Categoria: Ceará

  • Onde comer em Jericoacoara: restaurantes na vila e arredores

    Onde comer em Jericoacoara: restaurantes na vila e arredores

    Encontrar um restaurante bom e barato é um desafio enfrentado por muitos viajantes. Questão colocada à prova também quando se está à procura de onde comer em Jericoacoara. A vila cresceu muito nas últimas décadas, o mesmo ocorrendo com as opções para almoçar e jantar – os preços, então, acompanharam igualmente a expansão do destino turístico no litoral do Ceará.

    Comida barata em Jeri até existe, mas a qualidade fica a desejar muitas vezes. Portanto, economizar na refeição para gastar com o sal de frutas, definitivamente, não parece ser a decisão mais inteligente. Mas há boas alternativas e variedade à mesa.

    Salão do Bistrô Caiçara, em Jericoacoara

    Na vila e nos arredores, tropeça-se em alternativas, da lagosta à macaxeira, sem esquecer do crepe e da pasta. Nossa lista de restaurantes em Jeri é enxuta, como convém aos cardápios que não obrigam o freguês a dar voltas e voltas antes de decidir o que pedir. Desfrute de nossa hospitalidade e bom apetite!

    Dona Amélia

    A fama do Dona Amélia vem do camarão no abacaxi (segundo o restaurante, a receita original) e das noites de forró (uma das dicas para quem busca o que fazer em Jericoacoara à noite). Abre diariamente a partir das 11h30 e tem mesas no salão ou na calçada do Beco do Forró. Em julho do ano passado, uma segunda unidade do Dona Amélia foi aberta no caminho de quem vai para a Lagoa do Paraíso, tornando-se opção de restaurante na hora de almoço, principalmente.

    Sal da Praia

    Aberto em 2020 na Rua do Forró, o Sal da Praia é uma alternativa descomplicada para almoçar depois de um passeio matinal ou antes da viagem de volta. Do filé trinchado com fritas como tira gosto à lagosta do chef (escoltada por baião cremoso e farofa especial), o restaurante serve ainda pratos executivos, entre eles, a fraldinha na cerveja com macaxeira puxada na manteiga da terra. A geladeira de picolés ganha mais pontos em relação ao menu de sobremesas, que tem de cartola a brigadeiro de colher.

    Bistrô Caiçara

    Nascido no interior do Ceará, o chef Apolinário traz na bagagem os anos de trabalho em restaurantes e hotéis de São Paulo. A experiência acumulada se soma ao talento para criar pratos, como o polvo bêbado e o camarão caiçara, duas das opções encontradas em seu bistrô na vilinha de Jeri. O filé de robalo com banana e castanha de caju (R$ 79) vem acompanhado por legumes e arroz branco (dispensável, na minha visão). Para quem não abre mão de comer carne, o filé ao molho de café (R$ 82) é um rocambole de mignon recheado de presunto e queijo, servido com batata gratinada.

    Escolha iluminada: filé de robalo com banana e castanha

    Tamarindo

    Queridinho de muitos turistas em Jeri, o Tamarindo só abre para o jantar (a partir das 18h), tornando-se ainda mais concorrido (evite fila, chegue cedo). Lagosta, camarão e o que mais vier do mar figuram na lista de preferência dos clientes. O pudim de pistache tem fama reconhecida. Já a cocada assada com calda de goiabada e sorvete de creme justifica sua ida nem que seja para comer uma sobremesa.

    Cocada do Tamarindo: vá nem que seja por ela

    Éllo Restaurante

    Servido antes da refeição, o pão de fermentação natural funciona como um convite de boas-vindas ao Éllo. Capitaneada pelo chef belga Hervé Witmeur, a casa foca no uso de ingredientes frescos vindos de produtores locais. É possível saborear pratos à la carte ou o menu degustação de 12 etapas. O conceito de cozinha natural está impresso em receitas como a lagosta com hibisco e na sobremesa figos, mel e pólen. Aberto de segunda a sábado, a partir das 19 horas.

    Hurricane

    Vizinho de fundos do Café Jeri, o restaurante Hurricane Jeri está voltado para a Praia da Malhada, que pode ser avistada a partir das mesas do salão. No menu estão opções da cozinha nordestina contemporânea, entre elas, o tartar de atum com chips de tapioca e o peixe na crosta com purê de ervilhas e legumes. Hotel integrante da Mandi Collection, o Hurricane também está na nossa lista de sugestões de hotéis em Jericoacoara.

    Peixe na crosta com purê de ervilhas e legumes, do Hurricane

    Leonardo da Vinci

    Primeiro negócio do italiano Roberto Brotini, o Leonardo da Vinci é opção de onde comer em Jericoacoara desde 1999. Filé de robalo ao molho de lagosta e tagliatelle com tinta de lula e camarões estão no cardápio, que tem também risoto e pasta. Em cima do restaurante fica a Pousada Mona Lisa, outra alternativa para quem busca onde ficar em Jericoacoara. A expansão rendeu ainda a sorveteria Da Vinci, voltada para a rua principal da vila, e o sofisticado Caravaggio, de pratos como a vieira assada na manteiga de cacau com vellutata de homus e creme de amêndoas.

    Vila K

    Pratos do mangue, da roça e do mar profundo. A proposta de cozinha nativa do restaurante Vila K é seguida à risca em opções como a coxinha de carne de caranguejo (R$ 39), o mignon curado ao molho de vinho, arroz de nata e abóbora assada no mel de caju (R$ 74) e ainda no atum selado no gergelim acompanhado por manga e legumes braseados (R$ 82). O restaurante fica dentro da Pousada Vila Kalango, veterana opção de hospedagem em Jeri. Em noite de lua cheia, experimente jantar à luz de velas no jardim.

    Mesa ao ar livre (e sob o luar) do Vila K, em Jeri

    Casa Uca

    Hotel e restaurante, a Casa Uca fica em Camocim, cidade vizinha a Jeri e no caminho de passeios turísticos. A agência online Civitatis vende o tour pelo oeste e transfers em Jericoacoara. No menu do restaurante, não faltam clássicos como dadinhos de tapioca (a porção, R$ 38, acompanha ketchup de goiabada) nem receitas que valorizam os pescados da região, caso do Ucamar (polvo e camarões no arroz sofrito com raspas de limão). Saboroso, serve facilmente duas pessoas (R$ 175). Não recuse o chá de hibisco, refrescante cortesia da casa ao chegar.

    Polvo e camarões com arroz sofrito, da Casa Uca

    Alchymist

    Beach club diante da Lagoa do Paraíso (taxa de entrada a R$ 35, por pessoa), o Alchymist faz parte da nossa lista sobre o que fazer em Jericoacoara. Além do acesso direto à água doce, o espaço tem bar e restaurante, que fecham às 17 horas. No cardápio, opções individuais (robalo à la belle meuniere, R$ 69,90) e especialidades para compartilhar entre 4 pessoas (robalo à moda Alchymist, R$ 349,90). A Civitatis vende passeios e traslados no destino, como o transfer para o The Alchymist Beach Club, a partir de R$ 37,50.

  • Onde ficar em Jericoacoara: hotéis e pousadas na vila do Ceará

    Onde ficar em Jericoacoara: hotéis e pousadas na vila do Ceará

    Se está indo pela primeira vez, talvez o melhor lugar onde ficar em Jericoacoara seja mesmo um hotel ou pousada do miolinho da vila de Jeri, onde está todo o burburinho do centro. Pois essa é uma dica que a gente acha legal você levar em conta na hora de escolher sua base durante os dias de visita a um dos principais destinos do litoral do Ceará. Ainda mais que tem acomodação de todo tipo: hotel boutique, para adultos baladeiros ou com pegada mais familiar.

    Dessa forma, a lista a seguir reúne algumas sugestões de onde se hospedar em Jericoacoara, sobretudo em hotéis e pousadas com boa avaliação de viajantes em sites como Tripadvisor e Booking. Você vai perceber que não há menção de que propriedade tem ou não internet. Fique tranquilo, pois todas as dicas de hospedagem relacionadas aqui oferecem wifi. Afinal, parte do sucesso de Jeri se deve (e muito) às inumeráveis postagens em redes sociais.

    Café Jeri

    É hotel, é loja, é bar, é balada. Portanto, é tudo junto e misturado. Voltado exclusivamente ao público adulto, o Café Jeri abriu como um hotel de entretenimento em fevereiro de 2022. Integrante da coleção de hotéis cearenses Mandi, tem 33 suítes charmosas, algumas com acesso direto para a piscina. Além disso, o hotel fica na Rua do Forró, a uma curtíssima distância das lojas, dos restaurantes, da vida que pulsa em Jeri. A Duna do Pôr do Sol está a 500 metros do hotel, que funciona como balada entre quarta e domingo, das 16h às 22 horas – hóspedes têm acesso direto e direito a camarote.

