Categoria: Passeio

Passeio é uma parte fundamental do roteiro de viagem. Confira pontos turísticos, museus, atrações e mais atividades para escolher o que fazer em destinos no Brasil e no exterior. Nestas publicações, falamos de tudo que pode ser interessante nos lugares. Isso inclui tanto cartões-postais como opções fora da lista básica de atrativos.

Alguns exemplos do que você encontra em destinos brasileiros são: o Aquário do Rio de Janeiro, o Planetário do Ibirapuera (São Paulo) e o Projeto Tamar (Praia do Forte, na Bahia). No exterior, há ideias tão distintas quanto a área de Harry Potter nos parques da Universal (Orlando) e o Reichstag (Parlamento Alemão, em Berlim).

Entre as listas do que fazer nas cidades estão Jericoacoara (Ceará), Campos do Jordão (SP) e Porto (Portugal), entre outros.

  • Mercado de Munique: o Viktualienmarkt

    Mercado de Munique: o Viktualienmarkt

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    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    No princípio, era a Marienplatz. Que, quando da fundação de Munique, no século 12, ainda atendia por Schrannenplatz (praça dos grãos), o mercado de produtos agrícolas da cidade. Condição que a região ostentou por mais de 600 anos até ficar pequena para abrigar uma feira já robusta e bem alimentada.

    Por determinação do Rei Max Joseph I, a partir de 1808, o mercado começou a se deslocar para as imediações da Heiliggeistkirche (Igreja do Espírito Santo). A mudança resultou no surgimento do Viktualienmarkt (em latim, victus quer dizer alimento).

    Nós o conhecemos quase sem querer. Primeiro dia de nossa passagem por Munique. Famintos e exaustos, Nath, Joaquim e eu voltávamos a pé da visita ao Deutsches Museum quando avançamos por uma praça com bancas de comida, muita comida à vista. Sim, o mercado municipal estava no nosso roteiro de viagem em família pela Alemanha. Naquele momento só havíamos antecipados a programação.

    Como é o mercado no centro de Munique

    restaurantes-no-viktualienmarkt-mercado-de-munique-na-alemanha-foto-nathalia-molina-comoviajaEspalhados por cerca de 18 mil m², perto de 140 comerciantes vendem frutas, legumes, verduras, carnes, queijos, pães, temperos e tudo o que for capaz de aguçar nossos sentidos. Produtos genuinamente bávaros, alemães e de outros cantos do mundo. Saborosa e bem-vinda diversidade.

    Riqueza que, por pouco, não se transferiu outra vez de lugar. O Viktualienmarkt não ficou a salvo da destruição na Segunda Guerra, mas escapou de ver os escombros do conflito darem espaço a edifícios durante a reconstrução de Munique. A cidade engavetou esse projeto, decidindo por reerguer um dos seus símbolos. O mercado renasceu e cresceu além da vocação popular. Hoje, cores e sabores atraem muitos turistas e cozinheiros (profissionais ou de fim de semana).

     

    barraca-do-viktualienmarkt-mercado-de-munique-na-alemanha-foto-nathalia-molina-comoviajaImagine o quanto salivamos enquanto dávamos um giro de reconhecimento pelo Viktualienmarkt! Nosso olhar se perdeu diante de generosos pedaços de queijo, tachos de azeitonas carnudas, embutidos e defumados.

     

    Onde comer no Viktualienmarkt

    Naquele fim de tarde, com o estômago pra lá de vazio, beliscar não estava em nossos planos. Quim, como de costume, queria a sua sagrada porção de fritas. Só depois descobri que um certo Uwe Luber é dono de uma banca onde é possível encontrar até 40 tipos de batata do mundo todo (a fome era tanta que talvez nosso filho encarasse até batata crua).

    Nathalia e eu queríamos nos sentar e curtir o famoso biergarten que funciona no centro do Viktualienmarkt. Para evitar um pileque só no primeiro canecão de cerveja, entramos no NordSee, cadeia alemã de restaurantes especializada em peixes. Eles vendem de combos de lanches a pratos com filé e 2 acompanhamentos. Atacamos de salmão. O resto é história contada neste post sobre a nossa experiência na cervejaria ao ar livre do mercado.

    Quando da mudança do mercado municipal da Marienplatz para a região do Viktualienmarkt, o corredor formado pelos vendedores de grãos, protegidos debaixo de uma estrutura de ferro e vidro, foi rebatizado como Schrannenhalle. Desde novembro de 2015, a rede italiana de delicatessen Eataly abriu sua primeira filial europeia no local. Totalmente reformado, o edifício possui 16 restaurantes e barracas que vendem cerca de 10 mil produtos, a maioria originários da bota.

    Isso reforça a já estreita ligação entre bávaros e italianos, cujos os territórios, no passado, fizeram parte do Sacro Império Romano-Germânico. Razão pela qual Munique é considerada a cidade mais ao norte da Itália.

  • Hofbräuhaus (Munique): cervejaria mais famosa da Alemanha

    Hofbräuhaus (Munique): cervejaria mais famosa da Alemanha

    A foto do brinde é mesmo assustadora. Joaquim parece estar segurando uma caneca de cerveja com a gente. Então, é totalmente compreensível o olhar de reprovação dirigido a nós pelo senhor da mesa ao lado durante nossa refeição na Hofbräuhaus da Alemanha, restaurante da famosa cervejaria de Munique. Como assim dar bebida alcoólica para uma criança de 5 anos? O líquido do copo do nosso filho era tão igual aos nossos, com espuma e tudo, que tanto Fernando quanto eu tivemos de experimentar para tirar a prova. O sabor doce da maçã não deixava dúvida: era suco.

    Fomos à Hofbräuhaus para provar as especialidades (de copo e de prato) e para entender por que o restaurante faz um sucesso danado entre tantas boas possibilidades que o visitante encontra para comer na capital da Baviera. Basta uma refeição lá, e tudo fica muito fácil. A comida é boa, mas o que se leva vai bem além. A atmosfera de taberna, os trajes bávaros dos atendentes, os canecões de cerveja, a bandinha típica de música alemã, enfim, o clima de Oktoberfest permanente em plena cidade.

    O que faz todo sentido quando se lê sobre a história da cervejaria Hofbräu, ou simplesmente HB, e sobre o começo da conhecida festa de Munique. Como cerveja oficial dos governantes da Baviera, ela foi servida no casamento do príncipe Ludwig (mais tarde, rei Ludwig I) com a princesa Therese de Saxônia-Hildburghausen — leia mais sobre o roteiro que fizemos na cidade de Munique passando por pontos turísticos ligados à realeza, como a Residência (Residenz), Englischer Garten e Viktualienmarkt, atrações ligadas à dinastia de Wittelsbach, que dominou a Baviera por mais de 7 séculos.

