no globo. Aberto em 1911, expõe a bicharada de modo a promover uma volta ao mundo passando por diversos habitats.

    As espécies ficam em espaços amplos. Em vários pontos, existem binóculos ou lunetas pagos para aproximar os visitantes dos animais, como numa experiência de safári. Joaquim viu as girafas de pertinho assim. Um mirante de madeira fica ao lado do espaço das elegantes pescoçudas. Subimos e, lá em cima, depositamos a moeda para nosso menino apreciar as simpáticas, que fizeram o favor de comer folhas num ponto próximo.

    Girafas vistas do alto

    Brinquedos, parquinhos e vários shows

    Para quem curte mais do que simples contemplação, o Hellabrunn oferece vários shows com animais, muitos deles durante a temporada da primavera ao outono, do desfile de leões marinhos à apresentação de elefantes. Tem ainda o show com o falcão. Nós passamos por lá no horário, e achamos muito bonito o animal. Mesmo curiosos, era hora do almoço e a fome batia forte. Partimos, então, para o restaurante principal do Hellabrunn.

    Soneca no meio do dia, com plateia

    Almoçamos ali, com nosso filhote de olho na hora de correr para brincar. O maior parquinho do zoológico fica bem ao lado do restaurante principal. Depois da última colherada, quem segurou Joaquim? O lugar tem um brinquedão de madeira com escorregas e parede de escalada.

    Ao lado, redes embalam a garotada. Todo esse espaço montado no chá de terra diverte de bebês a crianças maiores. Um super escorrega atrai os mais velhos.

    Extensa área verde tem também parquinhos para criança

    Os parquinhos para a meninada fazem do zoológico de Munique um passeio completo para a família. Eles vão surgindo ao longo da caminhada pelo zoológico e possuem brinquedos de madeira e corda, integrados ao clima do entorno.

    A alegria não para por aí. A garotada não sossega enquanto não experimenta também os brinquedos do enxuto parque de diversões, bem pertinho do restaurante principal (a região é o epicentro da felicidade infantil).

    Entre as atrações pagas, é possível ir no carrossel ou na motoca motorizada. Joaquim arrastou o pai para esse circuito. Depois que Fernando deu umas voltinhas com ele, foi a minha vez de ajudar nosso filho a catar pedra. Me saí uma boa operadora de escavadeira.

    Na escavadeira, treinando a habilidade com a mecânica

    Terminamos nossa visita ao Hellabrunn de um jeito bem mais rural. O recinto é fedido, mas popular. A área das cabras fica lotada de crianças correndo atrás dos bichos, que correm atrás da ração que os visitantes compram em maquininhas.

    A cada tanto de euro cai uma porção de grãos. Basta você se aproximar do recipiente que elas já enfiam a cara na saída. Para seres urbanos como nós, chegou a ser meio aflitivo o contato tão próximo. Saímos de fininho, atentos ao chão (sabe como é, se elas comem tanto…). Rimos da situação e fomos em direção à saída. Havia sido um grande dia, a diversão em família estava completa.

    Visual no caminho do metrô ao zoológico de Munique

    VALE SABER

    Endereço: Tierparkstrasse 30

    Transporte: Há 2 entradas. O metrô leva até a 1ª, e o ônibus, à outra. Nós fomos de metrô. Na estação Marienplatz pegamos a linha U3 na direção Fürstenried West e descemos em Thalkirchen (Tierpark). Após uns 10 minutos de caminhada, chegamos à Isar Entrance.

    Sinalizado, o caminho até o zoológico passa por uma ponte com aqueles cadeados de namorados (de Paris, parece que a moda se espalhou pelo mundo todo, né?). É bonito o visual do Rio Isar, das árvores e da ciclovia lá embaixo.

    A outra entrada do zoológico é a Flamingo. O ônibus 52, que também parte de Marienplatz (o ponto fica em frente à sorveteria), leva até Tierpark, na Alemannenstrasse.

    Funcionamento: O Hellabrunn abre o ano inteiro, todos os dias, mas o horário muda segundo a temporada. Em geral, abre às 9 horas, mas fecha entre 16 e 18 horas, conforme a época do ano. O site oficial sempre informa logo na home o horário que está valendo naquele dia.

    Preço: € 15 — crianças de 4 a 14 anos, € 6; abaixo de 4 anos, grátis. O zoológico oferece 2 possibilidades de family ticket: 1 dos pais mais as crianças por € 19 ou os 2 pais mais as crianças a € 33.

    Alimentação: Há quiosques em várias áreas do zoológico. As crianças (e muitos adultos) vão à loucura com os quiosques de doces. Pipocas, nozes carameladas, sucos coloridos congelados para sugar em copos compridos…

    O site official do Hellabrunn informa o horário de funcionamento de restaurantes e lanchonetes. Durante o verão, abrem das 9 às 18 horas

    Dicas: Durante o ano todo, dá para observar certos animais sendo alimentados; veja os horário no site antes de ir.

