Todos os anos, a tradição se repete: a dança das mulheres do mercado é o ponto alto de mais um Fasching, Carnaval nas ruas de Munique. Troque no texto a dança por Bacalhau do Batata, Munique por Olinda e a minha voz pela do Francisco José, repórter da Rede Globo. Pronto. Você acaba de descobrir que há mais semelhanças entre a folia daqui e de lá quanto poderia supor a filosofia momesca.
Munique é uma das muitas cidades alemãs que celebram o período anterior à Quaresma (40 dias que precedem a Páscoa) com música e alegria. Daí o uso da expressão Fasching (em uma tradução livre, algo como festa da noite, da véspera) para designar o Carnaval na Baviera.
Se no Brasil os ensaios das escolas de samba e dos blocos movimentam o país antes mesma de a festa de Momo começar para valer, em Munique o esquenta também tem início com muita antecedência. E precisão: em 11/11, às 11 horas e 11 minutos — os alemães consideram a data como o início da 5ª estação do ano.
Como é o Carnaval de Munique
A origem é imprecisa, mas o certo é que o evento passou por transformações desde os primeiros festejos lá atrás, no século 13. Chegou a ser condenado pela igreja como um ritual pagão e banido da vida dos alemães. Sofreu algumas interrupções, especialmente no período entre guerras. A comemoração do Fasching coincide com a do nosso Carnaval, isto é, sempre precede a Quaresma.
Fantasias do Carnaval no sul da Alemanha
Na capital da Baviera, como em todo país, a festa é marcada pelo espírito crítico e de deboche, encarnado em máscaras e fantasias, em um exercício de exorcismo visto também na festa brasileira. E, assim como aqui, a política é um prato cheio para ser satirizada.
O que fazer no Fasching
Esqueça o ziriguidum, o balacobaco e o telecoteco. No Fasching, a pegada é outra: dançar ao som de bandas e DJ’s para espantar o frio congelante (beber vinho quente ou uma legítima cerveja de trigo ajudam nessa tarefa). A Marienplatz concentra a maior parte da animação, vocação que a principal praça de Munique exerce desde a fundação da cidade.
Carros alegóricos percorrem um circuito de ruas e avenidas, há desfiles com gente coloridamente fantasiada — crianças (e alguns adultos também) usam pesadas roupas de bichos e parecem saídas daquele comercial da Parmalat dos anos 90. Bailes de gala são organizados em locais como o Deutsches Theater e no luxuoso hotel Bayerischer Hof (icônico cinco-estrelas de Munique).
No Viktualienmarkt, a Dança das Mulheres do Mercado
O ponto alto da festa ocorre na Terça-Feira Gorda, com a realização da Tanz der Marktfrauen. A dança das mulheres que trabalham no grande mercado de alimentos da cidade, o Viktualienmarkt, é ensaiada desde outubro do ano anterior. Confeccionadas pelas próprias dançarinas, as fantasias têm relação com a atividade que elas exercem no mercado (vendedora de verduras, frutas, carnes etc). Uma tradição que se repete desde o início do século 19. E que põe o ponto final em mais um Fasching na capital da Baviera.
Estando em Munique nesta época do ano, não se assuste se você cruzar pela rua ou no metrô com um arlequim, uma tigresa ou com o diabo em pessoa. Na dúvida, abrace-os e entre nessa festa.
VALE SABER
Quando: Sempre começa em 11 de novembro. O fim do Fasching coincide com a data do Carnaval brasileiro.
Imagine um livro de geografia cheio de informações que os guias e os sites de viagem normalmente trazem. Assim é Mundo – Uma Introdução para Crianças, de Heather Alexander, autora americana especialista em livros infantis.
Recomendo para famílias viajantes ou não. Ele não é palavroso, pelo contrário. Com cerca de 100 páginas, o livro traz numa linguagem bem direta temas que vão do surgimento da Terra aos aspectos que caracterizam os continentes e seus principais países, como alimentos típicos, animais nativos e feriados nacionais, por exemplo. Tem ainda uma seção que destaca as regiões do Brasil.
Nosso filho, Joaquim, folheou um exemplar numa livraria e foi atraído principalmente pelas ilustrações super bem-humoradas, assinadas por Meredith Hamilton. Eu acrescento ainda a qualidade da edição, com caixinhas coloridas de textos trazendo geralmente curiosidades – entre outras coisas, você fica sabendo nomes engraçados de cidades pelo mundo, casos de Boogertown (Cidade da Meleca) e Bearbottom (Bunda de Urso), ambas nos Estados Unidos, e Lagoa da Confusão, no estado do Tocantins.
Para conquistar o mundo pela leitura
Aliás, para conhecer mais sobre o nosso país de um jeito divertido, outro livro que indicamos é Brasil Animado, de Mariana Caltabiano, que apresentou muitos destinos ao Quim de forma absolutamente natural.
Curiosidades sobre diferentes lugares
Não são poucas as vezes que Nathalia e eu levamos um susto quando Joaquim solta alguma informação de um destino sobre o qual estamos conversando ou escrevendo. Geralmente nos entreolhamos e um de nós acaba perguntando:
Como quase tudo que tem páginas e cai nas mãos dele, esse foi mais um livro devorado pelo nosso menino, que já achou outra função para o exemplar: virou um jogo de estratégia, com os mapas servindo de tabuleiro, pecinhas de Lego no papel de navios e clipes coloridos fazendo as vezes de exército.
A temperatura tem de se manter por 3 dias a pelo menos 8 graus negativos. As uvas congeladas são, então, colhidas de madrugada para evitar que derretam e possam ser processadas ainda com gelo. Assim surge o icewine, típico vinho do Canadá. Perto de Toronto, ele é produzido pelas vinícolas da região de Nigara-on-the-Nake – veja passeio para Niagara Falls, com icewine, xarope de maple e as cataratas).
Licoroso, o icewine é uma bebida que geralmente acompanha a sobremesa, mas, claro, pode ser apreciada sozinha ou ainda tomada junto com uma entrada de sabor marcante como foie gras. O vinho costuma ser mais adocicado. O primeiro que provei, em 2010, não me agradou. Era melado demais, e eu normalmente não gosto de nada muito doce.
