Autor: Nathalia Molina

  • Vancouver: Capilano com as luzes de Natal

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Se você tiver tempo ou vontade de visitar apenas um lugar pra ver as luzes de Natal em Vancouver, vá ao parque da Capilano Suspension Bridge. A ponte suspensa, a menos de meia hora da cidade no oeste do Canadá, fica iluminada durante o Canyon Lights, evento natalino que chega à sua 11ª edição em 2016.

    A PONTE BRILHANTESó essa visão já seria suficientemente bela para fazer o lugar merecer uma visita. E foi somente com a expectativa de ver isso — e de ter coragem para atravessar os 137 m balançantes sobre o penhasco, a 70 m de altura — que eu fui até lá. Mas me deparei com um parque inteiro iluminado, numa explosão de cores.

    É bom saber que, se a visita à noite mostra a beleza das luzes natalinas, ela deixa a natureza no entorno na penumbra. Se quiser aproveitar os dois momentos, recomendo que você chegue com o dia ainda claro (durante o inverno, escurece perto das 16 horas). Como a visita ao parque, com calma, leva em torno de 2 horas e meia, eu pensaria em chegar lá no máximo às 14 horas, se a ideia for ver tudo de dia e depois curtir a iluminação do Canyon Lights.

    O Capilano Suspension Bridge Park possui 109.265 m² de área total. De um lado e de outro do parque e ao longo da ponte, as atrações são enfeitadas para o evento que vai até o início de janeiro.

    Do lado de cá: passarela sobre o penhasco, chocolate quente e souvenir

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    Passei o portão de entrada do parque e já me pasmei. A iluminação não combinava nada entre uma área e outra. Normalmente, como uma editora de conteúdo que busca sempre um equilíbrio estético, eu acharia isso algo estranho. Mas ali, curiosamente, todo aquele contraste fez sentido, como se o Natal vivamente me cercasse.

    Na hora, nem pensei nisso. No entanto, ao escrever esse texto, me dei conta de que talvez o parque da Capilano tenha despertado em mim sensações da infância, quando a árvore de Natal da casa da minha avó era multicolorida. Lá pelos anos 70, início dos 80, antes dos tons monocromáticos das árvores de Natal atuais. Num tempo em que os enfeites de vidro (morria de medo de quebrá-los) formavam gotas e estrelas nas mais diversas tonalidades de rosa, dourado, vermelho e azul.

    Então, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge, que eu achava que seria a emoção da visita, me senti maravilhada por todo aquele colorido. Era tanta luz que nem me dei conta de que cismei de chamar o evento de Canyon OF Lights (DAS luzes). Quando fui consultar o site para fazer o serviço no fim deste texto, vi que tinha acrescentado a preposição com artigo.

    O colorido pinta as áreas do café e da lojinha de souvenir e todas as árvores no entorno. Entre totens– símbolos dos nativos habitantes do Canadá (chamados de Primeiras Nações), muito vistos na província de British Columbia –, passeia-se por bolas douradas, um lindo par de pinheiros azuis e uma árvore de Natal natural com 46,60 m de altura.

    A área da lojinha, dentro do Trading Post, possui opções realmente interessantes de souvenir, que fogem das massificação. Eu trouxe lindas canecas de lá para o Joaquim (com alce) e para o Fernando (com um desenho das Primeiras Nações). Nessa região do parque, uma banda toca clássicas canções natalinas à noite.

    No café, não resisti a um chocolate quente com creme — fazia -3 graus! — e a um blueberry danish, enrolado de massa leve recheado com geleia da fruta silvestre. Quem quiser pode provar uma nanaimo bar, doce com camadas de chocolate, inventado ali perto, na cidade de Nanaimo, também em British Columbia.

    Desse lado do parque, também se acessa o Cliffwalk, uma passarela sobre o penhasco. O chão é de vidro em alguns mirantes que de encontram pelo caminho. É uma atração mais emocionante durante o dia, do ponto de vista da natureza.

    Na ponte: caminho iluminado pelo cânion com troca de cores

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    A EUFORIA QUE DÁ CORAGEMFalando em altura, a travessia da ponte me assustava. Eu já tinha editado e lido reportagens sobre a Capilano Suspension Bridge, e a imagem daquele fio pendurado sobre o penhasco me causava calafrio. Mas eu queria muito conhecer e me desafiar a percorrê-la. Afinal, o negócio existe desde 1889!

    Tenho de dizer que à noite a sensação de altura diminui e muito porque você não percebe o fundo do cânion. Ajudam a distrair a atenção o fio de luzes guiando o caminho nas laterais da ponte e a troca de cores nas pedras e na cachoeira ao lado.

    Balança? Balança, especialmente se tem muita gente caminhando sobre a ponte ao mesmo tempo — algo comum, aliás. Mas não senti medo em momento nenhum, sequer frio na barriga. Pode ser que tenha sido a euforia de estar ali — no meio daquele espaço mágico, buscando captar as sensações causadas pela beleza do parque cortado pelo Capilano River –, mas nem me dei conta da distância para o rio lá embaixo. Fui e voltei com naturalidade, me deixando embalar por aquele leve sacolejo.

    Do lado de lá: lago com bolas e arvorismo entre luzes

    Quando cheguei ao outro lado, achei que já tinha visto muita coisa e que seria apenas um complemento para quem atravessa a ponte. De fato, a área não é gigante. Mas eu estava totalmente errada quanto ao que me esperava.

    À esquerda, a cena me apresentou um lago escuro cercado e coberto de bolas prateadas. Algo tão belo que me reteve ali um bom tempo, apreciando a composição, lembrando do meu filho e do meu marido (em como Joaquim e Fernando achariam aquilo lindo) e depois tentando captar o momento sem tremer sob uma iluminação difusa. Tudo bem, amei ficar ali. Que paz naquele lugar.

    FLUORESCÊNCIA COLORIDA

    BRINCADEIRA CROMÁTICA

    Nesse ponto, tinha certeza de que a visita estava completa. Seria apenas contornar o lago e voltar. E foi. Pelo caminho, no entanto, mais surpresas. Primeiramente, pontinhos coloridos fluorescentes tomaram um tronco e um pedaço do caminho.

    Depois, subi as escadas para fazer arvorismo na penumbra, seguindo as pontes iluminadas entre árvores. É no alto, mas de novo o escuro disfarça a distância até o chão. E, como as passarelas têm fundo fechado e são cercadas nas laterais, não senti nenhuma apreensão. Completei o circuito e, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge de volta, experimentei a novidade do Canyon Lights em 2016: Fireflies (em português, Vagalumes). Há lanternas para o visitante apontar ao redor. Peguei uma delas e vi pontinhos verdes brilhantes surgirem em sequência e pintarem troncos de árvores e a mata rasteira.

    Espertamente o Capilano Suspension Bridge Park oferece wifi gratuito no parque todo. Em tempos de internet e redes sociais, rola postar aquela foto (ainda que tremida) no meio das luzes. Mas pode esquecer o pau de selfie. Madeira ali só natural mesmo — ainda bem.

