Restaurantes imperdíveis e lugares como o St Lawrence Market, mercado de Toronto (Canadá), fazem da metrópole do Canadá um ótimo destino para quem, como a gente, gosta de saborear outras culturas. Você pode fazer umas comprinhas e experimentar comidas típicas do Canadá, pratos e ingredientes como o xarope de maple (extraído da árvore cuja folha é símbolo do Canadá), as frutas vermelhas (tão comuns quanto saborosas por lá) e o famoso peameal bacon de Toronto, sanduíche servido pela Carousel Bakery no mercado.
Localizado em Old Town, região que deu origem a Toronto, o St Lawrence Market foi aberto em 1803 como principal mercado público da cidade. Hoje, superados mais de dois séculos – e um incêndio que o arrasou por completo em 1849 –, o St Lawrence ampliou sua oferta de produtos, acrescentando pitadas de artesanato e de programação cultural ao comércio de comida fresca e local. Dá até para trazer algum souvenir de viagem.
Como é o mercado público de Toronto
O St Lawrence Market é um complexo composto por 3 partes: o South Market, o North Market e o St Lawrence Hall. A mais conhecida, no entanto, é a primeira, um espaço recheado com cerca de 120 comerciantes de produtos trazidos, em sua maioria, da região sul de Ontário. Lá estão ingredientes que você encontrará na composição de pratos dos principais restaurantes de Toronto. Também há lojas de artesanato e roupas, padarias e docerias.
Acrescente a essa receita de sucesso o fato de que, na feira realizada no North Market, o visitante pode comprar, comer e conversar diretamente com os produtores rurais. Seguindo uma tradição de 200 anos, esse farmer’s market funciona somente aos sábados, dia em que os produtores vendem seus queijos, frutas, verduras, legumes e carnes.
Localizado na King Street com a Jarvis Street, o St Lawrence Hall é um edifício histórico de 1850, restaurado em 1967. Hoje é um espaço usado para eventos sociais, corporativos e shows.
O que comprar e comer no St Lawrence Market
Nenhum turista vai ao St Lawrence fazer a feira da semana, evidentemente. A visita vale para conhecer e provar produtos e ingredientes vendidos por lá, entre eles algumas comidas típicas do Canadá.
Na hora de escolher o que comer no St Lawrence Market, todos os caminhos apontam para a Carousel Bakery, que serve o melhor peameal bacon de Toronto: um pornográfico sanduíche de bacon de lombo de porco envolto em uma camada de farinha de milho (originalmente, a farinha era de ervilha, daí o ‘pea’ do nome). Acrescente molho de mostarda com mel, fica delicioso.
A Olympic Cheese Mart tem sua especialidade no nome: desde 1958 vende queijos. Entre eles, cerca de 600 produzidos tanto no Canadá quanto em outros países como Inglaterra, Holanda e Nova Zelândia.
No South Market, além dos boxes que ocupam os pisos principal e inferior, há restaurantes para quem quer fazer uma boquinha. E pode ser logo a primeira refeição do dia, já que o mercado abre no fim da madrugada. Quebre o jejum com café acompanhado de bagel quentinho da St Urbain Bagels ou da Future Bakery.
No andar de baixo, na Eve’s Temptations, tortinhas de framboesa ou mirtilo são a pedida para os loucos por frutas vermelhas, como eu. Se você prefere um sabor mais familiar, experimente a versão local dos pastéis de Belém, doce típico de Portugal apreciado por muitos brasileiros, também como eu. No mercado da cidade composta por culturas diferentes, encontra-se um pouco de tudo.
Além do artesanato vendido regularmente no St Lawrence Market, da Páscoa ao Thanksgiving no Canadá (em outubro, data diferente do americano) é realizado o Arts in the Market. Nesse período, artistas, designers e artesãos ocupam o entorno do mercado com barracas para exibir e vender suas peças.
No segundo piso do South Market, funciona a Market Gallery, centro cultural com exposições relacionadas ao desenvolvimento da cidade de Toronto. Os cerca de 2.600 trabalhos, incluindo pinturas e fotografias, datam do meio do século 19 até os dias atuais. Esse espaço abrigou a câmara municipal de Toronto de 1845 a 1899.
Se for sábado, caminhe até o North Market, para encontrar os fazendeiros do sul de Ontário e seus produtos vindos diretamente do canteiro no farmer’s market de Toronto.
VALE SABER
Endereço: South Market: 92- 95 Front Street East North Market: 125 The Esplanade. St Lawrence Hall: 157 King St East
Transporte: O St Lawrence Market fica bem perto da Union Station, estação central da cidade, que conecta metrô, trens da Via Rail e UP Express (trem para o aeroporto). Basta caminhar pela Front Street, passando em frente ao Hockey Hall of Fame, museu do hóquei, e ao Gooderham Building, prédio histórico cujo formato acompanha a forma estreita da sua esquina
Horário: South Market: de terça a sexta, das 9 às 19 horas. Market Gallery: de quarta a sábado, das 11 às 16 horas. North Market: sábado (farmer’s market), das 5 às 15 horas.
‘Não há uma comida típica do Canadá.’ A afirmação vem de ninguém menos que Justin Trudeau. Em bate-papo sobre culinária, gravado para o site Explore Canada, do órgão oficial de turismo, o primeiro-ministro do país justifica sua opinião baseado na incrível diversidade de seu povo. Do caldo formado por diferentes contribuições e tradições, pratos e ingredientes deram à cozinha canadense uma identidade nacional. Aqui listamos as principais comidas típicas do Canadá.
Num país de inverno rigoroso, um prato típico do Canadá feito com batatas afaga o corpo e traz conforto. Criada em Québec, a poutine ganhou projeção nacional e é consumida em qualquer época do ano em toda parte. A receita de poutine original, com pedaços de queijo e molho de carne, recebeu releituras locais. Por exemplo, nas Províncias Marítimas, no litoral leste do país, a lagosta substitui a carne bovina no prato à base de batatas fritas e queijo. É essa calórica combinação que encabeça a lista de comidas típicas do Canadá, que ao lado de bebidas tradicionais formam um país saboroso.
Entre os ingredientes, o xarope de maple talvez seja o caso mais conhecido. Extraído da árvore que tem estampada sua folha na bandeira do Canadá, ele é um legítimo produto local, consumido em todo o território. O icewine, vinho de uvas congeladas do Canadá, é outro orgulho nacional, ainda que Alemanha, Estados Unidos e Japão também se dediquem à fabricação desse produto.
1 | Poutine
Batata frita faz a alegria de muita gente, sem dúvida. Acrescente a essa maravilha pedaços de coalhada de queijo e molho de carne. Essa receita surgida em Québec virou mania nacional, mas é na província francesa que ela é realmente uma tradição. Aberto 24 horas, o La Banquise, no bairro Plateau-Mont-Royal, serve apenas poutine e oferece 30 versões do prato. Nathalia esteve lá na sua primeira viagem a Montréal. Em outra ocasião em 2017, também almoçou o prato típico do Canadá feito com batatas no La Belle et La Boeuf. Localizado na Rue Saint-Catherine, ele é uma opção de happy hour animada, com sua ampla carta de drinks. Além de hambúrgueres, unidades da rede Frite Alors! servem poutine, incluindo a versão com carne defumada (smoked meat) que Nathalia também comeu e recomenda (diz: é uma delícia!).
2 | Maple
Se fosse no Brasil, ele seria o produto perfeito para figurar num daqueles comerciais sobre o agronegócio. O maple está na bandeira do Canadá. Está presente no dia a dia de todos os habitantes do país. Está no café da manhã, no almoço e no jantar. Está na calda da panqueca, está no pirulito, no preparo do prato principal e na finalização da sobremesa. Maple é tradição. É produto exportação. É presente de viagem também. E Québec é o maior centro produtor do xarope de maple de todo o mundo. Carla, irmã da Nathalia, já contou aqui como é a visita a uma fazenda de maple no Canadá, um dos passeios para se fazer na primavera.
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3 | Icewine
Comer sem beber é difícil, né? Na ida às Cataratas do Niágara e visita às vinícolas perto de Toronto, isso fica comprovado. Além de estar entre os pontos turísticos do Canadá, a região é uma das principais produtoras de vinho do país. Ao lado das quedas d’água, na pequena cidade de Niagara-on-the-Lake, a harmonia entre um bom prato e uma taça é celebrada a cada refeição. É lá também que se encontra uma bebida tipicamente canadense, o icewine, vinho de uvas congeladas, que Nathalia provou em 2 momentos diferentes da sua última visita a Ontario: no almoço da vinícola Two Sister e no bar de gelo da Peller Estates, em que vestiu casaco especial para encarar os 10 graus negativos do ambiente.
4 | Peameal bacon
Se for visitar o St. Lawrence Market, mercado de Toronto, não deixe de comer o sanduíche que é marca registrada do Carousel Bakery. O peameal bacon é composto por finas fatias grelhadas do genuíno lombo canadense envolto em farinha de milho — a receita original levava farinha de ervilha (pea, em inglês). Acompanha molho de mostarda com mel. É bem bom!
5 | Butter tart
É a chamada receita de vovó que atravessa gerações agradando sempre. A torta de manteiga tradicional é uma massa folhada com recheio que mistura açúcar, xarope de milho ou maple, ovo e manteiga (claro!). Registros comprovam que a primeira menção a este doce foi feita em um livro de receitas do século 19, cuja a venda ajudou a arrecadar fundos para um hospital da cidadezinha de Berrie, em Ontário. Desde 2013, outra cidade da província, Midland, promove o maior festival de tortas de manteiga do Canadá.