Depois disso, numa outra viagem ao Canadá, estive em Niagara-on-the-Lake, região vinícola em Ontario conhecida por sua produção de icewine. Devo dizer que gostei tanto do que experimentei na vinícola Two Sisters, que comprei uma garrafa para dar de presente de aniversário à minha cunhada.
Além de fazer a degustação na Two Sisters, almocei no restaurante da propriedade (recomendo fortemente: comida italiana de qualidade). Na Peller Estates, a prova do icewine foi realizada num bar de gelo. Vesti um casacão e entrei num ambiente com temperatura a 10 graus negativos para experimentar a bebida.
Como é feito o icewine
Dependendo da variedade da uva, o icewine pode ter notas de mel, frutas, nozes e maple. Vidal é a mais usada, porém diferentes tipos de uvas vêm sendo experimentados. O que começou como uma bebida de tom dourado deu lugar também a novas versões de icewine, com uvas tintas.
O vinho também é produzido na Alemanha, na Áustria e nos Estados Unidos, mas o Canadá é o único país tão frio que consegue manter uma produção anual, de acordo com o Agriculture and Agri-Food Canada, órgão governamental do setor de agricultura do país.
A província de Ontario é a maior produtora de icewine do Canadá, seguida por British Columbia. Ontario exporta o equivalente a cerca de 15,6 milhões de dólares canadenses. Esse tipo de vinho também é feito, em menor escala, nas províncias da Nova Scotia e de Québec.
Quanto custa uma garrafa
O icewine é um vinho caro porque sua produção é custosa. Parte dos vinhedos é separada na colheita para produzir a bebida licoros. As uvas deixadas na parreira congelam com a queda de temperatura.
Se resistirem às intempéries e à ação de pássaros, são colhidas à mão quando o clima se mantém a pelo menos 8 graus negativos – da colheita surgiu a ideia de organizar o festival de icewine no Canadá. As frutas devem ser processadas ainda congeladas.
Degustação de icewine na Peller Estates, dentro do bar de gelo
Rendem menos do produto final, em comparação com os tipos regulares de vinho, segundo a Canadian Vintners Association, associação de vinícolas canadenses. Em torno de 3 kg de uva levam a uma garrafa de 375 ml de icewine. No vinho de mesa, essa quantidade resulta em 10 vezes mais da bebida.
E quanto se paga por uma garrafa de icewine? Depende de fatores como a qualidade da uva e o método de produção. Por exemplo, o que comprei em para a minha cunhada na Two Sisters é um Vidal, vendido na época a CAD$ 35 a garrafa de 200 ml.
Já o Cabernet Franc cor de rubi que provei na degustação da Peller Estates saía por CAD$ 53,10 no mesmo tamanho de embalagem. Também há icewines engarrafados em 375 ml, como o Castel Mimi Riesling, que você pode comprar e receber em casa.
Festivais de icewine em Niagara
Janeiro, auge do inverno no Canadá, é o mês dedicado aos festivais de vinho e de icewine. O Cool as Ice Gala reúne as 15 principais vinícolas de Niagara-on-the-Lake, região produtora na província canadense de Ontario, localizada a cerca de 130 km de Toronto. Juntas, elas promovem uma noite de degustação de vinhos de alta qualidade, coquetéis à base de icewine, acompanhados por receitas preparadas por chefs, tudo ao som de bandas ao vivo e de DJ.
O primeiro mês do ano é também tempo do Icewine Discovery Pass. Como a região fica movimentada nessa época, a organização do evento recomenda a compra de passes com antecedência. O discovery pass dá direito a 6 tickets para degustação de vinho e da culinária nas vinícolas participantes . Quem dirige pode comprar o passe de motorista (driver), com bebidas harmonizadas não-alcoólicas.
No verão (dias 16 a 18 e 23 a 25), é a vez do Niagara Wine & Grape Festival (antigo Niagara Homegrown Wine Festival), um fim de semana com experiências enogastronômicas.
O hotel de gelo do Canadá, Hôtel de Glace, já atraiu em torno de 1 milhão de visitantes, e seus pernoites passam de 55.000. A atração existe desde 2001 e virou tradição a cada inverno em Québec. A data de abertura em 2020 já está marcada para 2 de janeiro até março.
Desde 2017, o único hotel de gelo das Américas mudou de localização e foi redesenhado, com um investimento de CAN$ 70 milhões. O empreendimento é montado na Valcartier Vacation Village, onde os visitantes encontram uma série de atrações para o inverno para crianças e adultos. Inaugurada em 1963, a vila reúne cerca de 35 tobogãs na neve e piscinas aquecidas cobertas. Lá também há uma opção de hospedagem para famílias, o Hôtel Valcartier.
Como é o Hôtel de Glace
Localiza-se cerca de 4 km ao norte da cidade de Québec, em Valcartier, na província de Québec. Mesmo quando a temperatura externa atinge impressionantes -30°C, os quartos são mantidos em torno de -5°C. Os hóspedes recebem um saco de dormir que aguenta até -30°C e cobertores isolantes para usarem no pernoite inusitado.
O Hôtel de Glace costuma abrigar um corredor central, capela, spa, sauna, bar de gelo e cabane à sucre (ou sugar shack, em inglês). Essa última área leva o nome das fazendas produtoras de maple em Québec, abertas a visitantes durante a primavera canadense. Nelas, o público conhece o processo de produção e pode provar o xarope enrolado no palito depois que ele endurece ao entrar em contato com um bloco de gelo — saiba como é a visita a uma fazenda produtora de maple.
Xarope de maple no palito – Foto: Valcartier Canada/Divulgação
O que fazer no hotel de gelo
Além da possibilidade de dormir num dos quartos, normalmente existe a possibilidade de fazer um tour no hotel de gelo perto de Québec.
Quarto com esculturas na neve – Foto: Renaud Philippe/Xdachez.com/Hôtel de Glace/Divulgação
Durante o inverno em Québec, em anos anteriores foram organizadas noites de festa no bar do hotel. Com DJs e promoção de bebidas servidas em copos de gelo, tiveram os ingressos vendidos na porta no dia dos eventos em edições anteriores.