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    VALE SABER

    Endereço: 3735 Capilano Road, North Vancouver

    Transporte: Há traslado grátis a partir de 4 pontos de Vancouver: Canada Place (na área do porto) e dos hotéis Hyatt Regency, Blue Horizon e Westin Bayshore. Consulte os horários de shuttle neste link https://www.capbridge.com/visit/shuttle-service/. Fui de táxi porque passei em Grouse Mountain antes. Mas voltei de shuttle e achei bem prático. Na entrada do parque, recebi um carimbo na mão, que me dava direito a entrar e sair do parque à vontade e ao traslado para Vancouver

    Funcionamento: O Canyon of Lights vai até 8 de janeiro, das 11 às 21 horas — após as 16 horas, é melhor para ver o parque com as luzes. Em 25 de dezembro, o parque fecha

    Preço: A entrada inclui todas as atividades do parque e traslados de e para Vancouver. Custa 39,95 dólares canadenses — acima de 65 anos, sai a 36,95; estudantes com até 17 anos, 32,95; entre 13 e 16 anos, 26,95; de 6 a 12 anos, 13,95; até 6 anos, grátis. Há um ticket para família por 85 dólares canadenses, que dá direito a 2 adultos e até 2 crianças de 6 a 16 anos

    Site: capbridge.com


    Viagem a convite do Destino Canadá e do Tourism Vancouver

  • Natal em Toronto: o que fazer em dezembro, entre decoração e compras

    A magia está lá, em mínimos detalhes. E eu já pude ter um gostinho do Natal em Toronto. A maior cidade do Canadá se ilumina toda no fim de ano. A patinação no gelo na Nathan Phillips Square, praça central de Toronto, onde está localizada sua prefeitura, fica envolta em brilho natalino.

    Passando uma noite em frente ao Ripley’s Aquarium, o aquário de Toronto, vi os floquinhos de neve sobre a fachada do aquário que fica aos pés da CN Tower, torre-ícone da cidade. Uma cena linda. 

    Sobram nas lojas artigos com desenhos natalinos. Vi suéter com boneco de neve, Papai Noel e até cachorro-rena. A moda de fim de ano motivou uma boa dose de autocrítica numa loja do multicultural bairro de Kesington Market, que ostentava a plaquinha Seriously Ugly Xmas Sweaters (algo como horrorosos suéteres de Natal).

    Com ou sem vestimenta temática, cheque o Natal em Toronto. Para você entrar no clima, com compras, decoração e muita iluminação, listo a seguir os pontos que vi e que achei que valem para você incluir no seu roteiro.

    Eaton Centre: compras de grandes marcas

    Como um bom shopping center, não iria deixar passar a data sem enfeitar os andares. O Toronto Eaton Centre marca presença com a maior árvore de Natal do Canadá, com 30,50 metros de altura. É difícil até de fotografar inteira.

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    A MAIOR ÁRVORE DE NATAL DO CANADÁ, NO TORONTO EATON CENTRE

    Eu gostei mesmo foi das enormes renas brancas brilhantes espalhadas pelos corredores. Enquanto checa a decoração, você pode passar na H&M ou na Forever 21, por exemplo, para comprar presentes.

    Hudson Bay e Saks Fifth Avenue: vitrines e enfeites

    As vitrines de Natal de lojas de departamento são sucesso em Paris e em Nova York. Em Toronto, a Hudson Bay e a Saks Fifth Avenue também capricham na composição, com música e figuras animadas. Muito fofos os gansos que vi dançando lá em dezembro de 2016.

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    HUDSON BAY, LOJA DE DEPARTAMENTO DO CANADÁ

    Vizinhas, as duas lojas têm zilhões de departamentos. Impossível não encontrar o que se busca. Até comida. A Saks, que abriu em Toronto em fevereiro de 2016, fez uma parceria com um empório gastronômico local, o Pusateri’s. Localizado no subsolo, ele oferece ingredientes e também artigos prontos, como chocolates de Toronto ou europeus, para doces lembrancinhas.

    Também dá para garantir muitos enfeites de Natal para a casa toda, de bolinhas e penduricalhos para a árvore a globos de neve e kits de panos de prato e luvas térmicas temáticos.


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    Nathan Phillips Square: patinação e árvore

    Vale encarar o medo e se arriscar nos patins sobre o gelo para sentir o clima de fim de ano como fazem os locais. E tirar a clássica foto em frente ao nome de Toronto escrito em letras coloridas.

    Devo dizer que não resisti a cumprir todo o roteiro na Nathan Phillips Square, ainda que isso tenha confirmado que, como patinadora, sou uma ótima fotógrafa. Não importa. Contam a diversão e o clima de fim de ano que senti na praça central da cidade da província de Ontario.

    A pista de patinação fica diante do prédio da prefeitura, que estava iluminado num tom roxo. Ao lado, ficava um enorme pinheiro natural enfeitado como árvore de Natal.

    Mercado de Natal: barraquinhas no Distillery Historic District

    Este mercado realmente me surpreendeu. O mercado de Natal de Toronto se propõe a seguir o estilo das seculares feiras de dezembro na Alemanha, que eu tive a chance de conhecer em várias cidades europeias. Em Toronto, todas as tradições estão lá, compondo o conjunto: barraquinhas com artigos e enfeitinhos alemães, vinho quente, corais, brinquedos para a criançada e uma linda árvore de Natal.

    Além disso, a área onde o Toronto Christmas Market é montado, o Distillery Historic District, é um charme. Com prédios industriais da Era Vitoriana, de tijolinhos, o cenário combina perfeitamente com o clima natalino. E ainda oferece opções de presentes, comidas e bebidas canadenses, além de cafés e restaurantes.

    Brookfield Place: enfeites nas linhas de Calatrava

    O complexo de escritórios tem também restaurantes dentro. Quando estive lá em dezembro, a decoração de Natal do Brookfield Place tinha flocos de neve estilizados, posicionados no chão e pendurados do teto. Super bonita. Fios de luzes brancas acompanhavam as linhas de Santiago Calatrava, arquiteto catalão que desenhou o átrio do edifício de Downtown. No formato de um túnel alto, visto logo ao se entrar no prédio, ele é chamado de Allen Lambert Galleria.

    One of a Kind Show: artesanato do Canadá

    Esta feira é realizada sempre do fim de novembro ao  início de dezembro em Toronto. É uma tradição entre os moradores garantir seus presentes de Natal no One of a Kind Show. Nos stands, encontra-se uma grande variedade de artesanato, feito em todas as regiões do Canadá. Dá para comprar de produtos de lavanda de Québec a luvas quentinhas (chamadas de mittens) fabricadas em Ontario a partir da reciclagem de suéter.

    Viagem a convite do Destination Canada e do Ontario Tourism. ESTE TEXTO FOI ESCRITO PELA REDAÇÃO DO COMO VIAJA, COM BASE NA NOSSA EXPERIÊNCIA, SEM QUALQUER REVISÃO OU INTERFERÊNCIA DOS DESTINOS
  • Mercado de Natal (Toronto): o Christmas Market com barracas e coral

    Mercado de Natal (Toronto): o Christmas Market com barracas e coral

    O conjunto de prédios de tijolinhos, erguido em 1832, é mesmo um cenário e tanto para se instalar um mercado de Natal em Toronto. Eu já tinha visitado o charmoso Distillery Historic District fora da época de fim de ano. Mas, quando voltei ao lugar histórico para conhecer o Toronto Christmas Market, fiquei encantada em ver como a ambientação combina perfeitamente com o clima natalino.

    O mercado da metrópole canadense se diz inspirado nas feiras realizadas nesta época antes do Natal na Alemanha. E de fato é. Realizado desde 2003, o evento em Toronto tem barraquinhas de madeira (com opções de comidas típicas do Canadá também, como a poutine, receita originalmente da província francesa de Québec), artesanato, dança e uma árvore de Natal montada num grande pinheiro natural. Muito bonito e instagramável.

