Além de um bom pastel de feira, São Paulo tem restaurantes onde é indicado comer o quitute: do tradicional no Mercadão ao gourmet. Com tamanhos e recheios diferentes, faz parte da cultura paulistana
ATUALIZADO EM 20 DE MARÇO DE 2017
Depois que vim morar em São Paulo, vi como pastel é levado a sério por aqui. É muito fácil encontrar um bom em muitas feiras da cidade. Além disso, o quitute é carro-chefe até de restaurante, com tamanhos e recheios diferentes. E quem nunca ouviu falar com pastel de bacalhau do Mercadão, perto da Rua 25 de Março? Mas minha relação de amor com esse fritinho vem de longe.
A disputa pelo melhor pastel de vento era uma especialidade dos Molinas. De família grande — meus avós tiveram 9 filhos –, passamos vários domingos em torno de uma mesa comprida recheando massa aberta pelo patriarca. Comer, só na hora do almoço, quando a bacia estivesse cheia de pastel frito. É uma das alegres lembranças que tenho de tios e da infância.
No Rio, cresci comendo pastel, e muitas outras frituras. Eram outros tempos, em que qualquer coisa cujo preparo exigisse um mergulho no óleo quente não era um pecado mortal. Mas estranhei quando vim morar em São Paulo, há 17 anos, e as pessoas falavam em ir à feira comer pastel como se fosse um programa. E é. Por isso, escolhi falar desse hábito entre os paulistanos.
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Pastel de feira em São Paulo rende competição. Até a Prefeitura já organizou concurso para escolher o melhor quitute de feira. Campeã no prêmio e também jurada na edição de 2012, Kuniko Yonaha ficou tão famosa que montou loja de seu Pastel da Maria, apelido pelo qual a japonesa é conhecida.
Atualmente tem franquia, e a marca é encontrada em 9 endereços fixos (um deles no bairro de Pinheiros), além das feiras livres, com a do bairro do Pacaembu. Fica na Praça Charles Miller (às terças e quintas), diante do estádio — onde funciona o Museu do Futebol; dá para fazer uma tabelinha no passeio.
Mas, como em várias cidades brasileiras, é possível encontrar bons pastéis em várias feiras. A gente costuma ir mesmo é à que tem perto de casa. Nosso filho, Joaquim, prefere o tradicional queijo, como eu. Fernando se arrisca um pouco nas misturas, mas também não foge a um bom recheado de carne. A conta: pagamos com cartão de crédito. Que maravilha a modernidade, né? Almoçamos e fazemos milhas para viajar.
Pastel gourmet ou gigante
Quem quer experimentar um pastel mais gourmet pode ir a uma das 3 unidades do A Pastella na capital paulista — a do Morumbi (zona sul) abre todo dia — ou 1 na cidade paulista de São João da Boa Vista. Para montar o recheio, o cliente pode escolher 3 ingredientes mais 1 tempero (na versão doce, são 2 recheios). O quitute é frito na hora, no óleo de canola. Entre os temperos, há manjericão, alho frito e pimenta calabresa. Alguns recheios disponíveis são tomate cereja, farofa crocante (doce), gorgonzola e damasco.
Um pastel famosíssimo e que também cai bem com um passeio é o de bacalhau do Mercado Municipal de São Paulo. Quando cheguei a São Paulo, em 1998, tive preguiça de provar porque o quitute formava filas na hora do almoço pelos corredores do mercadão. Depois com a abertura dos restaurantes na parte superior do Mercadão, experimentei o do Hocca Bar, restaurante conhecido também pelo exagerado sanduíche de mortadela. Não sou entusiasta de nenhum dos dois ingredientes, mas gostei bem do pastel e do sandubão. E da ideia de poder provar tudo, compartilhando com os companheiros de mesa e de chope. O bar tem unidades também no bairro da Mooca (zona leste) e em São Bernardo do Campo, cidade do ABC.
Os pastéis costumam ser muito grandes em São Paulo. O Pastel do Trevo, no entanto, se supera: 30 cm de comprimento. Difícil ter noção do tamanho? Só lembrar que uma régua escolar tem 30 cm. É enorme! Mas, se a ideia for fazer uma refeição, dá até para pedir um por pessoa. Para quem tem menos fome, existe a opção de pedir o pastel de 15 cm. Fernando e eu ficamos com o grandão no salgado e dividimos um pequeno doce. Estripulia total.
A marca surgiu na Rodovia Rio-Santos, mas já conta com 3 franquias na capital paulista. Tem até pastel de vatapá (no site está a receita). Quando estivemos na unidade da Vila Pompeia, ficamos nos sabores tradicionais (queijo, carne seca) e depois provamos um de doce de leite. O Pastel do Trevo oferece a opção de delivery, assim como o da Maria. Não indico essa comodidade em nenhuma pastelaria — pastel bom se come logo que frito; afinal, pelo menos o exercício de ir até ele tem de ser feito.
De onde vem o pastel
Não se sabe ao certo de onde veio o pastel. Na Península Ibérica, desde a Idade Média, já havia uma massa frita com recheio. Mas o pastel que comemos hoje teria sido inventado pelos chineses no fim do século 19 no Brasil, numa adaptação do rolinho primavera — em vez de legumes, carne.
Na época da Segunda Guerra, o Japão fazia parte do Eixo, formado também pela Alemanha e pela Itália e combatido pelos Aliados. Por medo de discriminação, imigrantes japoneses teriam se passado por chineses e acabaram espalhando o pastel por São Paulo. O troço terminou ganhando o país. E cá estamos nós comendo e falando dele.
Sempre que estou no Rio com um pouco mais de tempo, faço um passeio até o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Há 17 anos morando em São Paulo ainda não criei esse hábito com a unidade paulistana — além das duas, existem as do Distrito Federal e de Belo Horizonte. Às excelentes exposições em cartaz (desde que abriu em 1989, o CCBB-RJ é ‘o’ programa cultural na cidade) soma-se o bom pretexto para um passeio pelo Centro, um dos meus programas favoritos no Rio.
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Eu tinha 18 anos quando o CCBB-RJ foi inaugurado, e me lembro de ficar maravilhada ao entrar lá pela primeira vez. Pelo prédio em si, deslumbrante — cúpula, lustres e elevadores são um charme — e pelas possibilidades que ele oferecia a quem morava na cidade. Cultura de graça ou a preços reduzidos. Fiz curso de teatro ali, assisti a peças e leituras. Mas eu não poderia imaginar então que o CCBB viraria um marco naquela área do Centro e uma atração não só para os cariocas.
O imponente prédio, com 15.046 m² de área construída, ocupa um quarteirão inteiro na Rua 1º de Março. Seus enormes portões de ferro trabalhado atraem o olhar de quem passa por ali, mesmo sem a pretensão de fazer qualquer programa histórico-cultural. E olha que não faltam ideias naquele trecho, não só na construção do Banco do Brasil. Ao lado, ficam a Casa França-Brasil e o Centro Cultural Correios, ambos com atraente agenda cultural.
O que fazer no CCBB
São 2 salas de cinema e 3 de teatro, biblioteca e 2 mostras permanentes (Galeria de Valores, sobre moedas; e O Banco do Brasil e Sua História, sobre a trajetória da instituição). Existem ainda 14 galerias (10 no 1º andar e 4 no 2º), que recebem algumas das pri ncipais exposições do Rio de Janeiro.
É a instituição cultural mais visitada do Brasil e a 20ª no mundo, de acordo com ranking publicado em abril de 2015 pelo jornal inglês The Art Newspaper, especializado em artes. O balanço de 2012 do Banco do Brasil aponta que o CCBB-RJ teve em torno de 2,2 milhões de visitantes. Em cerca de 25 anos de atuação, as 4 unidades do CCBB receberam juntas aproximadamente 74 milhões de pessoas, segundo informa página do banco.
Para ficar apenas nas exposições mais recentes do CCBB-RJ, vimos Picasso e a Modernidade, Salvador Dalí, Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto e Castelo Rá-Tim-Bum: A Exposição. Essa última tínhamos tentado em São Paulo, quando estava no Museu da Imagem e do Som (MIS). Mas a fila era tamanha que desistimos. Resolvi esperar entrar no CCBB-RJ, já que coincidia com a nossa temporada #rio40dias.
Chegamos no horário em que abria e fiquei com a impressão de que a série não tinha tanto apelo no Rio quanto em São Paulo. Afinal, o programa passava na TV Cultura — nos anos 90 não era um canal de carioca. As cordas armadas para filas estavam vazias como aquelas fitas de aeroporto que te obrigam a fazer um zigue-zague mesmo sem movimento algum. Engano meu.
Visitamos Rá-Tim-Bum sem sobressaltos. Na maior tranquilidade, Joaquim conheceu cenários do programa que não viu na TV, mas que conhece por meio das músicas e do filme.
Quando saímos do prédio, a fila não cabia mais naquelas cordas do saguão de entrada. Era interrompida na área da rotunda e prosseguia em frente à Livraria da Travessa. Os funcionários seguiam organizando a espera até o lado de fora, onde uma linha já se formava rente à porta de entrada virada para a Igreja da Candelária.
O mundo e o Brasil em moedas
Antes de deixar o CCBB, checamos se havia outra exposição aberta ao público. A funcionária informou que não, mas que podíamos visitar as mostras permanentes e que, considerando que estávamos com uma criança, Joaquim poderia gostar de ver as moedas.
