Autor: Nathalia Molina

  • Mercados de Natal na Europa: Frankfurt

    Mercados de Natal na Europa: Frankfurt

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    6º capítulo
    O Natal numa casinha de boneca
    O Joaquim se mudou para uma casa perto de uma igreja que toca Ave Maria todo dia às seis da tarde. Ele gosta de ouvir e imitar o cantor. O Joaquim adora música.
    A música tem superpoderes. Ela cria um momento especial e guarda a lembrança para sempre na nossa cabeça. Isso aconteceu com a mamãe do Joaquim no mercado de Natal de Frankfurt.
    Mágico…
    Era de noite quando a mamãe entrou na pracinha do mercado de Frankfurt. Ela se apaixonou logo pelo lugar. Tudo era mágico. A mamãe foi girando o corpo, acompanhando os prédios fininhos, com fachadas quadriculadas, até formar um círculo. Ali dentro, ela se sentiu numa casinha de boneca.
    Encantado
    Dá para resistir?
    Do lado das barraquinhas, uma loja vendia os mais encantadores enfeites de Natal. A mamãe comprou uma caixinha de música com o Papai Noel para o Joaquim. Na praça, também havia um bonito carrossel de dois andares. Um coral se apresentava no palco num canto do mercado. A melodia da canção natalina embalou aquele momento de sonho da mamãe do Joaquim.
    O carrossel de dois andares
    Ela ficou ali paradinha um bom tempo. Depois continuou caminhando pelas ruas enfeitadas de Frankfurt. As barraquinhas do mercado se espalhavam por tantas ruas, que acabavam ligando aquela pracinha a uma outra maior.
    Um caminho iluminado
    De todo jeito
    Em Frankfurt, as pessoas também vendiam vinho quente, salsichas e biscoitos de coração, e mais um monte de outras comidas. Como tinha comida! O mercado de Frankfurt foi o mais variado de todos. A mamãe viu barraquinha até de nhá benta, aquele doce fofinho coberto com chocolate.
    O bolinho de batata
    O mercado tinha também um bolinho achatado, feito de batata. A gente comia o bolinho, botando num molho de maçã.
    Quanta batata!
    O Joaquim ia se lambuzar na barraquinha de batata frita. Os moradores de Frankfurt se lambuzam. As pessoas fritam quilos e mais quilos de batata para a festa.
    A mamãe gostou muito desse mercado de Natal e da cidade. De lá, ela trouxe o calendário de 24 dias e o biscoito de coração com o nome do Joaquim.
    Até hoje a mamãe se pega cantarolando a melodia do coral de Frankfurt. E não é que ontem, depois da Ave Maria, a igreja perto da casa do Joaquim tocou aquela canção natalina para o Joaquim ouvir junto com a mamãe?
    O Joaquim ia amar uma volta nesse carrinho
    §§§

    Leia o restante da série Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na Europa, Tradições natalinas (mercados, candelabro e calendário), Mercado de Budapeste, Mercado de Viena, Mercado de Regensburg (Alemanha), Mercado de Nuremberg (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

