Categoria: Passeio

Passeio é uma parte fundamental do roteiro de viagem. Confira pontos turísticos, museus, atrações e mais atividades para escolher o que fazer em destinos no Brasil e no exterior. Nestas publicações, falamos de tudo que pode ser interessante nos lugares. Isso inclui tanto cartões-postais como opções fora da lista básica de atrativos.

Alguns exemplos do que você encontra em destinos brasileiros são: o Aquário do Rio de Janeiro, o Planetário do Ibirapuera (São Paulo) e o Projeto Tamar (Praia do Forte, na Bahia). No exterior, há ideias tão distintas quanto a área de Harry Potter nos parques da Universal (Orlando) e o Reichstag (Parlamento Alemão, em Berlim).

Entre as listas do que fazer nas cidades estão Jericoacoara (Ceará), Campos do Jordão (SP) e Porto (Portugal), entre outros.

  • East Side Gallery: arte no Muro de Berlim

    East Side Gallery: arte no Muro de Berlim

    EAST SIDE GALLERY E TORRE DE TV (ESQ) - Foto: Philip Koch/visitBerlin/Divulgacao
    EAST SIDE GALLERY E TORRE DE TV AO FUNDO – Foto: Philip Koch/visitBerlin/Divulgacao

    Em fevereiro de 1990, poucos meses depois de o Muro de Berlim começar a ser derrubado, centenas de artistas de 20 países se reuniram para produzir as 101 pinturas expostas ao longo de 1.316 metros do lado oriental do muro, maior segmento da antiga fronteira que permanece de pé.

    O tom cinza, medonho e triste das imensas placas de concreto originais, que repartiram Berlim ao meio por 28 anos, foi substituído por cores e traços fortes, dando origem ao East Side Gallery. Esse espaço às margens do rio Spree tornou-se mais que a maior galeria de arte a céu aberto do mundo. Virou um permanente convite à reflexão sobre liberdade.

    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Além de um passeio a pé para ver de perto toda a extensão da exposição, vale experimentar enxergá-la por outro ângulo. Em uma manhã chuvosa de domingo, Nathalia, Joaquim e eu subimos num ônibus hop on hop off e conseguimos fotos bem interessantes, sentados no 2º andar do ônibus panorâmico. O ritmo lento do circular que visita os principais pontos de Berlim ajuda a visualizar os painéis do East Side. Vítimas da ação do tempo, de pichações e até de vandalismo, as pinturas foram restauradas em 2009.

    Turistas posando para selfies em frente às obras fazem parte da rotina da cidade atualmente. Vejas alguns dos destaques:

    • Fraternal Kiss (Mein Gott hilf mir, diese tödliche Liebe zu überleben): ao pé da letra, a obra chama-se Meu Deus, ajude-me a sobreviver a este amor mortal! O Beijo Fraterno (em alemão, Bruderkuss) entre o então presidente da República Democrática da Alemanha, Erich Honecker, e seu camarada Leonid Brejnev, líder da União Soviética, é o grande cartão-postal do East Side Gallery. O tradicional cumprimento soviético selou o encontro entre os líderes políticos em 1979. A foto famosa correu o mundo e foi reproduzida pelo artista russo Dmitri Vrubel.
    Beijo Franterno East Side Gallery Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (13)
    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

     

    • Wall Jumper (Mauerspringer): de autoria do neo-zelandês Gabriel Heimler, a pintura de um homem que foge do lado oriental pulando o muro é um dos cenários mais buscados para cliques.
    Wall Jumper Gabriel Heimler East Side Gallery Berlim Alemanha - Foto de dietadeporte no Flickr por Creative Commons
    Foto: dietadeporte/Flickr/Creative Commons

     

    • Test The Rest: o Trabant, veículo-símbolo da Alemanha socialista, atravessando o muro é outro imã de visitantes. A obra de Birgit Kinder carrega na placa a data da queda do Muro de Berlim, 9 de novembro de 1989.
    Foto do perfil 'savagecats' no Flickr por Creative Commons
    Foto: savagecats/Flickr/Creative Commons

     

    • Homage to the Young Generation (Hommage an die Junge Generation): um dos primeiros artistas que começou a pintar o Muro ainda em 1984, Thierry Noir também tem trabalhos expostos nas ruas de Londres e Nova York. O francês é visto de pincel à mão trabalhando em uma de suas obras numa cena do filme Asas do Desejo, de Win Wenders, de 1987.
    Foto: Tanja Koch/visitBerlin/Divulgacao
    Foto: Tanja Koch/visitBerlin/Divulgacao

     

    • It Happened in November (Es Geschah im November): nascido no Irã, Kani Alavi estudou artes em Berlim e viveu nas imediações do Checkpoint Charlie durante a Guerra Fria. O mar de rostos buscando atravessar o Muro expressa o tamanho do impacto gerado pelo que aconteceu em novembro de 1989.
    Foto: Perfil 'savagecats'/Flickr/Creative Commons
    Foto: savagecats/Flickr/Creative Commons

     

    • Worlds People (Wir sind ein Volk): a psicodelia presente no painel do alemão de origem russa Schamil Gimajew também tem forte impacto visual.
    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

     

    • Berlyn: a pintura do ilustrador de livros infantis Gherard Lahl dispensa tradução.
    Foto: Fernando Victorino @ComoViaja
    Foto: Fernando Victorino @ComoViaja

     

    VALE SABER

    Endereço: Mühlenstrasse, entre a Oberbaumbrücke (Ponte Oberbaum) e a estação Ostbahnhof

    Transporte: De S-Bahn e desça na estação Warschauer Strasse ou Ostbanhhof. A linha U1 também leva à 1ª estação

    Funcionamento: 24 horas

    Preço: Grátis

    Site: eastsidegallery-berlin.de

  • Ilha de Museus (Berlim): conheça os 5 na região central de Mitte

    Ilha de Museus (Berlim): conheça os 5 na região central de Mitte

    É uma ilha, posto que é cercada por água. Mas é acessível por terra, visto que nós chegamos até ela a pé. Uma vez ilha, poderíamos dizer, sem medo, que é paradisíaca, dada a quantidade de museus (5) que, reunidos, guardam em torno de 6 mil anos de história da humanidade. A Ilha de Museus (Museumsinsel) fica em uma faixa de chão envolvida pelo Rio Spree, no distrito de Mitte, região central de Berlim. Ali perto, fica outro museu imperdível para quem se interessa pela história da Alemanha Oriental, o DDR Museum (compre o ingresso).

    Em virtude do monumental acervo, é praticamente impossível ver tudo na Ilha de Museus em uma mesma visita. Se quiser conhecer só as principais obras expostas, reserve pelo menos 1 dia inteiro para isso. Nesse caso, a tarefa é facilitada porque os museus ficam perto uns dos outros.

    Mapa da Ilha de Museus Berlim Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    A proximidade explica porque quase todos eles terminaram arrasados ao final da Segunda Guerra. Além dos bombardeios sobre Berlim que destruíram muitas obras de arte, algumas peças foram roubadas em meio ao caos que tomou conta da cidade, sem falar na divisão feita em parte do acervo após a separação das Alemanhas. O processo de revitalização dos museus ainda não havia começado quando Nathalia esteve em Berlim, em 1992 – o 1º museu reaberto totalmente foi o Alte Nationalgalerie, 2 anos após a Unesco declarar a Ilha de Museus Patrimônio da Humanidade, em 1999.

    Cada prédio tem estilo arquitetônico próprio, motivo suficiente para conhecer o conjunto formado por eles. Visitar a Ilha de Museus é prestar adoração à arte, tomá-la como algo sagrado. A seguir, um resumo do que você vai encontrar em cada espaço.

    1 | Pergamonmuseum

    Quando Nathalia, Joaquim e eu atravessamos a Via Procissional da Babilônia, rapidamente entendemos o que aquele corredor desejava despertar nos visitantes que se aproximavam da cidade na região da Mesopotâmia. A ferocidade dos leões pintados nas paredes buscavam intimidar a quem desejasse transpor aquela fronteira sem que tivesse sido convidado a fazer isso.

    Não era o nosso caso. Vencido o grande corredor, nos depararmos com a majestosa Porta de Ishtar, um dos acessos para a cidade da Babilônia. Aquela imensidão de azulejos azuis vitrificados nos torna ínfimos diante de seus mais de 14 metros de altura e 30 metros de extensão. A luz natural que entra pelo teto do museu potencializa a grandiosidade arquitetônica da obra.

    Caçula da ilha, o Pergamon é o museu mais frequentado de Berlim, com 1 milhão de visitantes por ano. Erguido em 1930, está dividido em 3 espaços e se destaca por reconstruir partes de cidades da Antiguidade. Quando estivemos na Alemanha, o museu já se encontrava em reforma, mas ainda foi possível nos sentarmos na escadaria do Altar de Pérgamo, obra erguida no século 2 a.C e dedicada a Zeus.

    Joaquim e eu nos aboletamos nos degraus enquanto ouvíamos as explicações do audioguia (Quim não entendia nada do inglês que era dito, mas fazia aquela cara de conteúdo, que terminou despertando risos num grupo de estudantes sentados ao nosso lado).

    Veja o altar e o painel de 113 m em baixo relevo que narra a luta entre deuses e gigantes da mitologia. Na ala dedicada à arte islâmica encontram-se ruínas da fachada do palácio de Mshatta. Compre o ingresso com direito a audioguia.

    2 | Neues Museum

    Construído na metade do século 19, o Novo Museu foi bastante castigado pelas bombas na Segunda Guerra, permanecendo em ruínas até 1999. Restaurado e reaberto 10 anos depois, apresenta peças de arte egípcia e coleções que abrangem do período Paleolítico à Idade Média. Vale ver o busto da rainha Nefertiti, encontrado em 1912 durante escavações em Amarna, capital do Egito Antigo. Compre o ingresso sem fila e com audioguia.

    Neues Museum (à direita) e cúpula da Catedral de Berlim (ao fundo)

    3 | Altes Museum

    Inaugurado em 1830, é o mais antigo museu da ilha, obra de arquitetura neoclássica do renomado Karl Friedrich Schinkel, que projetou um pórtico de quase 90 metros de altura, sustentado por 18 colunas em estilo jônico. Trata-se do maior e mais importante acervo de arte antiga, com peças greco-romanas e etruscas. Esculturas, vasos, moedas e joias estão entre as peças em exposição, com destaque para a estátua da Deusa Berlim. Veja também as representações dos rostos de Júlio César e Cleópatra.

    Altes Museum Berlim Museu Ilha Museumsinsel Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Altes Museum, o mais antigo da Ilha

    4 | Bode-Museum

    Por fora, é o prédio que mais passa a sensação de que os museus ficam mesmo sobre uma ilha — sua estrutura lembra um pouco a proa de um navio. Esculturas produzidas do início da Idade Média até o final do século 18, obras do Período Bizantino, de parte do Renascimento Italiano e uma das maiores coleções de moedas do mundo fazem parte do acervo do museu, que leva o sobrenome de seu 1º diretor, Wilhelm von Bode. Há uma galeria para as crianças participarem de oficina de artesanato, lerem ou ouvirem histórias.

    ILHA DE MUSEUS
    Bode Museum, cuja arquitetura lembra a proa de um navio

    5 | Alte Nationalgalerie

    Depois de projetar o Neues Museum, o arquiteto Friedrich August Stüler se inspirou na Acrópole de Atenas para erguer a Antiga Galeria Nacional, inaugurada em 1876. Lá estão obras do século 19 doadas pelo banqueiro Joachim Heinrich Wilhelm, principalmente quadros de Caspar David Friedrich, representante da pintura romântica alemã.

    O museu foi o primeiro do mundo a comprar quadros impressionistas, de Édouard Manet e Claude Monet, em 1896. Atualmente o acervo é inspirador, com quadros também de Pierre-Auguste Renoir e Paul Cézanne – difícil fazer Nathalia querer sair do 2º pavimento, dedicado ao impressionismo.

    1º museu a investir em Impressionistas – Foto: @ComoViaja

    VALE SABER:

    Endereço: A Ilha de Museus fica em Mitte, perto da Catedral de Berlim (Berliner Dom)

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 18 horas. Os 5 museus fecham às segundas

    Preço: Altes Museum e Bode-Museum, 10 euros cada; Pergamonmuseum e Alte Nationalgalerie, 12 euros cada; Neues Museum, 14 euros. O ingresso que dá acesso a todos os museus custa 19 euros (ou seja, se você já tiver interesse em visitar pelo menos 2 museus, esse é o bilhete a ser comprado).

    Há ainda a opção de comprar o ingresso do Pergamonmuseum (com direito a audioguia) e o ingresso do Neues Museum (sem fila e com audioguia), com a GetYourGuide, empresa alemã que vende tours e entradas de atrações em destinos pelo mundo.

    Transporte: Se os museus ficam em uma ilha, natural que uma das maneiras de se chegar até lá seja navegando. Em Berlim, há várias empresas que realizam passeios de barco pelo rio Spree, cada uma com um píer próprio.

    De metrô (U-Bahn), use a linha U6 e desça na Friedrichstrasse

    De trem (S-Bahn), utilize as linhas S1, S2, S25 e desça também na Friedrichstrasse ou as linhas S5, S7 e S75 para descer na Hackescher Markt

    De tram (trem de superfície), use as linhas M1 ou 12, que param na Am Kupfergraben ou M4, M5, M6 e desça em Hackescher Markt

    De ônibus, tome as linhas 100 e 200 e desça no Lustgarten (o Jardim das Delícias fica em frente à entrada do Altes Museum) ou pegue o TXL e salte na Staatsoper ou ainda utilize a linha 147 e desça na Friedrichstrasse

    Alimentação: Cada um dos 5 museus possui um café. Paramos para um lanche rápido dentro da Alte Nationalgalerie. Enquanto folheou livros infantis, Joaquim faturou umas 4 ou 5 madeleines, aqueles bolinhos franceses em forma de conchas que acompanham uma xícara de café. Virou fã. Agora acha que tem madeleine sempre que paramos para um café

    Dicas: Se a ideia for se aprofundar um pouco mais sobre acervos e exposições, pergunte na bilheteria sobre audioguias.

