Autor: Nathalia Molina

  • Muro de Berlim: após a queda, minhas 2 viagens

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Era 1992. O Muro tinha caído havia três anos, mas Berlim seguia visualmente dividida. Era clara a diferença quando se caminhava pelas ruas. O lado leste estava detonado.

    Me lembro de ir a duas festas underground em prédios meio abandonados na antiga Berlim Oriental. O carimbo fluorescente na mão me garantia a entrada nos ambientes que se equilibravam num sobe-e-desce de escadas. Eu, com 21 anos, me equilibrava no alto do copo daquela gigante cerveja alemã, em temperatura ambiente – fria, era início de abril.

    Minha tia (e madrinha) morava em Berlim e eu fui visitá-la. De dia, ela me levou a todos os pontos turísticos do lado ocidental, como a Potsdamer Platz. Dividida pelo Muro de Berlim, a praça começava a se reerguer como símbolo de uma cidade que queria se tornar uma novamente. Hoje a Potsdamer Platz é enorme e moderna.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViajaUma das construções marcantes na minha memória era a Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, igreja de torre bombardeada no comecinho da Kurfürstendamm, principal avenida do lado oeste de Berlim. Não vi em 2014 a gente de roupa preta e cabelo colorido sentada na escadaria da igreja marcada pela Segunda Guerra. Após 22 anos, voltei a Berlim em família, com meu marido, Fernando, e meu filho, Joaquim.

    Durante os dias da minha primeira visita à cidade, caminhei muito pela Kurfürstendamm. Estive com a minha madrinha na KaDeWe, loja de departamento que segue funcionando na principal avenida do lado ocidental de Berlim. Também conheci o zoológico. Em 2014, estive no Berlin Zoo com meu pequeno de 5 anos.

    Em 1992, o Reichstag não tinha metade do glamour atual entre os turistas, nem a belíssima cúpula de vidro. Afinal, foi exatamente em 1992 que decidiram que o prédio do parlamento alemão devia ser reconstruído. Lá dentro uma exposição mostrava num enorme mapa suspenso, com luzinhas coloridas, o avanço do domínio alemão na Europa durante a Segunda Guerra e sua consequente derrocada. Adorei ver aquela representação da evolução dos acontecimentos – naquele tempo, interatividade não era palavra-de-ordem; acho mesmo que nem existia como palavra.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6)

    Lembranças de Berlim Oriental

    Agora em 2014 o verde do gramado diante do Reichstag se contrapôs à lembrança de uma praça feiosa de 22 anos antes. Bem, a memória pode estar me pregando uma peça, até porque a cidade não tinha passado por um planejamento urbano após a queda do Muro e ninguém podia sonhar com Google Maps para dar aquela ajudinha na hora de se localizar.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)Naquele largo, havia gente vestida com trajes típicos russos, tocando no asfalto ou dançando num palco armado ali para uma festa de rua. Em banquinhas vendiam matrioshkas. Foi ali que conheci as bonequinhas russas que se metem uma dentro da outra.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 1992 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)

    Seguimos caminhando para ver o Portão de Brandemburgo. A imagem da antiga porta da cidade, com aquele monte de gente festejando, é vista em dez entre dez reportagens sobre a queda do Muro de Berlim. E lá estava eu, 3 anos depois de ver o Branderbuger Tor pela televisão.

    Ele também teve um papel marcante na nossa viagem em família em 2014. É ver a foto ou o desenho do monumento que nosso filho, Joaquim, exclama feliz: “É o Portão de Brandemburgo!” Nossa visita foi um momento tão festivo entre nós que consegui registrar um instante lindo dele com Fernando, saltando diante do vão da porta.

    Quando decidimos ir em família à Alemanha, eu sabia que veria uma outra cidade. Por ler muito sobre turismo e trabalhar em caderno de viagem de jornal, acompanhei as mudanças da capital alemã ao longo desses anos. Tinha muita curiosidade para voltar a Berlim e descobrir o que daquelas memórias de 22 anos atrás encontraria par com a realidade.

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (10)Na Berlim Oriental de 1992, não havia o maravilhoso acervo da Ilha dos Museus (Museuminsel), uma das atrações mais conhecidas atualmente por quem aprecia cultura. Estive, sim, na Alexanderplatz e tirei a clássica foto, embaixo do relógio com horários de várias cidades — feito repetido em 2014 com meu filhote.

    Ali na praça comi currywurst, salsicha típica de Berlim. Me chamou a atenção o tamanho do pão. “Aqui na Alemanha o pão é praticamente para segurar a salsicha. Eles gostam mesmo é da salsicha”, me ensinou minha madrinha.

    Também subi com ela até o observatório da Torre de TV para ver Berlim do alto. Repeti a dose em 2014. Impressionante a diferença na organização e na sinalização que encontrei na atração agora.

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    Enfim, diante do Muro de Berlim

    Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)Nenhuma sensação, no entanto, foi para mim mais impactante que me ver cara a cara com o Muro de Berlim pela primeira vez. Tantas representações, ideais, vidas estampadas ali. Hoje sempre lembradas pelos visitantes pelas imagens do segmento eternizado na East Side Gallery, trecho do Muro com várias pinturas coloridas.

    Na minha memória, segue vivo o preto no branco da contagem de mortos estampada sobre concreto em 1992. Gente que havia tentado transpor a barreira física que se estabeleceu entre dois mundos.

    A emoção me tomou por estar ali, pela primeira vez, diante da história viva. Ainda por cima era minha estreia na Europa. E logo com Berlim. Eu que sempre me interessei por história, especialmente pelos acontecimentos do século 20. Nazismo, Segunda Guerra, Muro de Berlim. Tudo isso sempre me intrigou. Adolescente dos anos 1980, eu vivi o planeta rachado pela Guerra Fria, cujo ícone máximo era aquela cidade dividida.

