Autor: Fernando Victorino

  • Caixa e BNDES: dobradinha cultural no Rio

    Caixa e BNDES: dobradinha cultural no Rio

    Quer fazer um programa de carioca antenado, pagando pouco ou nada? Siga então para o Centro do Rio, onde funcionam a Caixa Cultural e o Espaço Cultural BNDES, separados por menos de 150 metros de distância. É uma dobradinha de fácil acesso, pertinho do metrô, e com ótima programação.

    Se estiver com disposição, no mesmo dia é possível ver uma exposição na Caixa Cultural — atualmente está em cartaz lá a badalada Frida Kahlo: Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México — e assistir a um concerto ou show de MPB no Espaço Cultural BNDES. Além de fôlego, claro, é preciso bater as agendas dos dois centros e conseguir ingresso para as atrações em sequência.

    Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (8) (1280x960)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Caixa: cinema e grandes exposições

    Inaugurado em 2006, a Caixa Cultural funciona no edifício-sede da Caixa Econômica Federal, em um complexo de 6 mil metros quadrados que fica na Avenida Almirante Barroso. É uma das sete unidades do projeto, que o banco mantém também em São Paulo, em Curitiba, no Recife, em Fortaleza, em Salvador e em Brasília (a mais antiga delas).

    No Rio, a Caixa Cultural conta com quatro galerias, salas e oficinas para ensaios, 2 cinemas e 1 teatro de arena. Atualmente em reforma, o Teatro Nelson Rodrigues, que fica na Avenida Chile, também faz parte do centro cultural.

    VALE SABER

    Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro

    TCaixa Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (1024x768)ransporte: Carro e táxi nem pensar. A melhor alternativa é o metrô. Desça na estação Carioca, que tem uma saída colada à Caixa Cultural.

    Outra opção é o ônibus. Atualmente, o Centro está cheio de obras viárias — em breve, o VLT vai passar ali do lado, na Avenida Rio Branco. Por conta dessas obras, muitas linhas de ônibus estão com seus percursos modificados porque algumas ruas tiveram trechos interditados ou mudaram de mão. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. Consulte também rioonibus.com, página do sindicato que reúne quatro empresas que operam linhas na cidade

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 21 horas — a bilheteria fecha uma hora antes

    Dica: Além da ampla atividade artística, a Caixa Cultural também recebe eventos corporativos. Em ocasiões assim o espaço é fechado à visitação pública. Ligue para saber se o centro cultural estará aberto no dia em que você pretender ir.

    Comigo e com Nathalia aconteceu uma situação chata. Telefonei para saber o horário de funcionamento da exposição Múltiplo Leminski, que mostra as várias facetas do poeta e jornalista. A atendente não me avisou que naquele dia (uma sexta-feira) o centro cultural estaria fechado para um evento. Resultado: demos com a cara na porta. Na portaria, uma funcionária extremamente atenciosa nos explicou a respeito dessa regra de funcionamento e nos pediu desculpas, meio sem jeito

    Preço: A entrada é gratuita para ver as exposições. Algumas exigem agendamento, como a que reúne 30 obras da pintora mexicana Frida Kahlo — a mostra que esteve no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, fica em cartaz na Caixa Cultural até 27 de março. É possível reservar sua entrada gratuita com horário marcado nesta página.

    O cinema também tem entrada grátis, mas é preciso pegar senha uma hora antes do início da sessão.

    O ingresso para o teatro de arena custa R$ 20 — menores de 21 anos, pessoas com mais de 60 anos, estudantes, professores da rede municipal de ensino, portadores de necessidades especiais e clientes Caixa pagam meia

    Site: caixacultural.com.br

     

    BNDES: mostras e shows musicais

    BNDES Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11) (1280x960)O Espaço Cultural BNDES existe desde 1985, com atrações gratuitas, mediante reserva de ingressos. Uma ampla reforma foi realizada em 2013, com a criação da galeria de exposições e a modernização do Teatro Arino Ramos Ferreira, que recebe shows.

    A música sempre deu o tom, em projetos como o Quartas Clássicas (concertos semanais, às 19 horas) e o Quintas no BNDES (no mesmo horário, com apresentação de grandes nomes e novos talentos da MPB) — o site oficial destaca que os shows são realizados há 30 anos, sendo esse mais antigo projeto musical de realização contínua no país.

    Exibição de filmes e mostras de cinema compõem a programação do espaço cultural, que promete mais de 70 apresentações musicais e 5 exposições para 2016. A programação musical é exibida no site com tanta antecedência que dá para saber até o set list que vai ser executado.

    Nathalia e eu passávamos por ali em direção à Lapa num fim de tarde, quando resolvemos entrar para ver Rio 1908: A Cidade de Portos Abertos. A exposição foi montada pela primeira vez em 2007, para celebrar o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Em 2015, a mostra fez parte de uma série de eventos comemorativos pelos 450 anos de fundação do Rio de Janeiro.

    Com ótimo acervo fotográfico, deu para ver como a arquitetura da cidade ganhou contornos franceses no início do século 20.  Foi possível também ver plantas e desenhos originais de edificações históricas construídas especificamente para a exposição mundial de 1908, organizada na Praia Vermelha. Essa exposição já saiu de cartaz. Fique de olho no que vem na programação.

    VALE SABER

    Endereço: Av. República do Chile, 100, Centro, Rio de Janeiro

    Transporte: A sugestão é a mesma dada para quem visita a Caixa Cultural. Ir de metrô é a melhor alternativa.

    De ônibus, consulte o site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) ou a página rioonibus.com, site do sindicato que reúne as quatr empresas que operam linhas na cidade. Ambos sugerem rotas

    Funcionamento: Acredite, o site oficial não informa claramente o horário de abertura e de fechamento das exposições. Liguei no número que aparece no site e a atendente (que também acessou a página enquanto falava comigo) esclareceu apenas que o fechamento varia entre 18 ou 19 horas, mas não informou horário para o início da visitação

    Preço:Todas as atrações têm entrada gratuita. Para os shows, chegar 30 minutos antes para retirada de senha

    Site: bndes.gov.br (no menu à esquerda, clique em Espaço Cultural BNDES)

  • MAR, na Praça Mauá: dicas para visitar o museu no Rio

    MAR, na Praça Mauá: dicas para visitar o museu no Rio

    Planeje sua visita ao Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá: ingresso, entrada com o Museu do Amanhã, exposições e restaurante. Ainda: o belo visual do terraço e a história da cidade por meio de expressões artísticas

    ATUALIZADO EM 15 DE MAIO DE 2018

    Se alguém me perguntar hoje sobre um bom lugar para entender um pouco da história do Rio, respondo que esse lugar é o mar. Calma, a praia — esse sagrado e democrático espaço — segue sendo um boa amostra para se tomar contato com a “cidade maravilha mutante”. Mas eu me refiro a outro MAR, como se abrevia em letras garrafais o Museu de Arte do Rio. Até 10 de março de 2019, por exemplo, está em cartaz a exposição O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção, que trata da herança africana ao patrimônio cultural.

    Inaugurado em 2013, o MAR é a primeira atração do ambicioso projeto de revitalização da Praça Mauá, o Porto Maravilha, na zona portuária do Rio. A iniciativa incluiu ainda a inauguração do Museu do Amanhã e a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que virou transporte para deixar e chegar ao Aeroporto Santos Dumont.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x976)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)

     

    Como é o Museu de Arte do Rio

    O Museu de Arte do Rio está instalado em dois prédios, conectados por uma rampa a partir do 5º andar, onde começa a visita. Sobe-se de elevador e depois vem se descendo pelos andares de exposições. No edifício modernista dos anos 1940, funcionou a antiga rodoviária do Rio de Janeiro. O edifício é coberto por uma estrutura que lembra a ondulação da água.