    Cervejaria de Munique: a tradicional HofBräuhaus

    A Hofbräus é uma instituição da cidade, literalmente. Foi fundada em 1589 sob o governo do duque Wilhelm V, que gostava de cerveja, mas não estava contente com a que era produzida em Munique. Até hoje a marca pertence ao estado da Baviera, juntamente com a Weihenstephan, da cidade de Freising, que se proclama a mais antiga cervejaria do mundo, com produção desde o século 8, na abadia estabelecida lá por monges beneditinos.

    Prédio histórico da Hofbräuhaus

    Como é a Hofbräuhaus, cervejaria de Munique

    Sob o teto pintado, com desenhos de carnes e vegetais e quadriculados da bandeira da Baviera, até 1.300 pessoas podem se sentar para provar cervejas e pratos típicos. Ou ainda pretzel — na Alemanha, chamado de brezel — e Lebkuchenherzen, biscoitos em formato de coração muito populares em festas do país, como a Oktoberfest de Munique e as feiras de Natal pelas cidades da Alemanha. Um rapaz passa com um grande cesto na mão vendendo as duas guloseimas clássicas do país.

    Bretzel para beliscar com cerveja alemã

    Alimentam a alma os músicos do palco no centro do salão. Todo dia tem banda típica alemã. Nos fins de semana, outros grupos também se apresentam no restaurante. Os músicos não estavam tocando quando chegamos, mas nós curtimos sentir depois a atmosfera regional toda composta. Já o pequeno Joaquim, que adora música, estranhou o volume. Gostou mesmo foi de se distrair desenhando e rabiscando suas primeiras frases no ‘kit-arte’, que carregamos para ele se entreter se quiser. Com 5 anos, ele tinha acabado de aprender a ler e ensaiava começar a escrever.

    Essa área onde ficam as mesas é a Schwemme, espaço onde anteriormente a bebida era fabricada. O prédio onde o restaurante está instalado hoje foi construído para abrigar a fabricação de cerveja de trigo, ordenada pelo duque Maximilian I, em 1607. Desde sua fundação, em 1589, a HB funcionava na casa real, a alguns metros da localização atual.

    Que cardápio bonito, e ainda conta a história

    Metade dos clientes diários do restaurante são frequentadores assíduos. Ainda hoje é mantida a tradição de terem lugar reservado. Algumas mesas estão lá desde 1897. Um grupo de policiais aposentados, por exemplo, bate ponto a cada primeira terça do mês. O rei Ludwig costumava ir à Hofbäuhaus diariamente, informa o site do restaurante, que mantém uma lista com os clientes frequentes. Todos, diz o texto, vão em busca do Gemütlichkeit, o aconchego, que o lugar oferece.

    A Hofbräuhaus tem ainda um biergarten para até 400 pessoas. Atenção: é perigoso deixar para visitar a lojinha na saída. Depois de alguns canecos, pode ser ainda mais tentador levar vários produtos, como copos e abridores, para me ater ao tema.

    O que comer e beber no restaurante

    Durante nossa visita à Hofbräuhaus, Fernando pediu um caneco padrão (com de 1 l de cerveja!) da versão original. Eu fiquei com a de trigo (wiesse), minha preferida. Mas ironicamente eu não estava conseguindo tomar muita cerveja naquele período — logo na minha 1ª visita à Munique… Então tive de deixar boa parte do meu copo. Coube ao meu marido o ‘sacrifício’ de terminar com a dele e com a minha. Pela foto, parece que não houve sofrimento, né?

    De trigo (à direita) ou não? Fernando não chegou à conclusão

    Para combinar com a degustação, escolhemos salsichas com sauerkraut (chucrute) e schnitzel (milanesa de vitela) com batata. A dobradinha de pedidos nos acompanhou durante a viagem em família à Alemanha. Por mais que a gente se alimente da culinária alemã, parece que nunca chega ao ponto de enjoar.

    Especialidade regional, a weisswurst também está no cardápio, bem bonito, aliás, com sua capa desenhada. A salsicha branca começa a ser preparada na casa às 4 horas da manhã, como manda o costume de comer a iguaria, feita de vitela com toucinho de porco, sempre fresquinha. De acordo com a Hofbräuhaus, se fossem enfileiradas todas as unidades de weisswurst que o restaurante vende durante um ano, a extensão chegaria a 20 km. É da série curiosidade de almanaque, mas dá a medida (nesse caso, de fato) da popularidade do prato bávaro.

    Os números grandiosos são uma constante na história da cerveja em Munique. Durante a Oktoberfest, a HB serviu cerca de 780 l de cerveja, 70 porções de meio frango e 6.300 pares de salsichas.

    Por sua história e pela fama mundial, a HB é uma espécie de representante da cultura da cerveja de Munique no exterior. Conhecida internacionalmente, abriu filiais em outras cidades alemãs e em outros países, incluindo o Brasil. Desde 2015, existe uma Hofbräuhaus em Belo Horizonte — ou seja, é para ontem marcarmos uma ida à capital mineira para matar a saudade dos copões. Assim como o duque Wilhelm V, muita gente quer ter cerveja de qualidade por perto.

    VALE SABER

    Endereço: Platzl 9, Munique — fica perto da Marienplatz

    Funcionamento: Diariamente, a partir das 9 horas

    Site: hofbraeuhaus.de

  • Marienplatz (Munique): a principal praça da cidade na Alemanha

    Marienplatz (Munique): a principal praça da cidade na Alemanha

    Se você não conhece a Marienplatz ou é porque nunca botou os pés em Munique ou é porque esteve na terceira maior cidade da Alemanha apenas em conexão. É praticamente impossível visitar a capital da Baviera e não passar pela sala de visitas de Munique, assim definida pelo órgão oficial de turismo alemão. Primeiro, porque ela fica no centro da cidade. E, por essa razão, concentra grandes eventos e manifestações, das políticas às esportivas (o elenco do Bayern sempre faz uma escala na sacada da prefeitura de Munique para festejar seus títulos e mostrar a taça a seus torcedores, que praticamente pintam a praça de vermelho com bandeiras e camisas).

    A multidão também lota a Marienplatz no Fasching (Carnaval celebrado desde a Idade Média e que, a exemplo da nossa festa, também precede a Quaresma). Por lá, o esquenta começa sob o frio do outono, mais precisamente às 11h11 de 11 de novembro (11/11). Há desfiles pelas ruas da cidade, animados bailes de salão e até a escolha de um casal real oficial da festa, cuja a data de encerramento coincide com a terça-feira da nossa folia. Nem as baixas temperaturas esvaziam a Marienplatz, onde muitos turistas e moradores curtem as delícias do famoso mercado de Natal durante o período do Advento, a contagem regressiva para o dia 24 de dezembro (o mercado funciona até essa data).