    Muro de Berlim 1992 Viagem Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)

     

    Pedaços do Muro eram vendidos em todo canto em 1992. Ninguém sabia se, de fato, originais. Hoje o assunto é tão bem explorado pelo VisitBerlin, responsável pela promoção turística da cidade, e tudo o que se refere à antiga barreira está tão estruturado (como só os alemães sabem fazer) que é possível comprar online um pedaço certificado do Muro.

    Foi por meio de um daqueles pedaços (verdadeiros ou não) que meu marido teve contato pela primeira vez com o Muro. Muro de Berlim, Queda, Viagem 2014 - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Pouco depois do fim da divisão de Berlim, uma vizinha dele esteve na Alemanha e voltou para São Paulo com um fragmento da história. Ele conta que ficou impressionado. Não mais do que ao se deparar com o Muro ao vivo na nossa viagem em 2014.

    Hoje, neste 9 de novembro histórico, quando a capital alemã celebra 25 anos da queda do Muro, nós dois passamos o dia com a cabeça em Berlim. Ah, como seria lindo estar lá para ver as 8.000 luzes demarcando 15 quilômetros do risco que partia a cidade. Para depois comemorar o simbolismo de ver tudo aquilo se apagar nos balões soltos no ar. Festejando o futuro. O que aconteceu nesse quarto de século e o que ainda está por vir.

  • Zoológico de Munique: Hellabrunn, com parquinhos para crianças

    Zoológico de Munique: Hellabrunn, com parquinhos para crianças

    Era um dia de sol daqueles que a gente pede quando pensa em passear com crianças. Céu azul, muito verde ao redor e bichos: trio animador para um gostoso passeio em família, especialmente quando se tem um filho de 5 anos. Mas o zoológico de Munique, o Tierpark Hellabrunn, guardava bem mais à nossa espera.

    Não apenas pela variedade de animais, mas pela estrutura do parque. O Hellabrunn foi 1 dos 4 zoológicos que visitamos na Alemanha. Todos excelentes programas para crianças.

    Nosso Joaquim estava animadíssimo com a ideia de ver os ursinhos polares gêmeos que nasceram no zoológico de Munique naquela época, no fim de 2013. Pinguim, leão, girafa e elefante também estavam na lista de desejos do nosso filhote.

    Chegamos lá facilmente de metrô a partir da Marienplatz, a principal praça de Munique. Passamos pelo portão da entrada Isar, paramos na lojinha para garantir um boné para o filhote (lembra do sol?) e caminhamos livremente.

    Volta ao mundo com a bicharada

    Plano, o Hellabrunn é uma delícia para andar e se perder. Se quiser. Porque a sinalização é muito eficiente e mostra de forma clara como se chegar até cada bicho que se quer ver. Nós tínhamos aquela missão a cumprir: ver os pequenos gêmeos polares.

    Pegamos o caminho à direita e seguimos toda vida, já espiando as atrações pelo trajeto. Urso de montanha, alce e rinoceronte. Tomamos um atalho e fizemos uma visitinha à dona zebra, sempre um sucesso aqui em casa.

    Depois vimos outro astro predileto, o pinguim. Joaquim se parou diante do tanque e, encantado, acompanhou a movimentação. Com os olhos grudados no fofucho nadador, nosso menino foi seguindo com o rosto até a quina. Um encontro mágico aconteceu. Nariz com nariz os dois pareciam se comunicar. Muito doido. E claro que a mamãe aqui achou lindo.

    Joaquim pinguim
    Comunicação narigal

    Visitamos depois  os leões marinhos — em 26 de junho, depois da nossa visita, nasceu lá o bebê Otti; não deixe de conferir se for ao Hellabrunn. Aí, finalmente, o momento esperado.

    Nela e Nobby estavam dormindo quando chegamos à área onde a dupla de ursinhos polares vive com a mãe, Giovanna. Ao ar livre, o lugar estava rodeado de gente. Mas é grande o bastante para todo mundo ver os gêmeos. Cercado por vidro, o espaço permite uma boa visualização por todos os lados. Esperamos uns minutos atrás de duas fileiras de pessoas e logo conseguimos ficar de frente para os filhotes. Fofurice em grau máximo!

    Ursos polares no zoológico de Munique

    Depois de muito cuti-cuti, continuamos caminhando. Agora sem rumo certo. Curtimos o sol que vazava por entre as folhas das árvores à beira do rio. Balançamos em família ao atravessar a molenga ponte suspensa — leia outros textos sobre viagem à Alemanha com criança.

    Joaquim na ponte suspensa, só no balanço

    Com um ambiente de fato de parque, as alamedas do zoológico são muito bonitas. Com a vantagem de ‘se esbarrar’ nas áreas dos animais naturalmente.

    O Hellabrunn se orgulha de ter sido o primeiro geo-zoo do mundo, ou seja, um zoológico que exibe os animais de acordo com sua distribuição geográfica no globo. Aberto em 1911, expõe a bicharada de modo a promover uma volta ao mundo passando por diversos habitats.

    As espécies ficam em espaços amplos. Em vários pontos, existem binóculos ou lunetas pagos para aproximar os visitantes dos animais, como numa experiência de safári. Joaquim viu as girafas de pertinho assim. Um mirante de madeira fica ao lado do espaço das elegantes pescoçudas. Subimos e, lá em cima, depositamos a moeda para nosso menino apreciar as simpáticas, que fizeram o favor de comer folhas num ponto próximo.

    Girafas vistas do alto

    Brinquedos, parquinhos e vários shows

    Para quem curte mais do que simples contemplação, o Hellabrunn oferece vários shows com animais, muitos deles durante a temporada da primavera ao outono, do desfile de leões marinhos à apresentação de elefantes. Tem ainda o show com o falcão. Nós passamos por lá no horário, e achamos muito bonito o animal. Mesmo curiosos, era hora do almoço e a fome batia forte. Partimos, então, para o restaurante principal do Hellabrunn.

