Categoria: Comida e Bebida

  • Bolo de rolo: origem do patrimônio de Pernambuco

    Bolo de rolo: origem do patrimônio de Pernambuco

    Pronto, de posse da informação de que bolo de rolo não é rocambole você já pode ir a Pernambuco e não cometer a imprudência de comparar o bolo-símbolo, patrimônio imaterial do estado, com qualquer outra massa de bolo ordinariamente enrolada. Você pode achar exagero, coisa de quem está fazendo doce. E é. O orgulho do pernambucano com a sua iguaria é grande e vem de longe, desde o tempo em que a receita teve origem, época em que a região era a maior produtora de açúcar em todo o mundo, entre os séculos 16 e 17.

    A origem do bolo de rolo

    O açúcar moldou o paladar nordestino naquele período, atravessou gerações em receitas guardadas como um segredo. Caso do bolo de rolo, variação para o colchão de noiva, um dos doces portugueses típicos, cujo recheio leva creme de amêndoas. Por aqui, a ausência do fruto seco forçou as senhoras de engenho a trocá-lo pela mistura de água, açúcar e goiaba, fruta que dava aos borbotões – sim, eram as próprias sinhás que preparavam o bolo, maneira encontrada por elas para resguardar a receita, que passava de mãe para filha.

    Por trás da aparente simplicidade sugerida pelos ingredientes, o bolo de rolo exige cuidado especial no preparo. O segredo está na junção das finas camadas de massa e de goiabada antes de ganhar uma generosa cobertura de açúcar e ser enrolado. É isso que faz ele ter aquele inconfundível desenho em espiral a cada fatia cortada. O bolo é lindo! Dá pena de comer. Mentira, tá!

    Para se planejar para visitar os principais destinos turísticos de Pernambuco, confira nossas dicas de Porto de Galinhas (PE) e hotéis no Recife na Booking.

    Onde comprar bolo de rolo

    Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco desde 2008, o bolo de rolo é facilmente encontrado no café de manhã de quase todo hotel ou pousada do estado. Se estiver no Recife, passe na Casa dos Frios, misto de delicatessen, padaria e empório que tem no bolo de rolo seu carro-chefe.

    Bolo de Rolo da Casa dos Frios
    Bolo de Rolo da Casa dos Frios – Foto: Reprodução

    Novos tempos, novos sabores

    Se um autêntico bolo de rolo deve levar em conta o preparo à moda pernambucana, seu sabor sofreu uma certa licença poética. Chocolate e doce de leite já atendem a paladares menos ortodoxos. Mas a goiabada segue sendo campeã de venda.

    Dentro das variações sobre o mesmo tema, a Casa dos Frios prepara sobremesas que usam a iguaria como base. Torta de bolo de rolo com cream cheese e goiabada e naked cake são dois bons exemplos. Isso sem falar nas versões torrada, bem-casado e sorvete.

    Ficou com água na boca? Eu também.

  • Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca ‘is the new bread’. É uma das comidas típicas do Nordeste, mas ganhou o país inteiro. Conheça sua origem, curiosidades e saiba onde comer essa delícia em diferentes cidades do Brasil. Ou se divirta com a leitura enquanto degusta uma na sua casa, como fazemos aqui na nossa.

    Comida típica do Nordeste, a tapioca já pode ser comida em um brunch de São Paulo ou de outra cidade do sul do país. Aqui em casa era a Nath quem preparava o quitute, mas ela já passou o bastão para mim uns anos atrás. Há massa de tapioca em quase todo supermercado, só que quase nenhuma goma lembra a que se come nas cidades norderstinas.

    A origem da tapioca

    Ela é um patrimônio do Brasil. Nos primeiros anos após o descobrimento, a escassez de farinha de trigo despertou nos portugueses instalados em Pernambuco o interesse pelo produto que os índios extraíam de uma raiz abundante no Brasil da época. Embora as primeiras mudas de trigo tenham sido cultivadas na capitania de São Vicente desde 1556, o pão como conhecemos hoje só incorporado ao dia a dia do país após a vinda da família Real, ocorrida no século 17, como explica Eda Romio no livro 500 Anos de Sabor.

    Portanto, muito antes da geração fitness incluir a tapioca à dieta emagrecedora, os portugueses – menos por escolha, mais por necessidade – já tinham percebido as vantagens de se trocar o bom e velho pão feito com trigo por essa iguaria tipicamente brasileira.

    Tapioca com coco no Nordeste
    Tapioca no Nordeste – Foto: Porto de Galinhas CVB

    A tapioca atravessou Pernambuco, se espalhou pelos estados nordestinos vizinhos e para a região Norte, e virou patrimônio histórico e imaterial. Até 30 anos atrás, Nathalia conta que uma das razões que tornava especial qualquer viagem que ela fizesse para o Nordeste era a possibilidade de provar aquela massa fininha e crocante servida no café da manhã de quase todo hotel ou pousada.

    Patrimônio de norte a sul

    Na pernambucana Olinda é tradição provar o quitute recheado de coco fresco ralado e queijo coalho nas barracas do Alto da Sé. Se estiver na cidade no fim de junho, você tem a chance de experimentar a versão gigante e coletiva da iguaria (mede 1 metro), preparada sempre em 28 de junho, véspera do dia de São Pedro, pela associação das tapioqueiras de Olinda.

