Categoria: Québec

  • Carnaval em outros países: quais comemoram e como é a folia

    Carnaval em outros países: quais comemoram e como é a folia

    A folia no Brasil ocupa lugar de destaque entre as festas mais tradicionais do país. Tanto que dá até para esquecer que existe Carnaval em outros países. No entanto, a manifestação cultural é encontrada em muitos destinos. Como ocorre por aqui, eles celebram o período anterior à Quaresma (os 40 dias que precedem a Páscoa).

    Mas quais países comemoram e como é a festa? A música, a fantasia e a animação estão presentes no Carnaval nos Estados Unidos, na Itália, em Portugal, na Alemanha, no Uruguai, em Aruba e no Canadá, cada uma ao seu estilo. Na essência, também são festividades de massa, em muitos casos, lembrando a alegria e até a duração da folia brasileira.

    ⁠Carnaval de Venezia⁠ (Itália)

    A tradição começou no século 11, com o povo dançando nas cercanias da Praça São Marcos. O Carnaval de Veneza já foi considerado ilegal, mas virou símbolo da cultura local. As máscaras e os trajes são considerados o traço mais marcante da celebração, que começa duas semanas antes da Quarta-Feira de Cinzas.⁠

    Baile de máscaras, tradição de Veneza – Foto Italia.it

    Fasching de Munique (Alemanha)

    Colônia tem um Carnaval considerado o mais louco da Alemanha, mas é o Fasching que extrapola. Em Munique, as comemorações começam no dia 11/11, pontualmente às 11 horas e 11 minutos – a data funciona como o início da 5ª estação do ano. Esqueça o ziriguidum e o telecoteco. No Fasching, o som vem de bandas e DJ’s. Na Terça-Feira Gorda, a Tanz der Marktfrauen (dança das mulheres do mercado de Munique: o Viktualienmarkt) fecha a festa.⁠ Se decidir encarar a longa festa, veja guia com dicas de Munique: hotéis, passagem, pontos turísticos e mais .

    Carnaval em Munique, o Fasching – Fotos: Turismo de Munique/Divulgação

    Carnaval da Ilha da Madeira (Portugal)

    São mais de 10 dias de festejos, com celebrações de norte a sul na ilha portuguesa. No entanto, a maioria pode ser vivenciada na capital, Funchal. A principal atração é o Cortejo Alegórico, no sábado de Carnaval, quando em torno de 1.500 foliões são esperados para curtir o desfile com carros decorados. Na terça, é a vez do Cortejo Trapalhão, ainda mais descontraído, com a participação de moradores e turistas.

    Mardi Gras (Estados Unidos)

    Em francês, Mardi Gras quer dizer Terça-feira Gorda. Nos Estados Unidos, há Carnaval em três estados. A cidade de New Orleans é sinônimo da festa. Os desfiles passam por locais clássicos, como a Bourbon Street. Colares e adereços são arremessados por quem está nos carros-alegóricos para uma multidão ensandecida e, não raro, bêbada.

    Carnival (Canadá)

    Há o Canadá. E lá tem Québec, que é quase um outro país, de tradições francesas como a celebração de um Carnaval que coincide com a data do Mardi Gras. Tudo começou em 1894 por ideia de empresários e do primeiro-ministro do Québec (viu só como eles são um mundo à parte, com um chefe de governo só deles?). A ideia era dar uma aquecida no inverno rigoroso, mas a coisa só pegou fogo mesmo depois de 1955. A festa tem mascote próprio, o Bonhomme, que ao pé da letra significa bom homem. Ele lembra mais um boneco Michelin de neve.

    Bonhomme, símbolo da folia momesca de Québec – Foto Divulgação

    Por razões óbvias, não é um Carnaval de escassez de vestes, pelo contrário. As temperaturas negativas dessa época do ano em Québec exigem fantasia pesada (gorro, cachecol e luvas etc). Além de um castelo de gelo, as atrações da festa giram em torno de atividades como corrida de trenós, descida de escorregador na neve e corrida de canoas no lago congelado.