    Vizinho a ele está o palacete D. João VI, de estilo eclético, construído em 1916. No primeiro prédio funciona a Escola do Olhar, projeto que visa levar arte ao alcance de todos por meio da educação. No espaço são dados cursos e palestras para professores. Do terraço, é possível ver a Praça Mauá revitalizada e o novo Museu do Amanhã, ao fundo.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Vista, Visual, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)

    Já o palacete D. João VI abriga as exposições. No MAR não há mostra permanente, mas exposições temporárias, de curta ou longa duração, quase todas com temas ligados ao Rio: seu passado, sua formação, achados e encantos de uma cidade cercada de beleza e contrastes.

    Do terraço é possível tirar fotos da Praça Mauá e do Museu do Amanhã — tem-se um panorama geral da área revitalizada, mas o Amanhã fica distante na imagem (quem tem zoom ou lente profissional pode conseguir uma boa foto aproximada).

    O que fazer no MAR

    Fique atento às exposições programadas ao longo do ano no MAR. Já tivemos a oportunidade de ver Rio Setecentista — Quando o Rio Virou Capital, mostra comemorativa dos 450 anos de fundação da cidade, completados em 2015. A exposição tratava do período de transformações vividas pela então capital do vice-reino. Muitos sinais dessas mudanças, principalmente de ordem estética, ainda podem ser encontrados na atual paisagem carioca. Isso sem falar que a mostra ajudou a entender aspectos da formação social do Rio.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1024x802)

    MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (1024x768)

    Aproveitamos para visitar o último mês de outras duas exposições de fotografia. A primeira delas com imagens de Evandro Teixeira. Eu conhecia apenas o mito. Nathalia, que começou a carreira no Jornal do Brasil, teve a felicidade de ver de perto o trabalho de Evandro Teixeira, que fotografou para o velho JB por mais de 40 anos. Ela ficou tocada pela possibilidade de se aprofundar na arte e na história desse grande profissional.

    Na sala ao lado vimos também os retratos de Kurt Klagsbrunn, austríaco que fugiu da perseguição nazista e chegou ao Brasil em 1939. Suas fotos abrangem 40 anos de história do Rio de Janeiro. Nathalia e eu adoramos a última sala da exposição, que recriava o ambiente de um quarto de revelação. Quem, assim como nós, é jornalista da era antes das câmeras digitais, sabe bem o que é ter de mergulhar um filme em um tanque, aplicar revelador e fixador, ficar de olho no cronômetro e, só então, descobrir se aquela foto que tiramos ficou boa ou não.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Fotografia, Exposição, Kurt Klagsbrunn, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1280x960)Durante a visita ao MAR, nosso filho formou dupla com a avó Sonia e passeou pelas três exposições. Na Rio Setecentista, ele até se sentou no chão para ler a caudalosa explicação afixada na parede da entrada. Joaquim ainda assistiu ao vídeo sobre o Mestre Valentim, escultor e urbanista responsável por muitas obras que marcaram a paisagem do Rio de Janeiro, como o Chafariz das Saracuras e o Passeio Público.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Vista a projeção, Joaquim quis ir embora. Ficamos então para registrar com calma as exposições do 3º andar, enquanto nosso filho desceu com a avó e se juntou a uma atividade infantil que rolava no térreo. No hall de entrada, em meio aos pilotis, Quim participou de uma brincadeira que envolvia a obra Morrinho, símbolo do MAR desde sua inauguração, quando fez parte de uma exposição que tratava de espaço e moradia.

    O projeto nasceu no Morro do Pereirão, em Laranjeiras (bairro na zona sul), das mãos de Cirlan de Souza. Em 1998, ele começou a reproduzir a favela em que morava usando material reciclável e muita criatividade. Jovens de outras comunidades entraram na brincadeira e o resultado hoje está exposto no térreo, onde é possível entrar, ver a obra e seguir a vida, sem necessidade de entrar no museu. Vale a pena ver Morrinho com calma e atenção. Cada tijolo, cada frase, seu recado.

    Por ocupar a região que é uma espécie de ventre do Rio de Janeiro, a proposta do MAR é dialogar com a população de seu entorno, convidá-la a contar a história da formação da cidade com o auxílio luxuoso da arte.

     

    VALE SABER

    Endereço: Praça Mauá, 5, Centro

    Transporte: Vale a regra que utilizamos para visitar o Museu do Amanhã: esqueça o carro, vá de transporte coletivo. O VLT do Rio passa na porta do MAR. Pegue a Linha 1 no sentido da rodoviária e desça na Parada dos Museus.

    Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida. De trem, desça na Central do Brasil e escolha entre caminhar por 15 minutos ou tomar a linha 225.

    Muitas linhas de ônibus passam pelo Centro. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. O bicicletário do MAR possui 54 vagas

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 17 horas. Chegamos na hora em que abriu. Pegamos o museu vazio para ver tudo com calma

    Preço: R$ 20 (aceita dinheiro ou cartão Visa ou Master) — na terça, é grátis. No domingo, o ingresso família, para até 4 pessoas, custa R$ 20. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu do Amanhã e custa R$ 32.

    A entrada é sempre gratuita para: crianças de até 5 anos e idosos acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus e moradores da zona portuária. Pagam meia entrada: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, portadores de deficiência, funcionários do município do Rio de Janeiro

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x768)

    Alimentação: O Cristóvão Café e Bistrô fica no térreo, no espaço batizado de Pracinha Mauá. Oferece pratos executivos e refeições rápidas. Abre de terça a domingo, das 9h30 às 18 horas.

    No 5º andar fica o Restaurante Mauá, com cardápio desenvolvido pelo chef Marcondes de Deus. No cardápio, receitas brasileiras com ingredientes exóticos e deliciosamente instigantes, como picadinho de caju ou camarão em crosta de tapioca. Das mesas externas vê-se a Baía de Guanabara, o Museu do Amanhã e o movimento da praça. O salão interno possui ar condicionado. Funciona de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (768x1024)

    Há bebedouros espalhados pelo MAR: à esquerda da bilheteria e em áreas perto dos banheiros

    Compras: Na Pracinha Mauá, a loja Novo Desenho é totalmente dedicada ao design brasileiro, com trabalhos de profissionais consagrados e novos talentos. Abre de terça a sexta, do meio-dia às 18 horas — fecha uma hora mais tarde aos sábados e domingos

    Site: museudeartedorio.org.br

  • Museu da República, no Rio de Janeiro

    Museu da República, no Rio de Janeiro

    Durante 63 anos, grande parte das decisões mais importantes do Brasil foram tomadas no prédio ocupado hoje em dia pelo Museu da República, no Rio de Janeiro. O antigo Palácio do Catete serviu de residência a 18 presidentes brasileiros até a mudança da capital do país para Brasília, em 1960. O edifício ficou marcado pelo suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.

