Categoria: Museu

  • Santos: o que fazer na cidade perto de São Paulo

    Santos: o que fazer na cidade perto de São Paulo

    O que fazer em Santos? Uma boa ideia na cidade perto de São Paulo é dar um passeio de bonde e visitar os museus sobre café e Pelé. É uma maneira de conhecer um pouco da importância dessa paulista

    A pouco mais de 1 hora de carro do centro de São Paulo, Santos é a maior cidade do litoral paulista e dona também do maior porto da América Latina. O porto segue marcando presença até no turismo: a todo verão, é de lá que partem cruzeiros com saída de São Paulo. Tanta grandiosidade vem dos tempos do ciclo do café, cujo comércio e exportação impulsionaram o crescimento do município. Os sinais desse desenvolvimento são visíveis e visitáveis, especialmente nos passeios pelo centro histórico.

    Da mesma maneira que levou ao mundo o nosso café, Santos fez o planeta conhecer também outro produto-exportação do Brasil: o futebol, na figura de Pelé. Os museus do grão e do craque estão entre os principais passeios a serem feitos pela cidade. De bonde, de preferência.

    1 > ENTENDER A IMPORTÂNCIA DO CAFÉ

    No prédio da antiga Bolsa do Café, aprende-se muito sobre a importância do produto para fortalecimento da economia e da imagem do Brasil no mundo todo. A exposição é dividida em 4 etapas e pode ser visitada com a ajuda de um mediador treinado para explicar de forma clara e didática a rica história do café. Degustação de café gourmet aos sábados e cursos de barista fazem parte do calendário de atividades do museu, que também recebe mostras temporárias. Ah, e não vá embora sem beber uma xícara de expresso na cafeteria premiada pela Associação Brasileira da Indústria de Café.

    VALE SABER

    Endereço: Rua XV de Novembro, 95

    Funcionamento: De terça a sábado, das 9 às 17 horas — no domingo, abre às 10 horas; durante a temporada de verão, tem funcionamento estendido

    Preço: R$ 10 — no sábado, a entrada é grátis

    Alimentação: A Cafeteria do Museu abre de segunda a sábado, das 9 às 18 horas — no domingo, abre às 10 horas

    Site: museudocafe.org.br

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    SALÃO DO PREGÃO – Foto: Victor Hugo Mori/Museu do Café/Divulgação

    2 > DAR UMA VOLTA DE BONDE PELO CENTRO DE SANTOS

    Tome seu assento e entre numa agradável jornada ao passado percorrendo o centro histórico de Santos a bordo do bonde turístico da cidade. O passeio de 5 quilômetros dá direito a descer e embarcar novamente em alguns dos 40 pontos de interesse cultural cortado pelos trilhos. É uma oportunidade viva para mostrar às crianças como era a vida antigamente.

    Para os que acham que a verdadeira nostalgia só pode ser acompanhada por uma boa dose de melancolia, que tal rever seu conceito e beber um expresso a bordo do moderno Bonde Café? Nascido de uma parceria entre o Museu do Café e a prefeitura, o veículo temático circula pelo mesmo trajeto histórico da cidade. Ele leva 24 passageiros, que desfrutam de um vagão com ar condicionado, frigobar e com direito a degustação de café gourmet durante o passeio.

    VALE SABER

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10h30 às 16h30, com saídas a cada 1 hora a partir da estação do Valongo — Bonde do Café tem saídas às quintas e sextas, às 10h30, 11h30 e 12h30

    Preço: O ingresso custa R$ 6,50 — crianças menores de 5 anos no colo, grátis; pessoas acima de 60 anos, R$ 3,25. A passagem pode ser adquirida na bilheteria do Museu Pelé

    Site: página da Secretaria de Turismo de Santos

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    BONDE CAFÉ – Foto: Museu do Café/Divulgação

    3 > CONHECER A HISTÓRIA DO REI PELÉ

    Um casarão do Centro Histórico de Santos guarda cerca de 2.300 objetos do acervo pessoal do maior jogador de futebol de todos os tempos. Eles estão expostos em esquema de rodízio. Entre os itens, a caixa de engraxate que Pelé usava quando menino, camisas dos clubes em que jogou, fotos, vídeos e gravações que ajudam a contar a trajetória do Atleta do Século. Verdadeira imersão destinada a adultos e crianças, fanáticos por futebol ou não.

    Para conhecer mais não só sobre Pelé como também a respeito do futebol brasileiro, visite na cidade de São Paulo o Museu do Futebol. Ele fica no Estádio do Pacaembu, na zona oeste da capital. Quem dá as boas-vindas por lá é justamente o Rei do Futebol, também retratado em imagens e lances ao longo da exposição permanente. É um passeio que fizemos várias vezes e recomendamos.

    VALE SABER

    Funcionamento: De terça a domingo, das 10 às 18 horas (bilheteria até as 17 horas)

    Preço: A entrada custa R$ 10 — pessoas acima de 60 anos, portadores de necessidades especiais, R$ 5; crianças até 10 anos e alunos da rede pública de ensino, grátis

    Site: página da Secretaria de Turismo de Santos

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    PELÉ, O GOLEIRO – Foto: Fernando Victorino @ComoViaja

    4 > VISITAR O MEMORIAL DAS CONQUISTAS DO SANTOS

    Meninos podem gostar de ir ao Memorial das Conquistas, do Santos. Entretanto, se os pais não forem santistas, talvez não seja indicado levar o garoto ao campo do rival, ainda mais se tratando de gente do naipe de Pelé e Neymar, os únicos craques que têm espaço próprio dentro do museu, inaugurado no lendário Estádio da Vila Belmiro, também uma das etapas da visita.

    VALE SABER

    Funcionamento: De dezembro a fevereiro, o museu abre todos os dias, das 9 às 19 horas (nos demais meses do ano, só de terça a domingo e feriados, no mesmo horário — em dias de jogos do Santos o funcionamento está sujeito à alteração)

    Preço: Visita monitorada (museu, camarotes térreos, sala de imprensa, vestiários e laterais do campo), R$ 15 — crianças de 7 a 17 anos; pessoas acima de 60 anos, sócios, R$ 7,50); visita simples (museu), R$ 8 — crianças de 7 a 17 anos; pessoas acima de 60 anos, sócios, R$ 4

  • Museu do Futebol (SP): o que tem, horário, preço e estacionamento

    Museu do Futebol (SP): o que tem, horário, preço e estacionamento

    ATUALIZADO EM 1º DE MARÇO DE 2019

    “Joca, que time é aquele do lado do Palmeiras”, perguntou para meu filho o amigo dele, Lucas, fanático por futebol. Joaquim ficou pensativo. Na direção para onde o colega apontava havia fotos, flâmulas, pratos e escudos de clubes, como o Coritiba sobre o qual Lucas perguntava. Estávamos Nathalia, as duas crianças e eu na entrada do Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Indicamos esse passeio até para quem não é louco pelo esporte. Para ver com calma o que tem no museu, sugiro reservar umas 2 horas de visita. Se estiver com criança, esse tempo deve aumentar.

    Como é o Museu do Futebol

    Espalhado por três andares, esse museu de São Paulo possui 16 salas. Desde a sua inauguração, a exposição permanente é super bem montada, com espaços que cativam porque são didáticos, vão além do jogo, do campo e bola, como se diz. Portanto, não espere por um museu de taças ou antiguidades raras. É um aula de história, que mostra como o jogo de bola moldou a identidade do povo brasileiro.

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    O que fazer no museu no Estádio do Pacaembu

    É para ver, ouvir e sentir o futebol. E se deixar levar pelas experiências propostas por esse que é um dos mais interessantes museus de São Paulo. A seguir, um resumo de cada espaço, com um relato pessoal de nossas diversas visitas em anos diferentes ao museu no Estádio do Pacaembu.

    Grande área

    No térreo, o hall de entrada tem paredes forradas de peças que materializam a estreita ligação que o Brasil mantém com o futebol. O olhar fica meio perdido em meio a reproduções de tantas faixas, distintivos, jornais e fotografias. Os já iniciados no assunto arriscam dizer quem são os personagens e quais times estão ali representados naquele espaço de pé direito muito alto (saiba que estamos debaixo das arquibancadas do Pacaembu). Foi nesse espaço que o Lucas quis saber do Joaquim se ele identificava o distintivo do Coritiba, por exemplo.

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    Entrada do museu tem as paredes forradas com a paixão nacional

    Eu já estive nessa sala ao lado do meu amigo Paulo Vinícius Coelho, jornalista esportivo. A sensação foi a mesma de quando a gente assiste à transmissão do Oscar com os comentários do Rubens Ewald Filho, principalmente quando aparece aquela sucessão de imagens de filmes antigos e o Rubens metralha o telespectador com o nome do ator/atriz e ainda o título do filme. No caso, PVC desandou a detalhar cada objeto exposto, com impressionante riqueza de detalhes.

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    Crianças adoram o Museu do Futebol

    Saudação do Pelé

    A escada rolante que dá acesso às demais salas deixa os visitantes cara a cara com o Rei do Futebol. Foi minha vez de perguntar a Joaquim quem era aquele sujeito que nos dava boas-vindas. “Esse eu sei. Pelé!, cravou meu filho, com a mesma certeza de tantas outras pessoas que, assim como ele, conhece o gênio do futebol cuja carreira terminou em 1977, mas que até hoje é reconhecido e idolatrado por onde é visto.