    Soneca no meio do dia, com plateia

    Almoçamos ali, com nosso filhote de olho na hora de correr para brincar. O maior parquinho do zoológico fica bem ao lado do restaurante principal. Depois da última colherada, quem segurou Joaquim? O lugar tem um brinquedão de madeira com escorregas e parede de escalada.

    Ao lado, redes embalam a garotada. Todo esse espaço montado no chá de terra diverte de bebês a crianças maiores. Um super escorrega atrai os mais velhos.

    Extensa área verde tem também parquinhos para criança

    Os parquinhos para a meninada fazem do zoológico de Munique um passeio completo para a família. Eles vão surgindo ao longo da caminhada pelo zoológico e possuem brinquedos de madeira e corda, integrados ao clima do entorno.

    A alegria não para por aí. A garotada não sossega enquanto não experimenta também os brinquedos do enxuto parque de diversões, bem pertinho do restaurante principal (a região é o epicentro da felicidade infantil).

    Entre as atrações pagas, é possível ir no carrossel ou na motoca motorizada. Joaquim arrastou o pai para esse circuito. Depois que Fernando deu umas voltinhas com ele, foi a minha vez de ajudar nosso filho a catar pedra. Me saí uma boa operadora de escavadeira.

    Na escavadeira, treinando a habilidade com a mecânica

    Terminamos nossa visita ao Hellabrunn de um jeito bem mais rural. O recinto é fedido, mas popular. A área das cabras fica lotada de crianças correndo atrás dos bichos, que correm atrás da ração que os visitantes compram em maquininhas.

    A cada tanto de euro cai uma porção de grãos. Basta você se aproximar do recipiente que elas já enfiam a cara na saída. Para seres urbanos como nós, chegou a ser meio aflitivo o contato tão próximo. Saímos de fininho, atentos ao chão (sabe como é, se elas comem tanto…). Rimos da situação e fomos em direção à saída. Havia sido um grande dia, a diversão em família estava completa.

    Visual no caminho do metrô ao zoológico de Munique

    VALE SABER

    Endereço: Tierparkstrasse 30

    Transporte: Há 2 entradas. O metrô leva até a 1ª, e o ônibus, à outra. Nós fomos de metrô. Na estação Marienplatz pegamos a linha U3 na direção Fürstenried West e descemos em Thalkirchen (Tierpark). Após uns 10 minutos de caminhada, chegamos à Isar Entrance.

    Sinalizado, o caminho até o zoológico passa por uma ponte com aqueles cadeados de namorados (de Paris, parece que a moda se espalhou pelo mundo todo, né?). É bonito o visual do Rio Isar, das árvores e da ciclovia lá embaixo.

    A outra entrada do zoológico é a Flamingo. O ônibus 52, que também parte de Marienplatz (o ponto fica em frente à sorveteria), leva até Tierpark, na Alemannenstrasse.

    Funcionamento: O Hellabrunn abre o ano inteiro, todos os dias, mas o horário muda segundo a temporada. Em geral, abre às 9 horas, mas fecha entre 16 e 18 horas, conforme a época do ano. O site oficial sempre informa logo na home o horário que está valendo naquele dia.

    Preço: € 15 — crianças de 4 a 14 anos, € 6; abaixo de 4 anos, grátis. O zoológico oferece 2 possibilidades de family ticket: 1 dos pais mais as crianças por € 19 ou os 2 pais mais as crianças a € 33.

    Alimentação: Há quiosques em várias áreas do zoológico. As crianças (e muitos adultos) vão à loucura com os quiosques de doces. Pipocas, nozes carameladas, sucos coloridos congelados para sugar em copos compridos…

    O site official do Hellabrunn informa o horário de funcionamento de restaurantes e lanchonetes. Durante o verão, abrem das 9 às 18 horas

    Dicas: Durante o ano todo, dá para observar certos animais sendo alimentados; veja os horário no site antes de ir.

    Site: www.hellabrunn.de

  • Zoológico de Berlim, o mais antigo da Alemanha

    Zoológico de Berlim, o mais antigo da Alemanha

    Minha lembrança do zoológico de Berlim era um portal vermelho no meio da cidade. Um lugar movimentado, com ônibus passando por perto. Após 22 anos – estive lá em 1992 na primeira vez –, mais do que a imagem de animais, na minha memória se manteve em cores vibrantes o desenho de um portão em estilo oriental.

    Quando decidimos ir a Berlim em família, imediatamente pensei na ideia de voltar ao Zoo Berlin. Agora com meu filho, Joaquim, de 5 anos. O zoológico foi um dos quatro zoos que visitamos na Alemanha.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Descemos do metrô na estação Kurfürstendamm, pegamos a rua à esquerda e andamos seguindo a indicação das pessoas locais para o trajeto mais curto até o zoológico. Chegando lá estranhei a falta daquele agito frenético que eu tinha guardado na lembrança.

    Segundo estranhamento: o portão não era vermelho, tampouco em estilo oriental. Comentei com meu marido, Fernando: ‘Nossa, sempre tive uma memória de elefante, será que me enganei tanto? Um portão daquele não iria mudar.’ Curiosidade à parte, compramos os ingressos e entramos.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaLogo paramos diante de um painel com o mapa do zoológico. Se guiando pelos desenhos dos animais, Joaquim apontou os bichos que queria ver. Nem parei para ver o mapa. Primeiro porque a emoção de estar ali de volta era tanta (aquele domingo era nosso primeiro dia de passeio na viagem à Alemanha, e eu estava em Berlim depois de 22 anos e acompanhada do meu marido e do nosso filho!).

    Depois porque eu gosto de saber que existe um mapa, mas não curto ficar seguindo tudo, de ter ideia sempre de onde estou. Acho ótimo me perder e seguir os impulsos, o desejo de ir em alguma direção. E ali quem estava no comando era o pequenino e decidido Joaquim. Saímos em busca dos macacos.