Bar de gelo do hotel – Foto: Renaud Philippe/Xdachez.com/Hôtel de Glace/Divulgação
Na vila de gelo onde fica o hotel, o Winter Playground oferece cerca 35 de escorregadores (snow slides), passeios em trenós puxados por huskies siberianos e ainda áreas para patinação.
Tobogãs na Village Vacances Valcartier, para diversão na neve – Foto: Valcartier Canada/Divulgação
Pastel de Belém, legítimo, só existe um. Fica lá ao lado do Mosteiro dos Jerônimos, na Pastéis de Belém, em Lisboa. O resto… o resto é pastel de nata. Falando assim parece até que não são dignos de serem apreciados. Pelo contrário, há boas pastelarias em Lisboa que rivalizam em fama e fila com o que é feito no Belém há quase 200 e virou um dos doces portugueses típicos.
A origem do pastel de Belém
O mistério é a alma do negócio. Do surgimento dos famosos pastéis ao modo como são preparados, tudo é cercado de sombras. Certo mesmo é que a pastelaria mantém suas portas abertas desde 1837 no mesmíssimo endereço: Rua Belém, números 84 a 92, vizinha ao Mosteiro dos Jerônimos.
Como ocorreu com quase toda a doçaria portuguesa, os pastéis surgiram do aproveitamento das gemas de ovos, uma vez que as claras eram utilizadas na época para engomar as roupas de freiras e padres. Da mistura das gemas com leite e açúcar (pouco, esse é um segredo) surgiu uma iguaria que desafiou a gula dos religiosos. Mais do que nunca, o que se fazia nos claustros morria nos claustros, já que a maioria das receitas conventuais se popularizou anos depois.
Segundo a pastelaria do Belém, o doce surgiu no início do século 19, quando Portugal era sacudido pela Revolução Liberal, movimento político que, entre outras mudanças, forçou o retorno da Família Real, que vivia no Brasil desde 1808.
A revolução promoveu também a extinção das ordens religiosas em todo o país. Durante a expulsão dos clérigos, conta o site, alguém ligado ao Mosteiro dos Jerônimos resolveu botar à venda os doces na loja ao lado de uma refinação de cana de açúcar. À medida que caíram no gosto popular, passaram a ser chamados de pastéis de Belém.
Pastelaria em Lisboa – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Onde comer o legítimo pastel de Belém
Comer pastéis de Belém é parte do roteiro pelo bairro onde estão ainda o Mosteiro dos Jerônimos, o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém. Na frente da pastelaria fica um disputado balcão. Há mesas em salões de paredes são revestidas de azulejos. Nath e eu estivemos juntos lá em 2007. Pedimos dois salgados, mas somos incapazes de lembrar seus sabores. Estávamos ali por uma doce razão.
Como recebi boa educação, não escreverei aqui um palavrão. Mas você certamente vai soltar algum (e vai ser um daqueles de se dizer de boca cheia, com perdão do trocadilho) no dia em que cravar seus dentes naquela massa folheada com recheio cremoso. Manda a tradição polvilhar canela no doce ainda quentinho, o que intensifica o aroma e o sabor dos ingredientes.
Oficina do Segredo em Portugal – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Aproveite a visita e veja a cozinha envidraçada onde são preparados os doces. O espaço da Pastéis de Belém é conhecido como Oficina do Segredo. Nada mais português de tão ao pé da letra para designar os mistérios que envolvem a produção dos genuínos pastéis, que saem aos montes todos os dias.
Onde comer pastéis de nata em Lisboa
Como expliquei no começo, pastel de nata é como pode ser chamado tudo aquilo que não sai do endereço no Belém. Ainda que algumas pastelarias de sucesso na capital de Portugal tenham a ousadia de vender seus produtos no bairro que deu nome e tradição a esta iguaria. Para acompanhar, a sugestão pode ser um café expresso, um galão (café com espuma de leite) ou uma tacinha de Vinho do Porto.
Manteigaria
Não importa se para começar o dia ou encerar a noite, os pastéis da Manteigaria estão à venda das 8 à meia-noite. A principal loja é a da Rua do Loreto, no Chiado. E ainda há unidades na Rua Augusta, no bairro do Alvalade, no Time Out Market e praticamente nas fuças da pioneira do Belém.
Pastelaria Aloma
O pastel de nata seduz o visitante desde a chegada ao aeroporto de Lisboa, onde fica uma de suas lojas. Há unidades em outros pontos da capital portuguesa, como em Campo de Ourique e na Rua do Loreto, no Chiado, separada por apenas 120 metros da concorrente Manteigaria.
Bairro Alto Hotel
A pastelaria que funciona no térreo do hotel no Bairro Alto aposta em segredinhos na confecção de seus pastéis de nata, como só rechear a massa depois de cozida e acrescentar notas cítricas e baunilha ao creme à base de ovos e açúcar. Funciona diariamente, entre 10 da manhã e 6 da tarde. Unidade a 1,50 euro (caixa com 6 pastéis, 9 euros)
Fábrica da Nata
Serve café da manhã, almoço e lanche, mas quem atravessa a porta de entrada sabe bem o quer. Os pastéis de nata da Fábrica de Nata são preparados diante dos olhos dos fregueses. As lojas da Praça dos Restauradores e a da Rua Augusta estão separadas por 500 metros de distância, no coração da Baixa.
Confeitaria Nacional
Inaugurada em 1829, a Confeitaria Nacional mantém-se solene e elegante. Garante ter um pastel de nata de massa “estaladiça” e recheio cremoso. Ocupa uma esquina na Praça da Figueira, e serve também pratos do dia de segunda a sexta e ainda brunch aos sábados e domingos (mediante reserva).
Saiba onde Vancouver, no Canadá, reúne luzes de Natal e boas compras: do Stanley Park, principal parque, à ponte suspensa Capilano. Lojas e mercados perto do Canada Place e no Granville Market completam o clima de festa
ATUALIZADO EM 1 DE DEZEMBRO DE 2017
Quando desembarquei em Vancouver em dezembro do ano passado, o Natal se apresentou ainda no aeroporto. Logo nas primeiras lojas, dei de cara com chocolates natalinos, de embalagens especiais ao calendário do advento de chocolate, com janelinhas a serem abertas na contagem regressiva para o 24 de dezembro.
