Se você planeja viajar a Roma, saiba que os Museus Vaticano têm ingresso que inclui a Capela Sistina, um dos pontos altos da visita (literalmente falando, por causa do seu magnífico teto). Antes de mais nada, não são museus para conhecer com pressa (ouça a voz da experiência), porque eles são imensos e cheios de gente. Afinal, eles estão entre as atrações mais visitadas de Roma e da Europa, como outros pontos turísticos, caso do o Parque Güell (Barcelona).
Esfera, de Arnaldo Pomodoro, nos Jardins do Vaticano – Foto: Nathalia Molina
Os museus abrem de segunda a sábado (9h às 18h) e tem visitação gratuita no último domingo do mês (fuja, é cilada, Bino!). Seja como for, não é exagero recomendar um dia inteiro para ir aos Museus do Vaticano, distantes das demais atrações da capital da Itália.
Os museus ocupam os palácios onde viveram os antigos papas do Renascimento, entre eles, Sisto 4º, que mandou construir a Capela Sistina em 1473. Uma vez que havia muito dinheiro à disposição, os chefes da Igreja Católica desse período financiaram uma das mais grandiosas coleções de arte clássica e renascentista do mundo.
Ingresso para Museus do Vaticano e Capela Sistina
A Get Your Guide, empresa afiliada do Como Viaja, vende o ingresso sem fila para os Museus do Vaticano e a Capela Sistina. Além de incluir a entrada, ele dá direito a guia de áudio (opcional), descontos na loja dos museus, acesso aos jardins do Vaticano, entre outros benefícios. Essa é uma opção para que você visite o museu no ritmo próprio.
Uma vez que a quantidade de turistas é enorme, é preciso escolher o que se deseja ver e seguir o fluxo de mão única indicado pelo próprio museu. Já a Civitatis oferece uma visita guiada pelos Museus do Vaticano que inclui o ingresso. Feita em português, ela leva os visitantes à Capela Sistina e a espaços como a Galeria dos Candelabros (esculturas gregas e romanas) e a Galeria dos Tapetes.
Como são os Museus do Vaticano
Quando Nathalia e eu estivemos nos Museus do Vaticano, deixamos de lado toda a parte de arte antiga (peças greco-romanas,coleções egípcia e etrusca). Apostamos nas pinturas da Pinacoteca (460 trabalhos de mestres como Ticiano, Da Vinci e Caravaggio), nos afrescos e, claro, na magnitude da Capela Sistina. Tudo sem guia de áudio ou físico. Pelo contrário, acionamos o modo freestyle.
Essa era uma marca das nossas viagens à época. Ou seja, se gostássemos de algo, ficávamos vendo, entendendo e seguíamos em frente. Antes de mais nada, não nos arrependemos das escolhas. Nathalia adorou a Galeria dos Mapas, onde estão cerca de 40 afrescos que representam cartograficamente a Itália do século 16.
Itália Antiga retratada na Galeria dos Mapas – Foto: Nathalia Molina
Já eu fiquei fascinado pelas Salas de Rafael nos Museus do Vaticano, conjunto de quatro ambientes dos aposentos do papa Júlio 2º. A Escola de Atenas, obra-prima do pintor, tem como particularidade as figuras de Leonardo da Vinci, Michelangelo (quem pintou o teto da Capela Sistina) e o próprio Rafael retratados.
Michelangelo representa Heráclito (com a mão no rosto) – Foto: Nathalia Molina
Como é a Capela Sistina
Não importa a sua relação com a religiosidade. Ao entrar na Capela Sistina, você estará pisando em um espaço sagrado à fé católica. Ali é realizado, desde 1492, o Conclave, reunião de cardeais para a escolha de um novo papa. É lugar de silêncio e contemplação, que fechou nossa visita aos Museus do Vaticano. Não é permitido fotografar tampouco filmar. Aliás, o código de vestimenta do Vaticano veta o uso de roupas decotadas ou acima do joelho. Do mesmo modo, quem tiver tatuagem vai precisar encobri-las durante a visita.
Fatos relacionados às vidas de Moisés e de Cristo estão representados nos afrescos nas paredes laterais, de autoria Sandro Botticelli (Tentações de Cristo), e Cosimo Rosselli (A Última Ceia), entre outros.
Teto da Capela Sistina, no Vaticano, Itália – Foto: Canva
Já o teto da Capela Sistina é a obra mais famosa de Michelangelo Buonarroti. A Criação de Adão e A Expulsão do Homem estão ligados a temas do Velho e do Novo Testamento. Depois que concluiu o teto, o artista terminou a decoração da capela com a pintura O Juízo Final, sobre a remissão dos pecados diante de Deus e a condenação ao inferno. Não estranhe se um segurança quebrar o silêncio com o aviso “Senza foto!”, para coibir quem burla as regras do museu.
Cadê o Bento? Praça São Pedro lotada para a audiência com o Papa
Não se trata de um encontro particular com o sumo-pontífice (por anos eu sonhava usar esse termo dos livros de gramática!). Do mesmo modo, não é uma missa, mas um encontro de Sua Santidade com fiéis do mundo todo. Em suma, uma grande aula de catecismo a céu aberto.
No detalhe, o Papa Bento XVI ao lado de cardeais – Foto: Nathalia Molina
Absolutamente sem querer, Nathalia e eu assistimos a um trecho da homilia dirigida pelo então papa da época, Bento XVI. Deixamos os Museus do Vaticano e, posteriormente, seguimos para a Praça São Pedro. Fomos percebendo uma agitação da multidão. Só então nos demos conta do que se tratava. Depois de passarmos pelo rígido controle de segurança, nos sentamos nos últimos lugares vazios.
Prova material de que Nath e eu vimos o Papa, em Roma – Foto: @ComoViaja
Graças aos telões, Bento XVI ia além daquele distante ponto branco aos nossos olhos. Deu tempo, inclusive, de ouvir a saudação papal aos “amigos do Brasil” presentes naquela manhã. Não fosse por obra do acaso (ou intervenção divina?), nós quase personificaríamos o ditado “é como ir a Roma e não ver o Papa.”
Saber o que fazer em Gramado com chuva ou em dias de sol é, antes de tudo, entender que as atrações mais badaladas ficam em ambiente fechado. Porque essa característica da cidade na Serra Gaúcha é ideal também durante a temporada de frio – veja outras opções de destinos de inverno no Brasil. Assim como os restaurantes temáticos em Gramado, muitas atrações da cidade também exploram assuntos específicos: chocolate, carros esportivos, parque de neve e por aí vai.
Numerosas, as atividades preenchem facilmente uma lista com o que fazer em Gramado em 3 dias, por exemplo. Embora você possa ficar na cidade por mais tempo e, ainda assim, não gabaritar todas as atrações. Parte dos passeios sugeridos abaixo fica na Avenida das Hortênsias, cheia de opções para quem busca onde ficar em Gramado. Porque essa via é bem longa, começa ainda no Centro e vai até a vizinha Canela. Nela, há ainda várias lojas e restaurantes.
Vila da Mônica, parque para crianças e adultos – Foto: Divulgação
As experiências não podem ser consideradas baratas, mas, como muitas pertencem ao mesmo grupo, existem combos; caso do ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie). Isso pode dar uma aliviada no orçamento. Porém, ainda há pontos turísticos e passeios em Gramado gratuitos, redutos de um bucolismo esquecido em meio à Serra Gaúcha.
Parque Aldeia do Papai Noel
Aqui é Natal o ano todo. O parque temático tem Fábrica de Brinquedos (área decorada), Trenó Voador (passeio entre pinheiros em trilhos a 6 m de altura), a Casa do Papai Noel (construção de 1940, com cômodos enfeitados com motivos natalinos), Árvore dos Desejos (lugar onde visitantes podem deixar penduradas plaquinhas com pedidos). Garanta o ingresso da Aldeia do Papai Noel.
Acquamotion
Parque aquático em Gramado, o Acquamotion se espalha por 4 andares, com piscinas aquecidas a 36°C, incluindo as localizadas em sua área externa. Dentro, há toboáguas, ofurôs, ondas artificiais e playground infantil. Dividido pela temática das 4 estações do ano, o parque aquático é para ser curtido não só no inverno da Serra Gaúcha. Certamente, o que fazer em Gramado com chuva inclui esta atração; veja ingresso do Acquamotion.
Snowland
Parque com neve de verdade em Gramado, o Snowland dá a chance de realizar atividades de inverno em temperaturas entre -3°C e -5°C. O ingresso do Snowland inclui o aluguel de roupas e acessórios para encarar o frio, além das descidas em boias e da patinação no gelo. Aulas de esqui e snowboard são pagas à parte.
Snowland é para ver neve de verdade – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Museu de Cera
Primeiro de muitos museus de cera da América Latina, o Dreamland de Gramado apresenta 100 estátuas de personalidades mundiais. É para tirar onda (e foto) ao lado de Elvis Presley, Michael Jackson e até da Rainha Elizabeth. Confira o ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie).
Parque Olivas de Gramado
Com cerca de 12.000 oliveiras de 6 espécies, o lugar de turismo rural está localizado em meio à Mata Atlântica, a 14 km do Centro da cidade. É possível caminhar pelas trilhas e almoçar na tratoria (aberta do meio-dia às 16 horas). O ingresso do Olivas de Gramado dá acesso à área de piquenique (cestas são vendidas a partir das 13 horas), fazendinha e degustação de azeite. Tem um visual bonito pois fica sobre um cânion.
Vila da Mônica
A exemplo do Parque da Mônica (SP), a Vila da Mônica em Gramado tem atrações como o Laboratório do Franjinha, roda-gigante e o carrossel do Chico Bento, entre outras atividades ligadas aos personagens criados pelo cartunista Mauricio de Sousa. Por fim, o parque também bota a criançada para experimentar profissões reais, casos de bombeiro, veterinário e arquiteto. Garanta o ingresso da Vila da Mônica.
Vila da Mônica, aberta em 2022 na Serra Gaúcha – Foto: Nino Bellini
NBA Park Gramado
Inaugurado em 2022, o parque tem uma quadra ao estilo da NBA. Não apenas teste sua habilidade como arremessador, revise um lance polêmico como fazem os árbitros de um jogo de basquete. Tire foto em um vestiário ou veja lances de partidas com óculos de realidade virtual. Um museu traz peças autografadas por estrelas da liga. Espaço com restaurante, café e uma mega loja com produtos licenciados. Veja o ingresso do NBA Park Gramado.
Exceed Games
Neste parque de jogos eletrônicos, as experiência em simuladores incluem guiar esportivos como Ferrari, Porsche e Mercedes, pilotar um caça ou encarar uma montanha-russa virtual com movimento de força G. Além disso, dá para enfrentar zumbis em um jogo de VR considerado um dos mais irados do mundo.