Ãã, moedas? Depois de tantas vezes em que estive ali, como eu não sabia disso? A Galeria de Valores foi inaugurada em 2008, como parte das comemorações dos 200 anos de fundação do Banco do Brasil, e hoje faz parte do acervo permanente.
É uma das principais coleções numismáticas do país, com 38.000 peças, sendo 2.000 delas expostas à visitação. Pela riqueza e pelo detalhamento que apresentam, muitas delas são obras de arte. Há cédulas raras, como as brasileiras de 200.000 réis e de 500.000 réis, ambas do meio do século 19.
Caminhe sobre um rio de niqueis debaixo do piso e, ainda no chão, leia frases em que dinheiro é o assunto. As vitrines dispõem os exemplares agrupados por temas, que vão da escolha de desenhos para ilustrar as notas (animais, construções, personalidades) a uma parede de cofrinhos de porquinhos e outra com artigos já usados como dinheiro. Na era do PayPal, do cartão de crédito (até o Banco Imobiliário do Quim tem dinheiro de plástico), é legal relembrar que tudo foi moeda nessa vida: sal, marfim, cacau, pau-brasil…
Entre os hábitos que mudaram, mostrados na exposição, também está o de imprimir notas maiores quanto maior for a quantia que a cédula vale. Em tempos inflacionários, não seria muito prático tampouco econômico gastar tanto papel para fazer notas com valores cheios de zeros.
A funcionária tinha razão em dizer que a exposição é interessante para crianças. Acho que as maiores, de 8 ou 10 anos, devem aproveitar melhor. A mostra é bem densa para crianças pequenas. Joaquim ficou cansado e sofreu com o gelo da salas. Estivemos lá durante o alto verão, e o frio era tremendo. Para ver com calma a Galeria de Valores, esta dica é fundamental: vá agasalhado ou leve um casaquinho.
A área que mostra a história do Brasil por meio da moeda é um dos destaques. As peças são exibidas em ordem cronológica e inseridas no contexto, no momento pelo qual passava o país. Dois florins holandeses expostos representam a primeira moeda do Brasil, onde o nome do país aparece gravado.
Como avisa a frase no alto, na entrada da Galeria de Valores, “olhar uma moeda é como folhear um livro de história”. Esse é o propósito ali. O rico acervo (com perdão do trocadilho) permite contar a história da moeda no Brasil e no mundo. E o melhor: você não gasta nem um centavo.
A história do prédio
No mesmo andar, há a exposição permanente O Banco do Brasil e Sua História. Sinceramente achei que pudesse ser uma chatice só. Entrei apenas para verificar o que tinha lá e poder contar a vocês. Gostei das primeiras salas. As últimas mostram a diretoria e a biblioteca. Não me atraíram, passei rapidamente.
As da entrada me fizeram voltar no tempo com móveis e objetos usados nas agências antigamente. A máquina de visar cheques me causou arrepios, trazendo a memória das imensas filas do Banerj que eu enfrentava com minha mãe.
Na reconstrução de um guichê para abrir conta corrente, o livrão para tomar notas ocupa metade da escura mesa de madeira. Atenção para o cinzeiro de pé, instalado ao lado da cadeira do bancário. Algo impensável hoje em dia.
Inicialmente, a construção onde está instalado o CCBB-RJ foi a sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Na área da rotunda, funcionava o pregão da Bolsa de Fundos Públicos. Projeto do arquiteto da Casa Imperial, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, o prédio teve sua pedra fundamental posta em 1880 e foi inaugurado em 1906.
Passou para o Banco do Brasil na década de 1920. Foi sede da instituição até 1960, ano de fundação de Brasília, quando todo o poder federal se transferiu para lá. Depois, virou agência bancária, como se vê numa foto na mostra. Abriu como centro cultural em 12 de outubro de 1989.
A biblioteca e sua área para crianças
Resolvemos checar ainda como é a biblioteca. Pois é ótima. Quando foi criada, em 1931, focava em assuntos técnicos. Atualmente mantém um acervo com cerca de 125 mil exemplares, nos campos da literatura, da filosofia, das ciências sociais e das artes. São 2.200 m², com salão de leitura para até 100 pessoas. Quem quiser consultar o acervo pode dar uma olhada em www.bibliotecasbb.com.br/pesquisa.
Fiquei encantada, especialmente com a área infantil. A parede da entrada simula capas de livros de clássicos para esse público, e a porta giratória imita as páginas. Coisa mais linda ver aquele colorido. O espaço é dividido em 2 ambientes preparados especialmente para crianças e adolescentes. Uma estante separa bem as áreas, e até o mobiliário é adequado a cada faixa etária.
Há em torno de 2.000 títulos, tudo ao alcance das mãos. Joaquim logo pegou um exemplar, sentou-se numa das mesinhas e se aventurou na leitura. Pronto, agora o filhote também é habitué do CCBB do Rio.
VALE SABER Endereço: Rua 1º de Março, 66, Centro
Transporte: O CCBB-RJ é de fácil acesso. Fica bem na esquina com o fim da Avenida Presidente Vargas, diante da Igreja da Candelária. Ônibus que passam na 1º de Março deixam lá perto (salte antes, próximo ao Paço Imperial). O Centro do Rio está todo em obras, e muitas linhas mudaram seus percursos — consulte sites como rioonibus.com (de 4 empresas) ou vadeonibus.com.br (da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro).
De metrô se desce mais distante, na estação Uruguaiana. Caminhe pela Avenida Presidente Vargas em direção à Igreja da Candelária, que fica em frente ao CCBB-RJ
Funcionamento: De quarta a segunda, das 9 às 21 horas
Preço: Grátis para exposições e atividades educativas (senhas distribuídas 1 hora antes); R$ 4 para cinema (venda começa 1 hora antes da sessão); R$ 10 para teatro, dança e ópera (venda começa na segunda anterior ao espetáculo). Pagam meia estudantes, idosos com mais de 60 anos, clientes e funcionários do Banco do Brasil e quem tiver cartão pré-pago do Metrô Rio ou do Clube do Assinante do Jornal O Globo
Alimentação: No térreo, funciona um café; no mezzanino, um restaurante, com pratos executivos.
Para quem não quiser ficar restrito às opções dentro do museu, há um polo gastronômico bem atrás do CCBB. Siga pela Rua Visconde de Itaboraí em direção à Rua do Rosário. Nesses dois endereços fica uma série de restaurantes, de comida japonesa à menu mais sofisticadinho, passando por bares de petiscos. Na hora do almoço quase todos oferecem sugestões do dia
Compras: Colada ao restaurante, a Livraria da Travessa mantém uma unidade dentro do CCBB desde 1985, oferecendo livros, CDs, DVDs e outros produtos relacionados aos temas expostos no centro cultural. É uma tentação.
Quando fomos ver Kandinsky, Joaquim ganhou da avó um livreto de adesivos com obras do pintor russo, além de dois livros de arte para crianças
Dicas: Há guarda-volumes no térreo, 1º e 2º andares.
Quer fazer um programa de carioca antenado, pagando pouco ou nada? Siga então para o Centro do Rio, onde funcionam a Caixa Cultural e o Espaço Cultural BNDES, separados por menos de 150 metros de distância. É uma dobradinha de fácil acesso, pertinho do metrô, e com ótima programação.
Se estiver com disposição, no mesmo dia é possível ver uma exposição na Caixa Cultural — atualmente está em cartaz lá a badalada Frida Kahlo: Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México — e assistir a um concerto ou show de MPB no Espaço Cultural BNDES. Além de fôlego, claro, é preciso bater as agendas dos dois centros e conseguir ingresso para as atrações em sequência.
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Caixa: cinema e grandes exposições
Inaugurado em 2006, a Caixa Cultural funciona no edifício-sede da Caixa Econômica Federal, em um complexo de 6 mil metros quadrados que fica na Avenida Almirante Barroso. É uma das sete unidades do projeto, que o banco mantém também em São Paulo, em Curitiba, no Recife, em Fortaleza, em Salvador e em Brasília (a mais antiga delas).
No Rio, a Caixa Cultural conta com quatro galerias, salas e oficinas para ensaios, 2 cinemas e 1 teatro de arena. Atualmente em reforma, o Teatro Nelson Rodrigues, que fica na Avenida Chile, também faz parte do centro cultural.
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Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro
Transporte: Carro e táxi nem pensar. A melhor alternativa é o metrô. Desça na estação Carioca, que tem uma saída colada à Caixa Cultural.
Outra opção é o ônibus. Atualmente, o Centro está cheio de obras viárias — em breve, o VLT vai passar ali do lado, na Avenida Rio Branco. Por conta dessas obras, muitas linhas de ônibus estão com seus percursos modificados porque algumas ruas tiveram trechos interditados ou mudaram de mão. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. Consulte também rioonibus.com, página do sindicato que reúne quatro empresas que operam linhas na cidade
Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 21 horas — a bilheteria fecha uma hora antes
Dica: Além da ampla atividade artística, a Caixa Cultural também recebe eventos corporativos. Em ocasiões assim o espaço é fechado à visitação pública. Ligue para saber se o centro cultural estará aberto no dia em que você pretender ir.