  • Mercados de Natal na Europa: Nuremberg

    Mercados de Natal na Europa: Nuremberg

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    5º capítulo
    O mercado muito, muito, antigo
    A Terra de Reis e Rainhas tem castelos. Um deles fica no centrinho da cidade de Nuremberg, no alto de uma ladeira. A mamãe do Joaquim aproveitou para visitar o castelo. Lá de cima, ela viu as casinhas e a cidade toda iluminada. Nuremberg deve ter o Natal mais brilhante do mundo!
    As ruas estavam cheias de luzes. Alguns prédios tinham as fachadas inteirinhas iluminadas. A cidade parecia um imenso Natal.
    Fachada iluminada
    O mercado de Nuremberg é o mais famoso da Alemanha, o país onde fica essa cidade. O nome dela mesmo é Nürnberg, mas é tão difícil de falar que muita gente chama só de Nuremberg.
    Quando a mamãe do Joaquim esteve lá, não conseguiu saber se ali havia mais luzes de Natal ou pessoas. A cidade lembrava um formigueiro de tanta gente andando pelas ruas.
    Luz e gente
    A mamãe se espremeu para passar entre as fileiras de barraquinhas do mercado, e parou numa que devia de ter mais de 100 enfeitinhos de árvore de Natal. Eram renas, anjos, sinos e estrelas, feitos de madeira e pintados com cores alegres. A mamãe comprou uma menininha num trenó vermelho.
    Várias formas
    Com lâmpadas no lugar das velas
    Foi em Nuremberg que a mamãe do Joaquim viu sua primeira árvore de Natal de madeira. Ela tinha vários andares, com bonequinhos. A árvore começava grande e ia afinando até chegar lá em cima, e tinha lugar para acender velas em volta dela. Essa é uma árvore de Natal bem comum na Alemanha. O calor das velas faz girar a hélice no alto e também os bonequinhos nos andares.
    Delicada
    Mas a árvore de Natal mais linda de todas era a da praça de Nuremberg, onde ficava o mercado. A árvore era dourada e toda de pontinhas para o céu, como a igreja da praça. As duas faziam uma combinação perfeita!
    Pontinhas para o céu
    Delícia!
    Como nos outros mercados que a mamãe do Joaquim conheceu, as pessoas vendiam comidas, bebidas e várias coisas miúdas. Mas, em Nuremberg, todas as barraquinhas tinham o mesmo tipo de teto, feito com lona listrada em branco e vermelho.
    De carruagem, como reis e rainhas
    Dizem que o mercado de Natal de Nuremberg é o mais antigo da Alemanha. Existe há muitos e muitos anos, desde os tempos do muro que abraça o centrinho da cidade. Ele foi construído para proteger Nuremberg numa época beeem distante, antes até do castelo no alto do monte.
    Tudo de um tempo bem distante
    §§§

    Leia mais sobre Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na Europa, Tradições natalinas (mercados, candelabro e calendário), Mercado de Budapeste, Mercado de Viena, Mercado de Regensburg (Alemanha), Mercado de Frankfurt (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

  • Mercados de Natal na Europa: Regensburg

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    4º capítulo
    As salsichas e o carrossel maluco
    O mercado de Natal de Regensburg foi o mais divertido que a mamãe do Joaquim visitou. Regensburg é uma cidadezinha da Alemanha, um país onde o que não falta é mercado de Natal!
    A mamãe ficou emocionada de ter ido lá porque, no trabalho dela, já tinha lido histórias e visto fotos de mercados de Natal na Alemanha, mas nunca tinha visitado nenhum. Lá, as pessoas se importam bastante com o Natal. É bonito ver como se preparam para a festa como em nenhum outro lugar.
    Muita luz e muita gente A plaquinha do vinho
    Nas barraquinhas dos mercados de Natal da Alemanha, as pessoas vendem uma porção de coisas. Mas tem uma que tem sempre: o vinho quente, preparado com canela. O nome dele é glühwein. Olha aí outra palavra que enrola a língua. Os adultos levam sua caneca de casa ou compram uma no mercado para tomar o glüwein. Aí vão esvaziando e enchendo de novo com o vinho.
    Que gostosura
    As pessoas também vendem biscoitos, enfeites e até salsichas! Foi no mercado de Regensburg que a mamãe do Joaquim provou a salsicha caseira mais gostosa que experimentou na Alemanha. A família que fazia e vendia a salsicha era muito animada. Acho que aquela felicidade passava para o gosto da salsicha por que ela tinha um temperinho delicioso.
    Humm…
    A rua mais fininha de todas
    Regensburg é um lugar muito fofo. As ruas tortas e fininhas vão se emendando e levando a gente até as praças da cidade. Andando para lá e para cá, a mamãe viu a rena mais diferente de todas. Era dentuça e tinha os olhos esbugalhados. Que engraçada, o Joaquim ia adorar!
    Comidinhas e bebidinhas para esquentar
    O mercado que a mamãe visitou ficava espalhado na praça principal de Regensburg. Os adultos comiam e bebiam, enquanto as crianças rodavam nos carrosséis. E como rodavam! Eram dois carrosséis, um vermelho e outro amarelo. O amarelo girava muito, muito, rápido. As crianças gritavam de alegria e pediam outra volta.
    Gira, gira, gira
    No friozinho, vendo o carrossel maluco rodando e ouvindo a gritaria, a mamãe se lembrou da gargalhada gostosa do Joaquim. Ela se divertiu um bocado naquela tarde e, quando se deu conta, já estava rindo também.
    Um Natal feliz, pessoal!
    §§§
    • Onde: Neupfarrplatz
    • Site: ­christkindlmarkt­-­regensburg.­de

    Leia o restante da série Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na Europa, Tradições natalinas (mercados, candelabro e calendário), Mercado de Budapeste, Mercado de Viena, Mercado de Nuremberg (Alemanha)Mercado de Frankfurt (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

  • Mercado de Natal de Viena (Europa): prefeitura iluminada e neve

    Mercado de Natal de Viena (Europa): prefeitura iluminada e neve

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

    3º capítulo

    O Natal com neve

    A mamãe do Joaquim se apaixonou por Viena. Nessa cidade, ela viu seu segundo mercado de Natal. Viena fica na Áustria, um país que já foi o miolinho de um reino enorme. Na verdade, era um império, que é como um reino bem grandão. No lugar do rei, tem o imperador para mandar num monte de gente.