    Tapioca deu origem a profissão. E virou até substantivo. As tapioqueiras são famosas na orla nordestina e estão em barracas nas Praias de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió. O quiosque Maria Bonita prepara um quitute parrudo que serve duas pessoas.

    No Ceará, o Centro das Tapioqueiras reúne 25 boxes que oferecem de recheios regionais como carne de sol com queijo coalho a bombas calóricas à base de amendoim com Nutella. Fica fora de Fortaleza, em Messejana, na estrada que vai para Aquiraz, município onde está localizado o parque aquático Beach Park.

    Origem da tapioca
    Origem da tapioca na era colonial – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Da extração ao preparo, tapioca sempre foi sinônimo de simplicidade. Não escapou do alcance do raio gourmetizador e ganhou versões afrescalhadas — o presunto deu lugar ao salmão defumado, enquanto o leite condensado perdeu terreno para o crème brûllée. Invencionices à parte, tapioca (quando bem preparada) vai bem com tudo, a qualquer hora do dia. Aqui em casa a gente promove uma reunião entre comidas típicas do Brasil e do nosso país vizinho, fazendo tapioca e recheando com o legítimo doce de leite da Argentina.

    A presença da tapioca no Rio virou até música, de Chico Buarque, chamada Carioca. Esse texto seria publicado de qualquer maneira neste 1° de março, dia em que o Rio de Janeiro completa 451 anos — feliz coincidência, portanto. Entre cenas, costumes e personagens descritos nos versos de Chico, a tapioca está presente logo na abertura da canção, ‘gostosa, quentinha’. De fato não é difícil você esbarrar com uma carrocinha vendendo o quitute na orla, no Centro, na cidade inteira. E, como quase toda comida de rua, é boa demais!

  • Pastel de feira ou de restaurante? São Paulo tem

    Pastel de feira ou de restaurante? São Paulo tem

    Além de um bom pastel de feira, São Paulo tem restaurantes onde é indicado comer o quitute: do tradicional no Mercadão ao gourmet. Com tamanhos e recheios diferentes, faz parte da cultura paulistana

    ATUALIZADO EM 20 DE MARÇO DE 2017

    Depois que vim morar em São Paulo, vi como pastel é levado a sério por aqui. É muito fácil encontrar um bom em muitas feiras da cidade. Além disso, o quitute é carro-chefe até de restaurante, com tamanhos e recheios diferentes. E quem nunca ouviu falar com pastel de bacalhau do Mercadão, perto da Rua 25 de Março? Mas minha relação de amor com esse fritinho vem de longe.

    A disputa pelo melhor pastel de vento era uma especialidade dos Molinas. De família grande — meus avós tiveram 9 filhos –, passamos vários domingos em torno de uma mesa comprida recheando massa aberta pelo patriarca. Comer, só na hora do almoço, quando a bacia estivesse cheia de pastel frito. É uma das alegres lembranças que tenho de tios e da infância.

    No Rio, cresci comendo pastel, e muitas outras frituras. Eram outros tempos, em que qualquer coisa cujo preparo exigisse um mergulho no óleo quente não era um pecado mortal. Mas estranhei quando vim morar em São Paulo, há 17 anos, e as pessoas falavam em ir à feira comer pastel como se fosse um programa. E é. Por isso, escolhi falar desse hábito entre os paulistanos.

    Pastel de Feira, São Paulo, Sabor Queijo, Joaquim - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (800x800)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Pastel de feira em São Paulo rende competição. Até a Prefeitura já organizou concurso para escolher o melhor quitute de feira. Campeã no prêmio e também jurada na edição de 2012, Kuniko Yonaha ficou tão famosa que montou loja de seu Pastel da Maria, apelido pelo qual a japonesa é conhecida.

    Atualmente tem franquia, e a marca é encontrada em 9 endereços fixos (um deles no bairro de Pinheiros), além das feiras livres, com a do bairro do Pacaembu. Fica na Praça Charles Miller (às terças e quintas), diante do estádio — onde funciona o Museu do Futebol; dá para fazer uma tabelinha no passeio.

    Mas, como em várias cidades brasileiras, é possível encontrar bons pastéis em várias feiras. A gente costuma ir mesmo é à que tem perto de casa. Nosso filho, Joaquim, prefere o tradicional queijo, como eu. Fernando se arrisca um pouco nas misturas, mas também não foge a um bom recheado de carne. A conta: pagamos com cartão de crédito. Que maravilha a modernidade, né? Almoçamos e fazemos milhas para viajar.

    Pastel de Feira, São Paulo, Sabor Queijo, Joaquim - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1024x768)

    Pastel gourmet ou gigante

    Quem quer experimentar um pastel mais gourmet pode ir a uma das 3 unidades do A Pastella na capital paulista — a do Morumbi (zona sul) abre todo dia — ou 1 na cidade paulista de São João da Boa Vista. Para montar o recheio, o cliente pode escolher 3 ingredientes mais 1 tempero (na versão doce, são 2 recheios). O quitute é frito na hora, no óleo de canola. Entre os temperos, há manjericão, alho frito e pimenta calabresa. Alguns recheios disponíveis são tomate cereja, farofa crocante (doce), gorgonzola e damasco.