    Corrida de canoa no Rio Saint Laurent congelado – Foto: Divulgação

    Desfile de Llamadas (Uruguai)

    Tem rainha, alegoria e batucada. No caso, a força do candombe, ritmo uruguaio. O Carnaval de nossos vizinhos começa no fim de de janeiro e vara março. Cerca de 50 dias de festa que, assim como no Brasil, tem raízes negras.⁠ Na capital uruguaia há inclusive o Museo del Carnaval, um dos pontos turísticos sugeridos nas nossas dicas de Montevidéu.

    Museo del Carnaval, na Ciudad Vieja, em Montevidéu – Foto Divulgação

    Carnaval de Aruba

    O estilo musical é o calypso, originário de Trinidad. A festa surgiu em Aruba como uma mistura de tradições carnavalescas levadas por britânicos nas décadas de 1930 e 1940 com os clubes sociais característicos dos anos 1920. Em 2024, o país comemora 70 anos do seu Carnaval, o maior evento popular da ilha. Há blocos, incluindo infantis, nas cidades de Oranjestad (a capital) e San Nicolas (área com grafites e galerias).⁠

  • Hotel de gelo no Canadá: vila de inverno em Québec tem tobogãs

    Hotel de gelo no Canadá: vila de inverno em Québec tem tobogãs

    O hotel de gelo do Canadá, Hôtel de Glace, já atraiu em torno de 1 milhão de visitantes, e seus pernoites passam de 55.000. A atração existe desde 2001 e virou tradição a cada inverno em Québec. A data de abertura em 2020 já está marcada para 2 de janeiro até março.

    Desde 2017, o único hotel de gelo das Américas mudou de localização e foi redesenhado, com um investimento de CAN$ 70 milhões. O empreendimento é montado na Valcartier Vacation Village, onde os visitantes encontram uma série de atrações para o inverno para crianças e adultos. Inaugurada em 1963, a vila reúne cerca de 35 tobogãs na neve e piscinas aquecidas cobertas. Lá também há uma opção de hospedagem para famílias, o Hôtel Valcartier.

    Como é o Hôtel de Glace

    Localiza-se cerca de 4 km ao norte da cidade de Québec, em Valcartier, na província de Québec. Mesmo quando a temperatura externa atinge impressionantes -30°C, os quartos são mantidos em torno de -5°C. Os hóspedes recebem um saco de dormir que aguenta até -30°C e cobertores isolantes para usarem no pernoite inusitado.

    O Hôtel de Glace costuma abrigar um corredor central, capela, spa, sauna, bar de gelo e cabane à sucre (ou sugar shack, em inglês). Essa última área leva o nome das fazendas produtoras de maple em Québec, abertas a visitantes durante a primavera canadense. Nelas, o público conhece o processo de produção e pode provar o xarope enrolado no palito depois que ele endurece ao entrar em contato com um bloco de gelo — saiba como é a visita a uma fazenda produtora de maple.

    Xarope de maple no palito – Foto: Valcartier Canada/Divulgação

    O que fazer no hotel de gelo

    Além da possibilidade de dormir num dos quartos, normalmente existe a possibilidade de fazer um tour no hotel de gelo perto de Québec.

    Quarto com esculturas na neve – Foto: Renaud Philippe/Xdachez.com/Hôtel de Glace/Divulgação

    Durante o inverno em Québec, em anos anteriores foram organizadas noites de festa no bar do hotel. Com DJs e promoção de bebidas servidas em copos de gelo, tiveram os ingressos vendidos na porta no dia dos eventos em edições anteriores.

    Bar de gelo do hotel – Foto: Renaud Philippe/Xdachez.com/Hôtel de Glace/Divulgação

    Na vila de gelo onde fica o hotel, o Winter Playground oferece cerca 35 de escorregadores (snow slides), passeios em trenós puxados por huskies siberianos e ainda áreas para patinação.