    Esse império era muito rico, e as pessoas gostavam de construir casas e estátuas bonitas. Assim, os prédios de Viena têm tantos detalhes que parecem bolos confeitados. Por falar em doces, lá as tortas de verdade são deliciosas! Por isso, a mamãe do Joaquim chegou de barriguinha cheia ao mercado de Natal de Viena e nem reparou muito nas guloseimas.

    Viena tem tantos mercados de Natal que a mamãe teve de escolher um para ver. Ela foi visitar um bem na frente do prédio da prefeitura. Esse mercado tem as ruas arrumadinhas, como se fossem linhas desenhadas em cima de uma larga praça.

    Alto e brilhante

    Na pontinha das linhas está o prédio da prefeitura. A mamãe do Joaquim teve de entortar o pescoço todo para trás para alcançar com os olhos o topo da torre. Como era alto e brilhante o prédio da prefeitura!

    No mercado de Viena, tudo brilhava. Não eram só as luzes da decoração. Nas barraquinhas, senhoras vendiam bolinhas douradas, de todos os tamanhos. Lado a lado, elas formavam um borrão da cor do ouro.

    Embaixo do prédio da prefeitura, ficava outra rua de barraquinhas e também uma árvore cheia de corações vermelhos. A mamãe parou um pouquinho ali para ver o mercado todo. O prédio brilhante, as barraquinhas, a árvore de corações… Era lindo!

    De repente, começou a tocar uma delicada música e floquinhos de gelo caíram do céu. A mamãe imaginou como o Joaquim ficaria encantado de ver tudo aquilo, e chorou de mansinho. Não, ela não estava triste. Nem sempre quando a gente chora está triste. Ela estava feliz. Feliz por viajar com aqueles corações, levinha como um floco de neve, para junto do Joaquim.

    É só girar a manivela

    A mamãe do Joaquim passou o restinho da tarde vendo enfeites de Natal. Eram tantos, e tão fofos! Numa barraquinha, rodas-gigantes e trenzinhos se mexiam enquanto canções natalinas tocavam. Em outra, estavam montanhas de caixinhas de música porque Viena é conhecida como a cidade da música.

    Upa, cavalinho!

    Sonhando em arrumar a casa para o Natal com o Joaquim, a mamãe comprou um carrossel verde e também levou um Papai Noel sentado num trenó. Tudo para trazer na mala um pouquinho daquele momento especial.

    E ela conseguiu. Hoje, longe de Viena, no Natal do Joaquim, Papai Noel faz a mágica de nevar pertinho do Pão de Açúcar. Parece até coisa de cinema.

    Floquinhos pelo ar

    §§§

    Endereço: Rathausplatz (praça da prefeitura)

    Site: christkindlmarkt.at

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  • Mercados de Natal na Europa: Budapeste

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    2º capítulo
    O maravilhoso mundo do Natal
    A primeira cidade que a mamãe do Joaquim visitou tem um nome engraçado, meio tranquilo, meio danado. É que lá tem um rio, o Danúbio, que divide a cidade em dois pedacinhos, o Buda e a Peste. Aí alguém resolveu juntar tudo e chamar a cidade de Budapeste.
    Foi lá que ela viu pela primeira vez um mercado de Natal. Numa rua que não passava carro, havia um monte de barraquinhas de madeira. A mamãe do Joaquim ficou impressionada com os enfeites. Muitos tinham sido feitos à mão pelos artistas da Hungria, o país onde fica aquela cidade bonita, a tal da Budapeste.

    Uma barraquinha atrás da outra

    E os presentinhos? A mamãe tinha vontade de levar cada coisa para o Joaquim. Não que ele fosse ganhar tudo aquilo, nem cabia dentro da casa dele. O que a mamãe queria mesmo era poder transportar o Joaquim para aquele maravilhoso mundo do Natal.

