Autor: Fernando Victorino

  • Dia do Rei, na Holanda

    Dia do Rei, na Holanda

    KINGSDAY
    Fotos: Divulgação

    Uma grande festa de aniversário a céu aberto. Em 27 de abril, a Holanda celebra o Dia do Rei (Koninginnedag), em comemoração ao nascimento do soberano Willem-Alexander. Nesta data, as ruas das principais cidades do país ficam entupidas de pessoas, todas vestidas de laranja da cabeça aos pés — a cor simboliza a dinastia Orange-Nassau.

    Andréa Martins, amiga da Nathalia, mora na Holanda há 5 anos e curte a tradição do país europeu. “É muito legal ver todo mundo de laranja”, diz. Dá para participar da celebração em várias cidades — entre elas, Amsterdã, Eindhoven, Haia, Rotterdam, Breda e Groningen. “No ano passado, fomos a Delft”, lembra Andréa. “Neste ano, devemos ficar em Gouda (cidade onde mora com o marido e os 2 filhos, todos holandeses).” Ela conta que nunca passou o Dia do Rei em Amsterdã (“é muito cheio”), mas dá a dica de outra cidade divertida na data: “A festa é animada em Utrecht.”

    Neste dia, Amsterdã recebe 2 vezes mais pessoas do que a população local — só de trem chegam à cidade cerca de 250 mil turistas. Ruas, terraços, canais, todos os espaços são tingidos de laranja. Apesar de a circulação ficar comprometida (não tenha pressa), é possível visitar algumas poucas atrações que funcionam normalmente, como os museus Van Gogh, Stedelijk e RIjksmuseum, além da casa de Anne Frank.

    Para muitos, a celebração começa já na véspera, nos pubs e casas noturnas que mantêm uma programação especial para a chamada Noite do Rei (Koningsnacht). Na liberal e tolerante Holanda, dá para imaginar o tamanho da empolgação que toma conta desse ‘esquenta’. Alguns valentes encontram pique para emendar com a festa principal, na manhã seguinte, dia em que se registra um substancial aumento de 600% nas vendas do tompouce, massa folhada doce com creme, decorada com uma casca laranja.

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    Boas compras nas ruas

    KINGSDAYMas o grande barato está mesmo nas ruas, onde rola um grande mercado de pulgas. Minha amiga Camila Werner, que morou em Delft, conta que é uma tradição as pessoas esticarem um cobertor no chão em frente de casa para vender produtos de segunda mão. “Dá para achar coisas bem legais gastando muito pouco, tem até produtos por 1 euro”, conta. Andréa destaca roupas e brinquedos entre as boas opções de compra que encontrou. Uma curiosidade: o site oficial do turismo de Amsterdã estima que um vendedor de rua fature cerca de 90 euros nesse dia.

    KINGSDAYCamila participou da festa em Haia, no tempo em que se comemorava o Dia da Rainha (Koninginnedag). A tradição teve início em 31 de agosto 1885, em homenagem à soberana Wilhelmina. Para que a festa sempre pudesse ocorrer no verão, a rainha Beatrix — nascida em 31 de janeiro, no auge do inverno holandês — aceitou que a festa fosse realizada em 30 de abril, data de aniversário da mãe dela.

    Desde 2013, com a ascensão de Willem-Alexander — o primeiro homem a ocupar o trono holandês em 123 anos — o Dia do Rei passou a ser comemorado em 27 de abril, aniversário dele. E, se a data cair num domingo, a celebração é antecipada. Afinal, seja sempre feita a vontade do povo, que adora festejar.

  • Em Munique, o museu de ciência e tecnologia para criança

    Em Munique, o museu de ciência e tecnologia para criança

    O Kindereich, dentro do Deutsches Museum, museu de Munique, mostra ciência e tecnologia de modo divertido para criança na Alemanha. Garotada brinca com Instrumentos musicais, cordas, bolinhas e tintas de pintura

    ATUALIZADO EM 16 DE MARÇO DE 2017

    O aviso na entrada era expresso: adulto só entrava acompanhado por criança. Estávamos num dos mais completos museus que visitamos na Alemanha, em Munique: o Deutsches Museum. Como nosso filho, Joaquim, esteve conosco durante o tour pelo país, Nathalia e eu tivemos passe livre para entrar no Kinderreich, espaço onde a ciência é apresentada de modo divertido e intuitivo para quem, às vezes, ainda nem sabe ler. Com 8 setores, o salão era amplo. Grande mesmo, a ponto de ter dentro dele um caminhão de bombeiro, alegria da meninada, que sobia e descia, entrava e saía do veículo sem parar.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos e vídeo: Nathalia Molina @ComoViaja

    Agora vamos ver o que reserva às crianças a extensa reforma em andamento no Deutsches Museum. Atualmente, o maior museu da capital da Baviera tem algumas áreas fechadas, entre elas o subsolo onde se localizava o setor dedicado à garotada quando fizemos nossa viagem em família pela Alemanha. Deve reabrir inteiramente renovado em 2019.

    Até lá, o Kinderreich funciona no piso térreo, com experiências novas. Entre elas estão grandes blocos de Lego para construir espaços e entrar neles, além de uma oficina de arte e de um painel para traçar o caminho de bolinhas rolando.

    Como é o museu para crianças em Munique

    Munique Museu Deutsches Museum Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (751x1024)Deutsches Museum Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (14) (778x1024)

    O Deustches Museum por si só já desperta o interesse de crianças acima de uns 5 anos. Gigante, o museu bávaro reúne uma coleção invejável relacionada à ciência e à tecnologia, que inclui do sistema solar a máquinas voadoras. Devido à revitalização, diversas partes estão fechadas ao público, como o rico setor de fotografia e filmagem. Mas, não se preocupe, há sempre algo bacana para ser visto pela família toda.


    Especificamente sobre o Kinderreich, a proposta é fazer com que as cerca de 200 mil crianças de 3 a 8 anos que visitam essa área infantil por ano entrem em contato com as leis da natureza e tomem gosto pela ciência de um modo menos acadêmico, mais divertido. Nada de ciência da forma clássica. Sem perceber, a meninada aprende tudo, com rapidez.

    Acho fascinante existirem espaços com esse acervo tecnológico, essas demonstrações científicas, voltados para crianças. Eu só conhecia algo semelhante em 2 lugares em São Paulo: o Museu Catavento e a Estação Ciência (fechada para reforma faz tempo). A estrutura é bem diferente, mas o objetivo é o mesmo.

    O que fazer no Kinderreich

    Deutsches Museum Criancas Kinderreich Munique Museu Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (7) (866x1024)

    No Kinderreich, Quim brincou com barquinhos num sistema de eclusas, mexeu no computador (os programas disponíveis mostram a imagem da criança na superfície da água e explicam o funcionamento do Corpo de Bombeiros, entre outras atividades), girou com a mãe uma roda de madeira para guiar bolinhas coloridas por canaletas até círculos da mesma cor.

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    Por mais que tudo estivesse acessível (e a ideia é fazer com que as crianças explorem cada objeto exposto), é sempre legal ficar de olho. Aos 5 anos, Joaquim estava meio sem saber como agir com um conjunto de polias e roldanas. Dei uma força – quer dizer, mais ou menos, já que o conceito dessa máquina simples é justamente facilitar a tarefa de erguer cargas pesadas. Não preciso dizer que ele adorou subir e descer sentado sobre um disco de metal sendo que eu só precisava puxar uma corda para erguê-lo. De quebra, nosso filho aprendeu algo que – na teoria – ele estudará a fundo lá pela adolescência.

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    Embora algumas partes do Kinderreich ainda fossem sofisticadas para seu entendimento, Joaquim passou por todas elas, no nosso roteiro em família — leia textos sobre viagem à Alemanha com criança. Mas, assim, sem formalidade, absorveu alguns conceitos de ótica e astronomia, ali dispostos em forma de experimentos práticos para as crianças. No Theodor Heuss, barco salva-vidas que leva o nome do primeiro presidente alemão, antes da reforma atual, era possível ver por espaços abertos a sala de comando, a cabine de passageiros e a sala das máquinas. Não se podia visitar o interior da embarcação.

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    Joaquim sempre foi musical. Por isso, o espaço em que ele mais se sentiu à vontade no Kinderreich foi o departamento com instrumentos, facilmente identificado por um enorme violão. É possível não só dedilhá-lo (isso, sim, exige esforço), bem como entrar em seu interior.

    Há também instrumentos de percussão e, numa sala fechada, um piano de armário. Joaquim, que nunca havia chegado perto de um, se sentou e saiu tocando uma sinfonia própria, composta ao sabor do improviso e da livre exploração. Como convém tudo no Kinderreich.