    Site: www.hellabrunn.de

  • Zoológico de Berlim, o mais antigo da Alemanha

    Zoológico de Berlim, o mais antigo da Alemanha

    Minha lembrança do zoológico de Berlim era um portal vermelho no meio da cidade. Um lugar movimentado, com ônibus passando por perto. Após 22 anos – estive lá em 1992 na primeira vez –, mais do que a imagem de animais, na minha memória se manteve em cores vibrantes o desenho de um portão em estilo oriental.

    Quando decidimos ir a Berlim em família, imediatamente pensei na ideia de voltar ao Zoo Berlin. Agora com meu filho, Joaquim, de 5 anos. O zoológico foi um dos quatro zoos que visitamos na Alemanha.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Descemos do metrô na estação Kurfürstendamm, pegamos a rua à esquerda e andamos seguindo a indicação das pessoas locais para o trajeto mais curto até o zoológico. Chegando lá estranhei a falta daquele agito frenético que eu tinha guardado na lembrança.

    Segundo estranhamento: o portão não era vermelho, tampouco em estilo oriental. Comentei com meu marido, Fernando: ‘Nossa, sempre tive uma memória de elefante, será que me enganei tanto? Um portão daquele não iria mudar.’ Curiosidade à parte, compramos os ingressos e entramos.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaLogo paramos diante de um painel com o mapa do zoológico. Se guiando pelos desenhos dos animais, Joaquim apontou os bichos que queria ver. Nem parei para ver o mapa. Primeiro porque a emoção de estar ali de volta era tanta (aquele domingo era nosso primeiro dia de passeio na viagem à Alemanha, e eu estava em Berlim depois de 22 anos e acompanhada do meu marido e do nosso filho!).

    Depois porque eu gosto de saber que existe um mapa, mas não curto ficar seguindo tudo, de ter ideia sempre de onde estou. Acho ótimo me perder e seguir os impulsos, o desejo de ir em alguma direção. E ali quem estava no comando era o pequenino e decidido Joaquim. Saímos em busca dos macacos.

    Visão geral: o mais antigo, o mais urbano

    Muito bonito passar pelo lago com aquelas árvores choronas e suas folhas verdes quase tocando a água. Vimos muitos patos e flamingos. O Zoo Berlin se orgulha de ter a maior área dedicada a aves na Europa.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Ainda da série títulos ostentados, ele é também o mais antigo zoológico da Alemanha, fundado em 1844.

    Num dos prédios na área do Zoo Berlin, fica o Aquarium Berlin (o ingresso é vendido separadamente ou em forma de combo com o zoológico). Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAs duas atrações juntas recebem em torno de 3 milhões de visitantes por ano.

    Nós escolhemos ver só o Zoo Berlin. Já era bastante para uma visita, impossível de se dar conta mesmo com um dia completo. Atualmente o zoológico mantém 16 mil animais de cerca de 1.500 espécies.

    Uma curiosidade: na época da Segunda Guerra, dos 3.700 animais existentes no zoo, apenas 91 sobreviveram ao conflito. Com a cisão de Berlim, o antigo zoológico ficou do lado ocidental. Foi criado, então, o Tierpark Berlin, aberto em 1955. Hoje tem 7.800 bichos de 900 espécies.

    Achou pouco se comparado ao Zoo Berlin? Bem, o Tierpark também tem seu título: maior zoológico da Europa, com uma extensão de 1,6 quilômetros quadrados. Outra informação de almanaque (mas na linha fofa): 15 elefantinhos nasceram lá desde 1999.

    Elefantes foram logo os primeiros bichos que vimos no Zoo Berlin, à direita do Löwentor, o portão do leão.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaNo nosso caminho até os macacos, estavam ainda animais de montanha, como cabras. Joaquim adorou subir as escadas e, curioso, entrar na casa de pedra. Do alto, além das construções do zoológico, é possível avistar prédios no entorno. O Zoo Berlin é o mais antigo da Alemanha, mas também é o mais urbano dos zoológicos que visitamos na nossa viagem.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Apenas no espaço dos cangurus – já do outro lado do Landwehrkanal, o canal que separa o zoo do Tiergarten, parque de Berlim – fica difícil perceber a cidade em volta. Nós andamos até lá.

    Bem, meu marido e eu caminhamos. Porque nosso filhote correu. A longa alameda que passa pela área das zebras e segue sobre a ponte é um convite para a criançada gastar energia. Se pintar fome ou sede no percurso, há quiosques na alameda antes da ponte.

    Olha a ponte na minha foto de 1992 (jisus, que cabelo é esse?!). Dá para ver lá no fundinho a Coluna da Vitória (Siegessäule), no meio do Tiergarten.

    Berlim, Viagem à Alemanha em 1992, Jardim Zoológico - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)

    No restante do zoológico, especialmente nas regiões próximas ao muro, você vê que a cidade cresceu até bem perto da borda de seu velho zoo. Pudera, ele fica colado à Kurfürstendamm, uma das principais avenidas de Berlim.

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    Destaque: visita em qualquer clima ou hora do dia

    Algumas casas de animais, de certo modo, também lembram que se está numa metrópole. Frio, neve, chuva. Nada estraga a visitação no Zoo Berlin. Essas áreas cobertas permitem ver os animais em qualquer clima ou hora do dia.