    Como é a principal praça de Munique

    A área ocupada pela Marienplatz existe desde 1158. Lá funcionava o mercado local (Schrannenplatz, algo como praça dos grãos numa tradução livre do alemão). Em 1638, uma estátua erguida em homenagem à Virgem Maria foi inaugurada — promessa cumprida pelo rei Maximilian I, que temia ver a cidade ser invadida e saqueada pelo exército sueco durante a Guerra dos 30 anos, conflito entre católicos e protestantes. A praça só passou a ser chamada pelo nome da padroeira da Baviera tempos depois, mais precisamente em 1854.

    A coluna com a imagem em bronze fica no centro da Marienplatz, em frente ao prédio da Neues Rathaus (Nova Prefeitura). O edifício neogótico que abriga a torre do relógio se estende por grande parte da lateral da praça. A construção fica a 200 metros da Altes Rathaus, antiga sede do poder municipal e outra atração a ser vista.

    Prédios embelezam a principal praça de Munique – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Hospedar-se nos hotéis da região é certeza de cruzar a praça em algum momento da viagem. Utilizar-se do sistema de transporte público também. Pela estação Marienplatz passam trens e metrô rumo a várias partes da cidade, o que a transforma em ponto de encontro de pessoas. Dela também saem ônibus com destino aos principais pontos turísticos. Para comprar passes de transporte e de atrações, há um posto de informação turística debaixo da Neues Rathaus, de frente para a praça.

    O que ver na Marienplatz

    Durante a viagem que fizemos pela Alemanha, Nathalia, Joaquim e eu ficamos hospedados no hotel Bayerischer Hof, a uns 500 metros da Marienplatz. Não é preciso dizer quantas vezes cruzamos a praça, fosse para matar a fome, fazer compras ou usar o transporte público. Acontece que o nosso filho se apaixonou pela dança dos bonecos da torre do relógio (Glockenspiel). Sempre queria ver a apresentação que ocorre ao menos 2 vezes por dia.

    Toda vez que falávamos da programação do dia seguinte pela cidade, Joaquim dava um jeito de participar da conversa e dizer: ‘Já sei, a gente sai do hotel, entra naquela praça (aquela que tem o relógio, sabe?) e vê os bonequinhos, que tal? Boa ideia né, papai e mamãe?’

    Espetáculo dos bonecos na torre do relógio da Neues Rathaus – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    E é realmente bacana. Se encanta adultos, por que não pode fazer a alegria de um menininho, né? O teatro de bonecos lembra uma caixinha de música. Embalada por 43 sinos movidos a energia solar, ela reproduz duas cenas: uma disputa de cavaleiros ocorrida na Marienplatz em 1568, durante o casamento do duque da Baviera Wilhelm V com Renée de Lorraine; e a Schäffler-Tänzer, animada dança que celebra o fim da peste negra na Europa, até hoje realizada a cada 7 anos em Munique (a próxima edição será em 2019). O ritual todo dura uns 10 minutos, tempo em que turistas erguem braços e pescoços na direção da torre para registrar com câmeras e celulares a apresentação.

    Se você não ficar com torcicolo depois de ver a dança dos bonecos, suba à torre da nova prefeitura. Pegue o elevador e complete o trecho final por uma escada. Do alto é possível avistar Munique e perceber como as principais atrações não estão assim tão distantes umas das outras (sou paulistano, vivo numa megalópole onde os pontos turísticos não ficam muito próximos nem quando olhados de luneta!). 

    Para ver a cidade do alto, – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
    Diversão em família na visita à torre da prefeitura – Foto: Fernando Victorino @ComoViaja

    Munique é ainda mais bonita a 85 metros do chão, o que não chega a ser uma altura muito grande, se comparada a de outros observatórios mundo afora. Como as edificações baixas prevalecem, os telhados estão quase todos no mesmo nível, deixando a linha do horizonte praticamente desimpedida.

    Apesar de o dia estar nublado, nós conseguimos enxergar do Englischer Garten ao Residenz, passando por 3 igrejas da cidade: a Fräuenkirche (Catedral de Nossa Senhora) e seu icônico par de torres, a Theatinerkirche (Igreja dos Teatinos, onde se encontram enterrados os reis da Baviera) e a Alter Peter (Igreja de São Pedro, a mais antiga de Munique). A identificação de todos os pontos foi possível graças à placa de acrílico que fica no pequeno muro ao redor do terraço e que mostra a silhueta dessas construções. Achar a torre de TV do parque olímpico (Olympiazentrum) e a Allianz Arena foi tarefa bem mais amena. Ambas as estruturas são muito peculiares.

    Como se já não bastasse Joaquim ter ficado fascinado com os bonecos da torre, nosso filho ainda vidrou no que viu no Spielzeugmuseum (Museu do Brinquedo), que ocupa 5 andares do Altes Rathaus, sede da antiga prefeitura. Paga-se bem pouquinho para visitar as vitrines cheias de velhos modelos de carrinhos, trens, soldados e bonecas que fizeram a alegria de meninas e meninos alemães.

    Onde comer e fazer compras na praça

    Passados mais de 850 anos de seu surgimento, a Marienplatz não perdeu sua vocação de centro do comércio de Munique. Os carros não circulam na praça desde a sua transformação numa área exclusiva para pedestres, entre os anos 1960 e 1970. O grande calçadão facilita a vida de quem quer dar uma espiadinha nas vitrines das lojas segmentadas.

    Ainda é possível fazer boas compras na própria Marienplatz e nas ruas que desembocam nela, como Kaufingerstrasse, Rindermarkt, Rosenstrasse, Weinstrasse, Tal e Dienerstrasse —  você encontra de desde grandes grifes até lojas de varejo, passando ainda por casas que vendem artigos específicos, como guarda-chuvas e luvas, por exemplo. Meninos e marmanjos que gostam de camisas de time de futebol têm à disposição três grandes lojas de esportes: Sport Scheck, Schuster e Sport Münzinger.

    Galeria Kufhof: loja de departamento alemã

    Presente em toda a Alemanha, a Galeria Kaufhof salva a pele de quem quer comprar comida em seu supermercado, almoçar no restaurante no alto do prédio (provamos e aprovamos a comida) ou encontrar tudo o que uma grande loja de departamentos tem a oferecer. E nós fomos a várias unidades durante nossa viagem em família à Alemanha. Em Munique, vale ver a seção de souvenir. A Kaufhof vende também lembrancinhas do Bayern, além de camisetas do time.

    A propósito, Bayern e Munique 1860 possuem lojas oficiais quase vizinhas, na Orlandostrasse. Só não cometa a imprudência de gritar o nome do time rival quando estiver numa ou noutra. Joaquim não gostou de nada do 1860 e ainda soltou um “Bayeeeerrrrn” enquanto o papai aqui pagava pelos artigos relacionados ao lado azul da cidade. Tudo bem, traquinagem de criança. Mas o vendedor nos olhou com cara não muito amistosa.