    Como é o Toronto Christmas Market

    Dentro dos prédios industriais da Era Vitoriana do Distillery Historic Distric, funcionou a destilaria Gooderman & Worts. Há cerca de 10 anos, a região foi restaurada para receber lojas, cafés e galerias de arte. Nessa última vez em que estive em Toronto, jantamos no excelente restaurante mexicano El Catrin — na mesa, pedimos uns 10 pratos variados; e todos eram muitos bons.

    Barraquinhas e luzes deixam o Distillery District ainda mais bonito

    Dê uma espiada também nas lojas locais. Há em torno de 80 empreendimentos disponíveis no Distillery Historic District. Entre os mais antigos estão a Soma (de chocolates artesanais) e a Mill St. (cervejaria que mantém sua loja original no local, com diversos tipos de cerveja à venda).

    Degustação de cerveja na loja da Mill St

    Como eu já tinha trazido da Alemanha enfeites para nossa árvore de Natal em 2011, em Toronto busquei algo mais canadense. Dessa viagem ao país, eu trouxe um alce (ou rena, sei lá) e um boneco de neve prateados, além de um par de patins, para lembrar minha tentativa de deslizar sobre o gelo na Nathan Phillips Square, praça central de Toronto. Uma fofa lembrança de Natal.

    Os patins de Toronto na nossa árvore de Natal

    O que fazer no mercado de Natal de Toronto

    As crianças podem ouvir a contação de histórias em inglês com contos dos irmãos Grimm, dar uma voltinha na (pequenina) roda-gigante ou tirar foto com o Papai Noel. Já os adultos dispõem de jardins de cerveja (os biergartens) e também podem se aquecer com o vinho quente tradicional nas feiras alemães (glühwein), chamado em inglês de mulled wine.

    Casa do Papai Noel

    Espetáculo de cantores, bandas e dançarinos estão na programação do Toronto Christmas Market. Os estilos musicais variam do jazz ao folk, passando por consagradas canções natalinas. São muitos os pontos fotogênicos perto das áreas enfeitadas por luzes, especialmente perto da árvore de Natal,

    Brincando com a árvore para foto

    Todo ano o mercado de Natal de Toronto atrai tanta gente que o site do evento encoraja os visitantes a irem durante a semana para evitar filas para entrar ou comprar comidas e bebidas. Quando estive lá num domingo, estava bem cheio, embora desse para circular. Isso foi logo no início da temporada.

    O tempo já estava consideravelmente frio, uns 5 graus, mas não nevava. No fim do ano, costuma nevar em Toronto. Imagino que o mercado fique ainda mais lindo com essa atmosfera natalina.

    Flocos de neve nas projeções da construção histórica

    VALE SABER

    Endereço: 55 Mill Street, Distillery Historic District, Toronto

    Funcionamento: Até 22 de dezembro, a partir do meio dia. De terça a quinta e no domingo, fecha às 21 horas — sexta e sábado, até as 22 horas. Fecha na segunda, mas as lojas e os restaurantes do Distillery District funcionam diariamente, desde as 10 horas

    Preço: Durante a semana, a entrada é gratuita. A partir das 18 horas de sexta até o fim de domingo, custa CAN$ 8

    Site: torontochristmasmarket.com

    VIAGEM A CONVITE DO DESTINATION CANADA E DO ONTARIO TOURISM. ESTE TEXTO FOI ESCRITO PELA REDAÇÃO DO COMO VIAJA, COM BASE NA NOSSA EXPERIÊNCIA, SEM QUALQUER REVISÃO OU INTERFERÊNCIA DOS DESTINOS
  • Mercados de Natal no Canadá 2017: Toronto, Vancouver, Montréal e Québec

    Mercados de Natal no Canadá 2017: Toronto, Vancouver, Montréal e Québec

    No Canadá, as principais cidades têm mercados de Natal. Conheça feiras para ir em dezembro em Toronto, Vancouver, Montréal e Québec. Com barraquinhas de comida, bebida e produtos, são bons programas para famílias

    ATUALIZADO EM 1 DE DEZEMBRO DE 2017

    Em dezembro, mercados de Natal se instalam em pontos centrais das cidades do Canadá. Estive em Toronto e Vancouver em dezembro de 2016 e agora acabo de voltar de Montréal. Dessa vez, não peguei os mercados de Natal já abertos, como tive a chance no ano passado. Mas já pude sentir o clima natalino na província francesa do Canadá, em decorações e enfeites que já estavam por toda parte.

    Virei fã de mercados de Natal depois de conhecer vários durante uma viagem à Europa em 2011. Aqui destaco alguns dos principais mercados de Natal do Canadá para quem estiver por lá em dezembro. Com barraquinhas de enfeites e presentes, decoração cheia de luzes e comida típica, esse eventos convidam os visitantes a entrar no clima de fim de ano.

    TORONTO CHRISTMAS MARKET – Foto: The Distillery Historic District/Tourism Toronto/Divulgação

    A programação muda de um mercado para outro, mas costuma incluir uma mistura de música com gastronomia. Canções natalinas embalam a degustação de bebidas e comidas comuns nesta época ou no país (caso dos produtos preparados com xarope de maple no Canadá). A meninada se entretêm com atividades, como desenho em papel e decoração dos tradicionais biscoitos de Natal.

    Veja abaixo uma seleção com mercados de Natal no Canadá:

    1 > TORONTO

    O mais tradicional e extenso mercado de Natal da cidade existe desde 2003. Estive lá em dezembro de 2016 e gostei muito — conto como é Toronto Christmas Market e também listo o que fazer em dezembro em Toronto, entre luzes e compras. O Toronto Christmas Market é instalado no Distillery Historic District. Os prédios de tijolinhos dessa região histórica da cidade permanecem com luzes e decoração natalina até 23 de dezembro em 2017. Reúne música, dança, compras e gastronomia.

    Distillery Historic District - Foto www.torontowide.com/Tourism Toronto/Divulgação
    Mercado no Distillery Historic District – Foto: www.torontowide.com/Tourism Toronto/Divulgação

    Mais mercados de Natal vêm surgindo na maior cidade do Canadá ao longo dos últimos anos. Em sua 2ª edição, a Holiday Fair in Nathan Phillips Square enche a praça central da cidade de barraquinhas até 23 de dezembro.

    Se a ideia for dar uma espiada em produtos de várias regiões do Canadá, o One of a Kind Show de Toronto apresenta o que é feito pelos artesãos do país. A feira costuma ser realizada entre o fim de novembro e início de dezembro, no Enercare Centre.

    2 > VANCOUVER

    Em sua 8ª edição, o Vancouver Christmas Market segue neste ano no mesmo lugar para onde foi transferido em 2016: a Jack Poole Plaza, praça da chama da Olimpíada de Inverno de 2010. No estilo das feiras alemãs, o mercado da cidade tem barraquinhas com produtos comuns no país europeu, como quebra-nozes e cerveja da Baviera.

    JACK POOLE PLAZA, PRAÇA COM A PIRA DA OLIMPÍADA DE INVERNO DE 2010 – Foto: Tourism Vancouver/Divulgação

    Tem carrossel para fazer a alegria dos pequenos. Outra diversão de adultos e crianças, que promete bons cliques com luzinhas ao fundo, é a grande árvore de Natal, na qual se pode entrar.