Regiões da cidade como Gastown e Coal Harbour — a área do porto, onde fica o centro de convenções Canada Place — têm suas árvores iluminadas. Cartões-postais da cidade, como Stanley Park, Granville Market, Capilano Suspension Bridge e Grouse Mountain ganham mais cores e atrações para toda a família, especialmente para as crianças.
Calendário de chocolate no aeroporto de Vancouver
Num domingo em que visitei o Granville Island Public Market, fui surpreendida pelo coral que entoava clássicos de Natal no mezzanino. Teve de Let it Snow a Santa Claus is Coming to Town. Muito gostoso sentir esse clima na cidade.
Para você saber onde Vancouver se enfeita com luzes e oferece opções de boas compras para o Natal, listo a seguir alguns pontos para você ficar ligado.
Capilano Bridge Park: ponte e parque iluminados
Para mim, é a atração mais bela de Natal pertinho de Vancouver — conto neste texto como é capilano com as luzes de natal, a menos de meia hora de Vancouver. A decoração é incrível, com luzes coloridas no parque inteiro, não apenas ao longo da ponte sobre o Capilano River. Bolas e fios iluminados estão por toda parte. Chegue mais cedo para conseguir apreciar a natureza durante o dia e fique até escurecer, quando o clima natalino toma conta do lugar.
A magia do Canyon Lights, evento de fim de ano realizado nesta edição até 28 de janeiro, pode ser sentida desde a entrada, onde há um jardim com totens das Primeiras Nações do Canadá (como são chamados os habitantes do território antes da chegada dos europeus). Segue pelo Capilano Suspension Bridge Park tanto na ponte sobre o rio, como no CliffWalk (passarela sobre o penhasco), num lago e no circuito de arvorismo. Uma banda toca clássicas canções de Natal. As crianças podem realizar diversas atividades, como decoração de biscoitos e de enfeites de madeira para a árvore de Natal.
A PONTE BRILHANTE
A EUFORIA QUE DÁ CORAGEM
EXPLOSÃO DE CORES
Grouse Mountain: casa do Papai Noel, renas e floresta iluminada
Vizinha ao Capilano Suspension Bridge Park, um pouco mais acima na mesma estrada, Grouse Mountain proporciona clima de Natal na neve. Adorei! Em 2018, até 7 de janeiro, o alto da montanha ao norte de Vancouver vira o Polo Norte. Papai Noel recebe a garotada no Santa’s Workshop, numa casinha ao lado da pista de patinação no gelo e do cantinho onde duas renas moram renas até as comemorações natalinas terminarem.
Entre as diversas atividades disponíveis estão, além de esqui e snownboard, o tobogã para deslizar sentada e a caminhada na neve (snowshoeing) entre pinheiros e iluminação natalina. Eu experimentei as duas últimas e recomendo para a diversão em família. Grouse Mountain foi uma das cenas de neve mais lindas que já vi.
Flyover Canada: uma viagem pelo país em versão natalina
Eu estive na atração durante a temporada natalina, quando eles projetam uma versão especial de fim de ano. O voo simulado passa sobre paisagens do Canadá. O mesmo filme exibido o ano todo recebe toques de Natal para as festas, com a participação especial de Papai Noel. Quando fui ao FlyOver Canada, foi ele quem deu as boas vindas aos visitantes, seguido na outra sala por Mamãe Noel. Entre árvores de Natal e enfeites da época, rolou até uma representação de neve antes de entrar no espaço de projeção.
Durante a minha experiência no Flyover Canada Christmas Ride, uma turma de escola de crianças em torno de 4 anos foi com as professoras para fazer o voo simulado sobre as paisagens do Canadá. Conforme as imagens apareciam na tela, a meninada gritava para ajudar Papai Noel numa missão proposta no início da brincadeira: encontrar os duendes entre as imagens.
De Niagara Falls (as cataratas na província de Ontario) às vinícolas de British Columbia, chegando até a aurora boreal, a viagem virtual sobrevoa o território canadense. Na versão natalina, a aventura termina no Polo Norte.
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Vancouver Aquarium: Papai Noel mergulhador e expresso para o Polo Norte
Papai Noel caminha pelas salas do aquário falando com as crianças e faz um show como mergulhador, na apresentação Scuba Claus (até 7 de janeiro). Quando estive no Vancouver Aquarium, localizado dentro do Stanley Park, todos os funcionários usavam gorrinhos vermelhos de pompom.
Em Rudolph & Polar Express 4-D, os visitantes pegam um trem para o Polo Norte, numa aventura de cerca de 20 minutos que inclui o geladinho da neve e o aroma de chocolate quente.
Stanley Park: trenzinho festivo e 3 milhões de luzes
Um trenzinho encantado passeia pelo principal parque de Vancouver. Até 6 de janeiro, Bright Nights at Stanley Park anima famílias com decoração natalina e apresentações ao vivo, num passeio de cerca de 15 minutos. Existe a opção de um trem durante o dia, sem o brilho da iluminação e a performance. O Bright Nights Christmas Train e a Stanley Park Train Plaza reúnem em torno de 3 milhões de luzes.
Bloedel Conservatory e VanDusen Botanical Garden: plantas e cores
ESTUFA TROPICAL COM LUZES DE NATAL
Nos dois lugares, próximos e administrados pelo departamento de parques da cidade de Vancouver, a iluminação natalina realça a beleza das plantas. O VanDusen Festival of Lights enfeita o jardim botânico até 7 de janeiro com cerca de 1 milhão de luzes. Completam o clima um carrossel, o show Dancing Lights, gnomos e Papai Noel.
Para o Holiday Hights at Bloedel, a estufa com plantas tropicais e aves ganhou fortes tons vermelhos, que pintam a atmosfera dentro do círculo quando estive lá no fim de 2016. Na área externa, estavam 3 bonecos de neve, para divertidas fotos com a criançada, e uma roda-gigante (daquelas tradicionais, com as linhas destacadas em neón), para ver a vista da cidade lá embaixo. O Bloedel Conservatory fica no ponto mais alto de Vancouver, no topo do Queen Elizabeth Park. Em dezembro do ano passado, nevou, algo raro para o inverno em Vancouver. Conforme a roda-gigante subia, o horizonte azulado da noite ganhava partes esbranquiçadas.