    Primatas têm sua casa, com gorilas e chimpanzés. Felinos, também. Nela estão leões, onças ou panteras. Na região dos macacos, painéis mostram os existentes no mundo. Embora as explicações sejam em alemão, pelos desenhos e pela diferença de tonalidade de verde dá para descobrir qual é originário de onde.

    Apenas um senão sobre as casas de animais: as jaulas internas parecem pequenas, especialmente no caso dos felinos.

    Passeamos pela parte interna da casa e flagramos o leão ao acordar de uma soneca depois de devorar uns quilos de carne. O bicho rugiu tão alto para os humanos que assistiam a seu despertar. O ronco ecoou pelas paredes frias no fim de tarde. Gelou a espinha. Com susto e tudo, Joaquim curtiu e, vira e mexe, comenta sobre a cena aqui em casa — leia mais sobre viagem à Alemanha com criança.

    O leão foi o último animal que vimos no Zoo Berlin. Seguimos, então, a indicação de saída. Uma breve caminhada e… surpresa! Lá estava o portão vermelho. Tiramos a foto para registrar o momento. Em que apresentei, enfim, ao meu filho o zoológico que havia conhecido em 1992. Em que minha lembrança encontrou o presente.

    Dois elefantes sustentam as colunas do portal. Maravilha, 22 anos depois, minha memória segue como a dos amigos mamíferos. Ah, detalhe, se quiser visitá-los – os elefantes de verdade –, eles ficam perto do Löwentor, o portão dos leões. E onde está aquele ruidoso felino? Colado ao Elefantentor, o portão de elefantes. Digno de dar nó na memória!

    Berlim, Viagem à Alemanha em 1992, Jardim Zoológico - Foto Nathalia Molina @ComoViajaBerlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    VALE SABER

    Endereço: Hardenbergplatz 8

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTransporte: As linhas de metrô U2 e U9 levam ao Zoo Berlin. Se for usar o S-Bahn (trem urbano), pegue a linha S-5, S7 ou S75. Em todas essas possibilidades citadas, a parada é Zoologischer Garten, que dá acesso à entrada principal do zoológico, a Efantentor.

    Nós estávamos na linha U1 do metrô, por isso, descemos na estação Kurfürstendamm e caminhamos até a entrada lateral, a Löwentor

    Funcionamento: O horário muda conforme a época do ano.

    1 de janeiro a 14 de março: das 9 às 17 horas

    15 de março a 23 de março: das 9 horas às 17h30

    24 de março a 7 de setembro: das 9 às 19 horas

    8 de setembro a 26 de outubro: das 9 às 18h30

    27 de outubro a 31 de dezembro: das 9 às 17 horas – 24 de dezembro, fecha às 14 horas

    Preço: 13 euros – crianças de 5 a 15 anos, 6,50 euros; abaixo de 5 anos, grátis. O zoológico oferece duas opções de family ticket (adulto com suas próprias crianças por 22 euros ou 2 adultos com suas crianças por 35 euros). O bilhete que inclui o zoológico e o aquário custa 20 euros – crianças de 5 a 15 anos, 10 euros. Nos family tickets, os preços são 33 euros e 50 euros, respectivamente

    Alimentação: Assim como no zoológico de Stuttgart, a empresa Schuler‘s GastZoonomie responde pela alimentação disponível no Zoo Berlin. O restaurante principal funciona durante o ano inteiro Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajae serve tanto especialidades locais quanto pratos internacionais.

    De março a novembro, há ainda outra opção, o Woodland Pub. A casinha de madeira fica perto do parquinho infantil. No cardápio, comida caseira e tortas. A empresa também administra os quiosques que vendem lanches (alguns deles na alameda próxima à área das zebras) e sorvetes pelo zoológico, além do Aquarium bistrô, localizado no aquário

    Dicas: Diariamente, de manhã ou à tarde, é possível ver bichos serem alimentados – abaixo estão alguns horários:

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja10h30 – urso polar

    11h30 – gorila

    13h45 – pinguim

    14h15 – hipopótamo

    15h30 – carnívoros (exceto às segundas; tigres e leões também não são alimentados às quintas)

    16 horas – macaco

    Segundo o site oficial, os horários costumam ser respeitados, mas, como ‘animais não são máquinas, pode haver alteração’

    Site: zoo-berlin.de/zoo.html

  • Zoológico de Nuremberg, com show de golfinhos

    Zoológico de Nuremberg, com show de golfinhos

    Texto de Fernando Victorino

    Resolvemos visitar o Zoológico de Nuremberg no dia em que ele fazia 102 anos. Uma história marcada por três reconstruções, duas devido às guerras. Da terceira vez em que precisou ser reerguido, o Tiergarten foi instalado na parte leste da cidade alemã, a 20 minutos de trem da estação central (Hauptbahnhof).

    Durante nossa viagem à Alemanha, visitamos quatro zoológicos imperdíveis. O zoo de Nuremberg foi um deles.