    Lembre-se de andar com moedas de 1 euro se quiser usar os guarda-volumes dos museus. A moeda é usada para abrir o compartimento. Quando você retira suas coisas, ela é devolvida

    Site: smb.museum

  • Berlim Oriental hoje: no leste ficam os principais pontos turísticos

    Berlim Oriental hoje: no leste ficam os principais pontos turísticos

    Uma pergunta me intrigava: onde ficava aquela parte do Muro de Berlim? Na minha primeira viagem à cidade, em 1992, tirei fotos diante de um segmento da antiga barreira que dividia a cidade em Ocidental e Oriental. Em 2014, quando voltei à Alemanha em família, com Fernando e Joaquim, não encontrei o trecho fotografado 22 anos antes. Mas descobri que os principais pontos turísticos de Berlim visitados atualmente na capital da Alemanha ficam do lado leste da cidade.

    Depois de muito pesquisar na internet, já de volta ao Brasil, finalmente descobri que estivemos bem próximos daquele trecho do Muro, pintado em preto e branco com uma contagem de mortos que tentaram atravessar a velha fronteira. Seguia lá, à beira do Rio Spree. Só que encoberto.

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    Estive em Berlim em dois momentos depois da queda do Muro: 1992 e 2014. Como era e como é a cidade? Minha sensação ao me deparar com o Muro três anos após a queda e agora? Você fica sabendo aqui: http://abre.ai/muro-de-berlim-queda #comoviaja #alemanha #berlim #muro #murodeberlim #viagem #BLN25YearsLater #germany25reunified

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    Na reconstrução de uma cidade unida, edifícios foram adicionados ao Reichstag, o prédio do parlamento alemão (Deutscher Bundestag), que ficava na parte ocidental, muito próximo da barreira que foi símbolo da Guerra Fria. Aquele segmento que vi em 1992 foi restaurado para virar o Mauermahnmal (Memorial do Muro).

    Na descrição do folheto oficial, ele foi instalado, mantendo seu percurso original, como um corpo estranho que corta a Marie-Elisabeth-Lüders Haus, inaugurada em 2003. Juntamente com 2 outros novos prédios, a construção faz parte do Band des Bundes, espécie de Alameda Federal, tida com um símbolo arquitetônico da Alemanha reunificada.

    Trecho do Muro de Berlim aparece no fundo da imagem – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
    Mesma região de Berlim após reunificação da Alemanha – Foto: Günter Steffen/Visit Berlin/Divulgação

    Ali ao lado, a Kronprinzenbrücke foi reerguida em 1996, com os indefectíveis traços do espanhol Santiago Calatrava. Destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra e esquecida durante o período do Muro, a ponte foi uma das primeiras conexões retomadas entre as porções ocidental e oriental de Berlim.

    Para se locomover na cidade, existem cartões que incluem transporte e dão desconto em atrações na capital alemã. Um deles é o EasyCity Pass, com S-Bahn, metrô, ônibus, bonde e trem regional. Já o Berlin WelcomeCard dá direito a transporte público nas zonas A e B e tem versões de 48 horas a 6 dias. Importante: valide seu tíquete antes de embarcar ou a multa será puxada.

    Além disso, veja as opções para garantir ingressos e tours em Berlim. Esse link é da GetYoutGuide, parceria do Como Viaja que trabalha vendendo serviços turísticos em diferentes cidades pelo mundo; como é uma empresa alemã, estão disponíveis muitas atividades turísticas na Alemanha. Muitos desses passeios contam a história da cidade e propõem roteiros que visitam o passado alemão.

    Pontos turísticos em Berlim Oriental

    Um estrangeiro menos atento mal percebe o lado leste (Ost, em alemão) e o oeste (West). Caminhando pela capital alemã, obviamente veem-se marcas da divisão da Alemanha, como nos riscos no chão da então partida Potsdamer Platz. Ali, no espaço antes ocupado pelo Muro, foi realizado no verão de 1990 o simbólico show The Wall – Live in Berlin, com Roger Waters, ex-líder da banda Pink Floyd. Ao longo dos séculos uma das principais praças da cidade, a Potsdamer voltou a esse patamar para a população de Berlim após a queda do Muro.

    Potsdamer Platz, praça de Berlim – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Testemunhas daquele tempo estão em vários bairros berlinenses, como a DDR-Grenzwachturm, torre de vigilância da antiga Alemanha Oriental. Originalmente localizada entre o Portão de Brandemburgo e a Leipziger Platz, o modelo BT 6 foi instalado e é aberto à visitação na Erna-Berger-Strasse, rua perto da Leipziger, praça colada à Potsdamer.

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    Em setembro de 2015, foi inaugurado na Leipziger Platz o Spy Museum Berlin, para reviver experiências e métodos de infiltração usados em Berlim, chamada de capital dos espiões. Com muita tecnologia (ao menos 200 telas em alta resolução), o museu usa recursos multimídia para transportar os visitantes à atmosfera da espionagem.

    Torre de TV, Ilha de Museus e Catedral de Berlim

    Apenas para um roteiro histórico focado em Berlim Oriental já sobrariam opções para incluir na viagem. Mas, ainda que seu interesse não seja ver especificamente os traços remanescentes desse passado, é interessante saber que muitas das atrações clássicas que atualmente fazem a festa dos turistas na capital da Alemanha ficam na antiga porção oriental.

    São vários os pontos turísticos de Berlim incluídos na lista de indispensáveis, os ‘must-see’ — muitos, como a Catedral de Berlim (Berliner Dom), têm entrada gratuita com o Berlin Pass. No lado leste da cidade, ficam a Alexandreplatz (praça central da metrópole), a Torre de TV de Berlim (garanta ingresso com acesso prioritário), a Ilha de Museus (compre o Berlin WelcomeCard com entrada para Ilha de Museus e transporte público) e a Unter den Linden, alameda que conecta o Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) à Schlossplatz, praça na Ilha de Museus. A gente mal se dá conta disso.

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    Difícil mesmo ver essa linha divisória na metrópole alemã 30 anos depois. Desde que Berlim voltou a ser a capital da Alemanha em 1990, a cidade vem passando por uma extensa e constante reestruturação — as gruas são quase parte do cenário, um desafio para viajantes registrarem imagens sem elas. Completamente renovada, Berlim não é mais uma cidade dividida. Em teoria, já não era em 1992, mas na prática as diferenças visuais eram gritantes.

    Pela cidade ainda existiam várias placas de concreto, como aquelas diante das quais me postei, embora o Muro de Berlim já tivesse sido derrubado em diversos trechos, e esse era mesmo o desejo: retomar a vida que se tinha antes da divisão da Alemanha, reatar o que havia sido cortado. Erguido em 1961 pela Alemanha Oriental para isolar Berlim Ocidental, localizada dentro da área comunista, o Muro era a expressão máxima, o símbolo da Guerra Fria.

    Com o fim da Segunda Guerra, como aconteceu com o restante do território da Alemanha, Berlim foi dividida entre França, Grã-Bretanha e Estados Unidos (lado oeste) e União Soviética (parte leste). Na cidade em si, havia 4 zonas de ocupação; em relação aos outros 3 países, a União Soviética controlou a maior delas. Deu origem à República Democrática da Alemanha — em alemão, Deutsche Demokratische Republik (DDR). De regime comunista, existiu de 1949 a 1990 e tinha em Berlim Oriental sua capital.

    Há diversos lugares em Berlim dedicados a contar a história da época em que existia a República Democrática da Alemanha, sob vários aspectos: como era o cotidiano na antiga Alemanha Oriental; os sistemas e os órgãos de vigilância e de espionagem; como era viver numa cidade dividida.

    Mais longo pedaço do Muro ainda de pé, a East Side Gallery é eternizada em imagens e selfies de turistas. A galeria a céu aberto impressiona com 101 pinturas em 1.316 metros de comprimento. The Wall Museum, museu do Muro, foi inaugurado ali em 2016. A exposição percorre do fim da Segunda Guerra e da consequente construção da barreira física até os acontecimentos dos meses anteriores à queda, em 9 de novembro de 1989.

    A barreira entre as 2 Berlins se estendia por um total de 155 km. No Gedenkstätte Berliner Mauer ou Berlin Wall Memorial (Memorial do Muro de Berlim), dá para entender visualmente como a fronteira se estruturava, com 2 paredes e, entre elas, a ‘Faixa da Morte’, espaço onde desertores eram alvo dos soldados da Alemanha Oriental.

    Muro de Berlim em memorial – Foto: J. Hohmuth/Berlin Wall Foundation/Divulgação

    O memorial na Bernauer Strasse — rua onde as janelas dos prédios foram fechadas por tijolos durante a vigência do Muro — ocupa 1,4 km de comprimento, acompanhando a trajetória da antiga linha da divisa entre Berlim ao oeste e ao leste.

    Checkpoint Charlie, Die Mauer e Museu do Muro

    Para sentir o clima da cidade partida, uma experiência marcante é Die Mauer ou The Wall (O Muro), panorama criado por Yadegar Asisi. A ambientação na área principal da exposição é tão expressiva que, olhando do alto, pessoas de verdade diante da cena parecem fazer parte delas. Fernando e Joaquim se confundiram com as figuras do painel realista, com 60 m de largura por 15 m de altura.

    A exibição Die Mauer está instalada no emblemático Checkpoint Charlie, posto militar na fronteira. Além da foto clássica com o ‘soldado’ americano, da exposição ao ar livre de pedaços do Muro e do panorama realista do artista Asisi, a esquina das ruas Friedrichstrasse com Zimmerstrasse tem muito mais a oferecer.

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    Na diagonal da Die Mauer, fica o Mauermuseum, museu do Muro fundado em 1962. No lado oposto da rua, imagens e informações na BlackBox Kalter Krieg, exposição numa caixa preta, abordam a Guerra Fria. Na outra diagonal do cruzamento, um McDonald’s está do ‘lado correto’, a porção antigamente americana.

    Na estação Friedrichstrasse, a Stiftung Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland, fundação sobre a história da Alemanha, funciona no Tränenpalast (Palácio de Lágrimas), construção de arquitetura contemporânea, erguida em 1962 em Berlim Oriental. Era um dos pontos para se cruzar para o outro lado da cidade.

    Exposição em estação que era ponto de passagem para Alemanha Ocidental – Foto: Axel Thünker/Stiftung Haus der Geschichte/Divulgação

    A exposição GrenzErfahrungen. Alltag der deutschen Teilung (Experiências na Fronteira. Vida Cotidiana na Alemanha Dividida) mostra com objetos e depoimentos os efeitos dessa cisão na vida da Alemanha.

    A região não tem só atrativos ligados a Berlim dividida. Pertinho de Checkpoint Charlie, fica outro cartão-postal de Berlim que não tem a ver com a era comunista, mas que estava na porção controlada pela Alemanha Oriental: a bela Gendarmenmarkt. A praça de 1688 reúne 2 igrejas do século 18 e 1 sala de concerto do século seguinte, ao redor delas, vários cafés.

    Um lugar lindo, mais um motivo, entre tantos descritos até aqui, que me obriga a concordar com a observação de Gerd Wenzel, ex-colega de trabalho do Fernando e alemão de Prenzlauer Berg, distrito no leste de Berlim: “Os russos ficaram com a parte mais bonita da cidade.”

    Viagem pela história da Alemanha e do mundo

    Muro de Berlim em 1992, apenas 3 anos depois da queda – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Foi a história que me conduziu à Alemanha em minha primeira vez no país (e na Europa) em 1992. A cidade ainda se estruturava após a reunificação da Alemanha, então não havia essa profusão de atrações. Não importava, eu queria ir até lá ver, sentir esse momento de perto. Adolescente da época da Guerra Fria, cresci ouvindo, lendo e vendo (no cinema) passagens sobre a Segunda Guerra, o Muro de Berlim, a Alemanha dividida. Para alguém que se interessava pelo assunto, natural que o país europeu no mínimo despertasse minha curiosidade.

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    Mas eu não me programei para ir ao país europeu quando desembarquei em Berlim. Nova York até então era o único destino internacional que eu realmente havia decidido conhecer — antes disso, apenas havia dado um giro com meus pais, aos 5 anos, pela Argentina, pelo Chile e por seus Lagos Andinos. Em 1991, eu tinha 20 anos quando resolvi morar em Nova York. Num desses acasos da vida, no ano seguinte recebi o convite da minha madrinha para visitá-la na Alemanha. Funcionária do Itamaraty, minha tia poderia ter sido transferida para qualquer parte do mundo. E olha como as coisas acontecem na vida: ela foi para Berlim.

    Lá estava eu dentro do avião para ver aquela cidade que havia apenas 3 anos tinha deixado de ser partida pelo Muro. Desembarquei e fui encontrar Maria Sylvia. Me lembro de que achei o aeroporto pequeno (em nada comparável à estrutura que vi na viagem à Alemanha em família em 2014, com Fernando e Joaquim). Fomos para a casa dela, um predinho bonito no lado ocidental. As floreiras nas janelas anunciavam que já estávamos na primavera. Era fim de abril, fazia um frio danado, mas a cidade já aguardava a estação pegar de verdade.

    Na visita a Berlim em 1992, uma foto minha no Europa Center – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Almoçamos em família, com meu tio e meu primo. Me contaram sobre situações cotidianas, de divertidos tropeços no alemão a observações daquele momento, como a leva de poloneses que iam de carro a Berlim para fazer compras de supermercado (muito mais barato, segundo eles). Depois, caprichosa, minha tia me mostrou vários recortes que havia separado de lugares que queria me mostrar na cidade.