    ENTRADA DO MERCADO DE NATAL EM VANCOUVER – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

     

    3 > MONTRÉAL

    A Vieux-Montréal, a parte antiga da cidade, e seu porto, o Vieux-Port, são tomados pelo espírito das festas de fim de ano. Com atividades gratuitas para todas as idades, o Montréal en Fêtes (ou Merry Montréal, nome do evento em inglês) chega à 5ª edição, realizada de 21 de dezembro até 1 de janeiro.

    Foto: Pierre Boudreault/Tourisme Montréal/Divulgação
    Foto: Pierre Boudreault/Tourisme Montréal/Divulgação

    Na Place Nordique, montada no espaço da Place Jacques Cartier, praça central na parte antiga de Montreal, as famílias terão muitas atividades gratuitas. Encontro com Papai Noel, painéis para desenhar e pintar e acessórios para fotos natalinas são algumas das possibilidades de diversão entre família ou com amigos. Também é possível assistir a sessões de cinema (em francês com legendas em inglês).

    Mas o maior mercado de Natal de Montréal é Le Grand Marché de Noël, em sua 3ª edição. Realizado até 24 de dezembro, movimenta a Place des Arts — a praça dos festivais, onde ocorrem eventos significativos do calendário da cidade, como o Festival de Jazz de Montréal. O mercado está localizado ao lado da mais alta árvore de Natal da cidade, com cerca de 23 metros, na vizinha Place des Festivals. Le Grand Marché de Noël oferece a chance de experimentar (e levar para casa) um pouco da gastronomia da província de Québec, caso dos vinhos e dos produtos típicos feitos com xarope de maple. Para a meninada, há muitas atividades previstas, de contação de histórias a oficina de decoração de biscoitos de Natal.

    Quem gosta de percorrer mercados em busca de ideias de presentes ou comidinhas pode checar o Marché Casse Noisette no Palais des Congrès ou o Salon des Métiers d’Artbiggest na Place Bonaventure, de 8 a 18 de dezembro. Nas duas feiras, estão à venda objetos produzidos à mão, brinquedos e produtos manufaturados e alimentícios feitos na província de Québec.

     

    4 > QUÉBEC

    Salsichas, vinho quente e gingerbread estão pelas barraquinhas do Marché de Noël Allemand de Québec. O mercado de Québec segue tanto o estilo das tradicionais feiras da Alemanha que conta com um Kindermarkt, um setor dedicado às crianças — o que eu vi, por exemplo, em Nuremberg, um dos mais conhecidos mercados de Natal na Alemanha.

    Em 2017, quando completa 10 anos, o marché vai até 23 de dezembro, de quinta a domingo. As barracas estão espalhadas pela Place de l’Hôtel-de-Ville, a praça da prefeitura de Québec.

    MARCHÉ DE NOËL ALLEMAND DE QUÉBEC - Foto: Ville de Québec/Divulgação
    MARCHÉ DE NOËL ALLEMAND DE QUÉBEC – Foto: Ville de Québec/Divulgação

  • Em Munique, o palácio Nymphenburg

    Foto: J Lutz/Turismo da Alemanha/Divulgação
    Foto: J Lutz/Turismo da Alemanha/Divulgação

    O que começou com um pequeno edifício de estilo italiano foi bem ampliado ao longo dos séculos. Desde sua construção em 1664, o Schloss Nymphenburg, palácio de verão em Munique, ganhou as alas laterais, um grande parque e palácios adicionais.

    Atualmente o complexo exige um dia para ser visitado com calma. Também é possível ver apenas uma parte dos espaços — há até a opção de ingresso combinado ou individual para cada conjunto.

    É importante ficar atento à época do ano. Seguindo sua tradição de palácio de verão da dinastia Wittelsbach, que dominou a Baviera por 7 séculos e construiu boa parte do que se vê numa visita à capital (leia em Munique da realeza), o Nymphenburg tem uma visitação completamente diferente de acordo com a estação. Do meio de outubro a março, permanecem fechados todos os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause.

    Como é o palácio

    A maior ampliação do Nymphenburg ocorreu durante o governo de Maximilian Emanuel II. Pudera, o eleitor da Baviera (de 1679 a 1726) nasceu no palácio de verão, construído por seus pais, o eleitor Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, em agradecimento pelo esperado filho.

    A partir de 1701, começou uma renovação no palácio. A parte central do edifício foi reconstruída para ter seu lugar de destaque garantido no complexo, apartamentos reais receberam nova decoração e as galerias do palácio ganharam pinturas de Franz Joachim Beich, com paisagens de castelos bávaros. Nos anos seguintes, a área externa do palácio foi reformulada em estilo barroco e ampliada até o presente tamanho. Tudo a cargo dos franceses Joseph Effner (arquiteto) e Dominique Girard (paisagista).

    Durante o reinado de Maximilian I, entre 1806 a 1825, Nymphenburg teve trechos de seu jardim transformados do estilo francês para o inglês, com formas mais naturais, sem preocupação com a geometria.

    O que ver em Nymphenburg

    Ao palácio cada governante da Baviera adicionou algo, seja na arquitetura ou na decoração. Entre as salas, vale visitar a Schönheitengalerie do rei Ludwig I, com retratos de damas da sociedade da época (pinturas de 1827 a 1850), e o quarto da rainha (Schlafzimmer der Königin), onde nasceu Ludwig II, o rei que construiu Neuschwanstein, inspiração para o castelo da Cinderela.

    No Marstallmuseum estão as carruagens do rei Ludwig II (datadas em torno de 1880). Outro veículo a ser visto foi usado na coroação do eleitor Karl Albrecht em imperador do Sacro Império Romano Germânico com o nome de Karl VII, em 1742. Tem estilo rococó francês.

    Fundada pelo eleitor Maximilian Joseph III em 1747, a fábrica de porcelana funcionou até 1930. Peças como vasos e estátuas, da coleção iniciada por Albert Bäuml (que assumiu a manufatura em 1888), estão expostas no Nymphenburger Porzellan.

    Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação
    Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação

    Durante o ano inteiro, dá para ver tanto o palácio principal quanto os museus das carruagens (Marstallmuseum) e da porcelana (Nymphenburger Porzellan).

    Quando o tempo esquenta, são abertos também os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause. Além de visitá-los, dá para fazer um passeio de gôndola no lago em frente ao palácio (disponível entre abril e meados de outubro).

    Entre os palácios do jardim destaca-se o Amalienburg, uma joia do estilo rococó levado a Munique pelo arquiteto francês François Cuvillés, o mesmo do teatro do Residenz, batizado com seu sobrenome. O palácio foi erguido a mando do eleitor Karl Albrecht (governante da Baviera entre 1726 e 1745) para sua mulher, Maria Amalia da Áustria.

    VALE SABER

    Endereço: Schloss Nymphenburg, 1, Munique

    Transporte: O palácio fica na parte oeste de Munique. Há 2 opções para se chegar lá de transporte públic: pegue o S-Bahn em direção a Laim e depois o ônibus para Schloss Nymphenburg; ou tome o U-Bahn para Rotkreuzplatz e o bonde até Schloss Nymphenburg

    Funcionamento: Diariamente, de abril a 15 de outubro, das 9 às 18 horas. No restante do ano, é possível visitar o palácio principal e os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum), das 10 às 16 horas — os palácios do jardim fecham nesse período.

    Preço: Para visitar todas as áreas, 11,50 euros, de 1º de abril a 15 de outubro, e 8,50 euros no restante do ano — abaixo de 18 anos, grátis.