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    Piscina do Café Jeri, hotel no litoral do Ceará – Foto: Fernando Victorino

    The Chili Beach

    Pequeno notável na Praia da Malhada, The Chili Beach não recebe mais do que 20 pessoas ao mesmo tempo, com o intuito de manter o atendimento mais intimista. O restaurante Rico une o Brasil ao Mediterrâneo em receitas saboreadas diante do mar. Suítes e vilas (com mínimo de 100m²) oferecem vista para a praia ou para o jardim tropical. Sessões de massagem podem ser feitas no spa bem como nos quartos, com direito a champanhe de cortesia ao fim do tratamento.

    | Reserve o The Chili Beach na Booking |

    Vila Kalango

    Instalada entre coqueiros centenários, pertinho da Duna do Pôr do Sol, a Vila Kalango é uma veterana que se amplia e se renova desde que abriu, em 1999. Ao todo, são 24 acomodações, entre apartamentos, palafitas e bangalôs, que inauguraram o conceito de hospedagem com charme na região. Recebe não apenas casais como famílias também. A pousada tem um centro de esportes náuticos, com aulas e aluguel de equipamentos para a prática de wing foil, kite surf, SUP, entre outras modalidades. Com pratos que privilegiam sabores do mangue, da roça e do mar profundo, o restaurante Vila K serve ao público externo da mesma forma que aos seus hóspedes.

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    Jardim da Vila Kalango, pousada em Jericoacoara – Foto: Fernando Victorino

    Pousada Jeribá

    Em primeiro lugar, vale dizer que todos os 14 apartamentos da Pousada Jeribá têm cama king size, amenities Natura e varanda com rede. Unidades como a Luxo Jeribá estão equipadas com hidro e ofurô. Já a Luxo Jardim acomoda até 3 adultos ou casal e 2 filhos. Piscina, spa e restaurante próprio completam a infraestrutura. A fim de saber um detalhe precioso? A pousada fica diante da praia principal de Jericoacoara.

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    Pousada O Refúgio

    A Pousada O Refúgio é feita de meia dúzia de casinhas que remetem à Jeri tradicional na aparência. Por outro lado, a infraestrutura do quarto surpreende, pois inclui cama king, lençol 400 fios, ar split, além de hidro nas suítes com 70m². A suíte premium soma 90m² porque possui piscina privativa. Os hóspedes recebem as chaves do quarto e da entrada principal. Como a recepção não funciona à noite, a sensação é de estar em uma residência de temporada, só que com mimos de hotelaria.

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    Hotel Hurricane Jeri

    O corredor de entrada do hotel ladeia as acomodações e conduz o hóspede até o mar, que oscila entre turquesa e verde ao longo do dia. Pé na areia, o Hurricane Jeri tem 22 acomodações (ou são suítes ou são bangalôs), todas construídas com madeira de reflorestamento – algumas unidades acomodam até 3 viajantes (crianças são aceitas no hotel). Também aberto ao público, o restaurante da pousada foca nos ingredientes do mar. Só para ilustrar, o peixe na crosta com legumes grelhados e purê de ervilhas cai bem num jantar.

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    Bangalô do Hotel Hurricane – Foto: Thiago Faquinelli / Divulgação

    Essenza Hotel Jericoacoara

    Antes de mais nada, sim, o moderninho Essenza é aquele hotel em Jeri com piscina na sacada de alguns quartos. Além disso, todas as suítes são voltadas para o mar. As da categoria Lounge dão acesso direto à piscina de borda infinita, de uso comum, enquanto as acomodações da classe Cult têm uma privativa. Porém, o bistrô é de uso exclusivo dos hóspedes do hotel. Aceita crianças, desde que maiores de 12 anos.

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    Casa Fufi

    Com apartamentos de 1 e de 2 quartos, o conceito de casa não se limita ao nome, uma vez que a Casa Fufi oferece cozinha dentro dessas unidades (valor pago à parte). Já o bangalô tem 2 camas de casal no mezanino. Diária inclui café da manhã, servido na varanda de cada acomodação. O mar está a 50 metros da pousada, condição perfeita para uma caminhada assim que o dia amanhece.

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    Villa Mag

    A Villa Mag tem a quase totalidade de suas 9 acomodações voltadas a 2 pessoas. Porém, há a suíte familiar equipada com cama king, sofá-cama e ainda beliche. Todos os quartos possuem ar refrigerado e amenities L’Occitane en Provence. Aberta em 2018, fica a 10 minutos do centro de Jeri. Apesar de não possuir restaurante, as diárias incluem café da manhã.

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    Café da manhã do Villa Mag, em Jeri – Foto: Divulgação

    Mona Lisa Pousada

    Em cima do restaurante Leonardo da Vinci, a Mona Lisa Pousada é igualmente diminuta como a obra-prima do Renascimento. São 10 suítes elegantemente decoradas. Além de cama queen, a premium Leonardo da Vinci oferece sofá bicama, o que permite acomodar até 4 pessoas. No terraço, com visão para a praia, o restaurante Caravaggio traz pescados e frutos do mar da região sob o toque do chef Roberto Brotini, que trocou a Itália pelo Ceará em 1999.

    | Reserve a Mona Lisa Pousada na Booking |

    Sable Jeri

    A sustentabilidade está inegavelmente no cerne da Sable Jeri, pousada boutique abraçada pela vegetação natural. Não há TV nem frigobar nos quartos. As bebidas podem ser consumidas à vontade no sistema Honesty Bar (você se serve em uma geladeira comum). Há piscina, spa e rooftop de onde se testemunha o pôr do sol. O café da manhã promete um suco diferente a cada dia. Pães, bolos, geleias e outras delícias são produzidos na propriedade, que só recebe adultos.

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    CasaLô Hotel

    Integrante da Mandi Collection, a CasaLô Hotel é uma vila com casas de um, dois e três dormitórios, todas com cozinha completamente equipada e sala de estar. A roupa de cama tem lençóis de 600 fios e travesseiros macios. A proposta rústico chique se verifica da mesma forma na Vila Sapoti, a menor das acomodações, para 2 pessoas no máximo.

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    Cozinha da Casa Coqueiro, da CasaLô – Foto: Divulgação

    Pousada Carcará

    A Pousada Carcará tem suítes espartanas em relação à infraestrutura, isto é, cama de casal queen, frigobar, ar split, mesinha de trabalho e arara para pendurar roupas. O lazer inclui piscina, hidro e espaço para massagens. No café da manhã não falta a clássica tapioca. Não fica distante do burburinho de Jeri, mas é resguardada o bastante para não pegar a muvuca.

    | Reserve a Pousada Carcará na Booking |

    Residence Bons Ventos Jeri

    Um conjunto de 10 apartamentos forma o Residence Bons Ventos, na Rua do Forró. Os quartos podem acomodar não só 2 bem como até 6 pessoas – há unidades com cozinha. Piscina com hidro e até churrasqueira para confraternizar, se estiver viajando com amigos, compõem a área social. O café da manhã é servido no Mamma Mia, restaurante anexo à pousada.

    | Reserve o Residence Bons Ventos na Booking |

    Villa Nautica Boutique Hotel

    Aberta em outubro de 2022, a Villa Nautica foca no público de alto padrão, que valoriza arquitetura, design e, sobretudo, serviço de primeira. O resultado é um hotel boutique com 6 categorias de suítes, que variam entre 27m² e 43m². Entre as comodidades estão a piscina salinizada e hidromassagem. A pousada tem também restaurante e serve chá da tarde aos hóspedes. A Villa Nautica fica na Rua Principal, a menos de 500 metros da praia de Jericoacoara.

    | Reserve o Villa Nautica Boutique Hotel na Booking |

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    Banheiro da suíte superior casal, do Villa Nautica – Foto: Divulgação
  • O que fazer em Jericoacoara: passeios no litoral e na vila no Ceará

    O que fazer em Jericoacoara: passeios no litoral e na vila no Ceará

    Jeri virou o que virou no imaginário do viajante devido à sua beleza natural. O que fazer em Jericoacoara, aliás, passa por se jogar nessa paisagem cearense. Seja numa curta viagem de 3 dias ou numa temporada mais longa, o roteiro inclui aproveitar a vida de maneira descompromissada: de dia, em passeios pelo leste e pelo oeste do litoral; à noite, nas ruas de areia da vila no Nordeste. O destino atrai muita gente atrás de aventura, baladas e da boa estrutura turística – confira onde ficar em Jericoacoara.

    O povoado de pescadores de 20, 25 anos atrás ainda resiste em 2 criações da natureza, as brutas e belas Pedra Furada e Duna do Pôr do Sol. Os dois pontos turísticos de Jeri se localizam pertinho da vila e são acessíveis a pé. No entanto, o vaivém de jardineiras (picapes com assentos na caçamba) e buggys dá a dimensão de Jeri atualmente.

    O que fazer em Jeri à noite: baladas
    À noite Jeri tem baladas, a partir do pôr do sol

    Passeios no litoral do Ceará

    Os passeios são um sucesso entre os turistas. Contratar tours é a maneira indicada para fazer isso, já que esses veículos trafegam com facilidade pelos caminhos de areia que dão acesso a praias e às lagoas de água doce formadas em meio às dunas.

    O objetivo da lista abaixo é fornecer uma ideia geral das atrações. Para te ajudar a decidir o que fazer em 3 dias, priorizamos os lugares essenciais: o básico do destino. Já para uma viagem de 5 dias, acrescentamos outras opções; também pode ser útil caso você queira trocar alguma sugestão no roteiro mais curto. No fim, o que importa é você visitar o que quiser, conforme seu perfil de viajante.