    Sorvete para aplacar o calor

    A Marienplatz também atrai visitantes para beber ou comer algo nos cafés e restaurantes. Há os que ficam de frente para a praça e muitos outros nas ruas do entorno, alguns deles com mesas estendidas na calçada. E não estamos falando só de casas que servem especialidades locais. Se deseja radicalizar e encarar um sushi, tem onde comer. Não quer perder tempo e só mandar para dentro uma fatia de pizza? Tem também. Para o Joaquim, uma volta na Marienplatz nunca era completa sem uma paradinha para um sorvete de baunilha na Richart, rede de padarias de Munique.

    Em uma de nossa incursões pelo centro, almoçamos uma típica refeição alemã (com muita carne de porco e batata) no Zum Spöckmeier, na Rosenstrasse. Além dos pratos gostosos e da cerveja boa (a casa fundada em 1450 serve a local Paulaner), o garçom que nos atendeu foi um dos mais divertidos da nossa viagem à Alemanha. Para mim, ele era a cara do técnico Carlo Ancelotti, atual treinador do Bayern. Gentil, ele sempre dava um jeito de fazer graça conosco  com os demais fregueses.

    Restaurante em Munique perto da Marienplatz: Zum Spöckmeier

    Foi um almoço ao ar livre super agradável. Ao nosso lado, o movimento era intenso na rua de pedestres. E não poderia ser diferente. Afinal, ali pertinho, na Marienplatz, é onde tudo acontece em Munique.

  • 3 igrejas de Munique para você ver

    3 igrejas de Munique para você ver

    Enquanto grande parte do território da atual Alemanha encampava as ideias de Martinho Lutero no século 16, a Casa de Wittelsbach resistiu à Reforma Protestante e manteve a Baviera oficialmente um território católico. Ao longo dos séculos, a religião marcou Munique, deixando belas construções pela cidade. Conheça 3 igrejas que você pode botar na lista para ver:

    1 > FRAUENKIRCHE, CATEDRAL E SÍMBOLO DE MUNIQUE

    Fotos: Nathalia Molina/Divulgação
    Fotos: Nathalia Molina/Divulgação

    Com suas paredes de tijolos e um par de torres que se destacam na paisagem da cidade, a Frauenkirche (Catedral de Nossa Senhora) é um dos símbolos da capital da Baviera. Localizada próxima à Marienplatz, foi erguida em incríveis 20 anos (1468 a 1488), se consideradas as possibilidades de construção durante o século 15. De estilo gótico tardio, a obra foi assinada por Jörg von Halsbach, arquiteto responsável também pela construção da Altes Rathaus, a velha prefeitura.

    As torres da catedral têm quase 100 metros de altura e possuem uma cobertura verde que remete ao Domo da Rocha, de Jerusalém. A cobertura só foi colocada 35 anos depois de a igreja ser concluída, devido à falta de dinheiro.

    Em 2004, um referendo instituiu que nenhum edifício pode ser construído no centro velho de Munique acima da altura das torres. A medida beneficiou os visitantes que sobem ao topo da torre sul para admirar a cidade sem que a visão da paisagem seja comprometida — por causa de uma obra, a torre se encontra fechada no momento.

    munique-na-alemanha-entrada-da-frauenkirche-igreja-catedral-foto-nathalia-molina-comoviajafrauenkirche-em-munique-vitrais-da-catedral-na-alemanha-foto-nathalia-molina-comoviajaNo interior da igreja, destacam-se o magnífico órgão principal (tocado aos domingos e em ocasiões especiais), o mausoléu do Rei Ludwig I (situado à direita da entrada, ricamente decorado) e a famosa pegada do diabo, uma única marca de pé no piso da catedral e atribuída ao demônio. Diz a lenda que o diabo teria tentado destruir a igreja depois de fazer uma aposta com o construtor dela. Não conseguiu porque foi atingido por um raio de luz ao tentar dar um segundo passo.

    VALE SABER

    Endereço: Frauenplatz, 1, Munique

    Funcionamento: A igreja pode ser visitada diariamente, das 7h30 às 20 horas — no verão, até 20h30.
    De maio a setembro, há tours guiados às terças, às quintas e aos domingos. No inverno, é feita 1 vez por mês, sempre na quinta — próximas datas previstas: 8 de dezembro, 12 de janeiro, 9 de fevereiro, 2 de março e 6 de abril.

    Preço: A visita guiada custa 6 euros

    Site: muenchner-dom.de

    Foto: Natalia Michalska/Divulgação
    FRAUENKIRCHE – Foto: Natalia Michalska/Turismo da Alemanha/Divulgação


    2 > ALTER PETER (E A TORRE DA IGREJA COM VISTA)

    Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
    ALTER PETER VISTA EM VIELA DA CIDADE

    Se você já viu fotos do alto da Neues Rathaus (nova prefeitura) e da Marienplatz (principal praça da cidade), muito provavelmente as imagens foram captadas a partir da Alter Peter Kirche (Igreja de São Pedro). A mais antiga paróquia de Munique está localizada atrás de sua famosa praça e tem uma torre com vista para um dos melhores visuais da capital da Baviera.

    Para subir ao mirante, que fica a 91 metros de altura, é preciso superar em torno de 300 degraus da escada. Esse caminho inclui a passagem pelos 8 sinos, dos quais o menor é também o mais velho. Além dos telhados, vê-se de um ângulo privilegiado as icônicas torres da Frauenkirche e tudo mais o que um dia sem nuvens permitir.

    A Alter Peter remonta ao século 12 e ao longo de mais de 800 anos passou por modificações até atingir sua configuração atual — a última reforma teve início após a destruição provocada pela Segunda Guerra e foi concluída em 2000.

    Se a pegada do diabo presente no piso da Frauenkirche não te impressionar, então dá para ver sem medo o relicário barroco dedicado a São Mundita. Trazido de Roma em 1675, o esqueleto do padroeiro das solteironas é todo ornado com pedras preciosas e fica dentro de uma caixa envidraçada, do lado direito do altar da igreja.

    VALE SABER

    Endereço: Rindermarkt, 1, Munique

    Funcionamento: No verão, de julho a setembro, é possível subir na torre de segunda a sexta, das 9 horas às 19h30 — de março a junho e em outubro, apenas até as 18h30; no inverno, somente até as 17h30.
    Durante o ano inteiro, aos sábados, domingos e feriados, o acesso começa 1 hora mais tarde e termina no horário determinado para a época do ano.

    Preço: A subida à torre sai por 3 euros — entre 6 e 18 anos, 1 euro; até 5 anos, grátis

    Site: alterpeter.de


    3 > THEATINERKIRCHE, A BARROCA COM O TÚMULO DOS REIS

    TORRE DA THEATINERKIRCHE
    TORRE DA THEATINERKIRCHE

    Uma das principais atrações da Odeonplatz, a Theatinerkirche (Igreja dos Teatinos ou de São Caetano) pode ser vista de longe de vários pontos da Munique por conta de sua inconfundível e reluzente cor amarela. De estilo barroco, a igreja foi erguida a partir 1663 em cumprimento a uma promessa feita pelo duque Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, após o aguardado nascimento do filho, Maximilian Emanuel, que veio a se tornar eleitor da Baviera.

