A folia no Brasil ocupa lugar de destaque entre as festas mais tradicionais do país. Tanto que dá até para esquecer que existe Carnaval em outros países. No entanto, a manifestação cultural é encontrada em muitos destinos. Como ocorre por aqui, eles celebram o período anterior à Quaresma (os 40 dias que precedem a Páscoa).
Mas quais países comemoram e como é a festa? A música, a fantasia e a animação estão presentes no Carnaval nos Estados Unidos, na Itália, em Portugal, na Alemanha, no Uruguai, em Aruba e no Canadá, cada uma ao seu estilo. Na essência, também são festividades de massa, em muitos casos, lembrando a alegria e até a duração da folia brasileira.
Carnaval de Venezia (Itália)
A tradição começou no século 11, com o povo dançando nas cercanias da Praça São Marcos. O Carnaval de Veneza já foi considerado ilegal, mas virou símbolo da cultura local. As máscaras e os trajes são considerados o traço mais marcante da celebração, que começa duas semanas antes da Quarta-Feira de Cinzas.
Fasching de Munique (Alemanha)
Colônia tem um Carnaval considerado o mais louco da Alemanha, mas é o Fasching que extrapola. Em Munique, as comemorações começam no dia 11/11, pontualmente às 11 horas e 11 minutos – a data funciona como o início da 5ª estação do ano. Esqueça o ziriguidum e o telecoteco. No Fasching, o som vem de bandas e DJ’s. Na Terça-Feira Gorda, a Tanz der Marktfrauen (dança das mulheres do mercado de Munique: o Viktualienmarkt) fecha a festa. Se decidir encarar a longa festa, veja guia com dicas de Munique: hotéis, passagem, pontos turísticos e mais .
Carnaval da Ilha da Madeira (Portugal)
São mais de 10 dias de festejos, com celebrações de norte a sul na ilha portuguesa. No entanto, a maioria pode ser vivenciada na capital, Funchal. A principal atração é o Cortejo Alegórico, no sábado de Carnaval, quando em torno de 1.500 foliões são esperados para curtir o desfile com carros decorados. Na terça, é a vez do Cortejo Trapalhão, ainda mais descontraído, com a participação de moradores e turistas.
Mardi Gras (Estados Unidos)
Em francês, Mardi Gras quer dizer Terça-feira Gorda. Nos Estados Unidos, há Carnaval em três estados. A cidade de New Orleans é sinônimo da festa. Os desfiles passam por locais clássicos, como a Bourbon Street. Colares e adereços são arremessados por quem está nos carros-alegóricos para uma multidão ensandecida e, não raro, bêbada.
Carnival (Canadá)
Há o Canadá. E lá tem Québec, que é quase um outro país, de tradições francesas como a celebração de um Carnaval que coincide com a data do Mardi Gras. Tudo começou em 1894 por ideia de empresários e do primeiro-ministro do Québec (viu só como eles são um mundo à parte, com um chefe de governo só deles?). A ideia era dar uma aquecida no inverno rigoroso, mas a coisa só pegou fogo mesmo depois de 1955. A festa tem mascote próprio, o Bonhomme, que ao pé da letra significa bom homem. Ele lembra mais um boneco Michelin de neve.
Por razões óbvias, não é um Carnaval de escassez de vestes, pelo contrário. As temperaturas negativas dessa época do ano em Québec exigem fantasia pesada (gorro, cachecol e luvas etc). Além de um castelo de gelo, as atrações da festa giram em torno de atividades como corrida de trenós, descida de escorregador na neve e corrida de canoas no lago congelado.
Desfile de Llamadas (Uruguai)
Tem rainha, alegoria e batucada. No caso, a força do candombe, ritmo uruguaio. O Carnaval de nossos vizinhos começa no fim de de janeiro e vara março. Cerca de 50 dias de festa que, assim como no Brasil, tem raízes negras. Na capital uruguaia há inclusive o Museo del Carnaval, um dos pontos turísticos sugeridos nas nossas dicas de Montevidéu.
Carnaval de Aruba
O estilo musical é o calypso, originário de Trinidad. A festa surgiu em Aruba como uma mistura de tradições carnavalescas levadas por britânicos nas décadas de 1930 e 1940 com os clubes sociais característicos dos anos 1920. Em 2024, o país comemora 70 anos do seu Carnaval, o maior evento popular da ilha. Há blocos, incluindo infantis, nas cidades de Oranjestad (a capital) e San Nicolas (área com grafites e galerias).
Munique está no imaginário de muita gente como a terra da Oktoberfest na Alemanha, nada mais justo. Só que a capital da Baviera não se resume a hectolitros de cerveja, servidos tanto na famosa festa quanto o ano inteiro em cada biergarten e nas muitas cervejarias da cidade, como a tradicional Hofbräuhaus.
Com os Alpes na moldura, no meio da Europa, Munique é capaz de agradar em cheio àqueles que buscam turismo com comidas típicas da Alemanha, atrações culturais variadas, hotéis de qualidade, tecnologia de ponta ou vida ao ar livre. Combinação que só fortalece o marketing da cidade onde tradição e vanguarda coexistem — com WiFi gratuito em lugares como a Marienplatz, o centro histórico é também indicado para comprar trajes típicos.
Fundada em 1158, Munique é uma das principais cidades da Alemanha para o turismo e o segundo destino do país mais procurado por visitantes brasileiros, depois da capital — veja também o Guia Berlim. Não é sem razão. Trata-se de uma agradável cidade, de clima descontraído. Os pontos turísticos são acessados facilmente, seja numa caminhada ou com seus eficientes meios de transporte.
Munique também é um conhecido ponto de partida para a mais visitada atração da Alemanha: o Castelo de Neuschwanstein, que atrai cerca de 1,5 milhão de turistas ao ano. A 120 km de Munique, o icônico palácio, que inspirou Walt Disney na criação do Castelo da Cinderela, pode ser visitado por conta própria (de trem, com o bayern ticket, ou de carro) ou numa excursão de 1 dia . É um roteiro perto Munique, muito cobiçado por viajantes do mundo todo, incluindo os brasileiros.
Confira abaixo o que fazer em Munique, além de hotéis, restaurantes, compras, clima, eventos e destinos para um roteiro combinado. Nossa série de guia de viagem traz informações grátis e completas para você se planejar bem para conhecer destinos brasileiros e internacionais.
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PONTOS TURÍSTICOS
Alguns dos principais pontos turísticos estão próximos, então dá para fazer quase tudo a pé. A cidade é plana e agradável de ser percorrida numa caminhada. A partir da Marienplatz, em até 15 minutos, você chega a igrejas de Munique, como a Alter Peter Kirche (mais antiga da cidade, do século 12) e a Frauenkirche (igreja-símbolo, com torres de 100 metros), o Viktualienmarkt (histórico mercado de alimentos; faça um tour gastronômico de 2 horas pelo Viktualienmarkt), a Residenz (rico palácio da antiga realeza) e seus vizinhos, o Hofgarten (belo jardim real) e a Odeonplatz (praça onde são realizados eventos ao ar livre).
Com uma caminhada de 30 minutos, é possível alcançar a Pinakothek (conjunto de três museus com seis séculos de arte), o Deutsches Museum (um dos maiores museus do mundo sobre ciência e tecnologia) e o Englischer Garten (parque urbano maior do que o Central Park de Nova York). Lá, é possível sentar-se em um dos 7.000 lugares do biergarten que fica aos pés da Chinesischer Turm (torre chinesa toda em madeira, erguida há mais de dois séculos).
Quem gosta de pedalar pode explorar a cidade numa excursão guiada de bicicleta por 3 horas. Para conhecer os atrativos da cidade, você também pode tomar trem, bonde, ônibus ou metrô. Mas os meios de transporte são realmente valiosos para ir à Allianz Arena (casa dos dois times de futebol da cidade, o Munique 1860 e o Bayern de Munique, cujo museu funciona dentro do estádio); ao Palácio Nymphenburg (residência de verão da antiga corte).
Pelos trilhos se alcança facilmente o Olympiapark (construído para os Jogos de 1972; hoje um complexo esportivo e de entretenimento, onde fica o SeaLife de Munique (compre ingresso sem fila), ao BMW Welt (museu e fábrica da montadora alemã) ou ao Tierpark Hellabrunn, o zoológico de Munique com parquinhos para crianças.
Uma forma de chegar a todas as atrações é tomar o ônibus hop on hop off, com 3 circuitos, todos com duração de 1 horas: Cidade; Parque Olímpico e Nymphenburg; e Schwabing. Antes da viagem, você ainda pode garantir ingressos de atrações e passeios em Munique. Ou optar pelo Munich City Pass, com direito a usufruir de transporte público, do ônibus hop on hop off e de 45 atrações ou atividades na cidade no sul da Alemanha.
HOTÉIS
Quem fica nos hotéis em Munique no centro histórico tem a vantagem de estar colado a atrações como a Marienplatz e a Hofbräuhaus. Tem ainda boas alternativas para comer, beber e fazer compras, especialmente nas ruas onde só é permitido o trânsito de pedestres. O Mercure Hotel München Altstadt é um três-estrelas a poucos passos da Frauenkirche, catedral e símbolo de Munique. Nas regiões da Altstadt (Cidade Velha) e Lehel (onde começa o Englischer Garten) há cinco-estrelas como o Vier Jahreszeiten Kempinski München (situado na rua das grifes, a Maximilianstrasse), além dos igualmente requintados Mandarin Oriental e Bayerischer Hof — leia sobre nossa hospedagem no Bayerischer Hof, a 5 minutos a pé da Marienplatz.