    O que fazer em Jericoacoara em 3 dias

    Em geral, o indicado em uma viagem a Jeri em 3 dias é dedicar 2 deles inteiros aos passeios, um chamado de Oeste (com as praias e o Parque Nacional de Jericoacoara), outro de Leste (com as lagoas de Jijoca de Jericoacoara e a Praia do Preá). Por isso, a agência online Civitatis, nossa parceira no Como Viaja, faz o tour pelo leste de Jericoacoara (7h, R$ 65 por pessoa) e o tour pelo oeste de Jericoacoara (6h30, R$ 75 por passageiro), ambos com grupos em jardineiras.

    O que fazer em Jeri em 3 dias: kitesurfe:
    Litoral cearense, indicado para kitesurfe em praias como a do Preá

    Mas, se prefere um veículo só para quem viaja com você, para qualquer direção, o passeio de buggy em Jericoacoara custa R$ 550 para até 4 passageiros ou R$ 500 para 2 no máximo. Viajantes em busca de um pouco mais de conforto podem reservar o tour privado num carro 4×4, por R$ 600 para até 4 pessoas. Para aventureiros, há o tour de quadriciclo (R$ 500 para 2).

    A jardineira é mais barata e serve para quem gosta de visitar o maior número possível de cartões postais, porém sacode mais e tem roteiro fechado, sem margem de mudança. Nos passeios privados em buggy ou 4×4, você pode ficar por mais tempo numa atração, pois o motorista à sua disposição por um período do dia. Além disso, não existe a obrigatoriedade de ir a todos os pontos sugeridos no tour e você pode parar para almoçar onde quiser.

    Vila de Jericoacoara: os clássicos que resistem

    Você pode passar um dos dias de viagem pela vila, curtindo as ruas de areia, a praia em frente e a vizinha Praia da Malhada. Também pode visitar a Pedra Furada e a Duna do Pôr do Sol, espetáculos de contemplação, ainda livres da intervenção humana. Mesmo assim, você pode não escapar de um acúmulo de pessoas; algumas tentando fazer a foto perfeita para o Insta.

    Duna do Pôr do Sol

    À esquerda da Vila de Jeri, turistas e locais repetem diariamente o ritual de caminhar rumo à Duna do Pôr do Sol, quase sempre a partir das 16h30. Alguns hotéis costumam avisar aos hóspedes a que horas exatamente o sol cairá no mar. Vá de óculos escuros, menos por conta dos raios solares e mais por causa do vento, que promove esfoliação de pele gratuita com o tanto de areia jogada contra o corpo. As rodas de capoeira aos pés da duna são o bônus depois do entardecer.

    Praia de Jeri

    Bares e restaurantes de frente para o mar oferecem espreguiçadeiras e guarda-sóis. A praia da vila é bem rasa, especialmente na maré baixa. Isso rende aquelas fotos lindas com o brilho na água mansa, os barcos e a duna à esquerda. O banho de mar é mais fácil na praia vizinha, apesar de também ter sargaço, como a principal. Em alguns momentos do dia, o cheiro forte dessa alga pode incomodar.

    O que fazer em Jeri em 3 dias: curtir a vila
    Espreguiçadeiras e guarda sóis na Praia de Jericoacoara

    Praia da Malhada

    Fica à direita da principal praia de Jeri, no caminho de quem quer chegar à Pedra Furada aproveitando a maré baixa. Nessa ocasião, algumas piscinas naturais se formam na região da Praia da Malhada, que tem muita pedra (cuidado pra não dar uma topada enquanto estiver tomando banho). A praia é deserta, sem nenhuma estrutura (leve água e algum lanchinho, se for querer esticar a permanência). O mar ali é imã de surfistas em Jericoacoara.

    Pedra Furada

    Arrume companhia para tornar menos solitária a caminhada que exige disposição e algum preparo físico. Há quem opte por ir ou voltar pela praia, sempre na maré baixa. Se a escolha for ir pelo alto do morro, charretes puxadas por simpáticos jumentos (o juber, assim chamado carinhosamente pelos locais) agilizam parte do deslocamento, mas não excluem andar a pé um tantinho que seja. Vá cedo, tipo 7 da manhã, se quiser evitar o sol forte porque não tem sombra.

    Farol do Serrote

    A trilha feita pelo alto do morro rumo à Pedra Furada passa perto desse farol, a quase 100 metros do nível do mar. Quem encarou a subida que leva até o topo do terreno garante que a vista é deslumbrante. Os relatos são de que a ausência de turistas ajuda a escutar melhor os sons das ondas e do vento.

    Passeio no leste: parque nacional e beach club nas lagoas

    Nesse roteiro estão pontos turísticos como Lagoa do Paraíso, Lagoa Azul, Praia do Preá e Árvore da Preguiça. Para chegar às principais atrações é preciso rodar por trechos de areia e de asfalto. Aliás, a criação de uma estrada fez surgir até um ponto turístico meio sem querer.

    Outra novidade recente são os beach clubs à beira das lagoas. Ainda que longe do mar, os clubes de praia foram criados para oferecer mordomias e serviços, com entrada cobrada. As tradicionais barracas, onde só se paga pelo que se consome, seguem como focos de resistência à modernidade, porém sem tanto conforto. 

    Lagoa do Paraíso

    Programa essencial de quem visita a região, a Lagoa do Paraíso fica a 30 minutos da Vila de Jeri, no município de Jijoca. As redes dentro da água são um convite ao descanso. Barracas como as do Bar e Restaurante Nova Esperança têm salão coberto, quiosques e mesas fincadas na lagoa. Nesses bares e restaurantes paga-se apenas pelo consumo. Pergunte ao motorista do buggy quais cobram pelo acesso.

    The Alchymist Beach Club

    Com entrada a R$ 35 por pessoa (crianças até 7 anos, grátis), o clube de praia oferece serviços com acréscimo de preço progressivo. Pelo menor valor, é possível tomar banho na Lagoa do Paraíso, acessar os brinquedos infláveis na água, as redes e as mesas e cadeiras cobertas por ombrelones na areia.

    Há cobrança à parte para desfrutar de outros ambientes, como as espreguiçadeiras estofadas e com guarda-sóis (R$ 150, por pessoa), os bangalôs na areia ou sobre jangadas (R$ 200, por pessoa) e a área VIP (R$ 200, por pessoa, com direito a guarda-volumes e atendimento personalizado).

    O deck flutuante em formato de coração (R$ 200, por pessoa) reúne espreguiçadeiras ao redor de uma piscina de água doce e um DJ. A casinha (R$ 250, por pessoa) é o espaço mais privativo, com cama, mesa para refeições e acesso direto à lagoa por uma escadinha. Porém, nenhum desses valores dá direito à consumação. Água sem gás (R$ 10,90), batata frita (R$ 35) e peixe ao molho de camarão (R$ 74,90) são opções do cardápio.

    Lagoa Azul

    A Lagoa de Jijoca se divide em duas: a badalada Lagoa do Paraíso e a Azul, acessível por jangada. A Pousada e Restaurante Lagoa Azul, por exemplo, oferece day use por R$ 30 por pessoa, valor que inclui banho na água clara e morna da lagoa e no conjunto de piscinas do pequeno parque aquático da hospedagem – reserve a Pousada e Restaurante Lagoa Azul na Booking. A barraca fecha às 17 horas, quando a última embarcação faz a travessia de volta.

    Buraco Azul Caiçara

    O buraco em Caiçara (distrito de Cruz) de onde se retirou areia e barro para a construção de uma estrada virou atração turística depois de uma forte chuva no Ceará, em 2019. Desde então, o Buraco Azul fez sucesso no Instagram e atraiu muita gente para lá (entrada a R$ 20, por pessoa – crianças até 10 anos e idosos acima de 60 anos, grátis).

    O tom da água é resultado da concentração de calcário no fundo da enorme cratera, que muda de cor com a incidência do sol. As placas com alertas para o risco de afogamento são grandes e chamativas o bastante. O mergulho só é permitido em alguns pontos, já que o buraco pode chegar a 7 metros de profundidade. Há piscina infantil, redes, espreguiçadeiras e bangalôs (R$ 100 para 2 pessoas, valor revertido em consumação) . O restaurante serve pescados, carnes e petiscos.

    Passeio no leste de Jericoacoara
    Cor azul e cautela no Buraco, em Caiçara

    Lagun Beach Club

    Se a ideia for impressionar amigos nas redes sociais, vá em frente. Também em Caiçara, há uma lagoa artificial central, em tom turquesa. E ainda cascata, balanços e outros cenários para emoldurar suas fotos. Tem prainha, piscina infantil, tirolesa (R$ 15) e também é pet friendly. O ingresso por pessoa no Lagun Beach Club custa R$ 20, com direito aos espaços com mesas e cadeiras protegidas do sol.

    Lagoa do Amâncio

    Formada pelas águas das chuvas, a Lagoa do Amâncio é cercada pelas dunas do Parque Nacional de Jericoacoara. Por ser uma atração sazonal, não há estrutura de apoio, como barracas para venda de alimentos e bebidas. Ainda assim muita gente desce para tirar fotos e tomar banho na parte rasa, trecho ideal para crianças pequenas e para os que não sabem nadar.

    Árvore da Preguiça

    A força do vento no litoral do Ceará está materializada nesta espécie tombada por ele. Suas raízes formaram um pitoresco enquadramento aproveitado nas fotos dos turistas. Se estiver com sorte, dá para registrar o nascer da lua no mar, como ocorreu comigo em um fim de tarde de novembro. Pena que a câmera do smartphone não capte a essência desse momento. Mas, acredite, a lembrança é sempre a melhor parte de uma viagem. 