    O J do Joaquim

    Foi quando ela viu uma barraquinha de brinquedos de madeira, cada um mais divertido que o outro. Leõezinhos, árvores e letrinhas eram como quebra-cabeças. O moço que fabricava os brinquedos queria que as crianças pudessem montar e desmontar as formas. Ele era muito criativo! Inventava letrinhas com desenhos dentro. A mamãe não resistiu e comprou o J com o palhacinho para o Joaquim.

    Que fofura…

    Numa outra barraquinha, tinha um doce grandão. A moça fazia uma minhoca de massinha e enroscava grudadinha num tubo. Depois, ela cobria de açúcar e botava para assar numa churrasqueira. O nome desse doce é kürtőskalács. Uma palavra esquisita. Mas isso era só o começo. Os nomes na Terra de Reis e Rainhas enrolaram a língua da mamãe do Joaquim muitas vezes.

    Primeiro, se enrosca a minhoca

    Depois, se põe para assar

    O mercado de Natal terminava (ou será que começava?) numa praça. Uma árvore de Natal gorducha, com fios e mais fios de luzinhas azuis, deixava ainda mais bonito o karácsonyi vásár. Era assim que as pessoas de lá chamavam o mercado de Natal. Eu não disse que as palavras ali enrolavam a língua?

    A árvore azul

    Lanchinho da tarde

    Nas mesinhas da praça, as pessoas provavam as delícias de Natal, aquecidas por gorros e casacos, alguns pareciam espaciais, como roupas de astronauta. Enquanto isso, do outro lado da praça, os músicos tocavam músicas natalinas e todos aproveitavam felizes aquela encantada tarde de domingo em Budapeste.

    Biscoitinhos: doces e lindos

    §§§
    • Onde: Váci Utca (rua de pedestres) e Vörösmarty Tér (praça no Centro de Budapeste)
    • Site: budapestinfo.hu

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  • Uma viagem encantada pelo Natal na Europa

    Uma viagem encantada pelo Natal na Europa

    Conheci mercados e tradições de Natal na Europa e me encantei com o que vi na viagem a cidades da Alemanha, em Budapeste e em Viena. Que época especial para uma visita em família!

    ATUALIZADO EM 30 DE NOVEMBRO DE 2017

    Quando vi neve pela primeira vez, eu tinha 5 anos. Estava em Bariloche com meus pais e nevou tanto que, no trecho entre a Argentina e o Chile, o ônibus da excursão atolou. Na estação de esqui, não consegui convencer meus pais a esquiar. Eles pediram o esqui emprestado a alguém para que eu tirasse uma foto.

    Com 21 anos, eu morava em Nova York e peguei uma nevasca daquelas em que as calçadas ganham muretas com o gelo empurrado pelos tratores durante a limpeza das ruas. A neve era tanta que a escadaria perto do apartamento virou uma rampa. Eu me diverti enterrando a perna até o joelho.

    Mas, de todas as vezes, a que mais me emocionei foi aos 40 anos, em 2011. Fiquei tão encantada que os colegas de viagem não puderam entender tamanho entusiasmo e tiraram a maior onda com a minha cara ao me ouvir dizer “Neve!”. Eu não vi neve, eram apenas flocos no céu de Viena. Não importava. Nunca o gelinho flutuando pelo ar fez tanto sentido e foi tão adequado ao momento. Tive vontade de chorar de emoção. Me lembrei do meu filho, na época com 2 anos. Acho que me senti assim, pequenininha, criança.

    O NATAL QUE DURA MAIS DE 1 MÊS – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    QUE SONHO…

    Pensei em como o Joaquim ama Natal, em como ele ficaria feliz de estar ali. Em como eu ficaria feliz de estar ali com ele e com meu marido. Além do encantamento com o Natal, aquela era uma viagem-prêmio — leia mais em Como Viaja ganha prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Para mim, diferente de todas as outras que eu havia feito. E eles tinham tudo a ver com aquela realização.

    Era um fim de tarde escuro de novembro, o que só aumentava o brilho do mercado de Viena. Eu vinha de Budapeste, onde no dia anterior tinha visto meu primeiro mercado de Natal. Até então, como jornalista da área de turismo, só conhecia textos e fotos de divulgação sobre esses eventos na Europa. Em Budapeste, as barraquinhas apresentavam brinquedos e presentes originais, no entanto, nada que se comparasse com a ambientação do que eu via naquele momento em Viena. A música, os corações vermelhos pendurados nas árvores naturais, enfeites multicoloridos à venda e, como pano de fundo, o suntuoso prédio da prefeitura iluminado.

    É LINDO VER ESSE PRÉDIO ILUMINADO!

