MAR, na Praça Mauá: dicas para visitar o museu no Rio

MAR Rio Obra Morrinho no Museu na Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja - Destaque

Planeje sua visita ao Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá: ingresso, entrada com o Museu do Amanhã, exposições e restaurante. Ainda: o belo visual do terraço e a história da cidade por meio de expressões artísticas

ATUALIZADO EM 15 DE MAIO DE 2018

Se alguém me perguntar hoje sobre um bom lugar para entender um pouco da história do Rio, respondo que esse lugar é o mar. Calma, a praia — esse sagrado e democrático espaço — segue sendo um boa amostra para se tomar contato com a “cidade maravilha mutante”. Mas eu me refiro a outro MAR, como se abrevia em letras garrafais o Museu de Arte do Rio. Até 10 de março de 2019, por exemplo, está em cartaz a exposição O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção, que trata da herança africana ao patrimônio cultural.

Inaugurado em 2013, o MAR é a primeira atração do ambicioso projeto de revitalização da Praça Mauá, o Porto Maravilha, na zona portuária do Rio. A iniciativa incluiu ainda a inauguração do Museu do Amanhã e a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que virou transporte para deixar e chegar ao Aeroporto Santos Dumont.

MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x976)
Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3)

 

Como é o Museu de Arte do Rio

O Museu de Arte do Rio está instalado em dois prédios, conectados por uma rampa a partir do 5º andar, onde começa a visita. Sobe-se de elevador e depois vem se descendo pelos andares de exposições. No edifício modernista dos anos 1940, funcionou a antiga rodoviária do Rio de Janeiro. O edifício é coberto por uma estrutura que lembra a ondulação da água.

Vizinho a ele está o palacete D. João VI, de estilo eclético, construído em 1916. No primeiro prédio funciona a Escola do Olhar, projeto que visa levar arte ao alcance de todos por meio da educação. No espaço são dados cursos e palestras para professores. Do terraço, é possível ver a Praça Mauá revitalizada e o novo Museu do Amanhã, ao fundo.

MAR, Museu de Arte do Rio, Vista, Visual, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)

Já o palacete D. João VI abriga as exposições. No MAR não há mostra permanente, mas exposições temporárias, de curta ou longa duração, quase todas com temas ligados ao Rio: seu passado, sua formação, achados e encantos de uma cidade cercada de beleza e contrastes.

Do terraço é possível tirar fotos da Praça Mauá e do Museu do Amanhã — tem-se um panorama geral da área revitalizada, mas o Amanhã fica distante na imagem (quem tem zoom ou lente profissional pode conseguir uma boa foto aproximada).

O que fazer no MAR

Fique atento às exposições programadas ao longo do ano no MAR. Já tivemos a oportunidade de ver Rio Setecentista — Quando o Rio Virou Capital, mostra comemorativa dos 450 anos de fundação da cidade, completados em 2015. A exposição tratava do período de transformações vividas pela então capital do vice-reino. Muitos sinais dessas mudanças, principalmente de ordem estética, ainda podem ser encontrados na atual paisagem carioca. Isso sem falar que a mostra ajudou a entender aspectos da formação social do Rio.

MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1024x802)

MAR, Museu de Arte do Rio, Exposição Rio Setecentista, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (1024x768)

Aproveitamos para visitar o último mês de outras duas exposições de fotografia. A primeira delas com imagens de Evandro Teixeira. Eu conhecia apenas o mito. Nathalia, que começou a carreira no Jornal do Brasil, teve a felicidade de ver de perto o trabalho de Evandro Teixeira, que fotografou para o velho JB por mais de 40 anos. Ela ficou tocada pela possibilidade de se aprofundar na arte e na história desse grande profissional.

Na sala ao lado vimos também os retratos de Kurt Klagsbrunn, austríaco que fugiu da perseguição nazista e chegou ao Brasil em 1939. Suas fotos abrangem 40 anos de história do Rio de Janeiro. Nathalia e eu adoramos a última sala da exposição, que recriava o ambiente de um quarto de revelação. Quem, assim como nós, é jornalista da era antes das câmeras digitais, sabe bem o que é ter de mergulhar um filme em um tanque, aplicar revelador e fixador, ficar de olho no cronômetro e, só então, descobrir se aquela foto que tiramos ficou boa ou não.