    Tobogãs na Village Vacances Valcartier, para diversão na neve – Foto: Valcartier Canada/Divulgação
  • Mercados de Natal no Canadá 2017: Toronto, Vancouver, Montréal e Québec

    Mercados de Natal no Canadá 2017: Toronto, Vancouver, Montréal e Québec

    No Canadá, as principais cidades têm mercados de Natal. Conheça feiras para ir em dezembro em Toronto, Vancouver, Montréal e Québec. Com barraquinhas de comida, bebida e produtos, são bons programas para famílias

    ATUALIZADO EM 1 DE DEZEMBRO DE 2017

    Em dezembro, mercados de Natal se instalam em pontos centrais das cidades do Canadá. Estive em Toronto e Vancouver em dezembro de 2016 e agora acabo de voltar de Montréal. Dessa vez, não peguei os mercados de Natal já abertos, como tive a chance no ano passado. Mas já pude sentir o clima natalino na província francesa do Canadá, em decorações e enfeites que já estavam por toda parte.

    Virei fã de mercados de Natal depois de conhecer vários durante uma viagem à Europa em 2011. Aqui destaco alguns dos principais mercados de Natal do Canadá para quem estiver por lá em dezembro. Com barraquinhas de enfeites e presentes, decoração cheia de luzes e comida típica, esse eventos convidam os visitantes a entrar no clima de fim de ano.

    TORONTO CHRISTMAS MARKET – Foto: The Distillery Historic District/Tourism Toronto/Divulgação

    A programação muda de um mercado para outro, mas costuma incluir uma mistura de música com gastronomia. Canções natalinas embalam a degustação de bebidas e comidas comuns nesta época ou no país (caso dos produtos preparados com xarope de maple no Canadá). A meninada se entretêm com atividades, como desenho em papel e decoração dos tradicionais biscoitos de Natal.

    Veja abaixo uma seleção com mercados de Natal no Canadá:

    1 > TORONTO

    O mais tradicional e extenso mercado de Natal da cidade existe desde 2003. Estive lá em dezembro de 2016 e gostei muito — conto como é Toronto Christmas Market e também listo o que fazer em dezembro em Toronto, entre luzes e compras. O Toronto Christmas Market é instalado no Distillery Historic District. Os prédios de tijolinhos dessa região histórica da cidade permanecem com luzes e decoração natalina até 23 de dezembro em 2017. Reúne música, dança, compras e gastronomia.

    Distillery Historic District - Foto www.torontowide.com/Tourism Toronto/Divulgação
    Mercado no Distillery Historic District – Foto: www.torontowide.com/Tourism Toronto/Divulgação

    Mais mercados de Natal vêm surgindo na maior cidade do Canadá ao longo dos últimos anos. Em sua 2ª edição, a Holiday Fair in Nathan Phillips Square enche a praça central da cidade de barraquinhas até 23 de dezembro.

    Se a ideia for dar uma espiada em produtos de várias regiões do Canadá, o One of a Kind Show de Toronto apresenta o que é feito pelos artesãos do país. A feira costuma ser realizada entre o fim de novembro e início de dezembro, no Enercare Centre.

    2 > VANCOUVER

    Em sua 8ª edição, o Vancouver Christmas Market segue neste ano no mesmo lugar para onde foi transferido em 2016: a Jack Poole Plaza, praça da chama da Olimpíada de Inverno de 2010. No estilo das feiras alemãs, o mercado da cidade tem barraquinhas com produtos comuns no país europeu, como quebra-nozes e cerveja da Baviera.

    JACK POOLE PLAZA, PRAÇA COM A PIRA DA OLIMPÍADA DE INVERNO DE 2010 – Foto: Tourism Vancouver/Divulgação

    Tem carrossel para fazer a alegria dos pequenos. Outra diversão de adultos e crianças, que promete bons cliques com luzinhas ao fundo, é a grande árvore de Natal, na qual se pode entrar.