    Passeio no oeste: Tatajuba, off-road, tirolesa e esquibunda

    Nesse roteiro estão Lagoa de Tatajuba, Lagoa Grande e Mangue Seco, além de atividades radicais, entre elas, esquibunda e tirolesa sobre a água, pagas separadamente. O ritmo calmo da travessia de balsa sobre o Rio Guriú é o momento mais tranquilinho de quem sai em direção ao litoral oeste de Jericoacoara.

    O caminho rumo à vizinha Camocim é um exercício off-road. Há quem goste de encarar o sobe e desce sobre as dunas (o papo do ‘com emoção’). Mas dá para chegar aos mesmos lugares sem botar suas preces em dia. Do lado oeste ficam atrações mais rústicas, livres por enquanto do raio ibizador.

    Mangue Seco

    As raízes altas e retorcidas que emanam do terreno lamacento ganharam a companhia de balanços de madeira e molduras em formato de coração feitas com galhos trançados. É nesse cenário que mulheres, principalmente, posam para fotos. Tímidas bancas vendem bebidas ou artesanato feito com materiais naturais.

    Passeio do cavalo-marinho

    Na mesma região de manguezal, são realizados os controversos passeios do cavalo-marinho, pagos à parte. Espécie ameaçada de extinção, o animal é capturado em um pote e trazido para os turistas só observarem ou tirarem fotos dentro do pequeno barco em que é feita a atividade.

    Lagoa Grande

    Não faltam as redes nem as mesas na água. Os cardápios das barracas ao redor da Lagoa Grande focam em peixes e crustáceos – a prática de exibir os pecados numa bandeja em vez de oferecer cardápio físico é motivo de reclamação de muitos frequentadores na linha expectativa/realidade. Já o menu da diversão gira em torno de rolês de stand up paddle e de caiaque, ambos com pagamento à parte.

    Passeio no oeste de Jericoacoara
    Barracas de Lagoa Grande

    Lagoa de Tatajuba

    O cenário se repete nesta que é a lagoa mais famosa do passeio pelo lado oeste. Há barracas com o pescado do dia, mesas e redes para se largar na água morna. É lá também que fica a tirolesa (R$ 25, duas descidas). No caminho pelas Dunas de Tatajuba, você vai encontrar atividades semelhantes, como o tobogã em que se escorrega de barriga. Custa R$ 25 e dá direito a três tentativas – se o participante alcançar uma certa marca, tem direito a mais uma descida.

    Duna do Funil

    O esquibunda é o esporte número 1 praticado nessa duna alta, que termina na lagoa formada pela água das chuvas. Ou seja, no meio do ano o nível sobe mais. Como exige toda modalidade, ter preparo físico é fundamental, principalmente para encarar a subida de volta.

    O que fazer em Jericoacoara em 5 dias

    Você pode aproveitar para tirar um dia inteiro para curtir um day use num hotel bacana, por exemplo. Ou ir dedicar mais tempo à Praia do Preá e fazer aula de kitesurfe por lá.

    Praia do Preá

    Fica no município de Cruz e se mantém mais rústica em relação à vizinha Vila de Jericoacoara. Casa dos praticantes de kitesurfe, tem mar agitado e pouco convidativo ao banho. Porém, caso queira apenas parar para fotos, o Preá está presente em quase todos os passeios de buggy para o litoral leste de Jeri. 

    Casa Uca

    Neste hotel, localizado no município de Camocim, o day use custa entre R$ 200 e R$ 400 (para acomodar de 4 a 12 pessoas). Os valores incluem o uso da piscina. Além disso, podem ser usados no consumo durante o período de permanência. Se preferir, você também pode se hospedar lá – reserve no Casa Uca na Booking.

    Club Ventos

    Diante da Praia da Malhada, playground dos praticantes de esportes aquáticos, o Club Ventos tem infraestrutura para os que querem se exercitar e também para os que gostam de sombra e água fresca. Quem escolhe ficar no lounge paga entre R$ 130 e R$ 700, mas grande parte desses valores é convertida em crédito para consumação. O pôr do sol é animado por DJs, que comandam a animação até as 19 horas, diariamente. 

    O que fazer em Jericoacoara à noite

    Se você já definiu onde comer em Jericoacoara, resta saber o que fazer em Jeri à noite. Caminhar de modo descompromissado pelas ruas de areia da vila é motivo suficiente para curtir a brisa leve que sopra. O comércio fica aberto até perto das 22 horas, então dá para comprar aquela lembrancinha que faltou, tomar um sorvete ou dançar ao som de música eletrônica ou de forró – na beira da praia ou no beco batizado com o nome do autêntico ritmo nordestino.

    O que fazer em Jeri à noite inclui um forró
    Trio de forró na Praia de Jeri

    Café Jeri

    Um dos hotéis da nossa lista de lugares para se hospedar, o Café Jeri tem terraço com vista para o mar. De quarta a domingo, ali rola balada a partir das 16 horas (a entrada é gratuita até as 18 horas; depois, custa R$ 50). Sob o comando de DJs, hits de música eletrônica embalam o pôr do sol e a festa que segue até as 22 horas. Hóspedes não pagam para entrar e têm acesso privativo.

    Forró da Dona Amélia

    A fama da comida se estende às noites de música neste restaurante. Afinal, o que fazer em Jericoacoara à noite inclui um bom pé de serra, que come solto às quartas e aos sábados na Rua do Forró.

    Padaria Santo Antônio

    É um clássico das madrugadas em Jeri porque, historicamente, a Padaria Santo Antônio acolhe os que se acabaram de tanto dançar nos forrós e em outras baladas pela vila.

  • Café Jeri: hotel com balada ao pôr do sol, no litoral cearense

    Café Jeri: hotel com balada ao pôr do sol, no litoral cearense

    É festa para ver o dia terminar, é hotel moderninho, é loja com mais de 100 produtos exclusivos. Pois é tudo junto e misturado. O Café Jeri, hotel com balada ao pôr do sol, no litoral cearense, é um point da vilinha de Jericoacoara, pertinho da Praia da Malhada e da Duna do Pôr do Sol.

    A princípio, ele nasceu como lugar para ouvir música, dançar e ver a imensa bola de fogo se deitar no mar. Só posteriormente virou meio de hospedagem, em fevereiro de 2022 – confira outras opções de onde ficar em Jericoacoara. Mais novo integrante da coleção de hotéis cearenses Mandi, o Café Jeri é exclusivamente destinado aos adultos.

    Tem festa todo dia?

    A festa na cobertura rola de quinta a domingo e é aberta ao público em geral, que não paga nada para curtir o entardecer lá do alto até às 18 horas (depois desse horário, R$ 50). Há limite de pessoas para o acesso ao terraço, então é preciso chegar cedo ou esperar na fila pela saída de alguém.

    Por outro lado, os hóspedes do Café Jeri acessam a cobertura subindo uma escada exclusiva. Eles têm direito a camarote para curtir a balada no telhado, que vai das 17 às 22 horas.

    Café Jeri, hotel com balada no Ceará
    Café Jeri: balada e hotel lado a lado – Foto: Thiago Faquineli /Divulgação

    Uma vez que o hotel fica num miolinho da vila onde rola tudo e tudo tem, dá pra pegar o pôr do sol, sair a pé pra jantar em algum dos restaurantes de Jericoacoara e ainda curtir o finalzinho da balada antes de voltar ao quarto.

    Como é o hotel Café Jeri

    Logo que cheguei na porta do hotel, ainda na rua, a escadaria de madeira me assustou. Encarar duas sequências razoáveis de degraus parece fácil pro pessoal de corpos torneados e trabalhados no crossfit (a maioria dos hóspedes, no caso). Porém, eu sobrevivi à subida. Logo após o check-in, o passo seguinte foi deixar o calçado fechado no armário aberto.

    O Café Jeri tem 33 suítes de 3 categorias diferentes, todas decoradas em tons claros e com elementos em madeira. Os quartos jardim e high (unidades acima do primeiro) acomodam até 3 pessoas, pois têm cama super king e sofá com bom colchão.

     | Reserve o Café Jeri Hotel na Booking |

    Café Jeri, hotel com balada no Ceará
    Suíte High tem cama king e sofá cama – Foto: Divulgação

    Destinada a no máximo 2 pessoas, a Suíte Piscina praticamente despeja o hóspede dentro d’água. De frente para o principal ponto de encontro do hotel, é um quarto para ver e ser visto.

    O ponteiro do banheirômetro beirou a casa dos 10 pontos, muito por causa do espaço interno, das amenities L’Occitane au Brésil e, principalmente, da pressão do chuveiro (não curto caçar pingo quando estou ensaboado).

    Café Jeri, hotel com balada no Ceará
    Banheiro é amplo e com ótimo chuveiro (dois, no caso)

    Dormi as 3 noites com ar split (ruído um pouco alto pro meu gosto, mas o calor pedia) e praticamente não vi a TV Smart de 32 polegadas, tamanho o meu cansaço depois dos passeios.

