Categoria: Hungria

  • Ganhei o prêmio da Comissão Europeia de Turismo de novo!

    Ganhei o prêmio da Comissão Europeia de Turismo de novo!

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Sonhos - Nathalia Molina @ComoViajaMeu filho, Joaquim, acordou hoje me dizendo que tinha sonhado algo mágico, mas que não podia me contar porque era segredo. Ele está nessa fase de fantasia, adorando ideias de mundos mágicos.

    Tocamos nossa rotina normalmente, deixei o Joaquim na escola e segui para a minha caminhada. Nem sempre levo o celular, mas resolvi carregar para registrar qualquer nesga de raio de sol que surgisse.

    Peguei o celular no bolso do casaco de moleton para aproveitar para checar emails. Enquanto o aparelho carregava um tanto de mensagens, uma pulou da tela: Resultado do 24º Concurso Europa de Jornalismo. Pensei: ‘Deve ter um arquivo em anexo com os nomes dos vencedores, vou ver quem ganhou desta vez’. Abri a mensagem e no corpo do email dei de cara com este texto:

    Cara Nathalia

    É com grande satisfação que informamos que você é uma das vencedoras do 24º Concurso Europa de Jornalismo, criado pela Comissão Europeia de Turismo na América Latina, formada pelos escritórios de turismo da Alemanha, Austria, Espanha, Irlanda, Itália, Portugal, República Tcheca e Suíça.

    Nome do veículo: Como Viaja!

    Categoria do Concurso: Melhor Reportagem na Internet

    Data da publicação ou veiculação: 4 de dezembro de 2012

    Título da matéria inscrita: Natal na Europa: Uma Viagem Encantada

    Parabéns!!

    Salvatore Costanzo Presidente CET América Latina

    Diretor ENIT Agencia Nacional Italiana de Turismo

    Quase tive um troço! Comecei a chorar no meio da rua (na verdade, no meio da esquina). Descontrolada pela emoção, só conseguia pensar numa coisa: ‘Ligar para o Fernando. Tenho de contar isso para ele’. Esse prêmio é dele também. É ele que cuida do nosso filho, da casa, de tudo, para que possa investir neste sonho que é fazer o Como Viaja!. Claro que nada disso me veio à cabeça na hora, só queria ligar para o Fernando. E chorava como uma louca no meio da rua.

    Aí você pode se perguntar: ‘Tudo isso por causa de um prêmio?’ Sim. Muita gente é blasé com essa história de prêmios. Eu não sou não. Aliás, não sou blasé com nada mesmo. Eu fiquei zonza, e ainda estou sob o efeito dessa notícia. Nem nos meus melhores sonhos isso teria acontecido. Obrigada, Comissão Europeia de Turismo por reconhecer meu trabalho mais uma vez! Leia mais sobre mim e sobre a minha experiência como jornalista e blogueira.

    Eu já tinha ganhado esse prêmio com o Como Viaja! em 2011, naquela ocasião era a segunda vez que eu vencia o Concurso Europa de Jornalismo (a primeira eu ainda trabalhava para o jornal Estado de S.Paulo), mas vencer com o blog teve um gostinho muito especial.

    Positano, Costa Amalfitana, Italia, Foto Nathalia Molina www.comoviaja.com.brEm 2011, ganhei na mesma categoria de Melhor Reportagem na Internet, com o texto Costa Amalfitana de Ônibus, resultado de uma viagem sonhada que fiz com meu marido pela Itália — veja como foi a noite de entrega da placa comemorativa a bordo de um cruzeiro no Rio Danúbio. Isso foi logo no ano de estreia do blog. Nem consigo descrever a minha felicidade e o tamanho do incentivo. O prêmio me deu muito ânimo para seguir adiante com o Como Viaja!.

    Mas nunca poderia imaginar vencer de novo o Concurso Europa de Jornalismo com outra reportagem do blog. Decidi me inscrever no prêmio porque gostei muito da série que fiz, Natal na Europa: Uma Viagem Encantada. Tem um enorme valor afetivo para mim. Eu amei ver aqueles mercados ao vivo, depois de editar textos anos seguidos sobre o assunto. Nem achei que fosse achar tão legal assim. Até estar lá, diante daquele brilho, daquela festa, sentindo o astral das pessoas nessa época.