    Foto: Werner Boehm/Divulgação
    Foto: Werner Boehm/Divulgação

    O arquiteto italiano Agostino Barelli iniciou a construção, sendo sucedido pelo suíço Enrico Zucall, que idealizou as torres laterais. A fachada permaneceu inacabada por cerca de 100 anos até ser concluída por François de Cuvilliés, arquiteto responsável por levar o estilo rococó ao reino dos Wittelsbach, especialmente ao Residenz e ao palácio de Nymphenburg.

    Até 2018, toda a área externa da Igreja de São Caetano passa por reforma. Do lado de dentro, prevalece o branco em sua decoração, com estuques e coluna de elementos coríntios. Na pequena capela fica o túmulo onde foram enterrados 49 membros da dinastia dos Wittelsbach, entre eles, o primeiro rei da Baveira, Maximilian Joseph I.

    VALE SABER

    Endereço: Theatinerstrasse, 22, Munique

    Funcionamento: As visitas ao mausoléu dos Wittelsbach só é permitida entre 1º de maio e 2 de novembro, das 10 horas às 13h30 e das 14 horas às 16h30.

    Preço: Grátis

    Site: theatinerkirche.de

  • Munique da realeza: pontos turísticos criados por uma dinastia

    Munique da realeza: pontos turísticos criados por uma dinastia

    É muito fácil gostar de Munique. As tradições alemães, que deram fama ao país pelo mundo, estão todas lá. A cerveja deliciosa e seu jardim para bebê-la (biergarten), os tradicionais biscoitos de gengibre em formato de coração (lebkuchen), as áreas verdes e bem cuidadas (o gigante Englischer Garten), a Marienplatz com o centro histórico preservado (ali também reconstruído com precisão após a guerra), a comida alemã e suas apetitosas salsichas. Munique tem todos os pontos turísticos e atrativos de uma Alemanha típica, mas junta a isso características que a diferenciam do todo.

    A concentração de velhas igrejas, as vitrines com trajes bávaros (ainda hoje usados), os prédios antigos de paredes pintadas, as festas seculares, as imponentes construções (de estilos arquitetônicos variados). Embora a cidade seja para brasileiros praticamente sinônimo de intermináveis canecos de cerveja na Oktoberfest Alemanha e do bem sucedido Bayern de Munique, time de futebol local, a reunião de beleza histórica e natural com costumes vivos dá à capital da Baviera um permanente ar de nobreza e tradição.

    Ainda que o reino da Baviera tenha se estendido apenas de 1806 a 1918, uma única família dominou a região desde 1180. É a mais longa dinastia germânica a permanecer no poder na história da Alemanha. Como duques, depois na forma de eleitores e, posteriormente, como reis de fato, os Wittelsbach mandaram erguer boa parte do que se vê durante uma viagem à cidade do sul da Alemanha. Tirando a região do Parque Olímpico e o complexo da Allianz Arena (estádio do Bayern), os pontos turísticos de Munique são a própria Munique da realeza.

    Brasão dos Wittlesbach, na residência dos reis em Munique – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    É o nome desses governantes da dinastia de Wittelsbach que você ouve falar durante sua visita a Munique. Mas quem é aquela gente toda? Ludwig II, o rei do Schloss Neuschwanstein — castelo da Cinderela na Alemanha, o exemplar legítimo, que teria inspirado Walt Disney a criar o da princesa dos contos de fada — até é fácil de reconhecer. Mas e os outros tantos nomes que aparecem nas visitas a atrações? Tudo fica bem mais palpável e divertido se você conhece esses personagens, cujo último representante foi Ludwig III. Até a saída dele do trono, em 1918, a presença dos Wittelsbach no poder ajudou a construir fisicamente a cidade que você vê hoje.

    Até o maior patrimônio imaterial de Munique se deve à nobreza. Integrantes da casa de Wittelsbach foram responsáveis pela existência da Reinheitsgebot (lei da pureza da cerveja alemã, que já passa dos 500 anos de existência), pela fundação da Hofbräuhaus (cervejaria hoje internacionalmente conhecida) e pelo surgimento da Oktoberfest Alemanha (a mais emblemática festa da cidade e até do país). Em todo o território alemão, há em torno de 5.000 cervejas distintas, fabricadas em cerca de 1.300 cervejarias. Quase metade delas está na Baviera.

    Cervejaria de Munique: a tradicional HofBräuhaus – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Também é muito interessante ver como Munique pode ser uma cidade moderna — evidente nas linhas arrojadas como as do BMW Museum (museu da luxuosa montadora) e nos vários pontos gratuitos de wifi — sem perder a conexão com suas tradições.

    A cada 7 anos, é repetida a Münchner Schäffler-Tänzer, dança surgida após a praga de 1517 — a próxima edição será em 2026. O Fasching, Carnaval de Munique, ainda anima a cidade todo inverno, desde 1839. A festa começa às 11h11 de 11 de novembro (11/11) e segue até a data que coincide com a nossa folia. No encerramento, ocorre a lendária Tanz der Marktfrauen, a dança das mercadoras, realizada no Viktualienmarkt, o secular mercado de produtos alimentícios. O Münicher Christkindlmarkt, mercado de Natal, ilumina a Marienplatz, praça central da cidade, até 24 de dezembro.

    Mercado de Natal de Munique – Foto: Joachim Messerschmidt/German National Tourist Board/Divulgação

    Traçando uma espécie de linha do tempo pela história de Munique, conhecemos importantes personagens, festas centenárias e atrações turísticas erguidas em sua época. Então, vamos embarcar juntos nessa viagem pelo tempo e pelos principais pontos da capital da Baviera?

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    Duque Heinrich der Löwe: fundação de Munique e Marienplatz

    A história de Munique começa com a Rota do Sal, caminho que levava a mercadoria da alemã Augsburg até a cidade de Salzburg, na Áustria. Heinrich der Löwe (Henrique, o Leão) disputou o poder com o bispo Otto von Freising, que controlava o pedágio sobre o Isar, rio da Baviera por onde passava o trajeto do comércio de sal. Dessa briga pelo comando nasceu Munique, fundada em 14 de junho de 1158. O documento assinado por Friedrich I (Frederico Barbarossa) — imperador do Sacro Império Romano-Germânico, que teve de resolver o conflito de família entre seu primo Heinrich e seu tio Otto — se encontra no Bayerisches Hauptstaatsarchiv, o arquivo do estado da Baviera.

    A ponte construída por Heinrich der Löwe ficava perto de um área ocupada por monges beneditinos, conhecida como zu den Mönchen — em alemão, algo como lugar dos monges. Assim surgiu o povoado cujo nome acabou se transformando em München, como se chama Munique no idioma nacional.