    [youtube https://youtu.be/IVz2vANN7SQ]

    VALE SABER

    Endereço: Museumsinsel 1

    Transporte: Todo tipo de transporte público serve para se chegar ao Deutsches Museum. A estação de trem (S-Bahn) mais próxima é a Isartor. De U-Bahn (transporte urbano da cidade), as opções são as linhas 1 e 2, descendo na estação Fraunhoferstrasse. Se optar pelo tram (bonde), pegue o 16 (Deutsches Museum), o 17 (Fraunhoferstrasse) ou o 18 (Isartor). Também levam até lá as linhas de ônibus 132 (Boschbrücke), 52 e 62 (ambas, Baaderstrasse)

    A pé da Marienplatz dá cerca de 20 minutos de caminhada em terreno plano. O percurso inclui passagem por 2 pontos turísticos de Munique: o Viktualienmarkt e o Isartor, 1 dos 4 portais que protegiam a cidade no período medieval

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    Funcionamento: O setor infantil funciona todo dia, das 9 horas às 16h45 — o Deutsches Museum fica aberto até as 17 horas

    Preço: Para acessar o Kinderreich, é preciso pagar o ingresso regular do museu: adulto, a 11 euros — crianças de 6 a 15 anos, 4 euros; até 5 anos, grátis; maiores de 65 anos e portadores de necessidades especiais, 7 euros. O ticket para a família, válido para 2 adultos com crianças até 15 anos, custa 23 euros

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    Alimentação: Há um restaurante no mezzanino (segunda a sexta, das 9 às 17 horas; sábado e domingo, até 15h30 — refeições quentes, sempre entre 10h30 e 15 horas). O Deustches Museum dispõe de 3 cafés: no térreo e no piso 3, eles vendem também lanches; dentro da loja do museu, há máquinas automáticas com opções para comer e beber. Existe ainda uma área para piquenique no térreo — tem espaço com trocadores.

    Site: Kinderreich no Deutsches Museum


    *Quando você reserva pelo Booking, um percentual do valor é repassado ao Como Viaja. Assim, você contribui para que a gente continue a escrever aqui. Conheça todos os parceiros do Como Viaja, que oferecem passagens, hotéis, guias e reservas de atrações

  • Legoland Berlim: ingresso e atrações do passeio para crianças

    Legoland Berlim: ingresso e atrações do passeio para crianças

    O site da Legoland Berlim conta uma história com ar de fábula sobre o 1º Discovery Centre da marca. Criado em 2007, o espaço permite às crianças mergulhar no universo criativo dos tijolinhos mais famosos do mundo. Em 1932, Ole Kirk Kristiansen, carpinteiro da pequena cidade de Billund (onde hoje fica a Lego House, na Dinamarca), decidiu fazer algo mais divertido do que fabricar móveis. Começou a produzir brinquedos de madeira.

    Dois anos mais tarde, Ole promoveu um concurso entre seus empregados, para encontrar um nome para sua empresa, em um desafio que ele próprio venceu. Nascia a marca Lego, que só seria materializada na forma de um tijolinho de plástico colorido em 1958, ano em que foi inventado e patenteado.

    A ideia de criar um lugar para ensinar a construir com Lego só surgiu anos mais tarde, de tanto que os funcionários da empresa eram abordados por pessoas que queriam saber como dar forma àquelas pecinhas coloridas. Essa inventividade toda, traço marcante do universo Lego, ficou evidente assim que nos aproximamos do Sony Center, complexo de apartamentos, restaurantes e entretenimento que fica na Potsdamer Platz.

    Sentinela, uma enorme girafa formada por milhares de pecinhas indica que estamos mais próximos do Legoland Discovery Centre (garanta seu ingresso online). A brincadeira estava só começando. No fim de abril de 2022, o site da atração avisava que ela estava fechada sem data ainda para reabertura.

    Girafa de pecinhas dá às boas-vindas na atração

    Como loja, esse é o lugar certo para comprar Lego em Berlim (e sobre isso falaremos daqui a pouco). Antes, vale saber que adulto só entra no Legoland Discovery Centre acompanhado de criança (no caso, para eles, quem está abaixo de 17 anos). Joaquim foi nosso salvo-conduto. Exploramos cada ambiente e participamos das atividades porque tudo era novidade para nós.

    Outra informação importante, para o bolso, é que existe ticket combo, para quem quiser ir tanto a Legoland Berlim quanto ao SeaLife, por exemplo. Nós fomos às 2 atrações também com o Joaquim e também ao AquaDom, elevador que se move dentro de um tanque com peixes no centro do Radisson Blu Hotel.

    Na Legoland, as atrações foram pensadas para meninos e meninas entre 3 e 10 anos. Construído na altura deles, o mobiliário facilita o acesso das crianças e as deixa em segurança. Reparamos que muitos pais desencanavam dos filhos enquanto eles brincavam.

    Espaço feito para descobertas

    Pontos turísticos de Berlim em miniatura

    Da entrada, o visitante é conduzido por uma escada até a Miniland, dividida em 2 salões. No 1º deles dá para acompanhar do amanhecer ao anoitecer de Berlim, com seus sons nas primeiras horas do dia, o frenesi que toma conta da capital alemã no meio da manhã e o desacelerar ao cair da tarde. Os principais edifícios e cartões-postais berlinenses estão representados, tijolo por tijolo.

    Até o que hoje só existe na cidade na forma de memorial está lá. O trecho do Muro de Berlim que ficava em frente ao Portão de Brandemburgo segue de pé, em uma brincadeira que dura o tempo de se apertar um botão para vê-lo cair, como ocorreu de verdade em 1989. Quando aquela imitação de bloco de concreto foi ao chão, ouvimos gritos da população, e uma canção começou a tocar. Joaquim perguntou o que queria dizer a pichação no muro com a palavra freedom e que música em inglês era aquela. Sem teorizar muito nem traduzir a letra, explicamos que a cena tinha a ver com liberdade. Quim entendeu o recado e passou a cantar (no exato ritmo da música) versos de sua mais do que livre adaptação: “Freeeeedommm, a liberdade do freeeedommm…”

    Fez sucesso. A música também (pelo menos entre a gente), mas eu me refiro à brincadeira. Joaquim fez o muro cair, por baixo, umas 10 vezes, atrasando um pouco a sequência da nossa visita. Na época em que visitamos a Miniland de Berlim, a 2ª sala era dedicada a Star Wars. Cenas do filme eram reproduzidas, e personagens como os robôs C3PO e R2D2, expostos.

    A saga de George Lucas não era o único filme homenageado com esculturas em tamanho natural nos ambientes do Discovery Centre . Na falta de Han Solo, Harrison Ford estava presente na pele (plástica) de Indiana Jones, do lado de quem fiz pose para foto com chapéu na cabeça igual ao do arqueólogo-herói. Havia ainda o bruxinho Harry Potter, e um Batman (com quase o dobro da minha altura) zelava pela ordem perto do cinema.

    Assistimos a Legends of Chima, produção em 3D do Lego Studios. Apesar de a sessão ser curta, eu e Nath demos umas cochiladas ao som do alemão incompreensível para nós. Vez ou outra acordávamos com calor ou vapor d’água vindos dos efeitos em 4D. Isso quando não escutávamos o nome Chima sendo gritado pelos personagens da história. Mesmo sem entender lhufas do que era dito, Quim não desgrudou os olhos da tela, e saiu do cinema satisfeito, com o espírito guerreiro pronto para encarar o Lego Ninjago, onde a missão era cruzar um corredor sem disparar um sensível alarme a laser.

    Espírito guerreiro no Ninjago

    Caverna do dragão

    Perto da entrada de uma caverna, um carrinho em forma de dragão apareceu, e um monitor nos convidou a dar uma volta. Tínhamos acabado de entrar no Drachenbahn, atração que mudaria a relação do Joaquim (e a nossa, por que não?) com a Legoland — Nathalia escreveu a respeito na abertura da série sobre viagem à Alemanha com crianças.

    Brinquedo na Legoland em Berlim: um passeio pelo escuro

    O trajeto do passeio é curto, com curvas e surpresas. Os bonecos de Lego possuem movimentos simples e interagem sem assustar. Não é uma montanha-russa nem um trem fantasma. Defino como um trem encantado. Por fim, surge o dragão e o clima esquenta graças a efeitos especiais. Em 2017, a Legoland Berlim ganhou nova área, dedicada a dinossauros, Lego Dino Explorer.

    Pecinhas de Lego, carrinhos e voo para quem pedala

    Mesas baixas, cadeirinhas e uma enorme quantidade de tijolinhos prontos para serem mexidos por mãos pequenininhas. O piso inferior do Lego Discovery Centre é a razão pela qual ele foi criado: 100 m² inteiros para estimular a criatividade. É irresistível ver aquele material todo à disposição, mas eu me contive.

    Duplo Bauernhof é indicado para crianças de 2 a 5 anos, com peças da linha Lego Duplo, especialmente desenhadas para quem ainda não tem tanta destreza para lidar com as peças tradicionais — aqui os pais podem ajudar os filhos a exercitar a coordenação.

