Categoria: Passeio

Passeio é uma parte fundamental do roteiro de viagem. Confira pontos turísticos, museus, atrações e mais atividades para escolher o que fazer em destinos no Brasil e no exterior. Nestas publicações, falamos de tudo que pode ser interessante nos lugares. Isso inclui tanto cartões-postais como opções fora da lista básica de atrativos.

Alguns exemplos do que você encontra em destinos brasileiros são: o Aquário do Rio de Janeiro, o Planetário do Ibirapuera (São Paulo) e o Projeto Tamar (Praia do Forte, na Bahia). No exterior, há ideias tão distintas quanto a área de Harry Potter nos parques da Universal (Orlando) e o Reichstag (Parlamento Alemão, em Berlim).

Entre as listas do que fazer nas cidades estão Jericoacoara (Ceará), Campos do Jordão (SP) e Porto (Portugal), entre outros.

  • Caixa e BNDES: dobradinha cultural no Rio

    Caixa e BNDES: dobradinha cultural no Rio

    Quer fazer um programa de carioca antenado, pagando pouco ou nada? Siga então para o Centro do Rio, onde funcionam a Caixa Cultural e o Espaço Cultural BNDES, separados por menos de 150 metros de distância. É uma dobradinha de fácil acesso, pertinho do metrô, e com ótima programação.

    Se estiver com disposição, no mesmo dia é possível ver uma exposição na Caixa Cultural — atualmente está em cartaz lá a badalada Frida Kahlo: Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México — e assistir a um concerto ou show de MPB no Espaço Cultural BNDES. Além de fôlego, claro, é preciso bater as agendas dos dois centros e conseguir ingresso para as atrações em sequência.

    Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (8) (1280x960)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Caixa: cinema e grandes exposições

    Inaugurado em 2006, a Caixa Cultural funciona no edifício-sede da Caixa Econômica Federal, em um complexo de 6 mil metros quadrados que fica na Avenida Almirante Barroso. É uma das sete unidades do projeto, que o banco mantém também em São Paulo, em Curitiba, no Recife, em Fortaleza, em Salvador e em Brasília (a mais antiga delas).

    No Rio, a Caixa Cultural conta com quatro galerias, salas e oficinas para ensaios, 2 cinemas e 1 teatro de arena. Atualmente em reforma, o Teatro Nelson Rodrigues, que fica na Avenida Chile, também faz parte do centro cultural.

    VALE SABER

    Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro

    TCaixa Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (1024x768)ransporte: Carro e táxi nem pensar. A melhor alternativa é o metrô. Desça na estação Carioca, que tem uma saída colada à Caixa Cultural.

    Outra opção é o ônibus. Atualmente, o Centro está cheio de obras viárias — em breve, o VLT vai passar ali do lado, na Avenida Rio Branco. Por conta dessas obras, muitas linhas de ônibus estão com seus percursos modificados porque algumas ruas tiveram trechos interditados ou mudaram de mão. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. Consulte também rioonibus.com, página do sindicato que reúne quatro empresas que operam linhas na cidade

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 21 horas — a bilheteria fecha uma hora antes

    Dica: Além da ampla atividade artística, a Caixa Cultural também recebe eventos corporativos. Em ocasiões assim o espaço é fechado à visitação pública. Ligue para saber se o centro cultural estará aberto no dia em que você pretender ir.

    Comigo e com Nathalia aconteceu uma situação chata. Telefonei para saber o horário de funcionamento da exposição Múltiplo Leminski, que mostra as várias facetas do poeta e jornalista. A atendente não me avisou que naquele dia (uma sexta-feira) o centro cultural estaria fechado para um evento. Resultado: demos com a cara na porta. Na portaria, uma funcionária extremamente atenciosa nos explicou a respeito dessa regra de funcionamento e nos pediu desculpas, meio sem jeito

    Preço: A entrada é gratuita para ver as exposições. Algumas exigem agendamento, como a que reúne 30 obras da pintora mexicana Frida Kahlo — a mostra que esteve no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, fica em cartaz na Caixa Cultural até 27 de março. É possível reservar sua entrada gratuita com horário marcado nesta página.

    O cinema também tem entrada grátis, mas é preciso pegar senha uma hora antes do início da sessão.

    O ingresso para o teatro de arena custa R$ 20 — menores de 21 anos, pessoas com mais de 60 anos, estudantes, professores da rede municipal de ensino, portadores de necessidades especiais e clientes Caixa pagam meia

    Site: caixacultural.com.br

     

    BNDES: mostras e shows musicais

    BNDES Cultural, Rio de Janeiro, Centro - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11) (1280x960)O Espaço Cultural BNDES existe desde 1985, com atrações gratuitas, mediante reserva de ingressos. Uma ampla reforma foi realizada em 2013, com a criação da galeria de exposições e a modernização do Teatro Arino Ramos Ferreira, que recebe shows.

    A música sempre deu o tom, em projetos como o Quartas Clássicas (concertos semanais, às 19 horas) e o Quintas no BNDES (no mesmo horário, com apresentação de grandes nomes e novos talentos da MPB) — o site oficial destaca que os shows são realizados há 30 anos, sendo esse mais antigo projeto musical de realização contínua no país.

    Exibição de filmes e mostras de cinema compõem a programação do espaço cultural, que promete mais de 70 apresentações musicais e 5 exposições para 2016. A programação musical é exibida no site com tanta antecedência que dá para saber até o set list que vai ser executado.

    Nathalia e eu passávamos por ali em direção à Lapa num fim de tarde, quando resolvemos entrar para ver Rio 1908: A Cidade de Portos Abertos. A exposição foi montada pela primeira vez em 2007, para celebrar o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Em 2015, a mostra fez parte de uma série de eventos comemorativos pelos 450 anos de fundação do Rio de Janeiro.

    Com ótimo acervo fotográfico, deu para ver como a arquitetura da cidade ganhou contornos franceses no início do século 20.  Foi possível também ver plantas e desenhos originais de edificações históricas construídas especificamente para a exposição mundial de 1908, organizada na Praia Vermelha. Essa exposição já saiu de cartaz. Fique de olho no que vem na programação.

    VALE SABER

    Endereço: Av. República do Chile, 100, Centro, Rio de Janeiro

    Transporte: A sugestão é a mesma dada para quem visita a Caixa Cultural. Ir de metrô é a melhor alternativa.

    De ônibus, consulte o site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) ou a página rioonibus.com, site do sindicato que reúne as quatr empresas que operam linhas na cidade. Ambos sugerem rotas

    Funcionamento: Acredite, o site oficial não informa claramente o horário de abertura e de fechamento das exposições. Liguei no número que aparece no site e a atendente (que também acessou a página enquanto falava comigo) esclareceu apenas que o fechamento varia entre 18 ou 19 horas, mas não informou horário para o início da visitação

    Preço:Todas as atrações têm entrada gratuita. Para os shows, chegar 30 minutos antes para retirada de senha

    Site: bndes.gov.br (no menu à esquerda, clique em Espaço Cultural BNDES)

  • MAR, na Praça Mauá: dicas para visitar o museu no Rio

    MAR, na Praça Mauá: dicas para visitar o museu no Rio

    Planeje sua visita ao Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá: ingresso, entrada com o Museu do Amanhã, exposições e restaurante. Ainda: o belo visual do terraço e a história da cidade por meio de expressões artísticas

    ATUALIZADO EM 15 DE MAIO DE 2018

    Se alguém me perguntar hoje sobre um bom lugar para entender um pouco da história do Rio, respondo que esse lugar é o mar. Calma, a praia — esse sagrado e democrático espaço — segue sendo um boa amostra para se tomar contato com a “cidade maravilha mutante”. Mas eu me refiro a outro MAR, como se abrevia em letras garrafais o Museu de Arte do Rio. Até 10 de março de 2019, por exemplo, está em cartaz a exposição O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção, que trata da herança africana ao patrimônio cultural.

    Inaugurado em 2013, o MAR é a primeira atração do ambicioso projeto de revitalização da Praça Mauá, o Porto Maravilha, na zona portuária do Rio. A iniciativa incluiu ainda a inauguração do Museu do Amanhã e a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que virou transporte para deixar e chegar ao Aeroporto Santos Dumont.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x976)
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)

     

    Como é o Museu de Arte do Rio

    O Museu de Arte do Rio está instalado em dois prédios, conectados por uma rampa a partir do 5º andar, onde começa a visita. Sobe-se de elevador e depois vem se descendo pelos andares de exposições. No edifício modernista dos anos 1940, funcionou a antiga rodoviária do Rio de Janeiro. O edifício é coberto por uma estrutura que lembra a ondulação da água.

    Vizinho a ele está o palacete D. João VI, de estilo eclético, construído em 1916. No primeiro prédio funciona a Escola do Olhar, projeto que visa levar arte ao alcance de todos por meio da educação. No espaço são dados cursos e palestras para professores. Do terraço, é possível ver a Praça Mauá revitalizada e o novo Museu do Amanhã, ao fundo.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Vista, Visual, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)

    Já o palacete D. João VI abriga as exposições. No MAR não há mostra permanente, mas exposições temporárias, de curta ou longa duração, quase todas com temas ligados ao Rio: seu passado, sua formação, achados e encantos de uma cidade cercada de beleza e contrastes.

    Do terraço é possível tirar fotos da Praça Mauá e do Museu do Amanhã — tem-se um panorama geral da área revitalizada, mas o Amanhã fica distante na imagem (quem tem zoom ou lente profissional pode conseguir uma boa foto aproximada).