    ENTRADA DO MERCADO DE NATAL EM VANCOUVER – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

     

    3 > MONTRÉAL

    A Vieux-Montréal, a parte antiga da cidade, e seu porto, o Vieux-Port, são tomados pelo espírito das festas de fim de ano. Com atividades gratuitas para todas as idades, o Montréal en Fêtes (ou Merry Montréal, nome do evento em inglês) chega à 5ª edição, realizada de 21 de dezembro até 1 de janeiro.

    Foto: Pierre Boudreault/Tourisme Montréal/Divulgação
    Foto: Pierre Boudreault/Tourisme Montréal/Divulgação

    Na Place Nordique, montada no espaço da Place Jacques Cartier, praça central na parte antiga de Montreal, as famílias terão muitas atividades gratuitas. Encontro com Papai Noel, painéis para desenhar e pintar e acessórios para fotos natalinas são algumas das possibilidades de diversão entre família ou com amigos. Também é possível assistir a sessões de cinema (em francês com legendas em inglês).

    Mas o maior mercado de Natal de Montréal é Le Grand Marché de Noël, em sua 3ª edição. Realizado até 24 de dezembro, movimenta a Place des Arts — a praça dos festivais, onde ocorrem eventos significativos do calendário da cidade, como o Festival de Jazz de Montréal. O mercado está localizado ao lado da mais alta árvore de Natal da cidade, com cerca de 23 metros, na vizinha Place des Festivals. Le Grand Marché de Noël oferece a chance de experimentar (e levar para casa) um pouco da gastronomia da província de Québec, caso dos vinhos e dos produtos típicos feitos com xarope de maple. Para a meninada, há muitas atividades previstas, de contação de histórias a oficina de decoração de biscoitos de Natal.

    Quem gosta de percorrer mercados em busca de ideias de presentes ou comidinhas pode checar o Marché Casse Noisette no Palais des Congrès ou o Salon des Métiers d’Artbiggest na Place Bonaventure, de 8 a 18 de dezembro. Nas duas feiras, estão à venda objetos produzidos à mão, brinquedos e produtos manufaturados e alimentícios feitos na província de Québec.

     

    4 > QUÉBEC

    Salsichas, vinho quente e gingerbread estão pelas barraquinhas do Marché de Noël Allemand de Québec. O mercado de Québec segue tanto o estilo das tradicionais feiras da Alemanha que conta com um Kindermarkt, um setor dedicado às crianças — o que eu vi, por exemplo, em Nuremberg, um dos mais conhecidos mercados de Natal na Alemanha.

    Em 2017, quando completa 10 anos, o marché vai até 23 de dezembro, de quinta a domingo. As barracas estão espalhadas pela Place de l’Hôtel-de-Ville, a praça da prefeitura de Québec.

    MARCHÉ DE NOËL ALLEMAND DE QUÉBEC - Foto: Ville de Québec/Divulgação
    MARCHÉ DE NOËL ALLEMAND DE QUÉBEC – Foto: Ville de Québec/Divulgação

  • Québec: minha reportagem no Viagem Estadão

    Québec: minha reportagem no Viagem Estadão

    Québec - Cover Estado de S. Paulo travel sectionMinha reportagem sobre Québec, no Canadá, foi a capa de hoje do caderno Viagem do Estadão. Vê só lindinha que ficou.

    Nela, eu falo sobre a transformação que ocorre na província com a chegada do calor, com muitos festivais e atrações ao ar livre. Conto também sobre um roteiro de agroturismo que fiz em île d’Orléans e Charlevoix, com direito a um passeio de trem ao longo do Rio Saint-Laurent.

    Se você não conseguiu ver o caderno impresso, pode ler a reportagem neste link do site do jornal.