    Na linha clube da Luluzinha, as meninas têm a chance se bandear para o território de Heartlake City, cidade fictícia onde amigas vivem histórias em que os tons de rosa e púrpura prevalecem. Do lado oposto, meninos (mais novos e mais velhos) são orientados por monitores na criação e na montagem de carros velozes. Em Lego Racers, é possível ainda testar os protótipos em uma rampa. O desempenho é cronometrado e dá para apostar corrida com outra criança.

    No centro do salão, fica um enorme brinquedão (Klettergerüst), com parede de escalada, escorregador e piscina de bolinhas. Naquele tempo, Joaquim não dispensava uma atração assim. Ele se empolgou tanto que achou que a rampa de lançamento do campo de provas ao lado fosse um lugar para descer sentado. Ele só não chegou a escorregar porque eu o tirei de lá. Leve como era e é até hoje, Quim teria quebrado fácil, fácil o recorde da pista naquela tarde.

    Desafiar a gravidade e flutuar são as tarefas em Merlins Zauberschüler. Quem pedala mais forte, voa como autêntico aprendiz de feiticeiro. Nathalia e Joaquim foram bem na brincadeira. Ganharam até uma volta de bônus do monitor. Para quem quer ir além, a nova área Space Mission convida pequenos exploradores a construírem seus próprios foguetes e a se lançar em uma missão intergaláctica.

    Mas é o Modellbau-Workshop a principal atração de toda unidade de Lego Discovery Centre. É a oficina comandada pelos profissionais que constroem os edifícios, os monumentos, os animais e os personagens expostos em todos os centros de entretenimento Lego ao redor do planeta. Eles explicam técnicas para quem quer criar suas próprias esculturas. Em suma, a arte de levar a vida na brincadeira.

    VALE SABER

    Endereço: Potsdamerstrasse, 4, Berlim, Alemanha

    Transporte: A Potsdamer Platz é uma praça central de Berlim, com uma grande estação de entrocamento de trens e metrô. Use as linhas U2, S1, S2, S25, RE3, RE4 ou RE5 e desça em Potsdamer Platz. Da saída da estação ao Lego Discovery Centre, a caminhada leva 5 minutos

    De ônibus, use as linhas M48, M85, M200 ou M347, para a Varian-Fry-Strasse. Com a M41, desça na Potsdamer Platz.

    Se estiver de carro, há um estacionamento no Sony Center com duas entradas, uma pela Ben-Gurion-Strasse, outra na Bellevuestrasse

    Horário: Diariamente, das 10 às 19 horas (última entrada às 17 horas)

    Preço: No site, o tíquete sai a partir de € 19. A GetYourGuide, empresa alemã parceira do Como Viaja, também vende ingresso online para a Legoland Berlim.

    Alimentação: Há um café no piso inferior com comidas e bebidas. Pais cujos filhos sejam alérgicos podem trazer a própria comida

    Compras: A que funciona no Lego Discovery Centre oferece grande variedade de sets em caixas fechadas e ainda possui um paredão com gavetas cheias de peças avulsas para combinar do jeito que quiser. Aberta diariamente, das 10 às 19 horas, com acesso também para quem não for visitar o Lego Discovery Centre

    Site: legolanddiscoverycentre.de

  • Legoland Hotel na Alemanha: dormindo no castelo ao lado do parque

    Legoland Hotel na Alemanha: dormindo no castelo ao lado do parque

    Cheiro de madeira jovem no ar. Papel de parede reluzente, carpete impecavelmente nivelado, macio, do tipo que levaria você a pisá-lo descalço não estivesse ele instalado no corredor de acesso aos quartos. Sensação comparável àquela de quando entramos em um carro zero. Foi assim que Nathalia, Joaquim e eu encontramos o Königsburg (Castelo Real), Legoland Hotel inaugurado no verão de 2014 no parque de diversões na Alemanha, na cidadezinha de Günzburg, perto de Munique, na Baviera. Ele tinha apenas 2 dias de funcionamento quando nos hospedamos por 1 noite, como presente de aniversário do nosso filho.

    Quim ficou eufórico ao ver o hotel, cuja fachada recria um castelo medieval, com paredes decoradas como se fossem construídas com imensas e pesadas pedras cinzentas. Saiu correndo pela alameda que liga a recepção ao Königsburg. Só parou no meio do caminho para subir em um dragão feito de Lego, que fica em frente a entrada do Ritterburg (Castelo do Cavaleiro), hotel vizinho e mais antigo, também de inspiração medieval.

    Legoland Günzburg Hotel Castelo Alemanha Crianca Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x765)

    Além do Königsburg e do Ritterburg, a Legoland inaugurou em março de 2016 o Drachenburg, com um dragão como mote. Tem a mesma quantidade de quartos do castelo do cavaleiro (34) e de facilidades à disposição dos hóspedes. Isso vale também para os 44 aposentos do Königsburg, que ainda tem outras 12 suítes com 10 m² a mais, sofá-cama (que permite a uma 5ª pessoa dormir) e console de Nintendo Wii U.

    No Traveller’s Choice Award 2019, o complexo chamado de Legoland Feriendorf (vila de férias, numa tradução livre do alemão) ficou em 3º lugar eleito pelos viajantes no TripAdvisor entre os 25 melhores hotéis para família na Alemanha. Para a temporada 2018, a novidade em acomodação por lá foi o Pirate Island. Com 142 quartos, o hotel de temática de pirata pode abrigar até 594 hóspedes. A reserva de hospedagem em todo o complexo está disponível no link de Legoland Hotel.

    Como é o Legoland Hotel em forma de castelo

    O Königsburg tem aparência de castelo, altura de castelo, mas nem por isso obriga seus hóspedes a usarem escada o tempo todo. Há um moderno elevador para ligar os dois andares do hotel. No térreo, ficava um balcão de apoio próximo à entrada do restaurante, com um funcionário que tirava dúvidas simples sobre serviços disponíveis ou entrava em contato com a recepção graças ao único telefone que havia no prédio.

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    Os quartos não tinham ramal, o que causou desconforto quando precisamos de ajuda para entender como regular o ar-condicionado. Fui até o térreo, mas o funcionário que estava lá não sabia como lidar com os comandos também. Ficamos sem saber porque a recepção do complexo já estava fechada. Atualmente ela funciona 24 horas. Como eu disse acima, o Königsburg estava funcionando havia apenas 2 dias, o que geralmente exige ajustes naturais.

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    Ficamos no quarto com 30 m², de paredes magicamente decoradas, com muitos objetos construídos com as pecinhas de Lego. As instalações eram confortáveis, mas básicas, com cama king-size, ar-condicionado, banheiro com ducha, secador, frigobar, cafeteira, duas televisões e um balde de Lego para as crianças brincarem durante a hospedagem.

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    Elas dormem no espaço localizado na entrada do quarto, numa espécie de antessala, separada do banheiro e do quarto do casal por um porta de correr. Pendurada na parede, a placa com a inscrição ‘kids only’ deixa claro que a crianças mandam no pedaço. No lugar do chocolate em cima da cama, costume em hotelaria, pecinhas amarelas aguardam os hóspedes no Legoland Hotel.

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    Você pode imaginar como foi a reação de Quim diante daquilo tudo. Ele ia de um lado para o outro do quarto, admirado com as paredes cheias de personagens, cenas, com os objetos de decoração construídos de Lego — basta ver pela foto que ele quis tirar ao lado da porta do banheiro.

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    O que fazer na vila de férias: Feriendorf

    Considerando que há um parque de diversões muito próximo, fica até difícil imaginar que alguma criança vá ter disposição para brincar com algo eletrônico em algum momento. Isso sem falar que cada um dos hotéis possui seu próprio playground, com brinquedos de madeira, escorregador e tanque de areia.

    E mais: no complexo há uma área (Hochseilgarten) com circuito de triciclo (que Joaquim experimentou) e espaços para escalada, tirolesa, boliche e mini-golfe — para brincar é preciso comprar ingresso.

    Chegamos à Legoland Alemanha por volta das 10h30. Fizemos check-in, mas só poderíamos acessar o quarto depois das 15 horas. Deixamos a bagagem na recepção e seguimos para o parque carregando apenas mochila com casacos, biscoitos e água. Almoçamos cedo. Fome no restante do dia? Só de diversão.

    Legoland Hotel Familia Alemanha Recepcao - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (800x600)

    À noite, depois de um bom banho, saímos a pé para jantar, ali dentro da Feriendorf. No Königsburg, há o Zun Tafelrund, restaurante anexo ao castelo. Em clima de taberna, serve de tábua de frios a hambúrgueres, passando por pizzas e massas, sem falar em menu infantil e em pratos com carne e acompanhamento.

    No entanto, foi de olho num leque de opções aberto e na economia que fizemos na reserva online dessa despesa extra que escolhemos jantar no Dschungel Buffet, na área da recepção do resort. Vizinho a ele, o teakhouse serve grelhados e acompanhamentos.