    O que fazer no MAR

    Fique atento às exposições programadas ao longo do ano no MAR. Já tivemos a oportunidade de ver Rio Setecentista — Quando o Rio Virou Capital, mostra comemorativa dos 450 anos de fundação da cidade, completados em 2015. A exposição tratava do período de transformações vividas pela então capital do vice-reino. Muitos sinais dessas mudanças, principalmente de ordem estética, ainda podem ser encontrados na atual paisagem carioca. Isso sem falar que a mostra ajudou a entender aspectos da formação social do Rio.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1024x802)

    MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (1024x768)

    Aproveitamos para visitar o último mês de outras duas exposições de fotografia. A primeira delas com imagens de Evandro Teixeira. Eu conhecia apenas o mito. Nathalia, que começou a carreira no Jornal do Brasil, teve a felicidade de ver de perto o trabalho de Evandro Teixeira, que fotografou para o velho JB por mais de 40 anos. Ela ficou tocada pela possibilidade de se aprofundar na arte e na história desse grande profissional.

    Na sala ao lado vimos também os retratos de Kurt Klagsbrunn, austríaco que fugiu da perseguição nazista e chegou ao Brasil em 1939. Suas fotos abrangem 40 anos de história do Rio de Janeiro. Nathalia e eu adoramos a última sala da exposição, que recriava o ambiente de um quarto de revelação. Quem, assim como nós, é jornalista da era antes das câmeras digitais, sabe bem o que é ter de mergulhar um filme em um tanque, aplicar revelador e fixador, ficar de olho no cronômetro e, só então, descobrir se aquela foto que tiramos ficou boa ou não.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Fotografia, Exposição, Kurt Klagsbrunn, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1280x960)Durante a visita ao MAR, nosso filho formou dupla com a avó Sonia e passeou pelas três exposições. Na Rio Setecentista, ele até se sentou no chão para ler a caudalosa explicação afixada na parede da entrada. Joaquim ainda assistiu ao vídeo sobre o Mestre Valentim, escultor e urbanista responsável por muitas obras que marcaram a paisagem do Rio de Janeiro, como o Chafariz das Saracuras e o Passeio Público.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Vista a projeção, Joaquim quis ir embora. Ficamos então para registrar com calma as exposições do 3º andar, enquanto nosso filho desceu com a avó e se juntou a uma atividade infantil que rolava no térreo. No hall de entrada, em meio aos pilotis, Quim participou de uma brincadeira que envolvia a obra Morrinho, símbolo do MAR desde sua inauguração, quando fez parte de uma exposição que tratava de espaço e moradia.

    O projeto nasceu no Morro do Pereirão, em Laranjeiras (bairro na zona sul), das mãos de Cirlan de Souza. Em 1998, ele começou a reproduzir a favela em que morava usando material reciclável e muita criatividade. Jovens de outras comunidades entraram na brincadeira e o resultado hoje está exposto no térreo, onde é possível entrar, ver a obra e seguir a vida, sem necessidade de entrar no museu. Vale a pena ver Morrinho com calma e atenção. Cada tijolo, cada frase, seu recado.

    Por ocupar a região que é uma espécie de ventre do Rio de Janeiro, a proposta do MAR é dialogar com a população de seu entorno, convidá-la a contar a história da formação da cidade com o auxílio luxuoso da arte.

     

    VALE SABER

    Endereço: Praça Mauá, 5, Centro

    Transporte: Vale a regra que utilizamos para visitar o Museu do Amanhã: esqueça o carro, vá de transporte coletivo. O VLT do Rio passa na porta do MAR. Pegue a Linha 1 no sentido da rodoviária e desça na Parada dos Museus.

    Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida. De trem, desça na Central do Brasil e escolha entre caminhar por 15 minutos ou tomar a linha 225.

    Muitas linhas de ônibus passam pelo Centro. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. O bicicletário do MAR possui 54 vagas

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 17 horas. Chegamos na hora em que abriu. Pegamos o museu vazio para ver tudo com calma

    Preço: R$ 20 (aceita dinheiro ou cartão Visa ou Master) — na terça, é grátis. No domingo, o ingresso família, para até 4 pessoas, custa R$ 20. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu do Amanhã e custa R$ 32.

    A entrada é sempre gratuita para: crianças de até 5 anos e idosos acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus e moradores da zona portuária. Pagam meia entrada: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, portadores de deficiência, funcionários do município do Rio de Janeiro

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x768)

    Alimentação: O Cristóvão Café e Bistrô fica no térreo, no espaço batizado de Pracinha Mauá. Oferece pratos executivos e refeições rápidas. Abre de terça a domingo, das 9h30 às 18 horas.

    No 5º andar fica o Restaurante Mauá, com cardápio desenvolvido pelo chef Marcondes de Deus. No cardápio, receitas brasileiras com ingredientes exóticos e deliciosamente instigantes, como picadinho de caju ou camarão em crosta de tapioca. Das mesas externas vê-se a Baía de Guanabara, o Museu do Amanhã e o movimento da praça. O salão interno possui ar condicionado. Funciona de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas.

    MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (768x1024)

    Há bebedouros espalhados pelo MAR: à esquerda da bilheteria e em áreas perto dos banheiros

    Compras: Na Pracinha Mauá, a loja Novo Desenho é totalmente dedicada ao design brasileiro, com trabalhos de profissionais consagrados e novos talentos. Abre de terça a sexta, do meio-dia às 18 horas — fecha uma hora mais tarde aos sábados e domingos

    Site: museudeartedorio.org.br

  • Museu da República, no Rio de Janeiro

    Museu da República, no Rio de Janeiro

    Durante 63 anos, grande parte das decisões mais importantes do Brasil foram tomadas no prédio ocupado hoje em dia pelo Museu da República, no Rio de Janeiro. O antigo Palácio do Catete serviu de residência a 18 presidentes brasileiros até a mudança da capital do país para Brasília, em 1960. O edifício ficou marcado pelo suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.

    Eu senti um prazer particular ao percorrer aqueles salões. Porque foi inevitável não lembrar do romance Agosto, que tem como pano de fundo a crise política do governo Vargas e que culminou com a morte do ex-presidente. Li o livro depois de ter visto a minissérie produzida em 1993 pela Globo, a partir da adaptação da obra de Rubem Fonseca.

    museu da república no rio de janeiro
    Saindo da rua para entrar na história

    O bairro do Catete é colado nas Laranjeiras, a nossa base carioca. Nathalia e eu costumávamos ir a pé e andar por ali antes mesmo de o Joaquim nascer. Com ele, passamos a ir ao pedaço que fica no fundo do jardim, voltado para o Aterro do Flamengo, onde há um concorrido parquinho. A criançada mete o pé na areia e se acaba de brincar – leia mais sobre esse espaço no fim do texto.

    Como é o Museu da República

    O museu tem à esquerda da entrada uma sala com painéis que contam a origem do palácio. Projeto do alemão Gustav Waehneldt, sua construção teve início em 1858 e levou quase uma década para ser concluída.

    Batizado primeiramente como Palácio Nova Friburgo, o imóvel com diferentes elementos arquitetônicos pertenceu à família do fazendeiro Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo. Ele mandou erguer o edifício a pedido da mulher.

    museu da república no rio de janeiro
    O Palácio e a Rua do Catete de antigamente

    Entediada com a paisagem bucólica da serra, a baronesa desejava viver onde pudesse observar o movimento da rua e das pessoas. E a Rua do Catete era o lugar ideal para admirar a agitação do Rio na segunda metade do século 19 (e até hoje é bem agitada).

    museu da república no rio de janeiro
    Joaquim olhando a rua, como fazia a baronesa

    O barão e a baronesa morreram três anos depois de o palácio ser concluído. Os filhos é que desfrutaram dele por um pouco mais de tempo. O prédio trocou de proprietário duas vezes (em um delas, quase virou hotel), testemunhou o fim do período imperial e a ascensão da República até ser comprado pela presidência do país em 1896.

    E seu o palácio fosse um hotel?

    O então presidente, Prudente de Moraes, estava doente e afastado do cargo. Coube então ao vice, Manuel Vitorino, adquirir o imóvel e realizar a transferência do poder executivo do Palácio do Itamaraty para o novo endereço, transformando-o no Palácio da República.

    Victorinos descobrem que o Vitorino comprou o palácio

    Em tempo: Manuel Vitorino era um médico e político baiano, filho de portugueses, mas não é meu parente — embora haja no museu um documento com a letra C na grafia do seu sobrenome, assim como no meu caso.

    O que fazer no museu no Catete

    Visitar o Museu da República é sentir-se dentro de parte da história do Brasil. Com exceção das notas pessoais acima, todas as informações que você leu até aqui estão expostas em painéis ou em totens dentro das salas do museu. Os textos são resumidos e estão escritos em português e inglês.

    O berro da manchete do jornal… e o sussurro da reportagem

    Na primeira visita que fizemos em família, Joaquim tinha 7 anos e, como qualquer criança, não estava muito empolgado com o passeio. Contudo, ele ficou parado por incríveis 14 minutos diante de uma TV.

    Na tela, um vídeo contava as três etapas da história do palácio: como residência aristocrática, como sede do poder e, atualmente, como museu. Essa trajetória era pontuada por fatos marcantes da vida política, econômica e artística do Brasil.

    À esquerda, a TV que roubou a atenção do Quim

    Nathalia seguiu tirando fotos enquanto assistíamos ao vídeo. Ela chegou no fim da exibição, e Joaquim disparou: “Mamãe, sabia que tudo aqui veio de vários países? A escada e os vidros do teto vieram da Alemanha! As pinturas, da Grécia. Os lustres são da França!” 

    Tudo bem, ele aumentou um pouco e botou no mobiliário peça vinda até do Japão. O que não seria impossível, pois praticamente todo o material usado na construção foi trazido do exterior.