    Eu senti um prazer particular ao percorrer aqueles salões. Porque foi inevitável não lembrar do romance Agosto, que tem como pano de fundo a crise política do governo Vargas e que culminou com a morte do ex-presidente. Li o livro depois de ter visto a minissérie produzida em 1993 pela Globo, a partir da adaptação da obra de Rubem Fonseca.

    museu da república no rio de janeiro
    Saindo da rua para entrar na história

    O bairro do Catete é colado nas Laranjeiras, a nossa base carioca. Nathalia e eu costumávamos ir a pé e andar por ali antes mesmo de o Joaquim nascer. Com ele, passamos a ir ao pedaço que fica no fundo do jardim, voltado para o Aterro do Flamengo, onde há um concorrido parquinho. A criançada mete o pé na areia e se acaba de brincar – leia mais sobre esse espaço no fim do texto.

    Como é o Museu da República

    O museu tem à esquerda da entrada uma sala com painéis que contam a origem do palácio. Projeto do alemão Gustav Waehneldt, sua construção teve início em 1858 e levou quase uma década para ser concluída.

    Batizado primeiramente como Palácio Nova Friburgo, o imóvel com diferentes elementos arquitetônicos pertenceu à família do fazendeiro Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo. Ele mandou erguer o edifício a pedido da mulher.

    museu da república no rio de janeiro
    O Palácio e a Rua do Catete de antigamente

    Entediada com a paisagem bucólica da serra, a baronesa desejava viver onde pudesse observar o movimento da rua e das pessoas. E a Rua do Catete era o lugar ideal para admirar a agitação do Rio na segunda metade do século 19 (e até hoje é bem agitada).

    museu da república no rio de janeiro
    Joaquim olhando a rua, como fazia a baronesa

    O barão e a baronesa morreram três anos depois de o palácio ser concluído. Os filhos é que desfrutaram dele por um pouco mais de tempo. O prédio trocou de proprietário duas vezes (em um delas, quase virou hotel), testemunhou o fim do período imperial e a ascensão da República até ser comprado pela presidência do país em 1896.

    E seu o palácio fosse um hotel?

    O então presidente, Prudente de Moraes, estava doente e afastado do cargo. Coube então ao vice, Manuel Vitorino, adquirir o imóvel e realizar a transferência do poder executivo do Palácio do Itamaraty para o novo endereço, transformando-o no Palácio da República.

    Victorinos descobrem que o Vitorino comprou o palácio

    Em tempo: Manuel Vitorino era um médico e político baiano, filho de portugueses, mas não é meu parente — embora haja no museu um documento com a letra C na grafia do seu sobrenome, assim como no meu caso.

    O que fazer no museu no Catete

    Visitar o Museu da República é sentir-se dentro de parte da história do Brasil. Com exceção das notas pessoais acima, todas as informações que você leu até aqui estão expostas em painéis ou em totens dentro das salas do museu. Os textos são resumidos e estão escritos em português e inglês.

    O berro da manchete do jornal… e o sussurro da reportagem

    Na primeira visita que fizemos em família, Joaquim tinha 7 anos e, como qualquer criança, não estava muito empolgado com o passeio. Contudo, ele ficou parado por incríveis 14 minutos diante de uma TV.

    Na tela, um vídeo contava as três etapas da história do palácio: como residência aristocrática, como sede do poder e, atualmente, como museu. Essa trajetória era pontuada por fatos marcantes da vida política, econômica e artística do Brasil.

    À esquerda, a TV que roubou a atenção do Quim

    Nathalia seguiu tirando fotos enquanto assistíamos ao vídeo. Ela chegou no fim da exibição, e Joaquim disparou: “Mamãe, sabia que tudo aqui veio de vários países? A escada e os vidros do teto vieram da Alemanha! As pinturas, da Grécia. Os lustres são da França!” 

    Tudo bem, ele aumentou um pouco e botou no mobiliário peça vinda até do Japão. O que não seria impossível, pois praticamente todo o material usado na construção foi trazido do exterior.

    Lustre de bronze dourado e cristal rubi do Salão Mourisco

    No site oficial do Museu da República é possível realizar uma Visita Virtual, que serve como recurso como um guia áudio (ah, não se esqueça de usar o fone de ouvido para não atrapalhar outros visitantes).

    E não deixe de olhar para baixo e para cima durante a visita, para não perder a pintura (teto) ou o mosaico (piso) e a riqueza de detalhes da decoração. Não use flash nas fotos. É proibido, e os funcionários do museu marcam em cima de quem burla a regra (com toda razão).

    museu da república no rio de janeiro
    Pinturas fazem alusão a cenas da cidade de Pompéia

    O acervo do Museu da República é formado por cerca de 9 mil peças, entre objetos e coleções pessoais dos presidentes que dali comandaram o Brasil. No salão ministerial, repousa sobre a imensa e pesada mesa de madeira o conjunto de pastas de couro usadas em despachos e reuniões entre os líderes de cada área. É nesse espaço que está também o quadro A Pátria, tela em óleo pintada por Pedro Bruno, em 1919, representação simbólica dos primeiros anos da República.

    museu da república no rio de janeiro
    Anjos em bronze protegem o sobe e desce da escada principal

    As marcas republicanas estão presentes também na sala de refeições, onde a prataria, as taças, os pratos e os guardanapos levam a inscrição Palácio do Catete. A mesa está posta; os janelões altos, abertos com vista para o Jardim do Palácio.

    museu da república no rio de janeiro
    Peças de louça que pertenceram à baronesa

    O 3º andar do Museu da República era onde ficavam os quartos dos moradores do palácio. O dormitório que foi do ex-presidente Getúlio Vargas durante sua segunda passagem pelo poder (1951-1954). Por razões óbvias, é o espaço mais simbólico do palácio.

    museu da república no rio de janeiro
    Quarto simples para os padrões de um palácio

    Os móveis são de 1920, encomendados na época por causa da visita dos reis da Bélgica ao Brasil. A decoração é até um tanto espartana. O banheiro da suíte é todo de louça branca e impressiona pela simplicidade quando comparado à riqueza das demais salas do palácio.

    museu da república no rio de janeiro
    Banheiro: muito branco, pouco luxo

    O pijama de Vargas já não fica mais sobre a cama. Uma caixa de vidro guarda a peça de roupa que o ex-presidente usava na noite de sua morte. Com ele estão a bala e o revólver de cabo branco de madrepérola, cujo tiro mudou a história em 24 de agosto de 1954.

    museu da república no rio de janeiro
    Na parede, o retrato do velho: no mesmo lugar até hoje

    Quando estivemos no Museu de República pela última vez, apenas um quadro com um desenho marcava o lugar da roupa. A peça histórica ficaria seis meses lá e o restante do tempo meses fora, para receber cuidados de conservação, segundo informaram os funcionários do museu.

    museu da república no rio de janeiro
    O tiro que mudou o rumo da história

    Apesar de ter sido palco de uma tragédia, o quarto não chega a ter uma aura pesada. Contudo, Juscelino Kubitschek não pensava assim. Eleito em 1956, o presidente preferiu morar no Palácio Laranjeiras — localizado no alto do Parque Guinle — a viver no Catete. No mesmo ano em que a capital do país foi transferida para Brasília, o palácio passou a abrigar o Museu da República.