Pacific Centre e Hudson Bay: roupas, eletrônicos e brinquedos
Para comprinhas diversas, siga para o shopping Pacific Centre, um complexo na região de Downtown. Entre as lojas tem, por exemplo, os tênis da Skechers; Apple, Best Buy e Wirelesswave (para smartphones, tablets, eletrônicos e equipamentos de fotografia); e os cosméticos da Shepora e da The Body Shop. Lá também é o endereço do Four Seasons Hotel de Vancouver.
Dei uma espiada na Disney Store no ano passado. Fiquei tentada, mas parti em busca de Lego. Então com 7 anos, nosso filho estava totalmente no mundo das pecinhas. Como a Lego Store fica mais distante do centro de Vancouver, fui até a Hudson Bay. Do Pacific Centre, basta atravessar a praça de alimentação para chegar à loja vizinha, que, além de roupas, passou a vender brinquedos.
Robson Street: butiques e marcas conhecidas
São 3 quarteirões tentadores para quem gosta de comércio de rua. Eu me amarro. Gap, Swarovski, Lush, Aldo e Guess, entre outras marcas, mantêm lojas na Robson Street, cuja associação reúne em torno de 200 estabelecimentos. Indico comprar lá barrinhas do Rocky Mountain Chocolate Factory, originalmente criada em Whistler, cidade de neve e esqui em British Columbia.
LUZES E LOJAS NA ROBSON STREET
Mercado de Natal: festa na praça da Olimpíada de Inverno
NO MERCADO DE NATAL DE VANCOUVER, ATÉ O GUARDA-CHUVA AJUDOU A COMPOR O CENÁRIO
Até o clássico carrossel (que as crianças adoram) visto nas feiras de fim de ano na Europa está no mercado de Natal de Vancouver. Barraquinhas vendem enfeites, comidinhas e bebidas típicas, como o vinho quente. Há ainda músicas natalinas em apresentações ao vivo.
A diferença em relação aos mercados europeus é que é preciso pagar para entrar na área do Vancouver Christmas Market (10 dólares canadenses; crianças entre 7 e 12 anos, 5 dólares canadenses; até 6 anos, grátis), instalado até 24 de dezembro na Jack Poole Plaza. Localizada no harbor front, área do porto da cidade. Essa praça concentrou os eventos da Olimpíada de Inverno de 2010 e abriga a pira em forma de tripé.
PIRA DA OLIMPÍADA DE INVERNO EM VANCOUVER
Viagem a convite do Destino Canadá e do Tourism Vancouver
Se você tiver tempo ou vontade de visitar apenas um lugar pra ver as luzes de Natal em Vancouver, vá ao parque da Capilano Suspension Bridge. A ponte suspensa, a menos de meia hora da cidade no oeste do Canadá, fica iluminada durante o Canyon Lights, evento natalino que chega à sua 11ª edição em 2016.
Só essa visão já seria suficientemente bela para fazer o lugar merecer uma visita. E foi somente com a expectativa de ver isso — e de ter coragem para atravessar os 137 m balançantes sobre o penhasco, a 70 m de altura — que eu fui até lá. Mas me deparei com um parque inteiro iluminado, numa explosão de cores.
É bom saber que, se a visita à noite mostra a beleza das luzes natalinas, ela deixa a natureza no entorno na penumbra. Se quiser aproveitar os dois momentos, recomendo que você chegue com o dia ainda claro (durante o inverno, escurece perto das 16 horas). Como a visita ao parque, com calma, leva em torno de 2 horas e meia, eu pensaria em chegar lá no máximo às 14 horas, se a ideia for ver tudo de dia e depois curtir a iluminação do Canyon Lights.
O Capilano Suspension Bridge Park possui 109.265 m² de área total. De um lado e de outro do parque e ao longo da ponte, as atrações são enfeitadas para o evento que vai até o início de janeiro.
Do lado de cá: passarela sobre o penhasco, chocolate quente e souvenir
Passei o portão de entrada do parque e já me pasmei. A iluminação não combinava nada entre uma área e outra. Normalmente, como uma editora de conteúdo que busca sempre um equilíbrio estético, eu acharia isso algo estranho. Mas ali, curiosamente, todo aquele contraste fez sentido, como se o Natal vivamente me cercasse.
Na hora, nem pensei nisso. No entanto, ao escrever esse texto, me dei conta de que talvez o parque da Capilano tenha despertado em mim sensações da infância, quando a árvore de Natal da casa da minha avó era multicolorida. Lá pelos anos 70, início dos 80, antes dos tons monocromáticos das árvores de Natal atuais. Num tempo em que os enfeites de vidro (morria de medo de quebrá-los) formavam gotas e estrelas nas mais diversas tonalidades de rosa, dourado, vermelho e azul.
Então, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge, que eu achava que seria a emoção da visita, me senti maravilhada por todo aquele colorido. Era tanta luz que nem me dei conta de que cismei de chamar o evento de Canyon OF Lights (DAS luzes). Quando fui consultar o site para fazer o serviço no fim deste texto, vi que tinha acrescentado a preposição com artigo.
O colorido pinta as áreas do café e da lojinha de souvenir e todas as árvores no entorno. Entre totens– símbolos dos nativos habitantes do Canadá (chamados de Primeiras Nações), muito vistos na província de British Columbia –, passeia-se por bolas douradas, um lindo par de pinheiros azuis e uma árvore de Natal natural com 46,60 m de altura.
A área da lojinha, dentro do Trading Post, possui opções realmente interessantes de souvenir, que fogem das massificação. Eu trouxe lindas canecas de lá para o Joaquim (com alce) e para o Fernando (com um desenho das Primeiras Nações). Nessa região do parque, uma banda toca clássicas canções natalinas à noite.