6 | Canada Dry (Ginger Ale)
Colonizados que somos pelos refrescos à base de cola e bebedores orgulhosos do legítimo guaraná, natural estranharmos o primeiro gole de um ginger ale. A bebida produzida pela Canadá Dry desde 1904 tem gengibre em sua fórmula, o que ajudou a suavizar a birita (e o flagrante) no tempo da Lei Seca. Hoje, além de puro, o refrigerante sai também de fábrica misturado com cranberry, blackberry e até chá verde. Como diriam os anúncios de antigamente, ginger ale está à venda nas boas casas do ramo.
7 | Frutas vermelhas
Se tem algo de que Nathalia sente falta quando volta do Canadá são as frutas vermelhas: cranberries, raspberries, blueberries, wild berries, todas sem exceção. Elas são frescas, suculentas e, principalmente, baratas. De tão abundantes no país, há supermercados e mercados de produtores que fazem promoção do tipo leve 3 pague 2. E Nathalia sempre compra, lógico. Sai com elas pelas ruas porque, além de tudo, são práticas para sacar da mochila e comer no intervalo entre uma atração e outra. Praticamente todos os mercados públicos do Canadá têm uma banca que vende frutas vermelhas frescas. Em Québec, tem ainda o Marché des Saveurs du Québec, em frente ao Marché Jean Talon, principal mercado público da cidade. Vende o que é fabricado na província e derivados de frutas vermelhas, com destaque para o mirtilo selvagem (bleuets sauvages). São geleias, xaropes, chás e tudo mais que possa ser convertido em pequenas porções de felicidade.
8 | Bagel
Existe muita discussão em torno do melhor bagel: se o de Nova York ou o de Montréal. Certo mesmo é que a receita tem laços com os imigrantes judeus que chegaram às duas cidades. A massa da versão canadense leva água adocicada com mel, o que se reflete no sabor final. É também mais crocante e tem tamanho um pouco maior do que o primo-irmão americano. Em Montréal, disputam o título de melhor bagel a Fairmount Bagel e a St. Viateur Bagel (cujos pãezinhos também são encontrados no Marché Jean-Talon).
9 | Carne defumada (smoked meat)
Em Montréal, todos os caminhos levam à Deli Schwartz, restaurante judaico com 90 anos de tradição cuja especialidade é o sanduíche de smoked meat, ou carne defumada (peito de boi marinado por 10 dias em uma mistura de ervas finas e especiarias), servida com mostarda no pão de centeio. O poeta e cantor Leonard Cohen era fã dos sandubas preparados pela Main Deli Steak House, concorrente que também fica no Boulevard Saint-Laurent, praticamente em frente ao Schwartz. Na dúvida, prove um de cada endereço, mas saiba que o sanduíche é enorme, então vale a pena dividir se a fome não for grande. Na Vieux Montréal, parte do centro antigo da cidade, tem também o restaurante Brisket, que significa peito de boi e serve smoked meat.
10 | Beaver tail
Por causa do formato comprido e achatado, a tradução para essa ‘gordice’ é rabo de castor. É o carro-chefe da rede de confeitarias batizada com o nome do doce criado por ela em 1978. A massa se assemelha à de uma rabanada. Bem esticada é frita em óleo até ficar dourada. Não leva recheio. Em compensação, dá-lhe cobertura! Nathalia e nosso sobrinho, Caio, foram à unidade da Beaver Tails perto do Vieux Port, no centro velho de Montréal. Dividimos a versão com pasta de chocolate e avelã.
11 | Nanaimo bar
Doce em três camadas, típico da cidade de Nanaimo, na província de British Columbia. A base é composta por mistura de chocolate, biscoito moído e nozes; o meio leva um creme de manteiga e a cobertura de ganache de chocolate arremata tudo. O doce é o orgulho da cidade da costa oeste canadense, tanto que o centro oficial de turismo de Nanaimo criou a rota dos 39 melhores lugares para se provar nanaimo bar, o original e suas releituras. Não chore, dá para encontrar o doce em cidades como Toronto, onde provei nanaimo bar na Blackbird Bakin Co, em Kensignton Market e no St. Lawrence Market.
12 | Lobster roll
Por razões óbvias, nas províncias marítimas banhadas pelo Atlântico quem reina é a lagosta. Ela está presente em todos os pratos possíveis, durante o ano inteiro. Acha exagero? Pois saiba que até no Natal o peru perde o protagonismo para a lagosta. Na Nova Escócia, além de prová-la à moda roots (usando alicate para quebrar a casca e avental para estancar a sujeirada que os estilhaços provocam), Nathalia comeu ainda o lobster roll, icônico sanduíche em pão de leite recheado com salada de carne de lagosta e maionese. É um lanche que também pode ser encontrado em outras cidades canadenses e americanas.
13 | Carne de bisão
Fisicamente, o bisão se assemelha ao boi e ao búfalo. Nos primórdios do Canadá, sua carne desidratada e triturada servia de base para o preparo do Pemmican, comida rica em proteína e caloria, ideal para alimentar os caçadores de pele que enfrentavam meses e meses de temperaturas negativas. No jantar na CN Tower, em Toronto, Nathalia experimentou bisão de modo menos ortodoxo, grelhado com legumes de acompanhamento. Comi também na forma de sanduíche em Edmonton, no café do Royal Alberta Museum.
14 | Queijos de Québec
Se há um traço marcante da cultura francesa em Québec, ele está redondamente materializado em uma paixão: queijo. A província canadense domina a produção nacional, sendo responsável por fabricar cerca de 500 variedades. Uma visita pelos mercados Jean Talon e Atwater, ambos de Montréal, comprovam estes números: há desde versões mais moles e suaves às mais duras e de sabor acentuado. Já em cidades como Toronto a dica é dar uma passada no Pusateri’s que funciona dentro da Saks’s Fifth Avenue. A unidade desse empório familiar tem uma sessão de queijos que também impressiona pela variedade e pela qualidade. Por toda a província de Québec, fazendas produtoras de queijo abrem suas instalações para visitas guiadas com direito à degustação.
15 | Bannock
Este pão de raízes escocesas foi incorporado à culinária de um dos primeiros povos que habitaram do Canadá, os inuits. De formato arredondado e baixinho, o bannock leva farinha, fermento, leite e óleo. Ele vai bem no café da manhã ou para acompanhar a refeição principal. Bannock é também o nome de um restaurante em Toronto onde Nathalia provou o pão e bebeu um maravilhoso suco de mirtilo, outra especialidade do Canadá.
‘Para o carioca, boteco bom é aquele que fica perto da casa dele’. Quando Nathalia me disse isso, pensei que era apenas de uma frase de efeito. Entretanto, passados 13 anos, depois de muitas vindas e permanências na cidade, compreendi o sentido daquela afirmação. Quem busca bares na Tijuca geralmente mora na região, mas nada impede que você conheça alguns dos clássicos pontos de botequeiros nesse bairro da zona norte. Por outro lado, se a ideia for expandir o território, confira famosas opções de boteco no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, conheço muita gente que passa a mão no carro e vai atrás do bar da moda (recém-aberto ou não), do boteco que tem uma caipirinha assim ou assada, de uma novidade culinária assim ou assada. Ou frita. No Rio, contudo, esse processo não é tão comum. Antes de mais nada, o carioca prestigia os lugares do seu entorno. Portanto, vira freguês e entusiasta.
Sendo assim, em uma de nossas aventuras etílico-baixo-gastronômicas pelo Rio, Nath e eu fomos à Tijuca, que eu conhecia de fama e do tanto que esse bairro da zona norte da cidade era (e ainda é) falado pelo José Trajano. Tijucano devoto, meu ex-companheiro de redação se empolgou quando soube que nós estávamos metidos pelas ruas do bairro onde foi criado.
Uma vez que ele soube da nossa presença por lá, Trajano recheou meu Whatsapp com dicas de lugares para beber cerveja gelada, comer petiscos e até encarar pratos mais parrudinhos. O valor desses botecos está justamente nessa combinação, não no mobiliário que utilizam, na decoração que ostentam ou no maneirismo de seus cardápios. Sendo assim, juntando a nossa pesquisa de campo com o que ele nos indicou, elaboramos uma listinha para quem procura por bares e botequins na região da Tijuca.
1 | Bar do Bode Cheiroso
Deu medinho no momento em que você leu esse nome, deu? Bobagem, cheiroso mesmo é o molhinho de pimenta dos recipientes que descansam em cada mesa. Nesse boteco com B maiúsculo, fundado no fim dos anos 1940 e de nome Macaense, não é o bode quem reina, mas o porco. O pernil é servido de várias maneiras: em pratos, em sanduíches e em salgados, como o croquete acompanhado de molho de abacaxi. Releitura do famoso sanduba do Cervantes? A gente não crava, mas pode até ser. O fato é que a carne vem desfiadinha de um jeito que lembra muito o modo de se fazer bolinhos de bacalhau. Pudera, a origem dos donos é portuguesa, o que muito explica o jeitão de pé-sujo-luso-das-antigas, com direito a venda de aparelho de barbear descartável.