    VALE SABER

    Endereço: Rua do Catete, 153, Catete

    Transporte: A estação Catete do metrô tem uma saída bem em frente ao museu. Há diversos ônibus vindos da zona sul que passam na Rua do Catete e das zonas norte e Niterói que deixam o visitante na Rua Bento Lisboa. Como há muitas obras no Rio, algumas linhas sofreram modificação. Consulte o vadeonibus.com.br (site da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro)

    Funcionamento: De terça a sexta, das 10 às 17 horas. Sábados, domingos e feriados, das 11 às 17 horas — os portões são sempre fechados 30 minutos antes do fim das visitas.
    O jardim do palácio funciona diariamente, das 8 às 18 horas, com entrada gratuita; desde maio de 2022, o parquinho tem novos brinquedos, todos gratuitos

    Preço: Grátis (temporariamente)

    Alimentação: Piqueniques são permitidos no jardim do Palácio do Catete, limitado a grupos de 10 pessoas

    Site: museudarepublica.museus.gov.br

  • Parque Guinle, no Rio

    Parque Guinle, no Rio

    Faz uma década que o Rio de Janeiro entrou na minha vida, desde que me apaixonei por Nathalia Molina. Laranjeiras tornou-se familiar (no sentido mais amplo da palavra).

    Aprendi nesse tempo a descobrir lugares não turísticos, nada convencionais para quem vem visitar a cidade. Pedaços genuinamente cariocas, como o Parque Guinle. Como ele fica muito perto da casa da minha sogra é praticamente impossível vir ao Rio e não dar uma chegadinha lá.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Quando bebê, levávamos o Joaquim de carrinho para tomar aquele solzinho da manhã — solzinho é bondade porque, acreditem, às 8 horas de um dia de verão o calor castiga. Já mais velho, nosso filho continua frequentando o parque, agora correndo livremente por entre os brinquedos de madeira.

    E os brinquedos estão novinhos em folha depois da recente reforma. O lago está limpo – tem cisne, patos e até um cágado que curtia um bronze em cima de uma pedra. Por estar dentro de uma Área de Proteção Ambiental, há vegetação de Mata Atlântica na sua encosta, muitos pássaros e outros animais. Nathalia e eu fomos surpreendidos por um pequeno camaleão que cruzou nosso caminho. Saquei o celular e, com cuidado, me aproximei para um clique.

    Cercado por árvores, o jardim do parque segue como ponto de encontro de bebês. E como é bom ver mães e pais (e não babás) levando as crianças para pegar sol e brincar! Há também muita gente idosa que encara uma subida para se exercitar nos equipamentos de ginástica que ficam acima do lago.

    Nos fins de semana, o parque ganha também uma cama elástica (paga), já testada e aprovada por Joaquim algumas vezes. Reparamos que, depois da reforma, bem em frente ao portão de entrada, há uma vaga delimitada para food truck.

    Para quem gosta de arquitetura

    A área onde está o parque foi, no passado, residência de Eduardo Guinle, empresário (um dos sócios-fundadores da companhia Docas, de Santos) e patriarca de uma das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro (ele era o avô do playboy Jorginho Guinle).

    O palacete dos Guinle foi erguido na década de 1920, com jardins projetados pelo francês Gérard Cochet. Hoje em dia, o prédio abriga o Palácio Laranjeiras, que já serviu de residência oficial do governador do Rio, mas atualmente é hospedagem de autoridades e chefes de estado em visita à cidade. Parque Guinle, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11) (1024x607)

    Parque Guinle, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (24) (768x1024)Ao lado do lindo portão de entrada do parque, onde ainda estão gravadas as iniciais E e G, fica um conjunto residencial projetado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Inicialmente, o projeto previa a construção de seis prédios, mas apenas a metade foi erguida, entre 1948 e 1954.

    Nathalia e eu somos apaixonados por aquelas fachadas que reúnem diferentes tipos de cerâmica. No primeiro dos três prédios há uma parede de vidro na área das escadas e o famoso brise-soleil (para deixar a luz entrar sem o solão na cara). O projeto do conjunto residencial foi premiado na I Bienal de Artes de São Paulo, em 1951. E desde 1986 os edifícios estão tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

    É delicioso subir a rua a pé e admirar cada detalhe dos edifícios (dá até para esquecer que se está em uma ladeira). Se você gosta de arquitetura, de fotografia, de natureza, do Rio ou de tudo isso junto, vale a pena fazer uma visita.

    Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (800x600) Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (1024x1024) Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x800)

     

    Vale Saber

    Endereço: Rua Gago Coutinho, 66

    Transporte: Se você não estiver em Laranjeiras, mas ainda assim quiser passar uma horinha no parque, utilize o metrô para chegar. Desça na estação Largo do Machado e pegue a saída em direção à igreja. Entre na Rua Gago Coutinho (de frente para a igreja ela fica do lado direito) e siga em frente até encontrar o portão de ferro que dá acesso ao parque

    Parque Guinle, Criancas, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (1024x739)Funcionamento: Por causa do conjunto residencial, o portão do parque fica permanentemente aberto para circulação e utilização das dependências

    Dica: Não há nenhuma estrutura para comer e beber dentro do parque. Há apenas uma trocador ao lado dos brinquedos de madeira. Os novos banheiros estavam em fase final de construção

    Curiosidade: No alto do Parque Guinle fica a unidade do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)

  • Natal em Orlando

    Natal em Orlando

    Natal é tempo de fantasia. E poucos lugares do mundo lidam tão bem com a imaginação durante o ano inteiro do que os parques de diversão em Orlando. Nessa época, os principais centros de entretenimento da Flórida juntam a magia do Natal com os personagens e atrações que encantam crianças e adultos também.

    Natal, Orlando Eye, I-Drive 360 - Foto Divulgacao (2)
    ORLANDO EYE – Fotos: Divulgação

    A programação especial inclui decoração repleta de luzes, muita música, desfiles e encontros com o Papai Noel que podem ir de uma volta na roda-gigante a jantares na companhia do bom velhinho. A magia do Natal se estende além dos quatro parques, com diversão e encantamento nos eventos da Orlando Eye, no complexo de entretenimento I-Drive 360.

    Disney

    No Epcot, o Candlelight Processional reconta a história do nascimento de Jesus na interpretação de narradores especiais — a atriz Whoopi Goldberg e o ator Gary Sinise, entre outros, participaram da encenação, acompanhados por coral e orquestra. Já no pavilhão World Showcase, a exposição Holidays Around the World mostra como é comemorado o Natal em outras partes do mundo. Os eventos seguem em cartaz até 30 de dezembro.

    Foto: Ryan Wendler/Divulgação
    MAGIC KINGDOM – Foto: Ryan Wendler/Divulgação

    A perfeita sincronização entre luz e som será apresentada pela última vez em The Osborne Family Spectacle of Dancing Lights, no Disney’s Hollywood Studios.
    Até 3 de janeiro dá para ver esse show inventado por uma família do Arkansas e que serve de inspiração para o Walt Disney World Resort desde 1995.

    A Mickey’s Very Merry Christmas Party transformou o Magic Kingdom por 20 noites em 2015, com desfiles, apresentações musicais e queima de fogos, sempre na companhia dos famosos personagens.

    Universal

    Natal, Universal, Orlando, Parada da Macys, Parque - Foto Divulgacao
    UNIVERSAL STUDIOS

    The Macy’s Holiday Parade percorre as ruas do Universal Studios. O tradicional desfile de balões gigantes, organizado pela grande loja de departamento de Nova York para celebrar o Dia de Ação de Graças, tem uma versão de Natal em Orlando, com direito a aparição do Papai Noel.

    Natal, Universal, Orlando, Islands of Adventure, Grinch - Foto Divulgacao (1024x790)
    ISLANDS OF ADVENTURE – Fotos: Divulgação

    O Natal também transformou uma parte do Islands of Adventure no território do Grinch, personagem criado pelo escritor e ilustrador Theodor Geisel, o Dr. Seuss, como ficou conhecido mundialmente. Os eventos de celebração de Natal nos parques da Universal vão até 2 de janeiro.