Comigo e com Nathalia aconteceu uma situação chata. Telefonei para saber o horário de funcionamento da exposição Múltiplo Leminski, que mostra as várias facetas do poeta e jornalista. A atendente não me avisou que naquele dia (uma sexta-feira) o centro cultural estaria fechado para um evento. Resultado: demos com a cara na porta. Na portaria, uma funcionária extremamente atenciosa nos explicou a respeito dessa regra de funcionamento e nos pediu desculpas, meio sem jeito
Preço: A entrada é gratuita para ver as exposições. Algumas exigem agendamento, como a que reúne 30 obras da pintora mexicana Frida Kahlo — a mostra que esteve no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, fica em cartaz na Caixa Cultural até 27 de março. É possível reservar sua entrada gratuita com horário marcado nesta página.
O cinema também tem entrada grátis, mas é preciso pegar senha uma hora antes do início da sessão.
O ingresso para o teatro de arena custa R$ 20 — menores de 21 anos, pessoas com mais de 60 anos, estudantes, professores da rede municipal de ensino, portadores de necessidades especiais e clientes Caixa pagam meia
O Espaço Cultural BNDES existe desde 1985, com atrações gratuitas, mediante reserva de ingressos. Uma ampla reforma foi realizada em 2013, com a criação da galeria de exposições e a modernização do Teatro Arino Ramos Ferreira, que recebe shows.
A música sempre deu o tom, em projetos como o Quartas Clássicas (concertos semanais, às 19 horas) e o Quintas no BNDES (no mesmo horário, com apresentação de grandes nomes e novos talentos da MPB) — o site oficial destaca que os shows são realizados há 30 anos, sendo esse mais antigo projeto musical de realização contínua no país.
Exibição de filmes e mostras de cinema compõem a programação do espaço cultural, que promete mais de 70 apresentações musicais e 5 exposições para 2016. A programação musical é exibida no site com tanta antecedência que dá para saber até o set list que vai ser executado.
Nathalia e eu passávamos por ali em direção à Lapa num fim de tarde, quando resolvemos entrar para ver Rio 1908: A Cidade de Portos Abertos. A exposição foi montada pela primeira vez em 2007, para celebrar o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Em 2015, a mostra fez parte de uma série de eventos comemorativos pelos 450 anos de fundação do Rio de Janeiro.
Com ótimo acervo fotográfico, deu para ver como a arquitetura da cidade ganhou contornos franceses no início do século 20. Foi possível também ver plantas e desenhos originais de edificações históricas construídas especificamente para a exposição mundial de 1908, organizada na Praia Vermelha. Essa exposição já saiu de cartaz. Fique de olho no que vem na programação.
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Endereço: Av. República do Chile, 100, Centro, Rio de Janeiro
Transporte: A sugestão é a mesma dada para quem visita a Caixa Cultural. Ir de metrô é a melhor alternativa.
De ônibus, consulte o site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) ou a página rioonibus.com, site do sindicato que reúne as quatr empresas que operam linhas na cidade. Ambos sugerem rotas
Funcionamento: Acredite, o site oficial não informa claramente o horário de abertura e de fechamento das exposições. Liguei no número que aparece no site e a atendente (que também acessou a página enquanto falava comigo) esclareceu apenas que o fechamento varia entre 18 ou 19 horas, mas não informou horário para o início da visitação
Preço:Todas as atrações têm entrada gratuita. Para os shows, chegar 30 minutos antes para retirada de senha
Site:bndes.gov.br (no menu à esquerda, clique em Espaço Cultural BNDES)
Planeje sua visita ao Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá: ingresso, entrada com o Museu do Amanhã, exposições e restaurante. Ainda: o belo visual do terraço e a história da cidade por meio de expressões artísticas
ATUALIZADO EM 15 DE MAIO DE 2018
Se alguém me perguntar hoje sobre um bom lugar para entender um pouco da história do Rio, respondo que esse lugar é o mar. Calma, a praia — esse sagrado e democrático espaço — segue sendo um boa amostra para se tomar contato com a “cidade maravilha mutante”. Mas eu me refiro a outro MAR, como se abrevia em letras garrafais o Museu de Arte do Rio. Até 10 de março de 2019, por exemplo, está em cartaz a exposição O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção, que trata da herança africana ao patrimônio cultural.
O Museu de Arte do Rio está instalado em dois prédios, conectados por uma rampa a partir do 5º andar, onde começa a visita. Sobe-se de elevador e depois vem se descendo pelos andares de exposições. No edifício modernista dos anos 1940, funcionou a antiga rodoviária do Rio de Janeiro. O edifício é coberto por uma estrutura que lembra a ondulação da água.
Vizinho a ele está o palacete D. João VI, de estilo eclético, construído em 1916. No primeiro prédio funciona a Escola do Olhar, projeto que visa levar arte ao alcance de todos por meio da educação. No espaço são dados cursos e palestras para professores. Do terraço, é possível ver a Praça Mauá revitalizada e o novo Museu do Amanhã, ao fundo.
Já o palacete D. João VI abriga as exposições. No MAR não há mostra permanente, mas exposições temporárias, de curta ou longa duração, quase todas com temas ligados ao Rio: seu passado, sua formação, achados e encantos de uma cidade cercada de beleza e contrastes.
Do terraço é possível tirar fotos da Praça Mauá e do Museu do Amanhã — tem-se um panorama geral da área revitalizada, mas o Amanhã fica distante na imagem (quem tem zoom ou lente profissional pode conseguir uma boa foto aproximada).
O que fazer no MAR
Fique atento às exposições programadas ao longo do ano no MAR. Já tivemos a oportunidade de ver Rio Setecentista — Quando o Rio Virou Capital, mostra comemorativa dos 450 anos de fundação da cidade, completados em 2015. A exposição tratava do período de transformações vividas pela então capital do vice-reino. Muitos sinais dessas mudanças, principalmente de ordem estética, ainda podem ser encontrados na atual paisagem carioca. Isso sem falar que a mostra ajudou a entender aspectos da formação social do Rio.
Aproveitamos para visitar o último mês de outras duas exposições de fotografia. A primeira delas com imagens de Evandro Teixeira. Eu conhecia apenas o mito. Nathalia, que começou a carreira no Jornal do Brasil, teve a felicidade de ver de perto o trabalho de Evandro Teixeira, que fotografou para o velho JB por mais de 40 anos. Ela ficou tocada pela possibilidade de se aprofundar na arte e na história desse grande profissional.
Na sala ao lado vimos também os retratos de Kurt Klagsbrunn, austríaco que fugiu da perseguição nazista e chegou ao Brasil em 1939. Suas fotos abrangem 40 anos de história do Rio de Janeiro. Nathalia e eu adoramos a última sala da exposição, que recriava o ambiente de um quarto de revelação. Quem, assim como nós, é jornalista da era antes das câmeras digitais, sabe bem o que é ter de mergulhar um filme em um tanque, aplicar revelador e fixador, ficar de olho no cronômetro e, só então, descobrir se aquela foto que tiramos ficou boa ou não.
Durante a visita ao MAR, nosso filho formou dupla com a avó Sonia e passeou pelas três exposições. Na Rio Setecentista, ele até se sentou no chão para ler a caudalosa explicação afixada na parede da entrada. Joaquim ainda assistiu ao vídeo sobre o Mestre Valentim, escultor e urbanista responsável por muitas obras que marcaram a paisagem do Rio de Janeiro, como o Chafariz das Saracuras e o Passeio Público.
Vista a projeção, Joaquim quis ir embora. Ficamos então para registrar com calma as exposições do 3º andar, enquanto nosso filho desceu com a avó e se juntou a uma atividade infantil que rolava no térreo. No hall de entrada, em meio aos pilotis, Quim participou de uma brincadeira que envolvia a obra Morrinho, símbolo do MAR desde sua inauguração, quando fez parte de uma exposição que tratava de espaço e moradia.
O projeto nasceu no Morro do Pereirão, em Laranjeiras (bairro na zona sul), das mãos de Cirlan de Souza. Em 1998, ele começou a reproduzir a favela em que morava usando material reciclável e muita criatividade. Jovens de outras comunidades entraram na brincadeira e o resultado hoje está exposto no térreo, onde é possível entrar, ver a obra e seguir a vida, sem necessidade de entrar no museu. Vale a pena ver Morrinho com calma e atenção. Cada tijolo, cada frase, seu recado.
Por ocupar a região que é uma espécie de ventre do Rio de Janeiro, a proposta do MAR é dialogar com a população de seu entorno, convidá-la a contar a história da formação da cidade com o auxílio luxuoso da arte.
VALE SABER
Endereço: Praça Mauá, 5, Centro
Transporte: Vale a regra que utilizamos para visitar o Museu do Amanhã: esqueça o carro, vá de transporte coletivo. O VLT do Rio passa na porta do MAR. Pegue a Linha 1 no sentido da rodoviária e desça na Parada dos Museus.
Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida. De trem, desça na Central do Brasil e escolha entre caminhar por 15 minutos ou tomar a linha 225.
Muitas linhas de ônibus passam pelo Centro. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. O bicicletário do MAR possui 54 vagas
Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 17 horas. Chegamos na hora em que abriu. Pegamos o museu vazio para ver tudo com calma
Preço: R$ 20 (aceita dinheiro ou cartão Visa ou Master) — na terça, é grátis. No domingo, o ingresso família, para até 4 pessoas, custa R$ 20. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu do Amanhã e custa R$ 32.