    O Dschungel Buffet tem paredes decoradas com os simpáticos bonequinhos, pequena área de recreação infantil e o buffet tinha um balcão dedicado às crianças, na altura da garotada. Mesmo para quem paga no local, a placa com os preços na porta (apesar de estar escrita apenas em alemão) não deixava dúvida: o Dschungel era o melhor custo-benefício porque o valor incluía bebida.

    Legoland Hotel Alemanha Jantar no Buffet - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x565)

    Lá dentro, 3 descobertas. 1ª: o preço do menu incluía apenas refrigerantes, não suco. 2ª: para esclarecer essa dúvida e saber que sabores de suco havia, tivemos de apelar para a mímica porque a garçonete que nos atendeu não falava inglês. 3ª: havíamos demorado demais para ir ao restaurante, que fecha às 22 horas e, como em qualquer buffet, a comida já não estava tão fresca quanto no momento em que começou a ser servida, às 17 horas. Resultado: nosso jantar terminou com uma pontinha de frustração porque só chegamos para comer perto das 21 horas.

    Legoland Hotel Alemanha Restaurante Buffet - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x645)
    Legoland Hotel Criancas Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x600)

    Então, vale saber: ou você termina a brincadeira mais cedo no parque e segue para o jantar.no Dschungle ainda no início do buffet, ou janta nos restaurantes à la carte. Ou seja, almoça e lancha no parque, aproveita até o fechamento e escolhe entre o Zun Tafelrund (aberto até as 23 horas, no Königsburg) e o Steakhouse (até as 23h30, perto da recepção). Ambos aceitam pedidos até as 22 horas pelo menos.

    Servido em dois horários, o café da manhã é a única refeição incluída na hospedagem. Como tínhamos direito a mais 1 dia de parque antes de seguir para Stuttgart no fim da tarde, saímos da cama bem cedo. Entre 7h30 e 8h45 tivemos tempo mais que suficiente para nos alimentarmos com o café do tipo continental. Joaquim ainda foi cumprimentado pelo mascote de dragão que circulou pelo salão. Ficou meio ressabiado, ainda sob efeito do trauma que tinha sido o passeio pela montanha-russa daquele mesmo personagem.

    Além dos 3 hotéis em forma de castelo, a Legoland Alemanha possui outros tipos de hospedagem, ideais para quem quer ficar mais dias gastando menos. Há chalés que acomodam de 4 a 6 pessoas, em instalações semelhantes às dos castelos e 3 tipos de decoração temática. Na frente de cada conjunto de casinhas também há playground.

    Outra alternativa é estacionar um motorhome na área de camping ou pernoitar em quartos de madeira construídos em formato de barril. Essas 2 opções ficam em um bosque, a cerca de 10 minutos de caminhada do parque temático. O pacote dos visitantes — acampados ou em chalés — inclui ingresso para brincar no parque temático.

    Quando estivemos no Legoland Hotel, com o parque apenas no 2º dia de funcionamento daquela temporada, a ocupação era alta nas vilas de casas. Carros grandes, famílias numerosas. Crianças correndo como se estivessem no quintal de casa. Pais sentados na soleira da porta, vendo a vida passar sem pressa alguma.

    A Legoland Alemanha é, sim, um resort. Está lá na inscrição da placa de entrada, em inglês. Entretanto, a denominação resort quase sempre nos leva a pensar em um tipo de complexo hoteleiro cheio de facilidades e, em alguns casos, serviços exclusivos e um certo luxo. Mas, ao pé da letra, resort significa estância, um lugar para descansar. E ponto.

    E o nome do lugar em alemão (feriendorf) demonstra isso: você está em um genuína colônia de férias. Com conforto, serviços e entretenimento à disposição, mas sem afetação, com um clima de casa de campo. Vivemos férias legitimamente alemãs nesse pedaço da viagem à Alemanha com crianças. Então, em Günzburg, faça como os alemães e como nós fizemos: descanse e divirta-se!

    VALE SABER

    Endereço: Legoland Allee, 89.312, Günzburg, Alemanha

    Transporte: De carro, use a estrada A8, entre Munique e Stuttgart, e pegue a saída em direção a Günzburg. O estacionamento custa 6 euros por dia.

    De trem, desça em Günzburg. À esquerda da saída da estação há um ônibus que faz a ligação com o parque, com saídas a 15 minutos na alta temporada e meia-hora na baixa. O transporte é grátis para quem apresentar o tíquete do trem

    Funcionamento: Em 2020, o Legoland Hotel funciona de 28 de março a 8 de novembro

  • Legoland Alemanha: parque das pecinhas para crianças

    Legoland Alemanha: parque das pecinhas para crianças

    Queríamos visitar cidades alemãs em família, mas como conciliar museus e pontos turísticos levando conosco uma criança de 5 anos? Assim como fazemos com os programas quando estamos no Brasil, nossa viagem foi definida com base nos interesses pessoais de todos aqui de casa, para que cada um aproveitasse aquilo que escolheu ver da melhor maneira. Foi assim que a Legoland Alemanha entrou no roteiro.

    Esse exercício democrático sempre exige pesquisa. Com a Alemanha foi preciso um pouco mais, para conhecer o que há de lúdico, já que o país europeu costuma ser lembrado como um destino adulto, indicado para quem gosta de história e cultura, por exemplo. No planejamento que Nathalia e eu desenhamos, buscávamos esse tipo de programa e também lugares para nosso filho, Joaquim, brincar.

    Razão pela qual saltamos do trem na pequena Günzburg, entre Munique e Stuttgart, para dois dias de visita à Legoland Alemanha. Quim havia acabado de fazer aniversário. Como presente, reservamos uma noite no então recém-inaugurado Königsburg (Castelo Real), com direito a 2 dias de entrada no parque temático.

    Era para ser surpresa. Mas, quando o nosso menino, ainda no Brasil, nos pegou acessando o site oficial (e multicolorido) da Legoland, ficou impossível não dizer o que tínhamos em mente para aquela longa jornada pela Alemanha. A empolgação dele nos contagiou de tal forma que, no fim desse trecho da viagem, nos sentíamos tão criança quanto ele. E prontos para encarar a metade final do roteiro.

    Além do mais, a visita a Legoland era a primeira vez do Joaquim em um parque de diversão. De certa forma, era meu début também. Na infância até fui algumas vezes ao velho Playcenter, parque que ficava na Marginal Tietê, em São Paulo. Ou seja, experiência que não se compara à de um grande centro internacional de entretenimento temático.

    Como é o parque de diversões de Lego

    Tínhamos o mapa nas mãos, mas decidimos explorar de forma aleatória cada uma das 8 áreas temáticas da Legoland. Achamos interessante começar pela torre de observação (Aussichtsturm), uma plataforma giratória fechada que sobe a 50 metros. Dá uma visão panorâmica de parte do parque, pois fica numa das extremidades.

    Se não quiser ir tão alto, experimente o Tret-a-Mobil. Você pedala o carrinho ou deixa a velocidade reduzida do brinquedo te levar pelo trilho suspenso. Por não ser envidraçado como a torre de observação, fica mais fácil fazer fotos e vídeos dando uma ideia geral do parque, com 55 milhões de peças de Lego usadas na ambientação.

    A Legoland Alemanha é voltada para crianças de 2 a 12 anos. Logo, não é um reino repleto de brinquedos radicais. Mas atrações extremas existem, não demoramos a descobrir. Nosso aquecimento foi no Drachenjagd, versão light em que as curvas bruscas assustam mais do que sobe e desce que não faz nem cócegas — embora eu tenha segurado o bracinho do Quim firmemente durante as 2 voltas que demos. Coisa de pai, sabe como é.

    Montanha russa retrô, com visual de madeira

    Na entrada de todo brinquedo há uma régua dividida nas cores vermelha, amarela e verde, cada uma indicando a altura da criança. O monitor da atração legitima o que os pedaços coloridos mostram.

    Na época, Joaquim ficava na zona amarela, ou seja, tinha de ir em todas as atrações na companhia de um adulto. Garoto alto, espigado, logo ele entrou sem problemas no Feuerdrache, a tal montanha russa em que fomos parar sem perceber, como Nathalia descreveu no texto que abre essa série de Alemanha com crianças. O brinquedo em si não faz aquele malabarismo todo que outras montanhas russas apresentam mundo afora, mas impressiona a quem nunca tinha botado os pés em um parque de diversões, caso do Joaquim.

    Mais radical montanha russa da Legoland Alemanha

    Depois do susto no Feuerdrache, nosso menino chorou durante meia hora. Tempo em que ficamos estudando qual era a melhor atração pós trauma da montanha russa. Quim escolheu o Kanu X-pedition, uma canoa que flutua por um percurso curto. É bem suave, molezinha, molezinha. Tanto que adultos só entram se for para acompanhar crianças menores de 3 anos.