    O que fazer no Café Jeri

    Comece o dia com o bom café da manhã incluído na diária. O buffet do Café Jeri funciona no balcão do bar da piscina. E você pode pedir à parte itens como omelete e tapioca (o recheio de queijo com coco chegou envolvido por um delicadíssimo véu de massa, peça sem erro).

    Café Jeri, hotel com balada no Ceará
    Buffet de café da manhã é enxuto, mas muito bom

    Há muito o que fazer em Jericoacoara, como visitar as lagoas e outros pontos turísticos, entre eles, a Pedra Furada. Mas não deixe de ficar um tempinho largado dentro da piscina, seja sob o sol ardente do Ceará ou à sombra da frondosa árvore que fazia parte do terreno originalmente. À noite, pequenas luzes de LED incrustadas no fundo da piscina criam um chão de estrelas.

    Nas noites de segunda e terça, por exemplo, vi gente estirada nas espreguiçadeiras ou dentro d’água até perto das oito da noite. De quarta em diante, o fim de tarde na cobertura do Café Jeri atrai o povo todo pra festa, que tem DJ e performances.

    Piscina em frente aos quartos, para ficar largado no sol

    Caso tenha esquecido algum item ou só queira dar um up no outfit de praia, o Café Jeri mantém uma loja pé na areia na entrada do hotel. Tem de chinelo a camisetas, passando por biquínis, cangas e pareôs.

    Balada pontual

    Em relação ao barulho da balada, posso garantir que ela acabou às 10 da noite em ponto. Eu precisei gravar uma locução depois desse horário e fiz isso de boa depois desse horário. Olha aí a foto no meu pop up studio, montado sobre a mesa de trabalho do quarto.

    Estúdio improvisado: sem barulho depois das 22h

    A festa termina, mas não acaba. Existe a opção de passar pelo lounge do Café Jeri, pra tomar uma última caipirinha de morango com cajá, por exemplo, enquanto se saboreia uma friturinha ou uma pizza. O serviço encerra às 23 horas. Confira outros restaurantes para decidir onde comer em Jericoacoara.

    Se sua bateria pessoal não der sinal de descarregada, saiba que Jeri segue animada madrugada adentro. Pegue seus chinelos nas mãos e bote o pé na areia fresca atrás de mais divertimento.

     | Reserve o Café Jeri Hotel na Booking |

  • Vila Galé Cumbuco: all inclusive, resort fica perto de Fortaleza

    Vila Galé Cumbuco: all inclusive, resort fica perto de Fortaleza

    Em 2021, quando Nathalia publicou um trechinho de vídeo no Instagram mostrando a varanda de uma suíte do Vila Galé Cumbuco, resort all inclusive perto de Fortaleza (reserve aqui), na hora teve gente querendo saber detalhes da acomodação, o que está incluído na diária, como funciona o hotel no Ceará e até o número do quarto, para poder ter a mesma vista voltada para o mar em caso de reserva no futuro.

    De volta ao resort, quase dois anos mais tarde e sozinho, fiquei hospedado no apartamento família, com duas camas de casal unidas e uma terceira montada ao lado. A configuração do quarto era só um pouco diferente da suíte standard em que Nath e eu dormimos da vez anterior. Naquela época, o Vila Galé Cumbuco havia acabado de inaugurar uma ala nova de apartamentos com vista para a praia.

    Vila Galé Cumbuco
    Suíte familiar pode ter até 2 camas de casal

    O hotel Vila Galé Cumbuco está localizado a 45 km do aeroporto de Fortaleza. A estrada (CE-085) que liga a capital do Ceará ao município de Caucaia é boa, com pista dupla. Já o caminho final (CE-090) apresenta irregularidades no piso. Se for dirigir, como fizemos da primeira vez, tenha cuidado. Alugamos um carro na ocasião. Era a nossa primeira viagem de avião depois de um ano e sete meses quietinhos em casa por conta da pandemia, como contamos no Como Viaja | podcast de viagem.

    vila galé cumbuco
    Suítes da ala nova têm vista para o mar

    Como é o Vila Galé Cumbuco

    O Vila Galé Cumbuco (clique no link para reservar) é uma das duas unidades da rede portuguesa no litoral do Ceará – em 2022, estive no all inclusive Vila Galé Alagoas, aberto pela marca perto de Maceió. O primeiro hotel no Brasil é o Vila Galé Fortaleza, na Praia do Futuro, onde Nath e eu também nos hospedamos durante os dias que passamos na capital do Ceará.

    Em Caucaia, o resort tem 488 apartamentos e 49 chalés, todos com TV, wifi e frigobar. Nas duas oportunidades, a cama se mostrou muito confortável. E o ar refrigerado deu conta de suprimir o calor em ambas as viagens: primeiro, na primavera; agora, no fim do outono. Por isso mesmo, bote roupas leves na mala. Até porque o vento que sopra no Ceará traz mais alívio do que sensação de frio.

    O estado do Nordeste é pródigo nesse fenômeno natural (a alta temporada vai de agosto a novembro). Não raro, a ventania na praia nessa época levanta areia demais, incomodando no contato com a pele.

    Quem melhor aproveita os bons ventos são os praticantes de kitesurf e windsurf, espalhados por quase todo o litoral. Próximo ao hotel Vila Galé Cumbuco, a Lagoa do Cauípe é point desse esporte.

    Vila Galé Cumbuco
    Kites no céu na Lagoa do Cauípe, pertinho do resort

    Em 2021, a gente também topou muito com a turma do kite perto do Zorah Beach Hotel, em Trairi, no Jaguaribe Lodge e no Vila Selvagem, ambos no município de Fortim, e ainda no Café Jeri, na vila ao oeste do Ceará. Se você for para esse último destino, veja também onde ficar em Jericoacoara, o que fazer na vila e região e onde comer por lá.

    O que fazer no resort all inclusive

    No centro do Vila Galé (reserve aqui), a piscina vira o ponto de encontro das atividades promovidas pelo time da recreação. Muita gente passa o dia só ali, à beira d’água, alternando idas ao bar molhado e ao buffet do restaurante próximo (a partir das 11 horas, há opções de churrasco e porções para petiscar até o entardecer).

    Vila Galé Cumbuco
    Piscina e bar molhado: vazios às 7 da manhã, claro

    Quem não tem preguiça de abandonar a piscina costuma dar um pulo no Versátil, onde são servidos café da manhã, almoço e jantar diariamente. Aos sábados, a feijoada traz pertences separados.

    Acima do restaurante principal do resort fica a pizzaria Massa Fina, que faz parte das opções à la carte (conforme o número de diárias, o hóspede tem direito a jantar em um deles). As redondas são boas e não diferem em nada daquelas servidas às vezes no Versátil (achei até melhores durante minha segunda estada no hotel). Do restaurante Inevitável, destaco o sedoso creme de abóbora da entrada.

    Buffet de café da manhã do Versátil na nossa 1ª visita

    Entre as minhas duas passagens, notei menos desperdício no buffet (acho melhor que o macarrão seja feito na hora do que pegá-lo ressecado no rechaud, por isso vale esperar na fila). Percebi também a preocupação frequente com a limpeza das estações de comida e retirada de pratos sobre as mesas.

    O serviço de garçons precisa de ajuste fino na hora de solicitar alguma bebida. Recomendo levantar-se e pegar por conta própria. É um mega problema? Evidentemente que não. O serviço de resort pode não levar tão à risca essa formalidade. Mas fica o registro. O chope Brahma do Versátil é o mais gelado do hotel.

    Lazer inclui campo de futebol de grama (ao fundo)

    Como em todo resort all inclusive não faltam a academia, o clube infantil, campo e quadras. A maior unidade do spa Satsanga fica no hotel Vila Galé Cumbuco (veja mais aqui). Um labirinto de salas de tratamento, saunas seca e a vapor, hidro e piscina coberta. Afastado da praia e da piscina principal, o silêncio prevalece no spa, proporcionando o relaxamento necessário em um ambiente assim.

    Eu passei 3 horas lá dentro. Fiz uma sessão de 60 minutos de massagem relaxante com o azeite de oliva produzido pela própria rede Vila Galé, que também tem as marcas de vinho Santa Vitória e Quinta do Val Moreira, tudo genuinamente português.

    Cumbuco tem o maior spa Satsanga da rede Vila Galé

    Ao azeite foram misturados óleos essenciais (menta, capim-limão e alecrim) e açúcar mascavo (usado na etapa inicial de esfoliação). Do Carmo, há 8 anos no spa, foi muito simpática e competentíssima na execução da massagem. O resultado da minha experiência no Satsanga eu descrevi no Instagram.

    Pé na areia, o Vila Galé mantém espreguiçadeiras na praia. Não há bar de apoio. Fazer uma caminhada seguida de mergulho no mar é recomendável. O hotel no Cumbuco não esconde o orgulho dessa ser a única praia cearense certificada com Bandeira Azul, pela qualidade da água e controle ambiental.

    Desde 2022, os quase 32 km de litoral da região são monitorados pelo Instituto de Meio Ambiente de Caucaia. Autônomo, atua com recursos próprios.

    Caucaia tem a única praia certificada do Ceará

    Licenciado pelo ICMBio, o trabalho dos agentes do IMAC tem incluído a localização e a abertura de ninhos de tartarugas. Bem em frente ao Vila Galé Cumbuco, eu presenciei o nascimento de filhotes da espécie conhecida popularmente como tartaruga-de-pente.