    Se for ver somente o palácio, o ingresso sai por 6 euros. Apenas para os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum) ou só para os palácios do jardim, custa 4,50 euros

    Alimentação: Há duas opções no complexo. o Schlosscafé im Palmenhaus, restaurante na entrada 43 (aberto do café da manhã até as 16h30), e o Schlosswirtschaft Schwaige, que oferece a possibilidade de jantar dentro do palácio. Os visitantes podem provar as receitas saídas do caderninho do rei Ludwig I (terça e quarta, às 19 horas), enquanto ouvem histórias sobre a monarquia da Baviera.

    Dicas: Para ajudar os visitantes a explorarem essa imensidão, um aplicativo gratuito para iOS e Android (em inglês ou alemão) mostra 23 pontos da atração, com informação, fotos e vídeos. Todos os textos do app estão disponíveis em áudio também.

    Site: schloss-nymphenburg.de

     

     

  • Hofbräuhaus (Munique): cervejaria mais famosa da Alemanha

    Hofbräuhaus (Munique): cervejaria mais famosa da Alemanha

    A foto do brinde é mesmo assustadora. Joaquim parece estar segurando uma caneca de cerveja com a gente. Então, é totalmente compreensível o olhar de reprovação dirigido a nós pelo senhor da mesa ao lado durante nossa refeição na Hofbräuhaus da Alemanha, restaurante da famosa cervejaria de Munique. Como assim dar bebida alcoólica para uma criança de 5 anos? O líquido do copo do nosso filho era tão igual aos nossos, com espuma e tudo, que tanto Fernando quanto eu tivemos de experimentar para tirar a prova. O sabor doce da maçã não deixava dúvida: era suco.

    Fomos à Hofbräuhaus para provar as especialidades (de copo e de prato) e para entender por que o restaurante faz um sucesso danado entre tantas boas possibilidades que o visitante encontra para comer na capital da Baviera. Basta uma refeição lá, e tudo fica muito fácil. A comida é boa, mas o que se leva vai bem além. A atmosfera de taberna, os trajes bávaros dos atendentes, os canecões de cerveja, a bandinha típica de música alemã, enfim, o clima de Oktoberfest permanente em plena cidade.

    O que faz todo sentido quando se lê sobre a história da cervejaria Hofbräu, ou simplesmente HB, e sobre o começo da conhecida festa de Munique. Como cerveja oficial dos governantes da Baviera, ela foi servida no casamento do príncipe Ludwig (mais tarde, rei Ludwig I) com a princesa Therese de Saxônia-Hildburghausen — leia mais sobre o roteiro que fizemos na cidade de Munique passando por pontos turísticos ligados à realeza, como a Residência (Residenz), Englischer Garten e Viktualienmarkt, atrações ligadas à dinastia de Wittelsbach, que dominou a Baviera por mais de 7 séculos.

    Cervejaria de Munique: a tradicional HofBräuhaus

    A Hofbräus é uma instituição da cidade, literalmente. Foi fundada em 1589 sob o governo do duque Wilhelm V, que gostava de cerveja, mas não estava contente com a que era produzida em Munique. Até hoje a marca pertence ao estado da Baviera, juntamente com a Weihenstephan, da cidade de Freising, que se proclama a mais antiga cervejaria do mundo, com produção desde o século 8, na abadia estabelecida lá por monges beneditinos.

    Prédio histórico da Hofbräuhaus

    Como é a Hofbräuhaus, cervejaria de Munique

    Sob o teto pintado, com desenhos de carnes e vegetais e quadriculados da bandeira da Baviera, até 1.300 pessoas podem se sentar para provar cervejas e pratos típicos. Ou ainda pretzel — na Alemanha, chamado de brezel — e Lebkuchenherzen, biscoitos em formato de coração muito populares em festas do país, como a Oktoberfest de Munique e as feiras de Natal pelas cidades da Alemanha. Um rapaz passa com um grande cesto na mão vendendo as duas guloseimas clássicas do país.

    Bretzel para beliscar com cerveja alemã

    Alimentam a alma os músicos do palco no centro do salão. Todo dia tem banda típica alemã. Nos fins de semana, outros grupos também se apresentam no restaurante. Os músicos não estavam tocando quando chegamos, mas nós curtimos sentir depois a atmosfera regional toda composta. Já o pequeno Joaquim, que adora música, estranhou o volume. Gostou mesmo foi de se distrair desenhando e rabiscando suas primeiras frases no ‘kit-arte’, que carregamos para ele se entreter se quiser. Com 5 anos, ele tinha acabado de aprender a ler e ensaiava começar a escrever.

    Essa área onde ficam as mesas é a Schwemme, espaço onde anteriormente a bebida era fabricada. O prédio onde o restaurante está instalado hoje foi construído para abrigar a fabricação de cerveja de trigo, ordenada pelo duque Maximilian I, em 1607. Desde sua fundação, em 1589, a HB funcionava na casa real, a alguns metros da localização atual.

    Que cardápio bonito, e ainda conta a história

    Metade dos clientes diários do restaurante são frequentadores assíduos. Ainda hoje é mantida a tradição de terem lugar reservado. Algumas mesas estão lá desde 1897. Um grupo de policiais aposentados, por exemplo, bate ponto a cada primeira terça do mês. O rei Ludwig costumava ir à Hofbäuhaus diariamente, informa o site do restaurante, que mantém uma lista com os clientes frequentes. Todos, diz o texto, vão em busca do Gemütlichkeit, o aconchego, que o lugar oferece.

    A Hofbräuhaus tem ainda um biergarten para até 400 pessoas. Atenção: é perigoso deixar para visitar a lojinha na saída. Depois de alguns canecos, pode ser ainda mais tentador levar vários produtos, como copos e abridores, para me ater ao tema.

    O que comer e beber no restaurante

    Durante nossa visita à Hofbräuhaus, Fernando pediu um caneco padrão (com de 1 l de cerveja!) da versão original. Eu fiquei com a de trigo (wiesse), minha preferida. Mas ironicamente eu não estava conseguindo tomar muita cerveja naquele período — logo na minha 1ª visita à Munique… Então tive de deixar boa parte do meu copo. Coube ao meu marido o ‘sacrifício’ de terminar com a dele e com a minha. Pela foto, parece que não houve sofrimento, né?

    De trigo (à direita) ou não? Fernando não chegou à conclusão

    Para combinar com a degustação, escolhemos salsichas com sauerkraut (chucrute) e schnitzel (milanesa de vitela) com batata. A dobradinha de pedidos nos acompanhou durante a viagem em família à Alemanha. Por mais que a gente se alimente da culinária alemã, parece que nunca chega ao ponto de enjoar.

    Especialidade regional, a weisswurst também está no cardápio, bem bonito, aliás, com sua capa desenhada. A salsicha branca começa a ser preparada na casa às 4 horas da manhã, como manda o costume de comer a iguaria, feita de vitela com toucinho de porco, sempre fresquinha. De acordo com a Hofbräuhaus, se fossem enfileiradas todas as unidades de weisswurst que o restaurante vende durante um ano, a extensão chegaria a 20 km. É da série curiosidade de almanaque, mas dá a medida (nesse caso, de fato) da popularidade do prato bávaro.

    Os números grandiosos são uma constante na história da cerveja em Munique. Durante a Oktoberfest, a HB serviu cerca de 780 l de cerveja, 70 porções de meio frango e 6.300 pares de salsichas.