    Mais do que parênteses, colchetes: [A internet estava bem no iniciozinho. Portanto, não havia site ou blog para consultar. É preciso lembrar isso porque o mundo mudou tanto em 30 anos que a gente até se esquece que um dia o computador tinha aquela tela preta com escritos em verde. E só. A programação era feita em linguagens como Basic, Pascal e Lotus 1 2 3. Para mim, uma chatice tamanha, provavelmente uma das razões que me fez largar a Faculdade de Informática na Uerj em 1990 — sempre brinco dizendo que a culpa é do Bill Gates, que devia ter inventado o Windows antes; da criação em 1985 à popularidade lá pelo início dos anos 1990, levou um tempão para as janelinhas coloridas chegarem aos computadores dos brasileiros.]

    Ampelmann, Trabi e DDR Museum

    Assim como não havia informação de viagem online, tampouco eram conhecidos (e até cultuados) pelos turistas Trabi ou Ampelmännchen, 2 figuras que saíram do trânsito da Alemanha Oriental para o mundo do souvenir com força total.

    Em 1997, surgiu a Ampelmann, marca com 6 lojas próprias e 1 café, que vende produtos estampados com os bonequinhos verde (‘siga’) e vermelho (‘pare’). Os bonequinhos do farol de Berlim, ampelmännchen, são quase sinônimo de passaporte carimbado na Alemanha.

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    O mesmo acontece com o Trabi. Em 1991 foi produzido o último Trabi, o carro da Alemanha Oriental. Atualmente em Berlim, dá para ver e até dirigir um, em tour real pelas ruas, ou virtual no veículo na entrada do DDR Museum.

    Ou trazer um Trabi de lembrança, como nós fizemos. Uma simpática maneira de guardar os momentos e a aula de História que tivemos dentro do DDR Museum. Sobre o cotidiano e a história da Alemanha Oriental, o museu está entre nossos programas favoritos na viagem em família de 2014.

    Souvenir de Berlim: Trabi de todo jeito na loja do museu sobre a Alemanha Oriental – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Diversos museus na capital alemã contam vários pontos desse período de Berlim dividida. Não apenas os 2 sobre o Muro, o DDR e o Spy, como ainda o Stasi Museum, no velho quartel-general da polícia do regime comunista alemão. O conjunto de 50 edifícios fica no distrito de Lichtenberg, assim como a Frankfurter Allee, alameda com a típica arquitetura da era comunista. Também formavam Berlim Oriental, entre outros distritos, Pankow (com seu agora descolado bairro de Prenzaluer Berg) e Treptow, onde foi erguido o maior memorial soviético, com 100.000 m² e cemitério para 5.000 soldados.

    Palácio de Charlottenburg e zoológico de Berlim

    Alexanderplatz e a Torre de TV de Berlim, em 1992

    Naquela viagem em 1992, até estive do lado oriental. De dia, na Alexanderplatz, ainda hoje umas das principais praças da capital alemã; de noite, em festas underground. No restante do roteiro, o lado ocidental.

    Fomos a todas as atrações que minha madrinha destacou, todas mais do que indicadas para uma visita atualmente também. Entre elas, o Charlottenburg Schloss, palácio barroco dos tempos da Prússia, onde voltei com Fernando e Joaquim numa visita deliciosa (olha o clima na foto abaixo).

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    Também estavam na lista do lado oeste o zoológico de 1844, mais antigo da Alemanha, que mantém 16.000 animais de cerca de 1.500 espécies; e os bonitos canteiros e estufas do jardim botânico, com cerca de 20.000 tipos de plantas. Tudo absolutamente lindo, e do lado da velha Alemanha Ocidental.

    Zoológico de Berlim, na minha visita em 1992

    KaDeWe e igreja de Berlim bombardeada

    Ainda nessa parte de Berlim, gostei de conhecer a grande e tradicional KaDeWe. O nome completo é Kaufhaus des Westens (numa tradução livre, loja de departamento do oeste), mas ninguém chama assim o estabelecimento de 60.000 m², em funcionamento desde 1907. Mas adorei mesmo foi caminhar sozinha pela agitada Kurfürstendamm, principal avenida da cidade no lado oeste.

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    Andar sem rumo e dar de cara com a Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, igreja destruída na Segunda Guerra, cuja torre destroçada foi mantida para abrigar um memorial. Agorinha, ao escrever, me vem viva a imagem daquela tarde.

    A igreja ‘quebrada’ de pano de fundo com sua escadaria em primeiro plano. Pelos degraus, em pé e sentados, jovens conversavam num visual punk, com roupas pretas e cabelos coloridos (estamos falando de 27 anos atrás, quando não havia tinta em cores rolando solta nos cabeleireiros, nem muita gente disposta a experimentá-la).

    Kurfürstedamm e a igreja bombardeada, em outra foto minha de 1992

    Aquele instante suspenso em Berlim era repleto de contexto. Ali a História fazia a diferença. A igreja bombardeada, marca de um país arrasado na Segunda Guerra, que se reerguia e se reunificava depois da queda do Muro. Os jovens, a contestação, a mudança. Aquela cena era Berlim, cidade onde os livros e o futuro se encontram.

  • SeaLife Munique: aquário com tubarões e estrelas na Alemanha

    SeaLife Munique: aquário com tubarões e estrelas na Alemanha

    Ficamos rodeados por tubarões. Zebra, lixa, cinza… e outros mais bizarros. Se você tem interesse por essas temidas e instigantes criaturas, o SeaLife tem de estar no seu roteiro em Munique. Nos 33 ambientes, há 4.500 animais de diferentes espécies. Também achei muito forte a parte do aquário que trata de estrelas do mar e cavalos marinhos. Sensacional conhecer tantas variedades de cada um deles.

    Nas 3 espécies que citei, além de ver animais de diversos tipos, é possível aprender muito sobre eles. Tanto em explicações nos painéis quanto em atividades interativas. Numa das salas, por exemplo, a parede era dividida em nichos com telas de programas. Ao toque do nosso filho, então com 5 anos, apareceram opções de tubarões para escolher sobre qual ele queria saber de hábitos e características. No nicho ao lado, Joaquim e eu ficamos bobos com a quantidade de dentes que um tubarão troca em vida.

    Ficamos surpresos também com o formato de minhoca do tubarão epaulette. Tem uma curiosa mancha preta no corpo, que dá a impressão de um olho negro no meio daquela tripinha te olhando.

    Num canto de outro ambiente do SeaLife, pinturas representam vários tipos de tubarões, com seus comprimentos. Nosso pequenino menino estava da altura do mais baixinho da turma feroz. Hoje arrisco dizer que ficaria lá pelo 3º ou 4º entre os menores.

    Já cresceu bem na régua dos tubarões

    Os tubarões são definitivamente o destaque do aquário, que informa ter a maior variedade de tipos na Alemanha. Até o pré histórico de Port Jackson está lá. Aliás, assim como o SeaLife Berlim, a unidade de Munique inaugurou a exposição Saurier der Meere (Mares Jurássicos, numa tradução livre), com descendentes de animais extintos, como o listrado náutilo (que lembra um esquisito caracol enroscado) e o mudskipper (que pode respirar fora da água).

    Descobertas no aquário em Munique

    Registrei em vídeo o rápido nado do tubarão blacktip (galha preta). Muito legal, aliás, esse tanque com espécies oceânicas. A visão do alto dá a noção do tamanho da área que abriga 400.000 l de água. Adorei ver ali também as tartarugas marinhas, espécie de xodó meu dentro do universo subaquático. A visão de baixo do tanque, dentro de um túnel panorâmico, rende muitas bocas abertas e lindas fotos. Nos fins de semana, em certos horários, dá para ver mergulhadores limpando o tanque e alimentando as duas espécies.

    De cara com o polvo e a moreia

    Em Munique achamos o polvo! E também a medonha moreia, enfiada dentro de uma rocha. Diante da cena de sua boca abrindo e fechando levemente, é assustador imaginar o tamanho e as arcadas que aquela mordida por tomar. Protegidos pelo vidro, Quim e eu fizemos muitas caretas para a selfie. Durante nossa ida à unidade de Berlim, ficamos a ver navios porque o polvo não quis saber de receber visita. Em Munique, Quim pirou com o movimento quase gelatinoso do ser de sangue azul e 3 corações.

    Em Munique, vimos o polvo

    Já tínhamos visto o SeaLife Berlim quando chegamos ao Parque Olímpico (Olympiapark) para visitar a unidade de Munique — Fernando foi ao Estádio Olímpico (Olympiastadion), ali pertinho. O aquário de Munique é uma das atrações que funcionam no complexo onde foram realizadas as Olimpíadas de 1972. Há 9 unidades alemãs do SeaLife. Nós visitamos 3 durante nossa viagem à Alemanha com criança: Berlim, Munique e Legoland Atlantis by SeaLife (atração dentro do parque Legoland Alemanha, localizado em Günzburg, também na Baviera.

    Parque Olímpico de Munique tem várias atrações, entre elas, o SeaLife

    Confesso que tive medo de o passeio em Munique ser chato — seria a mesma coisa de Berlim? Me surpreendi. A experiência no SeaLife tem semelhanças entre as 2 unidades: as crianças recebem na entrada máscara de mergulhador de papel e um livreto para carimbarem conforme passam pelas salas do aquário; no tanque interativo o monitor do SeaLife permite aos visitantes tocarem em estrelas do mar e caranguejos; ambientes mostram peixes típicos dos rios da região (no caso de Munique, especialmente o Isar); uma parede com iluminação colorida também exibe o movimento das águas vivas; há placas e painéis explicativos espalhados pelos ambientes; e alguns dos animais se repetem mesmo. Por exemplo, o laranja peixe palhaço e o azul cirurgião patela, simpáticos peixinhos que fazem sucesso com as crianças menores por terem inspirado Nemo, Marlin e Dory, protagonistas do filme Procurando Nemo.

    Com máscara de mergulhador, Joaquim observa peixes de rios da região
    Carimbo a cada estação cumprida pela criança
    Parade com o balé das águas vivas

    De cardume ensaiado a cavalos marinhos

    Mas até mesmo nas áreas parecidas há diferenças. Em Munique, o Schwarmring — sala redonda onde o cardume (‘schwarm’) nada no alto em círculo (‘ring’) — tem plaquetas com os sinais mais usados pelos mergulhadores para se comunicar embaixo d’água. Divertido e informativo. Assim como os espaços dedicados às estrelas-do-mar e aos cavalos-marinhos. Nas placas, aprendemos o tanto de tipo que existe de cada um deles. Algumas explicações estavam apenas em alemão, mas havia informação suficiente em inglês para se entreter.

    Sinais de mergulhadores

    No caso das estrelas, deu até para tocar em materiais para sentir a textura de 3 variedades. De mentirinha. As de verdade, com várias delas grudadas nas paredes de pedras dos tanques, criavam um cenário pontilhado por cores vivas. Em alguns deles, dava para enfiar a cabeça por baixo para se sentir entre estrelas.

    Nosso peixinho entre as estrelas

    Especial também foi apreciar os cavalos marinhos, de várias cores. O SeaLife tem um programa de reprodução desses delicados seres. Com o rabo enroscado em plantinhas, balançam levemente ao sabor do movimento da água.

    A beleza do cavalo marinho

    Saímos do SeaLife Munique com muitas imagens memoráveis. Como esquecer do azul intenso deste peixe lindamente horrendo? E da variedade de tubarões a que fomos apresentados? Ou das bonitas formas que a natureza pode tomar em águas-vivas, cardumes, cavalos-marinhos e estrelas? Depois dessa dose de maravilha animal, seguimos explorando as belezas construídas pelo homem na capital da Baviera.

    Olhos azuis hipnotizantes

    VALE SABER

    Endereço: Willi-Daume-Platz 1, Olympiapark, Munique

    Transporte: O aquário fica bem no Parque Olímpico de Munique (Olympiapark), de fácil acesso de metrô (U-Bahn). Pegue a linha U3 e desça na estação Olympiazentrum. Mesmo com criança, a caminhada não dura 10 minutos, e há sinalização no caminho.

    Horário: Diariamente, abre às 10 horas. O horário de encerramento varia de acordo com a época do ano. Até 29 de abril de 2016 e de 13 de setembro a 28 de outubro, fecha às 18 horas. Durante o verão europeu e em feriados bancários ou bávaros, funciona até as 19 horas. Sempre o limite para entrar no SeaLife é 1 horas antes do encerramento

    Preço: € 18,50 euros (online sai por € 12,95).

    Alimentação: Não é permitido comer dentro do aquário, mas você pode levar seu lanche para comer no terraço ou numa área coberta para piquenique.

    Site: visitsealife.com/munchen

  • Em Munique, o museu de ciência e tecnologia para criança

    Em Munique, o museu de ciência e tecnologia para criança

    O Kindereich, dentro do Deutsches Museum, museu de Munique, mostra ciência e tecnologia de modo divertido para criança na Alemanha. Garotada brinca com Instrumentos musicais, cordas, bolinhas e tintas de pintura

    ATUALIZADO EM 16 DE MARÇO DE 2017

    O aviso na entrada era expresso: adulto só entrava acompanhado por criança. Estávamos num dos mais completos museus que visitamos na Alemanha, em Munique: o Deutsches Museum. Como nosso filho, Joaquim, esteve conosco durante o tour pelo país, Nathalia e eu tivemos passe livre para entrar no Kinderreich, espaço onde a ciência é apresentada de modo divertido e intuitivo para quem, às vezes, ainda nem sabe ler. Com 8 setores, o salão era amplo. Grande mesmo, a ponto de ter dentro dele um caminhão de bombeiro, alegria da meninada, que sobia e descia, entrava e saía do veículo sem parar.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos e vídeo: Nathalia Molina @ComoViaja

    Agora vamos ver o que reserva às crianças a extensa reforma em andamento no Deutsches Museum. Atualmente, o maior museu da capital da Baviera tem algumas áreas fechadas, entre elas o subsolo onde se localizava o setor dedicado à garotada quando fizemos nossa viagem em família pela Alemanha. Deve reabrir inteiramente renovado em 2019.

    Até lá, o Kinderreich funciona no piso térreo, com experiências novas. Entre elas estão grandes blocos de Lego para construir espaços e entrar neles, além de uma oficina de arte e de um painel para traçar o caminho de bolinhas rolando.