    Pé na bola

    Com cinco telas divididas, essa é uma sala de iniciação. Vê-se os pés de uma criança conduzindo uma bola. Um convite à exposição que está começando. Sejamos livres e soltos como o jogo do menino.


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    Anjos Barrocos

    Rivellino, Romário, Zico e outros craques do futebol brasileiro fazem companhia a Pelé na sala dos Anjos Barrocos. Telas suspensas refletem projeções de instantes de inspiração e talento: uma finta, um chute, uma comemoração. O tom azulado empresta solenidade e devoção ao ambiente. Marta — eleita por 6 vezes a melhor jogadora do mundo — e Formiga representam o melhor do nosso futebol feminino.

    Eu tentei explicar para os dois meninos que me acompanhavam quem eram aqueles jogadores que pairavam no ar, num exercício descritivo comparável àquele que narradores de rádio tem até hoje na hora de contar a história de um jogo. Futebol também é imaginação.

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    Diante de craques do futebol

    Sala das rádios

    Oportunidade para o visitante escutar gols históricos na voz de grandes locutores esportivos do Brasil. Sobre um painel que imita o dial do rádio, você posiciona o seletor entre os anos de 1934 e 2006 para ouvir a narração. É uma sala para quem, assim como eu, curte o veículo que primeiro transmitiu aos brasileiros a paixão pelo futebol. Toda vez em que visito o museu no Pacaembu, gosto de dar uma paradinha em uma das nove cabines. A tela mostra expressões utilizadas pelos locutores de cada narração. Um festival de criatividade para descrever o momento mais mágico de um jogo de futebol. Joaquim curtiu a frase ‘pimba na gorduchinha’, do mestre Osmar Santos.

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    Narrações na memória

    Gols históricos

    Sala que fecha o primeiro pavimento da exposição. Um time de jornalistas relembra gols e jogadas históricas que marcaram a vida deles. Depoimentos especialmente gravados pelo Museu do Futebol com uma velha-guarda de respeito da crônica esportiva, gente que ‘vem de longe’, como José Trajano, Juca Kfouri e Armando Nogueira (acha pouco ou quer mais?). Galvão Bueno conta como surgiu o famoso grito de ‘É tetra, é tetra’.

    Exaltação da torcida

    É na aspereza da arquibancada, ou melhor, debaixo das suas estruturas de sustentação que o passeio pelo segundo pavimento do Museu do Futebol no Pacaembu tem início. A Sala Exaltação apresenta gritos e cânticos de cerca de 30 torcidas de clubes brasileiros. É ensurdecedor. Primitivo e belo. Quim e Lucas ficaram estáticos. Tentaram entender o que era dito ao mesmo tempo em que quiseram adivinhar de quais clubes eram aquelas torcidas (por 10 ou 12 vezes arriscaram dizer São Paulo, por motivações claras). A instalação transformou-se na preferida de Nathalia ao lado da Sala das Origens.

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    Gritos da arquibancada

    Origem do futebol

    Retratos em branco e preto mostram os primórdios do nosso futebol. Onde e quando tudo começou. De Charles Miller que trouxe as primeiras bolas para cá, passando pelo surgimento do primeiro craque do futebol brasileiro, Arthur Friedenreich, pela criação dos clubes até a tardia aceitação de atletas negros nas equipes, gesto fundamental para a construção de um estilo de jogo brasileiro.

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    Fotos de época

    Ao todo, são 430 imagens de ‘um Brasil de soneto, do Brasil do fraque e do espartilho’, como escreveu Nelson Rodrigues, craque das crônicas de futebol. Curioso foi ver a reação dos meninos ao descobrirem que os jogadores dos anos 1920 usavam uniformes nada convencionais, que incluíam grossas camisas de mangas compridas, calções até a altura da canela e… cinto! Às mulheres, as primeiras que se arriscaram nesse campo desde sempre dominado pelos homens, o fardamento era igualmente pesado.

    Às vezes carrego comigo a grande encadernação que contém as legendas das fotos e encontra-se disponível na entrada da sala. Fico admirado quando reconheço um local do Rio de Janeiro dos anos 30 ou 40, por exemplo — considero um bom exercício para notarmos a transformação da paisagem urbana e dos costumes brasileiros. Já o Lucas e o Joaquim fingiam usar o caderno como um mapa do tesouro, vendo o número no guia e buscando a foto correspondente nas paredes.

    Heróis do Brasil

    As salas que se seguem preparam o visitante-torcedor para os nossos melhores momentos. O espaço intitulado Heróis trata do Brasil que se orgulha da criatividade resultante de sua mestiçagem. Brasil de Drummond, de Ary Barroso, de Heitor Villa-Lobos, de Domingos da Guia e de Leônidas da Silva, o inventor da bicicleta. E não é que os meninos reconheceram Portinari e Tarsila, bem familiar para eles porque foram apresentados aos principais nomes da pintura brasileira graças à professora de artes da escola?

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    Momento para aprender e refletir

    Rito de passagem

    A mescla de tons e ideias contribuiu também para a evolução do nosso futebol. Assim como as derrotas. Rito de Passagem nos coloca diante do que já foi o maior trauma do torcedor brasileiro: a perda da Copa para o Uruguai, em 1950. Na voz do cantor e compositor Arnaldo Antunes, a descrição daquele 13 de julho, tarde em que som do silêncio pairou sobre um país inteiro, prepara o visitante para o que ele verá a seguir: as vitórias que chutariam pra longe o complexo de vira-latas do brasileiro.

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    A Copa perdida para o Uruguai

    Copas do Mundo

    Em totens ornados com pequenos monitores, cada edição de Copa do Mundo está relacionada a fatos históricos e ao contexto em que o respectivo Mundial foi disputado: como estava o cenário sócio-econômico aqui e lá fora, qual a mais nova descoberta da ciência, quem ditava a moda ou estourava nas paradas de sucesso.

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    Sala sobre Mundiais

    Se eu pudesse escolher uma música para tocar nessa sala, deixaria rolar em looping o Frevo do Bi, de Silvério Pessoa. De preferência com Tom Zé ao violão e cantando: ‘Você vai ver como é Didi, Garrincha e Pelé dando seu baile de bola \ Quando eles pegam no couro \ Nosso escrete de ouro \ Mostra como é nossa escola…’

    No campo musical, prefiro ‘a ode-frevística’ aos campeões do mundo de 1958 e 1962 do que o ufanismo de Miguel Gustavo e seu Pra Frente Brasil, de 1970, canção que embalou a campanha do tricampeonato, para alegria geral da nação e, principalmente, dos militares. Futebol e política andam de braços tão dados quanto a seleção brasileira de 1994, campeã nos Estados Unidos fazendo da corrente humana na entrada ao gramado, um dos símbolos da conquista do tetra.

    A Sala das Copas é a minha preferida. Quase sempre nos separamos nesse espaço. Nathalia, igualmente ávida e curiosa por História, se delicia ao redor das colunas formadas por monitores. Na tarde em que estávamos acompanhados do Quim e do amigo, ainda não havia o totem representando a Copa de 2014. Em janeiro de 2017, nossa passagem mais recente por lá, já era o Mundial que mais concentrava visitantes. Impressionante ver como muita gente se postava diante da tela que exibe a fatídica goleada de 7 a 1 que a Alemanha impôs ao Brasil. Espero que seja menos por masoquismo e mais pelo fato de ser uma das novidades do museu.

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    Destaques de todas as Copas

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    O vexame do 7 x 1 na Copa do Brasil

    Pelé e Garrincha

    Duas estruturas circulares apresentam o melhor de Pelé e Garrincha. Juntos, eles nunca perderam um jogo com a camisa da seleção brasileira. Andar ao redor das imagens, olhar fixamente para os dribles e gols deixa qualquer um tonto, como costumavam ficar os zagueiros que tentaram parar essa dupla genial.

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    Lances memoráveis do esporte


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    Números e curiosidades

    Depois de atravessar a passarela, chegamos à sala mais alegórica e colorida de todo o Museu do Futebol de São Paulo. Primeiro, grandes placas fornecem o chamado conhecimento de almanaque: o jogo com maior número de expulsões, a maior goleada, o maior público pagante em um estádio brasileiro e por aí vai. Na sequência, painéis explicam regras, mostram fundamentos como o chute e brindam os visitantes com frases antológicas produzidas pelo mundo do futebol. Quase no fim da sala, há mesas de pebolim (totó em outras regiões do país) para adultos e crianças jogarem.

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    Fatos curiosos

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    Um clássico: ‘treino é treino, jogo é jogo’

    Visita à arquibancada

    Oportunidade para tirar selfies tendo ao fundo o lendário Estádio do Pacaembu. As fotos em dias de céu azul são imbatíveis porque o estádio foi erguido em um vale, de modo que as arquibancadas são emolduradas pelos prédios da região.

    Dica: depois de ver o que tem no Museu do Futebol, tire mais fotos dentro do estádio. A pista ao redor do gramado é aberta para sócios do complexo de esportes que funciona no Pacaembu. Já os visitantes do museu podem entrar no setor mais perto do campo. O acesso é pela lateral do portão principal, de frente para a Praça Charles Miller.

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    Ótimo passeio em família

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    Conhecendo o Pacaembu

    Dança do futebol

    Em estruturas metálicas que lembram uma bola de futebol estilizada, são exibidas três crônicas: Dribles, Defesas e Gols; Canal 100 — o famoso cinejornal exibido antes dos longas-metragens e que imortalizou grandes momentos do futebol brasileiro — e Futebol Feminino, que trata das pioneiras do esporte que consagrou Marta como a melhor jogadora do mundo por cinco vezes.