A entrada é sempre gratuita para: crianças de até 5 anos e idosos acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus e moradores da zona portuária. Pagam meia entrada: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, portadores de deficiência, funcionários do município do Rio de Janeiro
Alimentação: O Cristóvão Café e Bistrô fica no térreo, no espaço batizado de Pracinha Mauá. Oferece pratos executivos e refeições rápidas. Abre de terça a domingo, das 9h30 às 18 horas.
No 5º andar fica o Restaurante Mauá, com cardápio desenvolvido pelo chef Marcondes de Deus. No cardápio, receitas brasileiras com ingredientes exóticos e deliciosamente instigantes, como picadinho de caju ou camarão em crosta de tapioca. Das mesas externas vê-se a Baía de Guanabara, o Museu do Amanhã e o movimento da praça. O salão interno possui ar condicionado. Funciona de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas.
Há bebedouros espalhados pelo MAR: à esquerda da bilheteria e em áreas perto dos banheiros
Compras: Na Pracinha Mauá, a loja Novo Desenho é totalmente dedicada ao design brasileiro, com trabalhos de profissionais consagrados e novos talentos. Abre de terça a sexta, do meio-dia às 18 horas — fecha uma hora mais tarde aos sábados e domingos
Durante 63 anos, grande parte das decisões mais importantes do Brasil foram tomadas no prédio ocupado hoje em dia pelo Museu da República, no Rio de Janeiro. O antigo Palácio do Catete serviu de residência a 18 presidentes brasileiros até a mudança da capital do país para Brasília, em 1960. O edifício ficou marcado pelo suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.
Eu senti um prazer particular ao percorrer aqueles salões. Porque foi inevitável não lembrar do romance Agosto, que tem como pano de fundo a crise política do governo Vargas e que culminou com a morte do ex-presidente. Li o livro depois de ter visto a minissérie produzida em 1993 pela Globo, a partir da adaptação da obra de Rubem Fonseca.
Saindo da rua para entrar na história
O bairro do Catete é colado nas Laranjeiras, a nossa base carioca. Nathalia e eu costumávamos ir a pé e andar por ali antes mesmo de o Joaquim nascer. Com ele, passamos a ir ao pedaço que fica no fundo do jardim, voltado para o Aterro do Flamengo, onde há um concorrido parquinho. A criançada mete o pé na areia e se acaba de brincar – leia mais sobre esse espaço no fim do texto.
Como é o Museu da República
O museu tem à esquerda da entrada uma sala com painéis que contam a origem do palácio. Projeto do alemão Gustav Waehneldt, sua construção teve início em 1858 e levou quase uma década para ser concluída.
Batizado primeiramente como Palácio Nova Friburgo, o imóvel com diferentes elementos arquitetônicos pertenceu à família do fazendeiro Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo. Ele mandou erguer o edifício a pedido da mulher.
O Palácio e a Rua do Catete de antigamente
Entediada com a paisagem bucólica da serra, a baronesa desejava viver onde pudesse observar o movimento da rua e das pessoas. E a Rua do Catete era o lugar ideal para admirar a agitação do Rio na segunda metade do século 19 (e até hoje é bem agitada).
Joaquim olhando a rua, como fazia a baronesa
O barão e a baronesa morreram três anos depois de o palácio ser concluído. Os filhos é que desfrutaram dele por um pouco mais de tempo. O prédio trocou de proprietário duas vezes (em um delas, quase virou hotel), testemunhou o fim do período imperial e a ascensão da República até ser comprado pela presidência do país em 1896.
E seu o palácio fosse um hotel?
O então presidente, Prudente de Moraes, estava doente e afastado do cargo. Coube então ao vice, Manuel Vitorino, adquirir o imóvel e realizar a transferência do poder executivo do Palácio do Itamaraty para o novo endereço, transformando-o no Palácio da República.
Victorinos descobrem que o Vitorino comprou o palácio
Em tempo: Manuel Vitorino era um médico e político baiano, filho de portugueses, mas não é meu parente — embora haja no museu um documento com a letra C na grafia do seu sobrenome, assim como no meu caso.
O que fazer no museu no Catete
Visitar o Museu da República é sentir-se dentro de parte da história do Brasil. Com exceção das notas pessoais acima, todas as informações que você leu até aqui estão expostas em painéis ou em totens dentro das salas do museu. Os textos são resumidos e estão escritos em português e inglês.
O berro da manchete do jornal… e o sussurro da reportagem
Na primeira visita que fizemos em família, Joaquim tinha 7 anos e, como qualquer criança, não estava muito empolgado com o passeio. Contudo, ele ficou parado por incríveis 14 minutos diante de uma TV.
Na tela, um vídeo contava as três etapas da história do palácio: como residência aristocrática, como sede do poder e, atualmente, como museu. Essa trajetória era pontuada por fatos marcantes da vida política, econômica e artística do Brasil.
À esquerda, a TV que roubou a atenção do Quim
Nathalia seguiu tirando fotos enquanto assistíamos ao vídeo. Ela chegou no fim da exibição, e Joaquim disparou: “Mamãe, sabia que tudo aqui veio de vários países? A escada e os vidros do teto vieram da Alemanha! As pinturas, da Grécia. Os lustres são da França!”
Tudo bem, ele aumentou um pouco e botou no mobiliário peça vinda até do Japão. O que não seria impossível, pois praticamente todo o material usado na construção foi trazido do exterior.
Lustre de bronze dourado e cristal rubi do Salão Mourisco
No site oficial do Museu da República é possível realizar uma Visita Virtual, que serve como recurso como um guia áudio (ah, não se esqueça de usar o fone de ouvido para não atrapalhar outros visitantes).
E não deixe de olhar para baixo e para cima durante a visita, para não perder a pintura (teto) ou o mosaico (piso) e a riqueza de detalhes da decoração. Não use flash nas fotos. É proibido, e os funcionários do museu marcam em cima de quem burla a regra (com toda razão).
Pinturas fazem alusão a cenas da cidade de Pompéia
O acervo do Museu da República é formado por cerca de 9 mil peças, entre objetos e coleções pessoais dos presidentes que dali comandaram o Brasil. No salão ministerial, repousa sobre a imensa e pesada mesa de madeira o conjunto de pastas de couro usadas em despachos e reuniões entre os líderes de cada área. É nesse espaço que está também o quadro A Pátria, tela em óleo pintada por Pedro Bruno, em 1919, representação simbólica dos primeiros anos da República.
Anjos em bronze protegem o sobe e desce da escada principal
As marcas republicanas estão presentes também na sala de refeições, onde a prataria, as taças, os pratos e os guardanapos levam a inscrição Palácio do Catete. A mesa está posta; os janelões altos, abertos com vista para o Jardim do Palácio.
Peças de louça que pertenceram à baronesa
O 3º andar do Museu da República era onde ficavam os quartos dos moradores do palácio. O dormitório que foi do ex-presidente Getúlio Vargas durante sua segunda passagem pelo poder (1951-1954). Por razões óbvias, é o espaço mais simbólico do palácio.
Quarto simples para os padrões de um palácio
Os móveis são de 1920, encomendados na época por causa da visita dos reis da Bélgica ao Brasil. A decoração é até um tanto espartana. O banheiro da suíte é todo de louça branca e impressiona pela simplicidade quando comparado à riqueza das demais salas do palácio.
Banheiro: muito branco, pouco luxo
O pijama de Vargas já não fica mais sobre a cama. Uma caixa de vidro guarda a peça de roupa que o ex-presidente usava na noite de sua morte. Com ele estão a bala e o revólver de cabo branco de madrepérola, cujo tiro mudou a história em 24 de agosto de 1954.
Na parede, o retrato do velho: no mesmo lugar até hoje
Quando estivemos no Museu de República pela última vez, apenas um quadro com um desenho marcava o lugar da roupa. A peça histórica ficaria seis meses lá e o restante do tempo meses fora, para receber cuidados de conservação, segundo informaram os funcionários do museu.
O tiro que mudou o rumo da história
Apesar de ter sido palco de uma tragédia, o quarto não chega a ter uma aura pesada. Contudo, Juscelino Kubitschek não pensava assim. Eleito em 1956, o presidente preferiu morar no Palácio Laranjeiras — localizado no alto do Parque Guinle — a viver no Catete. No mesmo ano em que a capital do país foi transferida para Brasília, o palácio passou a abrigar o Museu da República.
VALE SABER
Endereço: Rua do Catete, 153, Catete
Transporte: A estação Catete do metrô tem uma saída bem em frente ao museu. Há diversos ônibus vindos da zona sul que passam na Rua do Catete e das zonas norte e Niterói que deixam o visitante na Rua Bento Lisboa. Como há muitas obras no Rio, algumas linhas sofreram modificação. Consulte o vadeonibus.com.br (site da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro)
Funcionamento: De terça a sexta, das 10 às 17 horas. Sábados, domingos e feriados, das 11 às 17 horas — os portões são sempre fechados 30 minutos antes do fim das visitas. O jardim do palácio funciona diariamente, das 8 às 18 horas, com entrada gratuita; desde maio de 2022, o parquinho tem novos brinquedos, todos gratuitos
Preço: Grátis (temporariamente)
Alimentação: Piqueniques são permitidos no jardim do Palácio do Catete, limitado a grupos de 10 pessoas
2 de fevereiro no Rio Vermelho é dia de festa de Iemanjá. Salve a Rainha do Mar! O antigo bairro de Salvador fica com as ruas ficam repletas de gente, flores e oferendas. Era algo que eu queria ver e acabei tendo a oportunidade de estar na cidade 2 vezes nessa data. Digo que é mesmo emocionante, mas não é para qualquer um, pela lotação do lugar. Para vivenciar a celebração com mais tranquilidade, o indicado é reservar um hotel por lá mesmo e acordar cedo.