    Um pastel famosíssimo e que também cai bem com um passeio é o de bacalhau do Mercado Municipal de São Paulo. Quando cheguei a São Paulo, em 1998, tive preguiça de provar porque o quitute formava filas na hora do almoço pelos corredores do mercadão. Depois com a abertura dos restaurantes na parte superior do Mercadão, experimentei o do Hocca Bar, restaurante conhecido também pelo exagerado sanduíche de mortadela. Não sou entusiasta de nenhum dos dois ingredientes, mas gostei bem do pastel e do sandubão. E da ideia de poder provar tudo, compartilhando com os companheiros de mesa e de chope. O bar tem unidades também no bairro da Mooca (zona leste) e em São Bernardo do Campo, cidade do ABC.

    Pastel do Trevo, São Paulo, 30 cm Gigante - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (768x1024)Os pastéis costumam ser muito grandes em São Paulo. O Pastel do Trevo, no entanto, se supera: 30 cm de comprimento. Difícil ter noção do tamanho? Só lembrar que uma régua escolar tem 30 cm. É enorme! Mas, se a ideia for fazer uma refeição, dá até para pedir um por pessoa. Para quem tem menos fome, existe a opção de pedir o pastel de 15 cm. Fernando e eu ficamos com o grandão no salgado e dividimos um pequeno doce. Estripulia total.

    Pastel do Trevo, São Paulo, 30 cm Gigante - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (768x1024)A marca surgiu na Rodovia Rio-Santos, mas já conta com 3 franquias na capital paulista. Tem até pastel de vatapá (no site está a receita). Quando estivemos na unidade da Vila Pompeia, ficamos nos sabores tradicionais (queijo, carne seca) e depois provamos um de doce de leite. O Pastel do Trevo oferece a opção de delivery, assim como o da Maria. Não indico essa comodidade em nenhuma pastelaria — pastel bom se come logo que frito; afinal, pelo menos o exercício de ir até ele tem de ser feito.

    De onde vem o pastel

    Não se sabe ao certo de onde veio o pastel. Na Península Ibérica, desde a Idade Média, já havia uma massa frita com recheio. Mas o pastel que comemos hoje teria sido inventado pelos chineses no fim do século 19 no Brasil, numa adaptação do rolinho primavera — em vez de legumes, carne.

    Na época da Segunda Guerra, o Japão fazia parte do Eixo, formado também pela Alemanha e pela Itália e combatido pelos Aliados. Por medo de discriminação, imigrantes japoneses teriam se passado por chineses e acabaram espalhando o pastel por São Paulo. O troço terminou ganhando o país. E cá estamos nós comendo e falando dele.

  • Filé à francesa

    Filé à francesa

    É eu vir ao Rio e começa nossa deliciosa brincadeira de degustação em busca do melhor filé à francesa da cidade. Sempre fui fã dessa guarnição: batata palha, presunto, cebola e petit pois. Resquícios de um Rio afrancesado, é assim que a minha mãe até hoje chama nossa querida ervilha e, nesse prato, faz todo sentido.

    Lamas, Restaurante, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    RESTAURANTE LAMAS , NO RIO – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Abrimos a temporada do filé à francesa com o clássico repeteco no Lamas. Fundado em 1874, o restaurante no bairro do Flamengo é tradição entre cariocas. O nome oficial tem ares de século passado, Café Lamas, mas é o chope queimando de gelado que cai bem para acompanhar o filé. Fernando comprova isso nesta foto.

    Chope, Lamas, Restaurante, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Um carioca lendo isso aqui deve estar pensando ‘que banal, falar de filé à francesa?’. Eu também nunca tinha me dado conta da diferença que ele fazia para a minha vida até ir morar em São Paulo — e lá se vão 17 anos. Você não abre o cardápio e, na área das Carnes, ele está fazendo companhia para o Oswaldo Aranha e o Parmegiana.

    Até dá para encontrar muuuito raramente essa opção em algum restaurante paulistano. Fernando lembra de comer uma noite no Planeta’s, no Centro — conta que a batata era crocante, mas que a guarnição tinha muita ervilha — e nós provamos o do Degas, na Pompeia, na zona oeste — também estava carregado de ervilha e achamos muito seco o acompanhamento.

    File a Francesa, Lamas, Restaurante, Rio de Janeiro - Foto Nathalia Molina @ComoViajaNós gostamos — sim, o Fernando virou outro fã do filé — quando a guarnição vem mais molhada. A batata é crocante, mas fica meio molinha com o tempero da cebola e do presunto. O petit pois? É só um detalhe para compor, não pode roubar o sabor. Muita descrição para um prato tão simples? Somos amantes da baixa gastronomia, como Fernando costumam dizer. Adoramos comida de boteco. E, por mais que tudo pareça muito simples (e deve ser para quem sabe fazer), se a combinação não é equilibrada deixa de ser simplicidade e vira uma coisa qualquer, que não é o meu amado filé à francesa.

  • Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023: comida, cultura e aula

    Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023: comida, cultura e aula

    O Festival de Gastronomia de Tiradentes 2023, organizado pelo Projeto Fartura, ocorre entre 18 e 27 de agosto. Durante o festival, a cidade recebe cerca de 60 mil pessoas. Isso resulta em lotação de lugares e acomodações. Por isso, programe-se com antecedência: veja sugestões de onde ficar em Tiradentes, com pousadas e hotéis bem avaliados por viajantes, e o que fazer em Tiradentes.