    Era domingo e, como nos disseram, o aniversário do zoológico seria um dia dedicado às famílias. Ao longo do nosso trajeto de bonde, era fácil notar pais e mães carregando mochilas, garrafas de água e pacotes de biscoito, acompanhados dos filhos. Mesmo sem entendermos nada do que eles conversavam, a sensação que passavam era a de que todos – tal como nós – estavam animados com aquele dia especial. Gostosa alegria sob o sol que teimava aquecer a manhã fria de 11 de maio de 2014.

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    No dia da nossa visita, o zoológico estava em festa pelo aniversário. As famílias ganhavam um vale-foto, e estandes espalhados pelas alamedas ofereciam atividades para as crianças. Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaEra possível, por exemplo, personalizar uma casinha para passarinhos.

    O Tiergarten é um orgulho para a gente de Nuremberg. Em 1934, o governo de Hitler decidiu que a área do zoo seria usada para a ampliação do espaço onde eram realizados os comícios nazistas. Deslocado para o lugar onde funciona até hoje, em 1939, pouco antes do começo da Segunda Guerra, o zoológico foi mais uma parte da cidade alemã dizimada pelo conflito.

    Com o fim da Segunda Guerra, o zoológico atravessou longos e progressivos períodos de reconstrução, sempre com o apoio (financeiro ou não) da população local. Isso segue até hoje, em eventos como o concerto beneficente realizado neste ano na lagoa dos golfinhos, cuja renda foi revertida para a preservação de espécies ameaçadas de extinção.

    Aos 102 anos, o zoológico de Nuremberg encontra formas de sobreviver à estupidez humana, que o obrigou a renascer três vezes e até hoje o leva a se reinventar. Tudo para manter seus habitantes vivos e suas portas abertas, a fim de que famílias ruidosas desfrutem de domingos de sol como o que vivenciamos durante nossa visita.

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Visão geral: um bosque no meio da cidade

    Localizado em um terreno de topografia irregular, o Tiergarten exige do visitante disposição para caminhar por subidas em certos momentos. O mapa do zoo mostra desde uma rota plana, voltada principalmente para cadeirantes – mas que não contempla todos os animais – até caminhos com perfis de inclinação diferentes: ligeiro, moderado ou acentuado.

    Não raro, vemos pais levando filhos de cavalinho por ladeiras. Uma alternativa para minimizar o cansaço das crianças são carrinhos de puxar que podem ser alugados no portão principal.

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaO relevo que castiga bípedes sedentários permite aos animais de montanha condição de vida próxima à do seu habitat. Entre a visita a uma espécie e outra, a caminhada não é penosa porque é feita por alamedas cercadas por árvores. Em uma delas flagramos um esquilo descendo o tronco em busca de comida.

    Diferentemente de zoológicos encravados no centro da cidade, o Tiergarten reúne fauna e flora de modo quase selvagem. A sinalização tira um pouco do fator surpresa que é perambular por um caminho e se deparar com o bicho mais adiante. Mas as placas são úteis em um parque dessa dimensão.

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    A propósito, é bom escolher o que você pretende ver porque pode ser difícil observar todas as espécies com a devida calma. Instalado em uma área de 670 mil metros quadrados, o zoológico de Nuremberg foi inaugurado em 1912, com 1.200 animais. Atualmente, possui 3.000 bichos de 300 espécies.

    Nosso filho, Joaquim, de 5 anos, queria ver o leão, então, nossa visita incluiu uma parada nos felinos. Encontramos o bicho preguiçoso, deitado sobre uma pedra como se desejasse que o mundo acabasse em barranco (que no caso dele se encontrava a uns 5 metros de distância).

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaJá o tigre mostrou-se indócil com tanta gente dentro da gruta de onde se pode observá-lo mais de perto. A foto tirada num raro momento em que ele se pôs quieto foi prejudicada pelo reflexo do vidro (santo vidro!) que nos separava.

    Também através de vidros vimos os pinguins nadando em um espaçoso parque aquático. Algumas crianças não precisam do colo dos pais para admirar o balé da turma de fraque porque a plataforma de observação fica a certa altura, com um vidro de proteção que desce até o chão. A visão fica tão desimpedida, que nosso pequeno Joaquim alternou entre uma lambida no sorvete e uma espiadinha para baixo.

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    Destaque: show com leões-marinhos e golfinhos

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Deixamos a área dos pinguins e aproveitamos a descida para apertar o passo rumo à lagoa dos golfinhos, cujo show iria começar em poucos minutos.

    Ponto alto do Tiergarten e atração rara para um zoológico, o show existe desde os anos 1970 e é bastante disputado pelos visitantes. Mas há um bom espaço para acomodar o público nas arquibancadas em volta dos tanques.

    Apesar de a apresentação ser feita toda em alemão, é possível apreciar os truques de golfinhos e leões-marinhos numa boa. Nosso filho não desgrudou os olhos da exibição, acompanhando as acrobacias feitas pelos animais.

    Não se trata de uma superprodução ao melhor estilo parques de Orlando, mas distrai bem crianças e adultos durante meia hora. As apresentações ocorrem diariamente, de acordo com a tabela do site oficial do zoológico: todos os dias, às 14 horas e às 15h30; de segunda a sexta, também às 10h30 e ao meio-dia; aos sábados e domingos, também às 11 horas e às 12h30.