Para se ter ideia da grandiosidade dessa festa de Iemanjá no Brasil, o comércio de rosas aumenta em 30% no fim de janeiro, de acordo com os produtores de Holambra, no interior de São Paulo. Tudo por causa da celebração. De fato, ela existe pelo litoral brasileiro todo, mas viver a festa de Iemanjá em Salvador tem um sentido a mais.
Não sou praticante de nenhuma religião. Como uma boa brasileira, fui batizada na Igreja Católica, mas aposto com fé no sincretismo deste país e, sei lá por que motivo, tenho uma grande empatia com Iemanjá. Talvez pelo mar, por ter nascido aquariana numa quente quinta de fevereiro depois do Carnaval. Pelo Conto de Areia da Portela, por tanta Clara Nunes que ouvi quando criança, por O Mar Serenou de Candeia embalando meu verão carioca de menina, no fim dos anos 70. Por Dorival Caymmi e seus Caminhos do Mar, pelo Arrastão de Vinicius de Moraes. Pela estreia de Marisa Monte resgatando a contagiante Lenda das Sereias, cantada na minha infância por Clara. Pelo meu pai e pela minha mãe (que ironicamente não vai à praia), que me apresentaram muito do navegar musical nessa malemolência a cara do Brasil.
Tudo azul e branco na festa de Iemanjá
O fato é que o acaso me levou ao Rio Vermelho pela primeira vez para oferecer minhas rosas à Rainha do mar. Em 2002, fui convidada a viajar a trabalho pela editoria de Turismo do Jornal da Tarde, de São Paulo, e só me dei conta do Dia de Iemanjá no meio do roteiro, quando já estava na Bahia. Com os outros colegas fiz questão de estar no bairro de Salvador para viver a festa de Iemanjá. Joguei rosas ao mar e fiz meus pedidos. Depois de 10 anos, quis voltar para agradecer por tudo realizado.
Acabei fazendo isso em 2013. Decidimos esticar nossa ida ao Iberostar Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, com uns dias em Salvador, justamente para conseguir estar na cidade no dia 2 de fevereiro. Meu filho, Joaquim, e eu escolhemos rosas vermelhas. Meu marido, branca. Foi um momento belo e delicado de uma viagem em família.
Nossa família no Rio Vermelho
Joaquim tinha quase 4 anos na época. Carregou sua rosa feliz pelas ruas de mão dada ao pai, enquanto observava com curiosidade as baianas que cruzavam o caminho. Gostou de se sentar nas pedras do Rio Vermelho comigo, atirar flores ao mar, esperar Iemanjá buscá-las e pensar em coisas boas da vida a agradecer. Pedi somente saúde. Até o início dos anos 2000 era algo que eu nunca pedia. Depois de quebrar o pé em Salvador naquela mesma data, à noite no Pelourinho, mudei de atitude.
Baianas e oferendas nas ruas de Salvador
Considerando o que vi nas 2 vezes em que estive lá durante a celebração, reuni informações e dicas para quem pretende saudar a querida orixá africana em Salvador.
Como é o 2 de fevereiro em Salvador
Se for ficar hospedado no Rio Vermelho, procure se instalar antes do dia 2 de fevreiro. A festa de Iemanjá lota a região. Até você chegar, fazer o check-in e deixar a mala no quarto, pode acabar pegando a celebração mais tarde. Nós fomos para Salvador na véspera, e já rolava um frenesi no ar.
Nós ficamos no Ibis Salvador Rio Vermelho. Funcional, com bom preço e perto o suficiente para se ir andando até o trecho da praia onde são jogadas as flores e de onde saem os barcos dos pescadores com as oferendas. Do lado do Ibis, está o Mercure Salvador Rio Vermelho, de propriedade da mesma rede hoteleira Accor, mas numa categoria superior.
Talvez a principal dica a ser dada aqui seja evite a qualquer custo estar num carro no Rio Vermelho no 2 de fevereiro. Não importa se alugado, táxi, Uber ou carona, o risco é alto de você ficar engarrafado. O esquema de trânsito costuma ser diferente nessa data (vias são fechadas, e rotas, alteradas), então, os veículos costumam se avolumar. Hospedado no Rio Vermelho, o indicado é mesmo caminhar.
Protetor solar e alguma coisa para cabeça (um boné ou chapéu) caem bem. O sol pega fortíssimo nas rochas e nas ruas do Rio Vermelho. Nem precisa levar garrafinha de água (são facilmente encontradas à venda por ambulantes e nas barracas), mas lembre-se de beber muuuiiito líquido sem álcool. Como em todo destino de calor (ainda mais no alto verão), vale separar roupas leves: vestidos, saias, bermudas, camisetas (deixe a camisa polo em casa; ela não combina com Salvador). Como em toda festa de rua, vale levar apenas documentos essenciais e algum dinheiro, sem grandes carteiras ou bolsas.
De tarde, ruas lotadas no Rio Vermelho
Para a Rainha do Mar, você pode levar o que você quiser. Mas o costume é oferecer algo que lembre feminilidade ou vaidade: flores, espelhos, perfume, sabonete… Nós preferimos flores, pela simbologia e por serem naturais (assim são absorvidas pelo meio ambiente com mais facilidade). Há muitos vendedores pelo caminho até a orla.
No Ibis, na véspera da festa, um cesto na recepção recebia as oferendas dos hóspedes. Os presentes podem ser entregues na Casa de Iemanjá, no Rio Vermelho, até o meio da tarde, quando barcos deixam a região em direção ao mar. Se fizer questão de enviar assim seu presente, prepare-se para enfrentar fila. Eu vi uma longa nas duas vezes em que estive lá. Para tentar evitá-la, vá bem cedo, por volta das 5 horas da manhã.
Oferendas para a Rainha do Mar
Neste ano, após 2 anos de pausa por causa da pandemia, a celebração em Salvador retorna com força, assim como o Carnaval é muito aguardado no país todo.
O que fazer na festa de Iemanjá
Tudo depende do tipo de festa que você procura. Se a ideia for mandar sua oferenda com certa tranquilidade, quanto mais cedo, melhor. Nós tomamos café e partimos para a praia, por volta de umas 9 horas. As ruas estavam com movimento, mas ainda sem muvuca.
Uma amiga baiana nos convidou para comer um cozido na casa dela no Rio Vermelho. No 2 de fevereiro, é comum os moradores fazerem almoço e enfeitarem a casa para celebrar a data. Subimos até a parte alta do bairro. De lá, vimos a saída da procissão de barcos dos pescadores para a entrega das oferendas – em 2023, está marcada para as 16 horas. É muito bonito presenciar o ritual.
Na volta, mais para o fim da tarde, a lotação no Rio Vermelho já era tremenda. É uma festa popular, então, é óbvio que não falta gente na rua, né? Ainda mais que o Dia de Iemanjá acaba servindo como uma espécie de esquenta para o Carnaval, pois a animação só aumenta até a chegada da folia. Cruzamos as ruas abarrotadas, em ritmo de axé, com o Joaquim de cavalinho.
Ou você tem um amigo baiano para aproveitar a tradição do almoço, ou procura um restaurante no Rio Vermelho. Na ocasião, nós vimos vários, cercados com tapume, organizando almoços especiais para a data. Recomenda-se pesquisar e reservar antes, para garantir um lugar. Também havia barracas montadas nas ruas próximas à praia.
Bares do Rio Vermelho cercados na festa de Iemanjá
Se quiser uma programação mais tranquila, veja a festividade no Rio Vermelho logo cedo pela manhã. Depois, distante da muvuca, almoce e termine o dia perto do hotel. Não esquenta com a lotação? Fique pelas ruas do bairro e se jogue na festa até altas horas.
Em Salvador, tem festas que botam todo mundo para dançar e comemorar desde a noite da véspera. Carlinhos Brown comanda a tradicional Enxaguada de Yemanjá. A programação no Rio Vermelho inclui, entre outros eventos, o Festival Oferendas, promovido pelo Lálá Multiespaço, na Rua da Paciência.
O Museu do Amanhã, na Praça Mauá, explora a fundo o conceito de interação, com tecnologia presente em cada pedaço do que está exposto. Reunimos todas as dicas para você visitar esse ponto turístico do Rio de Janeiro: como é por dentro, o que ver, quanto custa o ingresso do Museu do Amanhã, como comprar e que dia a entrada é grátis. Para planejar sua viagem, veja opções de hospedagem no Rio e nossas sugestões de hotel barato no Rio de Janeiro. A região próxima ao Museu do Amanhã e ao Aquário do Rio de janeiro tem unidades de redes econômicas.
A ida ao Amanhã é um passeio que provoca uma reflexão sobre o estilo de vida que levamos e o futuro que esperamos. Não há acervo estático, passivo. E não pense que dá para aproveitar tudo o que essa grande atração oferece numa única e detalhada incursão. Bom motivo para sempre para voltar. A fim de facilitar sua visita, descrevemos abaixo, em detalhes, um passo a passo que você pode seguir quando for até lá. A Easy Travel Shop, empresa brasileira que fornece serviços turísticos e aceita pagamentos em até 10 vezes sem juros, faz um passeio de 4 horas, com city tour no Boulevard Olimpíco, voltinha de VLT e ingresso do Museu do Amanhã,
Como é a instituição na Praça Mauá
Distribuído em dois andares, o museu foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Dizem que a forma foi inspirada na flor da bromélia. Nós não conseguimos ver assim. Parece mais um esqueleto, uma espinha de peixe ou mesmo um navio, que avança sobre a Baía de Guanabara. Use a imaginação e nos conte o que achou do desenho.