    Lustre de bronze dourado e cristal rubi do Salão Mourisco

    No site oficial do Museu da República é possível realizar uma Visita Virtual, que serve como recurso como um guia áudio (ah, não se esqueça de usar o fone de ouvido para não atrapalhar outros visitantes).

    E não deixe de olhar para baixo e para cima durante a visita, para não perder a pintura (teto) ou o mosaico (piso) e a riqueza de detalhes da decoração. Não use flash nas fotos. É proibido, e os funcionários do museu marcam em cima de quem burla a regra (com toda razão).

    museu da república no rio de janeiro
    Pinturas fazem alusão a cenas da cidade de Pompéia

    O acervo do Museu da República é formado por cerca de 9 mil peças, entre objetos e coleções pessoais dos presidentes que dali comandaram o Brasil. No salão ministerial, repousa sobre a imensa e pesada mesa de madeira o conjunto de pastas de couro usadas em despachos e reuniões entre os líderes de cada área. É nesse espaço que está também o quadro A Pátria, tela em óleo pintada por Pedro Bruno, em 1919, representação simbólica dos primeiros anos da República.

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    Anjos em bronze protegem o sobe e desce da escada principal

    As marcas republicanas estão presentes também na sala de refeições, onde a prataria, as taças, os pratos e os guardanapos levam a inscrição Palácio do Catete. A mesa está posta; os janelões altos, abertos com vista para o Jardim do Palácio.

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    Peças de louça que pertenceram à baronesa

    O 3º andar do Museu da República era onde ficavam os quartos dos moradores do palácio. O dormitório que foi do ex-presidente Getúlio Vargas durante sua segunda passagem pelo poder (1951-1954). Por razões óbvias, é o espaço mais simbólico do palácio.

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    Quarto simples para os padrões de um palácio

    Os móveis são de 1920, encomendados na época por causa da visita dos reis da Bélgica ao Brasil. A decoração é até um tanto espartana. O banheiro da suíte é todo de louça branca e impressiona pela simplicidade quando comparado à riqueza das demais salas do palácio.

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    Banheiro: muito branco, pouco luxo

    O pijama de Vargas já não fica mais sobre a cama. Uma caixa de vidro guarda a peça de roupa que o ex-presidente usava na noite de sua morte. Com ele estão a bala e o revólver de cabo branco de madrepérola, cujo tiro mudou a história em 24 de agosto de 1954.

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    Na parede, o retrato do velho: no mesmo lugar até hoje

    Quando estivemos no Museu de República pela última vez, apenas um quadro com um desenho marcava o lugar da roupa. A peça histórica ficaria seis meses lá e o restante do tempo meses fora, para receber cuidados de conservação, segundo informaram os funcionários do museu.

    museu da república no rio de janeiro
    O tiro que mudou o rumo da história

    Apesar de ter sido palco de uma tragédia, o quarto não chega a ter uma aura pesada. Contudo, Juscelino Kubitschek não pensava assim. Eleito em 1956, o presidente preferiu morar no Palácio Laranjeiras — localizado no alto do Parque Guinle — a viver no Catete. No mesmo ano em que a capital do país foi transferida para Brasília, o palácio passou a abrigar o Museu da República.

    VALE SABER

    Endereço: Rua do Catete, 153, Catete

    Transporte: A estação Catete do metrô tem uma saída bem em frente ao museu. Há diversos ônibus vindos da zona sul que passam na Rua do Catete e das zonas norte e Niterói que deixam o visitante na Rua Bento Lisboa. Como há muitas obras no Rio, algumas linhas sofreram modificação. Consulte o vadeonibus.com.br (site da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro)

    Funcionamento: De terça a sexta, das 10 às 17 horas. Sábados, domingos e feriados, das 11 às 17 horas — os portões são sempre fechados 30 minutos antes do fim das visitas.
    O jardim do palácio funciona diariamente, das 8 às 18 horas, com entrada gratuita; desde maio de 2022, o parquinho tem novos brinquedos, todos gratuitos

    Preço: Grátis (temporariamente)

    Alimentação: Piqueniques são permitidos no jardim do Palácio do Catete, limitado a grupos de 10 pessoas

    Site: museudarepublica.museus.gov.br

  • Museu do Amanhã (Rio): ingresso, onde fica e como chegar

    Museu do Amanhã (Rio): ingresso, onde fica e como chegar

    O Museu do Amanhã, na Praça Mauá, explora a fundo o conceito de interação, com tecnologia presente em cada pedaço do que está exposto. Reunimos todas as dicas para você visitar esse ponto turístico do Rio de Janeiro: como é por dentro, o que ver, quanto custa o ingresso do Museu do Amanhã, como comprar e que dia a entrada é grátis. Para planejar sua viagem, veja opções de hospedagem no Rio e nossas sugestões de hotel barato no Rio de Janeiro. A região próxima ao Museu do Amanhã e ao Aquário do Rio de janeiro tem unidades de redes econômicas.

    A ida ao Amanhã é um passeio que provoca uma reflexão sobre o estilo de vida que levamos e o futuro que esperamos. Não há acervo estático, passivo. E não pense que dá para aproveitar tudo o que essa grande atração oferece numa única e detalhada incursão. Bom motivo para sempre para voltar. A fim de facilitar sua visita, descrevemos abaixo, em detalhes, um passo a passo que você pode seguir quando for até lá. A Easy Travel Shop, empresa brasileira que fornece serviços turísticos e aceita pagamentos em até 10 vezes sem juros, faz um passeio de 4 horas, com city tour no Boulevard Olimpíco, voltinha de VLT e ingresso do Museu do Amanhã,

    Como é a instituição na Praça Mauá

    Distribuído em dois andares, o museu foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Dizem que a forma foi inspirada na flor da bromélia. Nós não conseguimos ver assim. Parece mais um esqueleto, uma espinha de peixe ou mesmo um navio, que avança sobre a Baía de Guanabara. Use a imaginação e nos conte o que achou do desenho.

    A construção, que ocupa um total de 30.000 m² de área, faz parte do projeto de revitalização da Praça Mauá, na zona portuária do Rio, antes da Olimpíada de 2016. A iniciativa incluiu ainda a inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR) e a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT Rio), meio de transporte também para deixar e chegar ao Aeroporto Santos Dumont e à Rodoviária Novo Rio.

    O Museu do Amanhã virou um cartão-postal como o Cristo Redentor (leia mais em Corcovado: como chegar) e o principal estádio da cidade (saiba como é o Maracanã Tour).

    Foi inaugurado em 19 de dezembro de 2015. As filas eram enormes nos primeiros meses de funcionamento. Visitamos o Amanhã 10 dias depois de sua abertura, o que nos levou a uma espera de 3 horas para conseguir entrar. Na época, o clima não estava convidativo para praia e o feriado do Réveillon estava próximo, razões pelas quais muita gente resolveu aproveitar para visitar o museu. E, como se não bastasse tudo isso, ainda era uma terça-feira, dia em que o ingresso do Museu do Amanhã é grátis.

    Na época, achamos importante encarar aquela parada toda para mostrar aos nossos leitores como era a experiência de um visitante comum, sem atalhos pela assessoria de imprensa. Para se ter ideia, nem levamos nosso filho, Joaquim. Ele voltou conosco ao Museu do Amanhã cerca de 6 meses depois, pouco antes da Olimpíada Rio 2016.

    No início daquele ano, o museu passou a vender ingresso na internet, com hora marcada e fila especial para entrar. Experimentamos a compra online e não esperamos nada. E ainda pegamos um dia lindo, o que rendeu as fotos ensolaradas que acompanham este texto.

    Filas no verão da inauguração
    O Museu do Amanhã em 2015…
    Ingresso do Museu do Amanhã pela internet
    …e a mesma entrada 6 meses depois

    O que fazer no Museu do Amanhã

    Logo que você passa a porta de vidro, sente um aliviante frescor do ar-condicionado e se depara com uma fileira de gente com as mãos para cima. Não é um agradecimento ao Senhor por ter finalmente entrado. O globo do Museu do Amanhã, no Rio, é o novo Cristo, como bem observou Fernando. Todos querem ter o mundo nas mãos.

    Entrada do museu na Praça Mauá
    Erguei as mãos

    Com 4 metros de diâmetro, o globo suspenso dá uma pista do que o visitante encontrará pela frente. A iluminação de LED vai se alternando e nos lembra que “tudo na Terra está movimento”, para em seguida mostrar os deslocamentos das correntes marítimas e das massas de ar, a formação de furacões e tsunamis e a migração de pessoas pelo mundo. Por fim, a pergunta nos convida a refletir: “Quais amanhãs queremos?”

    Apesar de muito fotografado, pouca gente parece se dar conta do significado daquele movimento de cores e desenhos no globo. Nos surpreendeu ver um adolescente explicar para a família que aquilo tratava de aquecimento global e de mudanças climáticas. O apelo visual e toda a tecnologia do museu servem para ele sair bem na foto.

    O Museu do Amanhã é fotogênico. Mas, se de cada 100 pessoas que postaram selfies nas redes sociais ao menos uma parar para pensar no mundo atual e nos desafios que temos pela frente, o museu terá cumprido seu papel.

    No térreo, ficam salas de exposições temporárias. Uma das primeiras mostras na época da inauguração era Perimetral, videoinstalação sobre a implosão do elevado que escondeu a Praça Mauá e a zona portuária do Rio durante décadas.

    Na visita de julho de 2016, vimos a temporária O Poeta Voador, Santos Dumont. Completa e totalmente audiovisual, mostrava os veículos voadores inventados pelo brasileiro, expondo diversos modelos e ensinando a dobrar vários tipos de avião de papel. Joaquim fez um sobrevoo virtual a bordo do Demoiselle. O passeio dele ao lado da mãe foi sobre o Rio de Janeiro (Paris era a outra opção de cenário). Também nos divertimos com os painéis preparados para fotos (tem até marcações para o fotógrafo se posicionar).