    SeaWorld

    Fotos: DIvulgação

    O Polar Express Experience é a principal atração do SeaWorld. Nela as famílias são convidadas a embarcar em uma viagem mágica ao Polo Norte para encontrar o Papai Noel. O SeaWorld apresenta ainda o Sea of Trees, bosque com 100 árvores de Natal que piscam no ritmo da música nesta floresta mágica, e o Winter Wonderland on Ice, espetáculo de patinação. Há ainda o Wondrous Night, show com 30 canções em que histórias de Natal são contadas pela perspectiva dos animais. Todas as atrações vão até 31 de dezembro.

    Natal, SeaWorld, Orlando, O Wondrous Night - Foto Divulgação (1280x693)
    SEAWORLD – Fotos: Divulgação

    BUSCH GARDENS - Fotos: Divulgação
    BUSCH GARDENS – Fotos: Divulgação

    O Natal das famílias que visitam o Busch Gardens, parque em Tampa, inclui muitas luzes e entretenimento até 31 de dezembro, com o evento Christmas Town. Tem atrações como o Christmas Time Tree Show: uma árvore de Natal de 45 metros de altura é acesa a cada 10 minutos, com luzes dançantes. No We Three Kings Show, o público acompanha a travessia dos três reis magos rumo a Belém para encontrar o menino Jesus.

    Legoland

    WINTER HAVEN, Fla. - LEGOLAND Florida Resort's Christmas Bricktacular Celebration. PHOTO / LEGOLAND Florida, Merlin Entertainments Group, Chip Litherland)
    Foto: Chip Litherland/Merlin Entertainments Group/Divulgação

    O Papai Noel da Legoland é construído com as amadas pecinhas e tem o tamanho de um adulto. Já a árvore de Natal alcança 9 metros de altura e foi construída com 270 mil peças de Lego.

    A meninada pode ainda se divertir com os bonecos espalhados pelo parque e participar de uma caça ao tesouro temática. Chamada de Christmas Bricktacular, a celebração vai até 30 dezembro.

    Orlando Eye

    Fora dos parques, tem Natal especial também no complexo I-Drive 360. A Orlando Eye, roda-gigante mesmo — tem 122 metros de altura — está com quatro de suas 30 cabines especialmente decoradas com temas natalinos. Oferece dois pacotes para quem quiser dar uma volta na roda-gigante. Em ambos o visitante tem prioridade no embarque e realiza seu passeio ao som de músicas de Natal, mas num deles o visitante tem a companhia de Papai Noel.

    Isso sem falar no visual que se tem do alto dos 122 metros de altura da Orlando Eye, de onde se pode ver o complexo I-Drive 360 todo iluminado, com rinque de patinação no gelo, uma árvore de 6 metros de altura, toda enfeitada.

  • Natal em Nova York

    Natal em Nova York

    Alguma vez na vida você já deve ter visto num filme uma cena que se passasse em Nova York durante o Natal. Sabe aquela imagem clássica da rua coberta de neve, de um árvore alta, recoberto por luzes e bolas coloridas?

    Fotos: Julienne Schaer/NYC/Divulgação
    Fotos: Julienne Schaer/NYC/Divulgação

    Pois é, a metrópole americana tem qualquer coisa que combina, e muito, com o espírito natalino.

    Nova York é o lugar. Para estar rodeado de enfeites, ver lindas vitrines temáticas, patinar aos pés da árvore do Rockefeller Center ou assistir ao show de fim de ano do Radio City Music Hall. Tudo isso no clima do inverno e diante da beleza dessa grande cidade dos Estados Unidos.

     

    A árvore do Rockefeller

    Foto: Will Steacy/NYC/Divulgação
    Foto: Will Steacy/NYC/Divulgação

    Famoso cartão-postal do Natal nova-iorquinho é a árvore do Rockefeller Center, até 6 de janeiro. Durante o ano todo, o complexo de escritórios, que também reúne, lojas, restaurantes e área de entretenimento é parada obrigatória de todo turista. No Natal, além de decorado e todo iluminado, o Rockefeller Center ganha ainda um rinque de patinação para quem deseja deslizar aos pés da árvore. Nathalia conta que, quando morou em Nova York, preferia deslizar na pista do Central Park. O Rockefeller, ela diz, é ótimo cenário para tirar as clássicas fotos na alameda principal, com a árvore de estrela de cristal Swarovski ao fundo.

     

    Rockettes no Radio City

    Foto: Marley White/NYCGo/Divulgação
    Foto: Marley White/NYC/Divulgação

    Nessa região da cidade fica também o Radio City Music Hall. É a casa de espetáculos de Nova York, aberta em 1932. É um teatro que tem uma programação variada o ano inteiro e que encerra sua temporada de shows com o Christmas Spectacular, uma superprodução encenada pela companhia de dança The Rockettes, até 3 de janeiro. Antes do nosso filho, Joaquim, nascer, Nathalia não era ligada em Natal. Mas viu o tradicional musical de fim de ano do Radio City Music Hall em 1991. Diz que valeu pela experiência legitimamente americana: é grandioso, luminoso, um show mágico para a família.

     

    No Lincoln Center, o balé do Quebra-Nozes

    Igualmente super produzido do ponto de vista do cenário, iluminação e figurino, o New York City Ballet apresenta, desde 1954, o espetáculo O Quebra-Nozes. Embalado pela música do compositor russo Tchaikovsky, a história se passa na noite de Natal. Ate 3 de janeiro, é encenado no New York State Theaater, um dos prédios do Lincoln Center, grande centro de arte e cultura da metrópole americana.

     

    Vitrines com produção de Natal

    Essa atmosfera de Natal que inclui produção riquíssima também pode ser encontrada na vitrines. Já é uma tradição as pessoas esperarem pelo tema que cada loja escolhe enfeitar suas vitrines. Isso vale tanto para as grandes grifes quanto para as lojas de departamento. Para ver a maior quantidade delas, siga o circuito da Fifth Avenue.

    Nova York, Compras, Natal - Foto Julienne Schaer, NYCGo, Divulgacao

    Vale conferir as vitrines de: Bergdorf Goodman, Tiffany & Co., Saks Fifth Avenue, Bloomingdale’s e Henri Bendel. Em Nova York o que não falta é loja de departamento. Quase todas enormes, por sinal. É o caso também da Macy’s, que ocupa um quarteirão inteiro e tem 10 andares. Neste ano a decoração da loja foi feita em homenagem ao Snoopy e à turma do Charlie Brown. Forma fila não só de crianças, mas também de adultos, em frente às vitrines.

     

    Feiras natalinas pela cidade

    É possível aproveitar ainda a atmosfera das feiras natalinas montadas em espaços da cidade como Union Square, Columbus Circle e a estação Grand Central.

  • Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    ATUALIZADO EM 31 DE MARÇO DE 2019

    Meu coração é de Maria, mas viajo com Mercedes. A frase me saltou aos olhos quando a li em um para-choque de caminhão no meu tempo de criança. Essa gaiata declaração de amor feita à base de um trocadilho é para mim o melhor texto de publicidade escrito fora da publicidade. Ideia simples, um paradoxo em se tratando de uma marca luxuosa como Mercedes–Benz. Vencidos mais de 130 anos da invenção do automóvel, os carros da estrela de três pontas permanecem como símbolo de status, de algo para poucos. Já o museu da montadora, em Stuttgart, na Alemanha, anda na contramão da suposta imagem elitista.