    Visão geral: o mais antigo, o mais urbano

    Muito bonito passar pelo lago com aquelas árvores choronas e suas folhas verdes quase tocando a água. Vimos muitos patos e flamingos. O Zoo Berlin se orgulha de ter a maior área dedicada a aves na Europa.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Ainda da série títulos ostentados, ele é também o mais antigo zoológico da Alemanha, fundado em 1844.

    Num dos prédios na área do Zoo Berlin, fica o Aquarium Berlin (o ingresso é vendido separadamente ou em forma de combo com o zoológico). Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAs duas atrações juntas recebem em torno de 3 milhões de visitantes por ano.

    Nós escolhemos ver só o Zoo Berlin. Já era bastante para uma visita, impossível de se dar conta mesmo com um dia completo. Atualmente o zoológico mantém 16 mil animais de cerca de 1.500 espécies.

    Uma curiosidade: na época da Segunda Guerra, dos 3.700 animais existentes no zoo, apenas 91 sobreviveram ao conflito. Com a cisão de Berlim, o antigo zoológico ficou do lado ocidental. Foi criado, então, o Tierpark Berlin, aberto em 1955. Hoje tem 7.800 bichos de 900 espécies.

    Achou pouco se comparado ao Zoo Berlin? Bem, o Tierpark também tem seu título: maior zoológico da Europa, com uma extensão de 1,6 quilômetros quadrados. Outra informação de almanaque (mas na linha fofa): 15 elefantinhos nasceram lá desde 1999.

    Elefantes foram logo os primeiros bichos que vimos no Zoo Berlin, à direita do Löwentor, o portão do leão.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaNo nosso caminho até os macacos, estavam ainda animais de montanha, como cabras. Joaquim adorou subir as escadas e, curioso, entrar na casa de pedra. Do alto, além das construções do zoológico, é possível avistar prédios no entorno. O Zoo Berlin é o mais antigo da Alemanha, mas também é o mais urbano dos zoológicos que visitamos na nossa viagem.

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Apenas no espaço dos cangurus – já do outro lado do Landwehrkanal, o canal que separa o zoo do Tiergarten, parque de Berlim – fica difícil perceber a cidade em volta. Nós andamos até lá.

    Bem, meu marido e eu caminhamos. Porque nosso filhote correu. A longa alameda que passa pela área das zebras e segue sobre a ponte é um convite para a criançada gastar energia. Se pintar fome ou sede no percurso, há quiosques na alameda antes da ponte.

    Olha a ponte na minha foto de 1992 (jisus, que cabelo é esse?!). Dá para ver lá no fundinho a Coluna da Vitória (Siegessäule), no meio do Tiergarten.

    Berlim, Viagem à Alemanha em 1992, Jardim Zoológico - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)

    No restante do zoológico, especialmente nas regiões próximas ao muro, você vê que a cidade cresceu até bem perto da borda de seu velho zoo. Pudera, ele fica colado à Kurfürstendamm, uma das principais avenidas de Berlim.

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    Destaque: visita em qualquer clima ou hora do dia

    Algumas casas de animais, de certo modo, também lembram que se está numa metrópole. Frio, neve, chuva. Nada estraga a visitação no Zoo Berlin. Essas áreas cobertas permitem ver os animais em qualquer clima ou hora do dia.

    Primatas têm sua casa, com gorilas e chimpanzés. Felinos, também. Nela estão leões, onças ou panteras. Na região dos macacos, painéis mostram os existentes no mundo. Embora as explicações sejam em alemão, pelos desenhos e pela diferença de tonalidade de verde dá para descobrir qual é originário de onde.

    Apenas um senão sobre as casas de animais: as jaulas internas parecem pequenas, especialmente no caso dos felinos.

    Passeamos pela parte interna da casa e flagramos o leão ao acordar de uma soneca depois de devorar uns quilos de carne. O bicho rugiu tão alto para os humanos que assistiam a seu despertar. O ronco ecoou pelas paredes frias no fim de tarde. Gelou a espinha. Com susto e tudo, Joaquim curtiu e, vira e mexe, comenta sobre a cena aqui em casa — leia mais sobre viagem à Alemanha com criança.

    O leão foi o último animal que vimos no Zoo Berlin. Seguimos, então, a indicação de saída. Uma breve caminhada e… surpresa! Lá estava o portão vermelho. Tiramos a foto para registrar o momento. Em que apresentei, enfim, ao meu filho o zoológico que havia conhecido em 1992. Em que minha lembrança encontrou o presente.

    Dois elefantes sustentam as colunas do portal. Maravilha, 22 anos depois, minha memória segue como a dos amigos mamíferos. Ah, detalhe, se quiser visitá-los – os elefantes de verdade –, eles ficam perto do Löwentor, o portão dos leões. E onde está aquele ruidoso felino? Colado ao Elefantentor, o portão de elefantes. Digno de dar nó na memória!

    Berlim, Viagem à Alemanha em 1992, Jardim Zoológico - Foto Nathalia Molina @ComoViajaBerlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    VALE SABER

    Endereço: Hardenbergplatz 8

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTransporte: As linhas de metrô U2 e U9 levam ao Zoo Berlin. Se for usar o S-Bahn (trem urbano), pegue a linha S-5, S7 ou S75. Em todas essas possibilidades citadas, a parada é Zoologischer Garten, que dá acesso à entrada principal do zoológico, a Efantentor.

    Nós estávamos na linha U1 do metrô, por isso, descemos na estação Kurfürstendamm e caminhamos até a entrada lateral, a Löwentor

    Funcionamento: O horário muda conforme a época do ano.