    Por sua história e pela fama mundial, a HB é uma espécie de representante da cultura da cerveja de Munique no exterior. Conhecida internacionalmente, abriu filiais em outras cidades alemãs e em outros países, incluindo o Brasil. Desde 2015, existe uma Hofbräuhaus em Belo Horizonte — ou seja, é para ontem marcarmos uma ida à capital mineira para matar a saudade dos copões. Assim como o duque Wilhelm V, muita gente quer ter cerveja de qualidade por perto.

    VALE SABER

    Endereço: Platzl 9, Munique — fica perto da Marienplatz

    Funcionamento: Diariamente, a partir das 9 horas

    Site: hofbraeuhaus.de

  • Sky Costanera, mirante em Santiago

    Sky Costanera, mirante em Santiago

    O centro financeiro de Santiago é chamado de Sanhattan, por causa de sua grande concentração de altos e modernos edifícios. Um deles se destaca na paisagem e guarda o mais alto mirante da América Latina: o Sky Costanera. A 300 metros de altura, a atração mostra o visual da capital do Chile em 360 graus.

     

    O Sky Costanera, a 300 metros de altura, mostra o visual de Santiago em 360 graus. Do mirante, dá para ver 23 pontos de interesse na capital do Chile

    O elevador leva menos de 1 minuto para subir os 61 andares. Um lance de escada leva os visitantes até o topo. Lá no alto, a sinalização indica a localização de 23 pontos de interesse em Santiago. O Sky Costanera fica na Torre 2 do Costanera Center, complexo comercial que inclui salas e um dos maiores shoppings de Santiago.

    Foto: Divulgação

    VALE SABER

    Endereço: Avenida Andrés Bello, 2.457, Providencia, Santiago

    Funcionamento: Diariamente, das 10 às 22 horas — última subida do elevador às 21 horas

    Preço: De segunda a quinta, 5.000 pesos chilenos — criança de 4 a 12 anos, 3.000; maiores de 65 anos, 4.000; fast pass, 12.000. De sexta a domingo e em feriado, 8.000 pesos chilenos — criança de 4 a 12 anos, 5.000; maiores de 65 anos, 5.500; fast pass, 14.000.

    Site: skycostanera.cl/pt

  • Cirque du Soleil no Canadá: shows nas cidades do país de origem

    Cirque du Soleil no Canadá: shows nas cidades do país de origem

    Que tal ver Cirque du Soleil no Canadá, o país de origem? Saiba se há shows em cidades como Toronto, Montreal, Quebec ou Vancouver. Trupe do circo tem sempre algum espetáculo em cartaz por lá

    ATUALIZADO EM 19 DE SETEMBRO DE 2017

    Se você é fã do Cirque du Soleil, tente ir a um espetáculo do grupo no Canadá. A companhia de circo, que tem sua origem na província francesa de Québec, costuma se apresentar em diferentes cidades ao longo do ano.

    Para apreciar as acrobacias e a estética da trupe circense, fique de olho no calendário de shows pelas cidades canadenses e também nas estreias. Eu tive a chance de ir a uma delas na cidade de Québec. Em 2014, vi a primeira apresentação do sensacional Kurious – Cabinet of Curiosities, que desafia os sentidos do público.

    SHOW DE GRAÇA EM QUÉBEC - Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    SHOW DE GRAÇA EM QUÉBEC – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Meu début na plateia do Cirque du Soleil, aliás, também foi nessa cidade e de um modo bem diferente do tradicional. O grupo costumava fazer ao ar livre, durante o verão, um espetáculo gratuito, numa área embaixo de um viaduto de Québec. Pena que durou só de 2009 a 2013 — em cada ano era contado um capítulo da história Les Chemins Invisibles.

    Onde começou o Cirque du Soleil

    Ver o grupo pela primeira vez justamente em Québec foi significativo. Foi nessa cidade que o Cirque du Soleil despontou e começou seu caminho para ser o que é hoje. Ele tem sua origem em Baie-Saint-Paul, pequena cidade também da província de Québec e que eu visitei em 2014.

    Lá a trupe circense, com apenas 20 integrantes, se apresentava pelas ruas. Então conhecida por Les Échassiers de Baie-Saint-Paul, ela se tornou o Cirque du Soleil em 1984. Esse era o nome do espetáculo montado pelo grupo de circo para a festa de comemoração dos 450 anos da chegada do francês Jacques Cartier ao Canadá.

    Desde então, o grupo cresceu absurdamente e hoje mantém filiais, que se apresentam em diversas cidades pelo mundo. A empresa tem aproximadamente 4.000 funcionários, sendo 1.300 artistas de 50 nacionalidades. O número de espectadores já bateu os 155 milhões, em shows realizados em cerca de 300 cidades de 40 países.

    Espetáculos em cartaz nas cidade canadenses

    Atualmente o site oficial da trupe vende ingressos para 20 espetáculos. A americana Las Vegas bate recordes de shows do Cirque du Soleil aparece em 7 deles. Mas, no Canadá, também é possível ver o grupo. Kurios pode ser vista em Vancouver entre 19 de outubro e 31 de dezembro.

    Durante o inverno canadense de 2017/2018, está previsto o espetáculos Crystal – a Breakthrough Ice Experience nas cidades de Québec (de 13 a 17 de dezembro) e Montréal (de 30 a 31 de dezembro), ambas na província de Québec; e em Windsor (de 3 a 7 de janeiro de 2018), na província de Ontario. Em Toronto, Volta permanece em cartaz até 26 de novembro.

    Então, durante a programação da sua viagem, vale visitar a página do Cirque du Soleil com os shows por cidade para saber se consegue ver o grupo em seu país de origem.

  • VLT do Santos Dumont ou da Rodoviária Novo Rio: trajeto e tempo

    VLT do Santos Dumont ou da Rodoviária Novo Rio: trajeto e tempo

    Para quem viaja com pouca bagagem, o VLT entre o Santos Dumont ou a Rodoviária Novo Rio é uma uma alternativa mais prática do que o ônibus e mais barata do que táxi e Uber. Conheça aqui todas as estações do trajeto, que tem o tempo médio de 30 minutos, segundo a administradora VLT Carioca.

    No Santos Dumont, a plataforma do VLT fica a 150 metros da entrada do aeroporto, próxima à área de embarque, em frente ao acesso para o estacionamento. Esse meio de transporte também é indicado para se deslocar até a estação de metrô mais próxima (Cinelândia e Carioca ficam no trajeto).

    Se estiver com uma mala pequena dá tranquilamente para carregá-la no interior do moderno bonde. Porém, embarcar nele com grandes volumes não é permitido, como já explicava o folheto distribuído no sistema de transporte quando experimentamos o VLT Rio pela primeira vez, em julho de 2016, logo que foi inaugurado.

    Tempo entre Santos Dumont e Rodoviária Novo Rio
    Bom também para ir até o metrô

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    Trajeto e tempo de percurso

    O VLT tem 3 linhas em operação. A Linha 1 (Azul) se estende entre o Aeroporto Santos Dumont e a estação Praia Formosa, com a Rodoviária Novo Rio sendo a penúltima parada. Esse percurso passa pela Praça Mauá, onde ficam o Museu do Amanhã, a roda-gigante RioStar, o Museu de Arte do Rio (MAR) e leva também ao Aquário do Rio de Janeiro.