    Em toda atração que envolve água, o risco de você sair molhado é alto. Como dormiríamos no Legoland Hotel na vila ao lado do parque, nosso plano era nos encharcarmos no primeiro dia, quando teríamos chuveiro à disposição e roupas secas para trocar. No fim do dia seguinte — depois de mais parque —, seguiríamos para Stuttgart, e ninguém estava disposto a pegar o trem usando peças úmidas.

    Personagens no bosque entre o hotel e o parque de diversões

    Já deu para sacar que, entre teoria e prática, às vezes prevaleceu a vontade de uma criaturinha que era a razão para estarmos na Legoland. Naquele 1º dia, o maldito dia da montanha russa, Joaquim não quis encarar o Dschungle X-pedition, canoa que escorrega do alto de um vulcão por um toboágua a 12 metros de altura.

    Sobre trilhos: refúgio dos bem pequenos

    Aquela recusa momentânea do Joaquim nos levou a conhecer atrações como o Safari Tour, jipinho que atravessa uma savana de mentirinha, com gorilas, elefantes e girafas, em um total de 90 animais selvagens construídos com pecinhas de Lego, em tamanho real.

    Também sobre trilhos, o Legoland Express contorna todas as áreas do parque (o trem anda bem devagarinho, dá para tirar fotos e filmar sem se descuidar dos pequenos). Na linha dos brinquedos light, o Ritterturnier permite à criançada montar a cavalo e se divertir ‘enfrentando’ adversários feitos de Lego em um torneio de justa, combate típico do período medieval.

    Cavaleiro Joaquim se divertindo na Alemanha

    Na área Imagination sobram brincadeiras para os miúdos. Tem jogo da memória, o Duplo Express (trenzinho que remete à linha de produtos voltados para crianças de até 3 anos) e o Power Tower, uma torre com cadeiras que sobem com auxílio de uma corda que os adultos puxam.

    É nessa mesma área que fica a Galerie der Fussballstars, com bustos de alguns dos mais famosos craques do futebol mundial feitos de Lego — Beckenbaeur, Maradona e Ronaldinho Gaúcho estão entre os homenageados.

    Craques do futebol em pecinhas, para deleite também dos adultos

    De pernas para o ar, entre Star Wars e Ninjago

    Bichos, cavaleiros e personalidades reproduzidas com peças de brinquedo impressionam pelo tamanho e pela riqueza de detalhes. Quando o assunto é uma nave espacial, o impacto causado é maior. Na área onde fica o Lego Bionicle Power Builder, a atração na época de nossa visita era a X-Wing, veículo de combate das forças do bem de Guerra nas Estrelas. Construída nas medidas da usada no filme, a nave consumiu 5 milhões de blocos coloridos!

    Naquele tempo Joaquim ainda não havia assistido a nenhum episódio de Star Wars. Por causa da pouca idade e por ainda não ter essa referência filmográfica, foi compreensível o medo que ele sentiu dos soldados de Darth Vader. Com armas em punho, os Stormtroopers circulavam pelo local e tiravam fotos com os visitantes. Havia também estátuas de Lego de todos os personagens da saga criada por George Lucas.

    A trilha sonora do filme se misturava com o barulho do Lego Bionicle Power Builder, 6 braços mecânicos com 2 assentos na ponta. Nele os ocupantes eram girados para todos os lados.

    Na parte externa, no espaço vizinho, o Flying Ninjago tem o mesmo conceito: botar as pessoas de pernas para o ar. A 22 metros do chão, é você quem escolhe só voar em círculos ou também rodopiar com o auxílio de asas móveis. Recomenda-se encarar esses brinquedos antes de qualquer refeição.

    Ensopadinhos no almoço

    Nós tínhamos saído muito cedo de Munique com destino a Günzburg. A fome era grande e, por isso, almoçamos pouco depois de entrarmos no parque. Comemos no City Markthalle (entre os pratos que pedimos, experimentamos a sugestão de menu infantil com rodelas de batata prensada e molho de maçã).

    Comida alemã para crianças pequenas

    No 2º dia, fomos ao Dino Grill. Enquanto esperávamos pela comida, Joaquim foi se molhar um pouco mais no Wasser-Spiele, fonte musical que esguichava água toda vez em que a criançada pisava no chão.

    Música e jatos de água em instrumentos feitos de Lego

    Escolhemos esse restaurante com mesas ao ar livre para nos secarmos ao sol. Estávamos ensopados porque Joaquim havia superado o trauma de descida em queda livre, revelado no dia anterior, e topado encarar o Dschungle X-pedition — e também porque o papai aqui resolveu defender a honra da família no Käpt’n Nicks Piratenschlach (explico mais adiante).

    Particularmente, o Dschungle me pareceu até um pouco sem graça à primeira vista. Usei a mesma estratégia da montanha russa, me aboletando no assento no fim da canoa, na esperança de sair menos molhado do que o povo à minha frente.

    Só que o inventor do brinquedo deve ter se inspirado no ditado popular que diz que os últimos serão os primeiros. Depois de subir ao topo da estrutura em forma de vulcão, a canoa girou 90 graus à esquerda e parou. Havia uma abertura bem atrás de mim. E eu não tinha percebido.

    A primeira queda, que não dava para ser vista do lado de fora da atração, era de costas! Adivinhe então quem levou o primeiro banho do passeio? Passado o susto da primeira queda, contornamos um caminho de 2 ou 3 curvas antes de subirmos novamente e partirmos para a descida final, com aquela espirrada de água para todos os lado (dentro da canoa, inclusive).

    Régua de altura exigida nos brinquedos

    Joaquim adorou a brincadeira, queria ir novamente. Estávamos parcialmente molhados. Explicamos a ele que, se brincássemos outra vez, nossa viagem de trem no fim do dia não seria nada confortável.

    Caminhamos um pouco e vimos o Käpt’n Nicks Piratenschlach, cuja sonoridade do nome em alemão sugere algo bem molhado. A atração estava praticamente vazia e resolvemos subir no navio pirata para dar uma volta. Nele há canhões de água para serem usados em batalhas contra as demais embarcações. A primeira volta foi tranquila, com o Joaquim espirrando água no nada, sem ataques contra os barcos próximos. Havia pouca gente, então a monitora nos concedeu mais uma voltinha.

    Pirataria em brinquedo da Legoland Alemanha

    Tudo ia muito bem até um garotinho surgir do lado de fora, em um lugar mais alto onde também havia canhões de água. Não é que o moleque encasquetou de nos molhar? Nathalia e Quim não tiveram força suficiente para revidar aos ataques do menino. Assumi o canhão e girei a manivela que lançava água o mais rápido possível.

    Confesso, dei um banho no fedelho com minha artilharia pesada. Acontece que ele ganhou a companhia do pai que, assim como eu, decidiu defender sua cria (atire o primeiro jato quem não faria o mesmo). No 2 contra 1 ficou complicado. Fosse na vida real e iríamos a pique. Terminamos a brincadeira gotejando.

    Banho de água e alegria no parque de diversões

    Na saída do brinquedo havia uma providencial máquina de secar. Custava € 1 e só funcionava a base de moeda. Infelizmente, estávamos sem trocados, e a solução foi nos secarmos ao sol, na área externa do Dino Grill.

    O calor não era de rachar, a umidade nos acompanhou por um bom tempo. Parecíamos roupas recém tiradas de uma máquina de lavar que passariam por outros dois ciclos antes de ficar enxutas.

    Acionamos a função ‘secagem’ no Lego Studios, onde assistimos a um curta de animação em 4D, com direito a sensação de calor na sala de projeção a cada explosão enfrentada pelo herói Clutch Powers, filme com Emmet e sua turma.

    Da sessão de cinema, partimos para o Techno Schleuder, a boa e velha xícara maluca. Rodamos no sentido anti horário e em torno do próprio eixo, num movimento em forma de número 8! Resumindo: modo de centrifugação completo! Estávamos sequinhos novamente.

    Terra de gigantes

    Para quem ama Lego, a Miniland é, sem dúvida, a atração que merece muita atenção. Não é à toa que ela ocupa a área central do parque. Prédios famosos da Alemanha e de outras cidades europeias foram construídos em escala 1:20. Olhar as pessoas em volta daquelas esculturas me lembrava um pouco o clip Love is Strong, dos Rolling Stones, em que os músicos da banda, atores e modelos circulam pelas ruas de Nova York como gigantes.

    Na Miniland, Berlim está lá com o Reichstag (parlamento alemão) e o Portão de Brandemburgo. Frankfurt é representada pela Römerberg e pelos modernos prédios que se destacam na paisagem do centro financeiro do país. Maior edifício feito com Lego no mundo, a Allianz Arena pesa 1 tonelada e meia! A estação de trem da suíça Lucerna e os tradicionais moinhos de vento da Holanda também estão reproduzidos. Na Veneza em miniatura, o gondoleiro cantarola enquanto percorre os famosos canais da cidade italiana.

    Acessíveis às crianças, botões e alavancas movimentam partes dos cenários e de alguns personagens. Reserve um bom tempo se quiser admirar a impressionante riqueza de detalhes. Para os fãs de Star Wars é também a oportunidade de rever 7 cenas da série, recriadas com a ajuda de 1 milhão e meio de tijolinhos coloridos.