    Exposição temporária sobre Santos Dumont
    Asas da imaginação

    Quem vai com crianças pequenas tem também um refresco na área educativa, localizada à direita da escada principal. A meninada se distrai com jogos de madeira e livros que tratam de temas relacionados à ciência. Na primeira visita, vimos também alguns pequenos pintando e desenhando com auxílio de monitoria. Essa área estava vazia na segunda visita.

    Durante a primeira visita, fomos diretamente para o primeiro andar, para ver a exposição permanente. Como o Museu do Amanhã havia sido inaugurado poucos dias antes, estávamos curiosos.

    Prepare-se para muitos recursos audiovisuais e espaços interativos (incluindo jogos diversos). Você aproveita melhor a visita se respeitar a ordem a seguir, em que os 5 ambientes temáticos estão dispostos: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós.

    O museu inteiro está em 3 línguas — além de português, há avisos em inglês e em espanhol. Esse fato é algo para lá de louvável, não apenas pelo propósito do Amanhã (de fomentar a discussão em torno de um tema tão importante para a Humanidade), mas também para uma cidade e um país que têm no turismo um caminho econômico possível, ainda que, na maior parte das vezes, mal trabalhado.

    A visita é guiada pela Iris, cartão magnético que você recebe na chegada para registrar seu nome e e-mail — isso pode ser feito rapidamente em qualquer uma das mesas interativas do 1º pavimento. Cadastrado, o visitante monitora no mapa o que viu de cada área do museu. Aviso: é praticamente impossível ver todo o conteúdo de uma só vez. Portanto, numa segunda ida ao Amanhã, a Iris informa o que faltou ver como também quais conteúdos foram atualizados em relação à primeira passagem.

    Nós testamos o serviço na segunda visita, e o cartão funcionou perfeitamente. Fomos alertados sobre os setores em que passamos o cartão da primeira vez.

    O nome da assistente digital combina com o símbolo do museu, que lembra o formato da íris, a parte mais visível do olho humano, única em cada pessoa tal como as impressões digitais. No fundo, cada visitante carregará uma visão muito particular do Amanhã com o auxílio luxuoso da tecnologia.

    Cosmos

    Se a fila for pequena, entre no domo negro onde um filme de 8 minutos é exibido em formato 360 graus. Cabem 80 pessoas no interior da sala — como havia muita gente, encaramos 1 hora de espera para entrar. Há fila preferencial, o que gerou comentário indignado de uma senhora que achou que a monitoria privilegiava a entrada de idosos e crianças (bobagem, eles botavam 40 pessoas de cada fila por sessão). Dica: deitado nos almofadões para ver a projeção é mais impressionante.

    Cosmos conecta passado e presente, mostrando fenômenos que tiveram início há bilhões de anos e resultaram na formação da Terra e no surgimento dos seres vivos.

    Quem está acostumado a ver na televisão documentários a respeito do tema em canais como Discovery e NatGeo talvez não se impressione. A monitora informa que quem não se sentir bem pode deixar a sala antes do fim do filme. Fernando garante ter ficado mais enjoado assistindo Gravidade (Gravity, 2013) numa sala de cinema Imax.

    Nathalia assistiu a um filme muito parecido sobre a formação do universo no planetário de Montreal, no Canadá. Mas o que é exibido no Amanhã é legal? Sim, o material tem o selo da 02, produtora do cineasta Fernando Meirelles. Joaquim assistiu à projeção ao lado da avó, Sonia, durante nossa segunda visita. Ambos gostaram muito da experiência. Nesse dia, a entrada pela fila preferencial não demorou nem meia-hora.

    Depois da projeção, os visitantes deixam a sala e se espalham pelo museu. No espaço seguinte ao domo há seis mesas interativas com informações sobre aspectos do universo, como densidade, distâncias, velocidades etc. Por serem baixas, essas bancadas são facilmente acessadas por crianças a partir dos 6 anos. Aliás, vimos algumas delas mexendo sem medo e até ensinando gente mais velha a usar.

    Terra

    Depois de saber de onde viemos, hora de questionar quem somos. O segundo módulo do Museu do Amanhã tem 3 cubos, cada um simbolizando um aspecto do planeta.

    Interatividade no Museu do Amanhã

    Fique atento às mesas interativas que estão do lado de fora deles. Nelas há informações relevantes sobre o que foi abordado dentro das caixas. Quando se aprende que cada ser humano é um ecossistema fica mais fácil entender a necessidade de nos preservarmos também. Nossas conexões cerebrais e fenômenos como ilusão de ótica são assuntos abordados nas telas touch no cubo do pensamento.

    Você se sente novamente numa aula de ciências, mas sem ser chata.

    • Matéria
    Cubo na área da Terra, no Museu do Amanhã

    O cubo é recoberto por cerca de 180 fotos capturadas por telescópios. Ampliadas, as imagens recriam um cenário parecido com o que o astronauta russo Iuri Gagarin (primeiro homem enviado ao espaço, em 1961) viu e imortalizou na frase “A Terra é azul” — aliás, a explicação científica sobre a cor de nosso planeta é umas das informações disponíveis nas telas interativas ao lado do cubo.

    Dentro, na obra Fluxos, do artista Daniel Wurtzel, dois pedaços de tecido bailam no ar sem parar numa representação dos movimentos que transformam o planeta a partir da combinação dos elementos ar, terra, luz e água. É contemplativo. Poético. O rodopiar dos tecidos lembra um pouco uma cena do filme Beleza Americana (American Beauty, 1999), quando o personagem de Wes Bentley (aficionado por fazer vídeos com sua câmera) mostra à garota pela qual é apaixonado um plano-sequência de um saquinho plástico dançando no ar ao sabor do vento.

    Assim que entramos no cubo, um homem de meia idade, carregado sotaque carioca, perguntou a uma mulher:

    — A senhora é daqui?
    — Sim!
    — Os caras gastaram tanto dinheiro pra botarem essas coisas aqui, um pano voando?

    Não ficamos para ouvir a resposta, se é que houve alguma. Verdade seja dita, as pessoas quase não falam no interior do cubo, exceto para pedir para um conhecido ficar mais à direita ou à esquerda no enquadramento da foto ou da selfie. 

    • Vida

    As paredes do segundo cubo estão recobertas pelo código do DNA, a combinação química que organiza o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos. A relação entre os diversos níveis de organismos vivos e sua importância são apresentados no interior da caixa. É ali, entre tantas descobertas lúdicas, que ficamos sabendo que 1,5 kg do peso de um ser humano adulto é composto por bactérias fundamentais à vida, seja para absorver nutrientes, seja para agir no nosso sistema de defesa. Não é à toa que o aviso é expresso: cada pessoa é um ecossistema único.

    É possível também conhecer o ecossistema da Baía de Guanabara — local onde o museu foi construído. A fauna e a flora estão ali expostos em fotos. É de chocar como tamanha biodiversidade foi afetada pela poluição.

    • Pensamento

    O terceiro e último cubo ilustra, do lado externo, o sistema nervoso, capaz de conferir a cada ser humano a capacidade de percepção e de ação perante o mundo. Na parte interna, colunas com fotografias mostram diferenças e semelhanças entre povos do nosso planeta. A despeito das diferenças religiosas, ideológicas e raciais, rimos, choramos, amamos, nos organizamos quase sempre da mesma forma.

    Incrível como a sisudez do poder — personificada na figura do exército — pode ser igual em vários lugares do mundo. E como a alegria soa igualmente bela na expressão de um sorriso, seja na paquistanesa Islamabad ou na Cidade do México.

    Apaixonada por fotografia e escrita, Nathalia gostou dessa sala justamente porque ela reúne boas imagens com informações — para ela, o painel que apresenta as diferentes formas de se escrever pelo mundo foi o que chamou sua atenção.

    O jogo de espelhos das paredes ilude, faz a sala parecer maior. Engano que se desfaz à medida que se percorre o labirinto formado pelas colunas de fotos. É muito comum ver as pessoas rodarem em torno dos totens em sequência. Todos giram, quase ninguém se tromba. Aprende-se muito. A concepção visual (foto + legenda) lembra os totens com fatos históricos expostos na Sala das Copas, do Museu do Futebol, em São Paulo.

    black-friday-nos-estados-unidos-consumismo-museu-do-amanha-foto-nathalia-molina-comoviaja

    Antropoceno

    Alguns cientistas chamam de Antropoceno o período da história do planeta em que as atividades humanas passaram a impactar sobre a Terra. Aquecimento global e desequilíbrio de ecossistemas são temas do filme exibido nas 6 colunas de 10 metros de altura. Cada visitante se torna nanico diante daqueles painéis de luzes frenéticas.

    O ritmo acelerado das imagens apresenta a lado perverso do progresso. Ganhamos. E perdemos muito. Em 50 anos, gastamos mais, consumimos mais, comemos mais. Desperdiçamos demais. Poluímos muito, muito mais. O homem transformou e inventou paisagens. Nathalia sintetizou o filme como um soco no estômago. Sensação que se repetiu na nossa segunda ida ao museu, mesmo não sendo mais uma novidade.

    Amanhãs

    Lembra da pergunta feita no globo terrestre da entrada? É hora de se discutir que amanhã queremos para nós e para os nossos. É a zona dos jogos interativos. Não é mais o museu quem dá as informações. Agora ele quer saber do comportamento de seus visitantes em suas tarefas cotidianas.

    As mesas nos centros das salas atraem curiosos. Adultos e crianças descobrem quantos planetas são necessários para sustentar o modo de vida dele. Os visitantes se surpreendem quando ficam sabendo como suas escolhas no dia a dia afetam a Terra.