    1 de janeiro a 14 de março: das 9 às 17 horas

    15 de março a 23 de março: das 9 horas às 17h30

    24 de março a 7 de setembro: das 9 às 19 horas

    8 de setembro a 26 de outubro: das 9 às 18h30

    27 de outubro a 31 de dezembro: das 9 às 17 horas – 24 de dezembro, fecha às 14 horas

    Preço: 13 euros – crianças de 5 a 15 anos, 6,50 euros; abaixo de 5 anos, grátis. O zoológico oferece duas opções de family ticket (adulto com suas próprias crianças por 22 euros ou 2 adultos com suas crianças por 35 euros). O bilhete que inclui o zoológico e o aquário custa 20 euros – crianças de 5 a 15 anos, 10 euros. Nos family tickets, os preços são 33 euros e 50 euros, respectivamente

    Alimentação: Assim como no zoológico de Stuttgart, a empresa Schuler‘s GastZoonomie responde pela alimentação disponível no Zoo Berlin. O restaurante principal funciona durante o ano inteiro Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViajae serve tanto especialidades locais quanto pratos internacionais.

    De março a novembro, há ainda outra opção, o Woodland Pub. A casinha de madeira fica perto do parquinho infantil. No cardápio, comida caseira e tortas. A empresa também administra os quiosques que vendem lanches (alguns deles na alameda próxima à área das zebras) e sorvetes pelo zoológico, além do Aquarium bistrô, localizado no aquário

    Dicas: Diariamente, de manhã ou à tarde, é possível ver bichos serem alimentados – abaixo estão alguns horários:

    Berlim, Alemanha, Zoológico, Crianças - Foto Nathalia Molina @ComoViaja10h30 – urso polar

    11h30 – gorila

    13h45 – pinguim

    14h15 – hipopótamo

    15h30 – carnívoros (exceto às segundas; tigres e leões também não são alimentados às quintas)

    16 horas – macaco

    Segundo o site oficial, os horários costumam ser respeitados, mas, como ‘animais não são máquinas, pode haver alteração’

    Site: zoo-berlin.de/zoo.html

  • Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Quando dizem que viajar faz bem para a saúde, pode acreditar, não é força de expressão. A incursão de quase um mês pela Alemanha me trouxe benefícios que vão além da cultura e da beleza do país. Me levou a perceber que eu poderia ter um problema com glúten.

    Já vinha me sentindo mal havia tempos, com períodos de melhora e piora. Mas durante os primeiros 20 dias na Alemanha fiquei melhor. Nem me dei conta (quando está bem, quem se lembra de problema, né?). Além disso, em viagens sempre caminho muito, tomo bastante água. Tendo, então, a acreditar que esses efeitos são os responsáveis pelo bem-estar. Sem contar, é claro, na quantidade imensa de serotonina que a felicidade de viajar deve liberar em mim.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMas no fim da viagem, já em Frankfurt, voltei a me sentir mal. Também tomada pelo prazer da visita à Alemanha em família, não parei para pensar sobre o assunto. De fato, essas observações só vieram depois, já no Brasil. E pelo meu marido, Fernando: ‘Você se deu conta de que quase não passou mal na Alemanha? Só em Frankfurt, quando começamos a comer massa, você voltou a ter problema.’

    Nossa, era verdade. Na visita a Berlim, Munique, Nuremberg e Stuttgart, eu havia comido basicamente comida alemã. Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMuita carne de porco e salsichas mil, acompanhadas de repolho e batata em muitas variações. Especialmente a salsicha de Nuremberg, minha preferida. Comi em vários lugares da Alemanha. Em Nuremberg, alguns foram o restaurante medieval Zum Gulden Stern e barracas nas ruas, no formato drei im weggla. Afpelstrudel, aquela maravilha de torta de maçã, só experimentamos uma vez, em Berlim.

    Alergia à cerveja alemã?!

    Além disso, tinha outra constatação revelada ainda antes de sair do Brasil: eu não conseguia mais tomar cerveja alemã. Custei muito a acreditar nessa ideia, que parece mais uma praga. Logo eu, tão cervejeira. Eu amo cerveja alemã!

    Há dois anos tomei meio copo e, em questão de minutos, minha cara parecia estar pegando fogo de tanto que queimava. Uma mancha vermelha foi pintando meu rosto todo e chegou ao pescoço. Fui parar no pronto-socorro. Fato inesquecível. Até hoje me dói o lugar onde o enfermeiro do São Camilo me aplicou uma injeção para estancar a crise alérgica.

    Na ocasião, meu marido e eu pensamos que pudesse ter sido algum problema com a garrafa da cerveja. Será que tínhamos lavado direito? Quase um ano depois, resolvi fazer um teste. Dois goles na cerveja, e corri para o comprimido de corticoide para parar a vermelhidão galopante.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaFui para a Alemanha – viagem que incluía a minha primeira visita a Munique – lamentando que não poderia entornar os canecos como fazem os locais, mas ainda esperançosa de que poderia bebericar. Afinal, eu já tinha ido ao país várias vezes e sempre tinha bebido cerveja alemã!

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaChegando lá, até conseguia tomar uns golinhos de cerveja, da mais clarinha, amarelinho quase bebê. Ficava vermelha, nada alarmante. Mas só uns golinhos. Fernando pedia um canecão para ele, e eu bebericava, como fiz no Löwenbräu em Berlim (primeiro restaurante onde comemos na viagem) ou no biergarten do Viktualienmarkt em Munique (jardim de cerveja na praça do mercado). Valeu para tirar as tradicionais fotos segurando o caneco.

    Na nossa ida à Hofbrauhaus, a cervejaria mais famosa de Munique, me rebelei: pedi uma cerveja de trigo. ‘Vou pedir a que eu gosto mais. Se não der para beber, você toma, Fê?’. Proposta difícil de topar, né?

    Quase me emocionei com aquele copão quando a garçonete colocou nossos pedidos à mesa. Minha alegria foi embora depois de dois goles. O comprimidinho de corticoide estava na bolsa para me salvar. Pronto, não dava mais para tentar tomar. Melhor era procurar entender no Brasil o que estava acontecendo. Pelo menos valeu o brinde com Fernando de chope tradicional e Joaquim de suco de maçã espumado. Vê só as caras engraçadas na foto do alto deste texto.