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    Como é o Museu Mercedes-Benz

    Instalado em um lindo prédio futurista, que chama atenção à medida que você se aproxima dele, o acervo do museu de nove andares está dividido em duas exposições: Legend Rooms e Collection Rooms. Ao todo, são 160 veículos e cerca de 1.500 objetos expostos. Circulando por seus 16.500 m², você não esbarra tanto em potenciais compradores nem machos clássicos, daqueles que entendem tudo sobre quatro rodas.

    O Museu Mercedes é um espaço bem bacana para quem se interessa por história. Isso faz dele um programa ideal para adultos e crianças, como nós comprovamos durante nossa viagem em família pela Alemanha.

    O que fazer no Museu Mercedes

    O tour começa pelo alto. O elevador com pinta de cápsula do tempo leva o visitante a 1886, ano em que Götlib Daimler e Karl Benz buscavam criar, cada um em um canto da Alemanha, o primeiro automóvel movido por motor de combustão interna.

    A partir do salão onde estão expostos veículos pioneiros como o Benz Velo, de 1894, você é levado a percorrer os andares do museu por meio de rampas — super viável para cadeirantes. Painéis localizados à esquerda da descida contam de forma cronológica passagens da história da Mercedes — da junção dos rivais Benz e Daimler ao papel inovador que a marca sempre exerceu no mercado automobilístico, sem se esquecer do contexto mundial em que os fatos transcorreram.

    Nathalia e eu, que adoramos história, concluímos que se não houvesse um mísero carro exposto a visita teria valido a pena mesmo assim. Já o nosso filho, Joaquim, que ainda não sabia ler,  ficou atento às fotos. Quando reconheceu os Beatles — associados em um painel a uma determinada passagem da trajetória da Mercedes — ele parou e quis saber o que faziam naquela imagem os caras que cantam Don’t Let Me Down (“Du lé mi daun”, como dizia o Quim aos 3 anos).

    Nas sete Legend Rooms são apresentados lendários carros que ilustram um período histórico a partir de um tema central: da invenção do automóvel às inovações no campo da segurança — a Mercedes foi pioneira na criação do air-bag e do sistema de freio ABS, por exemplo.


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    Um piso inteiro conta o nascimento da marca Mercedes, batizada com o nome da filha de Emil Jèllinek, homem de negócios e piloto vocacional, cujas vitórias nas pistas ajudaram a impulsionar as vendas dos primeiros veículos da empresa na Europa.

    O que ver no museu na alemã Stuttgart

    Mais do que modelos de passeio, a Mercedes também se especializou na fabricação de veículos pesados, de serviços de emergência e para transporte de massa. Nas áreas chamadas de Collection Rooms estão expostos táxis, vans, ônibus, carros de polícia e de bombeiro, ambulâncias e até o papamóvel, tudo o que for capaz de fazer a criançada ficar vidrada naqueles brinquedinhos avantajados. Quando visitamos, havia lá também um caminhão parecido com o que vi na infância, mas sem a frase antológica no para-choque. Merecia estar escrita.

    Collection Rooms e Legend Rooms são exposições independentes, mas conectadas a cada andar. À direita fica o espaço dos veículos Collection. Se preferir ver apenas os Legend, vá para a esquerda e desça a rampa. O acervo completo consome duas horas de tour, aproximadamente.

    Os dois percursos terminam numa curva fechada intitulada Flechas de Prata — Corridas e Recordes. Nessa área comprova-se o poder da Mercedes em diversas categorias do automobilismo, das provas do turismo europeu à Fórmula 1, com destaque para os carros pilotados nos anos que antecederam a Segunda Guerra — tempo em que surgiu o mito das Flechas de Prata, assim chamados pela imprensa devido à ausência de pintura na lataria dos carros. Vê-se ainda os modelos que levaram o argentino Juan Manuel Fangio a dois de seus cinco títulos mundiais, e os carros que marcaram o retorno da Mercedes à Fórmula 1 com uma equipe própria, ocorrido em 2010, depois de 55 anos de ausências das pistas.

    Museu Mercedes, Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (14) (800x457)
    Mercedes-Benz, um mito das pistas de corrida

    VALE SABER

    Endereço: Mercedesstrasse, 100

    Transporte: A partir da estação central de Stuttgart, pegue a linha 1 do S-Bahn no sentido Kirchheim (Teck), desça em NeckarPark (Mercedes-Benz) e siga as placas que indicam o caminho do museu, a uns 15 minutos de caminhada. Em dias de jogos do Stuttgart, cujo estádio fica próximo, o acesso ao museu pode estar restrito. Portanto, use o transporte público para chegar ao Mercedes-Benz Museum

    Horário: De terça a domingo, das 9 às 18 horas (a bilheteria fecha 1 hora antes)

    Ingresso: adultos, 10 euros; jovens entre 15 e 17 anos e pessoas acima de 60 anos, 5 euros (menores de 14 anos entram de graça, se estiverem acompanhados por um adulto). A taxa inclui o áudio-guia, disponível em oito idiomas. Não há versão em português.

    Até 30 de junho de 2020, quem visitar o Museu Mercedes terá desconto de 25% na compra do ingresso para o Museu Porsche, mediante apresentação do bilhete. E vice-versa

    Alimentação: O café-bar do 1° andar (terça a domingo, das 9 às 18 horas) oferece de refeições rápidas a sanduíches. Durante o verão, sentar-se no terraço do restaurante (terça a domingo, das 10 às 19 horas) é ideal para saborear pratos da cozinha regional e internacional enquanto se admira a bela arquitetura do museu

    Site: mercedes-benz-classic.com/museum


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    Visita feita a convite do Museu Mercedes e do Turismo de Stuttgart



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  • Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023: comida, cultura e aula

    Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023: comida, cultura e aula

    O Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023, organizado pelo Projeto Fartura, ocorre entre 18 e 27 de agosto. Durante o festival, a cidade recebe cerca de 60 mil pessoas. Isso resulta em lotação de lugares e acomodações. Por isso, programe-se com antecedência: veja sugestões de onde ficar em Tiradentes, com pousadas e hotéis bem avaliados por viajantes, e o que fazer em Tiradentes.

    O evento deixa a cidade de Minas Gerais uma gracinha maior do que já é. Além disso, é um dos festivais gastronômicos mais renomados do país, com programação que envolve cultura também, em 200 atrações gratuitas e pagas. Combine o evento com passeios locais, caso da voltinha na maria-fumaça de Tiradentes.

    festival de gastronomia de tiradentes
    Anualmente, o festival leva 60 mil pessoas a Tiradentes – Foto: Divulgação

    A 26ª edição do Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes ocorre em três espaços da cidade mineira: a Praça da Rodoviária, o Largo das Forras e o Santíssimo Resort. Ao longo dos 10 dias, a programação oferece ao público a oportunidade de participar de formas diversas. Afinal, inclui de festins (jantares pagos de alta gastronomia) a apresentações gratuitas nas praças e ruas da cidade. Ao mesmo tempo, ocorrem demonstrações de produtos, palestras, degustações e aulas teóricas e práticas (de graça, têm inscrições abertas 30 minutos antes do início).

    Não é preciso saborear a cidade apenas no festival de gastronomia. A gente fica até perdido na hora de escolher onde comer em Tiradentes, já que existem boas surpresas à mesa o ano todo. Por exemplo, o Uaithai, onde Nath almoçou ainda em 2019. A casa, sob o comando de Ricardo Martins, funde Minas com Tailândia.