Pertinho do Estádio do Maracanã, o Bar do Bode Cheiroso vira ponto de encontro, de esquenta e até de concentração de torcedores em dias de jogos — o escudo do Vasco na parede não deixa dúvida de que estamos em um botequim que respira futebol. Sem dúvida, é uma tabelinha para os dias de bola rolando ou depois de fazer o Maracanã Tour, a visita guiada. Mais: Instagram do Bode Cheiroso.
2 | Bar do Momo
O letreiro da entrada avisa: Bar do Momo, petisco e refeições. Mas bem que poderia estar escrito também ‘hambúrgueres sarados’ (e premiados). Diariamente, depois das 15h30, três opções do lanche podem ser pedidas pelos fregueses — o bar promove ainda festival do hambúrguer nas noites de quinta. Trajano recomenda: ‘peça o melhor bolinho de arroz da cidade’. A saber: ambiente sem um pingo de frescura, como convém aos botequins. Mais: Instagram do Bar do Momo.
Tem muita comida para pedir nesse restaurante fundado em 1957 pelo espanhol Manolo. Mas chega a ser deselegante sair sem provar o carro-chefe do bar: empadas — de camarão, de frango ou de palmito, não importa se uma ou todas, que foi o que gente fez. Só para ilustrar, o cardápio do Salete tem outros campeões de saída, como o arroz de camarão. “Uma porção alimenta dois e meio”, revela Trajano. Ou seja, é comida na medida para forrar o estômago antes de tomar alguma(s) coisinha(s) gelada(s). Está nesta lista de bares da Tijuca porque é um clássico carioca e você pode apenas beber e petiscar. Mais: Instagram do Salete.
4 | Bar do Pavão
Adoradores de cozido, vosso lugar é aqui! Não faz muito tempo, o bar não tinha rede social, então o jeito era saber como chegar no boca a boca. Aqui o Trajano repassa a dica para comer essa receita portuguesa. Carnes, legumes e defumados estão separadinhos, só entra no prato o que você gostar. Para quem não é chegado no cozido, saiba que o bar oferece feijoada. Antes de mais nada, é sempre bom lembrar que a amável combinação dessas comidas com cerveja de garrafa resulta em soninho. O Pavão fica na Praça Comandante Xavier de Brito, 53, vulgo praça dos cavalinhos da Tijuca — o que vai facilitar (e muito) a sua localização. Mais: Instagram do Pavão da Tijuca.
5 | Bar do Chico
Se você for do tipo que gosta de tudo arrumadinho, piso hidráulico, mesinhas de mármore fazendo a linha Rio antigo que muito bar tenta imitar, provavelmente passará reto pelo Bar do Chico. Mas é daqui, onde as caixas de cervejas se avolumam nas portas, que o Zé Trajano repassa mais uma dica, quase uma senha sobre o que pedir para comer: carne seca com aipim. Aliás, foi nesse boteco que o Zé lançou seu segundo livro, Tijucamérica, fusão de duas grandes paixões da vida dele: o bairro e o América, o clube de futebol da Rua Campos Salles. Já o Bar do Chico fica na rua Afonso Pena, a poucos passos da nossa próxima sugestão.
Caçula dentre os bares e botequins da cidade, o Bar Madrid foi aberto em 2015. Com tão pouco tempo de vida, arrebatou paladares dos locais e dos tijucanos por adoção. Tem batidinhas que já caíram no gosto dos frequentadores, um sanduba de milanesa com queijo que dá fome só de ver a foto e um pastel de jiló com linguiça mineira que vale a visita — deixe seu preconceito em casa, porque o único amargor que você vai sentir é o da cerveja, se estiver bebendo uma (aliás, peça uma garrafa sem medo, pois estará no capricho). Fica na Almirante Gavião, uma rua estreita e curta, sossegada como testemunhamos numa tarde de terça.
O ambiente é simples, mas convidativo. A origem espanhola dos donos do explica o nome do bar, as fotos do time do Real e do cantor Julio Iglesias como parte da decoração. Retratos da atriz espanhola Sarita Montiel e do ex-presidente Getúlio Vargas ajudam a preencher as paredes, onde também repousam flâmulas do América, o clube-símbolo da Tijuca. Mais: Instagram do Bar Madrid.
7 | Bar da Gema
Não faltam petiscos de boteco nem comidinhas de adular coronárias, como porco atolado, pastel de camarão e rabada com batata e agrião. Portanto, não vá na mesma semana em que você tem consulta com o seu cardiologista. O bar fica já no fim da Tijuca, quase Andaraí, e só abre à noite. Mais: Instagram do Bar da Gema.
8 | Na Brasa Columbia
Haddock Lobo com Afonso Pena. Desde 1974, o Na Brasa Columbia funciona na mesmíssima esquina, servindo sua especialidade: galeto, coradinho e saboroso — o ponto da carne fica a critério do freguês. No passado, os clientes comiam em balcões com banquetas, que terminaram por dar ao lugar a sugestiva alcunha ‘bunda de fora’ — apelido de casas similares pela cidade. Não só dá para sentar do lado de fora, bem como no salão com ar refrigerado.
Peça chope e fique atento ao tec-tec-tec da tesoura que destrincha os galetinhos antes de eles desembarcarem nas mesas da clientela. Depois que criou fama, o Columbia ultrapassou as fronteiras tijucanas, podendo ser encontrado também em Copacabana, em Botafogo, na Barra e no Recreio. Mais: Instagram do Na Brasa Columbia.
9 | Bar Cantinho do Céu
‘Totalmente boteco’, resume Trajano. Ou seja, é lugar de beber cerveja de garrafa, jogar conversa fora com amigos ou ver o futebol na tela da TV. Se estiver aquele sol de rachar, as árvores da rua garantem boa sombra, completa o Zé. Fica na Maestro Villa Lobos (nº 2), travessa sem saída em frente ao Columbia.
10 | Boteco do Peixe
Para chegar a este boteco que não tem letreiro na fachada, conto com a ajuda do melhor aplicativo quando o assunto é Tijuca, o WaZé Trajano, que crava o endereço: Rua do Matoso, 125. Aqui se come pratos à base de frutos do mar, de casquinhas a moquecas, só para ilustrar. Gosta não? Eles também servem filé de frango ou de carne com fritas. Para conhecer durante o dia.
Festival de gastronomia Taste of São Paulo reúne grandes chefs de 30 restaurantes da cidade para 4 dias de bons almoços e jantares. Evento mundial tem sua segunda edição na capital paulista
Pense numa imensa praça de alimentação. Em vez daquele ambiente tipicamente feérico de shopping center, muito verde em volta; no lugar dos fast foods, bares e restaurantes que fazem a fama da gastronomia de São Paulo.
Pela segundo ano, a cidade é palco do Taste of São Paulo, festival que também é realizado em 21 países pelo mundo, como o Taste of Toronto, no Canadá. A edição 2017 ocorre novamente no Clube Hípico Santo Amaro, onde são montadas versões reduzidas de 20 cozinhas, responsáveis por preparar de modo fiel pratos e drinques servidos em 30 das casas mais renomadas da capital paulista.
Algumas delas pertencentes ao mesmo grupo, caso dos restaurantes Fasano, Trattoria e do Bistrot Parigi (Grupo Fasano), do Bar da Dona Onça e da Casa do Porco (sob comando do casal Jefferson e Janaína Rueda), do bistrô Le Jazz e seu bar, o Petit.
O Taste of São Paulo deste ano traz algumas novidades, como os sabores asiáticos do Tian, o melhor da cozinha italiana contemporânea oferecido por Nino Cucina e Peppino, receitas brasileiras do Tordesilhas e pratos com o DNA do D.O.M, grupo comandado por Alex Atala, representado pelos restaurantes Dalva e Dito, Mercadinho Dalva e Dito e Açougue Central.
A proposta do festival segue igual à que atraiu 16 mil pessoas no ano passado: degustar, mas sem se fartar em um só lugar. Por isso, as porções de comida têm entre 100 e 120 gramas — preços que vão de R$ 15 a R$ 35 — servidas em sessões de almoço e jantar.
Além de comer e beber, o público pode ver de perto os chefs (midiáticos ou não) em demonstrações e palestras. Atala vai falar sobre como repensar nossa conexão com o alimento, enquanto Benny Novak (Cia. Tradicional, Ici Bistrô) mostra detalhes da preparação dos clássicos steak tartare e moules frites. Quem for ao Taste tem também a chance de ver o premiadíssimo barman Souza ensinar, passo a passo, como se prepara a famosa caipirinha do Veloso; verá ainda a chef Helena Rizzo (Maní) fazer, ao vivo, o arroz de suã com favas verdes e ovo.
Não é preciso pagar para assistir às aulas, basta retirar as senhas distribuídas cerca de 30 minutos antes de cada palestra. Já para quem quer botar a mão na massa, existe a chance de participar do Papo de Cozinha. Restrito a 36 pessoas e pago à parte (as vendas começaram no fim de julho), a experiência consiste em preparar um prato seguindo ensinamentos e dicas de um chef renomado. Jurados do programa Masterchef Brasil, o trio formado por Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça está nessa.
E para os que não concebem comer sem harmonizar, o Taste of São Paulo vai oferecer também aulas com degustações de vinho e de cervejas, sob a supervisão de sommeliers. Gratuitas, as inscrições devem ser feitas no local meia-hora antes do início de cada apresentação.