Harley Dreams Motor Show
Vizinho ao museu de cera, este espaço de 700m² é dedicado à paixão pelas motocicletas. Entre modelos clássicos de várias marcas restaurados, há um bar ao estilo Vegas, com coquetéis, petiscos e pratos. Confira o ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie).
Garden Park Gramado
Com área equivalente a 14 campos de futebol, o Garden Park Gramado é composto por caminhos e trilhas, cercado por vegetação e árvores como carvalhos trazidos diretamente do Canadá pelo criador do espaço. Além disso, no parque, há chocolateria, choperia, lanchonete e delicatessen.
Garden Park, passeio ao ar livre em Gramado – Foto: Divulgação
Hollywood Dream Cars
Uma volta ao passado materializada em Cadillacs (são mais de 30, a maior coleção da América Latina), motos e outros veículos que se tornaram glamourosos nas telas de cinema. Tem até uma peculiar Romi-Isetta, primeiro carro totalmente fabricado no Brasil. Confira o ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie).
Rua Torta
Na Gramado do faz-de-conta, a Rua Emílio Sorgetz pode se conectar no imaginário com a Lombard Street, via de São Francisco famosa por sua sinuosidade. Assim, virou ponto de parada para fotos na Serra Gaúcha, tendo os canteiros de flores como pano de fundo.
Praça das Etnias
No Centro, a Praça das Etnias reverencia alemães, italianos e portugueses, povos formadores de Gramado. Há um museu dedicado a esses imigrantes, loja de produtos de agricultura familiar e de artesanato. Diariamente na praça, uma fila se forma por gente interessada por cucas e pães típicos assados na hora.
Mercado de artesanato na Praça das Etnias – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Para quem curte cinema (e quer saber sobre o Festival de Gramado), há um museu no 2º andar da construção que abriga o evento. Lá, o acervo relembra 45 anos da mais importante premiação do cinema brasileiro. Confira a cafeteria porque tem vista para a Avenida Borges de Medeiros.
Rua Coberta
Ligando a Avenida Borges de Medeiros à Rua Garibaldi, ela se estende por apenas 100 metros. No entanto, ao longo dela estão cafés, restaurantes e lojas. Durante o Festival de Cinema de Gramado, o tapete vermelho por onde passam atores e diretores é estendido por toda a Rua Coberta. Na época do Natal Luz Gramado, a rua ganha luzes e decoração especiais.
Super Carros
Para que simuladores quando é possível viver a experiência real? Nesta atração existe a possibilidade de ver de perto ícones do mundo motor (Ferrari, McLaren, Tesla…), tirar foto dentro de um deles, dar um rolê como carona ou, por uns bons reais a mais, até pilotar um desses carros entre Gramado e Canela. Confira o ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie).
Rolê de Ferrari: experiência da atração Super Carros – Foto: Divulgação
Lago Negro
Cercado por árvores, cujas mudas vieram diretamente da Floresta Negra, na Alemanha, o lago com 14 metros de profundidade oferece pedalinhos para percorrê-lo. Há infraestrutura para caminhar ao redor ou realizar piquenique no gramado.
Selfie Gramado
No mundo em que não basta estar, mas aparecer, a atração Selfie Gramado oferece cerca de 150 cenários coloridos para o público tirar fotos, postar e postar. Para liberar seu lado influencer sem medo do julgamento alheio. Confira o ingresso para 7 atrações da Dreamland (Museu de Cera, Super Carros, Harley Motor Show, Hollywood Dream Cars, Parque dos Dinossauros, Jardim do Amor e Museu da Selfie).
Le Jardin Parque de Lavanda
Para curtir jardins o ano inteiro e, sobretudo, lavanda de outubro a dezembro, meses de sua florada. Nas estufas é possível acompanhar a criação de mudas, que podem ser adquiridas, assim como os produtos feitos com óleos essenciais da lavanda e de outras plantas. Há ainda um bistrô no local.
Cristais de Gramado
Ateliê aberto ao público, que pode ver de perto a produção de cristais, da modelagem à lapidação. Pelas mãos dos artesãos, as peças ganham formas e cores únicas. Diária, a Voz do Cristal é uma apresentação em que as taças se convertem em instrumentos a partir das notas que emitem.
Mini Mundo
No centro de Gramado, este parque ao ar livre reúne miniaturas em escala de cartões-postais nacionais e internacionais. Há de igrejas barrocas de Ouro Preto ao aeroporto de Bariloche, e ainda muitas construções da Alemanha, como o Centro Histórico de Frankfurt, a prefeitura de Munique e o Castelo de Neuschwanstein. Além disso, pontes, estradas, ferrovias e portos completam a cidade de 3.268 habitantes, segundo o próprio Censo.
Tradicional Mini Mundo – Foto: Leonid Streliaev
Mundo do Chocolate
A Torre Eiffel de 4,22 metros de altura é a peça principal de um total de 200 esculpidas em chocolate. Com 7 salas, este parque temático apresenta pontos turísticos de países como Suíça, Egito e Estados Unidos. Por fim, a experiência pode ir só da visita ou incluir diferentes tipos de degustação.
Reino do Chocolate
Da descoberta do cacau pelos povos da América Central até a transformação dele em chocolate, a atração temática mostra tudo. Acima de tudo, pode ser interessante para crianças pequenas.
Parque do Topete
Espaço kids do hotel Master Gramado, o Parque do Topete também recebe não-hóspedes, que podem usufruir de um passaporte individual. Com 484m² de área, o espaço indoor tem brincadeiras para crianças de todas as idades e equipe de recreação em tempo integral.
Parque do Topete, novidade temática em Gramado – Foto: Divulgação
Fantastic House
Saber, sonhar, amar. A arte como forma de ressaltar a beleza da vida. Guiada por personagens, a viagem pelos ambientes da Fantastic House usa de música, tecnologia e interatividade para cativar adultos e crianças, principalmente.
Geo Museu
O colorido das pedras, gemas e minerais é um chamariz para visitar o Geo Museu, que guarda exemplares raros e de origem vulcânica. O salão das origens, por exemplo, reconstitui a história geológica e evolução da vida na Terra.
Museu do Perfume
Criada em Gramado, a marca de perfumes Fragram abriu suas portas à visitação gratuita em 1995, dois anos após sua criação. O museu traça um panorama histórico das fragrâncias, já que mantém em exposição 700 exemplares de marcas famosa e ainda oferece ao público uma experiência olfativa.
Parece inacreditável que descer vielas, subir em bondes ou visitar mirantes faça parte da lista do que fazer em Lisboa em 3 dias ou mais. Mas o visitante logo saberá ser essa a maneira mais fácil de mapear a cidade surgida entre as 7 colinas que ladeiam o Rio Tejo. O que ver em Lisboa pode estar presente nas paredes das casas, nos pórticos das igrejas, no emaranhado de becos da Alfama ou da Mouraria, no alinhamento perfeito das ruas da Baixa. Em todo canto da capital de Portugal, a história está escrita em pedra, em ferro. Em ruínas, até. Ela encabeça a relação das principais cidades de Portugal para turismo.
Lisboa é um convite ao livre caminhar, ao flanar sem pressa nem amarras de compromissos. Dependendo então de onde ficar em Lisboa, você vai esbarrar nas principais atrações da cidade, quase sem querer. Tudo muito ao sabor de uma viagem de contemplação, em que cada rua estreita mais lembra um vilarejo do que uma cidade cosmopolita.
Castelo de São Jorge com casas da Alfama abaixo – Foto: Turismo de Lisboa
Um conjunto básico de atrações integra a 1ª vez de todo viajante na capital portuguesa. Separamos as dicas em roteiros do que fazer em Lisboa em 3, 5 e até 7 dias. Assim, aos debutantes, espaços como o Castelo de São Jorge, o circuito do Belém e mirantes como o de São Pedro de Alcântara figuram entre as visitas obrigatórias. A Easy Travel Shop, empresa brasileira parceira do Como Viaja, vende transfers, ingressos de atrações e tours em Lisboa, divididos em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito, em reais.
Roteiro em Lisboa de 3 dias: passeio no Centro – Foto: Turismo de Portugal
Pontos turísticos de Lisboa
Listamos abaixo as principais atrações para você conhecer na cidade no caso de estar apenas de passagem, durante 1 dia. É pouco, então você vai ficar com vontade de voltar. Como ficam relativamente próximos, os pontos turísticos de Lisboa mais relevantes podem ser vistos em caminhadas ou curtas distâncias vencidas com ajuda do transporte público, especialmente os tradicionais elétricos (como são chamados os bondinhos lá).
Caso queira agilizar a visita, há um citytour de 4h que passa por muitos dos pontos turísticos de Lisboa citados abaixo. É importante saber que o Lisboa Card inclui a entrada gratuita da Torre de Belém, do Arco da Rua Augusta e do Mosteiro dos Jerônimos. Além disso, dá direito ao uso do transporte público, o que garante uma boa economia. Para um roteiro em Lisboa de 3 dias, existe o cartão de descontos da cidade com uma duração maior.
Torre de Belém
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Torre de Belém foi erguida com o objetivo de proteger Lisboa. Isso porque no século 16 a cidade se tornou o centro de comércio mundial por conta dos descobrimentos. Dos detalhes externos chamam atenção o brasão de armas de Portugal e as inscrições das cruzes da Ordem de Cristo.
No roteiro em Lisboa de 3 dias: Torre de Belém – Foto: Turismo de Lisboa
Mosteiro dos Jerônimos
Ao ouvir a expressão estilo manuelino (o gótico português), saiba que tem a ver com d. Manuel I, o rei que mandou construir no século 16 este mosteiro na região do Belém. Foi, então, cedido aos monges da ordem dos Jerônimos. Nele estão as sepulturas de dois heróis nacionais: Vasco da Gama, navegador que contornou o Cabo da Boa Esperança, em 1497; e Luís de Camões, um dos maiores poetas da língua portuguesa.
Jerônimos: joia da arquitetura manuelina – Foto: Turismo de Lisboa
Castelo de São Jorge
Erguido no século VII em local estratégico, no ponto mais alto da cidade, o castelo foi ocupado pelos portugueses após a expulsão dos mouros, sob o comando de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Tem-se uma das melhores vistas da cidade do alto das muralhas. É um dos lugares mais bonitos do alto da cidade. Por isso, considere ir até lá mesmo numa viagem menor do que um roteiro de 3 dias em Lisboa.
Alfama
Vielas tortas e estreitas conduzem o visitante a uma viagem ao tempo em que ali habitavam os mouros, árabes do norte da África. Sinais dessa presença ainda são encontrados principalmente nas fachadas das casas. Tascas e tabernas do bairro estão entre os lugares mais genuínos para assistir a um show de fado em Lisboa.