    Mercado de Natal, Alemanha, Regensburg, Europa - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Eu só lembrava do Joaquim. Ele é louco por Natal — desde que fiz essa viagem, em 2011, ele pede outro calendário do Advento, com as janelinhas para abrir dia a dia à espera do 24 de dezembro. Por isso, quando voltei, resolvi fazer essa série para ele. Escrevi O Natal na Terra de Reis e Rainhas, em forma de historinha infantil como os enredos malucos que eu inventava à noite para meu filho quando ele era menorzinho.

    Agora, ele tem quatro anos. Também inventa muitas histórias e me ajuda a seguir criando as minhas. Obrigada pela inspiração, filho. Ah, Quim, me conta aquele segredo do sonho mágico?

    Mercado de Natal, Alemanha, Biscoito, Europa - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

  • Mercados de Natal na Europa: Budapeste

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    2º capítulo
    O maravilhoso mundo do Natal
    A primeira cidade que a mamãe do Joaquim visitou tem um nome engraçado, meio tranquilo, meio danado. É que lá tem um rio, o Danúbio, que divide a cidade em dois pedacinhos, o Buda e a Peste. Aí alguém resolveu juntar tudo e chamar a cidade de Budapeste.
    Foi lá que ela viu pela primeira vez um mercado de Natal. Numa rua que não passava carro, havia um monte de barraquinhas de madeira. A mamãe do Joaquim ficou impressionada com os enfeites. Muitos tinham sido feitos à mão pelos artistas da Hungria, o país onde fica aquela cidade bonita, a tal da Budapeste.
    Uma barraquinha atrás da outra
    E os presentinhos? A mamãe tinha vontade de levar cada coisa para o Joaquim. Não que ele fosse ganhar tudo aquilo, nem cabia dentro da casa dele. O que a mamãe queria mesmo era poder transportar o Joaquim para aquele maravilhoso mundo do Natal.
    O J do Joaquim
    Foi quando ela viu uma barraquinha de brinquedos de madeira, cada um mais divertido que o outro. Leõezinhos, árvores e letrinhas eram como quebra-cabeças. O moço que fabricava os brinquedos queria que as crianças pudessem montar e desmontar as formas. Ele era muito criativo! Inventava letrinhas com desenhos dentro. A mamãe não resistiu e comprou o J com o palhacinho para o Joaquim.
    Que fofura…
    Numa outra barraquinha, tinha um doce grandão. A moça fazia uma minhoca de massinha e enroscava grudadinha num tubo. Depois, ela cobria de açúcar e botava para assar numa churrasqueira. O nome desse doce é kürtőskalács. Uma palavra esquisita. Mas isso era só o começo. Os nomes na Terra de Reis e Rainhas enrolaram a língua da mamãe do Joaquim muitas vezes.
    Primeiro, se enrosca a minhoca
    Depois, se põe para assar
    O mercado de Natal terminava (ou será que começava?) numa praça. Uma árvore de Natal gorducha, com fios e mais fios de luzinhas azuis, deixava ainda mais bonito o karácsonyi vásár. Era assim que as pessoas de lá chamavam o mercado de Natal. Eu não disse que as palavras ali enrolavam a língua?
    A árvore azul
    Lanchinho da tarde
    Nas mesinhas da praça, as pessoas provavam as delícias de Natal, aquecidas por gorros e casacos, alguns pareciam espaciais, como roupas de astronauta. Enquanto isso, do outro lado da praça, os músicos tocavam músicas natalinas e todos aproveitavam felizes aquela encantada tarde de domingo em Budapeste.
    Biscoitinhos: doces e lindos
    §§§
    • Onde: Váci Utca (rua de pedestres) e Vörösmarty Tér (praça no Centro de Budapeste)
    • Site: budapestinfo.hu

    Leia o restante da série Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na Europa, Tradições natalinas (mercados, candelabro e calendário), Mercado de VienaMercado de Regensburg (Alemanha), Mercado de Nuremberg (Alemanha)Mercado de Frankfurt (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

     

  • Uma viagem encantada pelo Natal na Europa

    Uma viagem encantada pelo Natal na Europa

    Conheci mercados e tradições de Natal na Europa e me encantei com o que vi na viagem a cidades da Alemanha, em Budapeste e em Viena. Que época especial para uma visita em família!