    Jogo para refletir sobre o planeta

    Joaquim se divertiu e aprendeu na prática sobre o impacto que nossas escolhas têm sobre a Terra. Tudo de maneira muito lúdica. À época com 7 anos, ele ficou louco para brincar nas mesas e respondeu a cada pergunta proposta. Se a frase era muito complexa para a idade dele, a gente traduzia com exemplos do dia a dia. Funcionou, foi a parte do museu de que ele mais gostou.

    Qual é sua pegada ecológica

    Nós

    A visita termina numa espécie de oca estilizada, formada por duas paredes arqueadas em madeira trançada. Um convite a desacelerar. A iluminação, nos explicou um funcionário, simula as cores de um amanhecer, com tons que passam do azul ao rosa.

    Informação por aqui só a que está escrita no Churinga. Encontrado em um antiquário de Paris, esse objeto de origem aborígene era usado pelos habitantes da Oceania para conectar gerações passadas e futuras. No fundo, é o propósito do Amanhã.

    Saindo da última área do museu, ficamos de frente para a Baía de Guanabara. Pode-se questionar que todo o dinheiro investido naquele espaço poderia servir para despolui-la. Pode-se reclamar que falta área verde ao redor da imensidão branca e cimentada do Amanhã. Pode-se criticar cada iniciativa pública sustentável tomada em qualquer parte do Brasil e do mundo. Mas acreditamos que a ideia ali não é reforçar a visão pessimista sobre o atual estado das coisas em nosso planeta. E sim termos ciência de onde viemos, sabermos que somos matéria, vida e pensamento. Que nos organizamos, construímos culturas. E que podemos transformar o futuro.

    Ingresso do Museu do Amanhã

    A entrada custa R$ 30 — na terça, grátis. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu de Arte do Rio (MAR) e custa R$ 32.

    O ingresso do Museu do Amanhã é sempre gratuito para: crianças até 5 anos e pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus, acompanhantes de portadores de necessidades especiais, moradores da zona portuária, funcionários do Santander e da Shell — com exceção das crianças, nos demais casos exigem comprovação mediante documentação.

    Pagam metade do valor do ingresso: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, estudantes de universidades públicas e particulares, portadores de necessidades especiais, funcionários do município do Rio de Janeiro, moradores da cidade e clientes do Santander.

    Se quiser evitar filas, compre o ingresso pela internet. Na nossa segunda visita ao Amanhã, em julho de 2016, nós compramos as entradas online.

    Espelho d'água no Museu do Amanhã

    VALE SABER

    Endereço: Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro

    Transporte: Esqueça o carro. Afinal, a ideia é mesmo cuidar do meio ambiente, né? Ir ao Centro do Rio de carro é sempre uma furada. Prefira o transporte coletivo.

    O VLT Rio é o jeito mais prático e bacana de se chegar à Praça Mauá.

    Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida.

    De ônibus, consulte as linhas no site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), que sugere rotas. Mas, na hora de checar o resultado da busca, dê preferência às rotas que não usam dois ônibus desnecessariamente.

    Os bicicletários dispõem de 120 vagas para quem for pedalando.

    Horário de funcionamento:  De terça a domingo, das 10 às 18 horas (última entrada às 17 horas)

    Alimentação: O Café Fazenda Culinária funciona à direita da entrada do museu, de terça a domingo, das 10 às 18 horas. Ele esteve lotado a tarde inteira durante a nossa primeira visita — na ocasião, o que nos salvou foi ter levado um bolinho e uns biscoitinhos. Encontramos o café mais vazio na chegada de manhã durante nossa segunda visita (compramos apenas água). As comidas são preparadas com ingredientes cultivados no Rio de Janeiro, o que achamos bem bacana dentro do conceito de sustentabilidade, valorizando a produção local. Como ocorre geralmente nesse tipo de produto, os preços são altos.

    Já o Restaurante Fazenda Culinária funciona do meio-dia às 17 horas. Ele fica do lado de fora, na parte de trás do museu e do espelho d’água. Trata-se de um restaurante-escola, cuja a equipe é formada exclusivamente por jovens.

    Compras: A tentadora lojinha do museu fica à esquerda na entrada — de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas; clientes do Santander têm 10% de desconto. Vende artesanato, bijuteria e artigos feitos por gente que privilegia trabalhos manuais

    Dicas: Há bebedouros e banheiros nos dois pisos. Evite usar apenas os que ficam logo à direita no térreo. Como são os primeiros encontrados pela maior parte das pessoas, costumam estar mais cheios. Você vai suar. Use roupas leves e curta a agradável sensação de sentir a brisa do ar-condicionado do museu quando a fila se aproximar da porta de entrada.

    Para quem vai com bagagem, diretamente do Aeroporto Santos Dumont ou da Rodoviária Novo Rio, o museu possui guarda-volumes. O espaço está sujeito à lotação e limitado a mochilas, malas ou bolsas com dimensões de até 50 cm x 60 cm, segundo informações do museu

    Site: museudoamanha.org.br

  • Parque Guinle, no Rio

    Parque Guinle, no Rio

    Faz uma década que o Rio de Janeiro entrou na minha vida, desde que me apaixonei por Nathalia Molina. Laranjeiras tornou-se familiar (no sentido mais amplo da palavra).

    Aprendi nesse tempo a descobrir lugares não turísticos, nada convencionais para quem vem visitar a cidade. Pedaços genuinamente cariocas, como o Parque Guinle. Como ele fica muito perto da casa da minha sogra é praticamente impossível vir ao Rio e não dar uma chegadinha lá.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Quando bebê, levávamos o Joaquim de carrinho para tomar aquele solzinho da manhã — solzinho é bondade porque, acreditem, às 8 horas de um dia de verão o calor castiga. Já mais velho, nosso filho continua frequentando o parque, agora correndo livremente por entre os brinquedos de madeira.

    E os brinquedos estão novinhos em folha depois da recente reforma. O lago está limpo – tem cisne, patos e até um cágado que curtia um bronze em cima de uma pedra. Por estar dentro de uma Área de Proteção Ambiental, há vegetação de Mata Atlântica na sua encosta, muitos pássaros e outros animais. Nathalia e eu fomos surpreendidos por um pequeno camaleão que cruzou nosso caminho. Saquei o celular e, com cuidado, me aproximei para um clique.

    Cercado por árvores, o jardim do parque segue como ponto de encontro de bebês. E como é bom ver mães e pais (e não babás) levando as crianças para pegar sol e brincar! Há também muita gente idosa que encara uma subida para se exercitar nos equipamentos de ginástica que ficam acima do lago.

    Nos fins de semana, o parque ganha também uma cama elástica (paga), já testada e aprovada por Joaquim algumas vezes. Reparamos que, depois da reforma, bem em frente ao portão de entrada, há uma vaga delimitada para food truck.

    Para quem gosta de arquitetura

    A área onde está o parque foi, no passado, residência de Eduardo Guinle, empresário (um dos sócios-fundadores da companhia Docas, de Santos) e patriarca de uma das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro (ele era o avô do playboy Jorginho Guinle).

    O palacete dos Guinle foi erguido na década de 1920, com jardins projetados pelo francês Gérard Cochet. Hoje em dia, o prédio abriga o Palácio Laranjeiras, que já serviu de residência oficial do governador do Rio, mas atualmente é hospedagem de autoridades e chefes de estado em visita à cidade. Parque Guinle, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (11) (1024x607)

    Parque Guinle, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (24) (768x1024)Ao lado do lindo portão de entrada do parque, onde ainda estão gravadas as iniciais E e G, fica um conjunto residencial projetado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Inicialmente, o projeto previa a construção de seis prédios, mas apenas a metade foi erguida, entre 1948 e 1954.

    Nathalia e eu somos apaixonados por aquelas fachadas que reúnem diferentes tipos de cerâmica. No primeiro dos três prédios há uma parede de vidro na área das escadas e o famoso brise-soleil (para deixar a luz entrar sem o solão na cara). O projeto do conjunto residencial foi premiado na I Bienal de Artes de São Paulo, em 1951. E desde 1986 os edifícios estão tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

    É delicioso subir a rua a pé e admirar cada detalhe dos edifícios (dá até para esquecer que se está em uma ladeira). Se você gosta de arquitetura, de fotografia, de natureza, do Rio ou de tudo isso junto, vale a pena fazer uma visita.

    Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (800x600) Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (1024x1024) Parque Guinle, Arquitetura, Lucio Costa, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x800)

     

    Vale Saber

    Endereço: Rua Gago Coutinho, 66

    Transporte: Se você não estiver em Laranjeiras, mas ainda assim quiser passar uma horinha no parque, utilize o metrô para chegar. Desça na estação Largo do Machado e pegue a saída em direção à igreja. Entre na Rua Gago Coutinho (de frente para a igreja ela fica do lado direito) e siga em frente até encontrar o portão de ferro que dá acesso ao parque

    Parque Guinle, Criancas, Rio de Janeiro, Laranjeiras, Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (1024x739)Funcionamento: Por causa do conjunto residencial, o portão do parque fica permanentemente aberto para circulação e utilização das dependências

    Dica: Não há nenhuma estrutura para comer e beber dentro do parque. Há apenas uma trocador ao lado dos brinquedos de madeira. Os novos banheiros estavam em fase final de construção

    Curiosidade: No alto do Parque Guinle fica a unidade do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)

  • Cidade das Artes: Rio em Lego, projetos, música, teatro e livros

    Cidade das Artes: Rio em Lego, projetos, música, teatro e livros

    A Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, reúne maquete do Rio em peças de Lego, projetos culturais e espetáculos de música e teatro. Prédio projetado pelo arquiteto francês Christian Portzamparc tem ainda uma Sala de Leitura, com 8.000 títulos e espaço infantil

    ATUALIZADO EM 2 DE MARÇO DE 2018

    De todos os novos edifícios que apareceram (e não foram poucos) na paisagem da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, a Cidade das Artes se destaca. A Olimpíada do Rio mudou a paisagem urbana nessa região da cidade. E um dos prédios mais emblemáticos dessa fase é esse edifício, que se ergue a 10 m do chão, é visto de longe, no contorno próximo ao Terminal da Alvorada.