    Eu estava mesmo na Terra de Reis e Rainhas, maneira como expliquei ao meu filhote sobre os lugares que iria visitar naquela viagem (Hungria, Eslováquia, Áustria, República Tcheca e Alemanha). Sei lá como saiu isso, foi intuitivo, uma mistura de Império Austro-Húngaro com a Alemanha dos irmãos Grimm. Juntei tudo num reinado de fantasia, que meu filho entendeu muito bem e que casou perfeitamente com o espírito natalino. Por isso, é para o Joaquim que escrevi O Natal na Terra de Reis e Rainhas, apresentando mercados e tradições na Europa do jeitinho das histórias que eu invento para ele à noite, antes de dormir. Porque, no fim, ainda me sinto assim, pequenininha, criança.

    BRILHA, BRILHA, ESTRELINHA

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    1º capítulo: Os mercados, o candelabro e o calendário
    2º capítulo: O mundo encantado do Natal (mercado de Budapeste, na Hungria)
    3º capítulo: O Natal com neve (mercado de Viena, na Áustria)
    4º capítulo: As salsichas e o carrossel maluco (mercado de Regensburg, na Alemanha)
    5º capítulo: O mercado muito, muito, antigo (mercado de Nuremberg, na Alemanha)
    6º capítulo: O Natal numa casinha de boneca (mercado de Frankfurt, na Alemanha)
    7º capítulo: A cidade das caixinhas de música (mercado de Rüdesheim, na Alemanha)

     

  • Natal na Europa: os mercados, o candelabro e o calendário

    Natal na Europa: os mercados, o candelabro e o calendário

     

    O Natal na Terra de Reis e Rainhas
    Fotos e texto de Nathalia Molina

    (para entender a série, leia Natal na Europa: uma viagem encantada)

     

    1º capítulo
    Os mercados, o candelabro e o calendário
    Essa história começa assim, ela é sobre o Joaquim.
    O Joaquim é um menino bonito que ama Natal. Ele adora os enfeites, as luzes, o Papai Noel e tudo de mágico que traz o Natal. A mamãe do Joaquim foi viajar para a Terra de Reis e Rainhas, bem pertinho do Natal, e lá viu muitas cidades enfeitadas e vários mercados. É que na Terra de Reis e Rainhas as pessoas amam Natal, como o Joaquim.

    As crianças adoram os mercados!

    Antes mesmo de chegar o dia 24 de dezembro, os moradores desse reino já vivem num Natal encantado. Em novembro, eles enfeitam as cidades e montam mercados cheios de barraquinhas. Nelas, as pessoas vendem comidas e bebidas bem quentinhas porque na Terra de Reis e Rainhas faz um frio de rachar!

    Luz, muita luz, nos prédios e nas ruas

    Caneca de vinho quente

    Os adultos bebem um vinho quente que vem numa caneca e comem um cachorro-quente com uma salsicha comprida e magrela. As crianças adoram os biscoitos de coração. Eles têm desenhos de Papai Noel e de flores, e uma palavra escrita bem no meio. A mamãe do Joaquim pediu para a moça escrever o nome dele no coração. O biscoito é durinho, e a mamãe carregou com muito carinho, então ele chegou para o Joaquim inteirinho. Ele adorou o coração e o gosto de canela!

    De fraldinha, feliz pelo biscoito com seu nome

    O quebra-noz parece brinquedo

    Com muito brilho e luzinhas, os mercados têm músicos e corais que cantam bonitas canções. Em alguns, também se apresentam dançarinos. É uma época de festa na Terra de Reis e Rainhas. Um tempo em que os enfeites se espalham nas ruas e nas casas, um tempo em que as pessoas festejam com a família e os amigos, enquanto esperam o Natal, que é o dia do nascimento do Menino Jesus.
    A cada domingo antes de 24 de dezembro, as famílias se reúnem, almoçam juntas e acendem uma das quatro velas do candelabro em cima da mesa. Candelabro é o nome de uma coisa que a gente usa para acender várias velas. E esse candelabro de quatro velas é conhecido em toda a Terra de Reis e Rainhas.

    Um candelabro de 4 velas gigante!

    Todas as casas têm também um calendário de 24 dias, com um bolsinho para cada dia até o Natal. As crianças da Terra de Reis e Rainhas ganham presentinhos em todos os dias de dezembro até o Natal.