O que fazer em Lisboa em 3 dias: Alfama é a sugestão – Foto: Nathalia Molina
Praça do Comércio
Com o Tejo espraiado diante de si, o Terreiro do Paço (nome pelo qual é chamado pelos lisboetas) é ladeado por restaurantes com mesas ao ar livre. Pois, saiba, no fim dessa que é uma das maiores praças da Europa, bem à esquerda de quem olha o rio, fica o Centro Interpretativo da História do Bacalhau (ver ingresso aqui). Lá, então, dá para descobrir como o pescado tornou-se símbolo de Portugal. O Terreiro do Paço também consta do itinerário do tour panorâmico por Lisboa.
Praça do Comércio diante do Tejo – Foto: Turismo de Portugal
Arco da Rua Augusta
Centro comercial mais agitado durante a semana, a Rua Augusta faz parte da região de Lisboa reconstruída depois do terremoto de 1755 e simbolizada pelo Arco da Rua Augusta. Além disso, desde 2013, é possível subir no monumento (grátis com o Lisboa Card) e admirar o Terreiro do Paço e demais vias da chamada Baixa Pombalina.
O que fazer em Lisboa em 2 dias
Se esse for seu tempo máximo na capital de Portugal, os 6 pontos turísticos listados acima podem compor a agenda. Nossa sugestão: pela manhã, visite as atrações do Belém – e faça uma parada na Pastéis de Belém, famosa por produzir o mais icônico dos doces portugueses típicos. Siga para o Castelo de São Jorge, pois o pôr do sol de lá é lindo.
Depois, desça calmamente as vielas da Alfama e, quem sabe, conheça um pouco mais da tradição do fado em Lisboa, seja em uma casa de show ou em uma visita ao museu que celebra o ritmo musical marcadamente português. Assim, no dia seguinte, percorra sem pressa a dobradinha Chiado/Bairro Alto, perfeita se você procura onde comer em Lisboa e que concentra ainda lojas e parte expressiva da vida noturna na capital de Portugal.
Elevador da Santa Justa
Na cidade de colinas íngremes, o Elevador da Santa Justa conecta a Rua do Ouro (Baixa) com o Largo do Carmo (no Chiado, bairro renascido das cinzas depois de arder em chamas em 1988). Acima funciona um mirante. O charme do passeio, no entanto, está no ascensor com cabines de madeira e detalhes em latão.
Ruínas do Convento do Carmo
A estrutura neogótica criada na última década do século 14 foi severamente abalada pelo terremoto de 1755. Sua reconstrução foi interrompida com a extinção das ordens religiosas em Portugal (1834), deixando com que as ruínas virassem um monumento a céu aberto. Há na sacristia um museu arqueológico, que guarda coleção de epigrafia romana, múmias pré-colombianas, entre outras peças recolhidas desde que foi inaugurado, em 1864.
Rua Garrett
No passado, os intelectuais de Lisboa flanavam por esta rua do bairro do Chiado. Nela fica a Livraria Bertrand, reconhecida pelo Guinness Book como a mais antiga do mundo (1732). No interior da loja, há um café, com a porta bem na esquina com a Rua Anchieta (aos sábados, essa viela recebe uma feira de livros usados). Destinos de compras, a Rua Garrett abriga o tradicional centro comercial Armazéns do Chiado.
Café A Brasileira
Em atividade na Rua Garrett desde 1905, o café em estilo art déco foi criado por um imigrante português que casou com a filha de um grande cafeicultor de Minas Gerais. Ficou famoso, no entanto, porque suas mesas testemunharam discussões literárias, filosóficas e os anseios pela substituição da monarquia pela república, ocorrida em 1910. Você pode não entrar para provar um pica-pau ou um filé ao molho de café, porém tire ao menos a clássica foto com a estátua do poeta Fernando Pessoa, do lado de fora. Para quem for muito fã, há um tour que segue os passos do escritor português por Lisboa.
Miradouro de São Pedro de Alcântara
Para chegar a este mirante do Bairro Alto uma opção é tomar o Elevador da Glória, na Praça dos Restauradores. Trata-se de um dos terraços mais lindos da cidade, com o Castelo de São Jorge na linha dos olhos e a Baixa e a Avenida da Liberdade aos pés. Além do belo jardim, tem sombreado para escapar do sol forte e quiosque para matar a sede.
Miradouro de São Pedro de Alcântara em noite de verão – Foto: Nathalia Molina
Praça Luís de Camões
A estátua do escritor é um bom ponto de encontro e de partida para curtir bares e restaurantes esparramados pelo Bairro Alto. A Rua do Norte e as paralelas Diário de Notícias, da Barroca e da Atalaia são cheias de opções para a diversão noturna.
Praça Luís de Camões, no Chiado – Foto: Turismo de Lisboa
Museu do Fado
Aberta em 1998, a instituição conta os cerca de 200 anos de história do fado em Lisboa e em todo o país. Em exposição estão instrumentos musicais, fotografias, figurinos e outros objetos. O museu possui ainda uma biblioteca e um arquivo sonoro com gravações do gênero de todas as épocas.
O que fazer em Lisboa em 3 dias
Muita gente reserva um período com essa duração para conhecer Lisboa. É tempo suficiente, então, para dedicar 1 dia inteiro à região do Belém, que tem outras atrações além da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerônimos. Uns 3 dias na cidade também é possível percorrer o bairro da Mouraria, vizinho ao Castelo de São Jorge. E conhecer a Sé de Lisboa.
Padrão dos Descobrimentos
Em alusão a uma caravela, o monumento diante do Rio Tejo, no bairro do Belém, homenageia os personagens que mudaram a história de Portugal quando o país lançou-se ao mar, a partir da metade do século 15, no chamado período das Grandes Navegações. Então Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil em 1500, está entre as figuras esculpidas em pedra. Tem centro de visitação e terraço de onde se vê uma rosa dos ventos feita em mármore no chão da praça.
Figuras representadas no Padrão dos Descobrimentos – Foto: Nathalia Molina
Centro Cultural de Belém
Basta sair do Mosteiro dos Jerônimos e cruzar a Praça do Império para chegar ao Centro Cultural de Belém, onde são realizadas exposições temporárias ligadas a temas que extrapolam as artes plásticas. Além disso, ao longo de 2023, a novidade é a abertura por etapas do Museu de Arte Contemporânea, cujo acervo incorpora obras do antigo Museu Berardo.
Mouraria
Bairro popular que completa a chamada zona histórica e medieval da cidade. Há na Mouraria uma mescla de múltiplas culturas de Lisboa, principalmente asiáticos hoje em dia. Algumas fachadas remontam ao período em que os árabes foram predominantes por ali. No futuro, o bairro vai ganhar um funicular, para ligar a Rua dos Lagares ao miradouro em frente à Igreja da Graça.
Miradouro da Graça
O mirante perdeu parte de sua vista devido a obras de construção do funicular que vai ligar o bairro da Mouraria à Graça. Atualmente, um pequeno pedaço do terraço ainda permite visão panorâmica de Lisboa. Fato curioso foi a descoberta ali de um sítio arqueológico medieval cuja função era de defesa da cidade.
Miradouro Senhora do Monte
Fica a poucos passos do Miradouro da Graça. Ele tem um painel de azulejos que ajuda a identificar outros pontos de Lisboa. O pôr do sol visto lá de cima é um dos mais lindos da capital portuguesa.
Sé de Lisboa
Foi erguida após a tomada de Lisboa do domínio mouro. Sua construção, então, teve início em 1147, sendo a igreja mais antiga da capital portuguesa. Um fato interesssante: Santo Antônio é o padroeiro da cidade; quando ainda era chamado de Fernando, ele foi batizado, iniciou seus estudos e fez parte do coro nesta catedral. Na parede de uma escadaria, há um sinal da cruz que, acredita-se, tenha sido desenhado por ele enquanto era criança, como forma de resistir a uma tentação exercida pelo demônio.
O que fazer em Lisboa em 5 dias
Com um bom planejamento é possível aproveitar as principais atrações listadas antes e acima (no roteiro de 3 dias em Lisboa), fazendo uma troca ou outra pelo que vem abaixo (incluir o Museu do Azulejo, por exemplo). A novidade do roteiro de 5 dias em Lisboa é poder visitar atrações do Parque das Nações, região revitalizada para a Expo 1998. É nessa área que fica o lindo Oceanário.
Museu Nacional do Azulejo
Arte surgida por influência árabe na Idade Média, o azulejo decorativo tornou-se símbolo de Portugal. O museu dedicado a essa expressão cultural funciona no antigo convento de Madre de Deus. Nath adorou e diz que vale muito a pena para quem gosta do assunto porque a coleção apresenta painéis que ajudam a entender sua história e a importância na concepção da arquitetura do país.
Azulejo: arte medieval presente até hoje em Portugal – Foto: Nathalia Molina
Miradouro de Santa Catarina
Para um fim de tarde de primavera ou verão, este miradouro contempla a foz do Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril. Mesas cercam o quiosque que serve imperial (como é chamado o chope em Lisboa). Além disso, a escultura em granito de Adamastor remete à figura mítica e amedrontadora descrita por Camões em Os Lusíadas.
Rua Cor de Rosa
Esqueça o nome Nova do Carvalho, pois o asfalto tingido rebatizou essa rua que passou a rivalizar com as do Bairro Alto no quesito diversão noturna. Ela liderou a transformação do Cais do Sodré ao lado do Time Out Market.
Bares da Rua Cor de Rosa ao entardecer – Foto: Nathalia Molina
Time Out Market
Em 2014, a revista Time Out ajudou a repensar como o Mercado da Ribeira poderia ganhar novos ares em uma região tão degradada da cidade. Ok, você quer saber o que fazer e não onde comer em Lisboa. Tudo bem, vá dar uma espiadinha lá dentro. Duvido você ir embora sem comer nada dos 26 restaurantes, 8 bares e outros tantos espaços comerciais. Seja num roteiro em Lisboa de 3 dias, menor ou maior que isso, não importa: um dos programas mais gostosos (literalmente) é comer.
Mercado da Ribeira: para comer ou dar uma passada – Foto: Nathalia Molina
Elevador da Bica
Subir e descer ruas em Lisboa é atração, sim. Onde mais as vias são quase rampas de lançamento de tão íngremes? Pois a subida que começa na Rua de São Paulo termina no Largo Calhariz é vencida com mais facilidade a bordo do Elevador da Bica, considerado Monumento Nacional desde 2002.
Palácio da Ajuda
De estilo neoclássico, o Palácio da Ajuda abrigou a família real até o fim da monarquia em Portugal (1910). Desde então, os ambientes e a decoração estão preservados, com destaque para móveis, objetos de vidro e de cerâmica, além das coleções de pintura, gravura e fotografia. Estenda sua visita ao Jardim Botânico. De estilo italiano, abriga 1.600 plantas, entre elas, um dragoeiro, árvore de 400 anos nativa da Ilha da Madeira. O palácio abriga também o Museu do Tesouro Real (reserve seu ingresso).