No café, não resisti a um chocolate quente com creme — fazia -3 graus! — e a um blueberry danish, enrolado de massa leve recheado com geleia da fruta silvestre. Quem quiser pode provar uma nanaimo bar, doce com camadas de chocolate, inventado ali perto, na cidade de Nanaimo, também em British Columbia.
Desse lado do parque, também se acessa o Cliffwalk, uma passarela sobre o penhasco. O chão é de vidro em alguns mirantes que de encontram pelo caminho. É uma atração mais emocionante durante o dia, do ponto de vista da natureza.
Na ponte: caminho iluminado pelo cânion com troca de cores
Falando em altura, a travessia da ponte me assustava. Eu já tinha editado e lido reportagens sobre a Capilano Suspension Bridge, e a imagem daquele fio pendurado sobre o penhasco me causava calafrio. Mas eu queria muito conhecer e me desafiar a percorrê-la. Afinal, o negócio existe desde 1889!
Tenho de dizer que à noite a sensação de altura diminui e muito porque você não percebe o fundo do cânion. Ajudam a distrair a atenção o fio de luzes guiando o caminho nas laterais da ponte e a troca de cores nas pedras e na cachoeira ao lado.
Balança? Balança, especialmente se tem muita gente caminhando sobre a ponte ao mesmo tempo — algo comum, aliás. Mas não senti medo em momento nenhum, sequer frio na barriga. Pode ser que tenha sido a euforia de estar ali — no meio daquele espaço mágico, buscando captar as sensações causadas pela beleza do parque cortado pelo Capilano River –, mas nem me dei conta da distância para o rio lá embaixo. Fui e voltei com naturalidade, me deixando embalar por aquele leve sacolejo.
Do lado de lá: lago com bolas e arvorismo entre luzes
Quando cheguei ao outro lado, achei que já tinha visto muita coisa e que seria apenas um complemento para quem atravessa a ponte. De fato, a área não é gigante. Mas eu estava totalmente errada quanto ao que me esperava.
À esquerda, a cena me apresentou um lago escuro cercado e coberto de bolas prateadas. Algo tão belo que me reteve ali um bom tempo, apreciando a composição, lembrando do meu filho e do meu marido (em como Joaquim e Fernando achariam aquilo lindo) e depois tentando captar o momento sem tremer sob uma iluminação difusa. Tudo bem, amei ficar ali. Que paz naquele lugar.
Nesse ponto, tinha certeza de que a visita estava completa. Seria apenas contornar o lago e voltar. E foi. Pelo caminho, no entanto, mais surpresas. Primeiramente, pontinhos coloridos fluorescentes tomaram um tronco e um pedaço do caminho.
Depois, subi as escadas para fazer arvorismo na penumbra, seguindo as pontes iluminadas entre árvores. É no alto, mas de novo o escuro disfarça a distância até o chão. E, como as passarelas têm fundo fechado e são cercadas nas laterais, não senti nenhuma apreensão. Completei o circuito e, antes de atravessar a Capilano Suspension Bridge de volta, experimentei a novidade do Canyon Lights em 2016: Fireflies (em português, Vagalumes). Há lanternas para o visitante apontar ao redor. Peguei uma delas e vi pontinhos verdes brilhantes surgirem em sequência e pintarem troncos de árvores e a mata rasteira.
Espertamente o Capilano Suspension Bridge Park oferece wifi gratuito no parque todo. Em tempos de internet e redes sociais, rola postar aquela foto (ainda que tremida) no meio das luzes. Mas pode esquecer o pau de selfie. Madeira ali só natural mesmo — ainda bem.
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Endereço: 3735 Capilano Road, North Vancouver
Transporte: Há traslado grátis a partir de 4 pontos de Vancouver: Canada Place (na área do porto) e dos hotéis Hyatt Regency, Blue Horizon e Westin Bayshore. Consulte os horários de shuttle neste link https://www.capbridge.com/visit/shuttle-service/. Fui de táxi porque passei em Grouse Mountain antes. Mas voltei de shuttle e achei bem prático. Na entrada do parque, recebi um carimbo na mão, que me dava direito a entrar e sair do parque à vontade e ao traslado para Vancouver
Funcionamento: O Canyon of Lights vai até 8 de janeiro, das 11 às 21 horas — após as 16 horas, é melhor para ver o parque com as luzes. Em 25 de dezembro, o parque fecha
Preço: A entrada inclui todas as atividades do parque e traslados de e para Vancouver. Custa 39,95 dólares canadenses — acima de 65 anos, sai a 36,95; estudantes com até 17 anos, 32,95; entre 13 e 16 anos, 26,95; de 6 a 12 anos, 13,95; até 6 anos, grátis. Há um ticket para família por 85 dólares canadenses, que dá direito a 2 adultos e até 2 crianças de 6 a 16 anos
A magia está lá, em mínimos detalhes. E eu já pude ter um gostinho do Natal em Toronto. A maior cidade do Canadá se ilumina toda no fim de ano. A patinação no gelo na Nathan Phillips Square, praça central de Toronto, onde está localizada sua prefeitura, fica envolta em brilho natalino.
Passando uma noite em frente ao Ripley’s Aquarium, o aquário de Toronto, vi os floquinhos de neve sobre a fachada do aquário que fica aos pés da CN Tower, torre-ícone da cidade. Uma cena linda.
Sobram nas lojas artigos com desenhos natalinos. Vi suéter com boneco de neve, Papai Noel e até cachorro-rena. A moda de fim de ano motivou uma boa dose de autocrítica numa loja do multicultural bairro de Kesington Market, que ostentava a plaquinha Seriously Ugly Xmas Sweaters (algo como horrorosos suéteres de Natal).
Boneco de neve…
…cachorro rena…
…ou um pouco de tudoDO?
Com ou sem vestimenta temática, cheque o Natal em Toronto. Para você entrar no clima, com compras, decoração e muita iluminação, listo a seguir os pontos que vi e que achei que valem para você incluir no seu roteiro.
Eaton Centre: compras de grandes marcas
Como um bom shopping center, não iria deixar passar a data sem enfeitar os andares. O Toronto Eaton Centre marca presença com a maior árvore de Natal do Canadá, com 30,50 metros de altura. É difícil até de fotografar inteira.