    Com as janelinhas fechadas, aparecia o desenho do mercado de Natal de Frankfurt

    A mamãe trouxe um calendário desses para o Joaquim. Ele era de papel. Em vez de bolsinhos, tinha janelinhas para destacar. O Joaquim procurava o número do dia e abria a janelinha. Lá dentro, ele encontrava um chocolatinho. Cada um com um formato diferente. Tinha de sino, de anjo, de estrela, de tudo o que coisa que a gente vê na época do Natal.

    Com as janelinhas abertas, deliciosos e divertidos chocolates

    No dia 24 de dezembro, a janelinha era dupla, com um chocolate maior, para comemorar o nascimento do Menino Jesus.
    O Joaquim gostou muito do que a mamãe trouxe e contou sobre a viagem. Ele aprendeu sobre os costumes na Terra de Reis e Rainhas e ama ainda mais o Natal. Agora, enquanto toca Noite Feliz na caixinha de música que ganhou da mamãe na volta para a casa, ele vê a árvore de Natal girar na frente do Papai Noel e sonha com o reino encantado da Terra de Reis e Rainhas.

    Uma caixinha de música do tamanho das mãozinhas do Joaquim


    §§§

    Leia o restante da série Natal na Europa em: Apresentação da série sobre Natal na EuropaMercado de BudapesteMercado de VienaMercado de Regensburg (Alemanha), Mercado de Nuremberg (Alemanha)Mercado de Frankfurt (Alemanha), Mercado de Rüdesheim (Alemanha)

  • Acqua Mundo: um passeio pelo aquário do Guarujá

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Chegamos ao Acqua Mundo, no Guarujá, num dia chuvoso. O aquário, aliás, é uma ótima pedida para um período de clima ruim no litoral. No escurinho da vida marinha não importa se está sol ou não.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Meu filho, na época com 2 anos, adorou a ideia de ver peixinhos. Meu marido e eu também, pela oportunidade de mostrar todos aqueles seres que o Joaquim conhecia só pela decoração do quarto dele e pelo filme Procurando Nemo. Mas na hora de passar embaixo do enorme polvo inflável que enfeita a porta do Acqua Mundo (na foto ao lado, única desta página retirada do site oficial), bateu um certo medo no pequeno. Tive de tocar no bichão e mostrar que era de brinquedo e que podia ser divertido atravessar aquele túnel. O polvo de verdade vimos lá dentro.

    Passamos por painéis explicativos, compramos um bilhete familiar e fomos nos aventurar pelo mundo marinho. O caminho é fácil de seguir e largo o bastante para segurar o movimento daquela manhã de um domingo de julho – não sei como ficaria no verão, quando uma penca de gente se transfere para o litoral.

    De corais a pinguins

    A bicharada é variada: tartaruga, jacaré, cobra, tubarão, pinguim, lobo-marinho, polvo e peixe que não acaba mais. O site do Acqua Mundo informa que o lugar tem “49 recintos (água doce, salgada, aquaterrários e terrários) com representações de vários habitats marinhos e terrestres”. É um barato percorrer os aquários que incluem de corais a plantas da Amazônia.

    De acordo com o texto institucional do aquário, “entre invertebrados, peixes de água doce e salgada, aves e mamíferos são 235 espécies, totalizando 8 mil animais em exposição”. Mas não esperem um lugar enorme como esses números e o slogan de “maior aquário da América da Sul” podem fazer parecer. Se você lembrar que o Brasil tem 7.400 km de costa e se já visitou o Oceanário de Lisboa, fica difícil achar uma coisa fantástica… Mas, considerando nossas possibilidades tupiniquins, é um passeio legal para se fazer com crianças – quando se gosta de água, obviamente.

    Uma super sacada do Acqua Mundo é manter um degrau perto dos aquários altos. A criançada consegue ver os bichos com proximidade e autonomia. Os pais agradecem também por não ter de ficar com os pequenos no colo o tempo inteiro.

    Outra parte bacana da visita é que, ao longo do caminho, dá para ver ainda os bichinhos sendo cuidados e, em certos horários, alimentados nos ambientes onde vivem. Os monitores se preocupam em avisar aos visitantes que estão em outras partes do caminho o horário e o lugar da próxima alimentação. Nós vimos os pinguins almoçando. O Joaquim adorou, nós também.

    Mergulho com tubarões

    Àqueles que desejam, literalmente, fazer uma imersão na vida marinha, o Acqua Mundo oferece mergulho com tubarões e raias na companhia de um instrutor certificado. Não precisa ter experiência, basta coragem para entrar em um tanque com 4 metros de profundidade e 800 mil litros de água e poder fazer algo que mergulhadores profissionais são proibidos: tocar no animais.