    Marienplatz, principal praça de Munique, vista do alto – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    A Marienplatz, principal praça da cidade, é dessa época, embora ainda não tivesse recebido esse nome. O espaço, praticamente do mesmo tamanho do atual, funcionava como um mercado ao ar livre. A praça só ganhou importância ao longo dos anos e segue como o centro da cidade de fato, por onde passam as principais linhas de transporte e onde começam algumas das mais importantes ruas de Munique, como Kaufingerstrasse, Rindermarkt, Rosenstrasse, Weinstrasse, Tal e Dienerstrasse.

    O mercado não funciona mais lá, mas a Marienplatz continua sendo o ponto de encontro para festas populares e comemorações — até os jogadores do Bayern festejam seus campeonatos lá com os torcedores.

    Duque Otto I: os Wittelsbach chegam ao poder

    Por negar ajuda a Frederico Barbarossa em campanhas de conquista de território na Itália, Heinrich der Löwe foi punido pelo imperador com a perda de seus títulos de nobreza. Barbarossa, então, concedeu ao amigo Otto von Wittelsbach o comando do ducado da Baviera em 1180, com exceção de Munique, que voltou ao controle do bispo de Freising. A cidade só chegou às mãos dos Wittelsbach em 1240, quando a Baviera estava sob as ordens de Otto II.

    Cavaleiros no novo prédio da prefeitura – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Duque Ludwig IV: nova muralha e seus portões

    Apesar de comandar a Baviera por mais de 7 séculos, os Wittelsbach brigaram entre si pelo poder, razão pela qual a região foi dividida em mais de um ducado algumas vezes. Ludwig IV comandou de 1294 a 1347, com diferentes postos, acumulando de 1328 em diante o título de imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Conhecido como Ludwig der Bayer (Luís, o Bávaro), ele foi o mais famoso morador do antigo edifício-sede da corte, o Alter Hof.

    Devido ao crescimento da cidade, Ludwig IV mandou ergueu uma nova muralha para proteger Munique, pois a fortificação medieval já não acomodava mais a expansão urbanística. Dos 4 portões da antiga muralha, 3 estão de pé: Isartor, Karlstor e Sendlinger Tor.

    Portão da antiga muralha de Munique: Isartor – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Duque Stephan III: início do Residenz

    Uma das maiores atrações turísticas de Munique, o Residenz surge nesse período. Foi Stephan III, que governou a Baviera de 1375 a 1392, quem deu início à construção de uma nova sede para o governo, em 1385. O Neuveste, embrião do que se tornaria atualmente a construção, foi demolido no século 19, numa das muitas ampliações que o tornariam um majestoso palácio.

    Duque Sigismund: construção da Frauenkirche

    Em 1468, um ano depois de assumir o ducado da Baviera-Munique, Sigismund lançou a pedra fundamental para a construção da Frauenkirche. A Catedral de Nossa Senhora, padroeira de Munique, levou 20 anos para ficar pronta e abriga o túmulo do próprio Sigismund, à frente da Baviera entre 1467 e 1508. Inicialmente erguida em estilo gótico-tardio, sofreu reconstruções e ampliações ao longo da história. O par de torres se tornou um ícone da cidade alemã.

    Frauenkirche, igreja de Munique -Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    O duque também ordenou que o Alter Hof passasse por reformulações, inaugurando sua característica pintura em losangos.

    Duque Wilhelm IV: transferência da corte para o Residenz

    Depois de 265 anos de cisões e junções territoriais, a Baviera uniu-se definitivamente em 1505, sob o ducado de Albrecht IV. Seu filho e sucessor, Wilhelm IV, decidiu transferir a corte do Alter Hof para o Residenz logo que assumiu o comando da Baviera, em 1508. O palácio passou a ser sede oficial do poder e residência dos governantes até 1918, com fim do reinado.

    O duque Wilhelm IV também entrou para a história por ter promulgado a Reinheitsgebot, em 23 de abril de 1516. Embora ainda não fosse chamada assim, a lei da pureza da cerveja alemã ficou registrada nessa data.

    Duque Albrecht V: o salão mais bonito do Residenz

    O salão mais imponente de todo o Residenz foi construído sob o governo de Albrecht V, entre 1568 e 1571, numa primeira expansão do Neuveste. Apreciador de antiguidades, o duque mandou erguer uma grande sala, o Antiquarium, para expor sua coleção de esculturas. Mais tarde, no governo de seu filho Wilhelm V, o hall de 66 metros de comprimento passou a ser usado como salão de baile e de banquetes. É, sem dúvida, o mais impressionante espaço de toda a visita ao antigo palácio.

    Residenz, antiga residência dos reis bávaros, e seu Antiquarium – Foto: Nathalia Molina

    Também graças a Albrecht V existe uma das partes mais reluzentes do Residenz: o Schatzkammer, setor onde está exposto todo o tesouro da Casa de Wittelsbach. Em testamento, o duque deixou o pedido de que a riqueza acumulada pela família permanecesse com seus descendentes.

    Duque Wilhelm V: Hofbräuhaus, a cervejaria de Munique

    O duque Wilhelm V apreciava uma boa cerveja e não gostava da que era produzida em Munique. Mandava importar de Einbeck, na Baixa Saxônia. Ele governou a Baviera por 18 anos, de 1579 a 1597. O suficiente para deixar um dos maiores patrimônios da cidade: a cervejaria Hofbräuhaus, que mantém um famoso restaurante no centro antigo. O espaço de fabricação própria nasceu em 27 de setembro de 1589.

    A Hofbräu, bebida produzida pela casa (o haus, em alemão, que é incluído depois do nome da marca), demonstra já no rótulo sua vocação real: uma coroa dourada repousa sobre as iniciais HB.

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    Eleitor Maximilian I: Hofgarten e estátua da Virgem Maria

    Entre 1618 e 1648, a Europa foi sacudida por conflitos entre católicos e protestantes. O duque Maximilian I fez uma promessa para que Munique não fosse invadida durante a Guerra dos Trinta Anos. Em agradecimento ao pedido atendido, mandou erguer a coluna da Virgem Maria na principal praça da cidade. Desde 1638, o monumento é um dos símbolos da Marienplatz (em alemão, Praça de Maria), que foi batizada assim muito tempo depois, já no século 19. Em 1623, a fidelidade à Igreja Católica rendeu a Maximilian I, duque da Baviera desde 1597, a elevação ao posto de eleitor, com direito a voto para escolher o imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

    Uma versão curiosa da história diz que a proteção durante a guerra se deve na verdade à boa bock produzida em Munique. Segundo texto publicado no site da cervejaria, 362 baldes da bebida fabricada pela Höfbräuhaus teriam sido dados ao exército sueco, que terminou por se render à cerveja da paz.

    Hofgarten, um dos jardins de Munique – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Fato mesmo é que, durante o governo de Maximilian I, príncipe-eleitor da Baviera até 1651, Munique viu a mais expressiva expansão do Residenz, com a construção de muitas das alas que dão ao palácio à magnitude atual. Vizinho à construção, também foi criado em 1613 o Hofgarten, belo jardim real de linhas geométricas.