Se quiser ficar perto da Oktoberfest, a dica é se hospedar no distrito de Ludwigvorstadt, onde rola a tradicional festa da cerveja alemã. Nessa região — próxima da estação central de Munique (Hauptbahnhof) — existem alternativas de hotéis de três ou de quatro estrelas, como o Eurostars Book Hotel, com boas avaliações em sites de reserva. Reformado em 2017, o Sofitel Munich Bayerpost é opção de cinco-estrelas ali.
No passado, escritores e artistas deram fama a Schwabing, distrito que hoje em dia ostenta luxuosas residências e que ainda mantém a boemia viva nos cafés e nos bares de sua rua principal, a Leopoldstrasse. Unidades de tradicionais redes de hotéis estão presentes no bairro, casos do Mercure Hotel München-Schwabing, instalado na própria Leopoldstrasse, do Pullman Münich e do Ibis München City Nord — entre os dois há uma estação de metrô (Nordfriendorf), a menos de 300 metros de distância. Entre o Rio Isar e o Englischer Garten, o Hilton Munich Park faz o principal parque de Munique parecer sua extensão, de tão próximo.
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RESTAURANTES
Munique não é só cerveja alemã. A cidade tem muito a oferecer, de comida típica a gourmet. O Viktualienmarkt é um mercado ao ar livre, com opções para tomar café, provar queijo ou beber nas mesas de seu biergarten.
Não deixe de experimentar a atmosfera de lugares como o Grossmarkthalle (apontado como a melhor salsicha branca da cidade) ou os igualmente tradicionais Zum Spöckmeier, Augustiner e Hofbräuhaus (cervejarias de Munique onde não faltam receitas à base de carne de porco ou de vitela, muita batata e bretzel). Para uma noite de cerveja e gastronomia da Baviera, junte-se a uma excursão guiada por um morador da cidade. Ou conheça as cervejarias de Munique numa excursão de 3 horas.
A culinária bávara com pitadas de refinamento e um toque internacional pode ser encontrada no Südtiroler Stuben. O chef Alfons Schuhbeck é uma lenda e conquistou sua primeira estrela Michelin há cerca de 30 anos. Ao todo, a cidade conta com 10 estabelecimentos no prestigiado guia francês.
Munique tem ainda restaurantes internacionais, de cozinha afegã, grega, espanhola e russa, entre outras nacionalidades. Pela ligação histórica com a Itália, pasta e pizza são estrelas de alguns cardápios.
compras
Um bom roteiro de compras pode ser o calçadão que une Marienplatz, Kaufingerstrasse e Neuhauser Strasse. Há lojas de departamento (como a alemã Kaufhof), artigos esportivos, calçados e eletrônicos. Dá para descolar souvenir nas lojinhas perto da praça central e em ruas como a Tal. Também há lembrancinhas na Kaufhof, que vende ainda produtos do Bayern de Munique. A loja oficial do time fica na região.
Sempre vale ver lojas de museus e atrações, em busca de lembrancinhas diferentes. No Residenz, por exemplo, são vendidas forminhas de biscoito com o contorno das torres da catedral da cidade e do Schloss Neuschwanstein (castelo mais conhecido da Alemanha), além de livros de colorir para crianças com paisagens alemãs.
Grifes da alta costura e marcas de luxo se concentram na área da Brienner Strasse, da Odeonsplatz, da Theatinerstrasse (com seu complexo Fünf Höfe, de 60 lojas) e a Maximilianstrasse. O público GLS frequenta lojas e cafés ao redor da Gärtnerplatz e na região de Glockhenbach. Nesse colorido distrito, novos estilistas exibem as tendências.
TRANSPORTE
Do aeroporto de Munique, usando os trens S8 e S1, o trajeto até o centro leva cerca de 40 e 50 minutos, respectivamente. Os bilhetes podem ser comprados na plataforma de embarque, no nível 2. Há ainda a opção de pegar um traslado do aeroporto de ônibus, no Express Bus Lufthansa, que leva até a estação central de trem en Munique.
O sistema de transporte da cidade é muito eficiente. Ônibus (Bus), bondes (Trams), trens de subúrbio (S-Bahn) e metrô (U-Bahn) funcionam de modo integrado. Você paga pela distância percorrida. A capital da Baviera é dividida em 4 zonas e possui 3 tipos de tickets para rodar a cidade várias vezes no mesmo dia: single day (passe individual), group day tickets (indicado para famílias ou amigos pois vale para até 5 adultos; se houver crianças entre 6 e 14 anos, duas contam como um adulto) e city tour card (cartão para circular, que dá desconto em atrações).
Você pode comprar o ticket nas máquinas de autoatendimento nas estações de trem e de metrô. Ou então adquirir seu passe nos centros de visitantes, como os que funcionam diariamente na estação central (Hauptbahnhof) ou na Marienplatz, embaixo do prédio da nova prefeitura (Neues Rathaus).
MOEDA
Euro é a moeda da Alemanha — vá comprando moeda estrangeira antes de viajar. Cartões de crédito e débito são bem aceitos. Se precisar trocar dinheiro assim que chegar à cidade, casas de câmbio (Wechselstube) e bancos ficam no piso 3 do aeroporto de Munique. Para saques em Munique, há caixas eletrônicos (Geldautomat) em bancos, shoppings e estações de trem e de metrô.
CLIMA
A temperatura de Munique, em média, varia de – 6°C a 23°C ao longo do ano. De clima temperado, a cidade tem dias muito gelados no inverno e calor suportável para brasileiros no verão. Julho e agosto são os meses quentes, quando os termômetros podem atingir 30°C. Junho tem a maior quantidade de chuva (cerca de 140 mm).
EVENTOS
Faça frio ou calor, a cidade faz festas ao ar livre. São celebrações centenárias, com tradições presentes na comida servida, no figurino, na música que anima o público. A Oktoberfest Alemanha é a mais famosa de todas, que atrair cerca de 6 milhões de pessoas. Quando o fim do ano se aproxima, Munique brilha com os mercados de Natal. O da Marienplatz é o maior deles e um dos mais famosos, juntamente com o instalado aos pés da Torre Chinesa, no Englischer Garten. Do fim de novembro até a véspera do Natal, é possível comprar presentes nas barracas e provar delícias como o vinho quente, o glühwein. Nessa época do ano, é possível fazer uma excursão guiada pelos Mercados de Natal, com direito a bilhete de transporte e lebkuchen (tradicional biscoito de gengibre).
Fevereiro é tempo do Fasching, Carnaval em Munique. Celebrado na mesma data da nossa folia, inclui desfiles e bailes. As estações são marcos para outros eventos: o Tollwood, festival musical no verão (organizado no Parque Olímpico) e no inverno (no espaço da Oktoberfest), e a Frühlingfest, festa da primavera, realizada entre abril e maio.
Outro bate volta, indicado para quem se interessa por história, especialmente por nazismo e Segunda Guerra, é Dachau, primeiro campo de concentração da Alemanha. O tour ao Memorial de Dachau também está disponível a partir de Munique. Quem se interessa por história também pode pegar uma excursão de 1 dia a Nuremberg de trem saindo de Munique. Visita o centro histórico, onde fica o castelo, e a área de desfile do partido nazista.
Todos os anos, a tradição se repete: a dança das mulheres do mercado é o ponto alto de mais um Fasching, Carnaval nas ruas de Munique. Troque no texto a dança por Bacalhau do Batata, Munique por Olinda e a minha voz pela do Francisco José, repórter da Rede Globo. Pronto. Você acaba de descobrir que há mais semelhanças entre a folia daqui e de lá quanto poderia supor a filosofia momesca.
Munique é uma das muitas cidades alemãs que celebram o período anterior à Quaresma (40 dias que precedem a Páscoa) com música e alegria. Daí o uso da expressão Fasching (em uma tradução livre, algo como festa da noite, da véspera) para designar o Carnaval na Baviera.
Se no Brasil os ensaios das escolas de samba e dos blocos movimentam o país antes mesma de a festa de Momo começar para valer, em Munique o esquenta também tem início com muita antecedência. E precisão: em 11/11, às 11 horas e 11 minutos — os alemães consideram a data como o início da 5ª estação do ano.
Como é o Carnaval de Munique
A origem é imprecisa, mas o certo é que o evento passou por transformações desde os primeiros festejos lá atrás, no século 13. Chegou a ser condenado pela igreja como um ritual pagão e banido da vida dos alemães. Sofreu algumas interrupções, especialmente no período entre guerras. A comemoração do Fasching coincide com a do nosso Carnaval, isto é, sempre precede a Quaresma.
Na capital da Baviera, como em todo país, a festa é marcada pelo espírito crítico e de deboche, encarnado em máscaras e fantasias, em um exercício de exorcismo visto também na festa brasileira. E, assim como aqui, a política é um prato cheio para ser satirizada.
O que fazer no Fasching
Esqueça o ziriguidum, o balacobaco e o telecoteco. No Fasching, a pegada é outra: dançar ao som de bandas e DJ’s para espantar o frio congelante (beber vinho quente ou uma legítima cerveja de trigo ajudam nessa tarefa). A Marienplatz concentra a maior parte da animação, vocação que a principal praça de Munique exerce desde a fundação da cidade.
Carros alegóricos percorrem um circuito de ruas e avenidas, há desfiles com gente coloridamente fantasiada — crianças (e alguns adultos também) usam pesadas roupas de bichos e parecem saídas daquele comercial da Parmalat dos anos 90. Bailes de gala são organizados em locais como o Deutsches Theater e no luxuoso hotel Bayerischer Hof (icônico cinco-estrelas de Munique).