  • Numa fazenda de maple, conheça a produção do xarope retirado da árvore

    Numa fazenda de maple, conheça a produção do xarope retirado da árvore

    No Canadá, a visita a uma fazenda de maple em Quebéc mostra a produção. Também há atividades para criança, almoço e bala de xarope. Lê essa dica de morador para planejar sua ida a uma cabane à sucre ou sugar shack, nomes em francês e inglês

    ATUALIZADO EM 13 DE MARÇO DE 2018

    Quem vai a Québec, no Canadá, com crianças pode seguir essa dica da minha irmã, Carla, que mora em Montréal: ver como é feito o xarope de maple. Para isso, é possível visitar uma cabane à sucre ou sugar shack, como a fazenda produtora do xarope é chamada em francês e inglês, os dois idiomas oficiais do Canadá. O que significam essas expressões? Ao pé da letra, seriam algo como casa de açúcar (fofo, não?), mas na prática a cabane à sucre é a propriedade onde escorre da árvore o maple (em Québec, o nome dele é sirop d’erable. Leia mais sobre o xarope de maple e sobre a folha da bandeira que é símbolo do Canadá.

    XAROPE DE MAPLE NO GELO – Foto: Un Chef à l’Érable/Tourisme Montréal/Divulgação

    No site do Les Cabanes à Sucre du Québec, as cabanes à sucre estão divididas em links por região da província de Québec. Estes sites citados são em francês, sem versão em inglês. Mas a língua não chega a ser um impedimento para visitar um produtor de maple, já que a ideia é participar das atividades e contemplar o lugar.


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    Programa com crianças: dica de quem é local

    A cada ano, minha irmã leva meus sobrinhos para conhecer uma cabane à sucre. Vão aqui as dicas dela:

    “A tradição de cabane à sucre começou para festejar o fim do inverno e para comemorar o início das atividades para a próxima colheita.

    Em geral, cabana à sucre que se preza tem um almoço, com omelete, presunto, feijão e batatas. As sobremesas variam um pouquinho de uma para outra, mas são sempre baseadas no sirop d’erable. Você não vai encontrar um bolo de chocolate, por exemplo. Geralmente são coisas como bolinho de chuva, e você rega com o sirop.

    ALMOÇO EM FAMÍLIA -Fotos: Carla Molina/Arquivo pessoal

    Fora isso, algumas oferecem passeios pelo campo d’erable, passeio de charretes e animais para você ver.

    Existem cabanes mais comerciais e outras mais familiares. Eu prefiro as menores, a gente se sentiu mais à vontade para aproveitar o lugar com calma. Em todas as cabanes há o tire d’erable, um pirulito de erable feito na hora. Fica lá uma pedrona de neve, e eles esquentam o xarope e vão jogando de pouquinho em pouquinho na neve. Daí quem quiser pega um palitinho e vai enrolando para fazer seu pirulito. É bem legal!”

     

  • Canadá: 3 roteiros de trem

    Na rota do trem The Canadian, o trem sai de Toronto às terças, às quintas e aos sábados. De Vancouver, as partidas são às terças, às sextas e aos domingos. Mas não é preciso cruzar o país nem gastar a partir de 1.900 dólares canadenses, por pessoa em cabine dupla, para viajar de trem no Canadá — preço de outubro de 2010, quando foi publicada minha reportagem sobre a viagem que fiz atravessando o país, de Toronto a Vancouver. Há roteiros menores, a maioria pela VIA Rail (viarail.ca), que detém 90% das rotas de passageiros no país. São 12.500 quilômetros de trilhos percorridos por 503 trens a cada semana.

    Trem Toronto-Vancouver, Canada
    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    1> TORONTO E MONTRÉAL

    Dos 503 trens da VIA Rail que circulam por semana, 420 são usados no Corridor, como o nome indica, um corredor no mapa que inclui as maiores cidades das Províncias de Ontário e Quebec. Entre as rotas disponíveis está a conexão entre as duas metrópoles canadenses, Toronto e Montreal. O percurso entre elas, com duração de cerca de cinco horas e meia, está disponível em seis frequências diárias em ambos os sentidos. A dupla também se liga pelos trilhos à capital do país, Ottawa, numa viagem que leva em torno de quatro horas e meia a partir de Toronto e aproximadamente duas horas saindo de Montreal.