    VALE SABER

    Endereço: Am Tiergarten 30

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTransporte: Nós usamos a linha 5 do bonde elétrico (tram), que pegamos em frente ao Grand Hotel Le Méridien, na Bahnstrasse, perto da Hauptbahnhof, estação central de trem. O ponto final do bonde nos deixou muito perto da entrada. Outra opção é usar a linha 65 de ônibus, com destino ao Tiergarten

    Funcionamento: O horário muda conforme a época do ano.

    1 de janeiro a 2 de março: das 9 às 17 horas

    3 de março a 29 de março: das 9 às 18 horas

    30 de março a 3 de outubro: das 8 horas às 19h30

    4 de outubro a 26 de outubro: das 9 às 18 horas

    27 de outubro a 31 de dezembro: das 9 às 17 horas

    Preço: 13,50 euros – crianças de 4 a 13 anos, 6,50 euros; abaixo de 4 anos, grátis. O zoológico oferece duas opções de family ticket (adulto com suas próprias crianças por 18 euros ou 2 adultos com suas crianças por 31, 50 euros)

    Alemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAlemanha, Nuremberg, Zoológico, Tiergarten - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAlimentação: Após a entrada, há quiosques para comprar um lanche rápido. Ao longo do zoológico, outros quiosques vendem lanches, sorvete e água.

    Dois quiosques maiores (que estão mais para lanchonete) ficam um à beira da lagoa dos golfinhos – do terraço, dá para assistir à apresentação, do lado oposto à plateia – e outro na área do petzoo. Escolhemos comer nesse segundo, que serve combos de salsicha ou schnitzel acompanhados por variações de batata (salada, cozida ou frita). O movimento é grande, mas não foi complicado achar mesa. Há banheiros e fraldário na parte de baixo do restaurante.

    Durante o inverno, é feito um revezamento na abertura dos quiosques. Já o restaurante Waldschänke , no ponto mais alto do zoológico, funciona o ano inteiro, das 9 às 19 horas (diariamente)

    Compras: Lembrancinhas como simpáticos macaquinhos de pelúcia também são encontrados em quiosques

    Dicas: É possível ver os animais serem alimentados. A maioria deles no período da tarde, de acordo com a tabela do site oficial:

    14h15 – urso polar (diariamente)

    14h30 – leões e tigres (exceto segunda e quinta)

    14h45 – lontra (diariamente)

    15h15 – pinguins (diariamente)

    O Tiergarten dispõe de carrinho de madeira para você levar sua cesta de piquenique, mochilas ou as crianças quando elas estiverem cansadas do passeio. Custa 3 euros mais um depósito de 20 euros que serve como caução. Pelos mesmos valores alugam-se cadeiras de rodas (mediante reserva pelo telefone 44-911-5454-825)

    Site: www.tiergarten.nuernberg.de

  • Zoológico de Stuttgart: Wilhelma, com jardim botânico

    Em Stuttgart, zoológico e jardim botânico se juntam no Wilhelma. Essa união faz do espaço um belo passeio com crianças na Alemanha. Flores e animais Ele foi um dos quatro zoos imperdíveis para crianças, que visitamos na Alemanha

    Não fosse o elefante como símbolo na entrada, você demoraria a entender que o Wilhelma, em Stuttgart, é também um zoológico. Porque a primeira visão que salta aos olhos nesse parque da Alemanha é a das cores nos canteiros, da beleza de um espaço concebido originalmente como um jardim botânico.

    O Wilhelma foi um dos quatro zoos que visitamos na nossa viagem à Alemanha. Quatro zoológicos da Alemanha, cada um a seu modo. O visual do Willhelma está certamente entre os mais bonitos.

    CANTEIRO DE FLORES NA ENTRADA DO WILHELMA – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Assim que entramos, nosso filhote, Joaquim, encontrou os pinguins à direita da lojinha. Observou os bichos de pertinho. A altura do lugar é excelente para crianças, bate na cintura de um adulto.

    Foto Nathalia Molina @ComoViaja - pinguins

    Depois brincou num painel que relaciona habilidades humanas com animais. A criança olha a atividade física, aí gira a figura e vê que bicho faz aquilo também. Com 5 anos, Joaquim gostou de suas pequenas descobertas.

    Antes de nos aventurarmos pelo restante da bicharada, visitamos as estufas de flores e atravessamos o histórico jardim mourisco, criado a pedido do rei Guilherme I. O governante inventou o Wilhelma para ele mesmo desfrutar na forma de palácio real, tendo Alhambra, na Espanha, como inspiração.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (30)

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (43)

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (51)

    Em nossa visita, além da flora, demos um giro no que consideramos o primeiro escalão do reino animal: elefante, girafa, zebra, leão e macaco. Pelo menos para o nosso filho, eles são imprescindíveis numa ida ao zoológico.