    Festival de Gastronomia de Tiradentes tem cozinhas diversas, como o tailandês Uai Thai
    Nath provou a fusão de Minas com Tailândia do Uaithai

    Que chefs participam da festa em Tiradentes

    A 26ª edição terá o predomínio das mulheres, maneira encontrada pela organização do festival homenagear Nelsa Trombino. Fundadora do restaurante Xapuri, aliás, ela é uma pioneira entre as mulheres na gastronomia. A chef morreu em maio, aos 84 anos.

    Na lista de chefs brasileiras participantes do Festival de Gastronomia de Tiradentes de 2023 estão Ieda de Matos (Casa de Ieda-SP), Mara Salles (Tordesilhas-SP), Morena Leite (Capim Santo-SP), Roberta Sudbrack (Sud, o pássaro verde-RJ), Flávia Quaresma (Carême Bistrô-RJ), Bruna Martins (Birosca S2-MG), Claudia Krauspenhar (K.sa-PR), Dani Martins (Épralevar-PA), Andreza Luísa (Mia-MG), Carol Fadel (Matula-MG), Maria Clara Magalhães (Matula-MG), Marina Lopes (Milos-MG).

    Entretanto, entre os homens foram confirmados os chefs Caetano Sobrinho (Caê-MG), Rafael Pires (Mia-MG), André Paganini (Chico Dedê-MG), Marcelo Haddad (Paladino-MG), Cristiano Seabra (Paço Real-PE) e Pedro Barbosa (Maní-SP).

    O festival de 2022 teve a presença do chef Jefferson Rueda, da Casa do Porco, restaurante de São Paulo, 12º melhor do mundo na lista The World’s 50 Best Restaurants, da revista britânica Restaurant em 2023. Rueda trabalhou ao lado de Matheus Paratella, do tradicional Tragaluz, localizado em casarão histórico da Rua Direita.

    festival de gastronomia de tiradentes
    Goiabada frita, um clássico do Tragaluz que a Nath experimentou

    Refeições preparadas por chefs locais e convidados fazem parte do Menu Festim, uma das atrações do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Em 2023, então, serão quatro jantares harmonizados e servidos no novo Espaço Raízes. Assim, cada jantar ficará a cargo de duas chefs: uma veterana e outra da nova safra de cozinheiros.

    Como é a programação do festival gastronômico

    No Santíssimo Resort, o espaço Brasa & Lenha será capitaneado por Flávio Trombino. De 18 a 20 e entre 25 e 27 de agosto, o chef do Xapuri apresenta receitas à base de carnes e frutos do mar.

    Na abertura do evento, dia 18, a dupla Mara Salles e Dani Martins prepara o primeiro jantar. No dia seguinte (19), será a vez de Morena Leite e Ieda de Matos. A parceria entre Flávia Quaresma e Claudia Krauspenhar abrirá o segundo fim de semana de Festim (25). Finalmente, o último jantar harmonizado (26) terá comando de Roberta Sudbrak e Bruna Martins.

    Comer é programa sério em Minas Gerais
    Lema da Mia Confeitaria vale em toda Tiradentes

    Durante o evento, muitos restaurantes de Tiradentes criam receitas exclusivas ou elaboram um cardápio todo especial para o Circuito Gastronômico que integra a programação. Em 2022, além do Tragaluz e do Uaithai, participaram do festival casas como Dengo, Gourmeco, Bistrô Casa Direita, Virada’s do Largo, Mia e Angatu.

    Pelas ruas há sempre a chance de esbarrar em espaços montados para levar ao público sabores únicos do festival, caso da Comidaria. Além disso, os chefs compartilham truques e conhecimentos em atrações como o Cozinha ao Vivo.

    Mas, para comprar ingredientes vindos de pequenos produtores locais, visite o espaço Mercearia Fartura. Ela funciona dentro do Santíssimo Resort, e terá charcutaria, queijos, doce de leite, pães, massas, geleias, sorvetes e temperos, tudo feito de modo artesanal.

    Evento gastronômico de Tiradentes, com aulas e degustações
    Cozinha ao vivo, atração do festival – Foto: Edson Teixeira/Divulgação

    Produtos semelhantes e ainda café, cachaça, azeite e mel mineiros também podem ser encontrados no espaço Sebrae, montado no Largo das Forras.

    Que apresentações musicais estão na festa

    As atividades do festival se concentram no centro histórico de Tiradentes. Enquanto come e bebe, o público se delicia com shows de jazz, MPB e música instrumental. Há ainda performances ao ar livre.

    Nos fins de semana do Festival de Gastronomia de Tiradentes, há apresentações musicais. Entre os artistas brasileiros que vão se revezar nos palcos estão a pianista Eloá Gonçalves, o baterista Carlos Ezequiel, o saxofonista Samuel Pompeo, o guitarrista Tato Mahfuz, o multi-instrumentista Everton Coroné, Bagatelas Quarteto, a cantora Adriana Araújo, InstruMetal, além dos DJs Mcastro, Thiagão e Aída.

    Show no Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes
    Tem cultura na programação em Tiradentes – Foto: Rodrigo Sampaio/Divulgação

    Qual é a história do evento e do Projeto Fartura

    Criado em 1998, o Festival de Gastronomia de Tiradentes recebeu até hoje cerca de 860 mil visitantes. Nesse período, o evento teve perto de 3 mil atrações gastronômicas e participação de quase 4.200 profissionais do setor, de todas as regiões do Brasil. Um total de 1.110 atividades artísticas foram levadas o público ao longo desses 25 anos.

    A programação inclui ainda uma vertente social. Por isso, há a oferta de cursos de capacitação e atividades gratuitas promovidas pela ação Fartura de Amor, responsável por arrecadar alimentos e distribuir refeições preparadas pelos chefs do festival. No campo da sustentabilidade, por fim, a organização encaminha resíduos para a reciclagem, utiliza materiais descartáveis feitos à base de bagaço de cana de açúcar, estabelece pontos de coleta seletiva durante o evento, entre outras iniciativas ambientais.

    O Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes passou a ter sua produção e organização a cargo do Projeto Fartura – Comidas do Brasil, desde 2009. Essa expedição já passou por cerca de 150 municípios do país e entrevistou em torno de 380 personagens da culinária nacional. Essa jornada rendeu não só descobertas de ingredientes e receitas, mas também livros, documentários e toda forma de conteúdo para quem, assim como os idealizadores do festival, ama a boa mesa.

    Comida mineira no Festival de Gastronomia de Tiradentes
    Comida mineira no evento em Tiradentes – Foto: Rodrigo Sampaio/Divulgação

    O Fartura tem a sustentabilidade como objetivo, mapeando a cadeia produtiva do alimento, da origem à mesa. Festivais sob a curadoria do projeto existem também em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Belém e Porto Alegre. O evento já chegou também a Lisboa.

    O que mais saber sobre o festival

    Data: O 26º Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes está previsto para o período de 18 a 27 de agosto de 2023

    Preço: Há programas pagos e gratuitos

    Sites: farturabrasil.com.br para mais informações sobre o festival

  • Maria-fumaça de Tiradentes: ingresso e horário do trem turístico

    Maria-fumaça de Tiradentes: ingresso e horário do trem turístico

    Bilhete na mão, apito de saída no horário marcado. Nathalia e eu nos sentimos nostálgicos no passeio a bordo da maria-fumaça de Tiradentes, trem turístico que liga a cidade a São João del Rei. Durante 50 minutos, vive-se a saudade de um tempo que muitos de nós não vivemos. Veja sugestões de onde ficar em Tiradentes, com pousadas e hotéis bem avaliados por viajantes – nos hospedamos na cidade e recomendamos por ser mais charmosa do que a vizinha. Confira aqui ingresso e horário da maria-fumaça de Tiradentes.