    ATUALIZADO EM 30 DE NOVEMBRO DE 2017

    Quando vi neve pela primeira vez, eu tinha 5 anos. Estava em Bariloche com meus pais e nevou tanto que, no trecho entre a Argentina e o Chile, o ônibus da excursão atolou. Na estação de esqui, não consegui convencer meus pais a esquiar. Eles pediram o esqui emprestado a alguém para que eu tirasse uma foto.

    Com 21 anos, eu morava em Nova York e peguei uma nevasca daquelas em que as calçadas ganham muretas com o gelo empurrado pelos tratores durante a limpeza das ruas. A neve era tanta que a escadaria perto do apartamento virou uma rampa. Eu me diverti enterrando a perna até o joelho.

    Mas, de todas as vezes, a que mais me emocionei foi aos 40 anos, em 2011. Fiquei tão encantada que os colegas de viagem não puderam entender tamanho entusiasmo e tiraram a maior onda com a minha cara ao me ouvir dizer “Neve!”. Eu não vi neve, eram apenas flocos no céu de Viena. Não importava. Nunca o gelinho flutuando pelo ar fez tanto sentido e foi tão adequado ao momento. Tive vontade de chorar de emoção. Me lembrei do meu filho, na época com 2 anos. Acho que me senti assim, pequenininha, criança.

    O NATAL QUE DURA MAIS DE 1 MÊS – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    QUE SONHO…

    Pensei em como o Joaquim ama Natal, em como ele ficaria feliz de estar ali. Em como eu ficaria feliz de estar ali com ele e com meu marido. Além do encantamento com o Natal, aquela era uma viagem-prêmio — leia mais em Como Viaja ganha prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Para mim, diferente de todas as outras que eu havia feito. E eles tinham tudo a ver com aquela realização.

    Era um fim de tarde escuro de novembro, o que só aumentava o brilho do mercado de Viena. Eu vinha de Budapeste, onde no dia anterior tinha visto meu primeiro mercado de Natal. Até então, como jornalista da área de turismo, só conhecia textos e fotos de divulgação sobre esses eventos na Europa. Em Budapeste, as barraquinhas apresentavam brinquedos e presentes originais, no entanto, nada que se comparasse com a ambientação do que eu via naquele momento em Viena. A música, os corações vermelhos pendurados nas árvores naturais, enfeites multicoloridos à venda e, como pano de fundo, o suntuoso prédio da prefeitura iluminado.

    É LINDO VER ESSE PRÉDIO ILUMINADO!

    Eu estava mesmo na Terra de Reis e Rainhas, maneira como expliquei ao meu filhote sobre os lugares que iria visitar naquela viagem (Hungria, Eslováquia, Áustria, República Tcheca e Alemanha). Sei lá como saiu isso, foi intuitivo, uma mistura de Império Austro-Húngaro com a Alemanha dos irmãos Grimm. Juntei tudo num reinado de fantasia, que meu filho entendeu muito bem e que casou perfeitamente com o espírito natalino. Por isso, é para o Joaquim que escrevi O Natal na Terra de Reis e Rainhas, apresentando mercados e tradições na Europa do jeitinho das histórias que eu invento para ele à noite, antes de dormir. Porque, no fim, ainda me sinto assim, pequenininha, criança.

    BRILHA, BRILHA, ESTRELINHA

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    1º capítulo: Os mercados, o candelabro e o calendário
    2º capítulo: O mundo encantado do Natal (mercado de Budapeste, na Hungria)
    3º capítulo: O Natal com neve (mercado de Viena, na Áustria)
    4º capítulo: As salsichas e o carrossel maluco (mercado de Regensburg, na Alemanha)
    5º capítulo: O mercado muito, muito, antigo (mercado de Nuremberg, na Alemanha)
    6º capítulo: O Natal numa casinha de boneca (mercado de Frankfurt, na Alemanha)
    7º capítulo: A cidade das caixinhas de música (mercado de Rüdesheim, na Alemanha)

     