    Na nossa visita de 2015, o Museu do Futebol mantinha a exposição temporária chamada Visibilidade para o Futebol Feminino. Fotos e fatos relacionados à presença das mulheres no futebol eram identificados com uma medalha. Na época, as estruturas da sala Dança do Futebol só mostravam lances de nossas meninas em ação. Lembro-me que quase ninguém parava para assistir. No início de 2017, flagrei apenas uma garotinha, quase que por descuido, circulando por ali.

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    Futebol feminino no Brasil

    Jogo de corpo

    O playground dos pequenos e dos grandes. Há painéis com a ficha completa de alguns clubes brasileiros, além de dois campos de futebol virtual — Joaquim acha super maneiro e sempre escala alguém para ser parceiro dele na peleja: sobrou até para a avó numa das visitas.

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    Bate-bola virtual com a avó

    E tem ainda o Chute a Gol, desafio que avalia a velocidade do seu chute. Entre na fila e capriche na pontaria. Uma câmera registra o lance e a imagem pode ser visualizada no site do Museu do Futebol. Guarde seu ingresso para poder acessar a foto.

    Dica: se quiser testar a potência de seu chute, encha o pé; se estiver mais a fim de fazer o gol, siga a máxima dos grande craques: ‘não é força, é jeito’. Meu recorde mais recente foi uma pancada a 99 quilômetros por hora, de canhota, inapelável para o goleiro.

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    É goool, gol do Joaquim!

    Homenagem ao Pacaembu

    A visita termina com imagens da construção do estádio, as plantas do projeto original e fotos em preto e branco tiradas por mestres como Jean Manzon e Thomas Farkas. Eu adoro assistir ao cinejornal da época, que conta sobre o andamento das obras do estádio. Acho divertido ouvir o locutor falar com aqueles ‘erres’ e ‘eles’ pronunciados com vigor impressionante.

    VALE SABER

    Endereço: Praça Charles Miller, s/n, Pacaembu, São Paulo

    Estacionamento: Se for de carro, há vagas de Zona Azul por toda a praça. Desde o fim de 2016, não há mais a venda de cartão de papel. Ou você baixa o aplicativo disponível tanto para Android quanto iOS ou pare na banca da entrada da praça, que é revendedor oficial. Como se trata de uma Zona Azul especial, é possível estacionar o carro por um período de 3 horas pagando o mesmo preço das vagas em áreas convencionais da cidade, R$ 5. Flanelinhas vão te abordar na entrada da praça oferecendo uma vaga por valores indecorosos. Agradeça, siga em frente e pare você mesmo onde quiser.

    Transporte: A estação de metrô mais próxima é a Clínicas (linha verde). O site do Museu do Futebol indica os passos para chegar de transporte público. Ande até a parada Avenida Doutor Arnaldo, 500, e tome uma das opções de ônibus: 177C-10 (Jardim Brasil), 917M-10 (Morro Grande) ou 6232-10 (Metrô Barra Funda). Desça na Avenida Pacaembu, 1721. Na volta, ande até o ponto que fica na Avenida Pacaembu, 22. Tome as linhas 177C-10 (Vila Madalena), 917M (Ana Rosa) ou 6232-10 (Vila Ida)

    Quem vem pela linha vermelha deve descer na estação Palmeiras/Barra Funda. De lá, caminhe até a parada de ônibus que fica dentro da própria estação. Tome a linha 6232-10 (Vila Ida). Desça na Avenida Pacaembu, 1721. Na volta, caminhe até a Avenida Pacaembu, 22, e utilize a linha 6232-10 (Barra Funda).

    Horário: De terça a domingo, das 9 às 17 horas (a visitação vai até 18 horas). Em dias de jogos no Estádio do Pacaembu, o Museu do Futebol tem horário de funcionamento especial (consulte no site da instituição). O museu fecha em 1º de janeiro, Quarta-Feira de Cinzas e 24, 25 e 31 de dezembro

    Ingresso: O ingresso custa R$ 15 — estudantes com carteirinha, pessoas acima de 60 anos, R$ 7,50; crianças até 6 anos, portadores de necessidades especiais com 1 acompanhante e professores da rede pública de ensino, grátis. Às terças, a entrada é grátis para todos os visitantes

    Alimentação: O Flor Café é uma opção para refeições e lanches. Terças, das 10 às 22h30 (futebol de botão a partir das 19 horas); de quarta a sexta, das 10 às 19 horas (fecha 1 hora mais cedo aos sábados, domingos e feriados). Se a intenção for só enganar o estômago com alguma coisinha, dá para comer um pastel na feira livre que funciona na entrada da Praça Charles Miller —às terças, quintas, sextas e aos sábados. Nathalia já escreveu a respeito desse programa tipicamente paulistano

    Compras: A loja que fica na saída do museu vende camisas dos principais clubes brasileiros e do mundo, além de bolas e equipamentos esportivos. Abre de terça a domingo, das 9 às 18 horas

    Dicas: Há visitas mediadas ao museu (combinadas ou não com um tour pelo estádio). Grupos de até 40 pessoas são guiados por educadores, que falam da importância do futebol como patrimônio cultural. Existem também atividades voltadas exclusivamente para crianças, como o espaço Dente de Leite e o programa Férias no Museu, com oficinas, brincadeiras e passatempos sob a supervisão de monitores. Da última vez, Joaquim desafiou a mãe a atravessar uma cama de gato e ainda tirou foto com Mônica e Cebolinha — a Turma da Mônica era a temática da vez. Não deixe de ver também exposições temporárias. Elas são sempre uma boa desculpa para retornar ao Museu do Futebol

    Site: museudofutebol.org.br

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  • Museu da Imigração de São Paulo: ingresso, dicas e maria-fumaça

    Museu da Imigração de São Paulo: ingresso, dicas e maria-fumaça

    ATUALIZADO EM 19 DE MARÇO DE 2019

    Um museu que explica São Paulo, sua gente e sua gênese. E que também revela traços da formação do Brasil miscigenado do qual descendemos e fazemos parte. Na divisa entre os tradicionais bairros do Brás e da Mooca, o Museu da Imigração, antes conhecido como Memorial do Imigrante, carrega um pouco da origem de cada um de nós, na forma de fotografias, objetos e histórias, em um rico acervo digital.

    Além do mergulho na história, o visitante pode fazer um passeio a bordo da maria-fumaça, que parte da plataforma ao lado do Museu da Imigração — detalhes no fim deste texto.

    https://www.instagram.com/p/BEjw_8KzNUn/

    Dentro do museu, o conteúdo escrito nos painéis e nos folders está disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), fato raro em se tratando de instituições culturais brasileiras. E não estamos falando de informações triviais, mas de grandes explicações mesmo — só vimos algo parecido em nossa visita ao moderno Museu do Amanhã, no Rio.

    Funciona no antigo prédio da Hospedaria de Imigrantes, primeira parada dos 2,5 milhões de estrangeiros e de outros brasileiros que chegaram a São Paulo entre 1887 e 1978. Foi onde muitos imigrantes italianos, portugueses e japoneses, entre outros, receberam sua certidão de desembarque no país. O museu do Estado de São Paulo mostra um vasto registro da imigração no Brasil.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Gavetas com cartas escritas por imigrantes à família

    De ascendência ibérica, Nathalia Molina conheceu o lugar em 1999, no tempo em que ele era chamado de Memorial do Imigrante. Da primeira visita, a carioca que tinha migrado para São Paulo um ano antes lembra que a exposição era bem simples, quase um daqueles trabalhos que os estudantes fazem para a escola. Mesmo assim ela gostou da visita porque se interessa por imigração no Brasil e no mundo de um modo geral. Na ocasião, ela também aproveitou para pesquisar no arquivo local (que ainda não era um acervo digital) a lista de imigrantes portugueses ou espanhóis que fossem parentes seus, vindos no início do século 20.

    Nathalia ficou impressionada quando esteve lá pela segunda vez, já como Museu da Imigração. Havia três terminais de consulta para buscar o registro de imigrantes no Brasil. Os computadores ficam numa das salas laterais do prédio do museu. Dá para visitar na saída, assim como a plataforma da estação onde os viajantes desembarcavam na chegada à hospedaria.

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    Terminal de consulta de imigrantes

    Como é o Museu da Imigração de São Paulo

    A estrutura atual em nada lembra o que Nathalia havia conhecido cerca de 20 anos antes. O espaço foi todo reformulado, o que o deixou como um dos melhores museus de São Paulo. O prédio e o jardim da entrada estão conservados, mas a principal transformação ocorreu lá dentro. A exposição está super bem montada, tanto pela disposição e pela explicação em cada área quanto pela interatividade, com bons recursos audiovisuais.

    Desde 2011, o Museu da Imigração tem sua gestão sob a responsabilidade do Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração (Inci), que venceu a chamada pública organizada pela Secretaria de Estado da Cultura.

    Bem, voltemos à visita.

    Ao passar da bilheteria, você sai à esquerda em um grande jardim. A propósito, guarde um tempo para se sentar em um dos bancos e ficar só de bobeira olhando para o pátio da entrada, que possui 2 figueiras com mais de 50 anos. Visitamos o museu em um sábado de sol. Além de ter sido gostoso descansar debaixo da sombra das árvores, fizemos lindas fotos do prédio em contraste com o céu azul.