VALE SABER
Quando: Em 2017, de 24 a 27 de agosto
Preço: O ingresso custa R$ 60 (patrocinador do Taste of São Paulo, o banco Santander dá desconto de 30% para clientes que usarem o cartão Mastercard na compra de até 4 ingressos por CPF e sessão)
A entrada dá direito a uma das sessões: almoço, das 12h30 às 16h30, ou jantar, das 19h30 às 23h30 (domingo, até 22h30).
O ingresso inclui acesso aos restaurantes (comida paga à parte), ao mercado, à adega Taste e às aulas e palestras gratuitas (mediante senha)
As melhores pizzarias de SP têm raízes na Itália. O que explica os paulistanos estufarem o peito com orgulho quando o assunto é pizza, em um sentimento parecido com o do nova-iorquino, que parece descobrir uma nova meca de slices a cada verão. A forte imigração italiana é o fato comum na formação das duas metrópoles. Portanto, está no DNA, como muitos dos estabelecimentos fazem questão de registrar em cardápio ou site oficial – veja hotéis em São Paulo.
Algumas pizzarias de SP não só importaram como ‘exportaram’ segredos para lugares menos afeitos à tradição de se comer um disco redondo de massa coberto por molho de tomate, queijo e embutidos. No Rio, o ketchup foi banido do imaginário de quem se senta numa filial portentosa de alguma pizzaria paulistana, como a Bráz. Heresia tem limite.
Um giro de 5 minutos por São Paulo e logo percebe-se a quantidade de lugares que servem pizzas: portinhas que funcionam na base do delivery, padarias que fazem redondas mais saborosas do que o próprio pão francês que vendem, salões caducos, casinhas minimalistas.
Por essa razão, cada paulistano (genuíno ou por adoção) carrega na ponta da língua (onde mais?) uma lista pessoal das melhores pizzarias de SP – as que frequenta, frequentou ou tem vontade que os outros frequentem. Eu também tenho a minha. Paulistano da Mooca, adoro um pizza e já morei em diferentes bairros das zonas sul e oeste de São Paulo. Na relação a seguir, estão contidos lugares em que estive sozinho ou com a Nath. Com ou sem o Quim, nosso filho. Bom apetite!
1 | Marguerita
Por termos morado nos Jardins, bairro na zona sul de São Paulo onde fica esta pizzaria, Nathalia e eu ficamos mal acostumados porque só pedíamos pizza lá. Razão pela qual deveríamos ter exigido participação nos lucros pelos anos em que fomos fiéis à Maguerita Pizzeria. Brincadeira. Além do sabor que batiza a casa, tem criações exclusivas, como as matadoras a Pizzalino (com calabresa artesanal e manjericão) e a Quattro Formaggi di Parma (4 queijos com presunto cru). Encontrar mesa vazia nos fins de semana é difícil. Fácil, fácil é trombar com boleiros da atualidade e das antigas nos fins de noite de domingo.
2 | Bráz
Orgulha-se de ter sido eleita uma das 10 melhores pizzarias do mundo, em lista dos jornais The Guardian, da Inglaterra, e do italiano Corriere della Sera. Nos 20 anos desde que abriu as portas, a Bráz Pizzaria atravessou seus domínios para além de Higienópolis, abrindo filiais por São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. A massa é daquelas de borda grossa, capaz de suportar a robustez de sabores como a Carbonara, versão redonda do espaguete que leva panceta, pecorino, ovos e pimenta do reino. Ok, sabores tradicionais também estão no cardápio, não se assuste.
3 | 1900
A primeira unidade foi montada em um barracão erguido no início do século, daí o nome 1900. Nos últimos 35 anos, tornou-se uma rede presente em bairros como Jardins (zona sul), Perdizes (zona oeste) e Tatuapé (zona leste). A massa média pode ser aberta nas versões integral e sem glúten (à base de farinha de arroz). Novidades como a Amatriciana e a Caponata figuram no cardápio juntamente com as tradicionais Mussarela, Calabresa e Quatro Queijos, além das versões comemorativas — a TrentaCinque combina coração de alcachofra, burrata, tomatinhos, presunto Parma e rúcula.
4 | Camelo
Restaurante de especialidades árabes quando abriu as portas, a Camelo começou a servir discos de massa fina só alguns depois. Sua fachada ficou muito conhecida no noticiário político por causa do Rodrigo Rocha Loures, o deputado federal que saiu correndo pela Rua Pamplona com uma mala recheada de dinheiro. A boa reputação de suas pizzas não impede que a Camelo tenha algo de Brasília em seu caminho. À base de mussarela, calabresa levemente apimentada, manjericão e azeitonas pretas, a JK é uma das opções do cardápio, que na unidade do Rio ganhou um sabor especial, a Ipanema.
5 | Speranza
Tortano, pão de lingüiça assado no forno a lenha, é uma crueldade servida como entrada. Se bobear, a pizza acaba até sendo esquecida. Mas não cometa essa imprudência numa primeira visita à Speranza. Controle-se e peça uma Cinghiale (que leva calabresa de javali, menos gordurosa que a linguiça tradicional) ou a Margherita que, aliás, é o único sabor do cardápio que não pode ser pedido no esquema meio a meio. Em 2023, a casa-mãe no bairro do Bixiga completa 65 anos. A segunda unidade fica em Moema.
6 | Monte Verde
Pioneira em servir pizzas de massa fina, a Monte Verde funciona, desde 1956, no tradicional bairro do Bom Retiro, no mesmo endereço. Experimente a pizza de brócolis com toque de anchova, coberta por mussarela. Pode soar estranho, mas é gostosa. Ligüicinha assada no forno à lenha para pedir de entrada, Charlotte para comer de saída. Aliás, não prove esta sobremesa clássica se não for na sua versão completa: com chantilly e calda quente de chocolate.
7 | Pizzaria do Angelo
Angelo é reduto da Mooca, frequentado por moradores tão antigos quanto a própria pizzaria. Mussarela e calabresa, básicas das básicas, disputam espaço no cardápio com extravagâncias como a Angelo, que leva iscas de filé mignon, catupiry, parmesão e azeitonas verdes. Vende pedaços no balcão, geralmente ocupado por fregueses que curtem ficar na resenha com os garçons.
8 | Galpão da Pizza
Em meio a um quarteirão residencial da Pompéia, a charmosa Galpão da Pizza oferece redondas clássica cobertas por mussarela, calabresa ou catupiry. E ainda aposta em ingredientes menos ortodoxos, como queijo brie e carne de jaca. Menu tem opções vegana, sem glúten e também pizzas individuais. O salão do fundo tem teto retrátil, convidativo em noites quentes e estreladas.
9 | São Pedro
Fundada em 1966, na véspera do dia do santo homônimo, a São Pedro forma uma espécie de Santíssima Trindade de um autêntico sábado no bairro da Mooca (os outros vértices são assitir a um jogo do Juventus e comer um legítimo canolli). Reduto familiar, onde falar alto é quase uma obrigação. Mussarela, Escarola e Bacalhau são sabores campeões da preferência. Vende pizza individual no balcão, para alegria da rapaziada que vai sair de rolê nas noites de sábado.
10 | Todo Sabor
Conceito que vale para botecos no Rio de Janeiro vale aqui também para pizzarias em São Paulo: a melhor é sempre aquela que fica perto da sua casa. A Todo Sabor foi descoberta quando nos mudamos para a Vila Romana. Diante de um janelão de vidro voltado para a rua, o forno a lenha funciona de chamariz. E a Castelões, com lascas de linguiça, queijo cremoso e alho poró, é pule de 10 aqui em casa. É possível comer no pequeno, mas bem ajeitado salão. Garçons trazem na mesa um pedaço de massa para a criançada brincar de pizzaiolo — e eles ainda assam o resultado dessa quase aula de educação artística.
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11 | Castelões
Trata-se da pizzaria mais antiga de São Paulo, aberta em 1924. Fachada e decoração interior não desmentem isso. O telefone fixo apresenta problemas (informação escrita no site oficial), o que talvez explique por que até hoje a pizzaria não aceita cartões. Esse jeitinho roots da Castelões divide opiniões entre os frequentadores. Há quem lamente, mas ame a tradição de morder uma fatia da clássica pizza de calabresa. E tem os que enxergam que o fim está próximo, mais próximo que o estacionamento mais próximo onde se possa guardar o carro em segurança. Afinal, fica em um trecho do bairro do Brás que, atualmente, é sinistro de andar à noite.
12 | Forneria Napolitana
“Chamar uma pizza”, como diz minha mãe, é algo natural na vida de qualquer paulistano. No Brooklin, a Forneria Napolitana tem ar moderninho, mas segue a tradição de preparar a legítima Marguerita Napoletana. Além dela, há pizzas como a Burrata Mamma Mia e a Dio Santo, com pesto de alcachofra. O chef Daniel Jorge Warda afirma que os segredos de suas redondas estão na massa de fermentação natural de 72 horas e no molho de tomate fresco, preparado diariamente. Apenas para delivery ou retirada na loja.
13 | Maremonti
Originário do litoral norte de SP, o restaurante Maremonti espalhou-se em diversas filiais na capital paulista. Novidades como a Speciale Bolonha (molho de tomate, mussarela de búfala, mortadela de Bolonha e raspas de limão siciliano), Creativa Funghi Al Tartufo (mix de cogumelos, mussarela, parmesão, azeite trufado e flor de sal) se juntam a sabores como Zucchine (abobrinha com queijo brie) invenção local que se tornou um hit na casa matriz.