     

    Como é o Wilhelma

    O próprio site do Wilhelma explica que é impossível ver tudo em um só dia e recomenda ao visitante escolher regiões do parque por área de interesse.Diante de 300.000 m² de extensão, facilita muito a empreitada se você der uma olhada antes no site, que oferece sugestões de roteiro para fãs de botânica, adoradores de aquário, amantes das árvores ou para quem simplesmente quer dar um passeio por suas alamedas no fim de tarde. Até roteiro para dias de mau tempo tem.

    Em casos assim, recomenda-se visitar espaços fechados, como a Casa da Amazônia (Amazonienhaus), que reúne 2.000 plantas de 350 espécies da floresta mais famosa do mundo. Você se sente cercado pela vegetação em um ambiente em que a temperatura oscila entre 25 e 28 graus, com umidade em torno de 80%. Tivemos de tirar os casacos para aguentar a sensação.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (52)

    Para quem se interessa por aranhas, centopeias e outros pares, outro lugar coberto é o insetário (Insektarium). Não é o nosso caso.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (56)Curtimos mesmo visitar uma única área dele: o salão das borboletas (Schmetterlingshaus). Não dê bobeira com a porta aberta ao entrar e sair. Elas voam livremente pelo jardim e pousam nos bancos e no chão. Cuidado ao se sentar ou pisar.



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    Um vidro mantém as borboletas que estão para sair do casulo. É lindo poder ver essa transformação, e mais bonito ainda ser agraciado pelo delicado pouso de uma das borboletas em seu corpo. Convenhamos, experiência bem mais agradável e menos aflitiva do que ver tarântulas e lacraias (ainda que pelo vidro).

    Nós pegamos tempo bom. Na parte baixa do Wilhema, perto da Casa da Amazônia e das borboletas, vimos ainda ao ar livre a região dos cangurus.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (60)

    Joaquim ficou feliz de se medir na régua dos bichos e saber que está da altura de um cachorro. Também gastou energia pulando no piso elástico ali ao lado.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (59)

    Para ver animais maiores como leões, zebras, girafas e elefantes, é preciso ir até a área mais alta do Wilhelma, depois dos jardins. Nós vimos todos esses, a visita mais marcante, porém, foi à onça. Ela caminhava de forma imponente ao longo da grade, passando bem diante de nós. Ainda na linha dos bichos que costumam ser mais cobiçados pelas crianças num zoológico, visitamos vários tipos de macacos.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (32)

     

    O que fazer no zoológico de Stuttgart

    Os bonobos são estrelas no Wilhelma e têm uma casa bacana para chamar de sua. Aberta em maio de 2013, a Affenhaus abriga bonobos e gorilas, separadamente. Os bonobos são os símios que apresentam maior semelhança com os seres humanos, daí tantas câmeras apontadas para registrar o cafuné da mamãe no filho ou a pose do macho descansando sobre um monte de palha, como quem se joga num sofá depois de um dia de muito trabalho.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (36)

    Os animais são vários e bem expostos, mas lembre-se, antes de tudo, você está em um jardim botânico. Por essa razão, reserve um tempinho para visitar as estufas localizadas à esquerda da entrada principal. Fizemos isso logo de cara e não nos arrependemos da escolha.

    Chama atenção o cuidado que as estufas recebem, como se o cenário estivesse pronto para uma sessão de fotos. Não há aquela cara de canteiro da vovó ou aquele cheiro de terra molhada o tempo todo. Do lado de fora, sequências de flores formam um colorido tapete sobre o gramado verdejante. Minha mulher, Nathalia, adora flores e se perdeu pelas estufas. Joaquim a acompanhou tirando muitas fotos. Em algumas, foi ele que registrou a mãe em meio ao jardim. O iPad virou filmadora porque a profusão de cores exigiu registro de cada tonalidade encontrada em azaleias, orquídeas e demais espécies.

    O jardim mourisco, no caminho de quem sobe para ver os animais, estava carregado de magnólias na época do ano em que passamos por lá. Deu vontade de sentar num dos vários bancos no entorno e ficar de papo para o ar.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (28)

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    VALE SABER

    Endereço: Wilhelmaplatz 13

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Transporte: A partir da Hauptbahnhof, a estação central de Stuttgart, o caminho mais rápido é pegar a linha U14 do metrô, sentido Remseck Neckargröningen, e descer na parada Wilhelma.

    Nós voltamos por esse percurso, mas chegamos pela linha U13 porque estávamos em outra área da cidade. Descemos na estação Rosensteinbrücke, na rua lateral do Wilhelma. Voltamos contornando o muro e viramos à direita para chegar à entrada.

    De ônibus, as linhas 52, 55 e 56 são indicadas pelo site oficial, que sugere descida também na parada Rosensteinbrücke

    Funcionamento: Abre 365 dias por ano com horários de entrada que variam conforme os meses:

    Novembro a fevereiro: das 8h15 às 16 horas (fechamento às 17 horas)

    Maio a agosto: das 8h15 às 18 horas (fechamento às 20 horas)

    Março e outubro: das 8h15 às 17 horas (fechamento às 18h30)

    Abril e setembro: das 8h15 às 17h30 (fechamento às 19h30)

    Preço: 14 euros – crianças de 6 a 17 anos, 7 euros; abaixo de 6 anos, grátis. O zoológico oferece duas opções de family ticket (adulto com suas próprias crianças por 21 euros ou 2 adultos com suas crianças por 35 euros)

    Alimentação: Nossa visita ocorreu após o almoço, mas há três lugares para matar fome, todos da rede Schuler’s GastZoonomie, que mantém unidades também nos zoológicos de Berlim e Kalrsruhe. Em Stuttgart, o maior deles é o restaurante Wilhelma. Fica perto da entrada principal (entre o insetário e o espaço dos cangurus) e oferece pratos locais.