    Se precisar ir de VLT do Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio, o trajeto inteiro leva em torno de 30 minutos. No sentido contrário, o percurso dura 3 minutos a mais porque o caminho é um pouco diferente (o trilho do bonde passa por trás do bairro da Gamboa).

    Estações do trajeto do VLT do Santos Dumont
    Estações do trajeto do VLT até a Rodoviária Novo Rio

    A Linha 2 (Verde) liga a Praça XV (estação das barcas) à Central, passando ainda pela Saara, região de comércio popular no Centro do Rio. Já a Linha 3 (Amarela) conecta o Aeroporto Santos Dumont à Central, cortando trecho da chamada Pequena África, de ligação histórica com o povo negro escravizado e trazido para o Brasil. O meio de transporte funciona diariamente, das 6 horas à meia-noite, e custa R$ 4,30 o bilhete. É fácil comprar a passagem do VLT Rio nas máquinas de atendimento encontradas nas estações.

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  • Uma urbanoide golpeada pelas Montanhas Rochosas, no Canadá

    As Montanhas Rochosas, no Canadá, me emocionaram. Jasper reúne lagos lindos, passeios de barco e hotéis dentro do parque nacional. Dá para chegar até essa região a bordo do trem The Canadian, da VIA Rail, ou de carro

    Eu sabia que iria voltar. Eu tinha de voltar. Como seria aquela cidade no alto das montanhas do Canadá? E o parque no meio das Rochosas? Lá estava eu para descobrir.

    A subida até Jasper foi de ônibus, novamente a partir de Edmonton, como da primeira vez, de trem. A rodovia fez da trajetória praticamente uma reta sem sobressaltos, algo não necessariamente bom. Tudo bem, eu estava ali para ver o que tinha no alto da montanha. Não esperava mesmo grandes surpresas durante o caminho. Lagos e picos nevados me aguardavam. Melhor relaxar.

    EMOÇÃO DIANTE DAS MONTANHAS ROCHOSAS NO CANADÁ – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Até que a memória tocou o sinal de ‘olha aí!’. O café, as lojinhas, a estação. Três anos depois a lembrança saltou, bem viva. Era Jasper de novo. As cenas atravessavam a janela, enquanto o ônibus seguia em frente. Não imaginei que fosse me emocionar como na primeira vez. O sabor da novidade não existia mais. As montanhas eram as mesmas. Num outro ângulo, no entanto, as mesmas.

    A CHARMOSA CIDADE DE JASPER

    Estava enganada. Aquela euforia de menina me levou a ziguezaguear pelo corredor do ônibus. Uma ponta de vergonha quase me censurou ao me ver pular de poltrona em poltrona. Sem chance de me conter. Montanhas em sequência, de várias tonalidades, surgiam. Ora plantadas sobre o solo verde, ora refletidas em imensos espelhos d’água. O ônibus cortava o Parque Nacional de Jasper.



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    Hospedada num lodge no Parque Nacional de Jasper

    E era dentro dele que eu iria dormir. No mato. Nada mal para uma urbanoide feito eu. Nunca gostei de camping, nem quando era adolescente. A estrutura pífia e o desconforto dos acampamentos onde estive no Brasil me pegaram pelo braço e me conduziram até o lado dos frescos. Como me sentiria agora cercada de verde no Canadá, sozinha num chalé?

    Por fora, a casinha de madeira do Tekarra Lodge era uma graça, de teto triangular feito desenho de criança. Uns degraus, a varandinha, a porta. Ao entrar, um ambiente com sala, lareira, cama e, no canto à esquerda, cozinha. Daquelas de quitinete, com bancada, pia e frigobar. Ao lado, uma pequena mesa e duas cadeiras. A porta à esquerda dava acesso ao banheiro. Tinha uma pia e banheira no chuveiro.

    Era surpreendentemente bom, como todo o chalé. Lembrava um quarto de hotel. Não fosse pela decoração bem rústica, pelo movimento da vizinhança de famílias canadenses e pelas janelinhas com cortina de renda que deixavam o amanhecer entrar. Aquele que me avisou que era hora de ver a vida.

    Uma fresta de sol varava a delicada cortina de renda. O silêncio absoluto não denunciava, mas já havia amanhecido. Me levantei para espiar o tempo pela janelinha. Parecia frio. Ainda não havia chegado o outono, setembro estava só no início, mas o ar era fresco e úmido. Árvores e o lago perto do chalé aumentavam a friagem. Lá fora.

    RECEPÇÃO DO LODGE

    Dentro da casinha de madeira, o mundo permanecia quentinho. ‘Bem, vamos nessa!’, pensei num estalo de coragem. Meia, bota, manga comprida, cachecol, casaco. Tudo para enfrentar a friaca e continuar me pasmando. Tinha sido assim desde a primeira vez em que havia estado nas Rochosas, três anos antes. Desde aquela imagem que havia me golpeado com a força das montanhas.

    Nasci e cresci no Rio de Janeiro, cercada pelas elevações da Mata Atlântica, lindíssimas, abraçando o mar. Cansei de passar férias na serra do Rio ou de Minas Gerais, em cenários incríveis. Aquilo ali, porém, era diferente. Uma paisagem seca, sólida, entremeada por lagos. Visão imponente que não cabia na minha grande-angular mental. Girar o corpo para completar o 360 se tornou um movimento involuntário. O Canadá tinha me emocionado.

    Solidez e vegetação
    SOLIDEZ E VEGETAÇÃO

    Rochosas entre lagos
    MONTANHAS ROCHOSAS ENTRE LAGOS, NO CANADÁ

    Segue até hoje com sua cultura misturada de influências de toda parte, sua comida boa, seu povo gentil e sua geografia tão bonita quanto diversa. No entanto, quando me deparei com as Montanhas Rochosas, a emoção foi diferente. De supetão, o Canadá havia me mostrado uma coisa óbvia, até meio besta de se pensar (e de se escrever): a dimensão da natureza. Sabe quando você se dá conta de que é parte de uma coisa maior, bem maior, do que você? Pois é, eu sabia disso, claro, mas não me lembro de ter sentido isso tão concretamente até aquela manhã de agosto, na primeira vez no país.

    Passado o impacto do primeiro instante, veio uma excitação de criança diante de novidade. Enquanto o trem serpenteava morro acima, eu gastava o dedo na câmera fotográfica, numa tentativa de absorver pelas lentes aquela grandiosidade. Buscava ângulos de um lado e do outro no vagão de vidro. Pedras muito grandes quase raspavam na janela. Até que chegou Jasper. Uma cidadezinha, que naquele dia lá trás me pareceu apenas uma rua.

    Café e lojinhas
    CAFÉ E LOJINHAS EM JASPER

    Não podia me afastar muito da estação por causa do horário de embarcar de volta no trem. Estava viajando de Toronto a Vancouver, cortando o Canadá pelos trilhos. No alto das Rochosas, Jasper foi uma das paradas daquela impressionante viagem atravessando o país e suas muitas paisagens. Resolvi tomar um bom café para esquentar e depois explorar as lojinhas na rua principal, a Connaught Drive.

    No embarque de volta ao The Canadian, trem da VIA Rail que faz o trajeto leste-oeste do país, as Montanhas Rochosas me acenaram ‘até logo’, como pano de fundo da estação. A moldura foi sumindo lá atrás, lentamente. No leve chacoalhar que embala uma jornada de trem, sedimentava aquela emoção em mim.