Pátio do Palácio Nacional da Ajuda – Foto: Turismo de Lisboa
LX Factory
Velhas fábricas do bairro da Alcântara foram ocupadas e ressignificadas pela economia criativa. O resultado foi o surgimento de um polo alternativo para comer, beber, consumir e compartilhar a cidade fora do eixo mais turístico. A LX Factory pode estar com os dias contados, afinal é grande a especulação imobiliária em Lisboa. Então, conheça antes que seja tarde.
Oceanário de Lisboa
A Exposição Mundial de 1998 mudou a cara do Parque das Nações, localizado bem à esquerda em relação à Praça do Comércio. Por ano, o Oceanário de Lisboa recebe cerca de 1 milhão de visitantes, que se deslumbram com o impressionante aquário central. São cerca de 8 mil criaturas, entre espécies aquáticas e terrestres (ingresso neste link). Se você gosta muito de visitar aquários – ou se você viaja com crianças –, ainda que vá fazer um roteiro em Lisboa de 3 dias, pode ser interessante considerar trocar alguma atração do alto deste texto pelo Oceanário.
Oceanário: opção até num roteiro de 3 dias em Lisboa – Foto: Pedro Pina/Divulgação
Teleférico
Correr as águas do Tejo por cima é o que encanta no passeio do teleférico (telecabine) de Lisboa (compre a entrada aqui). O percurso de 1.230 metros é feito dentro de uma das 40 cabines, com capacidade para 8 passageiros cada. Dura entre 8 e 12 minutos o passeio, a cerca de 30 metros da altura.
Teleférico e Oceanário (direita) no Parque das Nações – Foto: Turismo de Lisboa
Pavilhão do Conhecimento
Ciência e tecnologia estão no centro das exposições do Pavilhão do Conhecimento, que traz ainda exposições temáticas das áreas de Física, Matemática, Química, Biologia e Ciências Sociais. Imersivas e interativas, as atividades estão voltadas às crianças, sobretudo.
A relação de Portugal com o mar e seus feitos são revividos neste espaço, com cerca de 23 mil peças. Lá encontra-se o hidroavião usado por Sacadura Cabral e Gago Coutinho na 1ª travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922. A dupla viajou ao Brasil para as comemorações do centenário da independência, criando assim as bases dos futuros voos ligando os continentes europeu e sul-americano.
Museu dos Coches
No prédio construído pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, estão expostos veículos de gala dos séculos 16 ao 19, pertencentes à Casa Real Portuguesa. Além disso, há objetos utilizados nos serviços de transportes do nobres, como lampiões, trompas de caça e roupas de arqueiro da guarda real.
Quake
Em 1755, um terremoto de 9 graus na escala Richter sacudiu Lisboa por 10 minutos. Mas deixou marcas na cidade e na memória dos habitantes para sempre. E virou atração turística. O Quake é uma atividade imersiva, que une tecnologia e informação para tratar dessa que é a maior tragédia da história da capital de Portugal (reserve seu ingresso neste link).
Museu Calouste Gulbenkian
Com quase 6 mil peças, a coleção pertencia ao empresário armênio que viveu em Lisboa até a sua morte, em 1955. Assim, do acervo fazem parte obras de arte egípcia, greco-romana, a maior coleção de arte portuguesa do século 20 e pinturas de mestres como Rubens, Renoir e Monet. O prédio da fundação, além disso, inclui biblioteca, espaço para apresentações de coro e orquestra, além do belo jardim com cafeteria.
Ritmo tipicamente português, o fado em Lisboa surgiu no início do século 19, dentro de tabernas boêmias. Passou a ser ouvido também pela aristocracia local na metade dos anos 1800, tornando-se a partir daí um símbolo nacional e sendo adicionado à lista de patrimônio cultural da Unesco em 2011. Uma das principais cidades de Portugal para turismo, Lisboa é reconhecida como a capital do fado, com casas de show e um museu dedicado ao gênero musical.
Se esta for sua primeira vez na cidade, saiba que há um tour noturno pela capital portuguesa com jantar e espetáculo de fado. Em português, a atividade percorre alguns pontos turísticos, desfruta da culinária local e encerra a noite ao som de clássicos da canção lusitana. Para opções de hotéis, veja nossa lista com sugestões de onde ficar em Lisboa, com boa localização e custo-benefício.
Taberna anuncia show de fado à noite – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Museu do fado, no bairro da Alfama
De passado conectado ao domínio muçulmano, a Alfama é um dos lugares para ver espetáculos de fado juntamente com a Mouraria, onde o estilo foi entoado pela primeira vez por Maria Severa, cantora de sangue cigano que levou o ritmo das tabernas para as ruas do bairro medieval. Na mesma Mouraria, em 2013, foi inaugurada a Casa da Severa, um polo de divulgação e exaltação do fado instalado no lugar considerado a residência dessa pioneira do estilo musical.
Músicos fadistas durante apresentação – Foto: Turismo de Lisboa
Esse espaço cultural surgiu com o apoio do Museu do Fado (€5), que desde 1998 conta os cerca de 200 anos de história do gênero. Em exposição estão instrumentos musicais, fotografias, figurinos e outros objetos. Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h, o museu possui ainda uma biblioteca e um arquivo sonoro com gravações de fado de todas as épocas. Fica no Largo do Chafariz de Dentro, 1. A estação de metrô Santa Apolônia está a cerca de 500 metros.
Outro modo de reviver as origens do fado é fazer o tour do fado por Lisboa que inclui espetáculo com um aperitivo. O trajeto contempla uma visita aos bairros da Alfama e da Mouraria, na companhia de um guia fadista em português, enquanto petiscos tradicionais e vinho são saboreados.
Tour a pé com visita à Casa Amália Rodrigues
Expressão da cultura portuguesa, o fado ganhou dimensão internacional com Amália Rodrigues. Na voz da artista, canções como Foi Deus viraram grandes sucessos. “Não sei, não sabe ninguém. Porque canto o fado neste tom magoado de dor e de pranto.” A letra de Alberto Janes resume o espírito melancólico e triste que predomina no gênero musical, com raras aberturas à sátira e à alegria. Em geral, a saudade e o fatalismo são embalados pelas cordas da guitarra portuguesa e violas do fado.
A pedido da cantora, a residência onde viveu por 44 anos converteu-se na Casa Amália Rodrigues. O museu compartilha com os visitantes a intimidade da grande estrela da música portuguesa; a visita (€7) precisa ser agendada. A casa é o ponto final de um tour sobre a Amália Rodrigues, com guia em português, pelas ruas de Lisboa. Com duração de 3h30, o passeio pode incluir a visita ao interior da residência da artista, localizada no encontro entre os bairros Campo de Ourique e Estrela.
Amália: o rosto do fado – Foto: Fernando Victorino @ComoViaja
Restaurantes e casas de show de fado em Lisboa
As casas de show de fado em Lisboa já viram surgir talentos como Mariza, Carminho, Camané e António Zambujo, entre outros. Abaixo você encontra uma lista de lugares, incluindo tabernas e restaurantes da Alfama, da Mouraria e até do Bairro Alto, tradicional reduto da noite lisboeta que vai além do ritmo português. Existe a possibilidade de você assistir apenas a uma apresentação ou combiná-la com um jantar típico.
Mesa de Frades
Para uma experiência mais imersiva, uma visita ao Museu do Fado pode ser seguida de um jantar com espetáculo do ritmo no Mesa de Frades. A apenas 3 minutos de caminhada a partir do centro cultural, o restaurante ocupa o que já foi uma antiga capela, cujas paredes são revestidas com azulejos do século 18. O jantar inclui entrada, prato principal, sobremesa e bebidas. No cardápio, estão receitas que fazem parte das comidas típicas de Portugal. Fadistas novos e vozes consagradas se alternam em apresentações, em uma atividade com 6 horas de duração no total.
Quem prefere ver apenas os músicos em ação pode assistir ao espetáculo no bairro do Chiado. Com 50 minutos, o show é realizado no Fado in Chiado, sala de concertos criada há 11 anos para apresentar o ritmo musical que exprime Portugal.
A Baiúca, na Alfama – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
Casa de Linhares
Neste palacete do século 18, há a opção de ver apenas o show ou também comer, de entradinhas a menu completo.
A Baiúca
O canto na tradicional taberna da Alfama corre por entre as mesas do diminuto salão iluminado por velas, como convém sempre que um fadista está em ação.
Parreirinha da Alfama
A Parreirinha nasceu das mãos da fadista Argentina Santos. Vozes de diferentes gerações se revezam nos shows, acompanhados de jantar.
Clube do Fado
É um mergulho no passado a visita ao Clube do Fado, sob as bênçãos da Sé de Lisboa. O show é cortesia da casa, para quem janta por lá.
Maria da Mouraria
No cantar de Hélder Moutinho há notas herdadas pelo fado da musicalidade moura, que empresta nome ao bairro. E o bairro repassa à casa.
Adega Machado
Ícones, Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro têm estreita ligação com a Adega Machado, inaugurada em 1937. Tem jantar combinado com show.
Café Luso, no Bairro Alto – Foto Nathalia Molina @ComoViaja
Café Luso
O Café Luso soma 92 anos unindo fado a clássicos da cozinha portuguesa na Travessa da Queimada. Para jantar ou petiscar no intervalo das apresentações.
A Severa
Intitulada a casa de fados mais antiga de Lisboa (1955), A Severa faz jus ao nome e exige consumação mínima para quem quer ver o espetáculo.
Tasca do Chico
Vozes contemporâneas, Mariza e Cuca Roseta ainda dão as caras na Tasca do Chico, salão do Bairro Alto para petiscar e escutar do fado tradicional ao vadio (cantado por amadores).
O Faia
Aberto em 1947 (e com fado todas as noites do Bairro Alto), O Faia promove shows com jantar, de menu fechado, com entrada, prato principal e sobremesa.
Cartões-postais como o Cristo e as praias fazem do Rio de Janeiro um dos destinos de viagem mais instagramáveis do planeta. Desde o fim de 2019, a cidade ganhou um novo ponto turístico para quem ama compartilhar selfies em cenários nada convencionais. Só que em ambiente fechado. O Museu de Ilusões do Rio de Janeiro (Museum of Illusions) abriu suas portas ao lado do concorrido bondinho do Pão do Açúcar, no bairro da Urca. Los Angeles, São Francisco e Miami são outras cidades onde já existe o museu.
A atração é composta por pinturas em 3D que geram ilusão de ótica em quem está diante dela. Não é de hoje que desenhos em perspectiva fazem sucesso na internet. Você já deve ter visto a clássica cena do abismo aberto no meio da rua, dando a sensação de queda livre em quem se aproxima dele.