    Em comum entre massa e cerveja: o glúten

    Em casa, quando Fernando chamou atenção para minha melhora nos primeiros 20 dias na Alemanha, juntei lé com cré. O que havia em comum entre massa e cerveja? O glúten! A proteína é encontrada no trigo, na cevada e no centeio.

    Resolvi, então, testar uma alimentação sem glúten. Durante 40 dias, me senti outra pessoa. Nesse período, estive na Argentina, onde não encontrei nenhuma dificuldade para manter a opção gluten free, lá tem até voo da LAN com lanche especial sem glúten.

    Interessante ver que, mais do que descobertas turísticas ou gastronômicas, viajar proporciona tantas sensações e experiências que podem mudar sua vida. Comigo tem sido assim. Não só pelo glúten. O contato com os muitos mundos com que topo me traz vários benefícios. Agora efetivamente até para a saúde.


    *

    Depois que escrevi este texto em 2014, passei por um longo período de testes, exames e consultas. Isso porque voltei a me sentir mal, mesmo sem comer glúten. Agora, em 2016, estou bem e de volta à ativa! Ao que parece, o glúten me prejudicava por causa do intestino irritável, um dos sintomas da minha fibromialgia, descoberta nos últimos anos. Tudo ainda é novidade para mim. No entanto, já voltei a comer glúten gradativamente. Ah, e já tomei cerveja algumas vezes! Ainda não testei a alemã 

     

  • Novidades sobre o Canadá

    Novidades sobre o Canadá

    10521758_664218487005030_7111509671654917431_n

    Por Nathalia Molina

    ‘Mamãe, por que você vai de novo ao Canadá?’ Antes que eu pudesse responder, Joaquim se adiantou: ‘Ah, já sei você escreve sobre novidades.’ Com 5 anos, meu filho agora tem noção do que é o meu trabalho. Mas, mesmo quando ele ainda não se entendia por gente, já via a mãe viajar para o Canadá.

    O país foi meu primeiro destino sozinha depois de ser mãe. Desta vez, volto ao Canadá para mais um GoMedia, o evento anual voltado para a mídia especializada em viagem. Fiquei muito feliz quando recebi o convite da Comissão Canadense de Turismo dirigido a mim para cobrir a feira pelo Como Viaja!. Meu blog conta com uma área dedicada ao país: Como Viaja! no Canadá. Lá estão os links dos textos que escrevi aqui ou que foram publicados em jornais e revistas.

    Como essa história começou? Você lê em O Canadá e eu. E, assim, o GoMedia 2014 é minha terceira cobertura do evento. No ano passado, meu texto com um roteiro pelos bairros de Toronto foi finalista no GoMedia Awards, prêmio para publicações sobre o Canadá. Fiquei entre os três indicados na categoria de Blogs Internacionais.

    Também participei do TBEX, encontro de blogueiros realizado em Toronto em 2013. Antes do evento, 28 blogueiros de todo o mundo foram convidados pela Comissão Canadense de Turismo para explorar o Canadá de trem. Fui a única brasileira a fazer parte do grupo. Como eu já tinha viajado em 2010 no The Canadian, trem que atravessa o país de Toronto a Vancouver. Escolhi embarcar no The Ocean para fazer de Halifax a Montréal e, depois, Toronto. Assim já viajei o Canadá de trem de leste a oeste, uma experiências incrível.

    GOMEDIA 2014

    A cada ano o GoMedia é realizado numa cidade. Em 2014, Winnipeg recebe o evento. Já estive algumas horas na cidade da província de Mannitoba quando tomei o trem de Toronto a Vancouver. Mas vai ser bacana poder explorar melhor o lugar. Ainda mais com a inauguração prevista do Canadian Museum of Human Rights, museu sobre os Direitos Humanos, que eu vi começar a ser construído quando passei por lá em 2010. O prédio platinado com design moderno impressiona, estou doida para ver as exposições.

    10351470_666027513490794_6134323507095867332_nAntes do evento, escolhi fazer um tour para a imprensa pela província de Québec. Passei uns dias lindos na cidade de Québec, hospedada no castelo do hotel Fairmont Le Château Frontenac. Mal posso esperar para caminhar pelas ruas históricas de Québec de novo. A cidade é linda. O percurso inclui ainda Charlevoix, com visitas a produtores de vinho e de queijo. Vou voltar cheia de novidades para quem viaja pela província de Québec.

    Para completar o roteiro, decidi vir de novo a Montréal. A cidade é grande e há sempre algo a ser visto — ou por não dá tempo de visitar tudo nunca, ou por ter surgido alguma novidade. Tenho passado lindos dias de sol por aqui.

    Como faço sempre, estou postando fotos ao longo da viagem nos canais do Como Viaja! nas redes sociais.  Curta http://www.facebook.com/ComoViaja e siga @ComoViaja no twitter e no instagram. No Google+, siga https://plus.google.com/+ComoviajaBr.

  • Sem glutén: Voo da LAN Argentina tem lanche especial

    Sem glutén: Voo da LAN Argentina tem lanche especial

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)O lanche no voo de Buenos Aires para Mendoza vinha numa caixinha com biscoitos e minialfajor da marca Havanna. Eu estava fazendo uma alimentação sem glúten. Peguei o lanchinho e comentei em português com a colega no assento ao lado: ‘Não posso comer, mas vou guardar para meu marido que é louco por alfajor’. A aeromoça da LAN Argentina percebeu que havia algo errado e me perguntou: ‘sois celíaca?’

    Respondi que sim porque existe a possibilidade de que eu sofra dessa doença autoimune ou seja intolerante ao glúten. A comissária, então, me deu pacotinhos de chips de mandioca e de batata e ‘alfajor’ fabricado com flocos de arroz. Vendido em supermercados do país, ele passa longe de ser o tradicional alfajor — é muito duro por causa da textura do biscoito de arroz –, mas caiu bem poder comer um docinho.