O ponto alto da festa ocorre na Terça-Feira Gorda, com a realização da Tanz der Marktfrauen. A dança das mulheres que trabalham no grande mercado de alimentos da cidade, o Viktualienmarkt, é ensaiada desde outubro do ano anterior. Confeccionadas pelas próprias dançarinas, as fantasias têm relação com a atividade que elas exercem no mercado (vendedora de verduras, frutas, carnes etc). Uma tradição que se repete desde o início do século 19. E que põe o ponto final em mais um Fasching na capital da Baviera.
Estando em Munique nesta época do ano, não se assuste se você cruzar pela rua ou no metrô com um arlequim, uma tigresa ou com o diabo em pessoa. Na dúvida, abrace-os e entre nessa festa.
VALE SABER
Quando: Sempre começa em 11 de novembro. O fim do Fasching coincide com a data do Carnaval brasileiro.
Quem visita a Europa em dezembro se depara com uma grande quantidade de mercados, especialmente nas cidades da Natal na Alemanha. Para os cristãos, a data que celebra o nascimento de Jesus Cristo é a mais importante do calendário anual, e o período do Advento marca a contagem regressiva para essa comemoração.
Nathalia esteve pela primeira vez em um desses mercados europeus em 2012. Além de ver as barracas nas praças de Viena e Budapeste, Nathalia visitou vários mercados nas principais cidades da Alemanha para turismo, onde cerca de 150 feiras são montadas em pontos históricos de norte a sul no país.
O encantamento provocado por essas feiras ao ar livre fez com que ela se lembrasse muito do nosso filho, Joaquim, então com 3 anos. Foi para ele que a mamãe escreveu a série especial Natal na Europa: uma viagem encantada. Relato sensível e doce da magia natalina no que ela chamou de Terra de Reis e Rainhas.
De Frankfurt, o mais lindo, segundo ela, Nath trouxe para o Joaquim um calendário do Advento — 24 janelinhas para serem abertas dia a dia até a chegada do Natal — dentro de cada uma havia um chocolatinho. Uma menininha em cima de um trenó foi trazida de uma banca de enfeites de Nuremberg. Em Regensburg, Nath encontrou um divertido mercado, com brincadeiras que levavam a criançada ao delírio. Da igualmente pequena Rüdesheim, veio uma delicada caixinha de música em forma de carrossel, que até hoje roda ao som de Noite Feliz.
Essas lembrancinhas e essa magia estão presentes em todas as feiras de fim de ano, praticamente. Semelhanças que não invalidam uma visita para conhecer as particularidades de cada região do país. Abaixo, uma lista de mercados que atraem milhões de pessoas todos os anos para desfrutarem das cores, sabores e aromas do Natal na Alemanha.
1 | Natal em Berlim
No Natal na Alemanha, a capital abriga cerca de 50 mercados, dos mais tradicionais àqueles alinhados com a política de sustentabilidade, bandeira de Berlim. Um dos mais conhecidos é organizado diante da Igreja Memorial Kaiser Wilhelm, onde houve um atentado em 19 de dezembro de 2016. A promessa é sempre de um ambiente acolhedor, tomado pelo cheiro de amêndoas assadas e dos pães de gengibre.
Em Berlim, há feiras no Jardim Botânico, na Prefeitura e até na estação de metrô Friedrichstrasse, onde pode ter pista de curling. Na Potsdamer Platz, as atrações são um tobogã e um rinque de patinação. Uma pista de gelo também funciona aos pés da Torre de TV de Berlim, na Alexanderplatz.
O mercado que se forma na Gendarmenmarkt está entre os mais populares, com destaque para as luzes que deixam a Konzerthaus (Sala de Concertos) e a Dom Französischer (Catedral Francesa) ainda mais imponentes. Em todos os lugares não faltam bebidas quentes e comidas boas — há barracas que funcionam como restaurantes, com boa estrutura para se sentar e provar de comida berlinense e pratos da Baviera a receitas italianas e pescados frescos. Na feira da Gendarmenmarkt a entrada custa 1 euro, valor revertido para caridade e para pagamento dos artistas que se apresentam no palco montado em frente à Konzerthaus.
Artesanato típico e produtos originais são oferecidos nas bancas de praticamente todas as feiras de Natal na Alemanha. Quem visita os mercados de bairros como o badalado Mitte ou do alternativo Prenzlauer Berg encontra boa oferta de artigos ecologicamente corretos.
2 | Natal em Munique
Quem chega de avião à capital da Baviera encontra o clima natalino já no aeroporto, onde a feira de fim de ano costuma começar 1 semana antes do resto da cidade. Em meio a 450 pinheiros e uma árvore de 15 metros de altura há tudo o que um bom mercado de Natal deve ter: delícias da culinária que marca essa época do ano, shows diários e artigos para presente — tem até pista de patinação no gelo!
Por ser a principal praça de Munique, a Marienplatz concentra o mais antigo mercado de Natal da cidade. São cerca de 160 bancas com produtos típicos, como bolas de vidro pintadas à mão. Montada em frente à sede da nova prefeitura (Neues Rathaus), a tradicional árvore de Natal é iluminada por cerca de 2.500 lâmpadas. Quem quiser adivinhar o tamanho do pinheiro natural participa de um sorteio que dá direito a prêmios.
Outros 40 mercados celebram o Advento em Munique. A pequena feira perto do Sendlinger Tor, um dos portões medievais da cidade, é cheia de produtos vindos de países como Peru, Letônia e Rússia. Chance de ouro para quem deixa para fazer compras na última hora. A uma curta caminhada desse mercado, já no bairro de Glockenbachviertel, fica o natal mais cor-de-rosa da cidade, onde gays e lésbicas são super bem-vindos, bem como todos os que prezam pela igualdade.
No Englischer Garten, o parque de Munique, a concentração é debaixo da Torre Chinesa (Chinesischer Turm), onde guloseimas não faltam tampouco artesanato. Crianças brincam no histórico carrossel próximo ao biergarten enquanto adultos aceitam o desafio de um jogo de curling. Um passeio de carruagem para admirar as luzes de Natal do parque também é uma boa pedida. No boêmio Schwabing, destaque para o Kunstzelte, trilha decorada por esculturas natalinas feitas pelos artesãos do bairro.
Reviver o espírito do Natal na Alemanha como se estivesse no século 13 é a proposta do Mittelaltermarkt. Quem visita o antigo mercado medieval pode se fartar de pratos parrudos como o leitão no espeto ou entornar uma das especialidades locais, o Feuerzangenbowle: açúcar flambado em rum e misturado com vinho tinto, laranja, canela, limão e cravo. Um verdadeiro soco de fogo, numa tradução livre para o apelido dessa bebida. Cavaleiros, malabaristas e contadores de história ajudam a compor todo esse cenário na praça que leva o nome da dinastia que comandou a Baviera por mais de 7 séculos, a dos Wittelsbach. Na Residência (Residenz), uma vila de Natal é montada no pátio do antigo palácio dos nobres bávaros.
3 | Natal em Frankfurt
O mercado de Frankfurt é o mais antigo do Natal na Alemanha, data de 1393. Hoje em dia, são cerca de 200 barracas espalhadas pelo centro antigo da cidade, em praças históricas como a Paulsplatz ou pelo Mainkai, região às margens do rio Meno.
Na praça Römerberg, o conjunto de construções erguido entre os séculos 15 ao 17 fica lindamente iluminado. O gigantesco pinheiro instalado e iluminado no centro da praça forma um belo contraste com os edifícios envidraçados, que representam o centro financeiro da Alemanha. É em torno da grande árvore que estão bancas onde é possível comprar produtos que são a cara do Natal de Frankfurt, como geleia e mostarda feitos à base do tradicional vinho de maçã — que também serve de matéria-prima na fabricação de sabonete, à venda nas barracas.
Os visitantes ainda podem provar delicinhas como o bolinho de massa de batata com molho de maçã ou tomar uma generosa caneca de vinho quente. Durante sua passagem por lá, Nathalia se esbaldou na barraca que vendia batata frita. Ela considera o mercado de Frankfurt como o mais bonito que ela visitou até hoje. Nath trouxe de lá uma caixinha de música e o típico biscoito de canela em forma de coração com o nome do nosso filho, Joaquim.
4 | Natal em Colônia
Tendo a simbólica Catedral de Colônia como cenário, o principal mercado do Centro reúne cores, aromas e sons que celebram o Advento. Em torno de 160 tendas se esparramam em torno da grande árvore montada especialmente para o período do Natal na Alemanha.
Famílias e crianças são atraídas para o Expresso de Natal, o trenzinho que percorre outros mercados, como o que é montado na região do porto e próximo ao Museu do Chocolate, duas das paradas obrigatórias do passeio. O Natal de Colônia também celebra a diversidade nas imediações da Rudolfplatz, uma das regiões da cena gay e lésbica da cidade.
5 | Natal em Dresden
Tradição que se repete há 583 anos no Natal na Alemanha. Dresden se orgulha de ter 11 mercados com perfis completamente diferentes, espalhados pela cidade. Mas todos são sinônimo de uma iguaria típica da capital da Saxônia: Stollen, bolo de Natal de Dresden. Para se ter ideia dessa simbologia, são produzidas cerca de 3 milhões de unidades de Stollen só nesta época do ano. Uma versão gigante do bolo recheado de passas e polvilhado de açúcar é preparada no início de dezembro e repartida entre o público na Altermarkt, no centro da cidade.