A MAIOR ÁRVORE DE NATAL DO CANADÁ, NO TORONTO EATON CENTRE
Eu gostei mesmo foi das enormes renas brancas brilhantes espalhadas pelos corredores. Enquanto checa a decoração, você pode passar na H&M ou na Forever 21, por exemplo, para comprar presentes.
Hudson Bay e Saks Fifth Avenue: vitrines e enfeites
As vitrines de Natal de lojas de departamento são sucesso em Paris e em Nova York. Em Toronto, a Hudson Bay e a Saks Fifth Avenue também capricham na composição, com música e figuras animadas. Muito fofos os gansos que vi dançando lá em dezembro de 2016.
HUDSON BAY, LOJA DE DEPARTAMENTO DO CANADÁ
Vizinhas, as duas lojas têm zilhões de departamentos. Impossível não encontrar o que se busca. Até comida. A Saks, que abriu em Toronto em fevereiro de 2016, fez uma parceria com um empório gastronômico local, o Pusateri’s. Localizado no subsolo, ele oferece ingredientes e também artigos prontos, como chocolates de Toronto ou europeus, para doces lembrancinhas.
Também dá para garantir muitos enfeites de Natal para a casa toda, de bolinhas e penduricalhos para a árvore a globos de neve e kits de panos de prato e luvas térmicas temáticos.
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Nathan Phillips Square: patinação e árvore
Vale encarar o medo e se arriscar nos patins sobre o gelo para sentir o clima de fim de ano como fazem os locais. E tirar a clássica foto em frente ao nome de Toronto escrito em letras coloridas.
Devo dizer que não resisti a cumprir todo o roteiro na Nathan Phillips Square, ainda que isso tenha confirmado que, como patinadora, sou uma ótima fotógrafa. Não importa. Contam a diversão e o clima de fim de ano que senti na praça central da cidade da província de Ontario.
A pista de patinação fica diante do prédio da prefeitura, que estava iluminado num tom roxo. Ao lado, ficava um enorme pinheiro natural enfeitado como árvore de Natal.
Mercado de Natal: barraquinhas no Distillery Historic District
Este mercado realmente me surpreendeu. O mercado de Natal de Toronto se propõe a seguir o estilo das seculares feiras de dezembro na Alemanha, que eu tive a chance de conhecer em várias cidades europeias. Em Toronto, todas as tradições estão lá, compondo o conjunto: barraquinhas com artigos e enfeitinhos alemães, vinho quente, corais, brinquedos para a criançada e uma linda árvore de Natal.
Além disso, a área onde o Toronto Christmas Market é montado, o Distillery Historic District, é um charme. Com prédios industriais da Era Vitoriana, de tijolinhos, o cenário combina perfeitamente com o clima natalino. E ainda oferece opções de presentes, comidas e bebidas canadenses, além de cafés e restaurantes.
Brookfield Place: enfeites nas linhas de Calatrava
O complexo de escritórios tem também restaurantes dentro. Quando estive lá em dezembro, a decoração de Natal do Brookfield Place tinha flocos de neve estilizados, posicionados no chão e pendurados do teto. Super bonita. Fios de luzes brancas acompanhavam as linhas de Santiago Calatrava, arquiteto catalão que desenhou o átrio do edifício de Downtown. No formato de um túnel alto, visto logo ao se entrar no prédio, ele é chamado de Allen Lambert Galleria.
One of a Kind Show: artesanato do Canadá
Esta feira é realizada sempre do fim de novembro ao início de dezembro em Toronto. É uma tradição entre os moradores garantir seus presentes de Natal no One of a Kind Show. Nos stands, encontra-se uma grande variedade de artesanato, feito em todas as regiões do Canadá. Dá para comprar de produtos de lavanda de Québec a luvas quentinhas (chamadas de mittens) fabricadas em Ontario a partir da reciclagem de suéter.
Viagem a convite do Destination Canada e do Ontario Tourism. ESTE TEXTO FOI ESCRITO PELA REDAÇÃO DO COMO VIAJA, COM BASE NA NOSSA EXPERIÊNCIA, SEM QUALQUER REVISÃO OU INTERFERÊNCIA DOS DESTINOS
O conjunto de prédios de tijolinhos, erguido em 1832, é mesmo um cenário e tanto para se instalar um mercado de Natal em Toronto. Eu já tinha visitado o charmoso Distillery Historic District fora da época de fim de ano. Mas, quando voltei ao lugar histórico para conhecer o Toronto Christmas Market, fiquei encantada em ver como a ambientação combina perfeitamente com o clima natalino.
O mercado da metrópole canadense se diz inspirado nas feiras realizadas nesta época antes do Natal na Alemanha. E de fato é. Realizado desde 2003, o evento em Toronto tem barraquinhas de madeira (com opções de comidas típicas do Canadá também, como a poutine, receita originalmente da província francesa de Québec), artesanato, dança e uma árvore de Natal montada num grande pinheiro natural. Muito bonito e instagramável.
Como é o Toronto Christmas Market
Dentro dos prédios industriais da Era Vitoriana do Distillery Historic Distric, funcionou a destilaria Gooderman & Worts. Há cerca de 10 anos, a região foi restaurada para receber lojas, cafés e galerias de arte. Nessa última vez em que estive em Toronto, jantamos no excelente restaurante mexicano El Catrin — na mesa, pedimos uns 10 pratos variados; e todos eram muitos bons.
Barraquinhas e luzes deixam o Distillery District ainda mais bonito
Dê uma espiada também nas lojas locais. Há em torno de 80 empreendimentos disponíveis no Distillery Historic District. Entre os mais antigos estão a Soma (de chocolates artesanais) e a Mill St. (cervejaria que mantém sua loja original no local, com diversos tipos de cerveja à venda).
Degustação de cerveja na loja da Mill St
Como eu já tinha trazido da Alemanha enfeites para nossa árvore de Natal em 2011, em Toronto busquei algo mais canadense. Dessa viagem ao país, eu trouxe um alce (ou rena, sei lá) e um boneco de neve prateados, além de um par de patins, para lembrar minha tentativa de deslizar sobre o gelo na Nathan Phillips Square, praça central de Toronto. Uma fofa lembrança de Natal.