    O centro cultural reúne teatro, música, dança, literatura e artes plásticas. E ganhou em março de 2018 uma exposição permanente com 25 ícones cariocas feitos em Lego, entre eles Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Calçadão de Copacabana, Morro Dois Irmãos, Lagoa Rodrigo de Freitas, Sambódromo, Arcos da Lapa e Estádio do Maracanã. A maquete foi feita com quase 1 milhão de peças.

    CENTRO CULTURAL NA BARRA – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

     

    Como é o centro cultural na Barra

    O prédio projetado pelo francês Christian Portzamparc — mesmo arquiteto que assina a Cité de La Musique, em Paris — foi concebido para ser a Cidade da Música, quase levou o nome do jornalista Roberto Marinho e, após adiamentos, finalmente foi inaugurado em 2013.

    Ao todo, são 97.000 m² de área construída, duas salas de porte (Grande Sala, para 1.250 pessoas, e o Teatro de Câmara, com capacidade para 450 espectadores), espaços multiuso e 3 cinemas. A Sala de Leitura conta com cerca de 8.000 títulos. Tem espaço infantil, computadores, rede wifi e área de pesquisa.

    Uma exposição permanente que deve agradar adultos e crianças é a maquete com 25 ícones cariocas. Doada pela Lego, foi construída com 947.000 pecinhas numa área aproximada de 20 m². Durante a Olimpíada, em torno de 85.000 pessoas viram a obra, então exibida no Boulevard Olímpico. Atualmente pode ser vista na Galeria, um dos espaços da Cidade das Artes: de quarta a sexta, do meio-dia às 18 horas; sábado e domingo, a partir das 10 horas.



    Booking.com

     

    O que fazer na Cidade das Artes

    A programação é bem vasta. O prédio e a exposição permanente de Lego já fazem a visita valer. Mas fique de olho na programação, que recebe toques temáticos de acordo com o mês. No Ano Novo Chinês, por exemplo, meu irmão esteve por lá com a família. Viram a apresentação chinesa, e meus sobrinhos ainda tiraram uma foto com o leão e o dragão.

    Em março, quando o dia 8 celebra a importância da mulher, o projeto Conversa Literária de 2018 inclui o tema entre os destaques, juntamente com a cidade do Rio de Janeiro e o poeta Castro Alves, aniversariantes do mês. A edição Poesia, Mulher e Cidade ocorre em 14 de março. Com entrada livre, o projeto é realizado toda quarta, às 15 horas.

    Há várias atividades gratuitas na Cidade das Artes, aliás. Outra delas é o projeto Interlocuções: Psicanálise e Literatura, desenvolvido pelas psicanalistas Gilda Pitombo Mesquita e Marília Flores. Desde 2015, elas estudam obras literárias com os participantes. Neste ano (sexta, às 16 horas), o livro escolhido foi Colóquios sobre A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

     

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    VALE SABER

    Endereço: Avenida das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

    Transporte: O complexo cultural oferece 750 vagas de estacionamento (carro e Barra são quase sinônimos) e a forma mais fácil de acessá-lo nesse caso é pela Avenida das Américas, sentido Recreio dos Bandeirantes.

    Se for de ônibus, desça no Terminal Alvorada, que tem uma passagem subterrânea que sai dentro da Cidade das Artes.

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 18 horas — em dias de espetáculo, o horário muda

    Preço: Há atividades gratuitas e pagas; consulte a programação no site

    Alimentação: Tem café e restaurante

    Site: cidadedasartes.org

  • Buenos Aires: Centro Cultural Kirchner

    Buenos Aires: Centro Cultural Kirchner

    Novidade na capital argentina, o Centro Cultural Kirchner está instalado num edifício neoclássico no centro de Buenos Aires. O antigo Palácio dos Correios agora conta com várias salas de concerto e de exposição, além de mirante com visão panorâmica da cidade.

    A maior delas, La Ballena Azul, tem capacidade para 1.750 pessoas e pode receber orquestras sinfônicas. A Sala Argentina, para 534 espectadores, funciona como espaço de câmara. La Gran Lámpara, no centro do edifício, é área de exposições. Os visitantes podem ver a cidade de La Cúpula, espaço destinado para apresentações diversas. Do mirante, veem-se o bairro de Puerto Madero, o Rio da Prata e a Casa Rosada.

    Buenos Aires, Cultura, Centro Cultural Kirchner, Foto Divulgação 3

    Buenos Aires, Cultura, Centro Cultural Kirchner, La Cupula, Foto Divulgação 2
    Fotos: Divulgação

    Buenos Aires, Cultura, Centro Cultural Kirchner, Sala Eva Perón, Foto DivulgaçãoO centro cultural também tem seis auditórios multimídia, além de salas em homenagem ao ex-presidente Néstor Kirchner e à idolatrada Eva Perón.

    Projetado pelo francês Norbert Maillart, o edifício começou a ser construído em 1889 e foi inaugurado em 1928. As atuais obras de restauração começaram em 2009 e seguem sendo executadas. Visitas guiadas, com uma hora de duração, abordam a arquitetura e a história do prédio.

    VALE SABER

    Endereço: Sarmiento, 151

    Funcionamento: De quinta a domingo, das 14 às 20 horas — visitas guiadas pelo edifício de sexta a domingo, das 14h15 às 17 horas, a cada 15 minutos

    Preço: Todas atividades são gratuitas. Os ingressos para os espetáculos realizados nos espaços La Cúpula, La Ballena Azul, Sala Argentina e Sala Federal podem ser reservados pelo site do centro cultural, no link Entradas. Para o restante da programação, eles são distribuídos até atingir a capacidade total

    Site: culturalkirchner.gob.ar

  • Maria-fumaça de Tiradentes: ingresso e horário do trem turístico

    Maria-fumaça de Tiradentes: ingresso e horário do trem turístico

    Bilhete na mão, apito de saída no horário marcado. Nathalia e eu nos sentimos nostálgicos no passeio a bordo da maria-fumaça de Tiradentes, trem turístico que liga a cidade a São João del Rei. Durante 50 minutos, vive-se a saudade de um tempo que muitos de nós não vivemos. Veja sugestões de onde ficar em Tiradentes, com pousadas e hotéis bem avaliados por viajantes – nos hospedamos na cidade e recomendamos por ser mais charmosa do que a vizinha. Confira aqui ingresso e horário da maria-fumaça de Tiradentes.

    Criada em 1881 por D. Pedro II, a rota da maria-fumaça que liga Tiradentes a São João del Rei corre sobre os trilhos da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, cujas iniciais EFOM estão gravadas na velha locomotiva, que ainda tem muita lenha para queimar e puxar o vagão para 280 passageiros. Os horários variam conforme a época do ano. O número de viagens pode aumentar em períodos de maior demanda, por exemplo, ao longo do Festival de Gastronomia de Tiradentes, principal evento da cidade, ou nas temporadas de férias.

    Como é o passeio até São João del Rei

    Fique atento porque nem todos os dias há saída na maria-fumaça entre São João del Rei e Tiradentes: o passeio de trem geralmente está disponível de sexta a domingo, com partidas de cada cidade.

    Maria-fumaça de Tiradentes a São João del Rei
    Todos em busca da melhor serpenteando no trem de Tiradentes

    O passeio de 12 km corta o belo cenário composto pelo Rio das Mortes e pela Serra de São José, área de proteção ambiental e destino dos amantes de trilhas e cachoeiras. Pois, a cada curva, cabeças e braços se lançam para registrar paisagem e flagrantes dos que respondem com acenos ao apito do trem.

    É um programa indicado tanto para quem faz uma viagem a dois quanto para quem tem filhos. Aquele chacoalhar do trem dá uma certa lombeira. No entanto, o vento que sopra da janela e traz o cheiro gostoso do mato aplaca essa sensação.

    Qual é o horário do trem turístico em Minas Gerais

    Em setembro de 2023, o horário da maria-fumaça de Tiradentes está com saída prevista para: 11 horas e 14h30, na sexta; 11 horas, 14h30 e 16h45, no sábado; e 11 horas no domingo. O trem sempre deixa a estação de São João del Rei 1 hora antes em relação ao horário de partida de Tiradentes. Contudo, vale sempre consultar os horários na programação mensal no site da concessionária da rota turística porque há alterações sazonais.

    A exceção neste mês, por exemplo, fica por conta do feriado da Independência: de 7 a 10 de setembro, o horário da maria-fumaça de Tiradentes muda: na quinta, parte às 14h e às 19h30; na sexta e no sábado, às 11h, 14h30 e 16h45; e no domingo, às 11h. Da mesma forma, o trem sempre deixa a estação de São João del Rei 1 hora antes em relação ao horário previsto para a saída de Tiradentes.

    Como comprar ingresso da maria-fumaça de Tiradentes

    É possível reservar um assento no site da VLI, a concessionária que administra a atração; nas compras online de passagens, é cobrada uma taxa de serviço. Mas ainda possível adquirir o ingresso da maria-fumaça de Tiradentes do mesmo modo que Nath e eu fizemos, na tradicional bilheteria da Praça da Estação.