Como nem só de pão vive o homem, o Dresden Striezelmarkt reserva boas compras, especialmente de enfeites e de bonecos de madeira fabricados à mão. Todos os anos, uma pirâmide de madeira é montada na Neumarkt, a praça central da cidade. A torre tem cerca de 8 andares, cada um deles decorado com figuras natalinas. A estrutura toda gira graças ao calor gerado por velas acesas na base.
6 | Natal em Nuremberg
O Mercado do Menino Jesus (Christkindlesmarkt) transforma Nuremberg até a antevéspera de Natal. Logo na 1ª sexta do Advento, a figura de Jesus menino surge na fachada da Frauenkirche e faz um convite para que todos desfrutem de mais um mercado de Natal — esse ritual existe há mais de meio século, sempre envolvendo a escolha de meninas entre 16 e 19 anos para o papel do Cristo jovem.
As estreitas ruas do centro velho de Nuremberg ficam apinhadas de gente. Em meio ao formigueiro humano, quem busca enfeites tão bonitos quanto os que decoram a cidade encontra uma grande variedade de artigos natalinos feitos a mão. Nathalia ficou impressionada com a quantidade de luzes que chegam a cobrir fachadas inteiras dos prédios históricos. Não é por acaso que este é o único mercado de Natal mencionado entre as top 100 atrações da Alemanha, segundo votação online feita com viajantes de 40 países.
Mas uma visita ao mercado não se dá por completa sem que se experimente um genuíno sanduíche de Nuremberg drei im weggla, que leva 3 unidades de bratwurst, a salsicha de Nuremberg, dentro de um pão que tem o valor de um guardanapo. Ou então cravar os dentes no lebkuchen, pão de mel que há 600 anos faz a fama da cidade.
7 | Natal em Hamburgo
Em Hamburgo não faltam o artesanato e as deliciosas castanhas torradas. Grandes ou pequenas, as feirinhas de Natal se espalham pelo centro da cidade portuária. Uma das mais belas fica em frente ao prédio da Câmara Municipal (Rathaus) — composta por 80 expositores, tem uma rua toda dedicada à venda de brinquedos. No Winter Pride, único mercado de Natal em Hamburgo voltado ao público GLS, quem não curtiu algum presente que ganhou tem a chance de participar de uma feira de troca, com parte da renda revertida à comunidade quer.
No Centro, em torno de 150 bancas são erguidas ao longo e no entorno da Mönckebergstrasse, a principal rua de comércio da segunda maior cidade da Alemanha — bonecos e carrosséis em madeira são os destaques entre os trabalhos dos artesãos locais. O moderno distrito de HafenCity mantém um rinque de patinação e uma padaria que assa bolos e pães natalinos. Até o boêmio bairro de St. Pauli se entrega ao clima de Natal, com apresentações de música ao vivo e boas doses de vinho quente para espantar o frio do fim de ano.
8 | Natal em Stuttgart
Todos os anos, Stuttgart brilha com a proximidade do Natal. Com 25 metros de altura, o pinheiro da Schlossplatz ostenta dezenas de milhares de lâmpadas de LED e uma estrela de 2 metros e meio na ponta. Os mercados da cidade estão presentes na Schillerplatz e nas calçadas do Königsbau e da Igreja Colegiada (Stiftskirche). Diariamente, há concerto de música nos arredores do velho palácio (Altes Schloss).
Um mercado de antiguidades movimenta a Karlsplatz enquanto a fachada da câmara municipal é transformada em um grande calendário do Advento, com a abertura de uma janela por vez durante 23 dias. Não faltam guloseimas, de amêndoas cobertas de açúcar ao pão de frutas típico da suábia, região sudoeste da Alemanha.
9 | Natal em Leipzig
Em Leipzig, o mercado existe desde meados do século 15 e, atualmente, reúne em torno de 250 barracas. Na Praça do Mercado (Marktplatz) fica a feira principal, local em que uma árvore de 20 metros de altura é ricamente iluminada. O salmão defumado e o vinho quente à moda finlandesa (glögi) são dois clássicos das bancas que funcionam na Augustusplatz .
Na mesma praça, uma roda gigante oferece esplêndida visão das luzes de Natal a 38 metros de altura. Diariamente, trombonistas se apresentam na sacada da prefeitura. A música também dá tom nos corais de meninos da Thomaskirche, a igreja de São Thomas. No palco montado no centro do mercado, a criançada pode bater papo com Papai Noel e até fazer um pedido de última hora para o bom velhinho.
10 | Natal em Hannover
Quem visita Hannover no Natal encontra um permanente clima festivo. Na praça Holzmarkt, na centro histórico, 50 árvores iluminadas se esparramam ao redor da fonte Oskar. Por ali, crianças se dividem entre brincar de confeiteiro e se encantar com o teatro de fantoches. Os flammlachs, filés de salmão lentamente defumados, representam o melhor da tradição finlandesa na feira montada na Ballhofplatz. Ao redor da estação central e na área de pedestres de Lister Meile encontram-se produtos feitos a mão e delícias carregadas de cheiro e sabor.
11 | Natal em Düsseldorf
Düsseldorf, capital alemã da moda, tem mercados ao redor da Königsallee, a avenida das lojas luxuosas e caras. Pela primeira vez, a feira terá seu funcionamento estendido (23 de novembro a 30 de dezembro). Este ano, um mercado de contos de fadas foi armado na Schadowplatz, onde o tradicional carrossel deve rivalizar no quesito diversão para as crianças.
Não muito longe dali, uma pista de patinação de 1.700 m² também é imã de público. Enfeites de madeira e de vidro estão entre os produtos vendidos nas banquinhas em frente ao prédio da prefeitura. E as guloseimas, claro, não faltam.
12 | Natal em Heidelberg
O centro histórico de Heidelberg concentra a maior parte dos mercados, em locais como Bismarckplatz, Universitätsplatz, Marktplatz e Kornmarkt. Na praça Karslpaltz funciona aquela que é considerada a pista de gelo mais bonita da Alemanha. Velas, bonecos de madeira e enfeites produzidos artesanalmente fisgam os interessados em compras. Com canecas em punho, os visitantes se aquecem sorvendo doses do famoso glühwein. Saiba mais, acesse a programação de Natal de Heidelberg.
Casa de uma das dinastias mais duradouras de toda a Europa, a dos Wittelsbach (1180 a 1918), o Residenz a construção é uma das principais atrações de Munique, na Alemanha. De todos os lugares que visitamos na nossa viagem à Alemanha com criança, o maior palácio urbano do país foi para mim e para Nathalia um dos mais marcantes, seja por sua imponência ou pela riqueza de sua decoração. E porque, acima de tudo, amamos história.
A Baviera ainda não era um reino quando a corte se transferiu do Alter Hof para o Neuveste, palácio de estilo gótico erguido a partir de 1385. Com a permanência dos Wittelsbach no centro do poder – primeiramente como duques, depois na figura de eleitores e, por fim, como reis – 6 séculos foram mais do que suficientes para que cada governante ampliasse o Residenz, imprimindo à construção nada menos do que 4 estilos diferentes em sua arquitetura e decoração: Renascentista, Barroco, Rococó e Neoclássico.
Formado por 10 pátios e 130 salas, o Residenz fica a menos de 500 m da Marienplatz, a principal praça de Munique. A construção foi atingida por pesados bombardeios, o que exigiu sua reconstrução a partir do final da Segunda Guerra, em 1945. Duas décadas antes já funcionava como museu. A valiosa diversidade de seu acervo fica evidente em cada aposento, com seus móveis, tapeçarias, quadros, esculturas e peças religiosas.
O visitante que chega para conhecer o Residenz pode ficar um pouco perdido, sem entender o que ver, no que reparar diante de tanta oferta. Pensando nisso, elaboramos a seguir um pequeno roteiro detalhando ambientes de relevância histórica, artística e, claro, que nos impressionaram.
Veja 10 ambientes imperdíveis do palácio para você conhecer em sua visita:
1 | Hofgarten, o jardim da corte
Essa foi a primeira parte do palácio que vimos. Como sua entrada é livre, estivemos lá dias antes de entrar no Residenz. Durante uma caminhada pela Odeonplatz, praça em frente ao Hofgarten, resolvemos entrar para passear pelo jardim da corte. Era perto do meio-dia e havia muita gente sentada nos bancos. Muitos com livros nas mãos, embalados pela sinfonia das fontes.
A inspiração renascentista está presente nessa área extensa do Residenz. O trabalho de construção teve início no ducado de Maximiliano I, mas o jardim foi redesenhado diversas vezes desde 1613. Destaca-se no Hofgarten o pavilhão de 8 arcos com uma estátua de bronze no alto. Lá estão simbolizados os tesouros da Baviera: o sal, a água e os grãos. Depois de ter de conter sua energia típica de criança, soltamos Joaquim para correr pelos caminhos de cascalhos. Os canteiros não estavam altos, então a gente não perdia ele de vista.
2 | Schatzkammer, a área do tesouro
No dia em que voltamos para ver o Residenz, começamos a visita por aqui. A entrada fica ao lado do guarda-volumes e acabamos naturalmente nos encaminhando para ali. Mas também pode ser bom terminar a visitar pela área do tesouro, se a ideia for ir embora com imagens impressionantes de muito ouro e opulência.
Colecionador de arte, Albrecht V também era apaixonado por joias e trabalhos com pedras preciosas. Em seu testamento, o duque ordenou que todo tesouro pertencente à dinastia Wittelsbach deveria ser guardado, não poderia ser vendido. O desejo foi seguido por seus sucessores, e hoje é possível ver em torno de 1.250 peças na ala do tesouro do Residenz. Ao longo de 10 salas estão expostos trabalhos em ouro, cristal, safira, diamantes, marfim, sob a forma de insígnias, jogos de copos, medalhas.