    Buenos Aires, Mendoza, Voo LAN Argentina - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Fiquei muito feliz. Eu havia chegado na madrugada anterior a Buenos Aires, quase não tinha dormido e já voava cedinho em direção a Mendoza – havia sido convidada pelo Destino Argentina, pela LAN Argentina e pela vinícola Familia Zuccardi para um roteiro combinado entre para a cidade famosa pelos vinhos Malbec e a capital do país, Buenos Aires.

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (9)Aquela gentileza da aeromoça da LAN Argentina, portanto, foi meu primeiro contato com a realidade muito favorável que quem não pode comer glúten encontra no país. Aos poucos me dei conta de que a Argentina é o paraíso gluten free.

    A demanda interna é tanta que a LAN Argentina mantém a opção de comida sem glúten nos voos domésticos. Se você não puder comer glúten e estiver viajando pela companhia entre cidades argentinas, lembre-se de avisar aos comissários.

  • Festival de Jazz Montreál 2019, com 10 dias de shows e atividades

    Festival de Jazz Montreál 2019, com 10 dias de shows e atividades

    Todo ano o verão em Montréal é cheio de música. As ruas do centro da cidade na província de Québec, no Canadá, são tomadas por shows, a maior parte deles gratuitos. É o Montréal Jazz Festival, o Festival Internacional de Jazz de Montréal, que chega à sua 40ª edição em 2019.

    É o mais longo festival de jazz do mundo, segundo o Guinness World Book, o livro dos recordes. Durante dez dias, em torno de 500 shows são realizados em 20 palcos, sendo dois terços das apresentações de graça. Participam do evento cerca de 3.000 artistas de 30 países. Na edição de 2018, estiveram lá nomes como Ben Harper, Al Di Mrola, Seal, Bobby McFerrin e Ry Coder, além do brasileiro Vinícius Cantuária.

    Em torno de 2 milhões de pessoas costumam ir às apresentações, sendo aproximadamente 25% de visitantes à cidade. Entre as apresentações em espaços fechados em 2018 destacaram-se: a cantora e guitarrista americana Ani DiFranco, que voltou ao festival depois de 12 anos, com apresentação no Théâtre Maisonneuve; e SLĀV, performance no Théâtre du Nouveau Monde com canções afro-americanas imortalizadas pelo americano Alan Lomax, especialista em história da música, abordando da segregação à emancipação dos negros dos Estados Unidos.

    Do meio-dia à meia-noite, há apresentações ao ar livre gratuitas no Montréal Jazz Festival. O evento se concentra no Quartier des Spectacles (o Quarteirão dos Espetáculos, em português), no centro da cidade. Fica no quadrilátero formado pelo Boulevard Saint-Laurent, pela Avenue du Président-Kennedy, pela Rue Sainte- Catherine e pela Rue De Bleury, perto do Desjardins Complex e da Place des Arts (praça onde fica a estação de metrô mais próxima).

    Crianças no festival de Montréal

    A meninada também tem seu espaço no festival de Montréal, com atividades na Grande-Place do Complexe Desjardins, durante todos os dias do evento, das 11 horas às 13h30. Com instrumentos musicais gigantes para brincar, as crianças podem ainda fazer uma divertida iniciação musical, na interativa La Petite École du Jazz (A Pequena Escola de Jazz). As atividades dessa área infantil são gratuitas.

    Em 2018, na Salle Wilfrid-Pelletier, o Dreamworks Animation in Concert foi uma apresentação paga que juntou orquestra tocando ao vivo enquanto trechos de animações da Dreamworks foram projetados; entre eles, Shrek e Madagascar.

    Programação durante o ano todo

    Quem visita Montréal (mesmo fora do período do evento) pode visitar a Maison du Festival Rio Tinto Alcan para conhecer mais sobre esse grande encontro da música e sobre lendas que já participaram do festival. O espaço fica no número 305 da Rue Sainte-Catherine, no centro. No site do evento, o link Program mostra as apresentações na cidade durante o ano todo (procure por All-Year Round).

    Montréal Jazz Festival, Orchestre National, Canadá, Québec - Foto Retirada do Site Oficial

    VALE SABER

    Quando: Em 2019, de 27 de junho a 6 de julho

    Informações: Há aplicativos disponíveis para download para iOS e para Android, com informações que incluem da programação do festival a Google Maps com itinerários e link para programas dos shows

    Site: montrealjazzfest.com

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  • Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha é uma das comidas típicas da Alemanha. Em Nuremberg, a bratwurst local é pequena, saborosa e crocante, a melhor para nós. Provamos essa delícia em barraquinhas de rua e num restaurante da Idade Média

    ATUALIZADO EM 6 DE ABRIL DE 2017

    Salsicha na Alemanha é assunto sério. E, claro, divide gostos e opiniões. Eu tenho minha preferida: a Nürnberger Rostbratwurst, original de Nuremberg, na Baviera. Grelhadinha, é para mim a mais gostosa salsicha alemã.

    É produzida desde o século 14 na cidade da região histórica da Francônia, que ocupa parte do norte da Baviera. A receita leva basicamente carne de porco, sal e especiarias, responsáveis pelos pontinhos pretos característicos. Em 2003, a União Europeia deu às denominações Nürnberger Bratwurst e Nürnberger Rostbratwurst o registro de Indicação Geográfica. Ou seja, reconheceu que a salsicha é uma especialidade europeia de tradição e produzida apenas em determinado lugar. Para levar esse nome, só sendo produzida nos arredores de Nuremberg.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    A GENUÍNA NÜRNBERGER ROSTBRATWURST – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Pequenina, tem entre 7 e 9 centímetros e pesa de 20 a 25 gramas. Várias histórias explicam esse tamanho nada usual entre as salsichas da Alemanha. Uma delas diz que as tabernas da Idade Média tinham de fechar cedo e as salsichas pequenas eram práticas pois passavam pelo buraco da fechadura. Assim clientes do lado de fora podiam continuar comendo a especialidade apesar do restaurante fechado. Engraçado imaginar as pessoas enfrentando as leis rígidas e o frio intenso no inverno para comer salsichas.