    Como é o museu para crianças em Munique

    Munique Museu Deutsches Museum Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (751x1024)Deutsches Museum Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (14) (778x1024)

    O Deustches Museum por si só já desperta o interesse de crianças acima de uns 5 anos. Gigante, o museu bávaro reúne uma coleção invejável relacionada à ciência e à tecnologia, que inclui do sistema solar a máquinas voadoras. Devido à revitalização, diversas partes estão fechadas ao público, como o rico setor de fotografia e filmagem. Mas, não se preocupe, há sempre algo bacana para ser visto pela família toda.


    Especificamente sobre o Kinderreich, a proposta é fazer com que as cerca de 200 mil crianças de 3 a 8 anos que visitam essa área infantil por ano entrem em contato com as leis da natureza e tomem gosto pela ciência de um modo menos acadêmico, mais divertido. Nada de ciência da forma clássica. Sem perceber, a meninada aprende tudo, com rapidez.

    Acho fascinante existirem espaços com esse acervo tecnológico, essas demonstrações científicas, voltados para crianças. Eu só conhecia algo semelhante em 2 lugares em São Paulo: o Museu Catavento e a Estação Ciência (fechada para reforma faz tempo). A estrutura é bem diferente, mas o objetivo é o mesmo.

    O que fazer no Kinderreich

    Deutsches Museum Criancas Kinderreich Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (7) (866x1024)

    No Kinderreich, Quim brincou com barquinhos num sistema de eclusas, mexeu no computador (os programas disponíveis mostram a imagem da criança na superfície da água e explicam o funcionamento do Corpo de Bombeiros, entre outras atividades), girou com a mãe uma roda de madeira para guiar bolinhas coloridas por canaletas até círculos da mesma cor.

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    Por mais que tudo estivesse acessível (e a ideia é fazer com que as crianças explorem cada objeto exposto), é sempre legal ficar de olho. Aos 5 anos, Joaquim estava meio sem saber como agir com um conjunto de polias e roldanas. Dei uma força – quer dizer, mais ou menos, já que o conceito dessa máquina simples é justamente facilitar a tarefa de erguer cargas pesadas. Não preciso dizer que ele adorou subir e descer sentado sobre um disco de metal sendo que eu só precisava puxar uma corda para erguê-lo. De quebra, nosso filho aprendeu algo que – na teoria – ele estudará a fundo lá pela adolescência.

    Munique Criancas Kinderreich Museu Deutsches Museum Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (7) (765x1024)

    Deutsches Museum Criancas Kinderreich Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (9) (765x1024)

    Embora algumas partes do Kinderreich ainda fossem sofisticadas para seu entendimento, Joaquim passou por todas elas, no nosso roteiro em família — leia textos sobre viagem à Alemanha com criança. Mas, assim, sem formalidade, absorveu alguns conceitos de ótica e astronomia, ali dispostos em forma de experimentos práticos para as crianças. No Theodor Heuss, barco salva-vidas que leva o nome do primeiro presidente alemão, antes da reforma atual, era possível ver por espaços abertos a sala de comando, a cabine de passageiros e a sala das máquinas. Não se podia visitar o interior da embarcação.

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    Joaquim sempre foi musical. Por isso, o espaço em que ele mais se sentiu à vontade no Kinderreich foi o departamento com instrumentos, facilmente identificado por um enorme violão. É possível não só dedilhá-lo (isso, sim, exige esforço), bem como entrar em seu interior.

    Há também instrumentos de percussão e, numa sala fechada, um piano de armário. Joaquim, que nunca havia chegado perto de um, se sentou e saiu tocando uma sinfonia própria, composta ao sabor do improviso e da livre exploração. Como convém tudo no Kinderreich.

    [youtube https://youtu.be/IVz2vANN7SQ]

    VALE SABER

    Endereço: Museumsinsel 1

    Transporte: Todo tipo de transporte público serve para se chegar ao Deutsches Museum. A estação de trem (S-Bahn) mais próxima é a Isartor. De U-Bahn (transporte urbano da cidade), as opções são as linhas 1 e 2, descendo na estação Fraunhoferstrasse. Se optar pelo tram (bonde), pegue o 16 (Deutsches Museum), o 17 (Fraunhoferstrasse) ou o 18 (Isartor). Também levam até lá as linhas de ônibus 132 (Boschbrücke), 52 e 62 (ambas, Baaderstrasse)

    A pé da Marienplatz dá cerca de 20 minutos de caminhada em terreno plano. O percurso inclui passagem por 2 pontos turísticos de Munique: o Viktualienmarkt e o Isartor, 1 dos 4 portais que protegiam a cidade no período medieval

    Deutsches Museum Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (5) (672x900)

    Funcionamento: O setor infantil funciona todo dia, das 9 horas às 16h45 — o Deutsches Museum fica aberto até as 17 horas

    Preço: Para acessar o Kinderreich, é preciso pagar o ingresso regular do museu: adulto, a 11 euros — crianças de 6 a 15 anos, 4 euros; até 5 anos, grátis; maiores de 65 anos e portadores de necessidades especiais, 7 euros. O ticket para a família, válido para 2 adultos com crianças até 15 anos, custa 23 euros

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    Alimentação: Há um restaurante no mezzanino (segunda a sexta, das 9 às 17 horas; sábado e domingo, até 15h30 — refeições quentes, sempre entre 10h30 e 15 horas). O Deustches Museum dispõe de 3 cafés: no térreo e no piso 3, eles vendem também lanches; dentro da loja do museu, há máquinas automáticas com opções para comer e beber. Existe ainda uma área para piquenique no térreo — tem espaço com trocadores.

    Site: Kinderreich no Deutsches Museum


    *Quando você reserva pelo Booking, um percentual do valor é repassado ao Como Viaja. Assim, você contribui para que a gente continue a escrever aqui. Conheça todos os parceiros do Como Viaja, que oferecem passagens, hotéis, guias e reservas de atrações

  • Playmobil FunPark na Alemanha: parque perto de Nuremberg

    Playmobil FunPark na Alemanha: parque perto de Nuremberg

    Veja atrações e novidades do Playmobil FunPark na Alemanha. Nosso filho adorou o parque dos bonecos em Zindorf, perto de Nuremberg. São 90.000 m² de área com setores temáticos e atividades em região coberta

    ATUALIZADO EM 8 E ABRIL DE 2017

    Passamos pelos guardas, e Joaquim foi logo saudar o rei e a rainha. Reverência feita, saiu em disparada. Havia mais gente para visitar, lembrava o Ritterburg no alto da colina à frente. O castelo do cavaleiro com suas bandeirinhas nas pontas das torres causa impacto imediato em quem atravessa o portão do Playmobil FunPark. Sem brinquedos eletrônicos, apenas com atividades lúdicas, o parque temático dos bonequinhos na Alemanha fica em Zindorf, perto de Nuremberg.

    Playmobil FunPark Bonecos Parque Alemanha Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (900x900)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Com rede de corda para escalada e ágeis escorregadores de metal, o Ritterburg é sucesso de público, como descubro depois nas informações do parque para a imprensa. Igualmente disputado pelas crianças é o navio pirata. Foram mesmo os lugares mais cheios que vimos. E reforçamos a preferência. Nosso filho não titubeia ao responder do que mais gostou no Playmobil FunPark.

    De fato são imperdíveis. Mas perde muito quem se limita a conhecer a dobradinha popular entre os cerca de 700 mil visitantes anuais (em 2016, o parque ultrapassou a marca recorde de 800 mil visitas na temporada). Distante em torno de 15 km de Nuremberg, o parque nos surpreendeu pela quantidade de atividades disponíveis. Em 90.000 m² de área, se espalham setores temáticos de Playmobil, com bonecos e cenários em tamanho aumentado. Além de cavaleiros e piratas, há cowboys, dinossauros, construtores e animais. Entre outras possibilidades para a criançada se soltar estão um lago com pedalinhos, o playground de chafarizes, a área de parcours com um pequeno pula-pula e um parque de atividades como minigolfe, boliche e bocha.

    Como é o parque em Zindorf

    Nosso filho, então com 5 anos, aproveitou o parque com gosto. Nós, os pais, também. Ficamos encantados com o conceito do Playmobil FunPark. Na era da tecnologia, não há recursos eletrônicos. Nada se mexe sozinho.

    Para a brincadeira existir, a criança tem de se movimentar, tem de brincar. Seja escorregando, remando, escalando, rodando alavancas. É preciso ser muito criativo para fazer um parque ser interessante nos dias de hoje sem fazer nada se mover eletronicamente. Por mais paradoxal que soe, o estilo à moda antiga acabou sendo uma ideia arrojada.

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Criancas Nuremberg Dinossauro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (598x800)

    O Playmobil FunPark privilegia o lúdico. Sem perceber, brincando, a meninada exercita a coordenação motora, testa limites e gasta muita energia. Tudo com uma ajudinha da Mecânica (aquela da Física que a gente estuda na escola, lembra?). Puxa a corda, e o barquinho se move. Gira a roda, e o pedaço de pedra se enrosca ladeira acima.

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Construção - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (640x499)Depois de quase um mês rodando na Alemanha, o parque pertinho de Nuremberg foi uma das experiências mais marcantes para Joaquim na nossa viagem. Isso porque ele sequer tinha brincando com os conhecidos bonequinhos. Seu primeiro Playmobil foi o pintor Albrecht Dürer, presente de boas-vindas deixado no quarto do hotel pelo Turismo de Nuremberg na nossa chegada à cidade.

    Já o pai… Ao falarmos no Brasil sobre a ideia de levar Quim ao parque, Fernando viajou direto para o tempo em que criava histórias do xerife recuperando o ouro das mãos do bandido. Nossa geração brincou de Playmobil. Pudera, o brinquedo regula idade com a gente. Fez 40 anos em 13 de julho de 2014 — leia curiosidades sobre a marca Playmobil. Me lembro de primos que tinham os bonecos, mas a versão feminina conheci só no parque da Alemanha.

    Playmobil FunPark Boneco Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (514x640)

    Quando incluímos Nuremberg na viagem, o Playmobil FunPark entrou para o programa logo após nossa pesquisa básica em busca de atrações do universo infantil. Fernando se empolgou com a ideia de levar Joaquim para conhecer bem na fonte — o brinquedo foi inventado em Zirndorf, pequena cidade da Baviera onde fica o parque — os bonecos que fizeram sua alegria na infância.

    Mudamos o roteiro da viagem em família à Alemanha por causa do Playmobil FunPark. Pela geografia, o mais lógico seria parar em Nuremberg, no caminho da ferrovia entre Berlim e Munique. Mas o parque não estaria em pleno funcionamento na data em que planejávamos passar pela região. Antes de fechar a ordem das 5 cidades que visitaríamos, me informei sobre o que estaria funcionando na época da nossa passagem por Nuremberg, inicialmente ainda durante a temporada de inverno do Playmobil FunPark. Veríamos apenas o HOB-Center, espaço coberto com brinquedos e lanchonetes. Mudamos os planos. Demos, então, uma volta no mapa da Alemanha, indo direto de Berlim para Munique, depois para Stuttgart e só aí retornando para Nuremberg, antes de seguir para Frankfurt.

    Valeu ter feito a inversão. O HOB-Center é muito mais legal do que poderíamos supor ao ver o site do parque. Afinal, são 5.000 m² para diversão indoor. Ver as atrações ao ar livre, no entanto, torna o passeio incomparavelmente melhor. Teria sido frustrante viajar de tão longe para ficar só no playground coberto.

    Claro que, se você já for passar por Nuremberg durante o frio, uma visita ao Playmobil FunPark vai fazer a alegria da garotada. Mas, caso você possa escolher a data da viagem, o ideal é se programar para ir com o lugar em pleno funcionamento.

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Construção - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (640x486)

    Estivemos lá no meio de abril, no 1º dia do parque inteiro aberto. Era fim de semana, e as famílias aproveitaram a chegada da primavera para ir conferir as atrações ao ar livre. Em início de temporada, o Playmobil estava bem tranquilo de ser explorado. Se você for visitá-lo durante o alto verão europeu, procure os espaços mais concorridos (castelo e navio pirata) na 1ª hora de funcionamento, para evitar aglomeração.

    Chegar cedo, de preferência logo que o parque abrir, é minha recomendação, se o objetivo for explorar atrações internas e externas. Dá para usufruir do período da manhã, mais vazio, e para fazer a visita no tempo das crianças, com mais calma. Ainda assim, você pode precisar acelerar em certas horas puxado pela urgência da meninada em querer ver tudo.

    O que fazer no Playmobil FunPark

    Playmobil FunPark Fazendinha Parque Alemanha Parque Crianca Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (478x640)

    Para a temporada 2017, o parque aquático ganha mais atrações para amenizar o calor do verão europeu, como labirintos e rodas de águas, novidades que começam a funcionar a partir de maio. Já no mês seguinte tem a estreia do torneio de cavaleiros, que promete agitar a região do castelo em batalhas que colocarão frente a frente os corajosos guerreiros mirins.

    Com tantas atrações para brincar, natural que as crianças fiquem eufóricas. Quim, por exemplo, não se continha a cada novidade que surgia durante a nossa visita. “Olha a girafa!”, apontou para o par de animais diante da Arca de Nóe (Arche Noah, no nome alemão). Aí correu para a casa fofa da fazendinha (Bauernhof), onde brincou de ordenhar a vaca.

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    Se demorou bem no castelo da entrada. Passamos um bom tempo, explorando os ambientes, que eram muitos. “Senta, senta!” Nosso garoto queria mostrar o som de realeza que soava toda vez em que os tronos eram ocupados. Quim escalou corrente, subiu escada, aprendeu a suspender o balde do poço. Até que descobriu os escorregadores.

    Playmobil FunPark Castelo Parque Alemanha Criancas Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (480x640)Playmobil FunPark Castelo Poço Parque Alemanha Crianca Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (480x640)

    Desceu muitas vezes. Não bastava. Ele queria compartilhar sua alegria (sem botão de rede social, obviamente). “Vem, mamãe! Vem, papai! Escorrega!” A felicidade dele era tão contagiante e os escorregadores estavam ali chamando… Não tinha nenhuma placa de ‘kids only’, vimos um alemão seguir os filhos e, então, entendemos que tudo bem. Criamos coragem e aceitamos o convite. Que delícia!