    Alguns tanques tem um nicho para a pessoa “entrar no aquário”. Ela se agacha e, dentro de uma caixa transparente, tem a sensação de estar entre os bichos. Em cada habitat, painéis explicam características e hábitos das espécies predominantes naquele espaço. No fim do passeio, estão tanques onde o visitante pode tocar em ouriços. Tudo organizado, com monitor perto. Terminamos o passeio no navio pirata, que faz a festa dos pequenininhos.

     

    VALE SABER

    Endereço: Avenida Miguel Estéfano, 2.001, Praia da Enseada, Guarujá

    Funcionamento: Em geral abre das 10 às 18 horas, mas o horário pode ser estendido. Está disponível para consulta por mês, dia a dia, no site oficial

    Preço: Nós compramos um bilhete familiar para 2 adultos + 1 criança, que rende um descontinho. Sai por R$ 80. Por adulto, a entrada custa R$ 36; para criança de 2 a 12 anos, R$ 24. Outras opções de bilhete familiar: 2 adultos + 2 crianças a R$ 100; 2 adultos + 3 crianças a R$ 120; 2 adultos + 4 crianças a R$ 140

    Alimentação A lanchonete serve para tomar uma água ou para comer algo rápido. Também há sorveteria e loja de doces

    Compras: Achei a lojinha da entrada meio mirrada, com o espaço pequeno fica difícil ter ideia das opções. Dentro do Acqua Mundo, no fim do passeio, há a mesma loja da entrada, mas num espaço maior. Lá dá para fuçar melhor e descolar uns presentinhos. Na entrada, há ainda lugar para fazer tatuagem temporária e para comprar montagens fotográficas de pessoas com os bichos do aquário – eu acho meio bizarro, mas certamente tem quem goste, ou não existiria a opção ali

    Dicas: Os monitores pelo aquário avisam se você estiver lá na hora da alimentação de animais. Mas, para saber o horário certo, acesse o site do Acqua Mundo.

    O mergulho com tubarões e raias é permitido apenas para quem tem acima de 8 anos. Custa R$ 300 para iniciantes; R$ 250 para mergulhadores certificados, mediante apresentação de credencial. Ocorre de domingo a sexta, às 13 horas, e aos sábados e feriados, às 13 horas e às 19 horas

    Site: acquamundo.com.br

    Reserve seu hotel no Guarujá pelo Booking.com.

  • Cruzeiros: taxas, roupa e outras dúvidas

    Cruzeiros: taxas, roupa e outras dúvidas

    Para embarcar no verão, leia tudo sobre a próxima temporada de cruzeiros no Brasil.

    Splendour, Royal Caribbean - Nathalia Molina www.comoviaja.com.br (8)

    ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO ESPECIAL DE CRUZEIRO DO CADERNO VIAGEM, DO JORNAL ESTADO DE S. PAULO — edição de agosto de 2012

    Texto de Nathalia Molina

    1. O que é essencial?

    Além da documentação e do voucher da viagem, cartão de crédito, dinheiro e um relógio. As despesas extras são pagas com cartão ou dinheiro (veja com a companhia a moeda aceita e o valor do depósito na chegada). Ficar de olho na hora é importante para participar das atividades a bordo e, especialmente, para não perder a partida do navio. Ele não espera os atrasadinhos, então, a pontualidade é essencial.

     

    2. Que roupa levar? E que mala?

     

    De dia, prefira roupas leves e use sandálias ou tênis. Use trajes de banho só na área da piscina. Para a noite, vale uma produção, sem exageros. Guarde a roupa mais caprichada para o jantar com o comandante. De preferência a malas pequenas ou médias porque as cabines são pequenas. Lembre-se de identificar a bagagem para o embarque. Medicamentos e objetos de valor devem estar na bagagem de mão.

     

    3. Quanto se gasta com internet? E com tratamentos?

    Por uma hora de conexão sem fio, paga-se US$ 15 na Costa ou US$ 35 na Royal. Já o uso da sauna é gratuito no Splendour, da Royal, e no Fortuna, da Costa. O MSC Aurea SPA está em toda a frota da armadora, com massagens, banhos e tratamentos. Por US$ 130, compra-se um pacote com uma massagem balinesa de meia hora e um tratamento facial também de meia hora. Na Pullmantur, há depilação desde US$ 6 e a hidratação capilar custa US$ 10.