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    A velha figueira resiste ao tempo
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    Fachada da velha hospedaria, hoje museu

    Se você for em época da anual Festa do Imigrante, tem a chance de conhecer tradições e comidas típicas de várias culturas que formaram São Paulo. Caso vá no restante do ano, a visita não é tão festiva, mas é recheada de história. Siga em direção ao edifício principal e suba às rampas que contornam o chafariz. A acesso fica no corredor central, à esquerda. A exposição ocupa o segundo andar.

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    Explicações em 3 idiomas, raridade em museus brasileiros

    O que ver no prédio do antigo Memorial do Imigrante

    De cara, nos deparamos com uma caçamba de caminhão tombada com cerca de 20 mil tijolos, obra do artista plástico Nuno Ramos. Intitulada É Isto um Homem, é inspirada em livro homônimo e fala do processo de imigração a partir da ótica do trabalho e da diferença de línguas — cada tijolo carrega palavras em inglês, francês, tcheco, alemão, húngaro e iídiche, todas utilizadas em um trecho do livro.

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    Arte contemporânea no Museu da Imigração
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    Painéis guiam o visitante por todas as salas

    À esquerda da escada tem início a exposição permanente. No total, o Museu da Imigração tem oito módulos numerados, indicados para serem vistos na ordem proposta. Eles abordam do movimento migratório no mundo desde os primórdios até chegar, efetivamente, à formação da cidade de São Paulo.

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    Embarque nesta viagem histórica


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    DIÁSPORAS

    A primeira sala fala do homem como ser migratório por natureza, a partir de sua origem na África, a consequente expansão para a Europa e, daí, para outros cantos do planeta. Uma projeção e um painel luminoso mostravam como se deu esse processo que se confunde com a própria história da humanidade. Inicialmente, o equipamento estava com problema e a projeção travava. Procurei por um monitor do museu para falar a respeito. Super atencioso, ele pediu desculpa e disse que teria de reiniciar o programa, solicitando para que voltássemos dentro de alguns minutos. Seguimos o pedido dele e retornamos para ver o vídeo mais tarde. Na sala escura, o grande painel iluminado mostrando a movimentação do homem primitivo pelos continentes instigou o Joaquim.

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    IMIGRAÇÃO NO BRASIL

    Sala com monitores de vídeo e fones de ouvido para acompanhar uma breve aula sobre os ciclos de imigração para o Brasil. Aqui fala-se das contribuições (expressões da língua, usos e costumes) dadas por povos que desembarcaram em nosso país desde a chegada dos portugueses, os primeiros imigrantes.

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    Quando criança, eu gostava desse tipo de apresentação, até hoje acho que se assimila mais e melhor datas e nomes dessa forma do que quando se lê linhas e mais linhas (e olha que eu adoro ler). Joaquim se sentou e ouviu atentamente as explicações. Parece que ele também gosta de teleaula, porque já havia parado para ver algo semelhante durante nossa visita ao Museu da República, no Rio, no Palácio do Catete.

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    AS HOSPEDARIAS E O CONTEXTO DAS MIGRAÇÕES

    Antes de tomar um navio em busca de uma vida nova, era preciso se deslocar por terra até um porto, numa jornada tão ou mais complicada quanto a própria travessia. Nesse processo havia também hospedarias que abrigavam os que estavam de saída. Esse espaço do museu espaço fala de cinco locais de chegada e de partida de imigrantes pelo mundo: Ellis Island (EUA), Bremen (Alemanha), Gênova (Itália), Buenos Aires (Argentina) e Kobe (Japão). Um painel mostra que, de 1820 a 1914, cerca de 50 milhões de pessoas migraram para o continente americano, para países como EUA, Canadá, Argentina e Brasil.

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    Nos impressionou ver as fotos de crianças e de mulheres à espera de um navio que os levasse para longe de cidades devastadas pela guerra. Não há como ver cenas como essas e não lembrar das imagens dos milhões de refugiados que buscaram alcançar a Europa há alguns anos.

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    A instalação As Viagens reproduz o convés de um navio, igual ao de tantos que por aqui aportaram. Vemos a vida de imigrantes japoneses, italianos e libaneses passar em fotos de época. Nas paredes de madeira, inscrições em italiano como as que continham os documentos e as passagens de muitos imigrantes. Uma delas informa: 3ª classe, categoria inferior onde a maioria deles viajava.

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    HOSPEDARIA DO BRÁS

    Assim que um navio chegava ao porto de Santos, boa parte dos imigrantes era levada de trem diretamente para a hospedaria que funciona no Brás, já que São Paulo possuía uma malha ferroviária rumo às cidades do interior, destino final de muitos estrangeiros.

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    Essa é uma das salas mais legais, porque contém inúmeros objetos de época utilizados nas hospedarias ou que pertenciam aos próprios imigrantes. Joaquim ficou assustado com o tamanho das ampolas e das agulhas de injeção com que eram dadas vacinas nos viajantes.

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    Nathalia mostrou para o nosso filho o ferramental e a cadeira de dentista iguaizinhos aos que o avó dela, o velho Molinão, mantinha em seu consultório. Nessa mesma parte do museu havia uma cômoda cheia de gavetinhas que também fez a Nath se lembrar da infância —que diabos o avô dela guardava em espaços tão minúsculos como aqueles?

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    Mais adiante, encontramos uma parede formada por gavetas. Dentro delas havia cartas trocadas entre imigrantes e parentes que ficaram em seus países de origem. Eram conhecidas como Cartas de Chamadas, documentos que facilitavam a entrada de novos imigrantes, cujos os familiares já haviam se estabelecido por aqui. Experimente abrir uma gaveta para ler. É tocante.

    Eu tenho uma dessas que pertencia ao meu avô, António Victorino. Foi redigida em nome da irmã, Mariana, que assim como ele não sabia escrever. A carta falava em dificuldades financeiras e pedia autorização para que ela pudesse entrar no Brasil. Mariana foi atendida, e viveu até a morte em São Vicente, no litoral paulista.

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    Pelo Brás não passaram apenas viajantes estrangeiros. A hospedaria teve papel importante no processo de migração interna, ocorrido no Brasil em função de ciclos econômicos — a instituição paulistana abrigou muitos trabalhadores fugindo da seca no sertão nordestino, por exemplo. Além de documentos históricos, mesas que simbolizam o refeitório da hospedaria são compostas por telas onde são projetadas imagens que alimentam nosso imaginário a partir do cotidiano destes migrantes.

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    A maior sala de toda a exposição tem ainda uma reprodução dos dormitórios, com beliches posicionados lado a lado e nichos onde são exibidos depoimentos de imigrantes que narram o processo de passagem pela hospedaria, misto de acolhimento e de incerteza.

    Ao redor, estantes guardam objetos preciosos, como canecas de metal trazidas de um navio holandês bem como um acordeão de origem italiana — o museu destaca a música como importante instrumento de conexão entre os imigrantes com seus países de origem, além da descontração promovida por ela dentro da hospedaria.

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    CAMPO E CIDADE

    Filme de sete minutos que narra como se deu a formação de São Paulo pelo trabalho, responsável por atrair mão de obra para as lavouras de café, especialmente depois do fim da escravidão (do lado de fora há, inclusive, uma velha máquina de moer grãos).

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    Já no teto desta sala há uma Carta de Chamada. Um imigrante escreveu ao irmão detalhando cuidados a serem tomados na travessia de Portugal para o Brasil. Lê-se num dos trechos: “Vinde prevenidos com limões e açúcar para poderem beber melhor a água.”

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    SÃO PAULO COSMOPOLITA

    Uma sala grandiosa como a metrópole. Duas paredes exibem imagens com ícones da maior cidade do Brasil, enquanto informações com números superlativos correm acima delas. Tudo ao mesmo tempo, bem ao ritmo de São Paulo. A cidade com não mais do que 24 mil habitantes até 1870 hoje guarda o mundo. A expansão econômica trouxe o crescimento desordenado que sabemos. Mas trouxe também profundas influências de seus novos moradores. É um falar, um comer, um rezar, cada qual a seu modo. Todos compartilhando e vivendo diferentes possibilidades em uma só cidade.

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    Joaquim ficou de olho nas fotos da São Paulo de antigamente, a cidade que abraçou os bisavós ítalo-lusitanos e a mãe, nascida no Rio. Quem gosta de ver imagens em preto e branco do tempo da garoa, saiba que essa aqui é a sala.

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    BOM RETIRO, MOOCA, SANTO AMARO E BRÁS

    Em uma de suas últimas salas, o Museu da Imigração registra traços marcantes de quatro bairros de São Paulo. Nascido na Mooca, muito do que está exposto me soa sempre familiar: a paróquia de São Rafael, onde meus pais se casaram e fui batizado, a tradicional Festa de San Gennaro e o estádio da Rua Javari, do hoje cult Juventus, clube de futebol fundado na mesma data em que eu nasci, um 20 de abril, e que teve meu avó como um dos primeiros sócios e jogadores de basquete (bola ao cesto, como ele gostava de dizer). Foi mais ou menos dessa maneira que expliquei o valor afetivo dessa sala para o meu filho, ao som de Samba do Arnesto, clássico do samba paulista cantado em um dialeto consagrado por Adoniran Barbosa.

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    Mas a Mooca não foi só formada pelos italianos, que também dividiram território com os judeus do Bom Retiro, onde hoje os coreanos também figuram aos montes bem como lá pelos lados do Brás, morada de tantos bolivianos e haitianos. E o que dizer de Santo Amaro, quase uma cidade dentro da própria cidade, de ligações estreitas com a cultura alemã, celebrada em eventos como a Brooklin Fest?