    Eleitor Ferdinand Maria: Theatinerkirche e Schloss Nymphenburg

    O catolicismo é muito presente na história (e segue ainda na vida) de Munique. Além da coluna da Virgem Maria na Marienplatz, importantes edifícios da cidade foram erguidos por governantes bávaros para demonstrar sua fé.

    Coluna da Virgem Maria e torre da igreja Alter Peter – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Agradecidos pelo nascimento do tão esperado filho, após uns 10 anos de casamento, o eleitor Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, mandaram erguer, a partir de 1663, um mosteiro e a Theatinerkirche, para a ordem dos Teatinos ou de São Caetano. Nessa igreja amarela da Odeonplatz, praça em frente ao Residenz, estão enterrados muitos dos membros da dinastia Wittelsbach, incluindo o primeiro rei da Baviera, Maximilian Joseph I.

    A devoção do casal não parou por aí. Eleitor da Baviera entre 1651 e 1679, Ferdinand Maria ordenou, em 1664, a construção do Schloss Nymphenburg, palácio de verão, também em gratidão pelo filho, Maximilian Emanuel II, nascido 2 anos antes.

    Eleitor Maximilian Emanuel II: expansão de Nymphenburg

    Como eleitor, no poder da Baviera entre 1679 e 1726, o palácio de verão tomou sua forma grandiosa. Ao edifício central, em 1701, foram adicionados 2 pavilhões simétricos, um de cada lado. A maior expansão do Nymphenburg começou 14 anos depois, com a reconstrução da parte central do palácio, a rica decoração de diversos cômodos e a reformulação da área externa, ampliada até o presente tamanho.

    Palácio de Nymphenburg – Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação

    Outro feito de Maximilian Emanuel II foi ter comprado 12 quadros que, mais tarde, vieram a ser as primeiras pinturas da Alte Pinakothek, a antiga pinacoteca da cidade.

    Eleitor Karl Albrecht: Ahnengalerie e Amalienburg

    Ao visitar o Residenz, não deixe de ver a Ahnengalerie (Galeria Ancestral), sala com pinturas de todos os membros da dinastia Wittelsbach. A execução da obra, que mostra as conexões da família que dominou a Baviera por mais de 7 séculos, foi a primeira medida adotada por Karl Albrecht assim que chegou ao poder, em 1726.

    Ahnengalerie, a galeria dos antepassados – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Em continuidade ao legado de seu pai no Nymphenburg, Karl Albrecht ordenou a construção de uma sala de caça anexa ao palácio principal. O projeto levou 4 anos para ser concluído. Ápice do estilo rococó em Munique, o palacete Amalienburg foi um presente dado pelo governante à esposa, Maria Amalia, da Áustria.

    Eleitor Maximilian Joseph III: Cuvilliés-Theater e animais do Tierpark

    A tradição da ópera italiana já existia na corte bávara desde o eleitor Ferdinand Maria, casado com Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, nascida na Itália. Mas foi Maximiliam Joseph III quem mandou erguer no Residenz um teatro para essa expressão artística, 6 anos após assumir o controle da Baviera, em 1745. No Cuvilliés-Theater, Wolfgang Amadeus Mozart estreou algumas de suas grandes óperas, como La Finta Giardiniera.

    Teatro Cuvulliés no Residenz – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Até deixar o posto de eleitor, em 1777, Maximilian III também começou a colecionar animais exóticos no Nymphenburg. Foram eles que deram origem ao conjunto visto no Tierpark Hellabrunn, zoológico de Munique, aberto e assim batizado apenas em 1911.

    Zoológico de Munique, o Hellabrun- Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Eleitor Karl Theodor: Englischer Garten, o parque do povo

    Originário de uma ramificação dos Wittelsbach, Karl Theodor comandou a Baviera entre 1777 e 1799. Não foi o mais popular dos líderes, mas curiosamente foi quem deixou um dos maiores legados públicos de Munique: o Englischer Garten. O Jardim Inglês ganhou esse nome por não seguir o estilo geometrizado do paisagismo francês, mas por respeitar as formas da natureza. Trata-se de um dos maiores parques urbanos do mundo, a grande área de lazer dos habitantes de Munique desde 1789.

    Englischer Garten, com parquinhos para crianças – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    A exemplo de seu antecessor, Maximilian Joseph III, a ópera também estava entre as paixões de Karl Theodor, que encomendou uma a Mozart . Em 1781, o compositor estreou Idomeneo no Cuvilliés.

    Rei Maximilian I: Viktualienmarkt e Nationaltheater

    A Baviera virou um reino em 1806. Após a aliança formada com Napoleão Bonaparte, que buscava expandir seus domínios sobre a Europa, o eleitor Maximilian Joseph IV trocou de posto e de nome. Passou a se chamar rei Maximilian I, permanecendo no trono até a morte, em 1825.

    Ainda como eleitor, ele decretou que o mercado de alimentos se transferisse da Marienplatz para a região onde hoje está o Viktualienmarkt, área de Munique com bancas de produtos frescos e delicioso biergarten.

    Viktualienmarkt e suas barracas de comida – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Na condição de rei, Maximilian promoveu modificações no Residenz e no Nymphenburg. A mais significativa delas foi a transformação do estilo barroco francês dos jardins do palácio de verão, incorporando a eles trechos em que prevalecem formas naturais, ao gosto inglês, sem traços geométricos.

    Também foi Maximilian I quem mandou erguer primeiramente o Nationaltheater. A edificação pegou fogo e foi reerguida por duas vezes, antes de ser novamente destruída durante os bombardeios da Segunda Guerra. A atual casa da Bayerische Staatsoper (ópera da Baviera), na Max-Joseph-Platz — praça com uma estátua do rei no centro — reconstitui o desenho original em escala superior: com 2.101 assentos, é o maior teatro de ópera da Alemanha.

    Maximilian Joseph I, primeiro rei da Baviera – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Rei Ludwig I: Oktoberfest, Pinakothek e Bayerischer Hof

    Ludwig I não foi um modelo de rei do qual os bávaros sentissem orgulho, tanto ele que acabou abdicando ao trono, em 1848. Em compensação, o nome dele está associado à origem de uma das festas populares mais famosas do mundo. A inspiração para a atual Oktoberfest Alemanha surgiu da grande festa de casamento do então príncipe Ludwig com Therese de Saxônia-Hildburghausen, em 1810. Um acontecimento que contou com a participação do povo de Munique. Nascia assim a tradição da Oktoberfest, a festa da cerveja que atrai milhões de pessoas anualmente a Munique, e que ganhou versões similares mundo afora.