    O ingresso custa R$ 86 (ida); R$ 172 (ida e volta) – pessoas acima dos 60 anos, estudantes e crianças de 6 a 12 anos pagam meia, mediante apresentação de documentação; até 5 anos, no colo dos pais, grátis.

    O que fazer em São João del Rei

    Nos programamos para tomar o primeiro trem que saía de Tiradentes e visitar um pouquinho que fosse São João del Rei. Deixamos para conhecer o museu ferroviário (ingresso a R$ 10) por último, já que ele fica na própria estação de embarque para o retorno. Inaugurado em 1981, tem em seu acervo preciosidades como a locomotiva número 1 utilizada na abertura da ferrovia.

    Maria-fumaça de Tiradentes, na estação de São João del Rei
    Estação da maria-fumaça em São João del Rei, com museu

    Durante mais ou menos 2 horas, passamos por pontos turísticos de São João del Rei, como a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Memorial Tancredo Neves (1º presidente da República eleito depois do regime militar, ele morreu antes de assumir o cargo, em 1985). Também é possível visitar o túmulo onde Tancredo foi enterrado, atrás da Igreja São Francisco de Assis. Com todo respeito, dispensamos essa parte porque não gostamos de turismo fúnebre.

    Visita a São João del Rei de trem, saindo de Tiradentes
    Passeio em São João del Rei

    O que comer e comprar na cidade histórica

    Resolvemos almoçar. Seguimos o movimento local e fomos parar no Colher de Pau, restaurante em São João del rei de comida mineira a quilo. Foi uma grata experiência, regada a vaca atolada e franguinho com ora pro nobis. Me esbaldei. Na época, Nath tirou foto do exato instante em que eu repeti um prato de quiabo com carne moída. Registro histórico que ela queria mandar para minha mãe, provando que eu já era um homenzinho e comia de tudo. Pena que a foto se perdeu no HD de um velho computador, assim como várias outras.

    A caminhada depois do almoço incluiu uma passada pelas lojas que vendem peças em estanho, tradição de São João del Rei. Copos, taças, vasos, sobram ofertas. Compramos dois pesados castiçais. Fiquei aliviado por ter uma mochila para carregá-los. Se for ficar pela cidade, veja hotéis em São João del Rei.

    Manobra do trem turístico de Tiradentes

    Passados os 50 minutos da viagem de volta, chegamos a Tiradentes e ainda registramos um costume que não se perdeu com a modernidade: na rotunda, de modo manual, a locomotiva é girada para mudar de direção. Amor ao passado, sim. Mas sempre olhando para frente.

  • Maracanã Tour: como é a visita ao estádio no Rio de Janeiro

    Maracanã Tour: como é a visita ao estádio no Rio de Janeiro

    Antes de mais nada, o Maracanã Tour é um passeio a ser incluído na lista do que fazer no Rio Janeiro. A visita ao estádio pode ser feita na companhia de um guia bilíngue. Primeiramente, dois fatos em comum unem nossas passagens pelo Maraca.

    Zico, o grande goleador do Maracanã; marcou 333 vezes no estádio

    Da primeira vez, na tarde de 3 de março de 2015, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, ídolo do Flamengo e maior artilheiro do estádio com 333 gols, completava 62 anos. Tempos depois, outro Arthur, este Fluminense roxo, era o dono da festa. Nosso sobrinho comemorou o aniversário de 10 anos dentro do Maracanã, com direito a jogo de bola para a criançada e passeio guiado.

    Maracanã Tour
    Parabéns no Maracanã, um aniversário para quem é louco por futebol

    A nossa impressão foi de que o tour melhorou. Anteriormente, parecíamos estar em uma visita técnica, mais com ar de inspeção do que de passeio histórico.

    Maracanã Tour
    No Maraca, aproveite para fazer fotos com o estádio vazio

    Para quem quer unir duas paixões brasileiras, a Civitatis tem um tour pelo Maracanã + Cidade do Samba, onde são criados os desfiles de Carnaval. A empresa também oferece a experiência de assistir a um jogo de futebol no Rio de Janeiro com guia local. Primeiramente, o programa inclui ida a um botequim. No caso do Maracanã, há bares na Tijuca muito frequentados por torcedores em dias de jogos.

    Como é o novo tour do Maracanã

    Com 50 minutos de duração, o tour do Maracanã se concentra no térreo, onde está exposta parte importante da memória do futebol brasileiro. Assim como da primeira visita, vimos a camisa 7 usada por Mané Garrincha na conquista do bicampeonato mundial de 1962, no Chile, e a rede estufada por Pelé na noite de 19 de novembro de 1969, data em que o Rei do Futebol marcou seu milésimo gol na carreira, justamente no Maracanã.

    Maracanã Tour
    Fernando e os objetos do Rei do Futebol, no tour pelo Maracanã

    Não só as Copas de 1950 e de 2014 são relembradas em fotos e objetos, como também as bolas usadas na finais vencidas por Uruguai e Alemanha fazem parte do acervo exposto. A conquista do inédito ouro olímpico de 2016 pela seleção brasileira está igualmente registrada.

    Maracanã Tour
    Maracanazo: guia explica a derrota na Copa de 50

    Há uma reverência especial para a Rainha Marta, eleita 6 vezes a melhor jogadora do mundo. Nathalia não resistiu a uma selfie com sua echarpe lilás, para marcar o poder de ação das mulheres num esporte que no Brasil ainda é, sem dúvida, dominado por homens.

    Rainha Marta, persistente no futebol feminino

    Relíquias de brasileiros e estrangeiros

    Os principais clubes do Rio Janeiro estão representados com camisas e objetos ligados à carreira de jogadores que ajudaram a escrever a história do Maracanã. Além disso, há uma exposição de bolas e chuteiras lendárias e ainda a Calçada da Fama, da qual fazem parte craques como o brasileiro Romário e o alemão Franz Beckenbauer, também reverenciado no Museu do Bayern de Munique, visitado por nós em 2014.

    Bolas e chuteiras históricas no Maracanã Tour

    Anteriormente, o visitante podia fazer o tour individualmente, já que os painéis com informações básicas orientavam o público a se orientar sobre fatos e feitos ocorridos no Estádio Mário Filho, nome oficial do Maracanã, em homenagem ao jornalista esportivo e um dos defensores de sua construção. Essa opção já não está mais disponível no site do tour, apenas as visitadas monitoradas.

    Experiências no Maracanã Tour

    O tour pelo Maracanã ganhou experiências ao longo dos últimos anos, entretanto pagas separadamente. Você pode assistir a um Fla x Flu com um óculos de realidade virtual, por exemplo. Ou então tirar fotos com uma bandeira do seu clube de coração, em um cenário de chroma key. Tem ainda a possibilidade de marcar um gol no Maracanã, em uma experiência que varia entre 3 e 5 tentativas. E, principalmente, comemorar o aniversário de crianças entre 3 e 12 anos tendo o estádio como salão de festas.

    Bancando o boleiro no gramado do Maraca

    O ponto alto do Maracanã Tour é o acesso ao vestiário — decorado com camisas de clubes brasileiros — e a entrada até a beira do campo. Contudo, ao contrário da visita que fizemos à Allianz Arena, na Alemanha, o tour do Maracanã permite fotos perto do gramado. Portanto, você pode fazer pose no banco de reservas, feito técnico tenso ou boleiro marrento.

    Maracanã Tour
    Dá para fazer uma foto no banco de reservas

    Quem comemora o aniversário no estádio ganha alguns privilégios. Assim, Arthur teve direito a um vestiário exclusivo com o nome dele na porta. Orientada por um monitor, a criançada fez exercícios na sala de aquecimento antes de atravessar o túnel que leva ao campo.

    Tricolores posam na porta do vestiário do Maracanã

    Não é permitido pisar no gramado do Maracanã, então o público circula pela grama sintética do entorno. Atrás de um dos gols oficiais havia duas traves, para a criançada jogar por quase 2 horas.

    Nossos boleirinhos ao lado do gramado do Maraca

    Meu gol no Maracanã

    Uma bola extra caiu nos pés dos adultos, que armaram uma roda de altinho perto da criançada. Eu entrei nessa e, preciso confessar, não resisti à ideia de marcar um gol no Maracanã. Quando todos se encaminharam para cantar parabéns, peguei a bola e, sem alarde, empurrei para o fundo da rede.

    A exemplo do que ocorreu com Pelé, que no mesmo Maracanã marcou um golaço pelo Santos contra o Fluminense, em 1961, ninguém registrou o meu feito.

    Enquanto o Rei do Futebol ganhou uma placa pelo lindo gol marcado (por sugestão do jornalista Joelmir Beting, daí a expressão ‘gol de placa’), eu me contentei com o entrondoso grito de gol que ecoou dentro da minha alma de menino. Entrei para a história.

    Como o gol de Fernando foi discreto, não há registro

    VALE SABER

    Endereço: Avenida Rei Pelé, Portão A (pedestres), Portão 2 (carros) – Maracanã, Rio de Janeiro

    Transporte: Se for de carro, há estacionamento acessível pelo portão 2 (R$35). De metro ou trem, desça na estação Maracanã, atravesse a passarela que chega ao portão A. Porém, a opção mais segura é ir de carro particular ou de aplicativo e descer na porta.