Como é o Museu de Ilusões, no Rio
Decorados, os degraus que separam a recepção da entrada do museu remetem o visitante à Escadaria Selarón, conhecida atração carioca que une os bairros de Santa Teresa e da Lapa. É o primeiro sinal de que nem tudo é o que parece ser.
A partir daí não se iluda porque o museu é pequeno. Ao todo, são 5 salas com cerca de 40 cantos e paredes grafitadas. No chão, há indicações para se obter o melhor ângulo. Use o formato quadrado da câmera do celular, próprio para o Instagram. Porta-retratos instalados na entrada de cada ambiente sugerem a melhor pose para criar o efeito proposto. No fundo, vale mesmo é a criatividade.
O que fazer no Museu de Ilusões
É museu para fotografar à vontade, com ou sem flash. Não há limite de tempo, mas o Museu de Ilusões estima entre 45 e 60 minutos de visita. No dia em que estivemos lá não havia praticamente ninguém, então tivemos toda a tranquilidade do mundo para fazer e refazer fotos.
Nós achamos a sala com os painéis dos tubarões, do Fusca vintage e da motocicleta a mais divertida de todas. Ela é a maior do museu, então conseguimos explorar outros ângulos além daqueles indicados no chão. Eu gravei um vídeo para o DiQuim, canal do nosso filho, Joaquim, no YouTube, que dá uma ideia geral do Museu de Ilusões. As impressões dele sobre essa a nova atração do Rio não são ilusão.
VALE SABER
Endereço: Avenida Pasteur, 520, ao lado da entrada do bondinho do Pão de Açúcar, no bairro da Urca
Transporte: Esse trecho da Urca é meio fora de mão, então não hesite em usar táxi ou aplicativo para chegar e sair do museu. A rotatividade é tão grande que, na volta, nós pegamos um Uber que tinha acabado de desembarcar uma turista que ia para o bondinho
Horário de funcionamento: Diariamente, das 9 às 21 horas (incluindo feriados)
Preço: R$ 66; crianças entre 6 e 12 anos, jovens entre 13 e 21 anos, pessoas acima dos 60 anos, portadores de necessidades especiais, estudantes, profissionais e professores da rede pública, jovens de 15 a 29 anos que pertençam a famílias de baixa renda, R$ 33
Compras: Durante o passeio, um funcionário do próprio museu tira fotos dos visitantes, que podem comprar as imagens na forma de imã, na saída da atração. O grande custa R$ 27 (R$ 22, se levar mais de 1) e o imã pequeno sai por R$ 20 (R$ 16, se levar mais de 1)
Site: rioillusions.com
Visita a convite do Museu de Ilusões. Texto escrito pela equipe do Como Viaja, com base na experiência, sem revisão ou interferência do museu
Arte do homem e da natureza. Cultura contemporânea e botânica, ao mesmo tempo. Assim, há muito o que fazer no Inhotim, instituto em Brumadinho, cidade de Minas Gerais. É uma mistura de jardim botânico com museu, com peças de artistas renomados como Cildo Meireles e Lygia Pape, expostas ao ar livre e dentro de galerias, próximas de espécies raras da flora, algumas até ameaçadas de extinção.
No Museu Inhotim, obra de Cildo Meireles, Desvio Para o Vermelho – Foto: Daniela Paoliello/Instituto Inhotim/Divulgação
A partir de setembro de 2024, um hotel em Inhotim vão complementar essa experiência. Primeiramente, o projeto prevê a inauguração de 46 quartos, localizados a 700 metros do museu. O resort de luxo terá piscina, restaurantes e infraestrutura de lazer para receber todos os públicos, sobretudo famílias com crianças. Sustentável, o projeto estará integrado à proposta de arte e design do Instituto Inhotim.
Para quem tem dúvida sobre onde fica o Inhotim, ele está em Brumadinho, a apenas 60 km de Belo Horizonte – veja opções de hotéis em Belo Horizonte e de hospedagem em Brumadinho. O passeio é um programa interessante para quem entende ou não de arte e botânica. Para ver tudo o que existe no parque, é necessário mais de 1 dia. Mas, com o mapa do instituto em mãos, você pode escolher entre os destaques botânicos do Inhotim e suas 23 galerias de artes para otimizar sua visita.
Inaugurada em 2006, a atração de Minas Gerais conquistou muitos visitantes no Brasil e no exterior: alcançou os 3 milhões em agosto de 2018. A entrada é limitada a 5.000 pessoas por dia. Embora fique no município de Brumadinho, o instituto não foi atingido pelo rompimento da barragem, desastre ocorrido em janeiro de 2019.
Como é o parque-museu perto de Belo Horizonte
O Inhotim está localizado entre 2 biomas, Mata Atlântica e Cerrado, e tem 4.500 espécies de todos os continentes. Da área de 140 hectares aberta aos visitantes no Inhotim, 42 são de jardins. Em relação ao trabalhos artísticos, o Inhotim mantém 23 galerias com obras contemporâneas, sendo 4 (Lago, Fonte, Praça e Mata) dedicadas a mostras temporárias. O mapa do Inhotim divide o lugar em 3 eixos: amarelo, laranja e rosa.
Espécies botânicas no Inhotim, em Brumadinho – Foto: John Brandão/Secult-MG/Divulgação
O paisagismo, que começou a ser trabalhado no meio dos anos 1980, ganhou muitas espécies de palmeiras e árvores nativas brasileiras, além de outras exóticas vindas de várias regiões do mundo. No Jardim Botânico do Inhotim, se destacam a família das palmeiras (Arecaceae), com aproximadamente 1.000 espécies e variedades, e a dos imbés, antúrios e copos-de-leite (Araceae), com cerca de 400 espécies e formas.
Pelo Jardim Botânico do Inhotim ou nos espaços das galerias, encontram-se expostas em torno de 700 obras de cerca de 60 artistas, de 38 nacionalidades. São pinturas, esculturas, fotografias e vídeos, entre outras manifestações produzidas a partir dos anos 1960.
O que fazer no Inhotim, em Minas Gerais
Como as possibilidades são muitas e o espaço é enorme, vale estudar o mapa do Inhotim antes de ir até lá, observando os 3 eixos coloridos. Assim, você já se familiariza com o lugar e decide o que pode ter mais a ver com seus interesses. Para ver todas as atrações, é recomendada uma visita de 2 dias ao menos, então é bom se organizar para não deixar de apreciar o que você considera essencial.
Obra de Adriana Varejão, Celacanto Provoca Maremoto – Foto: Eduardo Eckenfels/Instituto Inhotim/Divulgação
Entre as 19 galerias com exposição permanente, é possível ver obras de Lygia Pape, Tunga, Adriana Varejão, Marilá Dardot, Carroll Dunham e Cristina Iglesias (no eixo laranja); de Cildo Meireles e Rivane Neuenschwander (no amarelo); e de Doris Salcedo, Claudia Andujar e Matthew Barney (no rosa).
Não deixe de ver também as obras Gigante Dobrada (no amarelo), de Amílcar de Castro (amarelo), e Invenção da Cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe (no rosa), de Hélio Oiticica.
Paisagem de Minas Gerais no Inhotim – Foto: John Brandão/Secult-MG/Divulgação
Na parte botânica, os interessados em ver os jardins temáticos devem seguir os eixos laranja (onde está o desértico, por exemplo) e amarelo (com o Largo das Orquídeas). Pau-Brasil e jequitibá estão marcados no eixo laranja, enquanto tamboril e pata-de-elefante se localizam no amarelo. No rosa, se destacam bromélia-imperial e ipê-amarelo.
Quando e quanto são as visitas guiadas
Quem deseja ter uma visão geral do lugar pode se inscrever para a visita panorâmica, às 10 horas. Nela, até 25 visitantes conhecem a história, o espaço e os acervos de Inhotim. Depois de percorrer o parque-museu de um modo mais amplo, você pode definir o que deseja ver com calma sozinho.
Nos fins de semana e feriados, às 14 horas, é realizada uma visita temática, que propõe um tema relacionado ao acervo artístico ou botânico do Inhotim. As duas opções duram 1 hora e meia e partem da recepção.
Crianças se divertem no parque – Foto: William Gomes/Instituto Inhotim/Divulgação
VALE SABER
Endereço: Inhotim fica em Brumadinho (Minas Gerais) – veja opções de hotéis em Belo Horizonte e de hospedagem em Brumadinho. Quem optar pelo aluguel de carro pode acessar Inhotim no km 500 da BR-381 (sentido BH-SP) ou na altura da entrada para o Retiro do Chalé da BR-040 (sentido BH-RJ).
Como chegar: O transfer de ida e volta BH-Inhotim custa R$ 95 por pessoa, pela agência Belvitur. O transfer sai do Hotel Holiday Inn Savassi, na capital mineira, às 8 horas. O retorno ocorre às 17h30. O serviço é oferecido regularmente em fim de semana e feriado. Da Rodoviária de Belo Horizonte, a Viação Saritur tem ônibus para Inhotim: de terça a domingo, saída às 8h15 e volta às 17h30 (durante a semana, às 16h30).
Transporte interno: A recomendação é que se faça a visita a pé, mas o Inhotim dispõe de transporte interno com carrinhos elétricos (de terça a sexta, das 10 às 16 horas; fim de semana e feriado, até as 17 horas).
Horário de funcionamento: De quarta a sexta, das 9h30 às 16h30 – sábado, domingo e feriado, fecha às 17h30.
Preço: R$ 50 – estudantes identificados e maiores de 60 anos pagam meia; crianças até 5 anos, grátis. Em 2023, entrada gratuita na última quarta do mês (exceto em janeiro, que o ingresso livre será no dia 27) e no último domingo do mês (exceto em dezembro, que será no dia 17, por causa dos feriados de Natal e Ano Novo)..
Alimentação: Importante: não é permitido fazer piquenique no parque tampouco alimentar os animais. Há cafés, bares e restaurantes espalhados pelo Inhotim, que servem de pizza e sanduíches a refeições em estilo buffet ou à la carte. Verifique os horários de funcionamento no site do instituto porque mudam conforme a época do ano.
Para uma refeição com vista do lago em buffet a quilo, vá ao Restaurante Oiticica, perto da obra Penetrável Magic Square # 5, De Luxe (1977). Próximo aos jardins e ao acervo de arte contemporânea, o Tamboril oferece um buffet a preço fixo. Extensão do restaurante, o Bar do Ganso exibe peças de designers brasileiros, com ambientação das décadas de 1950 e 1970.
Na recepção do Inhotim, o Café das Flores é conhecido pelo pão de queijo, puro ou com pernil. O Café do Teatro, no Centro de Educação e Cultura Burle Marx, serve salgados e doces.
Compras: Livros, brinquedos, plantas e objetos de decoração estão entre os itens à venda na loja da entrada.
Dicas: É permitido fotografar e filmar no Inhotim para guardar de lembrança da viagem, desde que sem uso de drones e, dentro das galerias, sem flash ou qualquer tipo de tripé ou suporte. A administração não deixa entrar no parque com bicicletas, patinetes, brinquedos, animais ou instrumentos musicais.