14| Praça São Lourenço
O nome dessa casa na Vila Olímpia não é por acaso. O jardim com jabuticabeiras e figueiras e o lago com carpas são convidativos para se sentar nas mesas ao ar livre. O menu noturno do Praça São Lourenço traz da clássica Marguerita ao sabor intenso da Chèvre (molho de tomate, abobrinha e berinjelas grelhadas, queijo à base de leite de cabra, tomilho, raspas de limão siciliano e azeite de oliva). Frequentado por muitas famílias nos fins de semana, o restaurante tem uma casa na árvore para a criançada.
15 | Lellis Pizzaria & Pasta
Tradicional restaurante italiano dos Jardins, o Lellis Pizzaria & Pastatem sua mais nova unidade no Itaim. O restaurante aposta em versões individuais e sabores como Di Parma, Zucchini (com cobertura de abobrinha) e Arrabiata (molho mais apimentado).
16 | A Pizza da Mooca
Brasileira presente na lista das 50 melhores pizzarias do mundo, A Pizza da Mooca não nega a origem. Suas massas de fermentação natural são preparadas com farinha italiana e servem de base para sabores como Moocaipira (molho de tomate, queijo Serra da Canastra, guanciale, tomate cereja e manjericão) e Arrotolata (sem molho, apenas com fonduta de queijo grana padano, pancetta arrotolata finalizada com manjericão). A casa deu cria e abriu uma filial em Pinheiros.
17 | Foglia Forneria Artigianale
Neste restaurante da Vila Nova Conceição, as redondas são servidas a partir das 18 horas. No cardápio, há combinações como mussarela, queijo de cabra, pera assada e mel trufado ou a que leva o nome de Sophia Loren, diva do cinema italiano (mussarela, fonduta, mortadela e pesto). Na Foglia Forneria Artigianale as pizzas são individuais, de massa fina e aerada.
18 | Padoca Filosófica
O programa cinema + pizza faz mais sentido ainda na Padoca Filosófica, que só prepara os discos depois das 18 horas. Você define o sabor em uma sessão do cardápio chamada Máfia no Divã, com nomes de atores e diretores de filmes de gangsters. Escolha entre Marguerita Al Pacino, Berinjela a Scorsese e Castelões a Tarantino, entre outras opções da casa, localizada em Pinheiros.
Um restaurante-bar que é ponto turístico de São Paulo. Em 50 anos de existência, o Terraço Itália, no alto do edifício de mesmo nome no Centro, se tornou um ícone paulistano, assim como o vizinho e também emblemático Edifício Copan. Atrai gente interessada em provar de sua gastronomia, mas também os que querem apenas tomar um drinque e aproveitar a linda vista panorâmica da cidade.
Eu já estive algumas vezes no Terraço Itália e digo que o visual é mesmo bonito. Nos dá a noção do tamanhão de São Paulo: é a tal pujança paulistana ali na nossa cara. A 165 m de altura, o elegante endereço fica no topo do prédio bem no Centro de São Paulo, numa esquina em curva entre as avenidas Ipiranga e São Luís.
Já almocei no restaurante e já fui namorar ao som do piano no bar. Em todas as vezes, fui levada por paulistanos, tanto em eventos de trabalho como em noites para curtir a atmosfera e a visual da cidade. É um programa que mostra a beleza de São Paulo como metrópole. E que guarda uma atmosfera romântica, convidativa para uma noite tranquila em casal. Veja hotéis em São Paulo no link ou no mapa abaixo.
Ícone paulistano com restaurante e bar
O Terraço Itália não é apenas um restaurante, mas sim um complexo, com 3 salas e 1 bar (com menu de aperitivos). Os ambientes se dividem entre o 41º e o 42º andar do Edifício Itália. No piso mais alto ficam o Bar do Terraço, que funciona de tarde para noite, e a Sala Panorama, aberta para o jantar. Abaixo 1 andar estão as salas Nobre (de segunda a sábado, para almoço; todos os dias para jantar ao som do piano) e São Paulo (espaço para eventos no almoço durante a semana; recebe o público no jantar diariamente e no almoço nos fins de semana). A adega do Terraço Itália conta com cerca de 200 rótulos.
Inaugurado em 1965, o prédio é um projeto do arquiteto alemão Adolf Franz Heep. O edifício de 46 pisos, então o mais alto da cidade de São Paulo, despertou o interesse de Evaristo Comolatti, imigrante italiano, que havia desembarcado em Santos em 1948 e era dono de empresa no setor automotivo. Em 1967, o imigrante abriu o Terraço Itália. O complexo continua na mesma família, e atualmente Sergio Comolatti está à frente do grupo.
Preço da visitação ao Terraço Itália
Perdão ao paladar e aos chefs, mas o que você não pode deixar de fazer no Terraço Itália é aproveitar a vista panorâmica maravilhosa que se tem de São Paulo. É possível apenas visitar a área externa. Custa R$ 30, com direito a um drink da casa. Não há reservas para a visitação, que ocorre todos os dias (exceto quando chove), das 15 às 19 horas.
Torça para o céu estar aberto e tire fotos e mais fotos da vista da cidade. Vê-se do Centro à Avenida Paulista, passando pela zona norte, com a Serra da Cantareira. Tenho de dizer que, se você não tem câmera profissional nem a manha de fotografar à noite, o resultado costuma ser melhor com a luz do dia. Seja como for, provavelmente vai guardar as imagens na memória.
Mas também devo dizer que é quase um desperdício ir até lá para apenas registrar umas panorâmicas. A gastronomia, o ambiente elegante e a trilha sonora, claro, dão um toque especial ao programa. Há opções para almoço e jantar, ou apenas para um drinque. Não é preciso fazer reserva — no entanto, em datas comemorativas ou para grandes mesas, é recomendado, para evitar longa espera.
Nos fins de semana, você pode almoçar feijoada aos sábados ou aproveitar o buffet italiano aos domingos na Sala Nobre, no 41º andar. De segunda a sexta, também tem buffet de almoço lá. O jantar em todas as noites é climatizado com a luz de velas e música ao vivo.
A noite também é especial na Sala Panorama, no 42º piso, com jazz às quintas e repertório de clássicos nacionais e internacionais às sextas e aos sábados — programação musical a partir das 20h30. No Bar do Terraço, no mesmo andar, dá para curtir apenas o ambiente, bons drinques e o visual da cidade. De segunda a sexta, funciona desde as 15 horas; nos fins de semana, a partir do meio-dia.
Quanto custa um jantar no Terraço Itália
O sistema do jantar é à la carte. Os pratos principais (individuais) variam entre R$ 100 e R$ 160. Por pessoa, o gasto médio é R$ 250 (considerando entrada, prato principal e sobremesa), mais bebidas, taxa e couvert artístico.
A vista do Terraço Itália é bonita, e o ambiente é mesmo muito indicado para uma noite romântica. O cenário, a iluminação difusa e a trilha sonora: tudo colabora para um jantar especial ou drinque inspirado a 2. Não à toa o Terraço Itália foi eleito em 2016 pela revista Veja São Paulo como o melhor lugar para se pedir alguém em casamento. Tenho de concordar.
VALE SABER
Endereço: Avenida Ipiranga, 344, 41º andar, Centro, São Paulo
Funcionamento: De segunda a sexta, a partir das 15 horas; sábados, domingos e feriados, desde o meio-dia
Os botequins são uma instituição tão sagrada quanto as praias da zona sul. São muitos os botecos no Rio de Janeiro inteiro. Há bares na Tijuca, na Lapa, na Urca, no Leblon, em Ipanema e em Copacabana, entre outros bairros. Cada qual com uma característica que o torna especial, único. Um jeito de ser, um despojamento pretensamente imitado por estabelecimentos da noite paulistana e de outras cidades brasileiras. A expressão ‘buteco carioca’ virou selo de qualidade, sinônimo de chope gelado e petiscos bem feitos, em uma equação cujo produto final é casa cheia.
Veja a lista a seguir para saber onde comer e beber no Rio de Janeiro e experimentar comidas de boteco de responsa com chope ou cerveja estupidamente gelada, como cariocas gostam de pedir. E até acompanhar a bebida com um bom prato, já que é comum bares no Rio de Janeiro serem bar e restaurante ao mesmo tempo.
Para muitos, esses lugares abaixo estão entre os melhores bares do Rio de Janeiro. Não são barezinhos ou versões modernas de boteco. Têm tradição. Espontâneos como tudo na cidade, os botequins não têm hora certa para estar com muito ou pouco movimento. Botequim é lugar para se ir de dia, de noite, antes ou depois da praia. Ou para a saideira, quando todos os bares já baixaram as portas e apenas um, teimosamente como seus frequentadores, mantém-se de pé, iluminado pelas primeiras luzes da manhã.
No Rio, chamar o garçom pelo nome, conhecer o bar por um apelido que em nada lembra o que está escrito na fachada ou pedir um prato que não está no cardápio são detalhes que dão alma aos botequins. E torná-los patrimônios cariocas, com direito a placa que reconheça tal virtude, foi a maneira encontrada para preservar esse espírito que diz tanto sobre a cidade.