    Playmobil FunPark Castelo Parque Alemanha Criancas Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (1280x956)

    Playmobil FunPark Castelo Medieval Parque Alemanha Crianca Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (900x672)

    Playmobil FunPark Criancas Alemanha Nuremberg Pirata - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (640x479)Playmobil FunPark Criancas Alemanha Nuremberg Pirata - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (480x640)

    A bagunça em família também foi boa em outro ponto-sensação do Playmobil: o navio pirata. Todos a bordo, Quim tomou o leme e, na direção certa, desceu para checar o porão. A saída estratégica foi pela esquerda. Navegante, tinha mais a explorar.

    Com o pai, andou de barquinho, se movendo conforme a força feita por Fernando para puxar a corda à frente, na horizontal. Com a mãe, andou de jangada, se movendo conforme a (quase) força feita por mim para empurrar o bastão de madeira contra o fundo do lago. Morri de medo de passar vergonha e terminarmos num naufrágio. Mas marujo não dorme de touca, certo? Atracamos em risadas no cais.

    À nossa volta, eram muitas as famílias se divertindo também, com filhos de idades variadas. O Playmobil FunPark foi projetado para crianças de até 12 anos. As atrações contemplam mesmo interesses das diferentes etapas dentro dessa faixa etária. Mas eu diria que as brincadeiras temáticas com cenários e bonecos (para mim, a razão para se ir ao parque) devem agradam bem até uns 8 anos de idade. A garotada mais velha pode aproveitar espaços com jogos e atividades, como a teia de escalada Okta-Kletternetz e a Baumhaus, casa na árvore com estação de pesquisa.

    Com 2.400 m² de área, o circuito de cordas do Parcours tem 4 trajetos, com a indicação da idade apropriada. Quim até tentou se equilibrar entre madeiras e cordas, mas se lançou na corrida para o Velho Oeste (Western). Subiu no touro antes de tentar derrubar garrafas com o pai no bar do saloon.

    Playmobil FunPark Velho Oeste Parque Alemanha Criancas Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (800x598)
    À direita da área do Velho Oeste, há um lago e uma ducha. Dependendo do calor, pode ser uma boa levar uma muda de roupa para trocar as crianças se elas resolverem testar o chuveiro. O próprio site do parque faz essa recomendação, além de indicar que pode ser útil pôr na bolsa roupa de banho para a garotada se refrescar no playground molhado (Wasserspielplatz).

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Ducha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (560x640)

    Durante nossa visita o clima estava mais frio. O máximo de água que rolou foi uma cortina. Joaquim adorou a brincadeira de estar dentro do chafariz sem se molhar.

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Agua - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (598x800) Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Agua - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x598)

    Como um boneco Playmobil

    Estar fisicamente na brincadeira, fazer parte da história entre bonecos do tamanho dele: isso foi o grande barato desse parque para Joaquim. No HOB-Center, o espaço coberto, as crianças entram nos cenários de Playmobil. Estão lá um barco viking, um castelo medieval e uma casa de boneca sonho de consumo para as meninas fãs do mundo em cor-de-rosa. Na área ao lado, também interna, nosso menino testou sua habilidade no circuito suspenso de aventura.

    Almoçamos no HOB-Center enquanto rolava um espetáculo de mágica. Quim entendeu tudo. Afinal, o show era mudo. A única fala, pedindo a participação da plateia, rendeu uma lição básica de alemão ao nosso filhote. “Eins, zwei, drei!”, contava nos dedos até 3 o protagonista, antes de cada truque.

    E de cada mordida de Joaquim no nugget ou na batata frita (nas férias, está valendo!). Compramos o combo do menu infantil, com suco de bebida. Pagamos 2 euros de depósito para cada prato e cada copo. A quantia é devolvida no fim da refeição, se apresentado o recibo com a louça suja. Devolvemos tudo, mas optamos por ficar com os 2 copos com a carinha do boneco. Em casa, embalam sucos, vitaminas e lembranças nas refeições desse pequeno, hoje com 8 anos, a cada dia maior.

    Pegou gosto pelo Playmobil apresentado pelo pai. Depois de alguns euros deixados na loja do parque, bastou chegarmos ao hotel para nosso filho rechear com os bonecos seu mundo de histórias. A mesinha de centro do quarto parecia uma festa à fantasia: tinha de palhaço a árbitro de futebol. Tão lindamente doida e colorida quanto à imaginação de Joaquim.

    Playmobil Alemanha Bonecos Crianca Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x712)

    Reserve hotéis em Nuremberg pelo Booking*

    VALE SABER

    Endereço: Brandstätterstrasse 2-10, Zirndorf

    Transporte: A linha de ônibus 113 leva ao parque a partir da estação Rothenburger Strasse do metrô (U-Bahn), que fica em Nuremberg; desça na 9ª parada (Bundesamt), em Zirndorf. A linha de ônibus 151 funciona de segunda a sábado e conecta as estações de trem (S-Bahn) de Zirndorf e de Anwanden com o Playmobil FunPark.

    Decidimos pegar um táxi e guardar as energias para aproveitar a brincadeira. Não saiu barato, mas encaramos como um investimento na nossa energia. Do hotel no centro de Nuremberg até a porta do parque, levamos cerca de 20 minutos e pagamos em torno de 30 euros por trecho.

    O parque tem área para estacionamento de motorhome. Quem for de carro dispõe de cerca de 3.000 vagas, ao preço fixo de 5 euros — na temporada de inverno, 3 euros. Quando apenas a área de escalada funciona, o estacionamento custa 1 euro (grátis para quem gastar 20 euros em compras na loja do parque)

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Como Chegar- Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (455x640)

    Funcionamento: Muda conforme a época do ano; no site, a informação é atualizada de acordo com a temporada. Em 2017, na temporada da primavera ao outono europeu, abre de 8 de abril a 5 de novembro, das 9 às 18 horas — entre 1º de maio e 11 de setembro, até as 19 horas; de 2 de dezembro de 2017 a 18 de fevereiro de 2018, abre a partir das 10 horas

    Apenas os brinquedos de escalada cobertos funcionam até 7 de abril, das 10 às 18 horas. Esse horário vale também para a temporada de inverno, entre 2 de novembro e 18 de fevereiro de 2018, quando somente a parte ao ar livre do parque permanece fechada; a área coberta funciona inteiramente

    Preço: Também varia de acordo com a época. Em 2017, entre 8 e 30 de abril e entre 12 de setembro e 5 de novembro, a entrada custa 9 euros. De 1º de maio a 11 de setembro, sai a 11 euros. Crianças de até 3 anos não pagam.

    Até 7 de abril, o acesso apenas aos brinquedos de escalada custa 1,50 euro — permanence fechado o restante da área coberta. Na temporada de inverno, o ingresso para toda a área coberta com escalada sai a 6 euros

    O parque oferece um preço reduzido para entrada à tarde. Não recomendo essa opção. Talvez seja vantagem para alemães, que estão lá perto e têm a oportunidade de voltar com mais frequência. Para quem vai de fora da Alemanha, o desconto de 2 ou 3 euros não compensa o que se deixa de ver por causa do tempo curto

    Playmobil FunPark Sorveteria Castelo Parque Alemanha Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x726)

    Alimentação: O horário de funcionamento de restaurantes e do biergarten varia de acordo com a demanda. Pelo parque encontram-se snack points, que vendem lanches como crepe, hambúrguer ou milho, e pontos de venda de sorvete.

    De março a novembro, das 8 às 11 horas, o buffet de café da manhã no HOB-Center sai a 10,90 euros por pessoa — crianças de 3 a 11 anos, 6,90 euros; mais novas, grátis. Os visitantes que chegam entre 8 e 9 horas ganham desconto de 1 euro no ingresso do Playmobil.

     

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg Loja - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (640x471)

    Compras: Aproveitando o embalo, não resistimos aos bonecos à venda na lojinha da saída. Prepare-se, o lugar é uma tentação só! E pode ser acessado mesmo por quem não está no parque.

    Trouxemos Playmobil de vários estilos, especialmente porque estavam à venda kits 2-em-1 comemorativos (pelos 40 anos da marca de brinquedos). Por um preço menor, as caixas vinham com mais cenários e peças. Durante a nossa cobertura da Copa do Mundo 2014 com brinquedos, usamos os jogadores e os árbitros de futebol que compramos na loja do parque

    Playmobil FunPark Castelo Criancas Parque Alemanha Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (600x800)

    Dicas: Tirando o HOB-Center, a maior parte das atividades do Playmobil FunPark é realizada ao ar livre. Não tivemos de nos preocupar tanto com o calor porque fomos no meio de abril e o tempo estava ótimo. Nada de sol excessivo.

    No Velho Oeste, há abrigo no pequeno ambiente que reproduz um saloon. Na área dos piratas, apenas na parte baixa do barco. O castelo tem alguns cantos cobertos, mas a maioria dos pontos está em espaço aberto.

    Por isso, água e protetor solar na família toda. De quebra, vale levar boné ou chapéu para rostos mais sensíveis. Roupa de banho e uma muda para troca são indicados para a garotada brincar nas áreas molhadas

    Site: playmobil-funpark.de


    Vista feita a convite do Playmobil FunPark e do Turismo de Nuremberg

    *Quando você reserva pelo Booking, um percentual do valor é repassado ao Como Viaja. Assim, você contribui para que a gente continue a escrever aqui. Conheça todos os parceiros do Como Viaja, que oferecem passagens, hotéis, guias e reservas de atrações

  • Legoland Berlim: ingresso e atrações do passeio para crianças

    Legoland Berlim: ingresso e atrações do passeio para crianças

    O site da Legoland Berlim conta uma história com ar de fábula sobre o 1º Discovery Centre da marca. Criado em 2007, o espaço permite às crianças mergulhar no universo criativo dos tijolinhos mais famosos do mundo. Em 1932, Ole Kirk Kristiansen, carpinteiro da pequena cidade de Billund (onde hoje fica a Lego House, na Dinamarca), decidiu fazer algo mais divertido do que fabricar móveis. Começou a produzir brinquedos de madeira.

    Dois anos mais tarde, Ole promoveu um concurso entre seus empregados, para encontrar um nome para sua empresa, em um desafio que ele próprio venceu. Nascia a marca Lego, que só seria materializada na forma de um tijolinho de plástico colorido em 1958, ano em que foi inventado e patenteado.

    A ideia de criar um lugar para ensinar a construir com Lego só surgiu anos mais tarde, de tanto que os funcionários da empresa eram abordados por pessoas que queriam saber como dar forma àquelas pecinhas coloridas. Essa inventividade toda, traço marcante do universo Lego, ficou evidente assim que nos aproximamos do Sony Center, complexo de apartamentos, restaurantes e entretenimento que fica na Potsdamer Platz.

    Sentinela, uma enorme girafa formada por milhares de pecinhas indica que estamos mais próximos do Legoland Discovery Centre (garanta seu ingresso online). A brincadeira estava só começando. No fim de abril de 2022, o site da atração avisava que ela estava fechada sem data ainda para reabertura.

    Girafa de pecinhas dá às boas-vindas na atração

    Como loja, esse é o lugar certo para comprar Lego em Berlim (e sobre isso falaremos daqui a pouco). Antes, vale saber que adulto só entra no Legoland Discovery Centre acompanhado de criança (no caso, para eles, quem está abaixo de 17 anos). Joaquim foi nosso salvo-conduto. Exploramos cada ambiente e participamos das atividades porque tudo era novidade para nós.

    Outra informação importante, para o bolso, é que existe ticket combo, para quem quiser ir tanto a Legoland Berlim quanto ao SeaLife, por exemplo. Nós fomos às 2 atrações também com o Joaquim e também ao AquaDom, elevador que se move dentro de um tanque com peixes no centro do Radisson Blu Hotel.

    Na Legoland, as atrações foram pensadas para meninos e meninas entre 3 e 10 anos. Construído na altura deles, o mobiliário facilita o acesso das crianças e as deixa em segurança. Reparamos que muitos pais desencanavam dos filhos enquanto eles brincavam.

    Espaço feito para descobertas

    Pontos turísticos de Berlim em miniatura

    Da entrada, o visitante é conduzido por uma escada até a Miniland, dividida em 2 salões. No 1º deles dá para acompanhar do amanhecer ao anoitecer de Berlim, com seus sons nas primeiras horas do dia, o frenesi que toma conta da capital alemã no meio da manhã e o desacelerar ao cair da tarde. Os principais edifícios e cartões-postais berlinenses estão representados, tijolo por tijolo.

    Até o que hoje só existe na cidade na forma de memorial está lá. O trecho do Muro de Berlim que ficava em frente ao Portão de Brandemburgo segue de pé, em uma brincadeira que dura o tempo de se apertar um botão para vê-lo cair, como ocorreu de verdade em 1989. Quando aquela imitação de bloco de concreto foi ao chão, ouvimos gritos da população, e uma canção começou a tocar. Joaquim perguntou o que queria dizer a pichação no muro com a palavra freedom e que música em inglês era aquela. Sem teorizar muito nem traduzir a letra, explicamos que a cena tinha a ver com liberdade. Quim entendeu o recado e passou a cantar (no exato ritmo da música) versos de sua mais do que livre adaptação: “Freeeeedommm, a liberdade do freeeedommm…”

    Fez sucesso. A música também (pelo menos entre a gente), mas eu me refiro à brincadeira. Joaquim fez o muro cair, por baixo, umas 10 vezes, atrasando um pouco a sequência da nossa visita. Na época em que visitamos a Miniland de Berlim, a 2ª sala era dedicada a Star Wars. Cenas do filme eram reproduzidas, e personagens como os robôs C3PO e R2D2, expostos.