  • Natal na Europa: os mercados, o candelabro e o calendário

    Natal na Europa: os mercados, o candelabro e o calendário

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    1º capítulo
    Os mercados, o candelabro e o calendário
    Essa história começa assim, ela é sobre o Joaquim.
    O Joaquim é um menino bonito que ama Natal. Ele adora os enfeites, as luzes, o Papai Noel e tudo de mágico que traz o Natal. A mamãe do Joaquim foi viajar para a Terra de Reis e Rainhas, bem pertinho do Natal, e lá viu muitas cidades enfeitadas e vários mercados. É que na Terra de Reis e Rainhas as pessoas amam Natal, como o Joaquim.
    As crianças adoram os mercados!
    Antes mesmo de chegar o dia 24 de dezembro, os moradores desse reino já vivem num Natal encantado. Em novembro, eles enfeitam as cidades e montam mercados cheios de barraquinhas. Nelas, as pessoas vendem comidas e bebidas bem quentinhas porque na Terra de Reis e Rainhas faz um frio de rachar!
    Luz, muita luz, nos prédios e nas ruas
    Caneca de vinho quente
    Os adultos bebem um vinho quente que vem numa caneca e comem um cachorro-quente com uma salsicha comprida e magrela. As crianças adoram os biscoitos de coração. Eles têm desenhos de Papai Noel e de flores, e uma palavra escrita bem no meio. A mamãe do Joaquim pediu para a moça escrever o nome dele no coração. O biscoito é durinho, e a mamãe carregou com muito carinho, então ele chegou para o Joaquim inteirinho. Ele adorou o coração e o gosto de canela!
    De fraldinha, feliz pelo biscoito com seu nome
    O quebra-noz parece brinquedo
    Com muito brilho e luzinhas, os mercados têm músicos e corais que cantam bonitas canções. Em alguns, também se apresentam dançarinos. É uma época de festa na Terra de Reis e Rainhas. Um tempo em que os enfeites se espalham nas ruas e nas casas, um tempo em que as pessoas festejam com a família e os amigos, enquanto esperam o Natal, que é o dia do nascimento do Menino Jesus.
    A cada domingo antes de 24 de dezembro, as famílias se reúnem, almoçam juntas e acendem uma das quatro velas do candelabro em cima da mesa. Candelabro é o nome de uma coisa que a gente usa para acender várias velas. E esse candelabro de quatro velas é conhecido em toda a Terra de Reis e Rainhas.
    Um candelabro de 4 velas gigante!
    Todas as casas têm também um calendário de 24 dias, com um bolsinho para cada dia até o Natal. As crianças da Terra de Reis e Rainhas ganham presentinhos em todos os dias de dezembro até o Natal.
    Com as janelinhas fechadas, aparecia o desenho do mercado de Natal de Frankfurt
    A mamãe trouxe um calendário desses para o Joaquim. Ele era de papel. Em vez de bolsinhos, tinha janelinhas para destacar. O Joaquim procurava o número do dia e abria a janelinha. Lá dentro, ele encontrava um chocolatinho. Cada um com um formato diferente. Tinha de sino, de anjo, de estrela, de tudo o que coisa que a gente vê na época do Natal.
    Com as janelinhas abertas, deliciosos e divertidos chocolates
    No dia 24 de dezembro, a janelinha era dupla, com um chocolate maior, para comemorar o nascimento do Menino Jesus.
    O Joaquim gostou muito do que a mamãe trouxe e contou sobre a viagem. Ele aprendeu sobre os costumes na Terra de Reis e Rainhas e ama ainda mais o Natal. Agora, enquanto toca Noite Feliz na caixinha de música que ganhou da mamãe na volta para a casa, ele vê a árvore de Natal girar na frente do Papai Noel e sonha com o reino encantado da Terra de Reis e Rainhas.
    Uma caixinha de música do tamanho das mãozinhas do Joaquim

    §§§

    Leia o restante da série Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na EuropaMercado de BudapesteMercado de VienaMercado de Regensburg (Alemanha), Mercado de Nuremberg (Alemanha)Mercado de Frankfurt (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

  • Budapeste: café, tokaji e letras na Avenida Andrássy

    Budapeste: café, tokaji e letras na Avenida Andrássy

    Fotos: Nathalia Molina

    Estranho entrar numa livraria e olhar para as letras como se fossem parte de uma instalação de artes plásticas, e não palavras. Tive essa sensação enquanto percorri os corredores da Alexandra, em Budapeste. Nos nomes das seções, colocados acima das prateleiras, as palavras se aglomeravam. Tentei encontrar qualquer sentido para a raiz de uma ou de outra expressão, apelando para todas as línguas com as quais já tive contato. Só funcionou com as óbvias ‘Sport’ e ‘Hobbi’.