    2 > NIAGARA FALLS

    Um bom passeio para quem visita Toronto é pegar o trem para Niagara Falls. Curtinho, o caminho até a cidade das famosas cataratas leva em torno de duas horas. A VIA Rail oferece duas saídas diárias em direção a Niagara e três para o retorno a Toronto. Se você dispõe de mais tempo, fique por lá. Além de ver as quedas d”água, a rota do vinho em Ontário inclui diversas vinícolas na região, que realiza festivais sobre o tema ao longo do ano. O próximo, de 14 a 30 de janeiro, é centrado no icewine, vinho feito com uvas congeladas.

    3 > ROCHOSAS COM LUXO

    Quem busca requinte pode fazer um dos roteiros da Rocky Mountaineer. A travessia das Rochosas (Vancouver-Banff), em vagões de vidro, dura dois dias. À noite, os passageiros são levados para um hotel. O trem funciona de abril a outubro. Em 2011, a classe GoldLeaf, com refeições e bebidas, custará a partir de 1.589 dólares canadenses por pessoa (em reservas para dois). Inclui uma noite em hotel e dois almoços. A RedLeaf, mais simples, sai desde 789 dólares canadenses.

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    Este texto foi publicado no caderno Viagem do jornal Estado de S.Paulo, dentro da reportagem de capa com o título Epopeia Canadense (edição de outubro de 2010).

    Os outros textos dessa reportagem são: Canadá: a viagem de trem de Toronto a VancouverComo é a rotina no The CanadianVancouver: roteiro na cidade, Toronto e Montréal: as duas grandes, Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico, Québec: roteiro na cidade


     

  • Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico

    Toronto e Montréal: Museu do Hóquei e Parque Olímpico

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViaja

    ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO CADERNO VIAGEM, DO JORNAL ESTADO DE S. PAULO, COMO PARTE DA REPORTAGEM DE CAPA COM O TÍTULO ‘EPOPEIA CANADENSE’ — edição de outubro de 2010

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViajaO hóquei e a Olimpíada de 1976: dois clássicos que movem paixões em Toronto e Montréal. Mesmo quem não entende nada do esporte mais popular do país se diverte na visita ao Hockey Hall of Fame, em Toronto. À mostra, os maiores times da América do Norte, uniformes atuais e vintage, além de medalhas e troféus.

    Canadá, Toronto - Nathalia Molina @ComoViajaUma sala expõe em vídeo, com orgulho, a vitória do Canadá sobre os Estados Unidos na Olimpíada de Inverno deste ano, em Vancouver. Arrisque dar suas tacadas na área interativa do museu, um barato. Quem sabe dá uma sorte de principiante e consegue enganar o goleiro do telão? O gol tem até vibração da torcida e replay do lance.

    Em Montréal, tour guiados no Parc Olympique mostram as instalações e contam a história dos jogos realizados na cidade em 1976. Suba na torre inclinada, a 165 metros do chão, para ter uma panorâmica da cidade.

    Leia mais sobre Canadá

    Canadá, Montréal - Nathalia Molina @ComoViaja

  • Québec: roteiro na cidade

    Québec: roteiro na cidade

    Canadá, Québec - Nathalia Molina @ComoViaja

    ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO CADERNO VIAGEM, DO JORNAL ESTADO DE S. PAULO, COMO PARTE DA REPORTAGEM DE CAPA COM O TÍTULO ‘EPOPEIA CANADENSE’ — edição de outubro de 2010

    Texto e fotos de Nathalia Molina

    A Província de Quebec chama de parques nacionais suas áreas protegidas, tem uma Assembleia Nacional e fala predominantemente francês. A região parece mesmo um outro país. Essa impressão ganha um certo ar de realidade quando se chega à capital, a pequena Quebec.