A coroa dos reis da Baviera que repousa sobre uma almofada especial é um item de grande destaque. Produzida em Paris, a peça leva ouro, prata, diamantes, rubis e esmeraldas, mas não chegou a ser utilizada por Maximilian Joseph I, proclamado 1º rei da Baviera por Napoleão Bonaparte em 1º de janeiro de 1806.
A estátua de São Jorge apresenta rosto semelhante ao do duque Wilhelm, a quem a peça foi dada em 1586. O conjunto chama a atenção pela quantidade de pedras utilizadas na composição. Feita de ouro, leva diamante, esmeraldas, rubis, opalas, ágata, cristal de rocha entre outras pedras preciosas.
Nathalia ficou apaixonada pelo conjunto formado por coroa, colar, pulseira e brincos de Therese de Saxônia-Hildburghausen, aquela que se casou com o príncipe Ludwig (mais tarde, rei Ludwig I) e que a celebração dessa união deu origem à Oktoberfest, a mais popular festa da cerveja na Alemanha.
Já Joaquim aproveitou para dar um tapa no visual diante do magnífico conjunto de viagem que pertenceu a Marie Louise da Áustria, segunda mulher de Napoleão Bonaparte. É uma grande caixa com 120 itens guardados em pequenos compartimentos, quase ocultos quando se encontram fechados (possui de serviço de jantar para duas pessoas a material de costura e até instrumentos de dentista) . Ao abrir a tampa da caixa surge o espelho que nosso filho usou para ajeitar seu cabelo. O trabalho de ourivesaria é de 1812 e foi feito com materiais como madrepérola, marfim, concha de tartaruga e ébano.
3 | Antiquarium, o espaço mais deslumbrante
Como fã desse salão, recomendo uma visita atenta às peças, aos detalhes. Apaixonado por arte, o duque Albrecht V ordenou a construção desse luxuoso espaço para abrigar sua extensa coleção de esculturas antigas. Entre 1568 e 1571, o Antiquarium foi erguido em uma área já fora do Neuveste, que havia ficado pequeno demais para o desejo de expansão do líder máximo dos Wittelsbach. Seus sucessores, o duque Wilhelm V e Maximilian I, transformaram o hall de 66 m de comprimento em um salão paras bailes e festas.
Como qualquer criança faria, Joaquim se divertiu percorrendo sozinho aquela imensidão de lugar, ora olhando para o teto onde estão 16 pinturas de Peter Candid, ora mirando com curiosidade os bustos da coleção.
4 | Grottenhof, o pátio da gruta
Um dos 10 pátios do Residenz, o Grottenhof leva esse nome por ficar colado à gruta próxima ao Antiquarium. Encomendada pelo Duque Wilheml V em 1583, ela é cravejada por conchas e cristais coloridos. Vale uma passada para ver os deuses do Olimpo retratados nas paredes, assim como passagens da obra Metamorfose, do poeta romano Ovídio.
5 | Ahnengalerie, com quadros dos governantes da Baviera
Uma das primeiras salas da visita ao palácio ajuda a entender quem era quem na família Wittelsbach – dinastia responsável por erguer as principais atrações históricas da realeza de Munique. Em 1726, quando se tornou eleitor – título que lhe dava direito de escolher o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, do qual a Baviera fazia parte –, Karl Albrecht encomendou a criação de uma sala onde até hoje repousam nas paredes cerca de 100 quadros com retratos dos membros da dinastia bávara e suas ramificações. A área se chama Ahnengalerie (numa tradução do alemão, galeria dos ancestrais). A sala anexa (Porzellankabinet) guarda peças em porcelana.
6 | Porzellankabinet, a sala das porcelanas
Nos anos em que esteve no poder (1579 a 1598), o duque Wilhelm V foi quem começou a coleção de peças em porcelana vindas do Japão e da China, nações que detinham a técnica para manusear esse tipo de material — na Europa, a porcelana só passou a ser fabricada apenas no século 17. As peças da coleção não eram levadas à mesa durante as refeições. Tinham apenas função decorativa durante as solenidades realizadas no Residenz.
7 | Allerheiligen-Hofkirche, de igreja a sala de concerto
Trata-se da primeira capela construída na Baviera depois de 1803, quando a Igreja deixou de exercer sua influência política no território alemão. Embora não faça parte do museu, é possível visitar sua galeria e admirar do alto esta obra inspirada na Capela Palatina, de Palermo, no sul da Itália. Encomendada pelo rei Ludwig I, a Igreja de Todos os Santos levou 9 anos para ficar pronta (de 1826 a 1837), sob a supervisão de Leo von Klenze, arquiteto preferido da corte bávara.
A edificação apresentava paredes em gesso e mármore, com pinturas em ouro coloridas e piso de mármore de vários tons. Transformada em ruínas pelas bombas durante a Segunda Guerra, ficou esquecida durante muitos anos até ter partes originais restauradas e combinadas com elementos arquitetônicos mais modernos. Desde 2003 funciona como sala de concertos; reserve um concerto na Residenz de Munique.
8 | Grüne Galerie, com seus grandes espelhos
Do conjunto de salas suntuosas que compõem o segundo andar do Residenz, destaca-se a Grüne Galerie (em português, Galeria Verde). Espaço de festa originalmente concebido por François Cuvilliés a pedido do duque Karl Albrecht, possui grandes espelhos que se alternam na parede com quadros do acervo dos Wittelsbach — parte deles foi posteriormente transferida para espaços como a Alte Pinakothek. Como mais um dos ambientes destruídos por causa da Segunda Guerra, a Galeria Verde passou por um meticuloso trabalho de reconstrução baseado em pinturas de época.
9 | Königsbau, onde fica o trono
A visita ao Residenz é extensa, mas vale ir ao setor dos apartamentos do rei e da rainha, nem que seja para ver a sala do trono. Ele é o único móvel no espaço, ricamente decorado, em branco e dourado. Königsbau faz parte da expansão do palácio ordenada por Ludwig I quando ele assumiu o reino da Baviera, em 1825.
10 | Cuvilliés-Theater, o teatro dourado
O teatro que hoje carrega o nome do arquiteto que o projetou, François Cuvilliés, foi construído entre 1751 e 1755 para ser a casa de ópera do príncipe eleitor Maximilian Joseph III. Em seu palco foram encenadas obras como La Finta Giardiniera, escrita por Mozart a pedido de Max Joseph, e Idomeneo, encomendada em 1780 pelo eleitor Karl Theodor ao compositor austríaco, cuja a estreia no palco do velho teatro do Residenz se deu no verão do ano seguinte. Hoje é possível ir a um show de gala no Teatro Cuvilliés.
Principal representante do estilo rococó alemão, o espaço que se visita no Residenz parece bordado a ouro. Ainda que não seja o teatro original (ele foi destruído por bombardeios da Segunda Guerra, em 1944, e um novo foi construído em seu lugar um ano depois), o Cuvilliés mantém o entalhamento dourado e a ornamentação floral originais, salvos em 1943. Hoje, o Teatro Cuvilliés abre suas portas para eventos, cerimônias, apresentações de balé e, claro, óperas.
VALE SABER
Endereço: Residenzstrasse, 1, Munique. A porta de entrada para a visitação está em frente à Max-Joseph-Platz, praça do Nationaltheater (teatro da ópera da cidade)
Transporte: É bem fácil chegar ao Residenz. De transporte público, as paradas mais próximas são: Marienplatz, de S-Bahn ou de U-Bahn; Odeonplatz de U-Bahn ou de ônibus; e Nationaltheater de bonde.
Horário: Abre diariamente, e a entrada nos espaços pode ser feita sempre até 1 horas antes do encerramento.
Para o palácio e a área do tesouro: de abril a de outubro, das 9 às 18 horas; no restante do ano, das 10 às 17 horas. Para o teatro Cuvilliés: há vários horários de visitação ao longo do ano – no domingo, costuma estar aberto no período entre 10 e 17 horas; de segunda a sábado, apenas a partir das 14 horas.
Preço: O ingresso pode ser para cada parte da visita ou combinado, que inclui o palácio, a área do tesouro e o teatro Cuvilliés — em todas as situações, a visita é grátis para quem tem até 18 anos. Para todas as áreas, paga-se € 17. Somente para o palácio ou para o tesouro, € 9 — os dois juntos saem a € 14 a entrada. O Hofgarten tem livre acesso.
Alimentação: À esquerda da entrada do Hofgarten, há várias opções de cafés e restaurantes, como o Tambosi, que espalha mesinhas no jardim durante o tempo quente. Nas ruas em torno do palácio, existem restaurantes — entre eles, o tradicional Pfälzer Residenz Weinstube na Residenzstrasse.
Compras: A lojinha do Residenz é uma boa fonte de souvenir diferente. Para crianças, havia de bonés e camisetas com desenhos de reis e rainhas a cadernos de colorir. Nós trouxemos dois com desenhos lindos de palácios da Alemanha. Divertido para pintar em família e lembrar da viagem. Também havia forminhas de biscoitos com o formato de ícones da Baviera, como as torres da Frauenkirche, entre 3 importantes igrejas de Munique, e o Neuschwanstein, castelo que teria inspirado o da Cinderela.
O que começou com um pequeno edifício de estilo italiano foi bem ampliado ao longo dos séculos. Desde sua construção em 1664, o Schloss Nymphenburg, palácio de verão em Munique, ganhou as alas laterais, um grande parque e palácios adicionais.