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    IMIGRAÇÃO HOJE

    Quem são os novos imigrantes? De onde chegam? Por que escolheram São Paulo? As respostas estão em depoimentos gravados por gente que vem da América Latina, da África e do extremo Oriente. Para assistir, é preciso deslizar os rostos fragmentados até juntar as partes correspondentes e o vídeo começar — adivinhe se o Joaquim, o rei do touch, não curtiu ver depoimentos e mais depoimentos?

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    A qualquer momento da exposição, percorra o corredor formado por uma parede toda composta por sobrenomes de imigrantes italianos, portugueses e de outras nacionalidades, entalhados em madeira. É uma busca meio insana, a vista embaralha, achamos a família daquele amigo, do vizinho, da menina da 4ª série que sentava ao nosso lado. Nathalia, Joaquim e eu gastamos um bom tempo em busca dos Molina e dos Victorino. É preciso dizer que não achamos.

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    Da última vez que fomos ao museu, em novembro de 2018, Joaquim e a avó, Sonia, toparam fazer o passeio de maria-fumaça. Eles embarcaram na plataforma da estação que fica no Museu da Imigração. A experiência durou 25 minutos (R$ 25), tempo em que a composição de 1928 percorreu as estações Mooca e Brás — há passeios que são realizados em outro vagão, de 1950 (R$ 20).

    Passeio de maria-fumaça dura 25 minutos

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    VALE SABER

    Endereço: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, São Paulo

    Transporte: A estação Bresser-Mooca do metrô (linha vermelha) fica a 1.500 metros de distância. Infelizmente, não aconselhamos andar pela Rua Visconde de Parnaíba, que margeia toda a linha do trem, mesmo durante a semana quando há mais movimento na rua. Pegue um táxi na porta da estação, mais barato e seguro. Se for de carro como nós, estacione em frente ao museu, que fica no trecho sem saída da rua

    Funcionamento: De terça a sábado, das 9 às 17 horas (domingo abre 1 hora mais tarde)

    Preço: R$ 10 — estudantes e idosos acima de 60 anos, R$ 5. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos. Crianças até 5 anos, professores da rede pública, taxistas, servidores estaduais, portadores de necessidades especiais não pagam ingresso

    Alimentação: A cafeteria Cantina é uma graça, com cardápio enxuto e focado nas variações da bebida (ristreto, macchiato, latte…) e acompanhamento como bolos, cookies, sanduíches e tortas do dia — servem brunch aos sábados e domingos. Possui uma área com quatro mesas e uma varanda de frente para o jardim.

    Compras: A lojinha que funciona no térreo vende kits infantis com quebra-cabeça, ioiô e livro. Há ainda malas vintage, guarda-chuva e as tradicionais camisetas e canecas com o logotipo do museu

    Site: museudaimigracao.org.br

  • Residenz (Munique): na residência real, 10 ambientes imperdíveis

    Residenz (Munique): na residência real, 10 ambientes imperdíveis

    Casa de uma das dinastias mais duradouras de toda a Europa, a dos Wittelsbach (1180 a 1918), o Residenz a construção é uma das principais atrações de Munique, na Alemanha. De todos os lugares que visitamos na nossa viagem à Alemanha com criança, o maior palácio urbano do país foi para mim e para Nathalia um dos mais marcantes, seja por sua imponência ou pela riqueza de sua decoração. E porque, acima de tudo, amamos história.

    A Baviera ainda não era um reino quando a corte se transferiu do Alter Hof para o Neuveste, palácio de estilo gótico erguido a partir de 1385. Com a permanência dos Wittelsbach no centro do poder – primeiramente como duques, depois na figura de eleitores e, por fim, como reis – 6 séculos foram mais do que suficientes para que cada governante ampliasse o Residenz, imprimindo à construção nada menos do que 4 estilos diferentes em sua arquitetura e decoração: Renascentista, Barroco, Rococó e Neoclássico.

    Formado por 10 pátios e 130 salas, o Residenz fica a menos de 500 m da Marienplatz, a principal praça de Munique. A construção foi atingida por pesados bombardeios, o que exigiu sua reconstrução a partir do final da Segunda Guerra, em 1945. Duas décadas antes já funcionava como museu. A valiosa diversidade de seu acervo fica evidente em cada aposento, com seus móveis, tapeçarias, quadros, esculturas e peças religiosas.

    O visitante que chega para conhecer o Residenz pode ficar um pouco perdido, sem entender o que ver, no que reparar diante de tanta oferta. Pensando nisso, elaboramos a seguir um pequeno roteiro detalhando ambientes de relevância histórica, artística e, claro, que nos impressionaram.

    Veja 10 ambientes imperdíveis do palácio para você conhecer em sua visita:

    1 | Hofgarten, o jardim da corte

    Essa foi a primeira parte do palácio que vimos. Como sua entrada é livre, estivemos lá dias antes de entrar no Residenz. Durante uma caminhada pela Odeonplatz, praça em frente ao Hofgarten, resolvemos entrar para passear pelo jardim da corte. Era perto do meio-dia e havia muita gente sentada nos bancos. Muitos com livros nas mãos, embalados pela sinfonia das fontes.

    Passeio pelo jardim da residência da realeza
    Passeio pelo jardim da residência da realeza

    A inspiração renascentista está presente nessa área extensa do Residenz. O trabalho de construção teve início no ducado de Maximiliano I, mas o jardim foi redesenhado diversas vezes desde 1613. Destaca-se no Hofgarten o pavilhão de 8 arcos com uma estátua de bronze no alto. Lá estão simbolizados os tesouros da Baviera: o sal, a água e os grãos. Depois de ter de conter sua energia típica de criança, soltamos Joaquim para correr pelos caminhos de cascalhos. Os canteiros não estavam altos, então a gente não perdia ele de vista.

    2 | Schatzkammer, a área do tesouro

    No dia em que voltamos para ver o Residenz, começamos a visita por aqui. A entrada fica ao lado do guarda-volumes e acabamos naturalmente nos encaminhando para ali. Mas também pode ser bom terminar a visitar pela área do tesouro, se a ideia for ir embora com imagens impressionantes de muito ouro e opulência.

    Colecionador de arte, Albrecht V também era apaixonado por joias e trabalhos com pedras preciosas. Em seu testamento, o duque ordenou que todo tesouro pertencente à dinastia Wittelsbach deveria ser guardado, não poderia ser vendido. O desejo foi seguido por seus sucessores, e hoje é possível ver em torno de 1.250 peças na ala do tesouro do Residenz. Ao longo de 10 salas estão expostos trabalhos em ouro, cristal, safira, diamantes, marfim, sob a forma de insígnias, jogos de copos, medalhas.

    A coroa dos reis da Baviera que repousa sobre uma almofada especial é um item de grande destaque. Produzida em Paris, a peça leva ouro, prata, diamantes, rubis e esmeraldas, mas não chegou a ser utilizada por Maximilian Joseph I, proclamado 1º rei da Baviera por Napoleão Bonaparte em 1º de janeiro de 1806.

    Tesouro dos reis na Residência, em Munique
    Tesouro dos reis na Residência, em Munique

    A estátua de São Jorge apresenta rosto semelhante ao do duque Wilhelm, a quem a peça foi dada em 1586. O conjunto chama a atenção pela quantidade de pedras utilizadas na composição. Feita de ouro, leva diamante, esmeraldas, rubis, opalas, ágata, cristal de rocha entre outras pedras preciosas.

    Nathalia ficou apaixonada pelo conjunto formado por coroa, colar, pulseira e brincos de Therese de Saxônia-Hildburghausen, aquela que se casou com o príncipe Ludwig (mais tarde, rei Ludwig I) e que a celebração dessa união deu origem à Oktoberfest, a mais popular festa da cerveja na Alemanha.

    Já Joaquim aproveitou para dar um tapa no visual diante do magnífico conjunto de viagem que pertenceu a Marie Louise da Áustria, segunda mulher de Napoleão Bonaparte. É uma grande caixa com 120 itens guardados em pequenos compartimentos, quase ocultos quando se encontram fechados (possui de serviço de jantar para duas pessoas a material de costura e até instrumentos de dentista) . Ao abrir a tampa da caixa surge o espelho que nosso filho usou para ajeitar seu cabelo. O trabalho de ourivesaria é de 1812 e foi feito com materiais como madrepérola, marfim, concha de tartaruga e ébano.

    3 | Antiquarium, o espaço mais deslumbrante

    Como fã desse salão, recomendo uma visita atenta às peças, aos detalhes. Apaixonado por arte, o duque Albrecht V ordenou a construção desse luxuoso espaço para abrigar sua extensa coleção de esculturas antigas. Entre 1568 e 1571, o Antiquarium foi erguido em uma área já fora do Neuveste, que havia ficado pequeno demais para o desejo de expansão do líder máximo dos Wittelsbach. Seus sucessores, o duque Wilhelm V e Maximilian I, transformaram o hall de 66 m de comprimento em um salão paras bailes e festas.

    Salão mais bonito da Residência, em Munique
    Antiquarium, o mais belo e conhecido dos ambientes da Residenz

    Como qualquer criança faria, Joaquim se divertiu percorrendo sozinho aquela imensidão de lugar, ora olhando para o teto onde estão 16 pinturas de Peter Candid, ora mirando com curiosidade os bustos da coleção.