E, antes que alguém se apresse, avisamos que a relação de bares a seguir não se trata de uma lista fechada, definitiva. Até porque seguiremos bebendo e incluindo aqui muitos outros lugares. Vamos, então, à lista em construção:
1 | Bar Urca
A mureta que dá de frente para o Pão de Açúcar é o salão informal desse bar e restaurante especializado em comida portuguesa. Casquinhas de siri, bolinhos de bacalhau e pastéis de camarão são muito bem-vindos no Bar Urca quando acompanhados de cerveja a baixa temperatura. Essa combinação é recomendada para quem deseja testemunhar o pôr do sol. No tranquilo bairro da Urca, o movimento termina cedo, nunca ultrapassa as 23 horas. Mais: Instagram do Bar Urca.
2 | Bar Bracarense (Leblon)
‘Braca’, para os íntimos, o bar ocupa um tradicional endereço do Leblon. Os bolinhos de aipim e de camarão com catupiry são campeões de saída, na maior parte do tempo acompanhados do chope trincando de gelado. Nathalia conheceu o bar com um antigo chefe seu no Jornal do Brasil, que depois, por coincidência, também foi chefe do Fernando, na ESPN Brasil — para uma dupla que se conheceu num bar em São Paulo, nada mais adequado que essas conexões etílicas.
A parte bem legal do Bracarense é sua informalidade total, convite para uma parada na volta da praia no Leblon. Sente-se no balcão ou nas mesinhas na calçada. Nos dias de semana, o Bracarense serve almoço executivo. Nós dividimos para os três (Nathalia, Fernando e o pequeno Joaquim) dois pratos depois de uma rodada de bolinhos. Saímos bem satisfeitos. Mais: Instagram do Bar Bracarense. Mais: Instagram do Bracarense.
3 | Bar Jobi (Leblon)
Pequeno notável, o Jobi fica no coração do Baixo Leblon e é famoso pelo movimento que ostenta do lado de fora, na calçada. Culpa do acanhado salão e do chope cremoso e bem tirado. Para comer, pratos portugueses e petiscos como empada de camarão e bolinho de bacalhau. Abre às 11 horas e fecha tarde, por isso, o Jobi é opção para a saideira dos insones. Mais: Instagram do Jobi.
4 | Galeto Sat’s (Copacabana)
A coleção de 400 cachaças do proprietário, Sérgio Rabello, atrai apreciadores da bebida para o Galeto Sat’s. Um deles é um colega de profissão do Fernando, que se mudou para o Rio e vive explorando botequins dos bons. O chope também é uma boa razão para uma saideira no bar, que fica no limite entre Copa e Leme. Como beber sem comer dá ruim, como se diz, não se acanhe diante do galeto ou da porção de coração de galinha servida com cesto de pão de alho. Mais: Instagram do Galeto Sat’s.
5 | Pavão Azul (Copacabana)
A senha é a seguinte: patanisca. Nesse botequim sem frescura o petisco à base de bacalhau é campeão de venda. O arroz de polvo também está entre os preferidos do público, formado basicamente por gente de Copa e adoradores de pé-sujo. Se você acha que a calçada é o melhor salão de boteco que há, então seu lugar é aqui. Mais: Instagram do Pavão Azul.
Em 2 de março de 2019, o silêncio encheu o salão do Bip Bip. Pela primeira vez não era o dono, Alfredo Melo, cobrando que os presentes falassem mais baixo para não atrapalhar os músicos, cena rotineira no bar que ele fundou em Copacabana no auge do regime militar. A morte de Alfredinho foi um duro golpe para uma legião de frequentadores. Cantores, políticos, intelectuais e jornalistas se sucederam em obituários nas redes sociais. E muitos desses amigos correram para o número 50 da Rua Almirante Gonçalves. Era preciso romper aquela ausência de som com o samba do adeus. A música sempre será uma prioridade no Bip Bip, seja choro, bossa-nova ou batuque de bambas. Lugar de resistência e militância, o bar segue de portas abertas, ainda mais necessário e do povo, como seu fundador. Mais: Instagram da roda do Bip Bip.
7 | Cervantes Bar (Copacabana e Barra)
Para dizer que você realmente esteve no Cervantes é preciso ter provado o sanduíche de pernil com abacaxi, um clássico do bar e restaurante que funciona em Copacabana há 60 anos. Como a porção é bem farta, muitos frequentadores do Cervantes matam a fome da madrugada ali, enquanto tomam aquele último chopinho. Até hoje Fernando não perdoa que Nathalia ainda não o levou até lá para provar essa combinação matadora de carne de porco e abacaxi com chope. Mais: Instagram do Cervantes.
8 | Café Lamas (Flamengo)
Aberto por Francisco Lamas em 1874, serviu de Machado de Assis a Getúlio Vargas. Mas são boêmios comuns e gente que aprecia comer e beber bem que ocupam o salão do Café Lamas diariamente, das 9h30 até alta madrugada. A canja de galinha, por exemplo, é conhecida entre os notívagos. Se estiver com fome, experimente o suculento filé à francesa — já entrou no texto que Nathalia escreveu aqui sobre o prato com a guarnição preferida dela. O Lamas é um dos bares preferidos da Nath, que morou no bairro vizinho de Laranjeiras. Ali bebe-se chope, cerveja e até café. Mais: Instagram do Lamas.
9 | Armazém Cardosão (Laranjeiras)
Na linha Nutella x Raiz, o Cardosão é capitão do segundo time. O armazém com cara de botequim de subúrbio fica num endereço lá no alto do bairro de Laranjeiras. O Armazém do Cardosão tem feijoada bem concorrida e uma agenda de shows que leva muita gente para tomar cerveja em garrafa muito gelada. Com sorte, dá para encontrar uns rostinhos conhecidos da música e da televisão. Mais: Instagram do Armazém Cardosão.
10 | Bar do Mineiro (Santa Teresa)
Lembra aquelas vendas de interior, com suas portas de ferro altas. Da cozinha do Bar do Mineiro saem os famosos pastéis de feijão, friturinha a ser provada com cerveja em garrafa recoberta pela inconfundível ‘capa-branca’ de tão gelada. A porção de linguicinha mineira é outra receita a se provar, além dos croquetes de calabresa, queijo e de carne assada. No fim de semana, o povo sobe para Santa Teresa e faz fila em busca da feijoada, que tem versões para uma, duas e até três pessoas. Mineiro de Carangola, o proprietário, Diógenes Paixão, coleciona obras de arte que decoram o bar (só quadros de Alfredo Volpi ele tem 60). Recentemente, o bar inaugurou um rooftop. Mais: Instagram do Bar do Mineiro.
11 | Nova Capela (Lapa)
O azulejo das paredes nos remete aos restaurantes mais tradicionais de Lisboa. Pudera. É uma casa portuguesa, com certeza, aberta em 1903 com o nome de Capela. Mudou em 1967 para Nova Capela, após um incêndio destruir o antigo bar. Viveu a fase da Lapa em baixa e segue firme no bairro, atraindo gente de teatro e os notívagos da região. O cabrito com arroz de brócolis, batatas coradas e coberto por alho frito serve duas pessoas. Se quiser o bicho na forma de quitute, experimente como recheio de pastel ou na forma de croquete. Mais: Instagram do Nova Capela.
12 | Bar Brasil (Lapa)
Um dos muitos bares brasileiros que teve de mudar seu nome durante a Segunda Guerra. O antigo Zepelin foi fundado em 1907, era de donos austríacos, foi repassado a um espanhol, e até hoje serve pratos da culinária alemã. Destaque para o kassler com salada de batatas do Bar Brasil. Mas no Alemão da Lapa dá para traçar também um bom bife com fritas numa boa. Tudo regado a chope que corre a serpentina tão cheia de histórias quanto as paredes do prédio de pé direito alto. Mais: Instragram do Bar Brasil.
Em matéria de tradição, o Bar Luiz extrapola. Abriu suas portas em 1887, no tempo em que D. Pedro II ainda mandava alguma coisa no Brasil. Na década de 1940, escapou de ser apedrejado porque levava o nome de um de seus donos, Adolph — o que que fez a turma anti-Hitler enxergar ali uma conexão esdrúxula com o nazismo. Virou então Bar Luiz, mas não perdeu sua essência germânica, especialmente nos pratos bem-servidos, como o kassler com batata e no chopinho tirado a baixa temperatura. Mais: Instagram do Bar Luiz.
14 | Restaurante Salete (Tijuca)
Tem muita comida boa para se provar nesse restaurante fundado há 60 anos pelo espanhol Manolo. Mas chega a ser deselegante sair do bar na Tijuca sem provar o carro-chefe da casa: empadas (de camarão, de frango ou de palmito, não importa se uma ou todas). O cardápio do Salete tem outros campeões de saída, como carne assada com purê e o espaguete com frutos do mar. Comida para forrar antes de tomar alguma coisinha estupidamente gelada. Mais: Instagram do Salete.
15 | Bar Madrid (Tijuca)
Aberto em 2015, virou referência entre os bares da Tijuca. Em tão pouco tempo de vida arrebatou paladares dos locais e dos tijucanos por adoção. Tem batidinhas que já caíram no gosto dos frequentadores, um sanduba de milanesa com queijo que dá fome só de ver a foto e um pastel de jiló com linguiça mineira que vale a visita — deixe seu preconceito em casa, porque o único amargor que você vai sentir é o da cerveja, se estiver bebendo uma (aliás, peça uma garrafa sem medo, pois estará no capricho). Fica na Almirante Gavião, uma rua estreita e curta, sossegada como testemunhamos numa tarde de terça. O ambiente é simples, mas convidativo. A origem espanhola dos donos do Bar Madrid explica o nome, as fotos do time do Real e do cantor Julio Iglesias como parte da decoração. Retratos da atriz espanhola Sarita Montiel e do ex-presidente Getúlio Vargas ajudam a preencher as paredes, onde também repousam flâmulas do América, o clube-símbolo da Tijuca. Mais: Instagram do Bar Madrid.