    Outros ninhos estão sinalizados com placas por toda a faixa de areia. A temporada de abertura vai de dezembro a julho. Se viajar com criança, vale ficar atento. Elas se encantam com a fofura dos animais.

    Tartarugas dão os primeiros passos rumo ao mar

    Durante o ano todo, os passeios de buggy são a principal atração de quem está hospedado no Vila Galé Cumbuco. As dunas visitadas estão próximas às lagoas do Banana e de Parnamirim. Em breve, a região vai ganhar uma filial do Alchmyst, clube de praia que está entre as opções de o que fazer em Jericoacoara.

    vila galé cumbuco
    Passeio de buggy: rolezinho clássico no litoral do Ceará

    Depois do jantar, parte dos hóspedes se transfere para a área externa logo após a recepção. Ali rolam apresentações de música ao vivo, com repertório que vai da MPB à sofrência. De quinta a sábado, a boate Blues & Soul abre nos fins de noite. Entre 23h e 3h30, uma estação com lanches rápidos funciona ao lado do bar Fidélio. Última oportunidade de beliscar algo antes de cair na cama e recarregar a pilha para um novo dia.

  • Jaguaribe Lodge (Ceará): bangalôs nas dunas e ao sabor do vento

    Jaguaribe Lodge (Ceará): bangalôs nas dunas e ao sabor do vento

    É você olhar umas fotos do Jaguaribe Lodge, no Ceará, para ter vontade de reservar agora este hotel em Fortim, a 130 km de Fortaleza. Com a finalidade de preservar a natureza local, cada bangalô foi erguido todo em madeira sobre as dunas, de forma sustentável.

    Neste trecho do litoral do Nordeste venta muito, de tal forma que o Jaguaribe é point de kitesurfe. Por isso há uma escola da modalidade ao lado do hotel, integrante da associação Roteiros de Charme, da mesma forma que o seu “irmão mais velho”, o Hotel Vila Selvagem, também em Fortim, no lado leste do litoral cearense. Se acaso você também for para Jeri, no lado oeste, confira também onde ficar em Jericoacoara, o que fazer no destino e onde comer por lá.

    Bangalôs de frente para o mar

    Todo mundo tem seu dia de querer mandar tudo às favas (não é bem o lugar para onde eu gostaria de mandar, mas a boa educação manda que eu escreva isso) e de se mudar para a praia, de preferência para um bangalô de frente para o mar, sem nunca mais ter de se preocupar com nada nem ninguém.

    Passarelas ligam os bangalôs sobre as dunas e a vegetação

    Pois deu para viver essa ilusão por uns dias hospedado no Jaguaribe Lodge. O hotel está de frente para a Praia do Canto da Barra, em um trecho do litoral do Ceará que, por enquanto, está livre da massificação encontrada a meia-hora dali, na tradicional Praia de Canoa Quebrada.

    No fim de 2021, o Jaguaríndia Village abriu suas portas na mesma faixa de areia. O novo hotel é voltado ao público de luxo e pertence aos mesmos donos do Jaguaribe. São franceses que começaram a explorar turisticamente a região de Fortim com a construção do Hotel Vila Selvagem, localizado a 15 minutos dos dois primeiros, onde também nos hospedamos.

    Como é o hotel em Fortim

    Em primeiro lugar, o charme do Jaguaribe Lodge está na sua construção. São 23 bangalôs erguidos totalmente em madeira, incluindo janelas, portas e seus travamentos. O projeto privilegia a visão do mar e, primordialmente, os ventos fortes que sopram em todo o Ceará. Recepção, restaurante bem como o spa acompanham o estilo arquitetônico.

    jaguaribe lodge ceará
    Arquitetura das acomodações garante boa circulação de ar

    Os bangalôs têm aberturas que garantem a circulação de ar, suprimindo com facilidade a ausência de ar refrigerado. Há um ventilador de teto sobre a cama, mas o vento que sopra é suficiente para refrescar o quarto. Nath e eu só não dormimos com tudo escancarado porque nossa urbanidade ainda fala mais alto. Nem por isso passamos calor. De madrugada, a força do vento era tamanha que eu até senti o bangalô balançar um pouco, mas faz parte da engenharia, me explicaram.

    Ficamos no Lodge Oceano I, com a praia toda diante dos olhos. Na varanda, além de uma mesinha com duas cadeiras, havia uma rede de solteiro para se largar e admirar a paisagem. Na saída, sugerimos que houvesse a opção de uma rede maior, já que o Jaguaribe Lodge recebe de casais a famílias (eles têm bangalôs com capacidade para 4 adultos e 2 crianças). Se a gente estivesse com o nosso filho, Joaquim, ele poderia dormir em um dos sofás das laterais do nosso quarto.

    Rede na varanda é um convite à preguiça

    Não há televisão nas unidades nem telefone, de modo que toda a comunicação com recepção e room service é feita por WhatsApp. O wifi é ótimo, o que me permitiu editar e botar no ar um episódio do Como Viaja | podcast de viagem enquanto tomava a água de coco de cortesia deixada dentro do frigobar.

    O que fazer no Jaguaribe Lodge

    O hotel atrai muitos praticantes de kitesurf. Eles passam o dia explorando os ventos, que sopram mais forte entre julho e fevereiro. A escola de kite ao lado do Jaguaribe Lodge é para quem já tem alguma noção ou deseja aprender. Segundo o chefe da equipe de instrutores, David Bernard, francês radicado em Fortim por causa do esporte, o mínimo de 6 horas/aula fornece as noções básicas.

    Kite à frente e parque eólico ao fundo: vento sobra no Ceará

    O pedaço da praia em frente ao hotel é bem utilizado pelo povo da pipa voada. Se quiser dar um mergulho sem se preocupar com eles, vá um pouco mais para o lado esquerdo. Se for pra não fazer nada, escolha ficar entre sofás e espreguiçadeiras ou acomodado na varanda do restaurante de praia do hotel.

    Moça pensativa em passeio de barco à beira do mangue

    Se quiser explorar a região, existe a possibilidade de fazer tours de buggy, a cavalo ou quadriciclo. O passeio de barco pelo vizinho Rio Jaguaribe é um clássico da programação local. Nath e eu fizemos esse tour quando ficamos no Vila Selvagem.

    Coquetéis e comidinhas diante do verde mar

    A piscina fica afastada da praia, mas nem por isso deixa de ser interessante. Ao redor dela há três espaços onde se pode fazer as principais refeições. É pedir o que comer e só deixar a água na hora em que o prato chegar.

    Piscina do hotel em Fortim: longe da praia, mas não menos atraente

    Culinária franco-nordestina

    A comida é um caso sério no Jaguaribe Lodge. A gente se hospedou sem levantar informação prévia do lugar. Quando folheamos o cardápio pela primeira vez, chamaram nossa atenção as opções de cortes bovinos. Mas a gente jogou no seguro, pedindo peixe no jantar da chegada (o cenário mudou bastante, mas essa regra de comer pescado quando se está no litoral ainda vale em todo o Brasil).

    Ao procurar por uma sobremesa, meus olhos pararam na tarte tatin by Celian. E então liguei lé com cré, constatando que a cozinha tinha pegada francesa por causa dos proprietários. Gente, eu soltei uns bons palavrões a cada colherada da torta de maçã em camadas, quentinha. Eu já tinha comido tarte tatin anteriormente, mas nunca tão maravilhosa como aquela. Se nada mais te apetecer no cardápio (difícil, tá), coma apenas ela, por favor.

    A pornográfica tarte tatin do Jaguaribe Lodge

    Padaria dentro do hotel

    O café da manhã ampliou esse prazer. Quando a garçonete se aproximou da mesa para nos servir, o cheio de manteiga do croissant chegou primeiro. Ele compunha a cesta de pães absolutamente frescos e quentinhos, todos feitos na padaria que funciona dentro do Jaguaribe Lodge. Mon Dieu c’est parfait! A produção atende ao Lodge, ao Vila Selvagem e ainda está disponível na Zeste Pâtisserie, no centro de Fortim. A gente não deu sorte de pegá-la aberta.

    Panificação francesa à perfeição no café da manhã

    O uso consciente de madeira, a preservação da vegetação e das dunas, o aproveitamento dos ventos como forma de refrigerar as acomodações, tudo isso faz parte de um plano do Jaguaribe Lodge de ser um hotel sustentável. E ele se mostra bem sucedido em sua proposta. Nenhuma dessas práticas diminui a experiência da hospedagem, pelo contrário. É justamente esse charme rústico de hotel na beira da praia – e que não abre mão do serviço nem da boa cozinha – a principal virtude do Jaguaribe Lodge.

  • Hotel Vila Selvagem (Ceará): refúgio a 135 km de Fortaleza

    Hotel Vila Selvagem (Ceará): refúgio a 135 km de Fortaleza

    A praia como quintal, com a areia e o mar a pouquíssimos passos de distância do quarto. Acabo de resumir nossa sensação ao entrar no Hotel Vila Selvagem, no Ceará. É um refúgio a 135 km de Fortaleza, em meio a uma vila de pescadores na cidade de Fortim, antes de Canoa Quebrada. Membro da associação Roteiros de Charme, o hotel é dos mesmos donos do Jaguaribe Lodge e alia charme com boa gastronomia, assinada por chef dono de uma estrela Michelin.  