MAR, Museu de Arte do Rio, Fotografia, Exposição, Kurt Klagsbrunn, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (1280x960)Durante a visita ao MAR, nosso filho formou dupla com a avó Sonia e passeou pelas três exposições. Na Rio Setecentista, ele até se sentou no chão para ler a caudalosa explicação afixada na parede da entrada. Joaquim ainda assistiu ao vídeo sobre o Mestre Valentim, escultor e urbanista responsável por muitas obras que marcaram a paisagem do Rio de Janeiro, como o Chafariz das Saracuras e o Passeio Público.

MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Entrada - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)Vista a projeção, Joaquim quis ir embora. Ficamos então para registrar com calma as exposições do 3º andar, enquanto nosso filho desceu com a avó e se juntou a uma atividade infantil que rolava no térreo. No hall de entrada, em meio aos pilotis, Quim participou de uma brincadeira que envolvia a obra Morrinho, símbolo do MAR desde sua inauguração, quando fez parte de uma exposição que tratava de espaço e moradia.

O projeto nasceu no Morro do Pereirão, em Laranjeiras (bairro na zona sul), das mãos de Cirlan de Souza. Em 1998, ele começou a reproduzir a favela em que morava usando material reciclável e muita criatividade. Jovens de outras comunidades entraram na brincadeira e o resultado hoje está exposto no térreo, onde é possível entrar, ver a obra e seguir a vida, sem necessidade de entrar no museu. Vale a pena ver Morrinho com calma e atenção. Cada tijolo, cada frase, seu recado.

Por ocupar a região que é uma espécie de ventre do Rio de Janeiro, a proposta do MAR é dialogar com a população de seu entorno, convidá-la a contar a história da formação da cidade com o auxílio luxuoso da arte.

 

VALE SABER

Endereço: Praça Mauá, 5, Centro

Transporte: Vale a regra que utilizamos para visitar o Museu do Amanhã: esqueça o carro, vá de transporte coletivo. O VLT do Rio passa na porta do MAR. Pegue a Linha 1 no sentido da rodoviária e desça na Parada dos Museus.

Se for de metrô, desça na estação Uruguaiana — ande na Avenida Presidente Vargas na direção da Candelária e vire à esquerda na Avenida Rio Branco. A Praça Mauá fica no fim da avenida. De trem, desça na Central do Brasil e escolha entre caminhar por 15 minutos ou tomar a linha 225.

Muitas linhas de ônibus passam pelo Centro. O site vadeonibus.com.br, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), sugere rotas. O bicicletário do MAR possui 54 vagas

Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 17 horas. Chegamos na hora em que abriu. Pegamos o museu vazio para ver tudo com calma

Preço: R$ 20 (aceita dinheiro ou cartão Visa ou Master) — na terça, é grátis. No domingo, o ingresso família, para até 4 pessoas, custa R$ 20. O Bilhete Único dos Museus dá acesso também ao Museu do Amanhã e custa R$ 32.

A entrada é sempre gratuita para: crianças de até 5 anos e idosos acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública, guias de turismo, funcionários de museus e moradores da zona portuária. Pagam meia entrada: pessoas de até 21 anos, alunos da rede privada, portadores de deficiência, funcionários do município do Rio de Janeiro

MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1024x768)

Alimentação: O Cristóvão Café e Bistrô fica no térreo, no espaço batizado de Pracinha Mauá. Oferece pratos executivos e refeições rápidas. Abre de terça a domingo, das 9h30 às 18 horas.

No 5º andar fica o Restaurante Mauá, com cardápio desenvolvido pelo chef Marcondes de Deus. No cardápio, receitas brasileiras com ingredientes exóticos e deliciosamente instigantes, como picadinho de caju ou camarão em crosta de tapioca. Das mesas externas vê-se a Baía de Guanabara, o Museu do Amanhã e o movimento da praça. O salão interno possui ar condicionado. Funciona de terça a domingo, do meio-dia às 18 horas.

MAR, Museu de Arte do Rio, Praça Mauá - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (768x1024)

Há bebedouros espalhados pelo MAR: à esquerda da bilheteria e em áreas perto dos banheiros

Compras: Na Pracinha Mauá, a loja Novo Desenho é totalmente dedicada ao design brasileiro, com trabalhos de profissionais consagrados e novos talentos. Abre de terça a sexta, do meio-dia às 18 horas — fecha uma hora mais tarde aos sábados e domingos

Site: museudeartedorio.org.br

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