16 | Bar do Bode Cheiroso (Tijuca)
Deu medinho ao ler esse nome, deu? Bobagem, cheiroso mesmo é o molhinho de pimenta dos recipientes que descansam em cada mesa. Nesse boteco com B maiúsculo não é o bode quem reina, mas o porco. O pernil é servido de várias maneiras: em pratos, em sanduíches e em salgados, como o croquete acompanhado de molho de abacaxi. Releitura do famoso sanduba do Cervantes? A gente não crava, mas pode até ser. Mas o fato é que a carne vem desfiadinha de um jeito que lembra muito o modo de se fazer bolinhos de bacalhau. Pudera, a origem dos donos é portuguesa, o que muito explica o jeitão de pé-sujo-luso-das-antigas, com direito a venda de aparelho de barbear descartável. Pertinho do Maracanã, o Bar do Bode Cheiroso vira ponto de encontro, de esquenta e até de concentração de torcedores em dias de jogos — o escudo do Vasco não deixa dúvida de o ambiente respira futebol. Ideal para compor uma dobradinha em dias de bola rolando ou depois de fazer a visita guiada ao estádio. Mais: Instagram do Bode Cheiroso.
17 | Na Brasa Columbia (Tijuca)
Haddock Lobo com Afonso Pena. Desde 1974, o Na Brasa Columbia funciona na mesmíssima esquina, servindo sua especialidade: galeto, coradinho e saboroso — o ponto da carne fica a critério do freguês. No passado, os clientes comiam em balcões com banquetas, que terminaram por dar ao lugar a sugestiva alcunha de ‘bunda de fora’ — apelido de casas similares pela cidade. Hoje em dia dá para sentar do lado de fora ou no salão com ar-condicionado. Peça chope e fique atento ao tec-tec-tec da tesoura que destrincha os galetinhos antes de eles desembarcarem nas mesas da clientela. O Columbia ultrapassou as fronteiras tijucanas, podendo ser encontrado também na Barra, em Botafogo e no Recreio. Mais: Instagram do Na Brasa Columbia.
Na maioria dos cardápios dos restaurantes, as comidas típicas da Alemanha incluem salsicha (wurst) e muita carne de porco, como é o caso do joelho (eisbein).
Outros dois pratos tradicionais também são encontrados com facilidade nas principais cidades da Alemanha para turismo: o sauerkraut (o chucrute, para nós) e o schnitzel (milanesa de vitela).
Apesar de ser uma dupla popular, nem uma nem outra receita é originária da cozinha alemã – veja abaixo de onde elas vêm.
Como já foram ‘adotados’ por todo o país, não poderiam ficar de fora desta nossa lista com 13 comidas típicas da Alemanha.
Se você não está com fome, prepare-se porque esta seleção vai abrir seu apetite.
Salsicha alemã (wurst)
É natural alguém dizer salsicha quando se quer saber qual a comida típica a Alemanha. Dá para ignorar a tradição do país que possui 1.500 variações do embutido?
Toda região tem sua típica. A nossa preferida é a salsicha bratwurst, de Nuremberg. Em Berlim (Alemanha), não deixe de provar a currywurst, que já teve até museu em sua homenagem na cidade.
Cada salsicha no país ostenta uma característica especial, tanto em sabor quanto em tamanho. Olha que bonito esse prato (na foto abaixo) de salsichas com chucrute que pedimos na cervejaria Hofbräuhaus em Munique.
Chucrute (sauerkraut)
Repolho azedo. Tradução que assusta à primeira vista. Mas talvez seja um dos pratos da Alemanha que mais remete ao país. Quase sempre como acompanhamento do einsbein (joelho de porco) e da salsicha.
Confesso, eu tinha um certo bode de comer chucrute até desembarcar em solo alemão. Me amarrei na versão preparada com repolho roxo, que sempre me pareceu mais adocicado que o branco.
Esse da foto abaixo comemos na nossa primeira noite em Berlim, com um bolo de carne (almôndega avantajada) e batatas. O restaurante é o centenário Alt Berliner Biersalon, na Kufürsterdamm.
Uma curiosidade: o repolho em conserva tem raízes na região francesa da Alsácia, mas já virou parte da culinária alemã.
Joelho de porco (einsbein)
O joelho de porco é outro clássico entre as comidas típicas da Alemanha. Trata-se de um pedaço considerável de carne envolvido por uma respeitável camada de gordura.
Olha, dá para dividir a porção se você não estiver com aquela fome de homem das cavernas. Há quem prefira a versão cozida. Quando frito ou grelhado, o eisbein fica com a parte externa escura e crocante – Nathalia prefere assim.
Foi desse modo que ela se lambuzou em Frankfurt – vê só o tamanho de cada eisbein na foto! O chucrute e uma das dezenas de formas de servir batata acompanham esse prato.
Schnitzel
Estás na Alemanha? Bateu aquela fome? Não gostas muito de repolho, porco e afins? Basta dizer a palavra mágica schnitzel (pronuncia-se: xí-ní-tzel).
Estou falando de um bom bife à milanesa, feito com vitela e encontrado com facilidade nos lugares que vendem comidas típicas da Alemanha. Além de pratos alemães de fato, eu provei schnitzel nas cinco cidades da nossa viagem.
Até no antigo restaurante do DDR Museum, museu em Berlim que mostra como era a antiga Alemanha Oriental, eu comi schintzel. E ‘harmonizei’ com Vita Cola, a versão comunista da Coca-Cola.
E nem precisa gastar saliva pedindo acompanhamento, já que uma porção de batatas (fritas ou em forma de salada) faz as vezes de escolta. Ah, e antes que alguém grite, explico que o schnitzel é alemão de coração, porque sua receita vem da Áustria.
Pretzel
O pão em formato de laço não é só um costume da região da Baviera, onde surgiu há cerca de 500 anos, porque é consumido em toda a Alemanha. Pretzel, como conhecemos por aqui, tem aquele sal grosso sobre a massa.
É consumido quase de modo obrigatório na Oktoberfest de Munique e no biergarten (jardim de cerveja na Alemanha), mantendo alimentado quem bebe um pouco mais.
Na tradicional Hofbräuhaus, cervejaria em Munique, o garçom circula pelo salão com uma generosa cesta de pretzel para quem quiser comer entre um gole e outro.
Schwäbische Maultaschen
A carne escondida dentro do ravióli teria sido uma transgressão de monges que não queriam jejuar na Sexta-feira Santa.
Lenda ou não, o fato é que o Maultaschen se tornou uma das especialidades da cozinha da Suábia, região entre a Baviera e Baden-Württenberg.
O espinafre picado também faz parte do recheio da massa, que pode ser servida regada por um caldo ou passada na frigideira e levada à mesa coberta por rodelas de cebola igualmente fritas.
Assim como o Maultaschen, o Spätlze é mais um dos pratos da Alemanha que vem da Suábia. Perece nhoque, mas pode ser servido em formato comprido de macarrão.
É protagonista de uma refeição, coberto por queijo e um toque de cebola frita. Também acompanha um bom goulash.
A grande presença de imigrantes alemães no sul do Brasil resultou na receita do cless, uma variação do spätlze.
Aspargos
Adoradora de aspargos, Nathalia diz que comeu os melhores de sua vida numa viagem à Saxônia, quando visitou Dresden, Leipzig e cidades ao redor dessas duas.
Burgdorf, Nienburg e Braunschweig são localidades da região com longa tradição no cultivo dessa hortaliça, que tem até uma rota de carro exclusiva para ser percorrida.
Ao longo de 750 km de estrada, dá para admirar os campos de aspargo (spargel, em alemão) e provar receitas na época da colheita (entre abril e junho).
Como não dispensa a chance de degustar aspargos, Nath pediu esses brancos numa das nossas refeições em Nuremberg.
Kartoffelklösse
Kartoffel é batata em alemão. Esta bola de massa de batata surgiu na Turíngia, estado no centro do mapa do país. Serve de acompanhamento para carne.
Durante a nossa viagem, Nathalia e eu dividimos vários pratos para podermos experimentar um pouco de tudo em matéria de comidas típicas da Alemanha.
Em Munique, num restaurante colado à Marienplatz, ela pediu Spanferkelbraten, generosos pedaços de carne de porco assados, que vieram acompanhados de molho de cerveja escura e kartoffelklösse.
Sauerbraten
O ingrediente principal é a carne de boi ou de vitela (novilho ainda jovem), que descansa por um mínimo de 3 dias em uma solução que leva vinho, vinagre, temperos e especiarias. Depois de ser frita rapidamente, ela é cozida por cerca de 2 horas. Esse tipo de carne assada alemã é um prato típico da Renânia, região oeste da Alemanha, banhada pelo rio Reno.
Reibenkuchen mit Apfelmus
A panqueca de batata é uma massinha saborosa por si só. Mas a tradição alemã pede o purê de maçã para lambuzá-la.
O prato típico da Renânia também está entre as especialidades da Baviera. É possível encontrar esse mesmo prato com o nome de Kartoffelpuffer.