    Nath e eu nos hospedamos primeiro no Jaguaribe, que fica a 15 minutos do Vila Selvagem. Estávamos com um carro alugado desde a saída da capital, mas há traslados entre o aeroporto e esses dois hotéis de Fortim, que no fim de 2021 ganharam a companhia do Jaguaríndia Village, terceiro empreendimento do grupo. Todos eles estão de frente para o mar, num trecho do litoral livre de aglomeração.

    Mar, areia e jangadas: um Ceará de antigamente em Fortim

    Inaugurado primeiro, o Hotel Vila Selvagem foi erguido na Praia do Pontal do Maceió. A geografia local proporciona experiências muito próprias quando se está nele em relação aos hotéis-irmãos. Em comum aos três, em termos naturais, só mesmo o vento, abundante como em todo o Ceará. Se você também for para a badalada Jeri, no oeste do litoral cearense, confira também onde ficar em Jericoacoara, o que fazer no destino e onde comer por lá.

    Como é o Hotel Vila Selvagem

    Ficamos no Bangalô Royal Oceano. Todas as acomodações têm cama king size, logo o espaço definitivamente não é um problema dentro das acomodações. Elas podem ter vista para o jardim ou para o mar – só não possuem varanda os apartamentos luxo localizados no piso acima do restaurante, mas ainda assim eles estão voltados para a praia.

    Roupa de cama de boa qualidade, amenities L’Occitane en Provence, ar refrigerado, TV e frigobar fazem parte da configuração de todas as unidades.

    Flores do jardim na decoração do quarto

    O Hotel Vila Selvagem consegue passar a sensação de privacidade que casais muitas vezes procuram em hospedagem de charme ao mesmo tempo em que transmite um certo espírito de pousada familiar, em que uma criança pode se divertir sozinha na piscina enquanto seus pais descansam confortavelmente em um dos gazebos ao redor dela. Há uma segunda piscina, reservada e mais próxima ao bar e ao restaurante.

    O menu do restaurante Vila Selvagem teve consultoria do chef Emmanuel Ruz, dono de uma estrela Michelin no currículo. Sua origem francesa se faz presente em receitas combinadas à brasilidade de ingredientes, especialmente os pescados. Escolhido pela Nath, o rigatoni com camarões na cestinha de parmesão fez companhia no jantar ao meu filé de camurim (robalo) e banana, com batatas de guarnição, ambos gratinados. Pela manhã, decidimos trocar o almoço por petiscos, como bolinho de peixe, macaxeira frita e siri.

    Visão e paladar: sentidos estimulados logo pela manhã

    No café da manhã estão presentes os pães de fermentação natural produzidos no Jaguaribe Lodge e também à venda na Zeste, pâtisserie no comércio próximo ao Hotel Vila Selvagem, mas que demos o azar de encontrar fechada nos momentos em que passamos em frente.  

    O fazer no hotel de charme em Fortim

    Faça o delicioso exercício (você nunca imaginou encontrar este vocábulo no Como Viaja, né?) de percorrer a faixa de areia a pé, sem pressa. A gente saiu à direita do hotel e foi encontrando pelo caminho jangadeiros recolhendo suas velas enquanto falavam de mais um dia de saída ao mar; gente local sentada jogando conversa fora e um casal de filhos com os pais curtindo a beira do mar, sendo tocados delicadamente pela espuma final das ondas.

    Cenário encontrado na caminhada pela areia

    Em um cenário poético como esse você pode contratar passeios de buggy ou barco para conhecer melhor a região e testemunhar o pôr do sol, por exemplo. A gente resolveu ver o fim de tarde sentados em espreguiçadeiras na areia, depois de um mergulho. De vez em quando, surgem na água alguns kitesurfistas – bem menos do que diante do Jaguaribe Lodge, habitat natural dessa espécie de esportista. Mas, no geral, a praia do Pontal do Maceió é bem tranquila, um convite ao joie de vivre.

    Pôr do sol na Praia do Pontal do Maceió, no Ceará

    Existe a opção de relaxar com os tratamentos do spa do Hotel Vila Selvagem, que oferece ainda programas completos com duração de uma semana. Se sua ideia de tranquilidade não passa por óleos, cremes nem toques, nossa sugestão é curtir sua varanda de frente para o oceano, sem o celular nas mãos. A gente experimentou um detox digital assim meio sem querer, muito por conta do apagão mundial nas redes sociais, ocorrido em outubro de 2021.

    Sinceramente, pas mal.

  • Zorah Beach Hotel (Ceará): Trairi com luxo e pitadas de Índia

    Zorah Beach Hotel (Ceará): Trairi com luxo e pitadas de Índia

    Uma farta vegetação empareda o zigue-zague que separa a recepção dos bangalôs no Zorah Beach Hotel, no Ceará, dando a sensação de que você chegou a um cantinho do sul da Ásia na costa oeste do estado, em Trairi, a cerca de 130 km de Fortaleza. A impressão é reforçada pelas presenças das estátuas de Ganesha e de Buda entre outros elementos que remetem principalmente à Índia, como a seleção de pratos da culinária do país servidos no restaurante do hotel. Referências a Bali, Marrocos e Turquia também estão presentes na decoração.

    A onda do home office levou à instalação de roteadores de sinal nos quartos, garantindo wifi de qualidade a quem deseja ficar conectado. Em tempo: nossa operadora de telefonia nos deu tchau pouco depois de sairmos da capital do Ceará. Soubemos que ela não é a única que não funciona direito por aquelas bandas, claro. Seja vivo e preste atenção se quiser checar e-mails e postar nas redes fora do acesso sem fio do hotel. 

    A proximidade com Fortaleza é uma das virtudes deste hotel de luxo, localizado na praia do Guajiru, no caminho para quem vai a Jeri – se for para essa parte do litoral cearense, confira também onde ficar em Jericoacoara, o que fazer no destino e onde comer por lá. A vantagem é que esse pedaço do município de Trairi ainda não foi tomado de assalto pela multidão, o que ainda empresta à região alguma privacidade.

    É preciso dizer que a vizinha Flecheiras já engorda a olhos vistos com a construção de condomínios de casas e apartamentos de veraneio, numa expansão da qual nem o próprio Zorah deve escapar em breve. Aberto atualmente só aos hóspedes, o restaurante do hotel no Ceará já tem plano de ampliação desenhado para virar opção gastronômica para quem é de fora.

    Como é o Zorah Beach Hotel

    O Zorah Beach Hotel tem 23 acomodações, sendo a maior delas a suíte para famílias, com 220m², localizada do outro lado da rua em relação à recepção, mas com acesso a todos os serviços de quem fica no prédio principal. Possui também suítes de 50m², bangalôs com 90m² (o premium, como o que Nathalia e eu ficamos, tem piscina particular) e uma unidade chamada Vila, que além de mais espaço (140 m²) oferece TV maior (47”) e hidromassagem externa, com vista para o mar (nas demais acomodações ela fica dentro do quarto).

    Bangalô premium no Zorah, com piscina privativa
    Área de descanso, ducha e hidro

    A nossa hidro tinha uma janela com abertura que permitia ver a praia, mas a gente preferiu mantê-la fechada por pura privacidade. No bangalô premium, a área de banheiro, ducha e hidro fica separada, logo à direita após a entrada na acomodação. Você passa pelo closet (onde há uma parte de conveniência com caixa de chás, alguns importados) e, seguindo, vem a parte molhada dessa suíte especial do Zorah. Ao lado das duas pias, com amenities L’Occitane, fica uma deliciosa ducha e uma área de descanso. Em frente, está a hidro para casal. É uma acomodação perfeita para casais em lua de mel ou viagens românticas.

    Piscina privativa no bangalô premium, onde ficamos

    No quarto em si, com um pé direito altíssimo, havia uma cama com dossel, uma chaise longue, um charmoso sofá com almofadas e uma mesa pequena com duas cadeiras. A parede da frente e parte da lateral do bangalô são de vidro, permitindo ver o exterior, mas mantendo a privacidade com uma fina cortina branca em relação aos outros hóspedes do hotel em Trairi.

    Sofá e o exterior visto através da cortina

    Integrante das Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) e Roteiros de Charme, o Zorah Beach Hotel se encaixa nos planos de quem procura por uns dias de pé na areia com muito conforto, sem compromisso com hora ou trabalho. A primeira associação reúne empresas brasileiras de viagem do segmento de luxo, e a segunda, hotéis no país todo, com serviço e estrutura de qualidade. Ambas são referências de boa hospedagem.

    Delícia de rede de frente para o mar

    Naquele trecho do litoral do Ceará, vimos mais gente no mar praticando kitesurf do que deitada nas espreguiçadeiras. Venta forte ao longo do ano todo, especialmente entre agosto e novembro, o que complica um pouco quando aquela chuva de areia bate contra o corpo nesse pedaço onde o hotel se encontra. Por isso, muitos frequentadores se dividem entre as cadeiras e redes do jardim, mais recuado em relação à Praia de Guajiru, em Trairi. Algumas pessoas tentam lotear um gazebo na piscina, como fez um casal que ficou a uma assinatura de adquirir a melhor unidade com vista para o mar (contém muita ironia).

    Horas entre o mar e a piscina no Zorah Beach Hotel
    Será que venta no Ceará?