Atualmente o complexo exige um dia para ser visitado com calma. Também é possível ver apenas uma parte dos espaços — há até a opção de ingresso combinado ou individual para cada conjunto.
É importante ficar atento à época do ano. Seguindo sua tradição de palácio de verão da dinastia Wittelsbach, que dominou a Baviera por 7 séculos e construiu boa parte do que se vê numa visita à capital (leia em Munique da realeza), o Nymphenburg tem uma visitação completamente diferente de acordo com a estação. Do meio de outubro a março, permanecem fechados todos os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause.
Como é o palácio
A maior ampliação do Nymphenburg ocorreu durante o governo de Maximilian Emanuel II. Pudera, o eleitor da Baviera (de 1679 a 1726) nasceu no palácio de verão, construído por seus pais, o eleitor Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, em agradecimento pelo esperado filho.
A partir de 1701, começou uma renovação no palácio. A parte central do edifício foi reconstruída para ter seu lugar de destaque garantido no complexo, apartamentos reais receberam nova decoração e as galerias do palácio ganharam pinturas de Franz Joachim Beich, com paisagens de castelos bávaros. Nos anos seguintes, a área externa do palácio foi reformulada em estilo barroco e ampliada até o presente tamanho. Tudo a cargo dos franceses Joseph Effner (arquiteto) e Dominique Girard (paisagista).
Durante o reinado de Maximilian I, entre 1806 a 1825, Nymphenburg teve trechos de seu jardim transformados do estilo francês para o inglês, com formas mais naturais, sem preocupação com a geometria.
O que ver em Nymphenburg
Ao palácio cada governante da Baviera adicionou algo, seja na arquitetura ou na decoração. Entre as salas, vale visitar a Schönheitengalerie do rei Ludwig I, com retratos de damas da sociedade da época (pinturas de 1827 a 1850), e o quarto da rainha (Schlafzimmer der Königin), onde nasceu Ludwig II, o rei que construiu Neuschwanstein, inspiração para o castelo da Cinderela.
No Marstallmuseum estão as carruagens do rei Ludwig II (datadas em torno de 1880). Outro veículo a ser visto foi usado na coroação do eleitor Karl Albrecht em imperador do Sacro Império Romano Germânico com o nome de Karl VII, em 1742. Tem estilo rococó francês.
Fundada pelo eleitor Maximilian Joseph III em 1747, a fábrica de porcelana funcionou até 1930. Peças como vasos e estátuas, da coleção iniciada por Albert Bäuml (que assumiu a manufatura em 1888), estão expostas no Nymphenburger Porzellan.
Durante o ano inteiro, dá para ver tanto o palácio principal quanto os museus das carruagens (Marstallmuseum) e da porcelana (Nymphenburger Porzellan).
Quando o tempo esquenta, são abertos também os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause. Além de visitá-los, dá para fazer um passeio de gôndola no lago em frente ao palácio (disponível entre abril e meados de outubro).
Entre os palácios do jardim destaca-se o Amalienburg, uma joia do estilo rococó levado a Munique pelo arquiteto francês François Cuvillés, o mesmo do teatro do Residenz, batizado com seu sobrenome. O palácio foi erguido a mando do eleitor Karl Albrecht (governante da Baviera entre 1726 e 1745) para sua mulher, Maria Amalia da Áustria.
VALE SABER
Endereço: Schloss Nymphenburg, 1, Munique
Transporte: O palácio fica na parte oeste de Munique. Há 2 opções para se chegar lá de transporte públic: pegue o S-Bahn em direção a Laim e depois o ônibus para Schloss Nymphenburg; ou tome o U-Bahn para Rotkreuzplatz e o bonde até Schloss Nymphenburg
Funcionamento: Diariamente, de abril a 15 de outubro, das 9 às 18 horas. No restante do ano, é possível visitar o palácio principal e os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum), das 10 às 16 horas — os palácios do jardim fecham nesse período.
Preço: Para visitar todas as áreas, 11,50 euros, de 1º de abril a 15 de outubro, e 8,50 euros no restante do ano — abaixo de 18 anos, grátis.
Se for ver somente o palácio, o ingresso sai por 6 euros. Apenas para os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum) ou só para os palácios do jardim, custa 4,50 euros
Alimentação: Há duas opções no complexo. o Schlosscafé im Palmenhaus, restaurante na entrada 43 (aberto do café da manhã até as 16h30), e o Schlosswirtschaft Schwaige, que oferece a possibilidade de jantar dentro do palácio. Os visitantes podem provar as receitas saídas do caderninho do rei Ludwig I (terça e quarta, às 19 horas), enquanto ouvem histórias sobre a monarquia da Baviera.
Dicas: Para ajudar os visitantes a explorarem essa imensidão, um aplicativo gratuito para iOS e Android (em inglês ou alemão) mostra 23 pontos da atração, com informação, fotos e vídeos. Todos os textos do app estão disponíveis em áudio também.
Um reluzente McLaren MP 12 estacionado em frente à entrada do Bayerischer Hof é minha primeira visão quando chego a um dos maiores e mais luxuosos hotéis de Munique, na Alemanha. Pago a corrida ao taxista, pego os pertences pessoais e uma pergunta martela minha cabeça: que tipo de pessoa teria o desplante de, no país que inventou o automóvel, pilotar um modelo de carro inglês? Inglês?!?! Até James Bond abriu mão do seu tradicional Aston Martin um dia para fugir de bandidos à bordo de um BMW!
Eu a matutar e o McLaren lá, parado, azul e inglês na frente do hotel que bem poderia servir de cenário para qualquer um dos filmes do 007. Tempos depois descobri que três atores que interpretaram o agente secreto mais famoso do cinema já haviam passado seus dias naquelas imponentes instalações: os ‘sirs’ Sean Connery e Roger Moore e ainda Daniel Craig. Eles fazem parte de uma extensa de lista de personalidades que já se hospedaram no Bayerischer Hof em 175 anos de existência do empreendimento. Leia nosso Guia Munique: dicas de viagem à cidade no sul da Alemanha.
Foi nesse cenário rico em histórias que Nathalia, Joaquim e eu, ilustres desconhecidos, ficamos durante nossa passagem por Munique, segunda etapa da viagem à Alemanha em família. Desconhecidos como tantos outros hóspedes, mas nem por isso desimportantes.
Como um autêntico cinco-estrelas, o requinte do Bayerischer Hof está evidente em cada instalação do labiríntico edifício, em cada serviço exclusivo oferecido pelo empreendimento integrante de duas luxuosas associações de hotelaria, The Leading Hotels of the World e Preferred Hotels & Resorts.
Nos quartos, design assinado
Acomodações são 340, das quais 65 são suítes com espaço interno que alterna entre os 25 m² de um single room até 130 m² da suíte panorâmica. Se combinadas diferentes acomodações, o resultado pode chegar a incríveis 584 m², o que resulta em uma das maiores suítes de toda a Europa, com capacidade para até 17 pessoas.
Éramos três e ficamos em um quarto desenhado por Siegward Graf Pilati (outros três arquitetos se dividem nas assinaturas das demais acomodações). Uma ótima cama king size, uma mesa de trabalho e uma pequena sala de estar compunham o ambiente. Para o Quim, uma pequena cama foi armada aos pés da nossa, de frente para a TV (não poderia haver melhor lugar, mesmo ele não entendendo nada do alemão dito nos desenhos animados que pedia para assistir antes de dormir).
Nosso filho curtiu também a ideia de o quarto ter um closet, que virou uma espécie de playground informal dos bonecos da Turma da Mônica — levados para lhe fazer companhia durante os 25 dias longe de casa. Quim achou igualmente divertido haver um pequeno rádio instalado na parede do banheiro. Imagine quantos banhos de banheira ele não quis tomar ouvindo música?
Ele também adorou a ideia de poder sair do chuveiro e não sentir frio ao tocar o piso aquecido. Se bem que havia pantufas do tamanho de seus pés à espera dele na chegada ao quarto, sem falar no roupão infantil com o qual nosso pequeno lord se vestia ao sair do banho de banheira diariamente.
Nobre história
A fidalguia é inerente à história do Bayerischer Hof, escrita a partir de um desejo de Ludwig I. Em 1839, o rei da Baviera ordenou que fosse erguido um hotel de 1ª classe com condições de receber visitantes estrangeiros. Empresário do ramo de locomotivas, Joseph Anton von Maffei encabeçou a construção, que teve projeto do arquiteto Friedrich von Gärtner e levou dois anos para ser concluído. No dia 15 de outubro de 1841, o Bayerischer Hof abriu suas portas no coração do centro antigo de Munique, tendo Maffei como arrendatário até sua morte.
Em 1897, Hermann Volkhardt, um jovem confeiteiro, pagou perto de 3 milhões de marcos alemães e assumiu o controle do hotel, dando início à sua expansão e reconstrução, nem sempre fruto de sua vontade. Apesar do bombadeio sobre Munique na madrugada de 25 de abril de 1944, uma parede de espelhos do Bayerischer Hof resistiu de pé. Com Falk, neto de Herrmann Volkhardt no comando, a reconstrução após a Segunda Guerra começou a partir da única estrutura que havia ficado intacta.
Ao mesmo tempo memorial e cicatriz, os espelhos estão lá a decorar o Falk’s Bar, que combina em doses certas o estilo barroco bávaro de um teto todo trabalhado com notas de modernidade dadas pela iluminação em tom de azul do convidativo balcão, onde é possível relaxar ao sabor de um Skyfall, uma das criações sugeridas na carta de coquetéis.