Os patins de Toronto na nossa árvore de Natal
O que fazer no mercado de Natal de Toronto
As crianças podem ouvir a contação de histórias em inglês com contos dos irmãos Grimm, dar uma voltinha na (pequenina) roda-gigante ou tirar foto com o Papai Noel. Já os adultos dispõem de jardins de cerveja (os biergartens) e também podem se aquecer com o vinho quente tradicional nas feiras alemães (glühwein), chamado em inglês de mulled wine.
Casa do Papai Noel
Espetáculo de cantores, bandas e dançarinos estão na programação do Toronto Christmas Market. Os estilos musicais variam do jazz ao folk, passando por consagradas canções natalinas. São muitos os pontos fotogênicos perto das áreas enfeitadas por luzes, especialmente perto da árvore de Natal,
Brincando com a árvore para foto
Todo ano o mercado de Natal de Toronto atrai tanta gente que o site do evento encoraja os visitantes a irem durante a semana para evitar filas para entrar ou comprar comidas e bebidas. Quando estive lá num domingo, estava bem cheio, embora desse para circular. Isso foi logo no início da temporada.
O tempo já estava consideravelmente frio, uns 5 graus, mas não nevava. No fim do ano, costuma nevar em Toronto. Imagino que o mercado fique ainda mais lindo com essa atmosfera natalina.
Flocos de neve nas projeções da construção histórica
VALE SABER
Endereço: 55 Mill Street, Distillery Historic District, Toronto
Funcionamento: Até 22 de dezembro, a partir do meio dia. De terça a quinta e no domingo, fecha às 21 horas — sexta e sábado, até as 22 horas. Fecha na segunda, mas as lojas e os restaurantes do Distillery District funcionam diariamente, desde as 10 horas
Preço: Durante a semana, a entrada é gratuita. A partir das 18 horas de sexta até o fim de domingo, custa CAN$ 8
VIAGEM A CONVITE DO DESTINATION CANADA E DO ONTARIO TOURISM. ESTE TEXTO FOI ESCRITO PELA REDAÇÃO DO COMO VIAJA, COM BASE NA NOSSA EXPERIÊNCIA, SEM QUALQUER REVISÃO OU INTERFERÊNCIA DOS DESTINOS
O famoso bolo de Natal alemão foi criado no século 15, em Dresden. Conheça a origem, os ingredientes e curiosidades dessa iguaria. Versão gigante do Stollen é servida todos os anos na capital da Saxônia
ATUALIZADO EM 23 DE NOVEMBRO DE 2017
Eu era muito jovem quando vi meu tio Osmar entrar em casa com uma caixa retangular debaixo do braço. Dentro dela havia uma ‘estólen’, como ele mesmo dizia, caprichando no som do ‘o’ bem aberto. Àquela altura eu desconfiava que fosse algo de comer, só não sabia se era doce ou salgado. A embalagem era de um verde típico das coisas que remetem a gente ao Natal.
Eu não estava errado. Meu tio disse então que a tal ‘estólen’ (e como ele saboreava acentuar aquela letra ‘o’) era um doce tipicamente alemão, vendido apenas no Natal pela confeitaria que ficava em frente ao trabalho dele, no bairro do Socorro, zona sul de São Paulo.
STOLLEN: LEGÍTIMO OU NÃO, UMA DELÍCIA – FOTOS NATHALIA MOLINA @COMOVIAJA
Naquele dia, no fim do almoço — que na minha família sempre foi sacramentado com um café (bem forte, de preferência) — tivemos a revelação. Não era nem appflestrudel nem panetone, duas delícias que eu adoro, por sinal. O Stollen (e ali eu já havia descoberto sua grafia exata na caixa) era um bolo de massa macia, com frutas cristalizadas e amêndoas, coberto por uma fina camada de açúcar de confeiteiro e um pouco de canela. Legítimo ou não, não tínhamos como contestar a receita. Comi. Comemos. Nos fartamos daquela novidade naquele ano. E nos seguintes, sempre no Natal.
Como surgiu o Stollen
O Stollen é uma invenção alemã, mais precisamente da cidade de Dresden. Seu nome original, Striezel, batiza até hoje o mercado de Natal local, o Striezelmarket. A receita surgiu por volta do século 15 e, claro, sofreu alterações significativas até ser composta pelos ingredientes atuais: farinha, fermento, leite, manteiga (na Idade Média, a Igreja Católica vetava seu uso), passas e, às vezes, nozes ou amêndoas.
Em média, 3 milhões de unidades de Stollen são produzidas no período do Natal na capital da Saxônia. Uma versão gigante é preparada todos os anos em comemoração ao dia de São Nicolau, em 6 de dezembro. Esse Stollen avantajado é carregado em triunfo até a praça Altemarkt. Lá é fatiado e vendido, sendo que o dinheiro arrecadado é revertido para a própria cidade.
Atualmente, cerca de 130 confeitarias de Dresden e arredores fabricam o Stollen certificado pela associação que garante do uso correto dos ingredientes ao processo de fabricação, sempre à mão, como ocorre desde a Idade Média.
Receita diferente, o mesmo prazer
Há uns 3 anos, Nathalia foi a um evento organizado pelo turismo da Alemanha. Na volta, ela entrou no carro com um pacote nas mãos. Minha a atenção ao trânsito foi para o beleléu quando ela pronunciou uma frase mágica: “Ganhei um Stollen, mas ele tombou e deu uma melecada no embrulho. Parece delicioso mesmo assim, vamos provar?”
Enquanto voltávamos para casa, eu contei para Nath a história com que iniciei esse texto. Entre uma frase e outra, eu mastigava cada pedaço que minha mulher me dava na boca. Havia sensíveis alterações nos ingredientes, como a canela incorporada ao recheio e não polvilhada como na versão que experimentei pela primeira vez. O fato é que, para mim, saborear aquela guloseima não se tratava somente de um reencontro com o passado. Mas de um profundo desejo de tomar o primeiro avião e seguir para Dresden, procurar uma confeitaria e ter certeza de que algo tão bom pode ser ainda mais delicioso.