    Criada em 1881 por D. Pedro II, a rota da maria-fumaça que liga Tiradentes a São João del Rei corre sobre os trilhos da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, cujas iniciais EFOM estão gravadas na velha locomotiva, que ainda tem muita lenha para queimar e puxar o vagão para 280 passageiros. Os horários variam conforme a época do ano. O número de viagens pode aumentar em períodos de maior demanda, por exemplo, ao longo do Festival de Gastronomia de Tiradentes, principal evento da cidade, ou nas temporadas de férias.

    Como é o passeio até São João del Rei

    Fique atento porque nem todos os dias há saída na maria-fumaça entre São João del Rei e Tiradentes: o passeio de trem geralmente está disponível de sexta a domingo, com partidas de cada cidade.

    Maria-fumaça de Tiradentes a São João del Rei
    Todos em busca da melhor serpenteando no trem de Tiradentes

    O passeio de 12 km corta o belo cenário composto pelo Rio das Mortes e pela Serra de São José, área de proteção ambiental e destino dos amantes de trilhas e cachoeiras. Pois, a cada curva, cabeças e braços se lançam para registrar paisagem e flagrantes dos que respondem com acenos ao apito do trem.

    É um programa indicado tanto para quem faz uma viagem a dois quanto para quem tem filhos. Aquele chacoalhar do trem dá uma certa lombeira. No entanto, o vento que sopra da janela e traz o cheiro gostoso do mato aplaca essa sensação.

    Qual é o horário do trem turístico em Minas Gerais

    Em setembro de 2023, o horário da maria-fumaça de Tiradentes está com saída prevista para: 11 horas e 14h30, na sexta; 11 horas, 14h30 e 16h45, no sábado; e 11 horas no domingo. O trem sempre deixa a estação de São João del Rei 1 hora antes em relação ao horário de partida de Tiradentes. Contudo, vale sempre consultar os horários na programação mensal no site da concessionária da rota turística porque há alterações sazonais.

    A exceção neste mês, por exemplo, fica por conta do feriado da Independência: de 7 a 10 de setembro, o horário da maria-fumaça de Tiradentes muda: na quinta, parte às 14h e às 19h30; na sexta e no sábado, às 11h, 14h30 e 16h45; e no domingo, às 11h. Da mesma forma, o trem sempre deixa a estação de São João del Rei 1 hora antes em relação ao horário previsto para a saída de Tiradentes.

    Como comprar ingresso da maria-fumaça de Tiradentes

    É possível reservar um assento no site da VLI, a concessionária que administra a atração; nas compras online de passagens, é cobrada uma taxa de serviço. Mas ainda possível adquirir o ingresso da maria-fumaça de Tiradentes do mesmo modo que Nath e eu fizemos, na tradicional bilheteria da Praça da Estação.

    O ingresso custa R$ 86 (ida); R$ 172 (ida e volta) – pessoas acima dos 60 anos, estudantes e crianças de 6 a 12 anos pagam meia, mediante apresentação de documentação; até 5 anos, no colo dos pais, grátis.

    O que fazer em São João del Rei

    Nos programamos para tomar o primeiro trem que saía de Tiradentes e visitar um pouquinho que fosse São João del Rei. Deixamos para conhecer o museu ferroviário (ingresso a R$ 10) por último, já que ele fica na própria estação de embarque para o retorno. Inaugurado em 1981, tem em seu acervo preciosidades como a locomotiva número 1 utilizada na abertura da ferrovia.

    Maria-fumaça de Tiradentes, na estação de São João del Rei
    Estação da maria-fumaça em São João del Rei, com museu

    Durante mais ou menos 2 horas, passamos por pontos turísticos de São João del Rei, como a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Memorial Tancredo Neves (1º presidente da República eleito depois do regime militar, ele morreu antes de assumir o cargo, em 1985). Também é possível visitar o túmulo onde Tancredo foi enterrado, atrás da Igreja São Francisco de Assis. Com todo respeito, dispensamos essa parte porque não gostamos de turismo fúnebre.

    Visita a São João del Rei de trem, saindo de Tiradentes
    Passeio em São João del Rei

    O que comer e comprar na cidade histórica

    Resolvemos almoçar. Seguimos o movimento local e fomos parar no Colher de Pau, restaurante em São João del rei de comida mineira a quilo. Foi uma grata experiência, regada a vaca atolada e franguinho com ora pro nobis. Me esbaldei. Na época, Nath tirou foto do exato instante em que eu repeti um prato de quiabo com carne moída. Registro histórico que ela queria mandar para minha mãe, provando que eu já era um homenzinho e comia de tudo. Pena que a foto se perdeu no HD de um velho computador, assim como várias outras.

    A caminhada depois do almoço incluiu uma passada pelas lojas que vendem peças em estanho, tradição de São João del Rei. Copos, taças, vasos, sobram ofertas. Compramos dois pesados castiçais. Fiquei aliviado por ter uma mochila para carregá-los. Se for ficar pela cidade, veja hotéis em São João del Rei.

    Manobra do trem turístico de Tiradentes

    Passados os 50 minutos da viagem de volta, chegamos a Tiradentes e ainda registramos um costume que não se perdeu com a modernidade: na rotunda, de modo manual, a locomotiva é girada para mudar de direção. Amor ao passado, sim. Mas sempre olhando para frente.

  • Brasil animado: livro para crianças com um passeio pelos destinos

    Brasil animado: livro para crianças com um passeio pelos destinos

    Dois amigos, de temperamento e estilos bem opostos, se lançam numa jornada cercada de aventura e conhecimento em busca do grande jequitibá-rosa, a árvore mais antiga do país. Esse é o ponto de partida de Brasil Animado, livro homônimo ao primeiro longa-metragem brasileiro em 3-D, escrito e dirigido por Mariana Caltabiano.

    Com ilustrações de Eduardo Jardim, é editado pela Matrix. Relax e Stress são dois cães que percorrem as cinco regiões do Brasil num trajeto por vezes insano em se tratando de um roteiro de viagem, mas ainda assim delicioso de ser acompanhado.

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    O charme do livro é que ele lembra um scrapbook, aquele tipo de álbum de recortes que junta fotos com anotações e enfeites. Cada página de Brasil Animado apresenta cartões-postais e relatos do que a dupla passou em suas andanças por lugares geograficamente tão opostos quanto Caxias do Sul (no Rio Grande do Sul), Canoa Quebrada (no Ceará) e Manaus, por exemplo. Ao menos uma vez por semana, nosso filho faz dessa imensa colagem sua leitura. Resultado de uma misturinha boa entre São Paulo (eu) e Rio (Nathalia), Joaquim sabe que as semelhanças com os personagens do livro se limitam na origem de cada um e no prazer de percorrer e conhecer mais do Brasil.

    Falando sobre Brasil especificamente, por mais que sabores, sons e costumes brasileiros sejam frequentemente explorados de modo estereotipado em livros didáticos, na ficção de Mariana Caltabiano esses ícones são apresentados de um jeito leve e divertido, a partir das trapalhadas do paulista e pão-duro Stress e de seu sócio, o carioca e viajandão Relax.

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