    O evento deixa a cidade de Minas Gerais uma gracinha maior do que já é. Além disso, é um dos festivais gastronômicos mais renomados do país, com programação que envolve cultura também, em 200 atrações gratuitas e pagas. Combine o evento com passeios locais, caso da voltinha na maria-fumaça de Tiradentes.

    festival de gastronomia de tiradentes
    Anualmente, o festival leva 60 mil pessoas a Tiradentes – Foto: Divulgação

    A 26ª edição do Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes ocorre em três espaços da cidade mineira: a Praça da Rodoviária, o Largo das Forras e o Santíssimo Resort. Ao longo dos 10 dias, a programação oferece ao público a oportunidade de participar de formas diversas. Afinal, inclui de festins (jantares pagos de alta gastronomia) a apresentações gratuitas nas praças e ruas da cidade. Ao mesmo tempo, ocorrem demonstrações de produtos, palestras, degustações e aulas teóricas e práticas (de graça, têm inscrições abertas 30 minutos antes do início).

    Não é preciso saborear a cidade apenas no festival de gastronomia. A gente fica até perdido na hora de escolher onde comer em Tiradentes, já que existem boas surpresas à mesa o ano todo. Por exemplo, o Uaithai, onde Nath almoçou ainda em 2019. A casa, sob o comando de Ricardo Martins, funde Minas com Tailândia.

    Festival de Gastronomia de Tiradentes tem cozinhas diversas, como o tailandês Uai Thai
    Nath provou a fusão de Minas com Tailândia do Uaithai

    Que chefs participam da festa em Tiradentes

    A 26ª edição terá o predomínio das mulheres, maneira encontrada pela organização do festival homenagear Nelsa Trombino. Fundadora do restaurante Xapuri, aliás, ela é uma pioneira entre as mulheres na gastronomia. A chef morreu em maio, aos 84 anos.

    Na lista de chefs brasileiras participantes do Festival de Gastronomia de Tiradentes de 2023 estão Ieda de Matos (Casa de Ieda-SP), Mara Salles (Tordesilhas-SP), Morena Leite (Capim Santo-SP), Roberta Sudbrack (Sud, o pássaro verde-RJ), Flávia Quaresma (Carême Bistrô-RJ), Bruna Martins (Birosca S2-MG), Claudia Krauspenhar (K.sa-PR), Dani Martins (Épralevar-PA), Andreza Luísa (Mia-MG), Carol Fadel (Matula-MG), Maria Clara Magalhães (Matula-MG), Marina Lopes (Milos-MG).

    Entretanto, entre os homens foram confirmados os chefs Caetano Sobrinho (Caê-MG), Rafael Pires (Mia-MG), André Paganini (Chico Dedê-MG), Marcelo Haddad (Paladino-MG), Cristiano Seabra (Paço Real-PE) e Pedro Barbosa (Maní-SP).

    O festival de 2022 teve a presença do chef Jefferson Rueda, da Casa do Porco, restaurante de São Paulo, 12º melhor do mundo na lista The World’s 50 Best Restaurants, da revista britânica Restaurant em 2023. Rueda trabalhou ao lado de Matheus Paratella, do tradicional Tragaluz, localizado em casarão histórico da Rua Direita.

    festival de gastronomia de tiradentes
    Goiabada frita, um clássico do Tragaluz que a Nath experimentou

    Refeições preparadas por chefs locais e convidados fazem parte do Menu Festim, uma das atrações do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Em 2023, então, serão quatro jantares harmonizados e servidos no novo Espaço Raízes. Assim, cada jantar ficará a cargo de duas chefs: uma veterana e outra da nova safra de cozinheiros.

    Como é a programação do festival gastronômico

    No Santíssimo Resort, o espaço Brasa & Lenha será capitaneado por Flávio Trombino. De 18 a 20 e entre 25 e 27 de agosto, o chef do Xapuri apresenta receitas à base de carnes e frutos do mar.

    Na abertura do evento, dia 18, a dupla Mara Salles e Dani Martins prepara o primeiro jantar. No dia seguinte (19), será a vez de Morena Leite e Ieda de Matos. A parceria entre Flávia Quaresma e Claudia Krauspenhar abrirá o segundo fim de semana de Festim (25). Finalmente, o último jantar harmonizado (26) terá comando de Roberta Sudbrak e Bruna Martins.

    Comer é programa sério em Minas Gerais
    Lema da Mia Confeitaria vale em toda Tiradentes

    Durante o evento, muitos restaurantes de Tiradentes criam receitas exclusivas ou elaboram um cardápio todo especial para o Circuito Gastronômico que integra a programação. Em 2022, além do Tragaluz e do Uaithai, participaram do festival casas como Dengo, Gourmeco, Bistrô Casa Direita, Virada’s do Largo, Mia e Angatu.

    Pelas ruas há sempre a chance de esbarrar em espaços montados para levar ao público sabores únicos do festival, caso da Comidaria. Além disso, os chefs compartilham truques e conhecimentos em atrações como o Cozinha ao Vivo.

    Mas, para comprar ingredientes vindos de pequenos produtores locais, visite o espaço Mercearia Fartura. Ela funciona dentro do Santíssimo Resort, e terá charcutaria, queijos, doce de leite, pães, massas, geleias, sorvetes e temperos, tudo feito de modo artesanal.

    Evento gastronômico de Tiradentes, com aulas e degustações
    Cozinha ao vivo, atração do festival – Foto: Edson Teixeira/Divulgação

    Produtos semelhantes e ainda café, cachaça, azeite e mel mineiros também podem ser encontrados no espaço Sebrae, montado no Largo das Forras.

    Que apresentações musicais estão na festa

    As atividades do festival se concentram no centro histórico de Tiradentes. Enquanto come e bebe, o público se delicia com shows de jazz, MPB e música instrumental. Há ainda performances ao ar livre.