     

    4. As bebidas estão incluídas?

     

    Os navios da Pullmantur funcionam em sistema all-inclusive, com comida e bebida incluídas a qualquer hora e todos os ambientes dos navios. Os pacotes da Ibero já dão direito a bebida à vontade durante as refeições – o que for pedido fora desses horários é cobrado. Nas outras companhias, as bebidas são pagas à parte. Refrigerante ou cerveja nacional custa US$ 2,50 nos navios da Costa, por exemplo. Mas as empresas montam pacotes. O Costa Inclusive sai a US$ 23,75 por dia e inclui uma seleção de bebidas, servidas no copo (entre elas, cerveja, vinho e drinques). A MSC tem opções para água, refrigerante, cerveja ou vinho. O pacote Classic, por exemplo, a US$ 76, inclui quatro garrafas de tinto (750 ml) e sete garrafas de água (500 ml). Na Royal, refrigerante à vontade sai por R$ 8,20 ao dia para menores de 18 anos e R$ 12,30 para os demais.

     

    5. Quanto custam taxas portuárias e gorjeta?

     

    Esses gastos são calculados por pessoa e por dia de cruzeiro. No caso das taxas portuárias, o valor varia de acordo com a duração da viagem, com as paradas incluídas e com a data do roteiro. Por exemplo, em um cruzeiro de seis noites no MSC Orchestra, saindo do Rio, pode custar US$ 165 (criança a US$ 129). Para gorjetas, a Ibero e a Costa cobram US$ 10 por dia para maiores de 14 anos (US$ 5 para os demais). A Royal cobra US$ 18,90 por dia, por pessoa, de taxa de serviço. Em média, na Pullmantur, o passageiro paga por dia R$ 57 de taxa portuária e R$ 24 de gorjeta.

     

    6. Dá para conhecer os destinos?

    Como o tempo em terra é curto, tem-se apenas um aperitivo do lugar. Caso já conheça o destino, invista num programa diferente, como visitar um centro cultural ou almoçar num restaurante novo. Se for a primeira vez na cidade, aposte nos principais pontos. Dá para se aventurar por conta própria ou comprar uma das excursões oferecidas nas paradas. Gostou do destino? Volte depois para se aprofundar.

    Cruzeiro, Ibero Grand Mistral - Nathalia Molina comoviaja.com.br

    Ilhabela – Nathalia Molina @ComoViaja

     

  • Budapeste: café, tokaji e letras na Avenida Andrássy

    Budapeste: café, tokaji e letras na Avenida Andrássy

    Fotos: Nathalia Molina

    Estranho entrar numa livraria e olhar para as letras como se fossem parte de uma instalação de artes plásticas, e não palavras. Tive essa sensação enquanto percorri os corredores da Alexandra, em Budapeste. Nos nomes das seções, colocados acima das prateleiras, as palavras se aglomeravam. Tentei encontrar qualquer sentido para a raiz de uma ou de outra expressão, apelando para todas as línguas com as quais já tive contato. Só funcionou com as óbvias ‘Sport’ e ‘Hobbi’.

    A Alexandra é um bom lugar para uma parada durante a caminhada na Andrássy út, uma das principais avenidas de Budapeste. E não apenas para se perder nas letras. No segundo andar, tem um café. Não comi nem tomei nada lá porque segui para o almoço ali perto – para experimentar um autêntico goulash. Mas deu vontade de ficar. O ambiente de confeitaria centenária é gostoso, e a pintura do teto, linda. É surpreendente encontrar algo assim lá dentro porque a fachada da livraria (no número 39 da Andrássy) anuncia uma decoração moderna, o que se confirma na área das prateleiras de livros e de bebidas.

    Ué, bebidas? Pois, outra surpresa que tive na saída. No térreo – para quem entra a seção fica logo à direita –, as publicações dão lugar às garrafas. Dá para comprar ali o tokaji (em húngaro, tokaj), vinho tradicional do país. Um dos tipos mais conhecidos de tokaj é o Aszú, que eu provei no jantar, acompanhando a sobremesa. A Wikipedia informa que gente do naipe de Luiz XV, Beethoven e Goethe consumia tokaji. Sei lá, de todo modo, soa quase uma heresia eu dizer que achei doce demais… Ok, é para se tomado com doces. Mas o problema para mim está justamente aí. Não consigo com nada muito doce. Acho que prefiro ficar com a sopa de letrinhas.

     

    Leia mais sobre Budapeste em: Goulash, líquido ou sólido, Cruzeiro pelo Danúbio, da Hungria à Alemanha, Souvenir sem cara de souvenir

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