    E a mania de grandeza dessa gente não para. Novidade da temporada 2016, o High Five é um projeto que recria 5 dos maiores arranha céus do mundo: Ping An Finance Center e Shangai Tower (ambos da China), Makkah Royal Clock Tower Hotel (Arábia Saudita), One World Trade Center (Estados Unidos) e Burj Khalifa (Dubai), o mais alto deles — o original tem 828 m de altura e o da Miniland é igualmente gigante, construído com mais de 5 m. Reproduzir todos esses edifícios consumiu 400.000 peças de Lego e 6 meses de trabalho de 13 designers.

    Atrações cobertas

    Com boa parte das 90 atrações a céu aberto, chega a ser estranho entrar em uma fila para desfrutar de um espaço fechado. Àquela altura da nossa viagem pela Alemanha já tínhamos visitado aquários da rede mundial SeaLife nas cidades de Berlim e Munique. Ainda assim topamos entrar em Atlantis para ver como 2.000 peixes vivem em meio a objetos e personagens construídos com 1 milhão de peças de Lego.

    Nossa última escala foi no disputado Tempel X-pedition. Mais uma vez sobre trilhos, cruzamos a escuridão do templo do faraó em uma caça ao tesouro interativa, munidos de uma pistola de luz para acertarmos alvos que surgiam pelo caminho. O conceito de caçada se repete no City Polizeistation. Na atração inaugurada em 2015, exclusiva dentre os 6 parques da franquia em todo o mundo, pais e filhos perseguem ladrões por um labirinto de espelhos e barreiras de laser.

    Essas duas últimas atrações fazem parte das sugestões do site do parque para os dias de mau tempo. Quando estivemos por lá, naquele início da primavera europeia, o sol surgiu entre nuvens, desaparecendo justamente na nossa partida.

    Voltamos de táxi para a estação e pegamos o trem para Stuttgart — acredite, ele atrasou, coisa rara na Alemanha! Dos 6 trechos que percorremos durante toda a viagem pelo país, esse trem local foi o único que não chegou no horário. Se soubéssemos que isso iria acontecer, talvez tivéssemos dado uma esticadinha no parque. Fosse para experimentar uma atração que ficamos sem conhecer ou ir em um mesmo brinquedo mais uma vez. Desde que não fosse o dragãozinho, claro.

    VALE SABER

    Endereço: Legoland Allee, 89.312, Günzburg.

    Transporte: A Legoland fica entre Munique e Stuttgart, no sul da Alemanha. De carro, pegue a estrada A8 e utilize a saída para a cidade de Günzburg. Há placas que indicam o caminho para o parque. O estacionamento custa € 6 por dia.

    Nós fomos de trem, de Munique a Günzburg. Na mesma calçada da estação há um ônibus que deixa os visitantes na porta do parque — o traslado é grátis para quem apresentar o tíquete do trem, informa o site oficial do parque. Na alta temporada, os ônibus saem a cada 15 minutos. Na baixa, a cada 30.

    Como estávamos carregados com malas, optamos por um táxi do ponto em frente à estação. Pagamos cerca de € 8 e foi bem mais confortável. Ficamos hospedados dentro da Legoland, então acessamos o parque por uma entrada exclusiva. Fica no fim de uma trilha cheia de árvores, muito legal.

    Funcionamento: Em 2016, até 6 de novembro, abrindo sempre às 10 horas da manhã e fechando entre 18 e 21 horas, conforme o período do ano. As atrações (exceto o Miniland) são encerradas 1 hora antes do fechamento do parque. Restaurantes e lojas podem fechar um pouco antes conforme o movimento

    Preço: O ingresso no site custa € 41,50 a partir de 3 anos — crianças de até 2 anos, grátis. Com antecedência de 7 dias na compra online, a entrada sai por € 37,50. A Legoland tem 2 possibilidades de family ticket: € 156 para até 4 pessoas; € 190 para até 5 pessoas — em compras 1 semana antes, os bilhetes para família custam € 140 e € 168,75, respectivamente.

    Alimentação: De pizza a waffle, passando por massas e grelhados, sem se esquecer do infalível schnitzel com batata frita, a Legoland possui 13 espaços para comer e beber. Quem quer aproveitar mais as atrações ganha tempo apelando para os cafés, que têm lanches e crepes no cardápio. Uma tabela em inglês no site mostra o menu dos restaurantes e os ingredientes que podem causar problemas a quem sofre de alguma alergia ou intolerância alimentar.

    Lojas: Não há melhor lugar na Alemanha para comprar Lego. O parque possui 12 opções de lojas, entre moda infantil e adolescente, um mini mercado, uma tenda exclusiva para meninas e ambientes temáticos (o ponto que vende produtos Star Wars atrai muitos adultos).

    É possível comprar pecinhas por peso, diretamente da fábrica (limite de 100 gramas por pessoa por dia), ou então garimpar bons brinquedos no saldão que funciona durante toda a temporada. Como não queríamos carregar muito peso pelas 3 cidades que ainda iríamos visitar, optamos por comprar Lego em Frankfurt, nossa última parada. Lá adquirimos sets e ainda alguns bonecos avulsos que Joaquim montou na hora, combinando diferentes peças.

    Site: legoland.de

  • Chocolate na Europa: 7 festivais para conhecer

    Chocolate na Europa: 7 festivais para conhecer

    O chocolate é a estrela de festivais na Europa. Há de degustações a tratamento estéticos nesses eventos em Óbidos, Perugia e Paris. Bélgica, Suíça, Inglaterra e Alemanha também estão na programação europeia

    ATUALIZADO EM 6 DE ABRIL DE 2017

    Os europeus são os maiores consumidores de chocolate do mundo. Por isso mesmo não espanta saber a quantidade de feiras e festivais temáticos organizados por eles durante todo o ano. Experimentar criações (leia-se comer, sem culpa nem frescura) ainda é o principal motivo que leva milhares de pessoas a lotarem praças e pavilhões nestes eventos.

    A cada edição, quem os organiza tem a preocupação de levar ao público algo novo, revelador. Daí que já não soa mais estranho ver chefes de cozinha preparando pratos do dia a dia com chocolate entre os ingredientes nem esteticistas aplicando massa de cacau na pele em caráter terapêutico.

    A seguir, listamos 7 festivais que fazem a alegria de muitos chocólatras:

     

    1 > SALON DU CHOCOLAT (FRANÇA) E SEUS EDIÇÕES ALÉM DE PARIS

    Salon du Chocolat, Paris, Desfile, Florencia Soerensen & Philippe Bernachon - Foto Divulgação
    Foto: Divulgação

    Renomado na indústria do chocolate, o Salon du Chocolat foi criado em Paris em 1994 e se espalhou pelas também francesas Marselha e Lyon e por Moscou, Bruxelas, Milão, Londres e Monaco. No total, incluído as edições em outros continentes também, o Salon du Chocolat já recebeu 7,4 milhões de visitantes em 31 cidades pelo mundo — chegou a ter uma edição em Salvador. Entre as atividades tem demonstrações de patisseriers e de chocolatiers, aulas, workshops, concursos de chocolatiers e até desfile de moda com roupas confeccionadas com a iguaria.

    VALE SABER

    Quando: Em 2017, de 28 de outubro a 1 de novembro em Paris — de 13 a 15 de outubro em Londres, com o nome de The Chocolate Show London

    Site: salonduchocolat.fr

     

    2 > ANTWERP CHOCOLATE WEEK (BÉLGICA)

    Fotos: Antwerpen Toerisme en Congres/Visit Flanders/Divulgação
    Fotos: Antwerpen Toerisme en Congres/Visit Flanders/Divulgação

    Vários chocolatiers participam do evento na Antuérpia. É possível comprar um passe, que em 2016 custou 10 euros, e experimentar 10 unidades da iguaria. Com o livreto em mãos, o visitante passeia pelas ruas da cidade belga e vai parando nas chocolaterias.

    VALE SABER

    Quando: Em 2017, de 3 a 12 de março

    Site: antwerpenkoekenstad.be

     

    3 > FESTICHOC (SUÍÇA)

    Entre Genebra e Lyon, a vila de Versoix abriga Le Festival du Chocolat, ou simplesmente Festchoc. Realizado desde 2005, o encontro tem participação maciça de fabricantes belgas e presença de alguns produtores da França. Demonstrações e degustações são as principais atrações do festival, que promove concurso de esculturas e um jogo de perguntas e respostas sobre chocolate.

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    Quando: Em 2017, em 1º e 2 de abril

    Site: festichoc.ch

     

     

    4 > CHOCOLATE WEEK (INGLATERRA)

    Dos mesmos organizadores do Salon du Chocolat, de Paris, o evento coloca lado a lado produtores artesanais e grandes fabricantes. Durante 7 dias, bares restaurantes e chocolatiers espalhados pelo Reino Unido criam produtos e receitas exclusivas com os melhores chocolates do mundo. O ponto alto do evento é o Chocolate Show, com palestras, workshops e demonstrações feitas pelos grandes nomes da arte do chocolate.