    4 | Grottenhof, o pátio da gruta

    Um dos 10 pátios do Residenz, o Grottenhof leva esse nome por ficar colado à gruta próxima ao Antiquarium. Encomendada pelo Duque Wilheml V em 1583, ela é cravejada por conchas e cristais coloridos. Vale uma passada para ver os deuses do Olimpo retratados nas paredes, assim como passagens da obra Metamorfose, do poeta romano Ovídio.

    5 | Ahnengalerie, com quadros dos governantes da Baviera

    Uma das primeiras salas da visita ao palácio ajuda a entender quem era quem na família Wittelsbach – dinastia responsável por erguer as principais atrações históricas da realeza de Munique. Em 1726, quando se tornou eleitor – título que lhe dava direito de escolher o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, do qual a Baviera fazia parte –, Karl Albrecht encomendou a criação de uma sala onde até hoje repousam nas paredes cerca de 100 quadros com retratos dos membros da dinastia bávara e suas ramificações. A área se chama Ahnengalerie (numa tradução do alemão, galeria dos ancestrais). A sala anexa (Porzellankabinet) guarda peças em porcelana.

    6 | Porzellankabinet, a sala das porcelanas

    Nos anos em que esteve no poder (1579 a 1598), o duque Wilhelm V foi quem começou a coleção de peças em porcelana vindas do Japão e da China, nações que detinham a técnica para manusear esse tipo de material — na Europa, a porcelana só passou a ser fabricada apenas no século 17. As peças da coleção não eram levadas à mesa durante as refeições. Tinham apenas função decorativa durante as solenidades realizadas no Residenz.

    O começo: peças vindas do Oriente
    No palácio em Munique, sala das porcelanas
    Sala das porcelanas em Munique

    7 | Allerheiligen-Hofkirche, de igreja a sala de concerto

    Trata-se da primeira capela construída na Baviera depois de 1803, quando a Igreja deixou de exercer sua influência política no território alemão. Embora não faça parte do museu, é possível visitar sua galeria e admirar do alto esta obra inspirada na Capela Palatina, de Palermo, no sul da Itália. Encomendada pelo rei Ludwig I, a Igreja de Todos os Santos levou 9 anos para ficar pronta (de 1826 a 1837), sob a supervisão de Leo von Klenze, arquiteto preferido da corte bávara.

    Sala de concerto em antiga igreja
    Sala de concerto em antiga igreja

    A edificação apresentava paredes em gesso e mármore, com pinturas em ouro coloridas e piso de mármore de vários tons. Transformada em ruínas pelas bombas durante a Segunda Guerra, ficou esquecida durante muitos anos até ter partes originais restauradas e combinadas com elementos arquitetônicos mais modernos. Desde 2003 funciona como sala de concertos; reserve um concerto na Residenz de Munique.

    8 | Grüne Galerie, com seus grandes espelhos

    Do conjunto de salas suntuosas que compõem o segundo andar do Residenz, destaca-se a Grüne Galerie (em português, Galeria Verde). Espaço de festa originalmente concebido por François Cuvilliés a pedido do duque Karl Albrecht, possui grandes espelhos que se alternam na parede com quadros do acervo dos Wittelsbach — parte deles foi posteriormente transferida para espaços como a Alte Pinakothek. Como mais um dos ambientes destruídos por causa da Segunda Guerra, a Galeria Verde passou por um meticuloso trabalho de reconstrução baseado em pinturas de época.

    No palácio de Munique, a galeria dos espelhos
    Brincando de realeza na galeria dos espelhos

    9 | Königsbau, onde fica o trono

    A visita ao Residenz é extensa, mas vale ir ao setor dos apartamentos do rei e da rainha, nem que seja para ver a sala do trono. Ele é o único móvel no espaço, ricamente decorado, em branco e dourado. Königsbau faz parte da expansão do palácio ordenada por Ludwig I quando ele assumiu o reino da Baviera, em 1825.

    10 | Cuvilliés-Theater, o teatro dourado

    O teatro que hoje carrega o nome do arquiteto que o projetou, François Cuvilliés, foi construído entre 1751 e 1755 para ser a casa de ópera do príncipe eleitor Maximilian Joseph III. Em seu palco foram encenadas obras como La Finta Giardiniera, escrita por Mozart a pedido de Max Joseph, e Idomeneo, encomendada em 1780 pelo eleitor Karl Theodor ao compositor austríaco, cuja a estreia no palco do velho teatro do Residenz se deu no verão do ano seguinte. Hoje é possível ir a um show de gala no Teatro Cuvilliés.

    Teatro Cuvilliés, na Residenz
    Rococó em ouro no teatro Cuvilliés

    Principal representante do estilo rococó alemão, o espaço que se visita no Residenz parece bordado a ouro. Ainda que não seja o teatro original (ele foi destruído por bombardeios da Segunda Guerra, em 1944, e um novo foi construído em seu lugar um ano depois), o Cuvilliés mantém o entalhamento dourado e a ornamentação floral originais, salvos em 1943. Hoje, o Teatro Cuvilliés abre suas portas para eventos, cerimônias, apresentações de balé e, claro, óperas.

    VALE SABER

    Endereço: Residenzstrasse, 1, Munique. A porta de entrada para a visitação está em frente à Max-Joseph-Platz, praça do Nationaltheater (teatro da ópera da cidade)

    Transporte: É bem fácil chegar ao Residenz. De transporte público, as paradas mais próximas são: Marienplatz, de S-Bahn ou de U-Bahn; Odeonplatz de U-Bahn ou de ônibus; e Nationaltheater de bonde.

    Horário: Abre diariamente, e a entrada nos espaços pode ser feita sempre até 1 horas antes do encerramento.

    Para o palácio e a área do tesouro: de abril a de outubro, das 9 às 18 horas; no restante do ano, das 10 às 17 horas. Para o teatro Cuvilliés: há vários horários de visitação ao longo do ano – no domingo, costuma estar aberto no período entre 10 e 17 horas; de segunda a sábado, apenas a partir das 14 horas.

    Preço: O ingresso pode ser para cada parte da visita ou combinado, que inclui o palácio, a área do tesouro e o teatro Cuvilliés — em todas as situações, a visita é grátis para quem tem até 18 anos. Para todas as áreas, paga-se € 17. Somente para o palácio ou para o tesouro, € 9 — os dois juntos saem a € 14 a entrada. O Hofgarten tem livre acesso.

    Alimentação: À esquerda da entrada do Hofgarten, há várias opções de cafés e restaurantes, como o Tambosi, que espalha mesinhas no jardim durante o tempo quente. Nas ruas em torno do palácio, existem restaurantes — entre eles, o tradicional Pfälzer Residenz Weinstube na Residenzstrasse.

    Compras: A lojinha do Residenz é uma boa fonte de souvenir diferente. Para crianças, havia de bonés e camisetas com desenhos de reis e rainhas a cadernos de colorir. Nós trouxemos dois com desenhos lindos de palácios da Alemanha. Divertido para pintar em família e lembrar da viagem. Também havia forminhas de biscoitos com o formato de ícones da Baviera, como as torres da Frauenkirche, entre 3 importantes igrejas de Munique, e o Neuschwanstein, castelo que teria inspirado o da Cinderela.

    Site: residenz-muenchen.de

  • Em Munique, o palácio Nymphenburg

    Foto: J Lutz/Turismo da Alemanha/Divulgação
    Foto: J Lutz/Turismo da Alemanha/Divulgação

    O que começou com um pequeno edifício de estilo italiano foi bem ampliado ao longo dos séculos. Desde sua construção em 1664, o Schloss Nymphenburg, palácio de verão em Munique, ganhou as alas laterais, um grande parque e palácios adicionais.

    Atualmente o complexo exige um dia para ser visitado com calma. Também é possível ver apenas uma parte dos espaços — há até a opção de ingresso combinado ou individual para cada conjunto.

    É importante ficar atento à época do ano. Seguindo sua tradição de palácio de verão da dinastia Wittelsbach, que dominou a Baviera por 7 séculos e construiu boa parte do que se vê numa visita à capital (leia em Munique da realeza), o Nymphenburg tem uma visitação completamente diferente de acordo com a estação. Do meio de outubro a março, permanecem fechados todos os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause.

    Como é o palácio

    A maior ampliação do Nymphenburg ocorreu durante o governo de Maximilian Emanuel II. Pudera, o eleitor da Baviera (de 1679 a 1726) nasceu no palácio de verão, construído por seus pais, o eleitor Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, em agradecimento pelo esperado filho.

    A partir de 1701, começou uma renovação no palácio. A parte central do edifício foi reconstruída para ter seu lugar de destaque garantido no complexo, apartamentos reais receberam nova decoração e as galerias do palácio ganharam pinturas de Franz Joachim Beich, com paisagens de castelos bávaros. Nos anos seguintes, a área externa do palácio foi reformulada em estilo barroco e ampliada até o presente tamanho. Tudo a cargo dos franceses Joseph Effner (arquiteto) e Dominique Girard (paisagista).

    Durante o reinado de Maximilian I, entre 1806 a 1825, Nymphenburg teve trechos de seu jardim transformados do estilo francês para o inglês, com formas mais naturais, sem preocupação com a geometria.

    O que ver em Nymphenburg

    Ao palácio cada governante da Baviera adicionou algo, seja na arquitetura ou na decoração. Entre as salas, vale visitar a Schönheitengalerie do rei Ludwig I, com retratos de damas da sociedade da época (pinturas de 1827 a 1850), e o quarto da rainha (Schlafzimmer der Königin), onde nasceu Ludwig II, o rei que construiu Neuschwanstein, inspiração para o castelo da Cinderela.