Nathalia recomenda um drink no Blue Spa, no terraço, com a visão do sol caindo atrás dos telhados de Munique. Joaquim e eu estávamos na piscina quando ela surgiu de roupão, uma taça de brut na mão e um sorriso discreto nos lábios. Depois, foi apreciar a vista de Munique da varanda ao lado. Eu, paparazzi nada vocacional, cliquei este instante que poderia ter a legenda ‘é chato ser chique’.
Nossa estada no Bayerischer Hof incluía começar o dia com um ótimo café da manhã. Aqui prefiro classificá-lo como pequeno almoço, essa expressão genialmente consagrada em Portugal para definir a primeira refeição, o que naquele caso fazia todo sentido. Dispenso novas linhas para não brigar com as fotos que mostram o repertório do buffet. Mas é preciso mencionar que de espumante a salmão, passando por diversos tipos de pães, incluindo as deliciosas especialidades alemãs, tudo era uma tentação para os que, assim como nós, prezam um generoso café da manhã.
Quando estavam disponíveis, nos sentávamos nas mesas do lado de fora, de onde Joaquim conseguia ouvir o espetáculo musical da torre da prefeitura de Munique, na Marienplatz. Controle-se para não perder a manhã por ali porque o ambiente é tentador.
Essa vocação para o dolce far niente da cidade apelidada de “a mais ao norte da Itália” fica evidenciada em terraços como o do Dachgarten (onde o café é servido) ou no andar de cima, no Blue Spa Terrasse, cuja a maior área de sua varanda é generosamente brindada com a visão das torres da Frauenkirche, igreja ícone de Munique. Os fins de tarde nos últimos andares do hotel podem ficar ainda melhores se você for como Nath, Joaquim e eu, que nos deliciamos na piscina. Recomendamos flutuar e admirar a variação do azul do céu, do claro ao escuro.
Gastronomia variada e estrelada
À medida em que a noite se aproxima, os trajes mudam na região do spa. O imaculado branco dos roupões cede lugar ao estilo casual para homens e mulheres que sobem ao sétimo andar e ensaiam os primeiros passos de um roteiro de diversão que vai de cima a baixo, sem que essa descida represente queda na empolgação. Porque é nas entranhas do Bayerischer Hof que estão alguns de seus tesouros. É possível desfrutar de entretenimento sem colocar os pés fora do hotel, seja nas estofadíssimas 38 poltronas do cinema que funciona no mezanino ou assistindo a um show de jazz ou música latina no nightclub do subsolo.
Já a gastronomia reserva do melhor da tradição bávara oferecida pelo rústico Palais Keller ao renomado Atelier, dono de 3 estrelas do prestigiado Guia Michelin e com cozinha gourmet criativa sob as ordens de Jan Hartwig. Brasserie de cardápio que combina pratos clássicos com receitas contemporâneas, o Garden apresenta o filé de linguado com espinafre e batatas salpicadas de salsa como uma de suas especialidades. É de salivar, convenhamos.
Presente em hotéis do Oriente Médio, da Europa e dos Estados Unidos, o restaurante Trader Vic’s tem inspiração polinésia. Das panelas comandadas por Tahsin Pehlevan saem especialidades cheias de picância e cor. Fazem parte da carta de coquetéis da casa o tradicional Bahia No, mistura de creme de coco com suco de abacaxi (bom para quem não curte álcool) e o Menehune Juice, que combina rum com amêndoas, em um copo simpaticamente ornamentado por uma miniatura de um menehune, espécie de anão que vive escondido nas ilhas havaianas, de acordo com a lenda local.
Dois desses bonequinhos de borracha vieram da Alemanha para o Brasil e por aqui ganharam o nome de ‘bundinhas de fora’, dada a escassez de suas vestes. Viraram personagens das brincadeiras que Joaquim organiza com Lego e Playmobil aqui em casa.
Frequentado por personalidades e moradores
O Bayerischer Hof dispõe dos serviços típicos de um cinco-estrelas de modo que cada hóspede sinta-se em casa mesmo estando longe dela. Foi esse conceito que permitiu ao hotel armar uma cozinha dentro da suíte onde se hospedou o tenor italiano Luciano Pavarotti, famoso pelo hábito de preparar sua própria pasta de madrugada.
Durante nossa estada, questões corriqueiras de hospedagem foram resolvidas com prestatividade e rapidez. O que não significa dizer que o hotel nunca tenha negado algum pedido considerado extravagante. Sempre que se apresentava em Munique, Michael Jackson ficava no Bayerischer Hof. Do livro de visitas consta anexada uma reportagem que narra a passagem do cantor pelo hotel, em julho de 1997. Com suítes reservadas em nome de Sr. King, o rei do pop se hospedou na companhia da então mulher, Debbie Rowe, e do filho recém-nascido do casal, Prince Michael. Foram feitas poucas exigências, como um umidificador no quarto, flores, 24 latas de refrigerante sabor laranja e queijo suíço.
Ainda segundo a reportagem da época, o isolamento do cantor era garantido pela presença permanente de um guarda-costas na porta da suíte e de outros seguranças particulares nos principais acessos ao Bayerischer Hof. Questionada se poderia proibir a entrada de fãs do cantor no hotel, a gerência respondeu educadamente que não. Maneira encontrada para garantir a liberdade dos demais hóspedes, sem que o hotel se transformasse em um bunker.
O episódio não abalou a relação com Michael Jackson, que voltou à cidade e ao Bayerischer Hof outras vezes. Essa é razão para o surgimento de um memorial informal para o astro pop em frente ao hotel logo após a morte do cantor, em 2009. Aos pés da estátua que homenageia outro músico, o compositor renascentista Orlando di Lasso, fotos, flores, mensagens e velas deixadas pelos fãs transformaram um pedaço da Promenadeplatz em ponto de peregrinação e culto à memória do astro pop desde então.
Em 1907, Sigmund Freud e Carl Jung se reuniram por 13 horas para discutir psicanálise em um dos salões art déco do Bayerischer Hof. Foi também no hotel que o clarinetista Benny Goodman desfilou todo o seu swing em uma apresentação histórica, em 1970. E ainda onde, seis anos mais tarde, o boxeador Mohamed Ali se exercitou diante de fãs enquanto se preparava para um combate no Estádio Olímpico. Nos dias atuais, quando não estão em campo, as estrelas do Bayern são vistas almoçando ou jantando por lá.
Com salões e espaços que abrigam de pequenos a grandes encontros, a rotina de eventos do Bayerischer Hof se mistura ao entra e sai dos turistas. Em um intervalo de 24 horas, testemunhamos a movimentação provocada pela cerimônia de entrega de uma importante premiação científica e, na noite seguinte, o agito provocado pela formatura de uma escola de dança da cidade, cujos alunos posavam para as fotos no lobby, vestidos em trajes de época. Retrato de uma realeza contemporânea que habita o gigante de cimento e luxo da Promenadeplatz, um patrimônio de Munique.
O endereço mais chique de Munique, a Maximilianstrasse, leva o nome do rei que planejou e iniciou a abertura dessa avenida, em 1853, após 5 anos de sua chegada ao trono. A pé gasta-se em torno de 25 minutos para percorrer seus cerca de 1,2 quilômetros de extensão. É claro que esse tempo tem tudo para dobrar se você não resistir à tentação e espiar o que as vitrines de marcas como Gucci, Chanel, Louis Vuitton, Bulgari e Dior têm a exibir.
Essas e outras grifes internacionais fazem companhia ao luxuoso Vier Jahreszeiten Kempinski Munich, veterano hotel instalado na Maximilianstrasse desde 1858. Assim como o Bayerischer Hof, na Promenadeplatz, ele é um dos principais cinco-estrelas da cidade. Galerias de arte e cafés completam o pacote do lado comercial da avenida, . Tanto requinte leva a rua de Munique a ser comparada com outros endereços de luxo no mundo, como a Rodeo Drive de Los Angeles, nos Estados Unidos, e a Via Monte Napoleone da italiana Milão.
No entanto, a Maximilianstrasse não é só feita de lojas que tratam de valores acima de três dígitos com a naturalidade de quem dá bom dia. Há oferta de lazer e cultura também, a começar pelos teatros na região do Residenz, passando pelo Müncher Kammerspiele Schausspielhaus, conjunto de salas de teatro voltado mais às montagens contemporâneas e culminando no Museum Fünf Kontinent. O prédio do primeiro museu etnológico da Alemanha fica em frente ao Maximilianeum, sede da parlamento bávaro. Erguida entre 1857 e 1874, a construção fazia parte do plano original de abertura da avenida. Em fins de tarde com sol, observar o dourado que emana de sua fachada, definitivamente, não tem preço.
É o quintal dos moradores de Munique. E também a praia, a academia, o bar ao ar livre. No Englischer Garten cabe tudo isso. Nathalia e eu conhecemos esse imenso parque urbano durante nossa viagem em família pela Alemanha. Estivemos por lá com nosso filho, Joaquim, no início da primavera, curiosamente a estação do ano em que o Jardim Inglês foi aberto ao público, em 1789.
Mas se engana quem pensa que o parque atrai moradores e turistas apenas quando Munique começa a ser tomada pelo sol e pelo calor. A geografia e a estrutura do Englischer Garten garantem lazer e diversão em qualquer tipo de clima. Contra ‘fotos’ não há argumentos, e nossas imagens comprovam ser possível passear no parque em dias gelados também (toucas e cachecóis são adereços bem-vindos).
Como é o maior parque de Munique
Com 4,17 km² de extensão, o Englischer Garten é um dos maiores parques do mundo, ao lado dos conhecidos Central Park, de Nova York, e Hyde Park, de Londres. Ele está dividido em dois setores: o lado sul (o Jardim Inglês) é um convite ao movimento, às atividades esportivas e de lazer; ao norte (Hirschau), a tranquilidade faz qualquer um esquecer que se está em um parque urbano.