    A saga de George Lucas não era o único filme homenageado com esculturas em tamanho natural nos ambientes do Discovery Centre . Na falta de Han Solo, Harrison Ford estava presente na pele (plástica) de Indiana Jones, do lado de quem fiz pose para foto com chapéu na cabeça igual ao do arqueólogo-herói. Havia ainda o bruxinho Harry Potter, e um Batman (com quase o dobro da minha altura) zelava pela ordem perto do cinema.

    Assistimos a Legends of Chima, produção em 3D do Lego Studios. Apesar de a sessão ser curta, eu e Nath demos umas cochiladas ao som do alemão incompreensível para nós. Vez ou outra acordávamos com calor ou vapor d’água vindos dos efeitos em 4D. Isso quando não escutávamos o nome Chima sendo gritado pelos personagens da história. Mesmo sem entender lhufas do que era dito, Quim não desgrudou os olhos da tela, e saiu do cinema satisfeito, com o espírito guerreiro pronto para encarar o Lego Ninjago, onde a missão era cruzar um corredor sem disparar um sensível alarme a laser.

    Espírito guerreiro no Ninjago

    Caverna do dragão

    Perto da entrada de uma caverna, um carrinho em forma de dragão apareceu, e um monitor nos convidou a dar uma volta. Tínhamos acabado de entrar no Drachenbahn, atração que mudaria a relação do Joaquim (e a nossa, por que não?) com a Legoland — Nathalia escreveu a respeito na abertura da série sobre viagem à Alemanha com crianças.

    Brinquedo na Legoland em Berlim: um passeio pelo escuro

    O trajeto do passeio é curto, com curvas e surpresas. Os bonecos de Lego possuem movimentos simples e interagem sem assustar. Não é uma montanha-russa nem um trem fantasma. Defino como um trem encantado. Por fim, surge o dragão e o clima esquenta graças a efeitos especiais. Em 2017, a Legoland Berlim ganhou nova área, dedicada a dinossauros, Lego Dino Explorer.

    Pecinhas de Lego, carrinhos e voo para quem pedala

    Mesas baixas, cadeirinhas e uma enorme quantidade de tijolinhos prontos para serem mexidos por mãos pequenininhas. O piso inferior do Lego Discovery Centre é a razão pela qual ele foi criado: 100 m² inteiros para estimular a criatividade. É irresistível ver aquele material todo à disposição, mas eu me contive.

    Duplo Bauernhof é indicado para crianças de 2 a 5 anos, com peças da linha Lego Duplo, especialmente desenhadas para quem ainda não tem tanta destreza para lidar com as peças tradicionais — aqui os pais podem ajudar os filhos a exercitar a coordenação.

    Na linha clube da Luluzinha, as meninas têm a chance se bandear para o território de Heartlake City, cidade fictícia onde amigas vivem histórias em que os tons de rosa e púrpura prevalecem. Do lado oposto, meninos (mais novos e mais velhos) são orientados por monitores na criação e na montagem de carros velozes. Em Lego Racers, é possível ainda testar os protótipos em uma rampa. O desempenho é cronometrado e dá para apostar corrida com outra criança.

    No centro do salão, fica um enorme brinquedão (Klettergerüst), com parede de escalada, escorregador e piscina de bolinhas. Naquele tempo, Joaquim não dispensava uma atração assim. Ele se empolgou tanto que achou que a rampa de lançamento do campo de provas ao lado fosse um lugar para descer sentado. Ele só não chegou a escorregar porque eu o tirei de lá. Leve como era e é até hoje, Quim teria quebrado fácil, fácil o recorde da pista naquela tarde.

    Desafiar a gravidade e flutuar são as tarefas em Merlins Zauberschüler. Quem pedala mais forte, voa como autêntico aprendiz de feiticeiro. Nathalia e Joaquim foram bem na brincadeira. Ganharam até uma volta de bônus do monitor. Para quem quer ir além, a nova área Space Mission convida pequenos exploradores a construírem seus próprios foguetes e a se lançar em uma missão intergaláctica.

    Mas é o Modellbau-Workshop a principal atração de toda unidade de Lego Discovery Centre. É a oficina comandada pelos profissionais que constroem os edifícios, os monumentos, os animais e os personagens expostos em todos os centros de entretenimento Lego ao redor do planeta. Eles explicam técnicas para quem quer criar suas próprias esculturas. Em suma, a arte de levar a vida na brincadeira.

    VALE SABER

    Endereço: Potsdamerstrasse, 4, Berlim, Alemanha

    Transporte: A Potsdamer Platz é uma praça central de Berlim, com uma grande estação de entrocamento de trens e metrô. Use as linhas U2, S1, S2, S25, RE3, RE4 ou RE5 e desça em Potsdamer Platz. Da saída da estação ao Lego Discovery Centre, a caminhada leva 5 minutos

    De ônibus, use as linhas M48, M85, M200 ou M347, para a Varian-Fry-Strasse. Com a M41, desça na Potsdamer Platz.

    Se estiver de carro, há um estacionamento no Sony Center com duas entradas, uma pela Ben-Gurion-Strasse, outra na Bellevuestrasse

    Horário: Diariamente, das 10 às 19 horas (última entrada às 17 horas)

    Preço: No site, o tíquete sai a partir de € 19. A GetYourGuide, empresa alemã parceira do Como Viaja, também vende ingresso online para a Legoland Berlim.

    Alimentação: Há um café no piso inferior com comidas e bebidas. Pais cujos filhos sejam alérgicos podem trazer a própria comida

    Compras: A que funciona no Lego Discovery Centre oferece grande variedade de sets em caixas fechadas e ainda possui um paredão com gavetas cheias de peças avulsas para combinar do jeito que quiser. Aberta diariamente, das 10 às 19 horas, com acesso também para quem não for visitar o Lego Discovery Centre

    Site: legolanddiscoverycentre.de

  • Legoland Alemanha: parque das pecinhas para crianças

    Legoland Alemanha: parque das pecinhas para crianças

    Queríamos visitar cidades alemãs em família, mas como conciliar museus e pontos turísticos levando conosco uma criança de 5 anos? Assim como fazemos com os programas quando estamos no Brasil, nossa viagem foi definida com base nos interesses pessoais de todos aqui de casa, para que cada um aproveitasse aquilo que escolheu ver da melhor maneira. Foi assim que a Legoland Alemanha entrou no roteiro.

    Esse exercício democrático sempre exige pesquisa. Com a Alemanha foi preciso um pouco mais, para conhecer o que há de lúdico, já que o país europeu costuma ser lembrado como um destino adulto, indicado para quem gosta de história e cultura, por exemplo. No planejamento que Nathalia e eu desenhamos, buscávamos esse tipo de programa e também lugares para nosso filho, Joaquim, brincar.

    Razão pela qual saltamos do trem na pequena Günzburg, entre Munique e Stuttgart, para dois dias de visita à Legoland Alemanha. Quim havia acabado de fazer aniversário. Como presente, reservamos uma noite no então recém-inaugurado Königsburg (Castelo Real), com direito a 2 dias de entrada no parque temático.

    Era para ser surpresa. Mas, quando o nosso menino, ainda no Brasil, nos pegou acessando o site oficial (e multicolorido) da Legoland, ficou impossível não dizer o que tínhamos em mente para aquela longa jornada pela Alemanha. A empolgação dele nos contagiou de tal forma que, no fim desse trecho da viagem, nos sentíamos tão criança quanto ele. E prontos para encarar a metade final do roteiro.

    Além do mais, a visita a Legoland era a primeira vez do Joaquim em um parque de diversão. De certa forma, era meu début também. Na infância até fui algumas vezes ao velho Playcenter, parque que ficava na Marginal Tietê, em São Paulo. Ou seja, experiência que não se compara à de um grande centro internacional de entretenimento temático.

    Como é o parque de diversões de Lego

    Tínhamos o mapa nas mãos, mas decidimos explorar de forma aleatória cada uma das 8 áreas temáticas da Legoland. Achamos interessante começar pela torre de observação (Aussichtsturm), uma plataforma giratória fechada que sobe a 50 metros. Dá uma visão panorâmica de parte do parque, pois fica numa das extremidades.

    Se não quiser ir tão alto, experimente o Tret-a-Mobil. Você pedala o carrinho ou deixa a velocidade reduzida do brinquedo te levar pelo trilho suspenso. Por não ser envidraçado como a torre de observação, fica mais fácil fazer fotos e vídeos dando uma ideia geral do parque, com 55 milhões de peças de Lego usadas na ambientação.

    A Legoland Alemanha é voltada para crianças de 2 a 12 anos. Logo, não é um reino repleto de brinquedos radicais. Mas atrações extremas existem, não demoramos a descobrir. Nosso aquecimento foi no Drachenjagd, versão light em que as curvas bruscas assustam mais do que sobe e desce que não faz nem cócegas — embora eu tenha segurado o bracinho do Quim firmemente durante as 2 voltas que demos. Coisa de pai, sabe como é.

    Montanha russa retrô, com visual de madeira

    Na entrada de todo brinquedo há uma régua dividida nas cores vermelha, amarela e verde, cada uma indicando a altura da criança. O monitor da atração legitima o que os pedaços coloridos mostram.

    Na época, Joaquim ficava na zona amarela, ou seja, tinha de ir em todas as atrações na companhia de um adulto. Garoto alto, espigado, logo ele entrou sem problemas no Feuerdrache, a tal montanha russa em que fomos parar sem perceber, como Nathalia descreveu no texto que abre essa série de Alemanha com crianças. O brinquedo em si não faz aquele malabarismo todo que outras montanhas russas apresentam mundo afora, mas impressiona a quem nunca tinha botado os pés em um parque de diversões, caso do Joaquim.

    Mais radical montanha russa da Legoland Alemanha

    Depois do susto no Feuerdrache, nosso menino chorou durante meia hora. Tempo em que ficamos estudando qual era a melhor atração pós trauma da montanha russa. Quim escolheu o Kanu X-pedition, uma canoa que flutua por um percurso curto. É bem suave, molezinha, molezinha. Tanto que adultos só entram se for para acompanhar crianças menores de 3 anos.

    Em toda atração que envolve água, o risco de você sair molhado é alto. Como dormiríamos no Legoland Hotel na vila ao lado do parque, nosso plano era nos encharcarmos no primeiro dia, quando teríamos chuveiro à disposição e roupas secas para trocar. No fim do dia seguinte — depois de mais parque —, seguiríamos para Stuttgart, e ninguém estava disposto a pegar o trem usando peças úmidas.

    Personagens no bosque entre o hotel e o parque de diversões

    Já deu para sacar que, entre teoria e prática, às vezes prevaleceu a vontade de uma criaturinha que era a razão para estarmos na Legoland. Naquele 1º dia, o maldito dia da montanha russa, Joaquim não quis encarar o Dschungle X-pedition, canoa que escorrega do alto de um vulcão por um toboágua a 12 metros de altura.

    Sobre trilhos: refúgio dos bem pequenos

    Aquela recusa momentânea do Joaquim nos levou a conhecer atrações como o Safari Tour, jipinho que atravessa uma savana de mentirinha, com gorilas, elefantes e girafas, em um total de 90 animais selvagens construídos com pecinhas de Lego, em tamanho real.

    Também sobre trilhos, o Legoland Express contorna todas as áreas do parque (o trem anda bem devagarinho, dá para tirar fotos e filmar sem se descuidar dos pequenos). Na linha dos brinquedos light, o Ritterturnier permite à criançada montar a cavalo e se divertir ‘enfrentando’ adversários feitos de Lego em um torneio de justa, combate típico do período medieval.

    Cavaleiro Joaquim se divertindo na Alemanha

    Na área Imagination sobram brincadeiras para os miúdos. Tem jogo da memória, o Duplo Express (trenzinho que remete à linha de produtos voltados para crianças de até 3 anos) e o Power Tower, uma torre com cadeiras que sobem com auxílio de uma corda que os adultos puxam.

    É nessa mesma área que fica a Galerie der Fussballstars, com bustos de alguns dos mais famosos craques do futebol mundial feitos de Lego — Beckenbaeur, Maradona e Ronaldinho Gaúcho estão entre os homenageados.

    Craques do futebol em pecinhas, para deleite também dos adultos

    De pernas para o ar, entre Star Wars e Ninjago

    Bichos, cavaleiros e personalidades reproduzidas com peças de brinquedo impressionam pelo tamanho e pela riqueza de detalhes. Quando o assunto é uma nave espacial, o impacto causado é maior. Na área onde fica o Lego Bionicle Power Builder, a atração na época de nossa visita era a X-Wing, veículo de combate das forças do bem de Guerra nas Estrelas. Construída nas medidas da usada no filme, a nave consumiu 5 milhões de blocos coloridos!

    Naquele tempo Joaquim ainda não havia assistido a nenhum episódio de Star Wars. Por causa da pouca idade e por ainda não ter essa referência filmográfica, foi compreensível o medo que ele sentiu dos soldados de Darth Vader. Com armas em punho, os Stormtroopers circulavam pelo local e tiravam fotos com os visitantes. Havia também estátuas de Lego de todos os personagens da saga criada por George Lucas.

    A trilha sonora do filme se misturava com o barulho do Lego Bionicle Power Builder, 6 braços mecânicos com 2 assentos na ponta. Nele os ocupantes eram girados para todos os lados.

    Na parte externa, no espaço vizinho, o Flying Ninjago tem o mesmo conceito: botar as pessoas de pernas para o ar. A 22 metros do chão, é você quem escolhe só voar em círculos ou também rodopiar com o auxílio de asas móveis. Recomenda-se encarar esses brinquedos antes de qualquer refeição.

    Ensopadinhos no almoço

    Nós tínhamos saído muito cedo de Munique com destino a Günzburg. A fome era grande e, por isso, almoçamos pouco depois de entrarmos no parque. Comemos no City Markthalle (entre os pratos que pedimos, experimentamos a sugestão de menu infantil com rodelas de batata prensada e molho de maçã).

    Comida alemã para crianças pequenas

    No 2º dia, fomos ao Dino Grill. Enquanto esperávamos pela comida, Joaquim foi se molhar um pouco mais no Wasser-Spiele, fonte musical que esguichava água toda vez em que a criançada pisava no chão.