Não é preciso amar o idioma e a gramática para gostar dessa atração cultural de São Paulo. Barato, o ingresso do Museu da Língua Portuguesa tem um preço que vale a visita. Porque não é um lugar para conhecer regras e exceções, não. Interativo e audiovisual, o museu apresenta o idioma como um elemento vivo e em permanente transformação. Nath e eu costumamos sugerir o museu quando alguém nos pergunta o que fazer em São Paulo, assim como indicamos ficar nos hotéis da Avenida Paulista, ainda mais se for a primeira vez da pessoa na cidade.
Quem compra o ingresso do Museu da Língua Portuguesa pela internet tem a chance de adquirir a entrada para o Museu do FuteboL (SP) pela metade do preço. Outra pedida é fazer a visita à instituição combinada com a Pinacoteca, sua vizinha de frente e dona de um belo acervo de quadros e esculturas. A Easy Travel Shop oferece um tour com Museu da Língua Portuguesa e Pinacoteca.
Aliás, a região está no entorno da cracolândia, razão pela qual muita gente desiste de ir ao museu, o que é uma pena. Veja no serviço deste post (abaixo em Vale Saber) a maneira prática e mais segura de chegar e sair de lá.
A linda fachada do Museu da Língua (SP), na Estação da Luz
Como é o Museu da Língua Portuguesa
Aberto pela primeira vez em 2006, o museu foi instalado no edifício da Estação da Luz. Nos primeiros 10 anos, ele recebeu quase 4 milhões de visitantes. Nath e eu estivemos lá nesse período e nos encantamos pela maneira lúdica utilizada para mostrar a construção da língua portuguesa a partir dos povos formadores do Brasil: indígenas, colonizadores e imigrantes.
No fim de 2015, um incêndio interrompeu um ciclo que acumulava 30 mostras temporárias, retomadas depois de cinco anos de reconstrução. Voltei ao Museu da Língua Portuguesa em janeiro de 2023, para testemunhar que ele está ainda mais tecnológico, como convém aos dias atuais. E tive a chance de participar de uma visita mediada, disponível aos sábados (dia de entrada gratuita) e domingos.
Acervo do museu é fotogênico
O que fazer na instituição, na Estação da Luz
Se eu descrever o que fazer no Museu da Língua Portuguesa, estaria roubando de você a chance de descobrir o hipnótico acervo. Recomendo que você não faça uma visita apressada. Porque cada parede, cada mesa, todos os cantos reservam alguma surpresa para o público.
É um museu para ver, ouvir, sentir. E até tatear as sílabas, formar palavras e descobrir seus significados, como se faz no Beco das Palavras.
Painéis lembram o estilo do Museu do Futebol
A parceria com o Museu do FuteboL (SP) não é à toa. Além de ser equipamento cultural do estado de São Paulo, a concepção expositiva foi feita pelo mesmo grupo que trabalhou no museu do Estádio do Pacaembu. Tótens e mesmo alguns recursos audiovisuais são semelhantes. Qualidade que me faz recomendar fortemente a visita a ambos.
Reserve um tempo também para fazer fotos e vídeos. Explore ângulos das salas, palavras e frases, inteiras ou pela metade. Como eu disse, não há regras no Museu da Língua Portuguesa que norteiam a visitação. Sinta-se livre para explorar os detalhes, as sutilezas e até as críticas contundentes presentes no acervo.
O 1º andar é destinado às exposições temporárias, que com muita criatividade exploram temas específicos ou autores consagrados da língua portuguesa.
Espaço de exposição temporária no Museu da Língua Portuguesa
De 14 de julho a março de 2024, a mostra Essa Nossa Canção aborda a relação da língua portuguesa com todos os estilos musicais presentes no Brasil. A instalação Palavras Cantadas é uma das mais interessantes, porque combina trechos de 54 canções, cantadas à capela, criando uma única poesia.
Por fim, suba ao terraço para ver o clássico relógio da Estação da Luz. Na São Paulo de poucos prédios do início do século 20, era possível conferir as horas nele a partir de outros pontos da cidade.
Ingresso do Museu da Língua Portuguesa
O preço da entrada é R$ 20. Crianças de até 7 anos não pagam. Pagam meia (R$ 10) estudantes (com carteirinha, comprovante de matrícula ou boleto da escola), aposentados (com cartão do INSS ou holerite comprovando o benefício) e maiores de 60 anos. No sábado, o ingresso do Museu da Língua Portuguesa é grátis para todos; durante o mês de maio, também aos domingos.
Na compra online do ingresso do Museu da Língua Portuguesa, o sistema oferece a entrada do Museu do Futebol pela metade do preço. Isso só acontece quando o processe é feito nessa ordem, ou seja, o bilhete adquirido antes deve ser o da instituição na Estação da Luz. A visita a ambos tem de realizada em até 30 dias.
VALE SABER
Endereço: Praça da Luz, s/n°
Transporte: o metrô é o jeito mais prático e fácil de chegar, já que a stação da Luz faz parte das linhas 1 (azul) e 4 (amarela); o trem das linhas 7 (rubi) e 11 (coral) param na estação; para quem for de carro, o museu tem convênio com o estacionamento da Avenida Tiradentes, 248; carros de aplicativo também são uma alternativa
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h); segundas (fechado)
A porta de entrada do DDR Museum, museu sobre a Alemanha Oriental em Berlim (garanta o ingresso sem fila), funciona como uma máquina do tempo. A viagem nos conduz direto para os anos 1970. Nascidos nessa década, vivíamos rodeados por objetos semelhantes na infância.
Gravador com toca-fitas, escovas de cabelo e bobs de plástico, televisão com imagens desbotadas, ursinhos daquela pelúcia peluda (nada do macio plush). Nas cores, muito marrom — o máximo da ousadia em decoração era o uso de um certo laranja ou de tons pastéis. Estávamos novamente com 5 anos.
A ideia é justamente promover a imersão do visitante no estilo de vida cotidiano de um cidadão da Alemanha comunista. Um museu elaborado para que os objetos estejam sempre ao alcance das mãos. São portas para abrir, vídeos para ver e até um Trabant, o carro-símbolo da Alemanha Oriental, para dirigir virtualmente pelas ruas de Berlim Oriental.
Como é o DDR Museum
O museu ocupa cerca de 1.000 m² de área e foi elaborado com a ajuda de historiadores. Altamente interativo, contém explicações em alemão e inglês. Desde a entrada, o visitante é convidado a vasculhar o passado, literalmente. Em torno de 250.000 objetos originais da Alemanha Oriental fazem parte do acervo do DDR Museum, para recompor a história do país a partir do cotidiano de seus habitantes.
Nossa viagem ao passado começou assim que nos deparamos com a figura do Ampelmänn, o boneco do semáforo na Alemanha Oriental. São eles quem recebem os 500.000 visitantes ao ano na catraca do museu. Validado o ingresso, sinal verde para iniciar a visita.
O sucesso do DDR Museum está no fato de ser acessível a todas as idades. A dica é explorar cada seção ao máximo, por isso mesmo vamos dar uma destrinchada em alguns setores legais de serem vistos.
Fila de espera do Trabi, para dirigir o carro da Alemanha Oriental
De cara, aconselhamos dar uma chegadinha para o lado direito da entrada, onde fica o passeio virtual a bordo do Trabi, apelido do carrinho que existia na DDR. É melhor ir logo se não tiver fila. Exibidas em um monitor que fica no lugar do para brisa, as instruções para dirigir são tão simples quanto o veículo.
Para quer saber mais da história do carro, dêum pulo no Berlin Trabi Museum (garanta seu ingresso). E se você quiser ir além do rolê virtual, a cidade oferece o tour de Trabi Limousine e o Trabi Safari, passeio de 1h15 em que de fato o viajante dirige o veículo pela capital.
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O que fazer no museu da DDR
Desça um pequeno lance de escada. No piso abaixo do nível da entrada o visitante vê como foi construído o Muro de Berlim, a barreira de 155 km de extensão que tornou Berlim Ocidental uma ilha capitalista dentro da socialista República Democrática da Alemanha — em alemão, Deutsche Demokratische Republik (DDR), daí o nome do museu.
Grande parte do acervo permanente está exposto em um mobiliário inspirado nos blocos do Wohnungsbauserie 70 (WBS 70), o conjunto habitacional típico da República Democrática da Alemanha. Portas e janelas deste imenso arquivo revelam usos e costumes do país. Joaquim curtiu ver os brinquedinhos de época.
Criança sendo criança: vendo os brinquedos da antiga Alemanha
Uma outra seção mostra as profissões mais ‘populares’ da Alemanha comunista, quase todas ligadas ao setores industrial, da construção civil e de serviços. Os mais jovens tinham seu destino profissional definido mais pela necessidade econômica do país do que por desejo próprio. No fim do anos 1970, ser vendedora em uma loja de departamentos era a atividade número um recomendada para moças, enquanto que receber noções de mecânica era garantia de emprego para os rapazes.
Principais profissões na Alemanha Oriental
O que fazer no museu da Alemanha Oriental
Para nós, um dos pontos altos da visita foi ver como era por dentro um legítimo apartamento da Alemanha Oriental. Foi como se estivéssemos no set de Adeus, Lênin (no filme de Wolfgang Becker, um filho recria uma RDA que deixou de existir durante os 8 meses em que a mãe, socialista convicta, esteve em coma).
Ver trechos de um antigo programa de televisão (com sua estética engessada, um pouco como o dia a dia daquele período), dedilhar uma antológica máquina de escrever Erika (artigo vintage nos mercados virtuais dos dias de hoje), tudo estava ao alcance nesta área do DDR Museum.
Joaquim até arriscou um alô num antiquado telefone de disco, enquanto Nathalia se divertiu ao ver objetos de decoração que lembravam muito a estética dos anos 1970, década em que nascemos.
A diferença é que muitos daqueles utensílios fizeram parte da vida dos alemães orientais por mais tempo do que eles poderiam imaginar. Apesar de ser a economia mais forte dentre os países debaixo do guarda-chuva soviético, a Alemanha Oriental nem sempre conseguiu suprir todos os cidadãos com bens materiais, menos por ideologia e mais por limites à capacidade de produção.
Diário da escassez na Alemanha Oriental
Sem um Plano Marshall, ajuda econômica que despejou bilhões de dólares sobre a parte ocidental da Alemanha, a fim de ajudá-la em sua reconstrução no pós-Guerra, restou ao lado leste alemão alinhar-se às regras ditadas por Moscou. A planificação econômica permitiu à Alemanha Oriental dar boas condições de vida a seus cidadãos até início do anos 1970.