    A Alexandra é um bom lugar para uma parada durante a caminhada na Andrássy út, uma das principais avenidas de Budapeste. E não apenas para se perder nas letras. No segundo andar, tem um café. Não comi nem tomei nada lá porque segui para o almoço ali perto – para experimentar um autêntico goulash. Mas deu vontade de ficar. O ambiente de confeitaria centenária é gostoso, e a pintura do teto, linda. É surpreendente encontrar algo assim lá dentro porque a fachada da livraria (no número 39 da Andrássy) anuncia uma decoração moderna, o que se confirma na área das prateleiras de livros e de bebidas.

    Ué, bebidas? Pois, outra surpresa que tive na saída. No térreo – para quem entra a seção fica logo à direita –, as publicações dão lugar às garrafas. Dá para comprar ali o tokaji (em húngaro, tokaj), vinho tradicional do país. Um dos tipos mais conhecidos de tokaj é o Aszú, que eu provei no jantar, acompanhando a sobremesa. A Wikipedia informa que gente do naipe de Luiz XV, Beethoven e Goethe consumia tokaji. Sei lá, de todo modo, soa quase uma heresia eu dizer que achei doce demais… Ok, é para se tomado com doces. Mas o problema para mim está justamente aí. Não consigo com nada muito doce. Acho que prefiro ficar com a sopa de letrinhas.

     

    Leia mais sobre Budapeste em: Goulash, líquido ou sólido, Cruzeiro pelo Danúbio, da Hungria à Alemanha, Souvenir sem cara de souvenir

  • Goulash (Hungria): prato típico em Budapeste, em sopa ou spätzel

    Goulash (Hungria): prato típico em Budapeste, em sopa ou spätzel

    Se você é fã de goulash, cuidado ao olhar o cardápio e fazer seu pedido em Budapeste. Pode acabar tomando sopa. O Gulyás (nome húngaro para o prato) é prato principal no Ocidente, com pedaços de carne no molho com páprica, acompanhados pelo macarrão spätzel, espécie de nhoque.

    Mas, na Hungria, se você disser apenas goulash, vão entender que quer a sopa, feita com carne e temperos como cebola e páprica. Pode ser degustada de entrada, como eu experimentei no Halászbástya — palavra em húngaro para o ponto turístico onde o restaurante fica: o Bastião dos Pescadores, no alto de Buda, umas das metades da cidade e do nome que a batiza.

    Em receita tradicional, líquido como sopa

    No menu do restaurante, basta procurar por Halászbástya derített bélszín gulyás (ou Halászbástya clarified beef goulash, na versão em inglês). É um caldo de carne de gosto marcante.No menu do restaurante, basta procurar por Halászbástya derített bélszín gulyás (ou Halászbástya clarified beef goulash, na versão em inglês). É um caldo de carne de gosto marcante.

    No restaurante no Bastião dos Pescadores, o prato típico da Hungria em forma de sopa

    O Halászbástya é ótima pedida para um jantar romântico. Ao som de violinos, é maravilhoso ver as luzes das pontes da cidade, conectando essa margem do Rio Danúbio à outra, chamada de Peste. Completa o cenário o Parlamento (Országház) iluminado. É para uma noite especial porque obviamente se paga também pelo serviço, pelo ambiente e pela localização. 

    Ou sólido, servido com spätzel

    Mas no fim como se chama aquela carne com macarrãozinho? Pörkölt. Quando quiser comer um goulash como conhece no Brasil, peça um pörkölt na Hungria. Eu comi um bem gostoso no descoladaço Menza — a foto do prato está no alto deste texto. Com mobília em estilo anos 1970, o ambiente é moderno, com uma boa seleção musical – a trilha do site dá uma ideia (eles avisam que vendem a sequência no restaurante). O Menza fica na agradável Liszt Ferenc ter, uma praça mais para rua de pedestres cheia de bares e restaurantes.