    Nos fins de semana do Festival de Gastronomia de Tiradentes, há apresentações musicais. Entre os artistas brasileiros que vão se revezar nos palcos estão a pianista Eloá Gonçalves, o baterista Carlos Ezequiel, o saxofonista Samuel Pompeo, o guitarrista Tato Mahfuz, o multi-instrumentista Everton Coroné, Bagatelas Quarteto, a cantora Adriana Araújo, InstruMetal, além dos DJs Mcastro, Thiagão e Aída.

    Show no Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes
    Tem cultura na programação em Tiradentes – Foto: Rodrigo Sampaio/Divulgação

    Qual é a história do evento e do Projeto Fartura

    Criado em 1998, o Festival de Gastronomia de Tiradentes recebeu até hoje cerca de 860 mil visitantes. Nesse período, o evento teve perto de 3 mil atrações gastronômicas e participação de quase 4.200 profissionais do setor, de todas as regiões do Brasil. Um total de 1.110 atividades artísticas foram levadas o público ao longo desses 25 anos.

    A programação inclui ainda uma vertente social. Por isso, há a oferta de cursos de capacitação e atividades gratuitas promovidas pela ação Fartura de Amor, responsável por arrecadar alimentos e distribuir refeições preparadas pelos chefs do festival. No campo da sustentabilidade, por fim, a organização encaminha resíduos para a reciclagem, utiliza materiais descartáveis feitos à base de bagaço de cana de açúcar, estabelece pontos de coleta seletiva durante o evento, entre outras iniciativas ambientais.

    O Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes passou a ter sua produção e organização a cargo do Projeto Fartura – Comidas do Brasil, desde 2009. Essa expedição já passou por cerca de 150 municípios do país e entrevistou em torno de 380 personagens da culinária nacional. Essa jornada rendeu não só descobertas de ingredientes e receitas, mas também livros, documentários e toda forma de conteúdo para quem, assim como os idealizadores do festival, ama a boa mesa.

    Comida mineira no Festival de Gastronomia de Tiradentes
    Comida mineira no evento em Tiradentes – Foto: Rodrigo Sampaio/Divulgação

    O Fartura tem a sustentabilidade como objetivo, mapeando a cadeia produtiva do alimento, da origem à mesa. Festivais sob a curadoria do projeto existem também em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Belém e Porto Alegre. O evento já chegou também a Lisboa.

    O que mais saber sobre o festival

    Data: O 26º Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes está previsto para o período de 18 a 27 de agosto de 2023

    Preço: Há programas pagos e gratuitos

    Sites: farturabrasil.com.br para mais informações sobre o festival

  • Doce de leite da Argentina: comida típica irresistível

    Doce de leite da Argentina: comida típica irresistível

    O doce de leite da Argentina é uma delícia. Leia sobre a comida típica do destino vizinho e saiba quanto custa no supermercado lá. Traga potes para você e para dar de presente como souvenir

    ATUALIZADO EM 6 DE ABRIL DE 2017

    Eu nunca gostei de doce de leite, sempre achei doce demais. Até que meu marido trouxe um pote argentino para casa. Tenho de confessar que, naquela época, a princípio nem me interessei. Mas resolvi provar a comida típica da Argentina, já que todo mundo dizia que era tão boa. Vai que era. E era!

    De cor mais escura, com aquele saborzinho meio maltado que fazia toda a diferença. Pronto, virei uma dulce de leche maníaca. Daí por diante, é puro, com queijo, no pão, em receita, no sorvete. Curto doce de leite argentino em todas as possibilidades.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Compramos no supermercado no Brasil, porém, sem exageros. O pote não dura na geladeira, e o ponteiro da balança também sobe rapidinho. Mas, quando vou à Argentina, é irresistível. As prateleiras de lá oferecem variedade e preço mais barato.

    Em outubro de 2013, estive na região das Missões Jesuíticas para escrever uma reportagem para a revista de bordo da companhia aérea Azul. Antes de voltar para casa, no supermercado na cidade de Posadas, faturei um potão de Poncho Negro (840 g), na ocasião pelo equivalente a uns R$ 18. Em maio de 2014, em Buenos Aires, comprei potes de 450 g de La Salamandra por cerca de R$ 8, de acordo com a cotação da época.

    Doce de Leite, Argentina - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)

    Em 6 de abril de 2017, pesquisei no site da rede Coto, que tem supermercados por Buenos Aires, encontrei potes de 450 g de San Ignacio a 63,15 pesos argentinos (com a taxa de câmbio atual, algo em torno de R$ 13). Na foto acima, ele custava metade do valor em pesos argentinos. Pelo menos, dá para ter uma ideia da variação — se alguém tiver comprado doce de leite recentemente na Argentina, por favor deixa o preço nos comentários para sabermos. O pote de plástico de La Serenísima clássico com 400 g custava 30,15 pesos argentinos no site, o equivalente a cerca de R$ 6,15.

    Sem glúten: procure o selo Sin TACC

    Um detalhe importante para quem gosta de doce de leite argentino e não come glúten: nem toda marca é liberada para o consumo. Durante a minha viagem de maio de 2014, encontrei sachês de doce leite Ilolay no café da manhã do hotel, mas o rótulo não continha a informação de que o produto era gluten free.