A construção, que ocupa um total de 30.000 m² de área, faz parte do projeto de revitalização da Praça Mauá, na zona portuária do Rio, antes da Olimpíada de 2016. A iniciativa incluiu ainda a inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR) e a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT Rio), meio de transporte também para deixar e chegar ao Aeroporto Santos Dumont e à Rodoviária Novo Rio.
O Museu do Amanhã virou um cartão-postal como o Cristo Redentor (leia mais em Corcovado: como chegar) e o principal estádio da cidade (saiba como é o Maracanã Tour).
Foi inaugurado em 19 de dezembro de 2015. As filas eram enormes nos primeiros meses de funcionamento. Visitamos o Amanhã 10 dias depois de sua abertura, o que nos levou a uma espera de 3 horas para conseguir entrar. Na época, o clima não estava convidativo para praia e o feriado do Réveillon estava próximo, razões pelas quais muita gente resolveu aproveitar para visitar o museu. E, como se não bastasse tudo isso, ainda era uma terça-feira, dia em que o ingresso do Museu do Amanhã é grátis.
Na época, achamos importante encarar aquela parada toda para mostrar aos nossos leitores como era a experiência de um visitante comum, sem atalhos pela assessoria de imprensa. Para se ter ideia, nem levamos nosso filho, Joaquim. Ele voltou conosco ao Museu do Amanhã cerca de 6 meses depois, pouco antes da Olimpíada Rio 2016.
No início daquele ano, o museu passou a vender ingresso na internet, com hora marcada e fila especial para entrar. Experimentamos a compra online e não esperamos nada. E ainda pegamos um dia lindo, o que rendeu as fotos ensolaradas que acompanham este texto.
O Museu do Amanhã em 2015……e a mesma entrada 6 meses depois
O que fazer no Museu do Amanhã
Logo que você passa a porta de vidro, sente um aliviante frescor do ar-condicionado e se depara com uma fileira de gente com as mãos para cima. Não é um agradecimento ao Senhor por ter finalmente entrado. O globo do Museu do Amanhã, no Rio, é o novo Cristo, como bem observou Fernando. Todos querem ter o mundo nas mãos.
Erguei as mãos
Com 4 metros de diâmetro, o globo suspenso dá uma pista do que o visitante encontrará pela frente. A iluminação de LED vai se alternando e nos lembra que “tudo na Terra está movimento”, para em seguida mostrar os deslocamentos das correntes marítimas e das massas de ar, a formação de furacões e tsunamis e a migração de pessoas pelo mundo. Por fim, a pergunta nos convida a refletir: “Quais amanhãs queremos?”
Apesar de muito fotografado, pouca gente parece se dar conta do significado daquele movimento de cores e desenhos no globo. Nos surpreendeu ver um adolescente explicar para a família que aquilo tratava de aquecimento global e de mudanças climáticas. O apelo visual e toda a tecnologia do museu servem para ele sair bem na foto.
O Museu do Amanhã é fotogênico. Mas, se de cada 100 pessoas que postaram selfies nas redes sociais ao menos uma parar para pensar no mundo atual e nos desafios que temos pela frente, o museu terá cumprido seu papel.
No térreo, ficam salas de exposições temporárias. Uma das primeiras mostras na época da inauguração era Perimetral, videoinstalação sobre a implosão do elevado que escondeu a Praça Mauá e a zona portuária do Rio durante décadas.
Na visita de julho de 2016, vimos a temporária O Poeta Voador, Santos Dumont. Completa e totalmente audiovisual, mostrava os veículos voadores inventados pelo brasileiro, expondo diversos modelos e ensinando a dobrar vários tipos de avião de papel. Joaquim fez um sobrevoo virtual a bordo do Demoiselle. O passeio dele ao lado da mãe foi sobre o Rio de Janeiro (Paris era a outra opção de cenário). Também nos divertimos com os painéis preparados para fotos (tem até marcações para o fotógrafo se posicionar).
Asas da imaginação
Quem vai com crianças pequenas tem também um refresco na área educativa, localizada à direita da escada principal. A meninada se distrai com jogos de madeira e livros que tratam de temas relacionados à ciência. Na primeira visita, vimos também alguns pequenos pintando e desenhando com auxílio de monitoria. Essa área estava vazia na segunda visita.
Durante a primeira visita, fomos diretamente para o primeiro andar, para ver a exposição permanente. Como o Museu do Amanhã havia sido inaugurado poucos dias antes, estávamos curiosos.
Prepare-se para muitos recursos audiovisuais e espaços interativos (incluindo jogos diversos). Você aproveita melhor a visita se respeitar a ordem a seguir, em que os 5 ambientes temáticos estão dispostos: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós.
O museu inteiro está em 3 línguas — além de português, há avisos em inglês e em espanhol. Esse fato é algo para lá de louvável, não apenas pelo propósito do Amanhã (de fomentar a discussão em torno de um tema tão importante para a Humanidade), mas também para uma cidade e um país que têm no turismo um caminho econômico possível, ainda que, na maior parte das vezes, mal trabalhado.
A visita é guiada pela Iris, cartão magnético que você recebe na chegada para registrar seu nome e e-mail — isso pode ser feito rapidamente em qualquer uma das mesas interativas do 1º pavimento. Cadastrado, o visitante monitora no mapa o que viu de cada área do museu. Aviso: é praticamente impossível ver todo o conteúdo de uma só vez. Portanto, numa segunda ida ao Amanhã, a Iris informa o que faltou ver como também quais conteúdos foram atualizados em relação à primeira passagem.
Nós testamos o serviço na segunda visita, e o cartão funcionou perfeitamente. Fomos alertados sobre os setores em que passamos o cartão da primeira vez.
O nome da assistente digital combina com o símbolo do museu, que lembra o formato da íris, a parte mais visível do olho humano, única em cada pessoa tal como as impressões digitais. No fundo, cada visitante carregará uma visão muito particular do Amanhã com o auxílio luxuoso da tecnologia.
Cosmos
Se a fila for pequena, entre no domo negro onde um filme de 8 minutos é exibido em formato 360 graus. Cabem 80 pessoas no interior da sala — como havia muita gente, encaramos 1 hora de espera para entrar. Há fila preferencial, o que gerou comentário indignado de uma senhora que achou que a monitoria privilegiava a entrada de idosos e crianças (bobagem, eles botavam 40 pessoas de cada fila por sessão). Dica: deitado nos almofadões para ver a projeção é mais impressionante.
Cosmos conecta passado e presente, mostrando fenômenos que tiveram início há bilhões de anos e resultaram na formação da Terra e no surgimento dos seres vivos.
Quem está acostumado a ver na televisão documentários a respeito do tema em canais como Discovery e NatGeo talvez não se impressione. A monitora informa que quem não se sentir bem pode deixar a sala antes do fim do filme. Fernando garante ter ficado mais enjoado assistindo Gravidade (Gravity, 2013) numa sala de cinema Imax.
Nathalia assistiu a um filme muito parecido sobre a formação do universo no planetário de Montreal, no Canadá. Mas o que é exibido no Amanhã é legal? Sim, o material tem o selo da 02, produtora do cineasta Fernando Meirelles. Joaquim assistiu à projeção ao lado da avó, Sonia, durante nossa segunda visita. Ambos gostaram muito da experiência. Nesse dia, a entrada pela fila preferencial não demorou nem meia-hora.
Depois da projeção, os visitantes deixam a sala e se espalham pelo museu. No espaço seguinte ao domo há seis mesas interativas com informações sobre aspectos do universo, como densidade, distâncias, velocidades etc. Por serem baixas, essas bancadas são facilmente acessadas por crianças a partir dos 6 anos. Aliás, vimos algumas delas mexendo sem medo e até ensinando gente mais velha a usar.
Terra
Depois de saber de onde viemos, hora de questionar quem somos. O segundo módulo do Museu do Amanhã tem 3 cubos, cada um simbolizando um aspecto do planeta.
Fique atento às mesas interativas que estão do lado de fora deles. Nelas há informações relevantes sobre o que foi abordado dentro das caixas. Quando se aprende que cada ser humano é um ecossistema fica mais fácil entender a necessidade de nos preservarmos também. Nossas conexões cerebrais e fenômenos como ilusão de ótica são assuntos abordados nas telas touch no cubo do pensamento.
Você se sente novamente numa aula de ciências, mas sem ser chata.
Matéria
O cubo é recoberto por cerca de 180 fotos capturadas por telescópios. Ampliadas, as imagens recriam um cenário parecido com o que o astronauta russo Iuri Gagarin (primeiro homem enviado ao espaço, em 1961) viu e imortalizou na frase “A Terra é azul” — aliás, a explicação científica sobre a cor de nosso planeta é umas das informações disponíveis nas telas interativas ao lado do cubo.