    Eu tinha de voltar. Eu sabia que iria voltar. E voltei. Para Jasper, e para o Canadá, outras tantas vezes. E lá estava eu para descobrir como eram aquela cidade no alto das montanhas e o parque no meio das Rochosas.

    ‘ATÉ BREVE’

     

    Charmosa Jasper e o parque nacional

    Localizada na província de Alberta, Jasper é pequenina mesmo, com 3.560 habitantes, de acordo com dados do último censo nacional, realizado em 2011. Mantém um acolhedor centrinho, ponto de concentração de lojas e restaurantes, e serve de referência para explorar o parque nacional de mesmo nome, com lagos, cânions, cachoeiras, glaciares e rica fauna.

    Maior das Rochosas, com 10.878 km² de área total, o Jasper National Park é Patrimônio da Humanidade declarado pela Unesco. Criado em 1907, é o parque de relevo mais acidentado da região. Do topo do Monte Whistler, a 2.277 m de altura, isso fica claro à visão. Um ondulado contorna o horizonte ao redor da estação do Jasper Tramway, bondinho que em 7 minutos sobe até lá.

    Dizem que, em dias de tempo bom, é possível ver até 80 km no entorno. Eu visitei numa manhã nublada. Vencida a camada de nuvens, uma imensidão branca formava um novo chão, arrematado por um bordado franzido de montanhas. Uma delas é a mais alta das Rochosas: o Monte Robson, na vizinha província de British Columbia. Mesmo com a cobertura de nuvens, pude ver seu pico lá longe, a uma altura de 3.954 m. A visita terminou com uma parada na lanchonete, num coffee with a view.

    As Montanhas Rochosas no Canadá englobam porções das duas províncias, Alberta e British Columbia. Percorrida no limite da divisa entre elas, uma rota cênica, de cerca de 235 km, faz a conexão entre Jasper e as cidades de Lake Louise e Banff. A Icefields Highway apresenta cachoeiras, picos e geleiras e liga dois parques nacionais, Jasper e Banff — veja opções de hotéis nas Montanhas Rochosas no Canadá.

    Distante em torno de 100 km ao sul de Jasper, está o ponto alto desse caminho: Columbia Icefield, maior área de gelo ao sul do Alasca, com cerca de 325 km² e profundidade de até 365 m. Um centro de visitantes fornece informações para explorar a área, incluindo a ida até o pé do Glaciar Athabasca. Funciona de maio a outubro, assim como alguns outros serviços do Jasper National Park.

    No mesmo período, funcionam o hotel e o restaurante próximos da Sunwapta Falls, por exemplo. Uma leve e curta caminhada na mata leva ao cânion, onde a cachoeira deságua. Visitei essa queda d’água em setembro, debaixo de chuva. Deu para ter uma ideia do lugar, a aproximadamente 55 km de Jasper. Com céu azul deve ser ainda melhor.

    Nos meses quentes
    PAISAGEM NOS MESES QUENTES

    Algumas áreas do parque nacional não ficam disponíveis na temporada de neve. Outras dão lugar a esportes na neve, como esqui e snowshoeing. No inverno, segundo a Parks Canada, instituição governamental que protege os parques nacionais do país, a máxima fica em torno de 9,4 graus negativos. Já, durante o verão canadense, chega a registrar 22,5 graus (em julho). Além disso, a altitude influencia muito: a cada 300 metros que se sobe, pode-se esperar uma queda de 1,7 grau na temperatura ambiente.

    O panorama e o estilo da viagem pelo Jasper National Park, portanto, mudam bastante conforme a estação. Campings costumam abrir do meio de maio ao início de setembro. O parque reúne perto de 1 mil quilômetros de trilhas para caminhadas e áreas delimitadas para acampamento (reservas pelo pccamping.ca).

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    Nos meus deslocamentos de ônibus pelas estradas locais, observei pela janela o zanzar de motorhomes, para lá e para cá. ‘Que divertido deve ser isso’, me peguei pensando. ‘Meu filho iria adorar viajar num carro-casa desses.’ Mas internamente me soou mais como delírio do torpor com o visual. ‘Você? Não, acho que uma viagem de trailer já seria demais para alguém tão urbano…’

    Dormir num lodge, acomodação no meio do parque, já foi um grande paradigma quebrado. Altamente recomendável, aliás. A experiência faz da natureza algo ainda mais palpável do que se hospedar na cidade e sair para passeios. Se estiver dirigindo, é bom checar a página do Jasper National Park no site da Parks Canada para ver os avisos de interrupção nas estradas por causa de construções durante a época de tempo quente.

    Entre lagos, motos e alces

    Os meses mais quentes são os mais indicados para aproveitar tudo o que a região oferece. Por isso, aproximadamente 2 milhões de pessoas visitam o parque a cada verão. Foi quando eu tive a sorte de cruzar com alces e veados à beira da estrada — demais a sensação de estar perto desses animais, tão simbólicos para o Canadá (agora falta o urso!). Mas não se empolgue, é importante lembrar da recomendação da Parks Canada de manter certa distância dos animais: pelo menos 100 m de ursos, lobos e pumas; e no mínimo 30 m de alces, ovelhas e cabras.

    IMPRESSIONANTE VER UM ALCE TÃO PERTO

    Ainda entrei num sidecar de uma Harley-Davidson para me jogar nas curvas do parque. O vento no rosto, em meio a todo aquele verde, aumenta a sensação de liberdade. É como se você fizesse parte do cenário.

    No verão, também dá para observar com tranquilidade os lagos de tonalidades entre o azul turquesa e o verde esmeralda, que banham vales entre os montes de pico nevado. Nessa minha segunda ida a Jasper, atravessei o Maligne Lake, maior lago do parque, com 22 km de extensão. Barcos levam os visitantes até Spirit Island, ilhota de solo pedregoso, que dá um bonito contraste com a água verde-claro e as coníferas em perspectiva. Certeza de boas fotos.

    Durante uma hora e meia de navegação, o tom esverdeado do lago serviu de base para enquadramentos com montanhas de topo branco. Esse passeio, a cerca de 50 km de Jasper, é realizado de maio a outubro. Desde a área de embarque, o visual já rende lindas imagens. É daquelas cenas que se veem em filmes ou cartões-postais.

    Terminamos a tarde, com um chá no histórico Maligne Lake Chalet, entre petit fours e goles quentinhos. Gostei de encerrar a visita ao lago com um tea with a view, experiência bucólica disponível também nos meses de verão.

    Lago Canada Montanhas Rochosas Maligne Lake Jasper Alberta - Nathalia Molina @ComoViaja (1)
    TEA WITH A VIEW

    Uma volta de caiaque ou de barco nos lagos de águas clarinhas das Rochosas é mesmo uma experiência marcante. Só de olhar já dá uma paz enorme. Na minha visita ao Fairmont Jasper Park Lodge, pertinho do centro da cidade, as cores do horizonte com canoas despojadamente dispostas formam um painel irretocável.

    CANOAS E MONTANHAS NO HOTEL FAIRMONT

    Hóspedes jantavam em mesinhas na varanda, enquanto outros assistiam ao entardecer sentados à margem do pequeno lago azul diante do hotel, o Beauvert Lake. Fiquei ali em pé por minutos. Foi difícil mesmo deixar para trás aquele céu que se pintou do laranja ao roxo para receber a noite.

    JANTAR NA VARANDA DO HOTEL

    AS CORES DO ANOITECER NO LAGO, NO PARQUE NACIONAL DE JASPER

     



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