    Sem Glúten, Gluten Free, Doce de Leite, Argentina - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)No supermercado, vi potes do Poncho Negro e tampouco havia algo escrito sobre o assunto. Acabei comprando o La Salamandra, marca que exibia Sin TACC (sem trigo, aveia, cevada e centeio) no rótulo. Na hora de comprar, fique atento ao símbolo. Se você não come glúten, a Argentina oferece muitas opções aos viajantes. tem até voo com lanche gluten free.

  • Poutine (Canadá): receita com batata é prato típico em Montréal

    Poutine (Canadá): receita com batata é prato típico em Montréal

    Se sua ideia de comida boa necessariamente exclui fritura e inclui leveza, passe longe de poutine. O prato típico do Canadá feito com batatas fritas não tem nada de light, e essa é justamente a melhor parte, seu mérito, para mim. É comfort food das boas. A receita de poutine canadense leva generosos pedaços de queijo e é regada a molho de carne. Originária do lado francês do país, ganhou projeção nacional e se tornou uma das comidas típicas do Canadá.

    Origem da receita de poutine

    O que se sabe é que é um prato criado na província francesa de Québec, no entanto, ninguém crava nem onde nem como foi inventada a receita de poutine. No país em que o inverno não alivia quando chega, comida é também afeto e conforto. 

    Sempre que vou ao Canadá faço questão de comer poutine, especialmente se estou na província de Québec. Em Montréal é possível provar o prato típico em todo canto, seja no modo clássico ou em muitas variedades inventadas, usando diferentes tipos de queijo e ingredientes adicionais. As releituras locais, encontradas em todo o país, incluem uma versão das Províncias Marítimas, na qual a lagosta substitui a carne bovina.

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    Huumm… poutine du Québec 😋 Quem já provou e gosta? _________ Have you ever tasted it? Did you like it? #comoviaja #montreal #canada #viagem #instafood #quebec #poutine #comfortfood #viagemestadao #travel #viagem

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    É possível comer poutine também em Vancouver ou Toronto; por exemplo, no Granville Island e no St. Lawrence Market, os mercados públicos de produtores nas 2 cidades. Até no mercado de Natal de Toronto, realizado no Distillery Historic District, encontrei uma barraca especializada no prato típico do Canadá feito com batatas fritas.

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    Onde comer poutine em Montréal

    Na maior cidade do Canadá francês, é muito fácil achar poutine. Quem gosta de festivais de comida pode ficar de olho nos eventos em Montréal. Em janeiro, o calendário pode incluir La Poutine Week; em junho, é a vez da PoutineFest, no Vieux-Port, o porto velho.

    Mas, ao longo do ano todo, dá para experimentar o prato típico com origem no Canadá francês. Tem até versão fast-food. O Montreal Pool Room, espécie de pé-sujo de sandubas no Boulevard Saint-Laurent, prepara lanches rápidos. Em 2013, experimentei a poutine deles para viagem (embalada naquela caixinha de isopor). Foi ok, mas prefiro as versões que provei em outros endereços, onde me sentei para saborear o pedido com calma.

    Comi minha primeira poutine em 2010, quando conheci o Canadá. Fui ao La Banquise, na época uma recomendação da minha amiga Marie-Julie Gagnon, jornalista de Québec que morava no mesmo bairro do restaurante, o descolado Plateau Mont-Royal. Aberto desde 1968, o La Banquise só passou a servir poutine nos anos 1980, mas virou um especialista no assunto, embora ainda ofereça sanduíches em geral como hambúrguer e cachorro-quente.

    Se já conhece a clássica receita de poutine, se aventure por novas combinações. De inspiração mexicana, a versão La Taquise do menu leva guacamole, sour cream e tomates. Carnívoros podem se acabar na La T-Rex, com carne moída, pepperoni, salsicha e bacon. Veganos também têm vez no cardápio, com o prato La Véganomane, feito a partir de queijo e molho veganos.

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    Na viagem do fim de 2017, estive no Frite Alors!, quase em frente ao La Banquise, na Rue Rachel Est. Estava com meu sobrinho Caio, que mora em Montréal, e adora essa lanchonete com unidades em vários bairros da cidade. Além de suculentos hambúrgueres, prepara muitos tipos de poutine. Pedi uma com carne defumada (smoked meat), especialidade de Montréal muito encontrada em sanduíches, como os da lendária lanchonete Schwartz’s, no Boulevard Saint-Laurent. Muito boa. Se eu puder, volto lá para repetir.

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    Mais Montréal impossível! Poutine com carne defumada 😋 __________ Couldn’t be more Montreal! Poutine with smoked meat tag 📷 #comoviaja #canada #montreal #viagemestadao #mtlmoments #instafood #gastronomia #foodtour #dicadeviagem #quebecoriginal #travel #viagem #poutine #smokedmeat

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    Localizado no Quartier Latin, o Mâche prepara comfort food de Québec. Entre as opções oferecidas pelo restaurante na Rue Saint-Dennis estão a poutine canadense, da receita clássica à criações com carne de porco com cebola caramelizada ou com salsichas ao molho picante. Para acompanhar a pedida, o lugar com estilo de pub serve cervejas e vinhos.

    Os drinks coloridos preparados no La Belle et La Boeuf são motivo suficiente para parar no burger bar da Rue Saint-Catherine, bem movimentado à noite. Eu estive lá de dia para comer poutine porque me disseram que a de lá era boa. Concordo. O La Belle et La Boeuf, que tem filiais em outras cidades (em Québec, fica na Boulevard Laurier), também tem um menu variado do prato típico do Canadá feito com batatas fritas. A Poutine Gabriel, por exemplo, reúne bacon defumado, pimentão vermelho, cogumelos e cebola salteada.