Diferentemente do aspecto barroco e geometrizado dos jardins franceses, o estilo inglês se caracteriza pela preservação das formas naturais da vegetação, sem obediência à simetria.
Painéis com o mapa do Englischer Garten são encontrados com relativa facilidade. Mesmo assim, numa bifurcação, ficamos em dúvida sobre qual direção tomar para chegarmos aos pedalinhos do Kleinhesseloher See, maior lago do parque. Pedimos ajuda a um casal que passeava com um bebê. Eles foram super gentis ao explicar que estávamos mais perto do que imaginávamos. Perguntaram de onde éramos, e o alemão contou já ter estado no Rio quando ainda não era casado.
Pela segunda vez naquela viagem encontrávamos com alguém de Munique que conhecia o Brasil. A outra foi numa parada no biergarten do Viktualienmarkt. Aliás, o Englischer Garten oferece nada menos do que 6 biergartens. Desses, o maior jardim de cerveja é o da Torre Chinesa, com capacidade para 7.000 pessoas sentadas. Nós descemos do ônibus justamente na parada da Chinesischer Turm e logo encontramos mesas e canecas bem grandes pela frente. Tínhamos na mochila fruta, biscoitos e suco de maçã — um clássico experimentado a rodo por Joaquim durante nossa temporada germânica. Em frente ao biergarten, um parquinho é ocupado pelas crianças. Nosso menino testou todos os brinquedos disponíveis enquanto Nath e eu nos submetemos ao trabalho árduo de beber uma genuína HB (oh, vida cruel!). Outro biergarten bem conhecido fica às margens do Kleinhesseloher See, aquele lago dos pedalinhos.
O que fazer no Englischer Garten
No principal parque de Munique, esportistas experientes ou ocasionais podem pedalar, correr ou andar por seus 78 km de trilhas. Há também caminhos para os que curtem equitação. Praticantes de slackline se apoderam das árvores (e são muitas, viu). E o futebol é jogado em alguns pontos do parque.
Além de modalidades convencionais, o Englischer Garten é famoso também entre os adeptos do surfe. Ladeado pelo Isar (rio que corta a cidade de Munique), o parque possui 8,5 km de cursos d’água. Num desses canais, chamado de Eisbach, surfistas desafiam a forte correnteza, seja no verão ou debaixo de neve. Até 2010, subir na prancha por ali era proibido. De lá para cá, público e câmeras testemunham performances radicais.
No verão, Munique registra temperaturas que passam da casa dos 30 graus (a média fica perto dos 23). Nessa época os frequentadores se refrescam no Rio Schwabing ou ficam largados no gramado para um banho de sol. Um dos espaços mais concorridos situa-se entre o Monóptero, construção em estilo grego que lembra um coreto, e a Japanisches Teehaus (Casa de Chá Japonesa). Na região conhecida como Schönfeldwiese, o nudismo é liberado.
Se molhar o corpo ou ficar peladão não for suficiente para aliviar o calor do verão de Munique, beba algo num dos biergartens do parque. Ou experimente o frescor de uma volta de pedalinho no Kleinhesseloher See. Nath gravou nosso passeio, enquanto eu estava no comando da modesta embarcação, morrendo de medo de trombar com os patos que nadam muito perto para aproveitar a corrente d’água formada pelo pedalinho.
Durante o rigoroso inverno alemão, o lago congela e se transforma em um rinque de patinação. Enquanto isso, na colina onde está o Monóptero, o verde do gramado é coberto por uma grossa camada de neve. Deslizar naquela pista branca a bordo de um trenó é o grande barato — tem gente que escorrega também ao melhor estilo skibunda.
Seja qual for a estação, certo é que um passeio pelo Englischer Garten é tudo menos uma fria.
VALE SABER
Transporte: Como tínhamos visitado a Allianz Arena e o Museu do Bayern pela manhã, saímos da região do estádio usando o metrô. Tomamos a linha U6 (Fröttmaning) e descemos 8 estações depois. Giselastrasse é também o nome da parada de ônibus que fica na Martiusstrasse, rua ao lado da saída do metrô. As linhas 54 (Lorettoplatz) ou 154 (Bruno-Walter Ring) cortam as ruas internas do Englischer Garten. Descemos 5 minutos depois, na parada Chinesischer Turm, a Torre Chinesa.
Anoitecia quando voltamos. Saímos pelo portão próximo ao lago Kleinhesseloher e demos uma baita volta pelo lado de fora do parque até alcançarmos a estação Giselastrasse do metrô, nosso ponto de partida no passeio.
Funcionamento: O Englischer Garten fica aberto todos os dias
Preço: Grátis
Alimentação: Parque chama piquenique, e o gramado do Englischer Garten é um convite a estender a toalha e espalhar guloseimas. Encontramos quiosques para comprar água e lanches ao longo do parque. Se quiser se acomodar melhor, sente-se à mesa do biergarten da Torre Chinesa, por exemplo, pegue uma cerveja e petisque algo (nós compramos uma porção de fritas). Ah, não esqueça de recolher o lixo. A administração do parque coleta 120 toneladas de resíduos por ano. Então, faça a sua parte!
Para quem deseja mais conforto, há restaurantes típicos que funcionam dentro do parque. A maioria tem salões confortáveis e amplos, alguns com decoração sofisticada. São as áreas externas desses estabelecimentos que encorpam os jardins de cerveja do parque. Casos do Seehaus, ao lado do lago Kleinhesseloher, do Hirschau — esses dois ficam próximos e possuem parquinho para crianças. Tem ainda o Zum Aumeister e o MilchHäus, que só serve comida e cerveja 100% orgânicos. E uma versão menor da cervejaria Hofbräuhaus também é encontrada por lá.
De todas as atrações encontradas no Englischer Garten, em Munique, a Chinesischer Turm (Torre Chinesa) é a mais conhecida e icônica. E olha que estamos falando de tudo o que há para se fazer e ver em um dos maiores parques urbanos do mundo!
Projeto do arquiteto Joseph Frey — inspirado no pagode chinês do Kew Gardens, de Londres — a Torre Chinesa foi erguida em 1790. Uma estrutura toda em madeira, com 5 andares e 25 metros de altura, e que precisou ser reconstruída depois de ser atingida por bombardeios durante a Segunda Guerra.
Nossa visita ao Jardim Inglês começou justamente por ali. Nathalia, eu e o nosso filho, Joaquim, descemos do ônibus na parada que leva o nome da torre em alemão (Chinesischer Turm). Caminhamos um pouco e logo nos defrontamos com ela e com o não menos impressionante biergarten que se esparrama a seus pés.
O que fazer na Torre Chinesa
Naquela tarde de primavera o movimento era pequeno. Com capacidade para acomodar até 7.000 pessoas sentadas, não tivemos problema para achar um lugar no segundo maior jardim de cerveja de Munique.
Você compra o que comer e beber ali mesmo. Há quiosques que vendem cerveja, salsichas e outras comidas típicas. Pedimos uma porção de fritas e dois canecões de HB. Para o Quim, tínhamos levado frutas, biscoitos e suco de maçã.
Verdade é que nosso menino mal comeu, com exceção da batata que, como de costume, ele atacou. Depois, saiu em direção ao parquinho que fica em frente. Quim se acabou de tanto subir em cordas e de subir e descer no escorregador. Voltou com calça cinza por causa das aterrissagens na areia! Esses brinquedos ficam bem ao lado do lendário carrossel, construído em 1913. Era março e estava fechado. Ele funciona entre abril e outubro, em dias de tempo bom, sempre a partir das 14 horas.
Quando há festas em torno da torre
Nath e eu ficamos sentados conversando, feito dois locais. Não havia só turistas. O parque e, consequentemente, a torre são do povo de Munique o ano inteiro — no verão bomba, como quase todo o Englischer Garten. Em julho, o Kocherball é um evento de dança folclórica que atrai cerca de 20.000 pessoas fantasiadas para a Torre Chinesa.
A partir da última semana de novembro, o fim do ano na Chinesischer Turm é do mercado de Natal. Nas barracas caprichosamente decoradas e iluminadas, o visitante pode comprar presentes, artesanato e guloseimas, entre elas o glühwein, vinho quente típico dessa época do ano. Para as crianças há desde oficinas para fazer seus próprios enfeites de Natal a brincadeiras e jogos, como o curling (a pista montada no parque tem 18 metros de comprimento).
Do lado da torre tem também o estande da única empresa autorizada a fazer passeios de carruagem pelo parque e pela área de pedestres de Munique (kutschen-muenchen.de)
VALE SABER
Transporte: A partir da Marienplataz, tome o U6 rumo a Fröttmaning, desça na estação Giselastrasse, que também é o nome da parada de ônibus que fica na Martiusstrasse, rua ao lado da saída do metrô. As linhas 54 (Lorettoplatz) ou 154 (Bruno-Walter Ring) cortam as ruas internas do Englischer Garten. Descemos 5 minutos depois, na parada Chinesischer Turm, a Torre Chinesa.
Funcionamento: A Torre Chinesa fica aberta todos os dias
Preço: Grátis
Alimentação: Atrás da torre funciona um restaurante que organiza um banquete de Natal (mediante reserva). No restante do ano, o Chinesischer Turm Restaurant & Biergarten funciona todos os dias, entre 11h30 e 18 horas. Com 4 salões e capacidade para receber até 120 pessoas, serve menu de 2 e 3 pratos na hora do almoço a preço fixo.