    Música e jatos de água em instrumentos feitos de Lego

    Escolhemos esse restaurante com mesas ao ar livre para nos secarmos ao sol. Estávamos ensopados porque Joaquim havia superado o trauma de descida em queda livre, revelado no dia anterior, e topado encarar o Dschungle X-pedition — e também porque o papai aqui resolveu defender a honra da família no Käpt’n Nicks Piratenschlach (explico mais adiante).

    Particularmente, o Dschungle me pareceu até um pouco sem graça à primeira vista. Usei a mesma estratégia da montanha russa, me aboletando no assento no fim da canoa, na esperança de sair menos molhado do que o povo à minha frente.

    Só que o inventor do brinquedo deve ter se inspirado no ditado popular que diz que os últimos serão os primeiros. Depois de subir ao topo da estrutura em forma de vulcão, a canoa girou 90 graus à esquerda e parou. Havia uma abertura bem atrás de mim. E eu não tinha percebido.

    A primeira queda, que não dava para ser vista do lado de fora da atração, era de costas! Adivinhe então quem levou o primeiro banho do passeio? Passado o susto da primeira queda, contornamos um caminho de 2 ou 3 curvas antes de subirmos novamente e partirmos para a descida final, com aquela espirrada de água para todos os lado (dentro da canoa, inclusive).

    Régua de altura exigida nos brinquedos

    Joaquim adorou a brincadeira, queria ir novamente. Estávamos parcialmente molhados. Explicamos a ele que, se brincássemos outra vez, nossa viagem de trem no fim do dia não seria nada confortável.

    Caminhamos um pouco e vimos o Käpt’n Nicks Piratenschlach, cuja sonoridade do nome em alemão sugere algo bem molhado. A atração estava praticamente vazia e resolvemos subir no navio pirata para dar uma volta. Nele há canhões de água para serem usados em batalhas contra as demais embarcações. A primeira volta foi tranquila, com o Joaquim espirrando água no nada, sem ataques contra os barcos próximos. Havia pouca gente, então a monitora nos concedeu mais uma voltinha.

    Pirataria em brinquedo da Legoland Alemanha

    Tudo ia muito bem até um garotinho surgir do lado de fora, em um lugar mais alto onde também havia canhões de água. Não é que o moleque encasquetou de nos molhar? Nathalia e Quim não tiveram força suficiente para revidar aos ataques do menino. Assumi o canhão e girei a manivela que lançava água o mais rápido possível.

    Confesso, dei um banho no fedelho com minha artilharia pesada. Acontece que ele ganhou a companhia do pai que, assim como eu, decidiu defender sua cria (atire o primeiro jato quem não faria o mesmo). No 2 contra 1 ficou complicado. Fosse na vida real e iríamos a pique. Terminamos a brincadeira gotejando.

    Banho de água e alegria no parque de diversões

    Na saída do brinquedo havia uma providencial máquina de secar. Custava € 1 e só funcionava a base de moeda. Infelizmente, estávamos sem trocados, e a solução foi nos secarmos ao sol, na área externa do Dino Grill.

    O calor não era de rachar, a umidade nos acompanhou por um bom tempo. Parecíamos roupas recém tiradas de uma máquina de lavar que passariam por outros dois ciclos antes de ficar enxutas.

    Acionamos a função ‘secagem’ no Lego Studios, onde assistimos a um curta de animação em 4D, com direito a sensação de calor na sala de projeção a cada explosão enfrentada pelo herói Clutch Powers, filme com Emmet e sua turma.

    Da sessão de cinema, partimos para o Techno Schleuder, a boa e velha xícara maluca. Rodamos no sentido anti horário e em torno do próprio eixo, num movimento em forma de número 8! Resumindo: modo de centrifugação completo! Estávamos sequinhos novamente.

    Terra de gigantes

    Para quem ama Lego, a Miniland é, sem dúvida, a atração que merece muita atenção. Não é à toa que ela ocupa a área central do parque. Prédios famosos da Alemanha e de outras cidades europeias foram construídos em escala 1:20. Olhar as pessoas em volta daquelas esculturas me lembrava um pouco o clip Love is Strong, dos Rolling Stones, em que os músicos da banda, atores e modelos circulam pelas ruas de Nova York como gigantes.

    Na Miniland, Berlim está lá com o Reichstag (parlamento alemão) e o Portão de Brandemburgo. Frankfurt é representada pela Römerberg e pelos modernos prédios que se destacam na paisagem do centro financeiro do país. Maior edifício feito com Lego no mundo, a Allianz Arena pesa 1 tonelada e meia! A estação de trem da suíça Lucerna e os tradicionais moinhos de vento da Holanda também estão reproduzidos. Na Veneza em miniatura, o gondoleiro cantarola enquanto percorre os famosos canais da cidade italiana.

    Acessíveis às crianças, botões e alavancas movimentam partes dos cenários e de alguns personagens. Reserve um bom tempo se quiser admirar a impressionante riqueza de detalhes. Para os fãs de Star Wars é também a oportunidade de rever 7 cenas da série, recriadas com a ajuda de 1 milhão e meio de tijolinhos coloridos.

    E a mania de grandeza dessa gente não para. Novidade da temporada 2016, o High Five é um projeto que recria 5 dos maiores arranha céus do mundo: Ping An Finance Center e Shangai Tower (ambos da China), Makkah Royal Clock Tower Hotel (Arábia Saudita), One World Trade Center (Estados Unidos) e Burj Khalifa (Dubai), o mais alto deles — o original tem 828 m de altura e o da Miniland é igualmente gigante, construído com mais de 5 m. Reproduzir todos esses edifícios consumiu 400.000 peças de Lego e 6 meses de trabalho de 13 designers.

    Atrações cobertas

    Com boa parte das 90 atrações a céu aberto, chega a ser estranho entrar em uma fila para desfrutar de um espaço fechado. Àquela altura da nossa viagem pela Alemanha já tínhamos visitado aquários da rede mundial SeaLife nas cidades de Berlim e Munique. Ainda assim topamos entrar em Atlantis para ver como 2.000 peixes vivem em meio a objetos e personagens construídos com 1 milhão de peças de Lego.

    Nossa última escala foi no disputado Tempel X-pedition. Mais uma vez sobre trilhos, cruzamos a escuridão do templo do faraó em uma caça ao tesouro interativa, munidos de uma pistola de luz para acertarmos alvos que surgiam pelo caminho. O conceito de caçada se repete no City Polizeistation. Na atração inaugurada em 2015, exclusiva dentre os 6 parques da franquia em todo o mundo, pais e filhos perseguem ladrões por um labirinto de espelhos e barreiras de laser.

    Essas duas últimas atrações fazem parte das sugestões do site do parque para os dias de mau tempo. Quando estivemos por lá, naquele início da primavera europeia, o sol surgiu entre nuvens, desaparecendo justamente na nossa partida.

    Voltamos de táxi para a estação e pegamos o trem para Stuttgart — acredite, ele atrasou, coisa rara na Alemanha! Dos 6 trechos que percorremos durante toda a viagem pelo país, esse trem local foi o único que não chegou no horário. Se soubéssemos que isso iria acontecer, talvez tivéssemos dado uma esticadinha no parque. Fosse para experimentar uma atração que ficamos sem conhecer ou ir em um mesmo brinquedo mais uma vez. Desde que não fosse o dragãozinho, claro.

    VALE SABER

    Endereço: Legoland Allee, 89.312, Günzburg.

    Transporte: A Legoland fica entre Munique e Stuttgart, no sul da Alemanha. De carro, pegue a estrada A8 e utilize a saída para a cidade de Günzburg. Há placas que indicam o caminho para o parque. O estacionamento custa € 6 por dia.

    Nós fomos de trem, de Munique a Günzburg. Na mesma calçada da estação há um ônibus que deixa os visitantes na porta do parque — o traslado é grátis para quem apresentar o tíquete do trem, informa o site oficial do parque. Na alta temporada, os ônibus saem a cada 15 minutos. Na baixa, a cada 30.

    Como estávamos carregados com malas, optamos por um táxi do ponto em frente à estação. Pagamos cerca de € 8 e foi bem mais confortável. Ficamos hospedados dentro da Legoland, então acessamos o parque por uma entrada exclusiva. Fica no fim de uma trilha cheia de árvores, muito legal.

    Funcionamento: Em 2016, até 6 de novembro, abrindo sempre às 10 horas da manhã e fechando entre 18 e 21 horas, conforme o período do ano. As atrações (exceto o Miniland) são encerradas 1 hora antes do fechamento do parque. Restaurantes e lojas podem fechar um pouco antes conforme o movimento

    Preço: O ingresso no site custa € 41,50 a partir de 3 anos — crianças de até 2 anos, grátis. Com antecedência de 7 dias na compra online, a entrada sai por € 37,50. A Legoland tem 2 possibilidades de family ticket: € 156 para até 4 pessoas; € 190 para até 5 pessoas — em compras 1 semana antes, os bilhetes para família custam € 140 e € 168,75, respectivamente.

    Alimentação: De pizza a waffle, passando por massas e grelhados, sem se esquecer do infalível schnitzel com batata frita, a Legoland possui 13 espaços para comer e beber. Quem quer aproveitar mais as atrações ganha tempo apelando para os cafés, que têm lanches e crepes no cardápio. Uma tabela em inglês no site mostra o menu dos restaurantes e os ingredientes que podem causar problemas a quem sofre de alguma alergia ou intolerância alimentar.

    Lojas: Não há melhor lugar na Alemanha para comprar Lego. O parque possui 12 opções de lojas, entre moda infantil e adolescente, um mini mercado, uma tenda exclusiva para meninas e ambientes temáticos (o ponto que vende produtos Star Wars atrai muitos adultos).

    É possível comprar pecinhas por peso, diretamente da fábrica (limite de 100 gramas por pessoa por dia), ou então garimpar bons brinquedos no saldão que funciona durante toda a temporada. Como não queríamos carregar muito peso pelas 3 cidades que ainda iríamos visitar, optamos por comprar Lego em Frankfurt, nossa última parada. Lá adquirimos sets e ainda alguns bonecos avulsos que Joaquim montou na hora, combinando diferentes peças.

    Site: legoland.de

  • Novidades na Universal

    Novidades na Universal

    A Universal apresenta um cardápio de novidades atraentes tanto para viciados em atividades extremas quanto para aqueles só desejam sombra e mordomia. Confira o que rola nesta temporada e o que está reservado para o futuro nos parques e nos hotéis do Universal Orlando Resort.

    Islands of Adventure: King Kong & volta do Hulk

    Universal, King Kong, Islands of Adventure Atracao Skull Island Reign of Kong - Divulgacao
    Fotos e ilustrações: Divulgação

    Em Skull Island: Reign of Kong, a missão dos visitantes é explorar uma ilha cercada de mistérios e criaturas monstruosas. Insetos gigantes, feras com asas e predadores carnívoros que brotam do solo são alguns dos perigos dessa selva, que reserva no final um encontro cara a cara com o furioso gorila Kong.

    Para produzir esse mundo primitivo e assustador, a equipe de criação da Universal contou com a ajuda do diretor Peter Jackson, responsável pela refilmagem de King Kong em 2005 — a primeira versão foi às telas em 1933.

    The 40-foot-long, 17-ton Skull Island: Reign of Kong ride vehicle will use a sophisticated positioning system to independently navigate a rough, jungle road through unpredictable terrain. The front and back axles that support the vehicle’s 45-inch wheelsO deslocamento da expedição pela ilha misteriosa não será feito por jipe ou outro modelo off road. Um veículo medindo 12 metros e pesando 17 toneladas foi especialmente criado para encarar um caminho cercado de desafios.

    A jornada pode ficar ainda mais perigosa dependendo do motorista que conduzir o caminhão. São cinco os guias, cada um com personalidade distinta. Entre os personagens, um certo Will Denham, jovem caçador e primo do cineasta Carl Denham, o explorador e cineasta que no filme King Kong vai com sua equipe atrás de uma criatura misteriosa que vive isolada em uma ilha distante.

    Ainda no Island of Adventure, a montanha-russa The Incredible Hulk Coaster, fechada em setembro de 2015, reabre reformulada neste verão americano. O atração do Hulk mantém sua saída matadora, com os visitantes sendo lançados a toda velocidade pelo acelerador de partículas do cientista Bruce Banner. Nathalia experimentou ser disparada nessa montanha-russa em 2001, 2 anos após a inauguração da atração. Ainda lembra bem do gelo na barriga 15 anos depois. Esperemos o que vem por aí com essa renovação!

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    Universal Studios: nova loja da Hello Kitty e Nova York com Jimmy Fallon

    Atração com data de estreia marcada para 2017, Race Through New York Starring Jimmy Fallon leva os visitantes de Orlando à metrópole americana. Parceira entre a equipe da Universal e a mente criativa do humorista e apresentador do Tonight Show (o talk show de maior sucesso dos Estados, muito cult também entre os brasileiros), essa experiência fará com que Fallon desafie as pessoas a correr por Nova York, em uma espécie de gincana marcada por adrenalina e irreverência.

    A novidade será montada no lugar de Twister… Ride It Out, atração do Universal Studios que fechou em 2 de novembro de 2015.

    Neste parque de Orlando, já está aberta a nova loja da Hello Kitty, com produtos divididos 4 áreas temáticas: Town (com os amigos da gatinha), Sweet Yummy Shop (com guloseimas), Lounge (com robes, chinelos e brinquedos de pelúcia) e at the Movies (com a Hello Kitty e o cinema).

    Universal’s Volcano Bay: novo parque aquático

    Também com data de abertura programada para 2017, o Universal’s Volcano Bay promete experiências inovadoras em um ambiente inspirado em cenários de ilhas tropicais. O projeto é de um parque aquático temático.

    Hotéis: novo Loews e expansão do Cabana Bay

    Construído ao redor de uma lagoa e de uma grande cachoeira, o Loews Sapphire Falls Resort é o 5º hotel dentro da Universal. Com previsão de inauguração para o verão americano em 2016, o novo empreendimento — 3ª unidade da luxuosa rede hoteleira no complexo em Orlando — terá 1.000 quartos (sendo 77 deles suítes) e a maior piscina entre os hotéis da Universal Orlando, com 4.800 metros quadrados.