    Canadá, Québec - Nathalia Molina @ComoViajaPatrimônio mundial da Unesco desde 1985, é a única cidade murada na América do Norte acima do México. Tem ruas charmosas, construções preservadas e monumentos históricos. Foi aqui que tudo começou. Em 1608, Samuel de Champlain fundou a cidade. Uma estátua do francês guarda Quebec do alto, bem na frente do Fairmont Le Château Frontenac, hotel com jeito de castelo, sempre nas fotos locais. Dali, do Terrasse Dufferin, tem-se a bela vista do Rio São Lourenço.

    Explore a cidade a pé e descubra cantinhos como a Rue du Trésor, viela onde artistas plásticos expõem. Pare para comer, entre e saia de lojas, sem pressa. A Rue Saint-Jean concentra o comércio, além de cafés e restaurantes. Não estranhe se tiver vontade de comprar um enfeite de Natal. O fim do ano pode estar um pouco longe, mas a magia de Quebec reduz o fato a detalhe.

    Siga descendo em direção ao Quartier Petit-Champlain, área próxima ao porto. Boutiques, galerias e restaurantes enchem as ruas de turistas. A Place-Royale fica no lugar onde Champlain se estabeleceu, dando origem à Nova França. A Église Notre-Dame des Victoires, construída em 1688, é toda de pedra. Para voltar ao topo da cidade, poupe os pés e gaste a vista: pegue o funicular.bonita, Quebec nem precisava de atrações convencionais, dessas que você se programa para visitar, mas tem. Uma das melhores é a Citadelle, fortificação em formato de estrela, erguida pelos britânicos em 1832. No verão, todo dia às 10 horas, há a troca da guarda.

    Canadá, Québec - Nathalia Molina @ComoViaja

    MUSEU

    Outro programa interessante é o Musée de la Civilisation . Na exposição Riff, em cartaz até março, tecnologia e interatividade ajudam a mostrar a influência da África nos ritmos das Américas. Com o fone, você ouve a guitarra de Jimi Hendrix soar assim que se aproxima para vê-la exposta.

    Entre as permanentes, Le Temps des Québécois conta a história da província. Para ilustrar os principais fatos, foram usados 500 itens, como móveis e armas. Estações reproduzem as falas de personagens marcantes. Depois de uns dias na província e dessa incursão ao passado, você vai entender por que Quebec se sente outro país.

    Leia mais sobre o Canadá

  • Destino: Canadá, mãe em 1ª viagem

    Destino: Canadá, mãe em 1ª viagem

    A primeira viagem sozinha depois de ser mãe a gente nunca esquece. E o destino também não. Há um ano eu voltava do Canadá, onde cobri a Go Media, feira de turismo do país. Era para mim uma retomada profissional com força total. Quem me conhece sabe que trabalhei 10 anos no Grupo Estado e há 3 anos pedi demissão para ser frila. Minha ideia era ter mais tempo para viver. E viver incluía várias coisas simples e essenciais, viver incluía ter um filho. Engravidar e ter tempo para viver a gravidez. Ter meu filho e viver a maternidade.

    Eu vivi. Até os 6 meses do meu filho, não conseguia me imaginar fazendo outra coisa que não fosse ser mãe. Quando me ocorriam pautas relacionadas a bebês, eu pensava ‘tomara que alguém faça, eu adoraria ler sobre isso’. Me ofereceram guia para editar, pautas para tocar, mas eu não tinha vontade de nada daquilo. A natureza é tão doida que, conforme meu filho se aproximou do 1º aniversário e foi ficando mais independente, eu fui sentindo falta de existir de outra maneira também.