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  • Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glúten: um mês na Alemanha e uma descoberta

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Quando dizem que viajar faz bem para a saúde, pode acreditar, não é força de expressão. A incursão de quase um mês pela Alemanha me trouxe benefícios que vão além da cultura e da beleza do país. Me levou a perceber que eu poderia ter um problema com glúten.

    Já vinha me sentindo mal havia tempos, com períodos de melhora e piora. Mas durante os primeiros 20 dias na Alemanha fiquei melhor. Nem me dei conta (quando está bem, quem se lembra de problema, né?). Além disso, em viagens sempre caminho muito, tomo bastante água. Tendo, então, a acreditar que esses efeitos são os responsáveis pelo bem-estar. Sem contar, é claro, na quantidade imensa de serotonina que a felicidade de viajar deve liberar em mim.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMas no fim da viagem, já em Frankfurt, voltei a me sentir mal. Também tomada pelo prazer da visita à Alemanha em família, não parei para pensar sobre o assunto. De fato, essas observações só vieram depois, já no Brasil. E pelo meu marido, Fernando: ‘Você se deu conta de que quase não passou mal na Alemanha? Só em Frankfurt, quando começamos a comer massa, você voltou a ter problema.’

    Nossa, era verdade. Na visita a Berlim, Munique, Nuremberg e Stuttgart, eu havia comido basicamente comida alemã. Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaMuita carne de porco e salsichas mil, acompanhadas de repolho e batata em muitas variações. Especialmente a salsicha de Nuremberg, minha preferida. Comi em vários lugares da Alemanha. Em Nuremberg, alguns foram o restaurante medieval Zum Gulden Stern e barracas nas ruas, no formato drei im weggla. Afpelstrudel, aquela maravilha de torta de maçã, só experimentamos uma vez, em Berlim.

    Alergia à cerveja alemã?!

    Além disso, tinha outra constatação revelada ainda antes de sair do Brasil: eu não conseguia mais tomar cerveja alemã. Custei muito a acreditar nessa ideia, que parece mais uma praga. Logo eu, tão cervejeira. Eu amo cerveja alemã!

    Há dois anos tomei meio copo e, em questão de minutos, minha cara parecia estar pegando fogo de tanto que queimava. Uma mancha vermelha foi pintando meu rosto todo e chegou ao pescoço. Fui parar no pronto-socorro. Fato inesquecível. Até hoje me dói o lugar onde o enfermeiro do São Camilo me aplicou uma injeção para estancar a crise alérgica.

    Na ocasião, meu marido e eu pensamos que pudesse ter sido algum problema com a garrafa da cerveja. Será que tínhamos lavado direito? Quase um ano depois, resolvi fazer um teste. Dois goles na cerveja, e corri para o comprimido de corticoide para parar a vermelhidão galopante.

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaFui para a Alemanha – viagem que incluía a minha primeira visita a Munique – lamentando que não poderia entornar os canecos como fazem os locais, mas ainda esperançosa de que poderia bebericar. Afinal, eu já tinha ido ao país várias vezes e sempre tinha bebido cerveja alemã!

    Sem glutén, Viagem à Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViajaChegando lá, até conseguia tomar uns golinhos de cerveja, da mais clarinha, amarelinho quase bebê. Ficava vermelha, nada alarmante. Mas só uns golinhos. Fernando pedia um canecão para ele, e eu bebericava, como fiz no Löwenbräu em Berlim (primeiro restaurante onde comemos na viagem) ou no biergarten do Viktualienmarkt em Munique (jardim de cerveja na praça do mercado). Valeu para tirar as tradicionais fotos segurando o caneco.

    Na nossa ida à Hofbrauhaus, a cervejaria mais famosa de Munique, me rebelei: pedi uma cerveja de trigo. ‘Vou pedir a que eu gosto mais. Se não der para beber, você toma, Fê?’. Proposta difícil de topar, né?

    Quase me emocionei com aquele copão quando a garçonete colocou nossos pedidos à mesa. Minha alegria foi embora depois de dois goles. O comprimidinho de corticoide estava na bolsa para me salvar. Pronto, não dava mais para tentar tomar. Melhor era procurar entender no Brasil o que estava acontecendo. Pelo menos valeu o brinde com Fernando de chope tradicional e Joaquim de suco de maçã espumado. Vê só as caras engraçadas na foto do alto deste texto.

    Em comum entre massa e cerveja: o glúten

    Em casa, quando Fernando chamou atenção para minha melhora nos primeiros 20 dias na Alemanha, juntei lé com cré. O que havia em comum entre massa e cerveja? O glúten! A proteína é encontrada no trigo, na cevada e no centeio.

    Resolvi, então, testar uma alimentação sem glúten. Durante 40 dias, me senti outra pessoa. Nesse período, estive na Argentina, onde não encontrei nenhuma dificuldade para manter a opção gluten free, lá tem até voo da LAN com lanche especial sem glúten.

    Interessante ver que, mais do que descobertas turísticas ou gastronômicas, viajar proporciona tantas sensações e experiências que podem mudar sua vida. Comigo tem sido assim. Não só pelo glúten. O contato com os muitos mundos com que topo me traz vários benefícios. Agora efetivamente até para a saúde.