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    Quando: Em 2017, de 9 a 15 de outubro, por todo o Reino Unido

    Site: chocolateweek.co.uk

     

     

    5 > FESTIVAL INTERNACIONAL DE CHOCOLATE (PORTUGAL)

    Foto retirada do site do evento
    Foto retirada do site do evento

    Todo ano, perto da Páscoa, as ruas da pequena Óbidos exalam chocolate. Em 2016, a cidade portuguesa realiza a 14 ª edição do Festival Internacional de Chocolate. Adultos e crianças podem ver esculturas preparadas com a iguaria, assistir a shows de chefs executando receitas ou ainda participar de workshops.

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    Quando: Em 2017, de 10 de março a 2 de abril

    Site: festivalchocolate.cm-obidos.pt

     

    6 > EUROCHOCOLATE (ITÁLIA)

    A International Chocolate Exhibition, ou apenas Eurochocolate, exalta a combinação de música com chocolate na italiana Perugia. Nesta edição, o evento ganha uma área dedicada às crianças, com atividades e jogos. A loja online do festival vende, além de chocolates dos mais diferentes formatos, obviamente, capas para iPhone e iPad com forma de barras de chocolate.

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    Quando: Em 2017, de 13 a 22 de outubro

    Site: eurochocolate.com/ita/home.php

     

    7 > CHOCOLART (ALEMANHA)

    Todos os anos, a cidade universitária de Tübingen recebe produtores da África, das Américas do Norte e do Sul e vizinhos europeus para quatro dias de reverência ao chocolate. Come-se, bebe-se, aplica-se chocolate em massagens sobre a pele. O cacau ainda inspira pinturas, leituras sobre o tema e um teatro nada convencional.

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    Quando: Em 2017, de 5 a 10 de dezembro

    Site: chocolart.de

  • Berlim de chocolate: Fassbender & Rausch reproduz pontos turísticos

    Berlim de chocolate: Fassbender & Rausch reproduz pontos turísticos

    No nosso roteiro pela Alemanha, fomos à chocolateria Fassbender & Rausch, com os pontos turísticos de Berlim em forma de chocolate. Fica numa das esquinas da Gendarmenmarkt, bonita praça da capital alemã

    ATUALIZADO EM 15 DE DEZEMBRO DE 2017

    A união de duas famílias produtoras de chocolate fez surgir em Berlim um dos endereços mais gostosos da Alemanha. De frente para a Gendarmenmarkt fica a Fassbender & Rausch. De dia, o prédio por si só impõe respeito. À noite, as luzes que atravessam as grandes vidraças deixam a loja ainda mais bonita. Os pontos turísticos da capital alemã, como a Torre de TV de Berlim e o Portão de Brandemburgo, viraram esculturas de chocolate.

     

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    FACHADA NA PRAÇA DE BERLIM – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Fassbender & Rausch, Berlim, Chocolate, Alemanha, Gendarmenmarkt - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (754x1024)

    Lá dentro prevalece o requinte: nas prateleiras, nas vitrines, no uniforme dos funcionários (havia até um sujeito de cartola circulando pelo salão, solene como o ambiente).

    São caixas, tubos, saquinhos, latas. Bombons, trufas, finas placas (crocantes ou não), tudo feito com matéria-prima vinda da Venezuela, da Costa Rica ou de Papua Nova Guiné. Ao todo, em torno de 200 variedades de doces à base de chocolate estão disponíveis para quem quiser comer, beber ou simplesmente olhar.

    Fotos: Nathalia Molina @Como Viaja

    Chamam atenção as réplicas avantajadas de cartões-postais de Berlim. A Gedächtniskirche, igreja memorial do Kaiser Guilherme — quase destruída totalmente por bombas dos Aliados durante a Segunda Guerra — é rica em detalhes. O Portão de Bradenburgo, o Reichstag (prédio do parlamento alemão) e a Torre de TV também estão entre as esculturas da Fassbender & Rausch, que atraem visitantes.

    O que comer na Fassbender & Rausch

    Capricho e inventividade andam lado a lado. Um elegante sapato feminino de salto alto, em tamanho natural, é feito de chocolate escuro com detalhes em chocolate branco. E o que dizer então de um menu todo composto por receitas que levam chocolate, da entrada à sobremesa? Desde 2006, o restaurante capitaneado pelo chef Michael Meier serve pratos como o steak com palitos de babata doce e chocolate 65%, acompanhado de salada ao molho de cranberry.

    Nathalia, Joaquim e eu visitamos a chocolateria num fim de semana, quando o restaurante não abre. Tomamos um café e provamos as tortas de tiramissú com raspas de chocolate e de manga com chocolate branco.

    Fassbender & Rausch, Berlim, Chocolate, Alemanha, Gendarmenmarkt - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (18) (758x1024)

    Faltava um mês para a Páscoa, mas já havia caixinhas e coelhos à venda por toda a loja. Diferentemente do Brasil, é tradição na Alemanha presentear com ovinhos pequenos na hora de desejar Frohe Ostern (Feliz Páscoa).

    Fassbender & Rausch, Berlim, Chocolate, Alemanha, Gendarmenmarkt - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11) (931x1024)

    VALE SABER

    Endereço: Charlottenstrasse, 60, Berlim — fica na esquina com Mohrenstrasse

    Transporte: De metrô, desça na estação Stadtmitte, pegue a saída da Friedrichstrasse e vá em direção à Kronenstrasse e vire nela à direita. Você vai andar pouco mais de 100 metros antes de virar à esquerda na Charlottenstrasse, a rua onde fica a Fassbender & Rausch

    Funcionamento: Diariamente, a loja abre das 10 às 20 horas — domingo abre 1 hora mais tarde.

    O café funciona todos os dias, entre 11 e 20 horas; e o restaurante, de terça a sábado, do meio-dia às 19 horas (fecha no domingo e na segunda)

    Site: rausch.de

  • Pão de queijo, o caseiro mineiro que ganhou o Brasil

    Pão de queijo, o caseiro mineiro que ganhou o Brasil

    ATUALIZADO EM 18 DE JUNHO DE 2019

    A necessidade é mãe de todas as invenções. Com o pão de queijo não foi lá muito diferente. Ninguém sabe precisar quando ele surgiu, mas todo mundo que se debruçou sobre o tema afirma que a origem do quitute está ligada ao Ciclo do Ouro no Brasil, entre os séculos 18 e 19.

    A descoberta de jazidas em Minas Gerais levou inúmeros portugueses para lá, fez explodir ainda mais o comércio de escravos e aumentou absurdamente a população brasileira, de aproximadamente 300 mil habitantes para incríveis 3 milhões de pessoas no curto espaço de 100 anos. Por causa do ouro, os cuidados com a terra foram deixados de lado.

    Para alimentar tantas bocas era preciso trazer alimentos de outras partes do país ou cultivar produtos que não exigissem tantos cuidados. Nesse cenário de pouca variedade de gêneros alimentícios, surgiu uma culinária caseira, baseada na agricultura de subsistência e no máximo aproveitamento dos ingredientes disponíveis.

    Abundante desde os tempos em que Cabral e sua esquadra deram com os burros nestas terras, a mandioca também salvou a pátria no Ciclo do Ouro — a raiz já tinha seduzido os lusos, que aprenderam com os índios a consumi-la sob a forma de tapioca, por exemplo. Nas Gerais, o polvilho azedo, derivado da mandioca, foi misturado a outros ingredientes, assado em forno a lenha e resultou no quitute que é sinônimo de Minas.

    Pão de Queijo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja 3 (1024x768)
    Pão de queijo quentinho, huummm – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Onde comer em Belo Horizonte, caseiro ou gourmet

    Não ter detalhado acima os ingredientes foi proposital. É que cada pessoa (seja em Minas ou em outro lugar do Brasil) tem sua receita, seu segredo de família na hora de preparar pão de queijo — há os que usam leite ou água, outros que botam óleo ou banha na massa. Queijo? É consenso: quanto mais duro, curado, melhor. O da Serra da Canastra é o mais citado pelos puristas. Os abertos a experimentações relatam até o uso de gruyère.

    Na capital mineira — veja hotéis em Belo Horizonte no mapa abaixo —, cada venda, café ou lanchonete faz de um ingrediente seu diferencial no preparo do quitute. O Dona Diva, que fica no Mercado Central, se orgulha de utilizar o legítimo Serra da Canastra na fabricação de seu pães de queijos, que não ficam armazenados em estufas para melhor conservar seu sabor e sua textura.

    No bairro de Santa Tereza, o Bitaca da Leste, minúsculo empório e restaurante que ostenta cardápio enxuto e bem mineiro, tem pão de queijo de cor acentuada pelo acréscimo de manteiga de garrafa na receita. Ideia do chef Luiz Paulo Mairink, que recheia a iguaria com carne de lata e geleia de limão capeta.