    A inspiração caribenha prevalece nos ambientes, assim como no cardápio do restaurante Amatista Cookhouse, em que o hóspede pode fazer sua refeição ao ar livre. Já o menu de tapas do Strong Water Tavern pode ser saboreado enquanto se admira as quedas d’água que batizam o hotel.

    Orlando, Hotel Cabana Bay, Florida - DivulgacaoNo centro do resort, a piscina com tobogã e o espaço de recreação infantil estão em uma área cercada de areia, o que aumenta a sensação de se estar numa ilha do Caribe.

    Reserve no Loews Sapphire Falls Resort pelo Booking

    Aberto em março de 2014, o Universal’s Cabana Bay, hotel com temática retrô, ganhará 400 novos quartos em 2017. As duas torres que serão construídas na parte do terreno terão vista privilegiada para o novo parque aquático Universal’s Volcano Bay.

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    CityWalk: restaurante temático sobre chocolate

    A Universal Creative, equipe responsável por projetar atrações, se juntou com o time que inventa experiências gastronômicas na empresa. O resultado é o Toothsome Chocolate Factory & Savory Feast, restaurante temático sobre chocolate, ainda sem data para abertura em 2016. Em 2 anos, o Universal CityWalk ganhou 9 outros restaurantes, de diferentes tendências gastronômicas.

    A decoração do restaurante será inspirada na era do motor a vapor, o século 19, com muito latão e madeira escura. Nesse ambiente de chaminés, tanques e tubulações, o visitante será recebido por funcionários com roupa de época.

    O menu terá de pratos — entre eles, quiches, crepes, carnes, massas e frutos do mar — a muitas variedades de milkshakes e de sundaes. No Toothsome, também será possível ver o preparo de chocolates e comprar exemplares na loja do restaurante.

    Nintendo: personagens dos games em atrações dos parques da Universal

    A Universal Parks & Resorts fechou uma parceria com a  Nintendo para desenvolver atrações para os parques do grupo, usando os jogos e os personagens da marca japonesa. As experiências ainda estão sendo inventadas pelas equipes de criação da Universal e da Nintendo.

  • CCBB Rio: passeio pelo Centro

    Sempre que estou no Rio com um pouco mais de tempo, faço um passeio até o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Há 17 anos morando em São Paulo ainda não criei esse hábito com a unidade paulistana — além das duas, existem as do Distrito Federal e de Belo Horizonte. Às excelentes exposições em cartaz (desde que abriu em 1989, o CCBB-RJ é ‘o’ programa cultural na cidade) soma-se o bom pretexto para um passeio pelo Centro, um dos meus programas favoritos no Rio.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Eu tinha 18 anos quando o CCBB-RJ foi inaugurado, e me lembro de ficar maravilhada ao entrar lá pela primeira vez. Pelo prédio em si, deslumbrante — cúpula, lustres e elevadores são um charme — e pelas possibilidades que ele oferecia a quem morava na cidade. Cultura de graça ou a preços reduzidos. Fiz curso de teatro ali, assisti a peças e leituras. Mas eu não poderia imaginar então que o CCBB viraria um marco naquela área do Centro e uma atração não só para os cariocas.

    O imponente prédio, com 15.046 m² de área construída, ocupa um quarteirão inteiro na Rua 1º de Março. Seus enormes portões de ferro trabalhado atraem o olhar de quem passa por ali, mesmo sem a pretensão de fazer qualquer programa histórico-cultural. E olha que não faltam ideias naquele trecho, não só na construção do Banco do Brasil. Ao lado, ficam a Casa França-Brasil e o Centro Cultural Correios, ambos com atraente agenda cultural.

    O que fazer no CCBB

    São 2 salas de cinema e 3 de teatro, biblioteca e 2 mostras permanentes (Galeria de Valores, sobre moedas; e O Banco do Brasil e Sua História, sobre a trajetória da instituição). CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11)CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (10)Existem ainda 14 galerias (10 no 1º andar e 4 no 2º), que recebem algumas das pri ncipais exposições do Rio de Janeiro.

    É a instituição cultural mais visitada do Brasil e a 20ª no mundo, de acordo com ranking publicado em abril de 2015 pelo jornal inglês The Art Newspaper, especializado em artes. O balanço de 2012 do Banco do Brasil aponta que o CCBB-RJ teve em torno de 2,2 milhões de visitantes. Em cerca de 25 anos de atuação, as 4 unidades do CCBB receberam juntas aproximadamente 74 milhões de pessoas, segundo informa página do banco.

    CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Castelo Ra-Tim-Bum, Exposição, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Filas, Exposição, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)Para ficar apenas nas exposições mais recentes do CCBB-RJ, vimos Picasso e a Modernidade, Salvador Dalí, Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto e Castelo Rá-Tim-Bum: A Exposição. Essa última tínhamos tentado em São Paulo, quando estava no Museu da Imagem e do Som (MIS). Mas a fila era tamanha que desistimos. Resolvi esperar entrar no CCBB-RJ, já que coincidia com a nossa temporada #rio40dias.

    Chegamos no horário em que abria e fiquei com a impressão de que a série não tinha tanto apelo no Rio quanto em São Paulo. Afinal, o programa passava na TV Cultura — nos anos 90 não era um canal de carioca. As cordas armadas para filas estavam vazias como aquelas fitas de aeroporto que te obrigam a fazer um zigue-zague mesmo sem movimento algum. Engano meu.

    Visitamos Rá-Tim-Bum sem sobressaltos. Na maior tranquilidade, Joaquim conheceu cenários do programa que não viu na TV, mas que conhece por meio das músicas e do filme.

    Quando saímos do prédio, a fila não cabia mais naquelas cordas do saguão de entrada. Era interrompida na área da rotunda e prosseguia em frente à Livraria da Travessa. Os funcionários seguiam organizando a espera até o lado de fora, onde uma linha já se formava rente à porta de entrada virada para a Igreja da Candelária.

    O mundo e o Brasil em moedas

    Antes de deixar o CCBB, checamos se havia outra exposição aberta ao público. A funcionária informou que não, mas que podíamos visitar as mostras permanentes e que, considerando que estávamos com uma criança, Joaquim poderia gostar de ver as moedas.

    Ãã, moedas? Depois de tantas vezes em que estive ali, como eu não sabia disso? A Galeria de Valores foi inaugurada em 2008, como parte das comemorações dos 200 anos de fundação do Banco do Brasil, e hoje faz parte do acervo permanente.

    CCBB-RJ, Moeda, Numismática, Galeria de Valores, Centro Cultural Banco do Brasil - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (9) (1280x783)

    É uma das principais coleções numismáticas do país, com 38.000 peças, sendo 2.000 delas expostas à visitação. Pela riqueza e pelo detalhamento que apresentam, muitas delas são obras de arte. Há cédulas raras, como as brasileiras de 200.000 réis e de 500.000 réis, ambas do meio do século 19.

    CCBB-RJ, Moeda, Numismática, Galeria de Valores, Centro Cultural Banco do Brasil - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (800x800)Caminhe sobre um rio de niqueis debaixo do piso e, ainda no chão, CCBB-RJ, Moeda, Numismática, Galeria de Valores, Centro Cultural Banco do Brasil - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1024x1024) leia frases em que dinheiro é o assunto. As vitrines dispõem os exemplares agrupados por temas, que vão da escolha de desenhos para ilustrar as notas (animais, construções, personalidades) a uma parede de cofrinhos de porquinhos e outra com artigos já usados como dinheiro. Na era do PayPal, do cartão de crédito (até o Banco Imobiliário do Quim tem dinheiro de plástico), é legal relembrar que tudo foi moeda nessa vida: sal, marfim, cacau, pau-brasil…

    Entre os hábitos que mudaram, mostrados na exposição, também está o de imprimir notas maiores quanto maior for a quantia que a cédula vale. Em tempos inflacionários, não seria muito prático tampouco econômico gastar tanto papel para fazer notas com valores cheios de zeros.

    A funcionária tinha razão em dizer que a exposição é interessante para crianças. Acho que as maiores, de 8 ou 10 anos, devem aproveitar melhor. A mostra é bem densa para crianças pequenas. Joaquim ficou cansado e sofreu com o gelo da salas. Estivemos lá durante o alto verão, e o frio era tremendo. Para ver com calma a Galeria de Valores, esta dica é fundamental: vá agasalhado ou leve um casaquinho.

    CCBB-RJ, Moeda, Numismática, Galeria de Valores, Centro Cultural Banco do Brasil - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (10) (1280x907)

    A área que mostra a história do Brasil por meio da moeda é um dos destaques. As peças são exibidas em ordem cronológica e inseridas no contexto, no momento pelo qual passava o país. Dois florins holandeses expostos representam a primeira moeda do Brasil, onde o nome do país aparece gravado.

    Como avisa a frase no alto, na entrada da Galeria de Valores, “olhar uma moeda é como folhear um livro de história”. Esse é o propósito ali. O rico acervo (com perdão do trocadilho) permite contar a história da moeda no Brasil e no mundo. E o melhor: você não gasta nem um centavo.

    A história do prédio

    No mesmo andar, há a exposição permanente O Banco do Brasil e Sua História. Sinceramente achei que pudesse ser uma chatice só. Entrei apenas para verificar o que tinha lá e poder contar a vocês. Gostei das primeiras salas. As últimas mostram a diretoria e a biblioteca. Não me atraíram, passei rapidamente.

    CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, História, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6)As da entrada me fizeram voltar no tempo com móveis e objetos usados nas agências antigamente. A máquina de visar cheques me causou arrepios, trazendo a memória das imensas filas do Banerj que eu enfrentava com minha mãe.

    Na reconstrução de um guichê para abrir conta corrente, o livrão para tomar notas ocupa metade da escura mesa de madeira. Atenção para o cinzeiro de pé, instalado ao lado da cadeira do bancário. Algo impensável hoje em dia.

    CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, História, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)

    Inicialmente, a construção onde está instalado o CCBB-RJ foi a sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Na área da rotunda, funcionava o pregão da Bolsa de Fundos Públicos. Projeto do arquiteto da Casa Imperial, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, o prédio teve sua pedra fundamental posta em 1880 e foi inaugurado em 1906.

    Passou para o Banco do Brasil na década de 1920. Foi sede da instituição até 1960, ano de fundação de Brasília, quando todo o poder federal se transferiu para lá. Depois, virou agência bancária, como se vê numa foto na mostra. Abriu como centro cultural em 12 de outubro de 1989.

    A biblioteca e sua área para crianças

    Resolvemos checar ainda como é a biblioteca. Pois é ótima. Quando foi criada, em 1931, focava em assuntos técnicos. CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Biblioteca, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11)Atualmente mantém um acervo com cerca de 125 mil exemplares, nos campos da literatura, da filosofia, das ciências sociais e das artes. São 2.200 m², com salão de leitura para até 100 pessoas. Quem quiser consultar o acervo pode dar uma olhada em www.bibliotecasbb.com.br/pesquisa.

    Fiquei encantada, especialmente com a área infantil. A parede da entrada simula capas de livros de clássicos para esse público, e a porta giratória imita as páginas. Coisa mais linda ver aquele colorido. O espaço é dividido em 2 ambientes preparados especialmente para crianças e adolescentes. Uma estante separa bem as áreas, e até o mobiliário é adequado a cada faixa etária.

    Há em torno de 2.000 títulos, tudo ao alcance das mãos. Joaquim logo pegou um exemplar, sentou-se numa das mesinhas e se aventurou na leitura. Pronto, agora o filhote também é habitué do CCBB do Rio.


    VALE SABER
    Endereço: Rua 1º de Março, 66, Centro

    Transporte: O CCBB-RJ é de fácil acesso. Fica bem na esquina com o fim da Avenida Presidente Vargas, diante da Igreja da Candelária. Ônibus que passam na 1º de Março deixam lá perto (salte antes, próximo ao Paço Imperial). CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Candelária - Foto Nathalia Molina @ComoViajaO Centro do Rio está todo em obras, e muitas linhas mudaram seus percursos — consulte sites como rioonibus.com (de 4 empresas) ou vadeonibus.com.br (da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro).

    De metrô se desce mais distante, na estação Uruguaiana. Caminhe pela Avenida Presidente Vargas em direção à Igreja da Candelária, que fica em frente ao CCBB-RJ

    Funcionamento: De quarta a segunda, das 9 às 21 horas

    Preço: Grátis para exposições e atividades educativas (senhas distribuídas 1 hora antes); R$ 4 para cinema (venda começa 1 hora antes da sessão); R$ 10 para teatro, dança e ópera (venda começa na segunda anterior ao espetáculo). Pagam meia estudantes, idosos com mais de 60 anos, clientes e funcionários do Banco do Brasil e quem tiver cartão pré-pago do Metrô Rio ou do Clube do Assinante do Jornal O Globo

    Alimentação: No térreo, funciona um café; no mezzanino, um restaurante, com pratos executivos.

    Para quem não quiser ficar restrito às opções dentro do museu, há um polo gastronômico bem atrás do CCBB. Siga pela Rua Visconde de Itaboraí em direção à Rua do Rosário. CCBB-RJ, Centro Cultural Banco do Brasil, Livraria da Travessa, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Nesses dois endereços fica uma série de restaurantes, de comida japonesa à menu mais sofisticadinho, passando por bares de petiscos. Na hora do almoço quase todos oferecem sugestões do dia

    Compras: Colada ao restaurante, a Livraria da Travessa mantém uma unidade dentro do CCBB desde 1985, oferecendo livros, CDs, DVDs e outros produtos relacionados aos temas expostos no centro cultural. É uma tentação.

    Quando fomos ver Kandinsky, Joaquim ganhou da avó um livreto de adesivos com obras do pintor russo, além de dois livros de arte para crianças

    Dicas: Há guarda-volumes no térreo, 1º e 2º andares.

    Site: culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro

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