Viagem com crianças: 12 dicas sobre roteiro, roupas e destino

Quem está à procura de dicas para viagem com crianças deve ter em mente que a saída de casa por um período exige alguns cuidados (poucos, é verdade). Contudo, não há regra ou fórmula pronta para que a aventura em família seja um sucesso, com zero possibilidade de estresse (veja nosso checklist para férias com criança no exterior).

Apesar de o nosso filho, Joaquim, ter 14 anos, ainda há quem queira saber dicas para viajar com criança pequena. É fato que pouca coisa mudou nesse universo em relação à época em que viajávamos com ele miudinho ainda. Antes de mais nada, é preciso ter em mente que a viagem é, por si só, um estado de exceção na vida da família. Sendo assim, algumas regras podem sem revistas, ajustadas ou, até, dispensadas.

Sem aperto

De que adianta a calça mais bonita ou o vestido de lacinho se a criança ficar enjoada porque a roupa limita sua liberdade de movimento? Então, ponha na mala roupas confortáveis. Tem tanta peça descolada com visual bacana. A fim de evitar apertos de outra ordem, a mala do meu filho costumava incluir moda para todas as estações. Dessa forma, eram poucas peças para cada clima, mas todos estão lá.

Sem tralha

Mesmo quando meu filho tinha meses de vida a gente procurava levar em uma viagem com criança só o que era preciso para a felicidade geral. Quando Joaquim era bebezinho, berço portátil e carrinho eram itens de primeira necessidade, além de mamadeira e escovinha para lavá-la. Contudo, depois de 1 ano e meio de idade, o carrinho foi abolido. Com 2 anos, a mala diminuiu drasticamente.

Se o Joaquim já tirava a soneca da tarde na escola no colchonete por que teria de dormir todo protegidinho? Pois é, coisas de mãe, às vezes a gente esquece que o filho cresce — ou reluta em lembrar. Mas no momento oportuno a ficha cai. Quando pequenino, bastava um lugar aconchegante para ele descansar, fosse uma cama encostada na parede ou improvisada no chão com edredon. Só duas coisas não podiam faltar até os 2 anos para o meu filho: a chupeta e um soninho (um boneco gostoso para ele abraçar e dormir com os anjos).

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Sem maratona

Criança tem ritmo próprio, e todo mundo ganha quando ele é respeitado. Evite programar um monte de coisas para o mesmo dia. De fato isso não é legal nem para adultos, entretanto quem nunca correu naquela ansiedade para ver tudo? Para viajar com filhos, é bom considerar que, além do mais, as perninhas são pequenas e, portanto, dão passinhos menores.

Os interesses também podem ser diferentes do seu. É outra pessoa, e uma pessoa com visão de criança. Para meu filho pequeno, a maior viagem era ver todas as cores de avião no aeroporto e brincar com crianças desconhecidas nos destinos. Conforme foi crescendo, passou a perceber mais claramente muitos detalhes da viagem.

Sem preconceito

Aventure-se pelas escolhas menos óbvias nas viagem com crianças. Às vezes, é bom ter no roteiro programas que fazem sucesso entre crianças, como aquários e zoológicos, mas nada impede de incluir passeios por museus, por exemplo.

Basta envolver seu filho no planejamento da viagem. Sendo assim, que tal mostrar pela internet as obras que serão conhecidas ao vivo depois? Criança não nasce gostando ou odiando alguma coisa. Se o adulto não demonstra preconceito, ela se mantém aberta a experimentar o novo. Nós fomos a muitos museus para crianças na Alemanha com Joaquim.

Sem rigidez

Criança precisa se alimentar bem e com qualidade, obviamente. Mas são férias! Seu filho não vai ficar doente se comer hambúrguer e batata frita eventualmente. Inclua os itens saudáveis nas refeições dentro do clima do passeio: sucos e sorvetes de frutas regionais, couve e laranja no prato de feijão, peixinho na brasa como aperitivo na praia…

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O senhor pommes frites ataca em Frankfurt

Sem descuido

Em qualquer época do ano em que seja feita a viagem com crianças hidratação é essencial. Por isso, água e sucos nunca são demais. Bem, o garoto ‘água de coco’ aqui de casa já tomava de caixinha o ano todo, então dá para imaginar o estrago que fazia quando encontrava coco natural pela frente.

Outros itens indispensáveis na bagagem são protetor solar e repelente — no verão, um bom chapéu garante uma sombrinha e uma carinha linda para encher de beijos.

Sem doença

Já que não se pode escolher que parte do código genético mandar para o forno, meu filhote é alérgico como eu. Então, uma farmacinha é mão na roda para a gente. Não se trata de chamar problemas, mas de conseguir resolvê-los rapidamente. Antitérmico, xarope e anti-histamínico vão sempre para a necessaire.

Sem consumismo

Comprar menos, experimentar mais. Nadar juntos, caminhar pelas ruas a caminho daquele centro cultural, conversar com tartarugas, abraçar no cansaço do fim do dia. Com toda a certeza você quer trazer coisas fofas para seu filho usar ou brincar, mas as experiências também são ótimas lembrancinhas de viagem. Quando a criança começa a falar (o nosso sempre foi um doce tagarela), é maravilhoso ver como ela gosta de lembrar e contar o que viveu.

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Fernando e Joaquim nas ruas do Rio Vermelho, durante a Festa de Iemanjá

Sem censura

Alegria de criança em dose máxima. Portanto, vale envolver seu filho na viagem usando elementos que ele curte. No caso do meu, música, muita música. Para entrar no clima antes de embarcar e também para distrair e animar durante o trajeto. E por que não inventar as próprias músicas? Até hoje me lembro do repente que inventei com meus irmãos na estrada a caminho do sertão pernambucano. Quando meu filho era pequenino, eu voltava no tempo de criança e dava uma ajudinha. A companhia de uma criança é um excelente pretexto para soltar a criatividade.

Sem neurose

Caso tudo dê errado, fora do planejado, seu filho não vai se incomodar, desde que você não surte também. Para ele, importa muito mais a presença e a tranquilidade dos pais do que megaprogramas. Ele pode até fazer um escândalo, aquela pirraça pela frustração inicial, mas vai parar se, em vez de entrar na onda dele, você o trouxer para tua onda. Essa dica nem sempre funciona porque somos humanos e às vezes a paciência vai para o espaço mesmo. Porém, vale o esforço de tentar manter a calma. Costuma evitar desdobramentos mais cansativos ainda.

Sem nostalgia

Para não passar o ano inteiro sonhando com as próximas férias, dá para reviver os momentos de felicidade com jogos ou brinquedos artesanais comprados na anterior. Uma delícia também é passar a tarde vendo fotografias. E, enquanto a folga mais longa não chega, fazer pequenas viagens ou passeios de um dia.

Sem regra

Tudo isso acima pode não servir para sua família, ou talvez apenas parte disso seja útil. Até para nós mesmos. Conforme as fases do meu filho foram passando, nós nos adaptamos. O caso mais recente ocorreu durante nossa viagem a Paraty, quando pegamos 3 dias de chuva sem trégua. Acredite, tiramos o melhor proveito disso, inclusive durante a visita à Fazenda Bananal, onde provamos plantas comestíveis.

Por fim, um pouco de improviso é bom para não se tornar tão sistemático e ter a chance de descobrir outras formas de viajar, dentro e fora de casa. Pelo menos até aqui tem sido assim, com esta nossa ‘fidura’, alegre e surpreendente.

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