    Pois é, fazer sanduíche usando o pão de queijo como base não é raridade em BH. A Pão de Queijaria, na Savassi, vende versão que tem como enchimento pernil envolto por uma generosa tira de bacon. Tem ainda uma opção para a sobremesa, com um naco de queijo coberto com doce de leite. Os pães são de fabricação própria e utilizam de queijo Serra do Salitre a Parmesão de Alagoa. Ah, o cafezinho servido por lá é escoltado por petit four de… pão de queijo!

    Pão de Queijo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja 4 (800x724)
    Bonecos do artesanato de Tiradentes escoltam pão de queijo aqui em casa

    Barato, sem glúten e até com receita de liquidificador

    Em Tiradentes, Nathalia e eu sentimos a delícia que é começar o dia com uma cesta de pães de queijos quentinhos. E, sim, eles tinham qualquer coisa de diferente de tudo o que a gente já havíamos experimentado: eles eram leves, macios, revelando aquele sabor típico de um queijo de Minas meia-cura, com sal nem de mais nem de menos, na medida.

    Quando estamos em um aeroporto — à espera da saída do vôo ou de uma conexão — nosso lanchinho sempre passa por um pão de queijo. É relativamente barato, seguro (o risco de passarmos mal é baixo) e, até quando o quitute é ruim, ainda assim tem grande chance de ser melhor do que qualquer outra coisa que comermos. Ah, e em geral não contêm glúten (já encontramos alguns de marcas conhecidas têm).

    Bom, se você ficou salivando com esse texto, faça como eu: termine a leitura e bote um pacote de pão queijo para assar. Aqui em casa usamos muito uma prática receita de pão de queijo de liquidificador: agiliza o preparo e garante o lanchinho da tarde ou do Joaquim na escola. E deixam todo mundo um pouquinho mais próximo do sabor das Gerais.

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  • Bolo de rolo: origem do patrimônio de Pernambuco

    Bolo de rolo: origem do patrimônio de Pernambuco

    Pronto, de posse da informação de que bolo de rolo não é rocambole você já pode ir a Pernambuco e não cometer a imprudência de comparar o bolo-símbolo, patrimônio imaterial do estado, com qualquer outra massa de bolo ordinariamente enrolada. Você pode achar exagero, coisa de quem está fazendo doce. E é. O orgulho do pernambucano com a sua iguaria é grande e vem de longe, desde o tempo em que a receita teve origem, época em que a região era a maior produtora de açúcar em todo o mundo, entre os séculos 16 e 17.

    A origem do bolo de rolo

    O açúcar moldou o paladar nordestino naquele período, atravessou gerações em receitas guardadas como um segredo. Caso do bolo de rolo, variação para o colchão de noiva, um dos doces portugueses típicos, cujo recheio leva creme de amêndoas. Por aqui, a ausência do fruto seco forçou as senhoras de engenho a trocá-lo pela mistura de água, açúcar e goiaba, fruta que dava aos borbotões – sim, eram as próprias sinhás que preparavam o bolo, maneira encontrada por elas para resguardar a receita, que passava de mãe para filha.

    Por trás da aparente simplicidade sugerida pelos ingredientes, o bolo de rolo exige cuidado especial no preparo. O segredo está na junção das finas camadas de massa e de goiabada antes de ganhar uma generosa cobertura de açúcar e ser enrolado. É isso que faz ele ter aquele inconfundível desenho em espiral a cada fatia cortada. O bolo é lindo! Dá pena de comer. Mentira, tá!

    Para se planejar para visitar os principais destinos turísticos de Pernambuco, confira nossas dicas de Porto de Galinhas (PE) e hotéis no Recife na Booking.

    Onde comprar bolo de rolo

    Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco desde 2008, o bolo de rolo é facilmente encontrado no café de manhã de quase todo hotel ou pousada do estado. Se estiver no Recife, passe na Casa dos Frios, misto de delicatessen, padaria e empório que tem no bolo de rolo seu carro-chefe.

    Bolo de Rolo da Casa dos Frios
    Bolo de Rolo da Casa dos Frios – Foto: Reprodução

    Novos tempos, novos sabores

    Se um autêntico bolo de rolo deve levar em conta o preparo à moda pernambucana, seu sabor sofreu uma certa licença poética. Chocolate e doce de leite já atendem a paladares menos ortodoxos. Mas a goiabada segue sendo campeã de venda.

    Dentro das variações sobre o mesmo tema, a Casa dos Frios prepara sobremesas que usam a iguaria como base. Torta de bolo de rolo com cream cheese e goiabada e naked cake são dois bons exemplos. Isso sem falar nas versões torrada, bem-casado e sorvete.

    Ficou com água na boca? Eu também.

  • Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca ‘is the new bread’. É uma das comidas típicas do Nordeste, mas ganhou o país inteiro. Conheça sua origem, curiosidades e saiba onde comer essa delícia em diferentes cidades do Brasil. Ou se divirta com a leitura enquanto degusta uma na sua casa, como fazemos aqui na nossa.

    Comida típica do Nordeste, a tapioca já pode ser comida em um brunch de São Paulo ou de outra cidade do sul do país. Aqui em casa era a Nath quem preparava o quitute, mas ela já passou o bastão para mim uns anos atrás. Há massa de tapioca em quase todo supermercado, só que quase nenhuma goma lembra a que se come nas cidades norderstinas.

    A origem da tapioca

    Ela é um patrimônio do Brasil. Nos primeiros anos após o descobrimento, a escassez de farinha de trigo despertou nos portugueses instalados em Pernambuco o interesse pelo produto que os índios extraíam de uma raiz abundante no Brasil da época. Embora as primeiras mudas de trigo tenham sido cultivadas na capitania de São Vicente desde 1556, o pão como conhecemos hoje só incorporado ao dia a dia do país após a vinda da família Real, ocorrida no século 17, como explica Eda Romio no livro 500 Anos de Sabor.

    Portanto, muito antes da geração fitness incluir a tapioca à dieta emagrecedora, os portugueses – menos por escolha, mais por necessidade – já tinham percebido as vantagens de se trocar o bom e velho pão feito com trigo por essa iguaria tipicamente brasileira.

    Tapioca com coco no Nordeste
    Tapioca no Nordeste – Foto: Porto de Galinhas CVB

    A tapioca atravessou Pernambuco, se espalhou pelos estados nordestinos vizinhos e para a região Norte, e virou patrimônio histórico e imaterial. Até 30 anos atrás, Nathalia conta que uma das razões que tornava especial qualquer viagem que ela fizesse para o Nordeste era a possibilidade de provar aquela massa fininha e crocante servida no café da manhã de quase todo hotel ou pousada.

    Patrimônio de norte a sul

    Na pernambucana Olinda é tradição provar o quitute recheado de coco fresco ralado e queijo coalho nas barracas do Alto da Sé. Se estiver na cidade no fim de junho, você tem a chance de experimentar a versão gigante e coletiva da iguaria (mede 1 metro), preparada sempre em 28 de junho, véspera do dia de São Pedro, pela associação das tapioqueiras de Olinda.

    Tapioca deu origem a profissão. E virou até substantivo. As tapioqueiras são famosas na orla nordestina e estão em barracas nas Praias de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió. O quiosque Maria Bonita prepara um quitute parrudo que serve duas pessoas.

    No Ceará, o Centro das Tapioqueiras reúne 25 boxes que oferecem de recheios regionais como carne de sol com queijo coalho a bombas calóricas à base de amendoim com Nutella. Fica fora de Fortaleza, em Messejana, na estrada que vai para Aquiraz, município onde está localizado o parque aquático Beach Park.

    Origem da tapioca
    Origem da tapioca na era colonial – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Da extração ao preparo, tapioca sempre foi sinônimo de simplicidade. Não escapou do alcance do raio gourmetizador e ganhou versões afrescalhadas — o presunto deu lugar ao salmão defumado, enquanto o leite condensado perdeu terreno para o crème brûllée. Invencionices à parte, tapioca (quando bem preparada) vai bem com tudo, a qualquer hora do dia. Aqui em casa a gente promove uma reunião entre comidas típicas do Brasil e do nosso país vizinho, fazendo tapioca e recheando com o legítimo doce de leite da Argentina.

    A presença da tapioca no Rio virou até música, de Chico Buarque, chamada Carioca. Esse texto seria publicado de qualquer maneira neste 1° de março, dia em que o Rio de Janeiro completa 451 anos — feliz coincidência, portanto. Entre cenas, costumes e personagens descritos nos versos de Chico, a tapioca está presente logo na abertura da canção, ‘gostosa, quentinha’. De fato não é difícil você esbarrar com uma carrocinha vendendo o quitute na orla, no Centro, na cidade inteira. E, como quase toda comida de rua, é boa demais!

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