    No Marstallmuseum estão as carruagens do rei Ludwig II (datadas em torno de 1880). Outro veículo a ser visto foi usado na coroação do eleitor Karl Albrecht em imperador do Sacro Império Romano Germânico com o nome de Karl VII, em 1742. Tem estilo rococó francês.

    Fundada pelo eleitor Maximilian Joseph III em 1747, a fábrica de porcelana funcionou até 1930. Peças como vasos e estátuas, da coleção iniciada por Albert Bäuml (que assumiu a manufatura em 1888), estão expostas no Nymphenburger Porzellan.

    Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação
    Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação

    Durante o ano inteiro, dá para ver tanto o palácio principal quanto os museus das carruagens (Marstallmuseum) e da porcelana (Nymphenburger Porzellan).

    Quando o tempo esquenta, são abertos também os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause. Além de visitá-los, dá para fazer um passeio de gôndola no lago em frente ao palácio (disponível entre abril e meados de outubro).

    Entre os palácios do jardim destaca-se o Amalienburg, uma joia do estilo rococó levado a Munique pelo arquiteto francês François Cuvillés, o mesmo do teatro do Residenz, batizado com seu sobrenome. O palácio foi erguido a mando do eleitor Karl Albrecht (governante da Baviera entre 1726 e 1745) para sua mulher, Maria Amalia da Áustria.

    VALE SABER

    Endereço: Schloss Nymphenburg, 1, Munique

    Transporte: O palácio fica na parte oeste de Munique. Há 2 opções para se chegar lá de transporte públic: pegue o S-Bahn em direção a Laim e depois o ônibus para Schloss Nymphenburg; ou tome o U-Bahn para Rotkreuzplatz e o bonde até Schloss Nymphenburg

    Funcionamento: Diariamente, de abril a 15 de outubro, das 9 às 18 horas. No restante do ano, é possível visitar o palácio principal e os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum), das 10 às 16 horas — os palácios do jardim fecham nesse período.

    Preço: Para visitar todas as áreas, 11,50 euros, de 1º de abril a 15 de outubro, e 8,50 euros no restante do ano — abaixo de 18 anos, grátis.

    Se for ver somente o palácio, o ingresso sai por 6 euros. Apenas para os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum) ou só para os palácios do jardim, custa 4,50 euros

    Alimentação: Há duas opções no complexo. o Schlosscafé im Palmenhaus, restaurante na entrada 43 (aberto do café da manhã até as 16h30), e o Schlosswirtschaft Schwaige, que oferece a possibilidade de jantar dentro do palácio. Os visitantes podem provar as receitas saídas do caderninho do rei Ludwig I (terça e quarta, às 19 horas), enquanto ouvem histórias sobre a monarquia da Baviera.

    Dicas: Para ajudar os visitantes a explorarem essa imensidão, um aplicativo gratuito para iOS e Android (em inglês ou alemão) mostra 23 pontos da atração, com informação, fotos e vídeos. Todos os textos do app estão disponíveis em áudio também.

    Site: schloss-nymphenburg.de

     

     

  • Praça Mauá: novo cartão-postal do Rio

    Praça Mauá: novo cartão-postal do Rio

    De todas as transformações pelas quais o Rio de Janeiro passou para receber os Jogos Olímpicos, a revitalização da Praça Mauá é a que mais impressiona. No grande largo localizado na zona portuária da cidade estão o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, acessados mais facilmente depois que o VLT entrou em funcionamento — nós experimentamos e contamos como é neste texto, que tem também informações gerais para você tirar suas dúvidas e usar o novo meio de transporte do Rio.

    Já adotada como cenário para fotos e selfies de turistas e cariocas, a Praça Mauá tem tudo para se igualar ao Cristo e ao Pão de Açúcar como mais novo cartão-postal do Rio.

    Quer saber o que você vai encontrar por lá? Aperte o PLAY na setinha vermelha abaixo e fique ligado nos podcasts do Como Viaja.

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  • Museu em Montréal: dia grátis com transporte

    Museu e transporte grátis no mesmo dia em Montréal. Rotas de ônibus públicos levam os visitantes até as instituições participantes. Belas Artes, Mc Cord, Biosphère e Biodôme são alguns dos destaques da programação

    ATUALIZADO EM 17 DE MAIO DE 2017

    La Journée des Musées de Montréalais, o Dia dos Museus de Montréal, celebra sua 31ª edição em 28 de maio, com a participação de mais de 30 museus. É um dia em que as instituições participantes abrem suas portas sem cobrar entrada e o transporte público até elas também é grátis.

    MUSÉE MCCORD E AS BICICLETAS DE MONTRÉAL – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    O evento é organizado pela MTL Museums, ou Société des Musées de Montréal, que reúne 41 instituições, como o Musée des Beaux-Arts de Montréal (o de Belas Artes) e o Pointe-à-Callière (sobre arqueologia e história). Além da entrada franca nos museus participantes, o visitante conta com transporte. Para esse dia especial, a companhia de transporte da cidade — a STM (do nome em francês, Société de Transport de Montréal) — mantém 5 rotas de ônibus gratuitas.

    A festa se espalha pela cidade, mas as atividades fora de museus se concentram no Promenade des Artistes, no Quartier des Spectacles, das 9 às 16 horas. Os visitantes podem participar da criação de um mural coletivo com artistas. Para quem vai ao evento em família, há pintura facial para as crianças. Como Montréal comemora seus 375 anos em 2017, esta edição terá a representação de Jeanne Mance e Paul de Chomedy (conhecido como Sieur de Maisonneuve), contando histórias sobre como os dois fundaram a cidade em 1642. A organização promete ainda a chance de “tirar uma foto com a dupla”.

    Destaques para você conferir

    Se sua ideia for visitar 2 das principais atrações culturais da cidade, embarque na linha amarela e desça nas paradas do Musée McCord (com objetos, fotografias e documentos conta a história do Canadá e de Montréal, seu povo e costumes) e do Musée des Beaux-Arts de Montréal. Tive a sorte de ver uma temporária sobre Fabergé no Beaux-Arts e também uma interessante exibição sobre a história da música no McCord.

    A azul segue rumo ao leste e leva ao Biodôme de Montréal e ao Planétarium Rio Tinto Alcan, na região do Parque Olímpico. São programas divertidos para se fazer também com crianças: o 1º apresenta ecossistemas do mundo; e o 2º, o universo em 2 experiências de imersão. Ambos fazem parte do Espace pour la Vie, que reúne ainda O Jardin Botanique e o Insectarium, que não participam do Dia dos Museus de Montréal — portanto, será cobrado ingresso para o Jardim Botânico e para o Insetário.

    Meio ambiente é o assunto do Biosphère, um dos últimos pontos da rota vermelha.Instalado na grade esfera que se vê no Parc Jean-Drapeau, o museu aborda temas como recursos hídricos, clima e qualidade do ar. Logo no início do trajeto, o Pointe-à-Callière e o Château Ramezay são paradas para quem deseja conhecer a história da cidade.

     

    Pointe a Calliere Montreal Museu Historia Canada - Fotos Nathalia Molina @ComoViaja

    VALE SABER

    Quando: Em 2017, será realizado em 28 de maio

    Transporte: Desça na estação de metrô Places-des-Arts e pegue a saída para a Rue Jeanne-Mances.
    As 5 rotas especiais de ônibus também saem daí. Conheça os trajetos, que funcionam das 9h30 às 16 horas:

    • Rota azul: Musée Régimentaire des Fusiliers du Mont-Royal > Château Dufresne (Dufresne-Nincheri Museum) > Biodôme de Montréal e Planétarium Rio Tinto Alcan > Studio Nincheri (Dufresne-Nincheri Museum) > Centre d’Exposition La Prison-des-Patriotes > Ecomusée du Fier Monde > Cinémathèque Québécoise > Musée d’Art Contemporain de Montréal
    • Rota verde: Galerie d’art Stewart Hall > Musée d’Histoire et du Patrimoine de Dorval > Musée de Lachine (Pavillon de l’Entrepôt) > Lieu Historique National du Commerce-de-la-Fourrure-à-Lachine > Musée de Lachine (Pavillon principal)
    • Rota amarela: Musée du Rock’n’Roll > Musée des pompiers de Montréal > McCord Museum > Musée Redpath > Musée des Beaux-Arts de Montréal e Guilde Canadienne des Métiers d’Art >  Maison Saint-Gabriel > Maison Nivard-De Saint-Dizier > Musée des ondes Emile Berliner > Musée des hôpitaux Schriners pour enfants-Canada
    • Rota vermelha: Centre d’Histoire de Montréal e DHC/ART Fondation pour l’Art Contemporain > Pointe-à-Callière e Centre des Sciences de Montréal > Musée de l’imprimerie du Québec > Château Ramezay, Musée Marguerite-Bourgeoys e Musée de la Mode > Musée Stewart > Biosphère > Galerie de l’UQAM
    • Rota roxa: Musée des Hospitalières de l’Hôtel-Dieu de Montréal > Centre d’Exposition de l’Université de Montréal > Musée Eudore-Dubeau > Musée de l’Oratoire Saint-Joseph du Mont-Royal > Musée de l’Holocauste à Montréal > Musée des Maîtres et Artisans du Québec > Centre d’exposition Lethbridge

    Site: museesmontreal.org/en/museums-day

  • Museu gratuito em SP: saiba onde entrada é livre e em que dia

    Museu gratuito em SP: saiba onde entrada é livre e em que dia

    A capital paulista tem tão bons centros culturais quanto restaurantes. Já que não dá para comer de graça, pelo menos alimentar a alma de arte sem pagar nada é possível. Quem deseja ir a um museu gratuito em SP tem várias opções ao longo da semana.