    *

    Depois que escrevi este texto em 2014, passei por um longo período de testes, exames e consultas. Isso porque voltei a me sentir mal, mesmo sem comer glúten. Agora, em 2016, estou bem e de volta à ativa! Ao que parece, o glúten me prejudicava por causa do intestino irritável, um dos sintomas da minha fibromialgia, descoberta nos últimos anos. Tudo ainda é novidade para mim. No entanto, já voltei a comer glúten gradativamente. Ah, e já tomei cerveja algumas vezes! Ainda não testei a alemã 

     

  • Sem glutén: Voo da LAN Argentina tem lanche especial

    Sem glutén: Voo da LAN Argentina tem lanche especial

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)O lanche no voo de Buenos Aires para Mendoza vinha numa caixinha com biscoitos e minialfajor da marca Havanna. Eu estava fazendo uma alimentação sem glúten. Peguei o lanchinho e comentei em português com a colega no assento ao lado: ‘Não posso comer, mas vou guardar para meu marido que é louco por alfajor’. A aeromoça da LAN Argentina percebeu que havia algo errado e me perguntou: ‘sois celíaca?’

    Respondi que sim porque existe a possibilidade de que eu sofra dessa doença autoimune ou seja intolerante ao glúten. A comissária, então, me deu pacotinhos de chips de mandioca e de batata e ‘alfajor’ fabricado com flocos de arroz. Vendido em supermercados do país, ele passa longe de ser o tradicional alfajor — é muito duro por causa da textura do biscoito de arroz –, mas caiu bem poder comer um docinho.

    Buenos Aires, Mendoza, Voo LAN Argentina - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Fiquei muito feliz. Eu havia chegado na madrugada anterior a Buenos Aires, quase não tinha dormido e já voava cedinho em direção a Mendoza – havia sido convidada pelo Destino Argentina, pela LAN Argentina e pela vinícola Familia Zuccardi para um roteiro combinado entre para a cidade famosa pelos vinhos Malbec e a capital do país, Buenos Aires.

    Sem Glúten, Gluten Free, Comida de Avião, LAN Argentina, Lanche, Voo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (9)Aquela gentileza da aeromoça da LAN Argentina, portanto, foi meu primeiro contato com a realidade muito favorável que quem não pode comer glúten encontra no país. Aos poucos me dei conta de que a Argentina é o paraíso gluten free.

    A demanda interna é tanta que a LAN Argentina mantém a opção de comida sem glúten nos voos domésticos. Se você não puder comer glúten e estiver viajando pela companhia entre cidades argentinas, lembre-se de avisar aos comissários.

  • Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha na Alemanha: a bratwurst de Nuremberg é a melhor

    Salsicha é uma das comidas típicas da Alemanha. Em Nuremberg, a bratwurst local é pequena, saborosa e crocante, a melhor para nós. Provamos essa delícia em barraquinhas de rua e num restaurante da Idade Média

    ATUALIZADO EM 6 DE ABRIL DE 2017

    Salsicha na Alemanha é assunto sério. E, claro, divide gostos e opiniões. Eu tenho minha preferida: a Nürnberger Rostbratwurst, original de Nuremberg, na Baviera. Grelhadinha, é para mim a mais gostosa salsicha alemã.

    É produzida desde o século 14 na cidade da região histórica da Francônia, que ocupa parte do norte da Baviera. A receita leva basicamente carne de porco, sal e especiarias, responsáveis pelos pontinhos pretos característicos. Em 2003, a União Europeia deu às denominações Nürnberger Bratwurst e Nürnberger Rostbratwurst o registro de Indicação Geográfica. Ou seja, reconheceu que a salsicha é uma especialidade europeia de tradição e produzida apenas em determinado lugar. Para levar esse nome, só sendo produzida nos arredores de Nuremberg.

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja
    A GENUÍNA NÜRNBERGER ROSTBRATWURST – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Pequenina, tem entre 7 e 9 centímetros e pesa de 20 a 25 gramas. Várias histórias explicam esse tamanho nada usual entre as salsichas da Alemanha. Uma delas diz que as tabernas da Idade Média tinham de fechar cedo e as salsichas pequenas eram práticas pois passavam pelo buraco da fechadura. Assim clientes do lado de fora podiam continuar comendo a especialidade apesar do restaurante fechado. Engraçado imaginar as pessoas enfrentando as leis rígidas e o frio intenso no inverno para comer salsichas.

    Pensando bem, até que não seria uma má ideia. Ah, que saudade do café da manhã de hotel na Alemanha! A Rostbratwurst sempre estava entre as opções na área quente do bufê. De cor clarinha com uns pontinhos escuros (das especiarias usadas no preparo), quando grelhada, fica com a casquinha crocante e dourada.Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    ONDE COMER NA CIDADE
    Pode-se degustar essa maravilha em uma das barraquinhas nas praças e ruas do centro histórico de Nuremberg, que vendem o sanduíche drei im weggla, o mais pedido pelos locais.

    SAI UM DREI IM WEGGLA NO CAPRICHO!

    Ou num dos restaurantes históricos que ainda fabricam suas salsichas seguindo receitas medievais, como o Zum Gulden Stern, onde tivemos o prazer de almoçar na chegada a Nuremberg. Tradicionalmente é acompanhada de salada de batata e/ou chucrute (sauerkraut).

    E para você? Qual é a sua salsicha alemã preferida?

    Alemanha, Salsicha de Nuremberg, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

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