    Comecei, então, a fazer alguns frilas. E aí surgiu o Canadá. Surgiu mesmo porque, até então, o Canadá não me causava nenhuma palpitação. Mesmo trabalhando em turismo, nunca tive grande expectativa em relação ao país. Pois foi uma linda surpresa. A paisagem, as cidades, as pessoas, as comidinhas.

    Vancouver, a bela canadense no Pacífico

    Barcos em Vancouver, num dos muitos cenários bonitos na cidade canadense

    Me apaixonei por Vancouver. Dizem que por lá chove muito, mas eu peguei um sol absurdo. Que cidade alto-astral! O lindo visual do Stanley Park, os táxis aquáticos. Depois de dias cruzando o Canadá de trem, que bom sentir a vida ao ar livre, e isso eles aproveitam ali. Quanta bicicleta, gente andando. Foi uma experiência complementar à viagem em que atravessei as impressionantes Montanhas Rochosas, após passar pelas pradarias canadenses. Durante o trajeto, não vi nenhum alce infelizmente. Mas o simpático bichinho é um símbolo nacional e sua figura está em tudo, até em bala de xarope de maple! Não pude deixar de comprar para o meu filho em Vancouver uma mochilinha com um alce de pelúcia pendurado.

    Cheguei à cidade louca para falar com meu menininho. O trem não tinha wifi. Nas estações em que eles informavam que tinha internet, eu descia a hora que fosse. Numa parada saí da cabine às 5 da manhã com o computador na mão para tentar uma conexão, em vão.  Em 3,5 dias, de Toronto a Vancouver, consegui internet apenas rapidamente na estação de Winnipeg. O cenário visto de trem foi incrível, e as companhias, maravilhosas, mas, para uma mãe que viajava pela primeira vez sozinha, foi algo duro de segurar.

    Toronto, a maior cidade do Canadá em geral

    CN Tower, entre outros pontos turísticos de Toronto

    Toronto é uma grande pequena cidade, surpreendente. Cosmopolita com jeito de miúda. Com ótimos museus como o Royal Ontario Museum e sua coleção de dinossauros. No mega shopping Eaton Centre, comprei um Mickey e um Ursinho Pooh para meu filho na loja da Disney. Bem coisa de mãe em primeira viagem, praticamente tudo o que trouxe foi para o meu filho. E olha que não sou das mais consumistas. Mas, em Toronto, também não resisti a ideia de ver meu garotinho no fofo pijama com as folhas do Canadá que vi na lojinha da CN Tower, outro passeio bacana para ver a cidade de até 447 metros de altura.

    Praticamente fiz o Canadá de ponta a ponta. Se você não for cruzar o país, uma boa ideia é dividir a viagem em duas. A oeste, Vancouver e as Rochosas. No centro-leste, Toronto, Montréal e uma esticada a Québec.

    Montréal, a maior cidade do Canadá francês

    Contato com o francês e um outro Canadá, em Montréal

    Bem, eu fui com tudo já na primeira vez. De Vancouver, voei para Montréal, no leste do país. A parte antiga da cidade é linda, com suas vielas e o porto. O bairro de Plateau Mont-Royal também é um charme. Uma delícia se lambuzar com molho de poutine no La Banquise. O restaurante serve diversas variedades do prato típico de Montréal (na versão original, as batatas fritas são cobertas por molho e queijo). Não é balela dizer que a cidade tem de fato duas línguas. As pessoas falam francês, o primeiro idioma do lado leste, mas quem sabe só inglês é recebido sem aperto.

    Québec, a única cidade murada acima do México

    De Québec saiu a foto que era o símbolo do Como Viaja no início

    Para terminar a viagem, peguei o trem para ir a Québec. Também me virei com o inglês, mas a história é outra: língua ali é o francês. A cidade parece mesmo uma francesinha na área dentro da antiga muralha. Naquelas lojinhas de souvenir de aeroporto, não resisti e comprei um último mimo para meu filhote: um casaquinho de moleton com um alce para puxar o fecho e várias letrinhas com alce. Mais Canadá impossível.

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