    Pensando bem, até que não seria uma má ideia. Ah, que saudade do café da manhã de hotel na Alemanha! A Rostbratwurst sempre estava entre as opções na área quente do bufê. De cor clarinha com uns pontinhos escuros (das especiarias usadas no preparo), quando grelhada, fica com a casquinha crocante e dourada.Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    ONDE COMER NA CIDADE
    Pode-se degustar essa maravilha em uma das barraquinhas nas praças e ruas do centro histórico de Nuremberg, que vendem o sanduíche drei im weggla, o mais pedido pelos locais.

    SAI UM DREI IM WEGGLA NO CAPRICHO!

    Ou num dos restaurantes históricos que ainda fabricam suas salsichas seguindo receitas medievais, como o Zum Gulden Stern, onde tivemos o prazer de almoçar na chegada a Nuremberg. Tradicionalmente é acompanhada de salada de batata e/ou chucrute (sauerkraut).

    E para você? Qual é a sua salsicha alemã preferida?

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

  • Restaurante medieval de salsicha, em Nuremberg

    Restaurante medieval de salsicha, em Nuremberg

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Cabral nem tinha dado com os burros nas águas brasileiras, e o Zum Gulden Stern já servia salsichas em Nuremberg. Fundado em 1419, o restaurante prepara e serve a legítima Nürnberger Rostbratwurst.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaAssim que chegamos à cidade alemã fomos almoçar no Zum Gulden Stern, a convite do Turismo de Nuremberg. Foi uma ótima recepção, tanto pela qualidade da comida quanto pelo aspecto histórico do lugar. Depois, ao longo dos dias, comemos a salsicha de Nuremberg também na versão drei im weggla, sanduíche de rua.

    Logo na chegada ao Zum Gulden Stern, a arquitetura se destaca. A casinha é linda. Nem parece que teve de ser reerguida após a Segunda Guerra, assim como quase todo o centro histórico de Nuremberg – 90% foi destruído com os bombardeios. Por dentro, também mantém o clima de Idade Média, com muita madeira e pedra na decoração.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaNA BRASA

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaDá para ver as salsichas sendo feitas na grelha sobre o fogo. O restaurante não cozinha ou frita nada previamente. O calor da chama prepara a salsicha e deixa a casquinha crocante, uma delícia!

    O Zum Gulden Stern batizou a salsicha de Nuremberg de ‘röstla’. Como rost significa ‘grelhar’ em alemão e esse é o modo tradicional de preparo, o restaurante resolveu chamar assim. A salsicha ainda é fabricada lá mesmo, seguindo a receita original dos velhos tempos. Daí esse tipo de restaurante ser chamado de Bratwursthaus, algo como ‘casa que faz Bratwurst, a salsicha de Nuremberg’.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaPedimos a porção com 6 röstlas (7,20 euros). O Zum Gulden Stern oferece ainda a opção de 8 salsichas (a 8,90 euros), 10 (por 10,60 euros) ou 12 (a 12,30 euros).

    A salada de batatas estava deliciosa. Huumm… Os pedacinhos desmanchavam. Não faltou o chucrute (em alemão, sauerkraut). Os dois acompanhamentos custam 2,10 euros cada e são feitos por produtores locais. O restaurante prestigia os fazendeiros da região de Nuremberg, comprando legumes e verduras.

    COZIDA COM VINHO

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaTambém é possível pedir a salsicha cozida, chamada de saure zipfel (em português, algo como ‘fim azedinho’). Preparada lentamente com água, vinagre, cebola, vinho e especiarias, essa genuína versão tem sabor acentuado. Se come acrescentando mostarda amarela. Fica bem interessante.

    Paladares mais ortodoxos provavelmente vão gostar da salsicha na brasa. Nós achamos a grelhada mais gostosa, mas aprovamos as duas maneiras.

    VALE SABER

    Endereço: Zirkelschmiedsgasse,26

    Horário: Todos os dias, das 11 às 22 horas

    Site: www.bratwurstkueche.de

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

  • Comida de rua na Alemanha, com salsicha de Nuremberg

    Comida de rua na Alemanha, com salsicha de Nuremberg

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Para comer como um local em Nuremberg, na Baviera, procure uma das várias barraquinhas espalhadas pelo centro histórico da cidade da Alemanha ou um restaurante histórico de salsichas (nós fomos ao Zum Gulden Stern). Nas ruas, as barraquinhas vendem um delicioso sanduíche feito com salsicha: o drei im weggla. Significa algo como ‘três no pão’ – drei é ‘três’ em alemão. O trio do sanduíche é de Rostbratwurst, salsicha típica de Nuremberg.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaEu já tinha provado o drei in weggla em 2011, quando estive na feira de Natal da cidade, a mais famosa da Alemanha. Agora em 2014 fiz questão de voltar com meu marido, Fernando, e nosso filho, Joaquim, à mesma barraquinha da praça central de Nuremberg. Queria dividir com eles o prazer e a lembrança daquele momento especial. Não sabia se ela estaria lá porque não havia feira de Natal – era abril. Mas estava!

    Essa barraquinha fica no lado da praça oposto à igreja, bem em frente ao supermercado local. O drei in weggla custa 3 euros, preço médio cobrado pelas outras vistas nas praças e ruas de pedestre do centro histórico.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaPrimeiro, comi do modo tradicional, com chucrute. A moça abre o pão, põe três salsichas (no plural, Bratwürste) e, sobre elas, o preparo de repolho. Quem não curte pode pedir sem. A mostarda fica lá para se servir à vontade.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViajaNo repeteco, fiquei só no pãozinho com Rostbratwurst porque sabia que teria um sócio. Não é que Joaquim espichou o olho assim que viu nosso drei im weggla?

    Pós Viagem, Alemanha - Nathalia Molina @ComoViaja (5) Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

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