    Algumas, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), têm dia certo para o ingresso livre. As instituições administradas pelo governo do estado de São Paulo — entre elas, o Museu Catavento (de ciências), a Pinacoteca do Estado e o Museu da Imigração de São Paulo — costumam ser gratuitas aos sábados.

    Também existem várias que oferecem entrada franca sempre, caso do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Lugares como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP) e o Centro Cultural São Paulo (CCSP) são espaços que mesclam atividades grátis com uma programação paga.

    Seja uma vez por semana ou durante todos os dias de funcionamento, esses espaços reúnem exposições, permanentes ou não, com temas que vão da diversidade sexual ao futebol, passando pela arte sacra, moderna e contemporânea, até chegar aos museus que explicam a formação dessa cidade rica, intensa e multicultural.

    Museu do Futebol em São Paulo, embaixo do Estádio do Pacaembu

    Veja abaixo em que dia museus e casas de culturas são gratuitos em SP:

    Terça gratuita: Masp, MIS e Museu do Futebol

    Museu de Arte de São Paulo (Masp)

    Museu da Imagem e do Som (MIS) — as exposições do térreo são sempre gratuitas

    Museu do Futebol de São Paulo

    Sábado gratuito: MAM, Pinacoteca, Catavento e outros

    Museu de Arte Moderna (MAM)

    Museu da Imigração de São Paulo

    Pinacoteca do Estado e seu anexo, Estação Pinacoteca

    Museu Afro Brasil

    Museu da Casa Brasileira

    Museu de Arte Sacra

    Museu Catavento Cultural e Educacional

    Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

    Aos sábados, Museu de Imigração tem entrada grátis

    Sempre gratuito: MAC, Lasar Segall, CCBB e outros

    Museu de Arte Contemporânea (MAC)

    Museu Brasileiro de Escultura (MuBE)

    Museu Lasar Segall

    Casa das Rosas

    Instituto Moreira Salles

    Japan House

    Memorial da Imigração Judaica

    Museu da Diversidade Sexual

    Caixa Cultural São Paulo

    Museu Geológico Valdemar Lafèvre

    Museu de Belas Artes

    Museu da Cultura

    Memorial da Resistência

    Museu da Casa Brasileira — grátis também aos domingos

  • Museu em Toronto grátis: saiba qual e em que dia da semana

    Sabe aquele museu em Toronto que você tem curiosidade de conhecer, mas não tem tempo de ver com calma durante essa viagem? Ou você já esteve lá, mas quer dar aquela passadinha para ver uma parte da coleção que faltou na visita anterior? Dá uma olhada, então, nesta lista com alguns dos principais museus da metrópole do Canadá que oferecem entrada grátis uma vez por semana.

    ART GALLERY OF ONTARIO - Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    Art Gallery of Ontario tem entrada grátis na quarta – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    1 | Art Gallery of Ontario

    Projetado pelo renomado arquiteto Frank Gehry, o prédio serve de pretexto para quem gosta de arquitetura dar um pulo nessa grande galeria de arte. O acervo, com um total aproximado de 90.000 peças, inclui obras canadenses e europeias. Veja os quadros do Grupo dos Sete, movimento artístico de pintores que no início do século 20 retrataram paisagens do Canadá e revolucionaram a arte do país.

    Vale saber

    Preço: CAN$ 25 – quem tem até 25 anos não paga para visitar a AGO

    Grátis: Quarta, das 18 às 21 horas. Na segunda, às 10 horas, o museu libera uma certa quantidade de ingressos gratuitos, que podem ser reservados aqui. Para evitar muita espera, a dica do museu é chegar às 18 horas e não levar mochilas

    Site: ago.net

    2 | Aga Khan Museum

    Pinturas, cerâmicas, tapeçarias e manuscritos estão no Aga Khan, museu inaugurado em 2014 dedicado à arte islâmica. O museu também se destaca pela arquitetura com projeto do japonês Fumihiko Maki. No auditório da instituição, são realizados espetáculos de dança e música.

    Vale saber

    Preço: até 7 de outubro de 2022, CAN$ 10 – entrada franca para crianças de até 5 anos

    Grátis: Quarta, das 16 às 20 horas

    Site: agakhanmuseum.org

    3 | Bata Shoe Museum

    A coleção desse museu, com cerca de 13.000 sapatos e artefatos, é um barato. Não é preciso ser estilo mulherzinha ou ligado em moda para curtir. As 4 galerias contam 4.500 anos de história do sapato, de exemplares chineses e egípcios a pares de celebridades do século 20.

    Vale saber

    Preço: CAN$ 14 – entre 5 e 17 anos, CAN$ 5; até 4 anos, grátis. O pacote para família, com até 4 menores de 18 anos, custa CAN$ 24 incluindo 1 adulto e CAN$ 35 para 2

    Grátis: Domingo – reserve o ticket aqui.

    Site: batashoemuseum.ca

    4 | Gardiner Museum

    É o museu de cerâmica do Canadá. Mostra civilizações e culturas pelo mundo, representados por artefatos de argila. Dos 4 museus apresentados aqui, é o único em que não estive. Achei meio caro para algo tão específico, assim como o Bata Shoe. Decidi ir a 1 dos 2 e acabei escolhendo o de sapatos, por ser bem diferente e ficar ao lado do ROM. Mas uma amiga me disse que é bem interessante. Na próxima viagem a Toronto, vou pensar em aproveitar essa noite de desconto.

    Vale saber

    Preço: CAN$ 15 – até 18 anos, grátis (menor de 12 anos deve estar acompanhado de 1 adulto)

    Grátis: Quarta, das 16 às 21 horas

    Site: gardinermuseum.on.ca

    5 | Royal Ontario Museum (ROM)

    Museu em Toronto Dinossauros no ROM Royal Ontario Museum - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    O ROM é um bônus. Focado em história natural e culturas pelo mundo, o museu mostra ainda costumes, roupas e objetos de países na Ásia e no Oriente Médio. Com a renovação de seu prédio, que terminou em 2007, ganhou a moderna extensão projetada pelo escritório do arquiteto Daniel Libeskind, com formas espetadas, resultado da inspiração na coleção de cerca de 3.000 pedras e minerais do museu. Aqui a entrada grátis vale para todos os dias de funcionamento, mas apenas para a Daphne Cockwell Gallery, dedicada à arte e à cultura das Primeiras Nações do Canadá, os povos que habitavam o país antes da chegada dos europeus.

    Vale saber

    Preço: CAN$ 23 só para a exposição permanente e CAN$ 35 com a temporária – entre 4 e 14 anos, CAN$ 14 só com o acervo e CAN$ 21 incluindo a temporária

    Grátis: Em qualquer dia da semana, dá direito à visita gratuita da Daphne Cockwell Gallery

    Site: rom.on.ca

  • Dia Internacional dos Museus: 18 de maio

    Dia Internacional dos Museus: 18 de maio

    Em 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, instituições do mundo todo montam programação especial, inspiradas por um mesmo tema. No sábado mais próximo, ocorre a Noite Europeia dos Museus, com atividades e horários especiais

    ATUALIZADO EM 15 DE MAIO DE 2018

    Realizado desde 1977, o Dia Internacional dos Museus (em inglês, International Museum Day) ocorre sempre em 18 de maio. Várias instituições pelo mundo preparam programação especial para a ocasião, com atividades para adultos e crianças. Em 2017, a participação no evento ultrapassou o total de 36.000 museus em cerca de 160 países.

    Em alguns museus, a programação especial é realizada em outras datas de maio ou às vezes estendida a mais dias. A 16ª Semana Nacional de Museus no Brasil é realizada de 14 a 20 de maio. Na Europa, muitas atividades se concentram na Noite Europeia dos Museus, em 2018 marcada para sábado 19 de maio.

    As instituições costumam liberar a entrada gratuitamente nesse dia ou dão desconto no ingresso. Em Portugal, museus, monumentos e palácios administrados pela Direção Geral do Patrimônio Cultural (DGPC) têm entrada gratuita e programação especial para 19 de maio, a Noite Europeia dos Museus.

    O Dia Internacional de Museus é uma iniciativa do Conselho Internacional de Museus (em inglês, International Council of Museums – Icom), que reúne atualmente 37.000 instituições de 141 países. A entidade foi criada em 1946 com o compromisso de “promover e proteger a herança natural e cultural, presente e futura, tangível e intangível”, segundo a explicação oficial.

    O tema

    Todo ano um assunto é proposto para discutir a importância dos museus na sociedade. Em 2018, é Museus Hiperconectados: Novas Abordagens, Novos Públicos. Considerando a rede global de conexões e a era tecnológica em que vivemos, o tema convida as instituições a repensarem como apresentar seus acervos e atrairem o interesse do público.

     

    VALE SABER

    Site: imd.icom.museum — na página, é possível fazer uma busca interativa, filtrada por museus, exposições, eventos ou programas educacionais.

    Para a programação especificamente de Portugal, acesse o site da DGPC: patrimoniocultural.gov.pt

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