    Alemanha, Stuttgart, Zoológico, Jardim Botânico, Crianças, Wihelma - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (57)

    Opção localizada no extremo oposto é o restaurante próximo à mini-fazenda. É ideal para ir com crianças, já que fica perto do zoológico e ainda possui área com Lego e quebra-cabeças. Tem cardápio semelhante ao do Wilhelma, incluindo menu infantil. Quem estiver com bebês pode solicitar aquecimento de mamadeira, como sugere o próprio site do zoo.

    Entre abril e setembro, o Bistrô Belvedere funciona como uma opção para pratos rápidos, massas e pizza. Café e bolos também fazem parte do menu. Um restaurante pequeno, num ponto alto, de onde, como o nome em italiano sugere, se tem bela vista

    Dicas: Além de ver alguns bichos comendo, as crianças podem acompanhar o banho dos elefantes, diariamente, em horário indicado na própria casa do animal. Outras espécies têm sua rotina de alimentação assim indicada pelo site oficial.

    11 e 15 horas – leões-marinhos (exceto quintas)

    11h30 – tigres (exceto segundas e sextas)

    14 horas – crocodilos (às segundas)

    14 horas – aves de rapina (exceto segundas e sextas)

    14h30 – pinguins (diariamente)

    Site: www.wilhelma.de

  • Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Quando dizem que viajar faz bem para a saúde, pode acreditar, não é força de expressão. A incursão de quase um mês pela Alemanha me trouxe benefícios que vão além da cultura e da beleza do país. Me levou a perceber que eu poderia ter um problema com glúten.

    Já vinha me sentindo mal havia tempos, com períodos de melhora e piora. Mas durante os primeiros 20 dias na Alemanha fiquei melhor. Nem me dei conta (quando está bem, quem se lembra de problema, né?). Além disso, em viagens sempre caminho muito, tomo bastante água. Tendo, então, a acreditar que esses efeitos são os responsáveis pelo bem-estar. Sem contar, é claro, na quantidade imensa de serotonina que a felicidade de viajar deve liberar em mim.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMas no fim da viagem, já em Frankfurt, voltei a me sentir mal. Também tomada pelo prazer da visita à Alemanha em família, não parei para pensar sobre o assunto. De fato, essas observações só vieram depois, já no Brasil. E pelo meu marido, Fernando: ‘Você se deu conta de que quase não passou mal na Alemanha? Só em Frankfurt, quando começamos a comer massa, você voltou a ter problema.’

    Nossa, era verdade. Na visita a Berlim, Munique, Nuremberg e Stuttgart, eu havia comido basicamente comida alemã. Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMuita carne de porco e salsichas mil, acompanhadas de repolho e batata em muitas variações. Especialmente a salsicha de Nuremberg, minha preferida. Comi em vários lugares da Alemanha. Em Nuremberg, alguns foram o restaurante medieval Zum Gulden Stern e barracas nas ruas, no formato drei im weggla. Afpelstrudel, aquela maravilha de torta de maçã, só experimentamos uma vez, em Berlim.

    Alergia à cerveja alemã?!

    Além disso, tinha outra constatação revelada ainda antes de sair do Brasil: eu não conseguia mais tomar cerveja alemã. Custei muito a acreditar nessa ideia, que parece mais uma praga. Logo eu, tão cervejeira. Eu amo cerveja alemã!

    Há dois anos tomei meio copo e, em questão de minutos, minha cara parecia estar pegando fogo de tanto que queimava. Uma mancha vermelha foi pintando meu rosto todo e chegou ao pescoço. Fui parar no pronto-socorro. Fato inesquecível. Até hoje me dói o lugar onde o enfermeiro do São Camilo me aplicou uma injeção para estancar a crise alérgica.

    Na ocasião, meu marido e eu pensamos que pudesse ter sido algum problema com a garrafa da cerveja. Será que tínhamos lavado direito? Quase um ano depois, resolvi fazer um teste. Dois goles na cerveja, e corri para o comprimido de corticoide para parar a vermelhidão galopante.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaFui para a Alemanha – viagem que incluía a minha primeira visita a Munique – lamentando que não poderia entornar os canecos como fazem os locais, mas ainda esperançosa de que poderia bebericar. Afinal, eu já tinha ido ao país várias vezes e sempre tinha bebido cerveja alemã!

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaChegando lá, até conseguia tomar uns golinhos de cerveja, da mais clarinha, amarelinho quase bebê. Ficava vermelha, nada alarmante. Mas só uns golinhos. Fernando pedia um canecão para ele, e eu bebericava, como fiz no Löwenbräu em Berlim (primeiro restaurante onde comemos na viagem) ou no biergarten do Viktualienmarkt em Munique (jardim de cerveja na praça do mercado). Valeu para tirar as tradicionais fotos segurando o caneco.