    Funcionamento: O tour no Maracanã funciona entre 9 e 17 horas, com saída do último grupo às 16h30; em dias de jogos, o tour é encerrado 5 horas antes de os portões serem abertos para a torcida. Em virtude da decisão da Libertadores, por exemplo, a visitação ao estádio foi suspensa

    Preço: A visita guiada custa R$ 66. Têm direito a meia entrada (sempre com a apresentação de documento): crianças de 6 a 10 anos, idosos acima de 60 anos, estudantes com carteirinha e portadores de necessidades especiais. Até 5 anos, crianças não pagam

    Alimentação: Há uma lanchonete na área de visitação

    Site: tourmaracana.com.br

  • CN Tower (Toronto): altura, ingresso e mais sobre a torre no Canadá

    CN Tower (Toronto): altura, ingresso e mais sobre a torre no Canadá

    Se 1 piso de vidro já dá frio na barriga, dá para imaginar 2 andares transparentes, um em cima do outro? Assim é a CN Tower, em Toronto, há 1 ano, desde o verão canadense de 2018. A torre símbolo da maior cidade do Canadá passou por reformas e também tem novas janelas panorâmicas no LookOut, andar a 346 m. O ponto mais alto aberto ao público continua sendo o SkyPod, piso da CN Tower a uma altura de 447 m (sem chão de vidro).

    Como cartão-postal da cidade, a CN Tower reúne muitas opções de acomodação à sua volta — conheça hotéis em Toronto, separados por bairros da metrópole canadense. A região onde fica um dos mais emblemáticos pontos turísticos do Canadá vem passando por muitas modificações desde que estive lá pela primeira vez, em 2010.

    Várias melhorias foram realizadas na área às margens do Lake Ontario e, logo aos pés da torre, foi inaugurado o aquário de Toronto, Ripley’s Aquarium of Canada. As atrações, aliás, fazem uma boa dobradinha, especialmente para quem explora Toronto com crianças; há até um ingresso pensado para quem visita as duas. Quem compra o CityPass de Toronto tem direito a visitar a CN Tower e o Ripley’s, além de outros pontos turísticos como o Royal Ontario Museum e a Casa Loma.

    Da CN Tower, se tem a vista tanto do Lake Ontario (um dos cinco Grandes Lagos, que delimitam parte do leste da fronteira do Canadá com os Estados Unidos), quanto de Downtown (o fervilhante centro de Toronto). Você ainda pode comer no 360 Restaurant, num almoço ou jantar no restaurante giratório a 350 m, e comprar algo na loja, com área em torno de 740 m² e muitos artigos à venda, de souvenir a roupas. Para facilitar, leia também Visita à CN Tower: dicas para ver melhor o ponto turístico do Canadá.

    Uma curiosidade: a antena da torre é responsável pelo sinal de telefones celulares e de 30 emissoras de TV e de rádio em Ontario.

    Icônica torre de Toronto – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Como é a CN Tower: altura, melhor horário e iluminação

    Considerada uma das Sete Maravilhas Modernas do Mundo pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis, ao lado da Hidrelétrica de Itaipu, da Ponte Golden Gate (na americana São Francisco) e do Canal do Panamá, a CN Tower está aberta ao público há 42 anos.

    Além da altura, que manteve a torre como a mais alta do mundo de 1975 a 2007, o piso de vidro em parte do andar de observação ajudou a dar fama mundial ao passeio. Levei um intervalo de seis anos entre duas visitas minhas à torre de Toronto para ter coragem de sentar nele para tirar uma foto. Antes, só tinha me plantado em pé rapidinho para um registro.

    Sentada no chão de vidro, na 2ª visita à CN Tower, para jantar no 360 Restaurant – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    A CN Tower é o mais famoso ponto turístico de Toronto, então pode ter fila (grande) na alta temporada, o verão canadense. De uma maneira geral, para não enfrentar multidão, chegue cedo ou vá mais tarde: antes das 11 horas ou depois das 18 horas, o cartão-postal costuma ser menos disputado. Em alguns períodos do ano, a administração vende ingresso da CN Tower pela internet com data e horário marcados para evitar muita espera (um pouco mais caro do que a entrada tradicional).

    À noite, a torre de 553,33 metros de altura também colore a cidade, com diferentes tons a cada época. O site da torre mostra o calendário de iluminação, que varia de acordo com a homenagem prestada (por exemplo, com vermelho e branco no Dia do Canadá, 1º de julho).

    O que fazer na CN Tower: piso de vidro e restaurante giratório

    Para chegar até o LookOut, são apenas 58 segundos de subida. O elevador da CN Tower — chamada em francês de Tour CN — mostra no painel o quanto a caixa vai vencendo da construção. A lateral de vidro também não deixa dúvidas de que estamos subindo. Ao todo, a torre conta com 6 desses elevadores panorâmicos.

    Do chão à pontinha da CN Tower, vista de muitos lugares em Toronto, são 553 m. Mas, acredite, a visita ao SkyPod, a 447 m de altura, é suficiente para se ter a sensação de estar no céu, sobre a metrópole. Mais alto do que isso só num voo de helicóptero em Toronto.

    Pisar, sentar ou até deitar no chão de vidro da CN Tower para uma foto é quase tão importante quanto apreciar o visual de Toronto e do Lake Ontario lá de cima.

    Duplo piso de vidro

    Desde julho de 2018, os visitantes ganharam a chance de fazer isso em dose dupla. Um novo chão de vidro foi instalado acima do original, sucesso ali desde sua inauguração, em 1994. No nível do piso transparente antigo, há uma varanda, SkyTerrace, onde se pode sentir o ventinho a 342 m do chão. Gostosa a sensação.

    A 346 metros de altura, o LookOut é aquela parte redonda da torre, a bolinha furada pela agulha que a CN Tower parece vista do horizonte. É nesse andar que fica o novo piso de vidro acima do que já existia.

    Janelas panorâmicas no LookOut

    A reforma da CN Tower também deu novas janelas panorâmicas ao LookOut. Com vidro do chão ao teto, elas contam com aplicação de película termocrômica, que escurece conforme a incidência solar e a temperatura externa. Essa tecnologia também contribui na hora de tirar fotos mais bonitas, garante a administração da torre.

    SkyPod da CN Tower

    Esse é o andar mais alto aberto ao público na CN Tower. Para subir até lá, há um elevador exclusivo que se toma no LookOut, para subir mais 33 andares. Se pretende visitar o SkyPod, compre o ingresso com valor adicional para isso. Lá dá para saber o que ocorre quando a CN Tower é atingida por raios e um pêndulo mostra como ela se move com o vento.

    A 447 m, você consegue ver mais longe — a administração da torre diz que a visibilidade pode chegar a 160 km de distância, alcançando Niagara Falls. Eu não cheguei a avistar as Cataratas do Niágara, mas gostei de poder ver mais longe as ruas de Toronto e Lake Ontario adentro.

    Horizonte no Lake Ontario – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Edge Walk, caminhada do lado de fora da torre

    Quem gosta de atividades radicais pode mais. É preciso ter mais de 13 anos e muita coragem para poder comprar a experiência do Edge Walk, disponível apenas nos meses mais quentes do ano. Está na lista das Canadian Signature Experiences, apontadas pelo Destination Canada, órgão oficial de divulgação do turismo no país, como uma reunião do que o país tem de único e melhor. Como o nome diz, o Edge Walk é uma caminhada à beira da torre, numa altura de 356 m, do lado de fora.

    Giratório 360: restaurante com vista de Toronto

    Se você joga no meu time (prefere conforto e boa comida), reserve uma mesa no restaurante giratório, do lado de dentro e bem sentado. O 360 Restaurant destaca ingredientes canadenses em seus pratos e também entre os rótulos da sua adega; entre as opções, dá para tomar o icewine no Canadá, o vinho das uvas congeladas. A adega, aliás, está no Guinness World Record Book como a mais alta do mundo. A 351 m, comporta 9.000 garrafas de cerca de 500 rótulos canadenses e estrangeiros.

    O menu troca 2 vezes ao ano; eu peguei o cardápio de inverno. Como prato principal, escolhi carne de bisão da província de Alberta, a oeste do país; de sobremesa, fiquei com essa delicinha de sobremesa da foto, com fios de ouro. Mas riqueza mesmo foi a combinação do chocolate da torta com o café do sorvete. Contei mais sobre o jantar em Restaurante da CN Tower, em Toronto: como é comer no giratório 360.

    Jantar com a cidade passando pela janela – Foto CN Tower/Divulgação

    VALE SABER

    Endereço: 301 Front St. West (na altura da John Street). Esse endereço oficial pode confundir um pouco. O melhor a fazer é se dirigir ao Bremner Boulevard, ao sul da torre, porque a entrada vem sendo por lá, ao lado do aquário de Toronto, Ripley’s Aquarium of Canada (no número 288 do boulevard, perto da Simcoe Street)

    Horário: Muda um pouquinho de acordo com as estações. Em março de 2019, abria das 9 horas às 22h30  — funciona todos os dias; fecha apenas no Natal, em 25 de dezembro

    Preço: Depende do que você vai visitar ou fazer lá. Para a visita sem o SkyPod, custa 38 dólares canadenses — criança de 4 a 12 anos, 28 dólares canadenses; idosos com mais de 65 anos, 34 dólares canadenses. Incluindo a subida ao SkyPod, sai por 53 dólares canadenses — criança de 4 a 12 anos, 43 dólares canadenses; idosos com mais de 65 anos, 49 dólares canadenses

    Alimentação: No térreo, há sanduíches no Le Café. Quem busca uma refeição com o visual da cidade deve fazer reserva no 360 Restaurant (aberto diariamente das 11 horas às 22h15)

    Compras: Em cerca de 740 m², a loja da CN Tower vende de peças de estilistas locais a bichinhos de pelúcia, além de muitos objetos com a CN Tower e a folha do Canadá estampadas, como os da marca Canadiana. Foi aqui que comprei um fofo pijama de folhinhas vermelhas para nosso filho, Joaquim. O algodão é bom porque ele usou muito! Comprei maiorzinho (porque tem punho na calça e na manga comprida) e ele usou uns 2 ou 3 invernos, até não caber mais.

    Site: cntower.ca

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