Dentro, na obra Fluxos, do artista Daniel Wurtzel, dois pedaços de tecido bailam no ar sem parar numa representação dos movimentos que transformam o planeta a partir da combinação dos elementos ar, terra, luz e água. É contemplativo. Poético. O rodopiar dos tecidos lembra um pouco uma cena do filme Beleza Americana (American Beauty, 1999), quando o personagem de Wes Bentley (aficionado por fazer vídeos com sua câmera) mostra à garota pela qual é apaixonado um plano-sequência de um saquinho plástico dançando no ar ao sabor do vento.
Assim que entramos no cubo, um homem de meia idade, carregado sotaque carioca, perguntou a uma mulher:
— A senhora é daqui? — Sim! — Os caras gastaram tanto dinheiro pra botarem essas coisas aqui, um pano voando?
Não ficamos para ouvir a resposta, se é que houve alguma. Verdade seja dita, as pessoas quase não falam no interior do cubo, exceto para pedir para um conhecido ficar mais à direita ou à esquerda no enquadramento da foto ou da selfie.
Vida
As paredes do segundo cubo estão recobertas pelo código do DNA, a combinação química que organiza o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos. A relação entre os diversos níveis de organismos vivos e sua importância são apresentados no interior da caixa. É ali, entre tantas descobertas lúdicas, que ficamos sabendo que 1,5 kg do peso de um ser humano adulto é composto por bactérias fundamentais à vida, seja para absorver nutrientes, seja para agir no nosso sistema de defesa. Não é à toa que o aviso é expresso: cada pessoa é um ecossistema único.
É possível também conhecer o ecossistema da Baía de Guanabara — local onde o museu foi construído. A fauna e a flora estão ali expostos em fotos. É de chocar como tamanha biodiversidade foi afetada pela poluição.
Pensamento
O terceiro e último cubo ilustra, do lado externo, o sistema nervoso, capaz de conferir a cada ser humano a capacidade de percepção e de ação perante o mundo. Na parte interna, colunas com fotografias mostram diferenças e semelhanças entre povos do nosso planeta. A despeito das diferenças religiosas, ideológicas e raciais, rimos, choramos, amamos, nos organizamos quase sempre da mesma forma.
Incrível como a sisudez do poder — personificada na figura do exército — pode ser igual em vários lugares do mundo. E como a alegria soa igualmente bela na expressão de um sorriso, seja na paquistanesa Islamabad ou na Cidade do México.
Apaixonada por fotografia e escrita, Nathalia gostou dessa sala justamente porque ela reúne boas imagens com informações — para ela, o painel que apresenta as diferentes formas de se escrever pelo mundo foi o que chamou sua atenção.
O jogo de espelhos das paredes ilude, faz a sala parecer maior. Engano que se desfaz à medida que se percorre o labirinto formado pelas colunas de fotos. É muito comum ver as pessoas rodarem em torno dos totens em sequência. Todos giram, quase ninguém se tromba. Aprende-se muito. A concepção visual (foto + legenda) lembra os totens com fatos históricos expostos na Sala das Copas, do Museu do Futebol, em São Paulo.
Antropoceno
Alguns cientistas chamam de Antropoceno o período da história do planeta em que as atividades humanas passaram a impactar sobre a Terra. Aquecimento global e desequilíbrio de ecossistemas são temas do filme exibido nas 6 colunas de 10 metros de altura. Cada visitante se torna nanico diante daqueles painéis de luzes frenéticas.
O ritmo acelerado das imagens apresenta a lado perverso do progresso. Ganhamos. E perdemos muito. Em 50 anos, gastamos mais, consumimos mais, comemos mais. Desperdiçamos demais. Poluímos muito, muito mais. O homem transformou e inventou paisagens. Nathalia sintetizou o filme como um soco no estômago. Sensação que se repetiu na nossa segunda ida ao museu, mesmo não sendo mais uma novidade.
Amanhãs
Lembra da pergunta feita no globo terrestre da entrada? É hora de se discutir que amanhã queremos para nós e para os nossos. É a zona dos jogos interativos. Não é mais o museu quem dá as informações. Agora ele quer saber do comportamento de seus visitantes em suas tarefas cotidianas.
As mesas nos centros das salas atraem curiosos. Adultos e crianças descobrem quantos planetas são necessários para sustentar o modo de vida dele. Os visitantes se surpreendem quando ficam sabendo como suas escolhas no dia a dia afetam a Terra.
Joaquim se divertiu e aprendeu na prática sobre o impacto que nossas escolhas têm sobre a Terra. Tudo de maneira muito lúdica. À época com 7 anos, ele ficou louco para brincar nas mesas e respondeu a cada pergunta proposta. Se a frase era muito complexa para a idade dele, a gente traduzia com exemplos do dia a dia. Funcionou, foi a parte do museu de que ele mais gostou.
Nós
A visita termina numa espécie de oca estilizada, formada por duas paredes arqueadas em madeira trançada. Um convite a desacelerar. A iluminação, nos explicou um funcionário, simula as cores de um amanhecer, com tons que passam do azul ao rosa.
Informação por aqui só a que está escrita no Churinga. Encontrado em um antiquário de Paris, esse objeto de origem aborígene era usado pelos habitantes da Oceania para conectar gerações passadas e futuras. No fundo, é o propósito do Amanhã.
Saindo da última área do museu, ficamos de frente para a Baía de Guanabara. Pode-se questionar que todo o dinheiro investido naquele espaço poderia servir para despolui-la. Pode-se reclamar que falta área verde ao redor da imensidão branca e cimentada do Amanhã. Pode-se criticar cada iniciativa pública sustentável tomada em qualquer parte do Brasil e do mundo. Mas acreditamos que a ideia ali não é reforçar a visão pessimista sobre o atual estado das coisas em nosso planeta. E sim termos ciência de onde viemos, sabermos que somos matéria, vida e pensamento. Que nos organizamos, construímos culturas. E que podemos transformar o futuro.
Ingresso do Museu do Amanhã
A entrada custa R$ 30 — na terça, grátis. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu de Arte do Rio (MAR) e custa R$ 32.
O ingresso do Museu do Amanhã é sempre gratuito para: crianças até 5 anos e pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus, acompanhantes de portadores de necessidades especiais, moradores da zona portuária, funcionários do Santander e da Shell — com exceção das crianças, nos demais casos exigem comprovação mediante documentação.
Pagam metade do valor do ingresso: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, estudantes de universidades públicas e particulares, portadores de necessidades especiais, funcionários do município do Rio de Janeiro, moradores da cidade e clientes do Santander.
Se quiser evitar filas, compre o ingresso pela internet. Na nossa segunda visita ao Amanhã, em julho de 2016, nós compramos as entradas online.
VALE SABER
Endereço: Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
Transporte: Esqueça o carro. Afinal, a ideia é mesmo cuidar do meio ambiente, né? Ir ao Centro do Rio de carro é sempre uma furada. Prefira o transporte coletivo.
O VLT Rio é o jeito mais prático e bacana de se chegar à Praça Mauá.
Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida.
De ônibus, consulte as linhas no site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), que sugere rotas. Mas, na hora de checar o resultado da busca, dê preferência às rotas que não usam dois ônibus desnecessariamente.
Os bicicletários dispõem de 120 vagas para quem for pedalando.
Horário de funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 18 horas (última entrada às 17 horas)
Alimentação: O Café Fazenda Culinária funciona à direita da entrada do museu, de terça a domingo, das 10 às 18 horas. Ele esteve lotado a tarde inteira durante a nossa primeira visita — na ocasião, o que nos salvou foi ter levado um bolinho e uns biscoitinhos. Encontramos o café mais vazio na chegada de manhã durante nossa segunda visita (compramos apenas água). As comidas são preparadas com ingredientes cultivados no Rio de Janeiro, o que achamos bem bacana dentro do conceito de sustentabilidade, valorizando a produção local. Como ocorre geralmente nesse tipo de produto, os preços são altos.
Já o Restaurante Fazenda Culinária funciona do meio-dia às 17 horas. Ele fica do lado de fora, na parte de trás do museu e do espelho d’água. Trata-se de um restaurante-escola, cuja a equipe é formada exclusivamente por jovens.
Compras: A tentadora lojinha do museu fica à esquerda na entrada — de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas; clientes do Santander têm 10% de desconto. Vende artesanato, bijuteria e artigos feitos por gente que privilegia trabalhos manuais
Dicas: Há bebedouros e banheiros nos dois pisos. Evite usar apenas os que ficam logo à direita no térreo. Como são os primeiros encontrados pela maior parte das pessoas, costumam estar mais cheios. Você vai suar. Use roupas leves e curta a agradável sensação de sentir a brisa do ar-condicionado do museu quando a fila se aproximar da porta de entrada.
Para quem vai com bagagem, diretamente do Aeroporto Santos Dumont ou da Rodoviária Novo Rio, o museu possui guarda-volumes. O espaço está sujeito à lotação e limitado a mochilas, malas ou bolsas com dimensões de até 50 cm x 60 cm, segundo informações do museu
É eu vir ao Rio e começa nossa deliciosa brincadeira de degustação em busca do melhor filé à francesa da cidade. Sempre fui fã dessa guarnição: batata palha, presunto, cebola e petit pois. Resquícios de um Rio afrancesado, é assim que a minha mãe até hoje chama nossa querida ervilha e, nesse prato, faz todo sentido.
RESTAURANTE LAMAS , NO RIO – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Abrimos a temporada do filé à francesa com o clássico repeteco no Lamas. Fundado em 1874, o restaurante no bairro do Flamengo é tradição entre cariocas. O nome oficial tem ares de século passado, Café Lamas, mas é o chope queimando de gelado que cai bem para acompanhar o filé. Fernando comprova isso nesta foto.
