Se você planeja viajar a Roma, saiba que os Museus Vaticano têm ingresso que inclui a Capela Sistina, um dos pontos altos da visita (literalmente falando, por causa do seu magnífico teto). Antes de mais nada, não são museus para conhecer com pressa (ouça a voz da experiência), porque eles são imensos e cheios de gente. Afinal, eles estão entre as atrações mais visitadas de Roma e da Europa, como outros pontos turísticos, caso do o Parque Güell (Barcelona).
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Os museus abrem de segunda a sábado (9h às 18h) e tem visitação gratuita no último domingo do mês (fuja, é cilada, Bino!). Seja como for, não é exagero recomendar um dia inteiro para ir aos Museus do Vaticano, distantes das demais atrações da capital da Itália.
Os museus ocupam os palácios onde viveram os antigos papas do Renascimento, entre eles, Sisto 4º, que mandou construir a Capela Sistina em 1473. Uma vez que havia muito dinheiro à disposição, os chefes da Igreja Católica desse período financiaram uma das mais grandiosas coleções de arte clássica e renascentista do mundo.
Ingresso para Museus do Vaticano e Capela Sistina
A Get Your Guide, empresa afiliada do Como Viaja, vende o ingresso sem fila para os Museus do Vaticano e a Capela Sistina. Além de incluir a entrada, ele dá direito a guia de áudio (opcional), descontos na loja dos museus, acesso aos jardins do Vaticano, entre outros benefícios. Essa é uma opção para que você visite o museu no ritmo próprio.
Uma vez que a quantidade de turistas é enorme, é preciso escolher o que se deseja ver e seguir o fluxo de mão única indicado pelo próprio museu. Já a Civitatis oferece uma visita guiada pelos Museus do Vaticano que inclui o ingresso. Feita em português, ela leva os visitantes à Capela Sistina e a espaços como a Galeria dos Candelabros (esculturas gregas e romanas) e a Galeria dos Tapetes.
Como são os Museus do Vaticano
Quando Nathalia e eu estivemos nos Museus do Vaticano, deixamos de lado toda a parte de arte antiga (peças greco-romanas,coleções egípcia e etrusca). Apostamos nas pinturas da Pinacoteca (460 trabalhos de mestres como Ticiano, Da Vinci e Caravaggio), nos afrescos e, claro, na magnitude da Capela Sistina. Tudo sem guia de áudio ou físico. Pelo contrário, acionamos o modo freestyle.
Essa era uma marca das nossas viagens à época. Ou seja, se gostássemos de algo, ficávamos vendo, entendendo e seguíamos em frente. Antes de mais nada, não nos arrependemos das escolhas. Nathalia adorou a Galeria dos Mapas, onde estão cerca de 40 afrescos que representam cartograficamente a Itália do século 16.
Já eu fiquei fascinado pelas Salas de Rafael nos Museus do Vaticano, conjunto de quatro ambientes dos aposentos do papa Júlio 2º. A Escola de Atenas, obra-prima do pintor, tem como particularidade as figuras de Leonardo da Vinci, Michelangelo (quem pintou o teto da Capela Sistina) e o próprio Rafael retratados.
Como é a Capela Sistina
Não importa a sua relação com a religiosidade. Ao entrar na Capela Sistina, você estará pisando em um espaço sagrado à fé católica. Ali é realizado, desde 1492, o Conclave, reunião de cardeais para a escolha de um novo papa. É lugar de silêncio e contemplação, que fechou nossa visita aos Museus do Vaticano. Não é permitido fotografar tampouco filmar. Aliás, o código de vestimenta do Vaticano veta o uso de roupas decotadas ou acima do joelho. Do mesmo modo, quem tiver tatuagem vai precisar encobri-las durante a visita.
Fatos relacionados às vidas de Moisés e de Cristo estão representados nos afrescos nas paredes laterais, de autoria Sandro Botticelli (Tentações de Cristo), e Cosimo Rosselli (A Última Ceia), entre outros.
Já o teto da Capela Sistina é a obra mais famosa de Michelangelo Buonarroti. A Criação de Adão e A Expulsão do Homem estão ligados a temas do Velho e do Novo Testamento. Depois que concluiu o teto, o artista terminou a decoração da capela com a pintura O Juízo Final, sobre a remissão dos pecados diante de Deus e a condenação ao inferno. Não estranhe se um segurança quebrar o silêncio com o aviso “Senza foto!”, para coibir quem burla as regras do museu.
Visita exclusiva à capela e missa com o papa
A Civitatis tem um tour que dá direito ao primeiro acesso do dia à Capela Sistina e aos Museus Vaticano. Acompanhado de um guia que fala espanhol, o visitante entra nos museus 30 minutos antes do começo dos tours em grupo e 1 hora antes que o público geral. Além disso, a empresa oferece também um audiência com Papa Francisco.
Não se trata de um encontro particular com o sumo-pontífice (por anos eu sonhava usar esse termo dos livros de gramática!). Do mesmo modo, não é uma missa, mas um encontro de Sua Santidade com fiéis do mundo todo. Em suma, uma grande aula de catecismo a céu aberto.
Absolutamente sem querer, Nathalia e eu assistimos a um trecho da homilia dirigida pelo então papa da época, Bento XVI. Deixamos os Museus do Vaticano e, posteriormente, seguimos para a Praça São Pedro. Fomos percebendo uma agitação da multidão. Só então nos demos conta do que se tratava. Depois de passarmos pelo rígido controle de segurança, nos sentamos nos últimos lugares vazios.
Graças aos telões, Bento XVI ia além daquele distante ponto branco aos nossos olhos. Deu tempo, inclusive, de ouvir a saudação papal aos “amigos do Brasil” presentes naquela manhã. Não fosse por obra do acaso (ou intervenção divina?), nós quase personificaríamos o ditado “é como ir a Roma e não ver o Papa.”