    Na nossa ida à Hofbrauhaus, a cervejaria mais famosa de Munique, me rebelei: pedi uma cerveja de trigo. ‘Vou pedir a que eu gosto mais. Se não der para beber, você toma, Fê?’. Proposta difícil de topar, né?

    Quase me emocionei com aquele copão quando a garçonete colocou nossos pedidos à mesa. Minha alegria foi embora depois de dois goles. O comprimidinho de corticoide estava na bolsa para me salvar. Pronto, não dava mais para tentar tomar. Melhor era procurar entender no Brasil o que estava acontecendo. Pelo menos valeu o brinde com Fernando de chope tradicional e Joaquim de suco de maçã espumado. Vê só as caras engraçadas na foto do alto deste texto.

    Em comum entre massa e cerveja: o glúten

    Em casa, quando Fernando chamou atenção para minha melhora nos primeiros 20 dias na Alemanha, juntei lé com cré. O que havia em comum entre massa e cerveja? O glúten! A proteína é encontrada no trigo, na cevada e no centeio.

    Resolvi, então, testar uma alimentação sem glúten. Durante 40 dias, me senti outra pessoa. Nesse período, estive na Argentina, onde não encontrei nenhuma dificuldade para manter a opção gluten free, lá tem até voo da LAN com lanche especial sem glúten.

    Interessante ver que, mais do que descobertas turísticas ou gastronômicas, viajar proporciona tantas sensações e experiências que podem mudar sua vida. Comigo tem sido assim. Não só pelo glúten. O contato com os muitos mundos com que topo me traz vários benefícios. Agora efetivamente até para a saúde.


    *

    Depois que escrevi este texto em 2014, passei por um longo período de testes, exames e consultas. Isso porque voltei a me sentir mal, mesmo sem comer glúten. Agora, em 2016, estou bem e de volta à ativa! Ao que parece, o glúten me prejudicava por causa do intestino irritável, um dos sintomas da minha fibromialgia, descoberta nos últimos anos. Tudo ainda é novidade para mim. No entanto, já voltei a comer glúten gradativamente. Ah, e já tomei cerveja algumas vezes! Ainda não testei a alemã 

     

  • Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha é uma das comidas típicas da Alemanha. Em Nuremberg, a bratwurst local é pequena, saborosa e crocante, a melhor para nós. Provamos essa delícia em barraquinhas de rua e num restaurante da Idade Média

    ATUALIZADO EM 6 DE ABRIL DE 2017

    Salsicha na Alemanha é assunto sério. E, claro, divide gostos e opiniões. Eu tenho minha preferida: a Nürnberger Rostbratwurst, original de Nuremberg, na Baviera. Grelhadinha, é para mim a mais gostosa salsicha alemã.

    É produzida desde o século 14 na cidade da região histórica da Francônia, que ocupa parte do norte da Baviera. A receita leva basicamente carne de porco, sal e especiarias, responsáveis pelos pontinhos pretos característicos. Em 2003, a União Europeia deu às denominações Nürnberger Bratwurst e Nürnberger Rostbratwurst o registro de Indicação Geográfica. Ou seja, reconheceu que a salsicha é uma especialidade europeia de tradição e produzida apenas em determinado lugar. Para levar esse nome, só sendo produzida nos arredores de Nuremberg.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    A GENUÍNA NÜRNBERGER ROSTBRATWURST – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Pequenina, tem entre 7 e 9 centímetros e pesa de 20 a 25 gramas. Várias histórias explicam esse tamanho nada usual entre as salsichas da Alemanha. Uma delas diz que as tabernas da Idade Média tinham de fechar cedo e as salsichas pequenas eram práticas pois passavam pelo buraco da fechadura. Assim clientes do lado de fora podiam continuar comendo a especialidade apesar do restaurante fechado. Engraçado imaginar as pessoas enfrentando as leis rígidas e o frio intenso no inverno para comer salsichas.

    Pensando bem, até que não seria uma má ideia. Ah, que saudade do café da manhã de hotel na Alemanha! A Rostbratwurst sempre estava entre as opções na área quente do bufê. De cor clarinha com uns pontinhos escuros (das especiarias usadas no preparo), quando grelhada, fica com a casquinha crocante e dourada.Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    ONDE COMER NA CIDADE
    Pode-se degustar essa maravilha em uma das barraquinhas nas praças e ruas do centro histórico de Nuremberg, que vendem o sanduíche drei im weggla, o mais pedido pelos locais.

    SAI UM DREI IM WEGGLA NO CAPRICHO!

    Ou num dos restaurantes históricos que ainda fabricam suas salsichas seguindo receitas medievais, como o Zum Gulden Stern, onde tivemos o prazer de almoçar na chegada a Nuremberg. Tradicionalmente é acompanhada de salada de batata e/ou chucrute (sauerkraut).

    E para você? Qual é a sua salsicha alemã preferida?

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

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