    Restaurante de Budapeste com visual anos 1970: o descolado Menza

    No menu do restaurante, procure por Marhapörkölt galuskával para comer a carne com spätzel. Se preferir outro prato principal e quiser experimentar a versão líquida de entrada, peça Gulyásleves, sopa de carne com páprica.

    Gulyás significa comida de vaqueiro em húngaro. O caldo forte, originalmente preparado num caldeirão sobre a fogueira, dava energia e mantinha o corpo quente. O costume se alastrou pelo antigo Império Austro-Húngaro. Ou seja, em Viena e adjacências também dá para provar goulash. Mas ali aperte a tecla sap de volta e peça goulash mesmo (ou gulasch, em alemão).

  • Cruzeiro pelo Danúbio: minha viagem de barco pela Hungria, pela Áustria e pela Alemanha

    Cruzeiro pelo Danúbio: minha viagem de barco pela Hungria, pela Áustria e pela Alemanha

    Sabe o cruzeiro pelo Danúbio que eu ganhei no prêmio da Comissão Europeia de Turismo? O roteiro virou capa do caderno Viagem do Estadão.

    Na reportagem, eu conto como foi fazer um cruzeiro fluvial e descrevo o que vi nas paradas. O barco partiu de Budapeste e chegou à alemã Nuremberg, passando por Bratislava, Viena, Vale do Wachau e Regensburg.

    Para quem não conseguiu comprar o jornal, abaixo estão os links para ler as matérias:

    Apresentação do cruzeiro pelo Danúbio

    1º dia: Budapeste

    2º dia: Bratislava

    3º dia: Viena

    4º dia: Vale do Wachau (Dürnstein e Melk)

    5º dia: Linz/Salzburg

    6º dia: Regensburg

    7º dia: Nuremberg

    Leia mais sobre a premiação em: Melhor Reportagem na Internet (sobre o prêmio da Comissão Europeia de Turismo) e Costa Amalfitana, de ônibus (texto vencedor, que publiquei aqui no Como Viaja!).

  • Europa Central 4-em-1

    Europa Central 4-em-1

    BUDAPESTE – Foto: Nathalia Molina

    Em 1335, os reis da Hungria, da Boêmia e da Polônia se encontraram em Visegrad para tratar de assuntos da região. Séculos depois, em 15 de fevereiro de 1991, essa reunião se repetiu de modo simbólico: Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia (estes 2 últimos formam o território da antiga Boêmia) criaram o Grupo de Visegrad, ou Grupo dos Quatro (V4), para juntar esforços e integrar esses países da Europa Central, então saídos do regime comunista.

    BRATISLAVA – Foto: Nathalia Molina

    O V4 atua em várias áreas. Em 2004, por exemplo, o quarteto entrou para a União Europeia depois de um trabalho em conjunto. Atualmente o grupo é bem ativo no segmento de turismo, em busca de novos visitantes em mercados distantes como o Brasil. A proximidade geográfica entre os países da Europa Central facilita a visita de mais de um deles numa única viagem. Para se ter uma idea, eu parti de Budapeste para um cruzeiro pelo Danúbio numa noite e, na manhã seguinte, já estava em Bratislava. Foi dormir para sair da Hungria e chegar à Eslováquia — esse cruzeiro fluvial foi o prêmio que ganhei da Comissão Europeia de Turismo por ter vencido a premiação anual da Europa na categoria Melhor Reportagem na Internet.

    Uma boa é consultar o site do Quarteto Europeu durante o planejamento da viagem. Lá estão as principais atrações e cidades dos 4 países e também sugestões de rotas por essa região europeia — herança judaica, spa, castelos ou patrimônios da Unesco são alguns dos itinerários.

    O número de brasileiros na região cresceu nos últimos anos, mas ainda é pequeno. O país que recebeu mais turistas do Brasil em 2011 foi a República Tcheca, com 40 mil, seguida pela Hungria, com 20 mil. Polônia e Eslováquia registraram apenas 5 mil e 3 mil visitantes, respectivamente. Para aumemtar o fluxo de brasileiros para os 4 países, eles promovem a região como V4 em eventos do setor de turismo.

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