Depois desse período, até havia produtos para o consumo, mas eles não chegavam a todos necessariamente. O museu conta que havia listas de espera para apartamentos, armários e automóveis — ter um Trabi exigia de alguns compradores até 10 anos de espera!
Até 10 anos à espera de um Trabi
No acervo do DDR Museum há um documento chamado de ‘diário da escassez’. A dona de casa Ingeborg Lüdicke anotou em um caderno absolutamente tudo o que estava em falta na pequena Wörlitz, cidade onde morava. Em meados dos anos 1980, não havia de alguns gêneros alimentícios a materiais específicos para que um dentista implantasse uma coroa na boca de um cidadão.
Sonhos de consumo na Alemanha Oriental
Cortina de Ferro e a redenção no esporte
Sistema social que procurou se afirmar como alternativa ao capital e ao consumo, o socialismo não restringiu sua luta ao plano das ideias. O esporte foi um campo oportuno para demonstrações de poder e superioridade das nações integrantes da chamada Cortina de Ferro.
Como forma de propagandear o sucesso do regime, o investimento estatal feito na preparação de atletas rendeu à Alemanha Oriental inúmeras medalhas e recordes que perduram até hoje, ainda que muitos desses feitos tenham ficado sempre à sombra das suspeitas de doping, o que nunca ficou totalmente comprovado.
A despeito disso, o museu exibe medalhas e a biografia de heróis que colocaram o país entre os primeiros colocados em três edições consecutivas dos Jogos Olímpicos: 1972 (3º), 1976 e 1980 (em ambas, terminou atrás da União Soviética).
No DDR Museum, uma vitrine guarda também um dos momentos mais gloriosos do futebol da Alemanha Oriental, que participou de apenas uma Copa do Mundo: em 1974, justamente na Alemanha Ocidental. O sorteio colocou os dois países na mesma chave do torneio, com o confronto entre eles programado para a última rodada da fase de grupos.
Relíquias da Copa de 1974: a bola e a flâmula do encontro entre Alemanhas
Em 22 de junho, na cidade de Hamburgo, o meio-campista Sparwasser marcou o único gol do jogo, aos 32 minutos do 2º tempo. A vitória por 1 a 0 deu o primeiro lugar da chave aos alemães orientais, com os anfitriões terminando a fase classificatória logo atrás. Ambos passaram às quartas de final. A Alemanha Ocidental terminou campeã da Copa que organizou. Ganhou o campeonato, mas não o clássico.
Símbolos do grande feito futebolístico da Alemanha Oriental, a camisa de Sparwasser, a bola utilizada no jogo e uma flâmula estão lá expostos no DDR Museum. Fernando e Joaquim se aventuraram a reviver aquele jogo na pequenina mesa de pebolim que tem no museu.
Cortina de fumaça para a transição
Quando deixamos a parte do museu que trata do cotidiano da Alemanha Oriental, ficamos frente a frente com uma espécie de cortina de vapor, onde a imagem dos típicos conjuntos habitacionais de Berlim Oriental é projetada. Atravessamos aquela fronteira ilusória e caímos nas entranhas do poder.
O peso dos móveis equivale à presença que o Estado tinha no cotidiano do país. Nas paredes, cores e símbolos que acompanhavam a falta de pluralidade do sistema político vigente. Sobre mesas interativas, explicações de como funcionava a estrutura de poder da Alemanha Oriental.
Ideais socialistas e a presença do Estado na Alemanha Oriental
A rotina na República Democrática da Alemanha não incluía apenas comer pepinos Spreewald ou circular de Trabi. O permanente estado de vigilância fazia parte do dia a dia de seus cidadãos. A movimentação de pessoas era monitorada pela Stasi, o serviço de segurança e inteligência que operava com ampla rede de agentes e colaboradores (estima-se que até 170.000 pessoas trabalharam para o órgão de controle mantido pelo Estado).
Ser apanhado pela Stasi representava ter de passar por horas de interrogatório e, não raro, ficar preso. No DDR Museum, Fernando passou pela experiência de entrar numa cela como a que muitos “inimigos” do regime foram colocados.
Ele achou bem desagradável, assim como foi igualmente desconfortável quando entrou na sala de interrogatório, cuja experiência consiste em apoiar os cotovelos sobre a mesa e levar as mãos aos ouvidos para escutar perguntas gravadas. Não é preciso entender o se diz para sacar que o clima era pesado.
Apesar disso, nem toda a repressão foi suficiente para calar os movimentos sociais que, com o respaldo da Igreja Protestante, acolheram os ideais de mudança política. Por detrás do grande armário adesivado pelo retrato de Mikhail Gorbatchev, os últimos objetos e documentos do DDR Museum estão ali para explicar como as mudanças políticas e econômicas implantadas pelo líder da União Soviética não poderiam ser ignoradas pela Alemanha Oriental. A pressão popular colocou o governo do então presidente Erich Honecker contra o Muro.
Gorbatchev e Honecker, camaradas
É nesse ponto de transição, quando as duas Alemanhas estão prestes a voltar a ser uma única nação que a visita chega ao fim. Deixamos o museu por um buraco aberto num pedaço recriado do Muro de Berlim, como tantos alemães fizeram na noite fria de 9 de novembro de 1989.
VALE SABER
Endereço: Karl-Liebknechtstrasse, 1, Berlim, Alemanha. O museu fica às margens do Rio Spree, bem atrás da Catedral de Berlim (Berliner Dom)
Transporte: De trem (S-Bahn), use as linhas S3, S5, S7, S75 (desça na estação Hackescher Markt e pegue a saída para a Spandauerstrasse; de metrô (U-Bahn), use a linha 5 Museumsinsel, Rothes Rathaus; de bonde (tram), use as linhas M4, M5 ou M6, que também param na Spandauerstrasse; de ônibus, utilize as linhas 100, 200, 300 (parada Lustgarten). Nesses casos, você caminha um pouquinho, mas há placas do DDR Museum indicando o caminho. Um lance de escadas leva você à entrada do museu. Na porta do museu, há ainda a estação DomAquarée, parada dos passeios de barco pelo Rio Spree
Funcionamento: Diariamente, das 9 às 21 horas
Preço: € 13,50; crianças, € 8 — até 5 anos, grátis. Parceira do Como Viaja, a empresa de passeios alemã Get Your Guide vende ingressos pelo mesmo preço do museu (compre aqui)
Compras: A lojinha do DDR Museum é uma perdição. Livros sobre aspectos políticos da Alemanha Oriental, vários exemplares que discorrem a respeito do Muro de Berlim e até publicações com receitas típicas da cozinha do leste estão à venda (naturalmente, todos em alemão ou inglês). Há também jogos de perguntas e respostas sobre a DDR, brinquedos vintage como um simpático patinho de pelúcia e a famosa trinca de suvenires: chaveiro, caneca e imã. Nós garantimos alguns magnéticos e uma miniatura de Trabi verde, que está na nossa sala de casa ainda hoje
Bom para crianças em São Paulo, o Catavento é um museu de ciência a preço baixo. Veja dicas para a visita, com endereço e imagens. O espaço oferece ainda atividades extras com agendamento por senha
Museus interativos tem vários. E tem o Catavento Cultural, para mim o que explora ao máximo esse conceito baseado na troca de informações com o visitante. Dedicado às ciências, é um passeio ideal de se fazer com criança em São Paulo. Mérito de sua concepção, que não vira chata porque consegue transformar boa parte das teorias em brincadeiras.
CIÊNCIA PARA TODOS NO CATAVENTO CULTURAL – Fotos; Nathalia Molina @ComoViaja
Nathalia e eu levamos nosso filho ao museu várias vezes, entrou para a lista de programas favoritos do pequeno Joaquim. Como algumas atividades são realizadas mediante distribuição de senha (prepare-se, elas são bem disputadas), tem sempre uma brincadeira que fica para a próxima. Para se ter ideia, a mais nova atração do Catavento é o projeto Dinos do Brasil. O tour virtual leva os visitantes à pré-história brasileira para conhecer os dinossauros que viveram em nosso território. É mais uma atividade que exige senha e, portanto, deve ser bastante disputada. A boa notícia é que se trata de um projeto permanente do museu, com isso não será necessário correr para garantir um lugar.
Em nossa visita mais recente, Joaquim conseguiu vaga no laboratório de Nanoaventura e no Estúdio de TV. Perto da bilheteria, um painel eletrônico informa horários e número de vagas disponíveis por sessão. Nosso filho queria experimentar o Monte dos Sábios, parede de escalada onde você topa com gente como Gandhi e Einstein. É preciso ter altura mínima de 1,30 cm para subir os 7 metros da atração. Joaquim ficou no quase na régua que indica se a criançada pode ou não participar. Daqui a pouco eu dou mais detalhes sobre as atividades especiais.
Como é o Catavento Cultural
Inaugurado em 2009, o Catavento funciona no Palácio das Indústrias, edifício construído entre 1911 e 1924 e que leva a assinatura de Ramos de Azevedo, responsável também pelo traçado do Theatro Municipal de São Paulo. O prédio com estrutura de ferro e tijolinho é charmoso. No passado foi sede dos negócios relacionados à produção industrial, bem como da agricultura e da pesca. Foi também delegacia de polícia no meu tempo de menino, quando eu escutava no rádio o repórter Zaqueu Sofia, da Jovem Pan, atualizar o noticiário de crimes “diretamente da sala da polícia, no Palácio das Indústrias, às margens do Tamanduateí, no Parque Dom Pedro II”.
Nathalia também já deu seus plantões por lá, como repórter de geral do Jornal da Tarde. E sua primeira entrevista em São Paulo foi ali também: durante o trainee da Folha, sua turma fez uma coletiva com Celso Pitta, na época em que o gabinete do prefeito ficava no prédio do Palácio das Indústrias.
O que fazer no Catavento
Nem polícia nem política. Hoje em dia, a ordem é aprender ciência de modo atraente. Vivemos experiência semelhante quando visitamos o Kinderreich, ala das crianças dentro do Deutsches Museum, em Munique — uma das etapas da viagem que fizemos em família pela Alemanha.
No Catavento há monitoria treinada para auxiliar os mais novos e os mais velhos nas atividades, divididas em 4 seções: Universo, Vida, Engenho e Sociedade. A seguir, um resumo das áreas e nossa experiência nelas.
UNIVERSO
De onde viemos? Neste espaço descobre-se a origem de tudo, o surgimento da Terra e o que mais a cerca. Toque em um meteorito de verdade, encontrado na Argentina em 1576. A gente fez o que estava escrito em um aviso e nos surpreendemos com o cheiro de ferro que ficou nas mãos depois de entrarmos em contato por pouco tempo com superfície daquele fragmento de meteoro.
Foi Nathalia quem passou o entusiasmo com as coisas do espaço para o Quim. Juntos, eles descobriram quais estados brasileiros estão representados por estrelas na bandeira brasileira. Já com o auxílio de uma carta celeste é possível admirar as constelações de uma noite estrelada — pausa breve: se você também gosta do assunto, leia o post de nossa visita ao Planetário do Ibirapuera, em São Paulo.