    Se você estranhou eu ainda não ter falado do café da manhã, não se preocupe. A primeira refeição do dia (a nossa favoritaça) é servida individualmente no Zorah Beach Hotel, com prato de frutas, suco natural, água de coco, variedade de frios, manteiga, requeijão, geleias e seleção de pães e doces que muda a cada dia (ajuda a não enjoar). Acho interessante também a ideia de servir pedaços de bolo e finger food em pequenas doses, pois evita o desperdício e amplia a possibilidade de experimentar mais opções em tão pouco tempo de hospedagem. Há ainda itens que podem ser pedidos à parte. Nath provou a tapioca crocante com queijo coalho. Aliás, os cafés da manhã nos 3 hotéis onde ficamos nessa viagem ao Ceará estão entre os nossos prediletos em pousadas no Brasil – os outros foram Jaguaribe Lodge & Kite e Hotel Vila Selvagem, ambos em Fortim.

    Ótimo café da manhã do Zorah Beach Hotel

    O jantar da segunda noite teve mar e terra em nossos pratos. Nath foi de espaguete com camarão ao limone. Ficou na dúvida porque não é fã de limão em exagero. Achou feliz sua escolha pois o sabor estava suave, na medida. Eu pedi carré de cordeiro. A redução do molho estava um pouco salgada, mas a combinação com o couscous marroquino equilibrou tudo na boca.

    Boa massa com camarões

    Hóspedes ao redor pediam o famoso sorvete de capim-santo de sobremesa do restaurante do Zorah Beach Hotel. Claro, a gente quis experimentar para saber o motivo de tanto interesse. É refrescante como se espera de um sorvete e por causa do ingrediente, mas capim-limão é algo que tanto Nath quanto eu, coincidentemente, temos dificuldade de gostar. No entanto, gostamos mais do que o capim-limão em forma de brigadeiro (que não vimos lá, mas é bem famoso entre paulistanos). Não deixe de provar.

    O que fazer no hotel de luxo e charme no Ceará

    Nada, de preferência. Embora Nath e eu até tenhamos trabalhado um pouquinho no segundo dia de hospedagem. Mas isso foi bem depois de aproveitarmos um mergulho na água morninha e clara da praia e de jogarmos muita conversa fora regada a coquetéis e petiscos servidos diretamente em nossa piscina privativa. Essa, digamos, é a parte publicável da viagem antes da hidro a dois e da abertura da cama king com dossel. Para aplacar a subida de temperatura, um split refresca o quarto.

    No pacote de experiências do Zorah Beach Hotel, há passeios para ver o pôr do sol nas dunas de Flecheiras (no período de chuva são formadas pequenas lagoas nas dunas) ou na Lagoa do Mundaú, no encontro do mar com o rio (chegando pela praia a bordo de veículo existe a opção de passear também de catamarã). A visita a Lagoinha, praia de falésia a 22 km do hotel, começa no meio da manhã e dura 3 horas, com parada para almoço e banho em água doce.

    Bicicletas do hotel para passeios na praia

    Quem prefere mais ação do que contemplação pode praticar SUP no Rio Trairi, montar em um quadriciclo ou andar de bicicleta na praia. Guajiru é frequentada por kitesurfistas, alguns deles praticantes de downwind, modalidade que consiste em percorrer voando e surfando longos trechos do litoral do Ceará.

    Alguns que se aventuram nessa atividade literalmente puxada às vezes recorrem aos cuidados de Frederico Signorini, as mãos mágicas a serviço do spa do Zorah Beach Hotel. Com 50 anos de atividade e criador de uma técnica de massagem, a Fred Chi, seu tratamento corrige problemas cervicais, de ATM e bruxismo, todos quase sempre ocasionados por tensão.

    Momento zen com massagem do spa do Zorah

    O spa do Zorah Beach Hotel fica numa casinha de madeira, cercada por vegetação. Você percorre aquele caminho verde, que contei no início do texto sobre a chegada, e segue as placas. O clima é bem zen, nada parecido com spas com foco mais na estética.

    A sessão comandada por Fred ou a mulher, Rafaela, dura cerca de 50 minutos. Começa com perguntas sobre o estilo de vida antes de o tratamento começar. Nath contou que tem fibromialgia, então a Rafaela fez uma massagem relaxante com azeite de coco (gente, tem textura de azeite mesmo, não é uma pasta ou algo cremoso). Fred apenas trabalhou pontos na região da cabeça e um pouco do pescoço dela, técnica semelhante aplicada em mim pouco depois.

    Bom, foi necessário Nathalia me acordar porque eu entrei em alfa. Não é mentira nem exagero. Levei um susto ao ver três pessoas me encarando enquanto tentava levantar da maca. Fred é meio bruxo ou eu que estava relaxado demais depois de dois dias inteiros de pura calmaria e clima zen? Na dúvida como eu, considere as duas possibilidades.

  • Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca: origem e curiosidades desse quitute brasileiro

    Tapioca ‘is the new bread’. É uma das comidas típicas do Nordeste, mas ganhou o país inteiro. Conheça sua origem, curiosidades e saiba onde comer essa delícia em diferentes cidades do Brasil. Ou se divirta com a leitura enquanto degusta uma na sua casa, como fazemos aqui na nossa.

    Comida típica do Nordeste, a tapioca já pode ser comida em um brunch de São Paulo ou de outra cidade do sul do país. Aqui em casa era a Nath quem preparava o quitute, mas ela já passou o bastão para mim uns anos atrás. Há massa de tapioca em quase todo supermercado, só que quase nenhuma goma lembra a que se come nas cidades norderstinas.

    A origem da tapioca

    Ela é um patrimônio do Brasil. Nos primeiros anos após o descobrimento, a escassez de farinha de trigo despertou nos portugueses instalados em Pernambuco o interesse pelo produto que os índios extraíam de uma raiz abundante no Brasil da época. Embora as primeiras mudas de trigo tenham sido cultivadas na capitania de São Vicente desde 1556, o pão como conhecemos hoje só incorporado ao dia a dia do país após a vinda da família Real, ocorrida no século 17, como explica Eda Romio no livro 500 Anos de Sabor.

    Portanto, muito antes da geração fitness incluir a tapioca à dieta emagrecedora, os portugueses – menos por escolha, mais por necessidade – já tinham percebido as vantagens de se trocar o bom e velho pão feito com trigo por essa iguaria tipicamente brasileira.

    Tapioca com coco no Nordeste
    Tapioca no Nordeste – Foto: Porto de Galinhas CVB

    A tapioca atravessou Pernambuco, se espalhou pelos estados nordestinos vizinhos e para a região Norte, e virou patrimônio histórico e imaterial. Até 30 anos atrás, Nathalia conta que uma das razões que tornava especial qualquer viagem que ela fizesse para o Nordeste era a possibilidade de provar aquela massa fininha e crocante servida no café da manhã de quase todo hotel ou pousada.

    Patrimônio de norte a sul

    Na pernambucana Olinda é tradição provar o quitute recheado de coco fresco ralado e queijo coalho nas barracas do Alto da Sé. Se estiver na cidade no fim de junho, você tem a chance de experimentar a versão gigante e coletiva da iguaria (mede 1 metro), preparada sempre em 28 de junho, véspera do dia de São Pedro, pela associação das tapioqueiras de Olinda.

    Tapioca deu origem a profissão. E virou até substantivo. As tapioqueiras são famosas na orla nordestina e estão em barracas nas Praias de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió. O quiosque Maria Bonita prepara um quitute parrudo que serve duas pessoas.

    No Ceará, o Centro das Tapioqueiras reúne 25 boxes que oferecem de recheios regionais como carne de sol com queijo coalho a bombas calóricas à base de amendoim com Nutella. Fica fora de Fortaleza, em Messejana, na estrada que vai para Aquiraz, município onde está localizado o parque aquático Beach Park.

    Origem da tapioca
    Origem da tapioca na era colonial – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Da extração ao preparo, tapioca sempre foi sinônimo de simplicidade. Não escapou do alcance do raio gourmetizador e ganhou versões afrescalhadas — o presunto deu lugar ao salmão defumado, enquanto o leite condensado perdeu terreno para o crème brûllée. Invencionices à parte, tapioca (quando bem preparada) vai bem com tudo, a qualquer hora do dia. Aqui em casa a gente promove uma reunião entre comidas típicas do Brasil e do nosso país vizinho, fazendo tapioca e recheando com o legítimo doce de leite da Argentina.

    A presença da tapioca no Rio virou até música, de Chico Buarque, chamada Carioca. Esse texto seria publicado de qualquer maneira neste 1° de março, dia em que o Rio de Janeiro completa 451 anos — feliz coincidência, portanto. Entre cenas, costumes e personagens descritos nos versos de Chico, a tapioca está presente logo na abertura da canção, ‘gostosa, quentinha’. De fato não é difícil você esbarrar com uma carrocinha vendendo o quitute na orla, no Centro, na cidade inteira. E, como quase toda comida de rua, é boa demais!

  • Vila Galé terá hotel econômico em Fortaleza

    Nathalia Molina, do Rio de Janeiro (na Abav)

    As obras da primeira unidade low coast da rede Vila Galé começam no início de 2012. A bandeira VG Express estreia no Brasil em Fortaleza, mesma cidade onde a rede portuguesa inaugurou seu primeiro hotel no país há 10 anos. É o Vilá Galé Fortaleza.

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