A gente devorou umas boas panquequinhas num dos restaurantes da Legoland Alemanha. Veja se o purê não lembra aquelas papinhas para bebês que estão aprendendo a comer.
Fischbrötchen
Se dormir é para os fracos, o que dizer de quem levanta cedo num domingo de manhã para visitar o mercado de peixe de Hamburgo? Além de muita disposição, a razão para ir a um dos pontos turísticos da cidade portuária pode ser devorar sanduíches de arenque ou de salmão.
Aos domingos, o café da manhã dos moradores e de muitos turistas é ali nas barracas do porto, a maioria delas de frente para o vaivém dos navios.
Frankfurter Grüne Sosse
A cor verde do molho se explica pela quantidade de ervas frescas que leva a receita: sete, ao todo. Elas são misturadas com gema, óleo e suco de limão.
Era o prato preferido do escritor Göethe. O molho é normalmente servido com batatas e ovos ou panquecas. Mas é possível prová-lo com carnes e peixes também.
Há releituras em que o molho verde é elegantemente apresentado, como no prato do Hotel Die Sonne Frankenberg, integrante da luxuosa associação Relais & Châteaux, localizado na cidade de Frankenberg, no estado de Hessen, onde fica Frankfurt.
Aliás, como símbolo da gastronomia dessa última cidade, o molho verde tem até festival anual realizado em maio.
Ovos de chocolate enfeitam as ruas da principal cidade da Serra Gaúcha. A decoração faz parte do Páscoa em Gramado 2019, evento com teatro, shows e desfiles para celebrar a época, num destino brasileiro já famoso por seu chocolate. Do fim de março ao feriado em abril deste ano, a organização estima que 400.000 visitantes vão a Gramado para a temporada. Veja hotéis em Gramado no mapa abaixo.
Desde 2015, o evento gratuito vem crescendo e ganhando lugar de destaque no calendário da cidade, no qual a grande celebração anual é o Natal Luz Gramado. O ponto alto da programação na Semana Sante é a Parada de Páscoa. Ao longo da Rua Borges de Medeiros, a principal via da cidade, coelhinhos fofos se misturam a personagens encantados e a representações de guloseimas e de muitas formas de chocolate.
Entre os destaques da festa deste ano está a Trupe de Páscoa, com apresentações interativas na Rua Coberta. Lá também há, diariamente, o Espaço Kids para a criançada e espetáculos culturais como a orquestra de violões e contação de histórias. O Senac de Gramado realiza oficinas gastronômicas de bolos e colomba pascal.
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Programação da Páscoa em Gramado 2019
Rua Coberta: programação cultural: de terça a domingo, das 14 horas às 18h30; Trupe de Páscoa: nos mesmos dias, às 18h30; Estação Kids: diariamente, das 10 às 20 horas
Parada de Páscoa: sábados e domingos, às 16 horas
Vila de Páscoa: diariamente, das 11 às 20 horas
Procissão de Ramos: 14 de abril, às 9h30
Procissão de Passos: 21 de abril, às 20 horas
Tito – Um Coelho Atrapalhado: 30 e 31 de março e 5, 6, 7, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19, 20 e 21 de abril, às 17h30
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A peça infantil Tito – Um Coelho Atrapalhado será apresentada em 14 sessões no Palácio dos Festivais. A entrada custa R$ 60 — crianças de 5 a 12 anos e idosos a partir de 60 anos, R$ 30; crianças até 4 anos, grátis no colo do responsável.
Durante a festa, com programação grátis como a Festa da Colônia de Gramado, as principais ruas e pontos turísticos de Gramado são decorados com elementos e imagens que remetem à festa, como ovos e coelhos, símbolos da fertilidade e do renascimento. O evento é promovido pela Prefeitura de Gramado e realizado pela autarquia municipal Gramadotur em conjunto com a Associação das Indústrias de Chocolate de Gramado (Achoco).
Chocofest 2019 em Nova Petrópolis
Famosa festa do chocolate que já teve edições em Gramado e em Canela, a Chocofest é realizada em Nova Petrópolis desde o ano passado, dentro do evento Magia da Páscoa, nome da celebração da Semana Santa por lá. Até domingo 21 de abril, a cidade da Serra Gaúcha reúne muitas atividades. Pesquise hotéis em Nova Petrópolis.
Pintura de ovos e caça aos de chocolate são algumas delas. Adultos e crianças se encantam com os ovos decorados que enfeitam ruas e praças. Música e personagens animam os desfiles na Avenida 15 de Novembro: às 11h30, a Paradinha do Conde Guloseima; às 15h30, O Desfile de Páscoa.
VALE SABER
Quando: Em 2019, a Páscoa em Gramado se estende de 29 de março a 21 de abril, e a Chocofest em Nova Petrópolis vai de 11 a 21 de abril
A temperatura tem de se manter por 3 dias a pelo menos 8 graus negativos. As uvas congeladas são, então, colhidas de madrugada para evitar que derretam e possam ser processadas ainda com gelo. Assim surge o icewine, típico vinho do Canadá. Perto de Toronto, ele é produzido pelas vinícolas da região de Nigara-on-the-Nake – veja passeio para Niagara Falls, com icewine, xarope de maple e as cataratas).
Licoroso, o icewine é uma bebida que geralmente acompanha a sobremesa, mas, claro, pode ser apreciada sozinha ou ainda tomada junto com uma entrada de sabor marcante como foie gras. O vinho costuma ser mais adocicado. O primeiro que provei, em 2010, não me agradou. Era melado demais, e eu normalmente não gosto de nada muito doce.
Depois disso, numa outra viagem ao Canadá, estive em Niagara-on-the-Lake, região vinícola em Ontario conhecida por sua produção de icewine. Devo dizer que gostei tanto do que experimentei na vinícola Two Sisters, que comprei uma garrafa para dar de presente de aniversário à minha cunhada.
Além de fazer a degustação na Two Sisters, almocei no restaurante da propriedade (recomendo fortemente: comida italiana de qualidade). Na Peller Estates, a prova do icewine foi realizada num bar de gelo. Vesti um casacão e entrei num ambiente com temperatura a 10 graus negativos para experimentar a bebida.
Como é feito o icewine
Dependendo da variedade da uva, o icewine pode ter notas de mel, frutas, nozes e maple. Vidal é a mais usada, porém diferentes tipos de uvas vêm sendo experimentados. O que começou como uma bebida de tom dourado deu lugar também a novas versões de icewine, com uvas tintas.
O vinho também é produzido na Alemanha, na Áustria e nos Estados Unidos, mas o Canadá é o único país tão frio que consegue manter uma produção anual, de acordo com o Agriculture and Agri-Food Canada, órgão governamental do setor de agricultura do país.
A província de Ontario é a maior produtora de icewine do Canadá, seguida por British Columbia. Ontario exporta o equivalente a cerca de 15,6 milhões de dólares canadenses. Esse tipo de vinho também é feito, em menor escala, nas províncias da Nova Scotia e de Québec.
Quanto custa uma garrafa
O icewine é um vinho caro porque sua produção é custosa. Parte dos vinhedos é separada na colheita para produzir a bebida licoros. As uvas deixadas na parreira congelam com a queda de temperatura.
Se resistirem às intempéries e à ação de pássaros, são colhidas à mão quando o clima se mantém a pelo menos 8 graus negativos – da colheita surgiu a ideia de organizar o festival de icewine no Canadá. As frutas devem ser processadas ainda congeladas.
Rendem menos do produto final, em comparação com os tipos regulares de vinho, segundo a Canadian Vintners Association, associação de vinícolas canadenses. Em torno de 3 kg de uva levam a uma garrafa de 375 ml de icewine. No vinho de mesa, essa quantidade resulta em 10 vezes mais da bebida.
E quanto se paga por uma garrafa de icewine? Depende de fatores como a qualidade da uva e o método de produção. Por exemplo, o que comprei em para a minha cunhada na Two Sisters é um Vidal, vendido na época a CAD$ 35 a garrafa de 200 ml.
Já o Cabernet Franc cor de rubi que provei na degustação da Peller Estates saía por CAD$ 53,10 no mesmo tamanho de embalagem. Também há icewines engarrafados em 375 ml, como o Castel Mimi Riesling, que você pode comprar e receber em casa.
Festivais de icewine em Niagara
Janeiro, auge do inverno no Canadá, é o mês dedicado aos festivais de vinho e de icewine. O Cool as Ice Gala reúne as 15 principais vinícolas de Niagara-on-the-Lake, região produtora na província canadense de Ontario, localizada a cerca de 130 km de Toronto. Juntas, elas promovem uma noite de degustação de vinhos de alta qualidade, coquetéis à base de icewine, acompanhados por receitas preparadas por chefs, tudo ao som de bandas ao vivo e de DJ.
O primeiro mês do ano é também tempo do Icewine Discovery Pass. Como a região fica movimentada nessa época, a organização do evento recomenda a compra de passes com antecedência. O discovery pass dá direito a 6 tickets para degustação de vinho e da culinária nas vinícolas participantes . Quem dirige pode comprar o passe de motorista (driver), com bebidas harmonizadas não-alcoólicas.
No verão (dias 16 a 18 e 23 a 25), é a vez do Niagara Wine & Grape Festival (antigo Niagara Homegrown Wine Festival), um fim de semana com experiências enogastronômicas.