É possível ainda saber o que existe no interior do planeta Terra, aprender um pouco como são formadas suas paisagens e seus relevos — uma caixa de areia permitiu ao Quim mexer no ‘solo’ com uma colher e, sem que ele se desse conta, transformar o terreno de modo semelhante ao que ocorre na natureza.
No momento, as seções Astronomia e Terra estão fechadas para reforma, como informa o site do Catavento.
De onde viemos? O milagre da vida, o corpo humano em detalhes, seus sistemas e funcionamento. Recomendado para estudantes fazerem revisão antes daquela prova cascuda sobre anatomia e também para quem tem curiosidade a respeito do tema. Em condições normais de temperatura e pressão, não sei se eu entraria para conhecer o intestino grosso por dentro. Acontece que o Quim sacou que a estrutura comprida lembrava a que vimos na Cidade das Abelhas, onde o visitante também é convidado a conhecer as entranhas do inseto. Ah, ele riu à beça quando se deu conta de éramos dois cocôs perambulando aquele lugar.
Quim também ficou atento às classificações do Reino Animal e um pouco ressabiado ao se deparar com uma réplica em tamanho natural de um tigre-dente-de-sabre. Com 6 anos na primeira visita, natural que ele sentisse medo, como também ficou impressionado na exposição Do Macaco ao Homem, uma das atividades extras que exige senha. Essa visita é feita nas arcadas subterrâneas do Catavento. No tempo em que serviu à polícia, os porões do prédio abrigavam as celas dos presos. Não preciso dizer que é bem melhor ver uma criança correr em liberdade pelos corredores, decorados com detalhes coloridos que afastam um pouco a lembrança do que, um dia, já foi um cárcere.
Durante o tour guiado à exposição Do Macaco ao Homem, havia um grupo de estudantes ruidosos, mas ainda assim deu para ouvir as principais explicações da guia. Joaquim arregalou os olhos quando viu os crânios dos nossos ancestrais expostos. Por outro lado, ele começou a entender mais claramente a relação dos seres humanos com os macacos. Os painéis mostrando semelhanças entre as espécies facilitaram esse entendimento.
Ainda na parte das arcadas, no subterrâneo do Catavento, Joaquim foi seduzido pela maquete do prédio feita de Lego. Construída com 34.795 pecinhas, ela mede 55 vezes menos que o edifício original. Quim, como sempre, parou para admirá-la (tá, eu também era assim quando criança, tempo em que não havia Lego para construir algo parecido). Bem perto da maquete fica o Se Liga no Lego, atividade extra que sempre tem lotação esgotada quando visitamos.
Quim ficou só espiando a brincadeira de longe, doido para participar. Criadas na Dinamarca, as pecinhas coloridas levam nosso menino à loucura. Não é à toa que visitamos as unidades alemãs da Legoland Berlim e da Legoland Alemanha, em Guinzburg, onde dormimos no Hotel na Legoland, em forma de castelo medieval.
ENGENHO
Por que as coisas são como são? A mais interativa das seções explora os diferentes ramos da Física. Hora de aprender os movimentos que fazem parte do nosso cotidiano em atividades que envolvem Mecânica, como levantar sacos bem pesados com o auxílio de polias e roldanas. Ou entender o princípio da centrifugação, função tão corriqueira no dia a dia de quem utilizar uma máquina de lavar roupa.
Ainda no estudo prático sobre fenômenos físicos, destaque para a experiência com eletromagnetismo — Joaquim pirou ao ficar com os cabelos em pé!
Nós também ficamos boquiabertos quando testamos entrar em uma bolha de sabão gigante. Nessa área a criançada tem à disposição tanques com água e sabão e apetrechos para produzir bolhas em diferentes formatos.
Dica: mexa em tudo à vontade!
SOCIEDADE
Para onde vamos? Os caminhos que levaram a humanidade a se lançar em novas descobertas, sua relação com o meio-ambiente e alguns episódios que marcaram a História. É aqui que fica o Monte dos Sábios, parede de 7 metros de altura onde os escaladores se encontram com personalidades como o físico Albert Einstein, o líder Mahatma Gandhi e o pai da aviação, Santos Dumont, por exemplo.
É na seção Sociedade que fica o Estúdio de TV. Havia senha disponível para essa atividade durante a nossa última visita. Joaquim pode, então, aprender sobre o uso de chroma key (efeito visual em fundo verde sobre o qual se aplica uma imagem sobre outra). Todas as crianças presentes à sessão foram convidadas a participar da experiência: teve gente que voou em um tapete mágico, outros que bancaram o Super-Homem enquanto que o Quim e mais duas crianças tiveram suas cabeças cortadas no efeito e aplicadas em uma cena de um outro filme. As gravações foram exibidas aos participantes no fim da sessão e ficam disponíveis no site do Catavento (acesso mediante senha fornecida antes de a atividade encerrar).
No corredor ao lado do Monte dos Sábios está a sala de Nanoaventura. Nathalia, Joaquim e eu participamos de uma sessão de 30 minutos. Na primeira parte são explicados os conceitos de Nanotecnologia e Nanociência, ramo que mexe com elementos e substâncias em escala microscópica. Depois da teoria, os visitantes são divididos em equipes e se alternam em 4 jogos interativos. Quem tem destreza com joystick de videogame se sai bem nas atividades, mas a pontuação é o que menos importa. O que vale é a diversão.
Não é permitido filmar nem fotografar a sessão, apenas mostrar a sala na hora de ir embora. A saída é feita por uma porta lateral que nos leva a um terraço, de onde se vê o borboletário, uma das mais novas atrações do Catavento. Sob uma estrutura metálica foi criada um ecossistema em condições de receber diferentes espécies de borboletas, como a olho de coruja e a júlia. A visita é monitorada e ocorre a cada 30 minutos, com capacidade máxima de 20 pessoas por sessão — ela não ocorre às segundas e às sextas nem em dias frios ou com chuva.
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VALE SABER
Endereço: Avenida Mercúrio, s/n – Parque D.Pedro II, Brás
Transporte: A estação Pedro II do metrô fica menos de 1km. Tem gente que vai a pé, mas nós nunca tentamos. Sempre achamos mais seguro ir de carro, já que o movimento de veículos é maior do que de pedestres naquela região
Funcionamento: De terça a domingos, das 9 às 17 horas
Preço: R$ 6 — crianças de 4 a 12 anos, pessoas acima de 60 anos, portadores de necessidades especiais ou estudantes com carteirinha, R$ 3; aos sábados, grátis
Alimentação: Dentro do museu há o Café com Lua. Bem simples, fica em uma das varandas envidraçadas que dão para o borboletário (foto 3680). Aprende-se até na hora do lanche. Um painel explica por que existem crateras na superfície da Lua e de sua importância como escudo da Terra (foto 3693). Se quiser fazer uma dobradinha, o Mercado Municipal fica em frente ao Catavento, do outro lado da avenida. Lá é possível traçar os famosos pastéis de bacalhau e o robusto sanduíche de mortadela. Para ir ao Mercadão, vale a regra utilizada no transporte. É possível ir a pé, sem dúvida. Mas nós fomos desaconselhados pelos próprios funcionários do estacionamento do Catavento, que alegaram ser um pouco inseguro fazer o trajeto, especialmente na travessia do farol. Então, vá de carro, tem estacionamento com zona azul dentro do Mercadão
Loja: A pequena loja fica perto da seção Engenho. Tem camisetas, canecas e lembrança relacionadas ao universo da ciência
O Museu da Imaginação é o novo passeio para criança em São Paulo. Mistura arte e brincadeira e não deixa ninguém parado. Saiba como é, onde fica e quanto custa o ingresso
Encontro com a arte e a ciência… e a diversão. Inaugurado em janeiro de 2017, o Museu da Imaginação é a mais nova opção de passeio com criança em São Paulo, num espaço localizado na zona oeste da cidade. É um programa para meninas e meninos brincarem com liberdade.
Trata-se de um museu totalmente privado, que conta com o apoio de educadores e artistas como Guto Lacaz, famoso pela maneira bem-humorada e irreverente como sempre explorou o universo artístico. A frase do início deste post é uma referência a um quadro que Lacaz mantinha no antigo TV Mix, programa que fez história na televisão brasileira no fim dos anos 1980, e responsável por revelar gente como Serginho Groismann e Astrid Fontenelle — Fernando Meirelles era o diretor do programa.
FAZENDO ARTE – Fotos: Museu da Imaginação/Divulgação
Como é o Museu da Imaginação
Uma escultura de Lacaz composta por 20 bolas ocupa o hall de entrada do museu, que se divide em dois andares. Em um espaço com cerca de 2.000 m², possui três áreas voltadas para as crianças brincarem livremente.
Há monitores orientados a facilitar a experiência dos pequenos com as instalações. A ideia é ajudar sem interferir no processo de percepção e interação com os ambientes.
O que fazer no Museu da Imaginação
Mais do nunca, ser criança. Mexer, subir e descer da estrutura formada por redes e bolas gigantes, pedalar em turma na brincadeira cooperativa cujo objetivo e cruzar uma ponte virtual, desenhar e pintar com materiais à disposição ou tocar instrumentos musicais que também fazem parte do cardápio de brincadeiras.
No andar de cima, na Sala de Esferas, obras de arte com uma releitura de trabalhos de Picasso não são apenas para serem contempladas. Sentir é parte da experiência e do aprendizado, sem regras nem amarras. Ou seja, tão importante quanto movimentar braços e pernas, no recém-inaugurado Museu da Imaginação as crianças são convidadas a exercitar o livre pensamento.
Endereço: Rua Ricardo Cavatton, 251, Lapa, São Paulo
Transporte: O metrô mais próximo é o Palmeiras/Barra Funda. Do terminal de ônibus que fica na estação partem linhas que seguem pela Avenida Ermano Marchetti, a cerca de 500 metros do museu. Como está localizado muito perto do prédio da Polícia Federal, a oferta de estacionamento na região é grande e cara. A página do museu no Facebook indica o estacionamento conveniado no número 125 da mesma rua (R$ 20 por período)
Funcionamento: De terça a sexta, em 2 turnos: das 10 às 13 horas e das 14 às 17 horas (aos sábados, o turno é único: das 10 às 13 horas). Como os turnos são fechados, não é tolerado atraso superior a 15 minutos
Preço: R$ 160 para adulto sem criança ou maior de 13 anos sem carteirinha de estudante — no preço promocional de inauguração, adulto acompanhando criança paga R$ 50. O ingresso para criança de 3 a 12 anos, estudante com carteirinha, pessoa acima de 60 anos e portador de necessidades especiais custa R$ 80 — criança até 2 anos e 11 meses, grátis