Um carioca lendo isso aqui deve estar pensando ‘que banal, falar de filé à francesa?’. Eu também nunca tinha me dado conta da diferença que ele fazia para a minha vida até ir morar em São Paulo — e lá se vão 17 anos. Você não abre o cardápio e, na área das Carnes, ele está fazendo companhia para o Oswaldo Aranha e o Parmegiana.
Até dá para encontrar muuuito raramente essa opção em algum restaurante paulistano. Fernando lembra de comer uma noite no Planeta’s, no Centro — conta que a batata era crocante, mas que a guarnição tinha muita ervilha — e nós provamos o do Degas, na Pompeia, na zona oeste — também estava carregado de ervilha e achamos muito seco o acompanhamento.
Nós gostamos — sim, o Fernando virou outro fã do filé — quando a guarnição vem mais molhada. A batata é crocante, mas fica meio molinha com o tempero da cebola e do presunto. O petit pois? É só um detalhe para compor, não pode roubar o sabor. Muita descrição para um prato tão simples? Somos amantes da baixa gastronomia, como Fernando costumam dizer. Adoramos comida de boteco. E, por mais que tudo pareça muito simples (e deve ser para quem sabe fazer), se a combinação não é equilibrada deixa de ser simplicidade e vira uma coisa qualquer, que não é o meu amado filé à francesa.
Faz uma década que o Rio de Janeiro entrou na minha vida, desde que me apaixonei por Nathalia Molina. Laranjeiras tornou-se familiar (no sentido mais amplo da palavra).
Aprendi nesse tempo a descobrir lugares não turísticos, nada convencionais para quem vem visitar a cidade. Pedaços genuinamente cariocas, como o Parque Guinle. Como ele fica muito perto da casa da minha sogra é praticamente impossível vir ao Rio e não dar uma chegadinha lá.
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
Quando bebê, levávamos o Joaquim de carrinho para tomar aquele solzinho da manhã — solzinho é bondade porque, acreditem, às 8 horas de um dia de verão o calor castiga. Já mais velho, nosso filho continua frequentando o parque, agora correndo livremente por entre os brinquedos de madeira.
E os brinquedos estão novinhos em folha depois da recente reforma. O lago está limpo – tem cisne, patos e até um cágado que curtia um bronze em cima de uma pedra. Por estar dentro de uma Área de Proteção Ambiental, há vegetação de Mata Atlântica na sua encosta, muitos pássaros e outros animais. Nathalia e eu fomos surpreendidos por um pequeno camaleão que cruzou nosso caminho. Saquei o celular e, com cuidado, me aproximei para um clique.
Cercado por árvores, o jardim do parque segue como ponto de encontro de bebês. E como é bom ver mães e pais (e não babás) levando as crianças para pegar sol e brincar! Há também muita gente idosa que encara uma subida para se exercitar nos equipamentos de ginástica que ficam acima do lago.
Nos fins de semana, o parque ganha também uma cama elástica (paga), já testada e aprovada por Joaquim algumas vezes. Reparamos que, depois da reforma, bem em frente ao portão de entrada, há uma vaga delimitada para food truck.
Para quem gosta de arquitetura
A área onde está o parque foi, no passado, residência de Eduardo Guinle, empresário (um dos sócios-fundadores da companhia Docas, de Santos) e patriarca de uma das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro (ele era o avô do playboy Jorginho Guinle).
O palacete dos Guinle foi erguido na década de 1920, com jardins projetados pelo francês Gérard Cochet. Hoje em dia, o prédio abriga o Palácio Laranjeiras, que já serviu de residência oficial do governador do Rio, mas atualmente é hospedagem de autoridades e chefes de estado em visita à cidade.
Ao lado do lindo portão de entrada do parque, onde ainda estão gravadas as iniciais E e G, fica um conjunto residencial projetado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Inicialmente, o projeto previa a construção de seis prédios, mas apenas a metade foi erguida, entre 1948 e 1954.
Nathalia e eu somos apaixonados por aquelas fachadas que reúnem diferentes tipos de cerâmica. No primeiro dos três prédios há uma parede de vidro na área das escadas e o famoso brise-soleil (para deixar a luz entrar sem o solão na cara). O projeto do conjunto residencial foi premiado na I Bienal de Artes de São Paulo, em 1951. E desde 1986 os edifícios estão tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
É delicioso subir a rua a pé e admirar cada detalhe dos edifícios (dá até para esquecer que se está em uma ladeira). Se você gosta de arquitetura, de fotografia, de natureza, do Rio ou de tudo isso junto, vale a pena fazer uma visita.
Vale Saber
Endereço: Rua Gago Coutinho, 66
Transporte: Se você não estiver em Laranjeiras, mas ainda assim quiser passar uma horinha no parque, utilize o metrô para chegar. Desça na estação Largo do Machado e pegue a saída em direção à igreja. Entre na Rua Gago Coutinho (de frente para a igreja ela fica do lado direito) e siga em frente até encontrar o portão de ferro que dá acesso ao parque
Funcionamento: Por causa do conjunto residencial, o portão do parque fica permanentemente aberto para circulação e utilização das dependências
Dica: Não há nenhuma estrutura para comer e beber dentro do parque. Há apenas uma trocador ao lado dos brinquedos de madeira. Os novos banheiros estavam em fase final de construção
Curiosidade: No alto do Parque Guinle fica a unidade do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)
A Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, reúne maquete do Rio em peças de Lego, projetos culturais e espetáculos de música e teatro. Prédio projetado pelo arquiteto francês Christian Portzamparc tem ainda uma Sala de Leitura, com 8.000 títulos e espaço infantil
ATUALIZADO EM 2 DE MARÇO DE 2018
De todos os novos edifícios que apareceram (e não foram poucos) na paisagem da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, a Cidade das Artes se destaca. A Olimpíada do Rio mudou a paisagem urbana nessa região da cidade. E um dos prédios mais emblemáticos dessa fase é esse edifício, que se ergue a 10 m do chão, é visto de longe, no contorno próximo ao Terminal da Alvorada.
O centro cultural reúne teatro, música, dança, literatura e artes plásticas. E ganhou em março de 2018 uma exposição permanente com 25 ícones cariocas feitos em Lego, entre eles Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Calçadão de Copacabana, Morro Dois Irmãos, Lagoa Rodrigo de Freitas, Sambódromo, Arcos da Lapa e Estádio do Maracanã. A maquete foi feita com quase 1 milhão de peças.
CENTRO CULTURAL NA BARRA – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Como é o centro cultural na Barra
O prédio projetado pelo francês Christian Portzamparc — mesmo arquiteto que assina a Cité de La Musique, em Paris — foi concebido para ser a Cidade da Música, quase levou o nome do jornalista Roberto Marinho e, após adiamentos, finalmente foi inaugurado em 2013.
Ao todo, são 97.000 m² de área construída, duas salas de porte (Grande Sala, para 1.250 pessoas, e o Teatro de Câmara, com capacidade para 450 espectadores), espaços multiuso e 3 cinemas. A Sala de Leitura conta com cerca de 8.000 títulos. Tem espaço infantil, computadores, rede wifi e área de pesquisa.
Uma exposição permanente que deve agradar adultos e crianças é a maquete com 25 ícones cariocas. Doada pela Lego, foi construída com 947.000 pecinhas numa área aproximada de 20 m². Durante a Olimpíada, em torno de 85.000 pessoas viram a obra, então exibida no Boulevard Olímpico. Atualmente pode ser vista na Galeria, um dos espaços da Cidade das Artes: de quarta a sexta, do meio-dia às 18 horas; sábado e domingo, a partir das 10 horas.
A programação é bem vasta. O prédio e a exposição permanente de Lego já fazem a visita valer. Mas fique de olho na programação, que recebe toques temáticos de acordo com o mês. No Ano Novo Chinês, por exemplo, meu irmão esteve por lá com a família. Viram a apresentação chinesa, e meus sobrinhos ainda tiraram uma foto com o leão e o dragão.
Em março, quando o dia 8 celebra a importância da mulher, o projeto Conversa Literária de 2018 inclui o tema entre os destaques, juntamente com a cidade do Rio de Janeiro e o poeta Castro Alves, aniversariantes do mês. A edição Poesia, Mulher e Cidade ocorre em 14 de março. Com entrada livre, o projeto é realizado toda quarta, às 15 horas.
Há várias atividades gratuitas na Cidade das Artes, aliás. Outra delas é o projeto Interlocuções: Psicanálise e Literatura, desenvolvido pelas psicanalistas Gilda Pitombo Mesquita e Marília Flores. Desde 2015, elas estudam obras literárias com os participantes. Neste ano (sexta, às 16 horas), o livro escolhido foi Colóquios sobre A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
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VALE SABER
Endereço: Avenida das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Transporte: O complexo cultural oferece 750 vagas de estacionamento (carro e Barra são quase sinônimos) e a forma mais fácil de acessá-lo nesse caso é pela Avenida das Américas, sentido Recreio dos Bandeirantes.
Se for de ônibus, desça no Terminal Alvorada, que tem uma passagem subterrânea que sai dentro da Cidade das Artes.
Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 18 horas — em dias de espetáculo, o horário muda
Preço: Há atividades gratuitas e pagas; consulte a programação no site