    Oktoberfest Munique, na Alemanha – Foto: A Kupka/Divulgacao

    Nos anos de seu reinado, com início em 1825, Ludwig I enfrentou uma revolta popular pelo aumento do preço da cerveja. Logo ele, apreciador da bebida e um dos frequentadores assíduos da cervejaria Hofbräuhaus. As artes também estavam entre as predileções do rei, que ordenou a construção da Alte Pinakothek, em 1836, a fim de compartilhar as obras de seu acervo pessoal com o povo de Munique. Ele também foi responsável pela criação da Neue Pinakothek, museu público dedicado à arte contemporânea, que terminou sendo inaugurado em 1853, no reinado de Maximilian II.

    À medida que cidade se desenvolvia, era necessário também ter um hotel de primeira classe capaz de receber visitantes estrangeiros. Um empresário do ramo de locomotivas aceitou a sugestão de Ludwig I e construiu o Bayerischer Hof. Desde que abriu as portas, em 1841, o hotel até hoje hospeda autoridades, artistas e celebridades que passam por Munique.

    Hotel de luxo em Munique: Bayerischer Hof – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Ludwig I também é responsável pelo Feldherrnhalle, erguido entre 1841 e 1844 na Odeonplatz. Embora a loggia (construção coberta, aberta na frente e na lateral) tenha sido idealizada para homenagear o exército bávaro e seus generais, ela ficou associada ao episódio conhecido como Putsch de Munique, uma tentativa de golpe frustrada do nazista Adolf Hitler, em 1923.

    Feldherrnhalle e a torre da Theatinerkirche – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Rei Maximilian II: Maximilianstrasse e Bayerisches Nationalmuseum

    O endereço mais chique de Munique, a Maximilianstrasse, leva o nome do rei que planejou e iniciou a abertura dessa avenida, em 1853, após 5 anos de sua chegada ao trono. Nos dias de hoje, marcas como Gucci, Louis Vuitton, Bulgari e Dior ditam a moda e fazem companhia ao luxuoso hotel Vier Jahreszeiten Kempinski Munich.

    Compras de luxo em Munique na Maximiliamstrasse – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Também foi de Maximilian II, que governou a Baviera até 1864, a ideia de criar o Bayerisches Nationalmuseum, museu que desde 1855 expõe obras da Idade Média, do Renascimento, do Barroco até meados do século 19 e de Art Nouveau. O coração do acervo é composto por peças pertencentes à dinastia Wittelsbach.

    Ludwig II: Castelo de Neuschwanstein

    Apesar de permanecer no trono de 1864 a 1886, Ludwig II perdeu prestígio logo 2 anos depois de assumir o controle da Baviera, subjugada pela Prússia. Durante os 20 anos restantes, o monarca se dedicou às artes e a obras arquitetônicas grandiosas.

    Admirador de Richard Wagner, patrocinou o compositor. Tristão e Isolda estreou em 1865 no Nationaltheater. Excêntrico, Ludwig II levou a Baviera à falência com seus projetos gigantescos, como o Schloss Neuschwanstein, inspiração para o Castelo da Cinderela. Por isso, é conhecido como o rei dos contos de fadas. Curiosamente, o monumento é hoje uma atração internacional, no topo da lista das que mais levam turistas a Munique e à Alemanha.

    Mais famoso castelo da Alemanha: Neuschwanstein – Foto: Jim McDonald/ GNTB/Divulgação
    Na viagem, tivemos apoio do Turismo de Munique, com hospedagem no Hotel Bayerischer Hof e com bilhetes de transporte público na cidade alemã
  • Leonard Cohen, em Montreal: roteiro por lugares relacionados ao cantor

    Em Montreal, visite lugares relacionados a Leonard Cohen. Entre atrações, faça um passeio seguindo os passos do artista canadense. Do bairro onde passou a infância ao lugar onde morava

    ATUALIZADO EM 10 DE NOVEMBRO DE 2017

    Quando a notícia da morte de Leonard Cohen se tornou pública, em 10 de novembro de 2016, os primeiros fãs do cantor e escritor se dirigiram para o número 28 da Rue Vallières, no Plateau Mont-Royal, bairro mais pulsante e descolado de Montreal. Aos pés da porta da casa de dois andares, adquirida por Cohen nos anos 1970, os poucos degraus da entrada se converteram num pequeno altar com imagens, flores e fotos, sob a vigília silenciosa de seus admiradores.

    Àquela altura, o cantor de 82 anos — que havia morrido 3 dias antes, em Los Angeles, nos Estados Unidos — já tinha sido enterrado em sua cidade natal, no cemitério judaico Shaar Hashomayim, em cerimônia reservada à família. Se a tentativa de um último adeus ao ídolo foi frustrada para alguns de seus fãs, resta a chance de percorrer a segunda maior cidade do Canadá seguindo os passos de Cohen. Em meio a atrações turísticas da cidade, é possível encontrar vestígios da presença do poeta, do cantor e do cidadão de hábitos simples, para quem Montreal sempre foi um refúgio.

    GRAFITE DE COHEN EM PRÉDIO PRÓXIMO À RUE CRESCENT, REGIÃO DE VIDA NOTURNA EM MONTREAL – Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    AVENUE BELMONT

    Leonard Cohen nasceu em 21 de setembro de 1934 e passou a infância na casa de número 599 da avenida Belmont, em Westmount, uma cidade que é praticamente um bairro dentro da parte oeste de Montreal. É neste endereço que vivia também Lawrence Breavman, personagem principal de seu livro O Jogo Favorito (The Favourite Game, 1963).

    A casa fica perto do Murray Hill Park, onde Cohen patinava e esquiava quando criança. No documentário Senhoras e Senhores… Sr. Leonard Cohen (Ladies and Gentlemen… Mr. Leonard Cohen, 1965), o artista caminha por Murray Hill em pleno inverno enquanto lê, em off, trecho do primeiro de seus dois romances. Foi na casa da Avenue Belmont que Cohen se estabeleceu juntamente com Marianne Ihlen, quando voltaram da ilha grega de Hydra, onde se conheceram.

    SHAAR HASHOMAYIM

    Ainda em Westmount, não muito longe da Avenue Belmont, fica a sinagoga frequentada pela família de Leonard Cohen, onde foi realizado seu bar mitzvah. Na canção You Want it Darker, faixa-título do último álbum de Cohen, é o coral da Sinagoga Shaar Hashomayin que se escuta ao fundo cantando ‘hineni, hineni’ (‘aqui estou eu’, em hebraico), seguido pela voz grave e profunda de Cohen clamando ‘I’m ready my Lord’ (‘eu estou pronto, meu Senhor’).

    MCGILL UNIVERSITY

    Fundada no ano de 1821, numa área cedida pelo comerciante de peles James McGill, trata-se da universidade mais antiga do Canadá. Nela, Leonard Cohen graduou-se em Literatura, em 1955. Um ano antes, dois poemas do escritor foram publicados na Forge, revista editada pela própria McGill University. Foi também na universidade que ele formou sua primeira banda, The Buckskin Boys.

    REGIÃO DA MCGILL UNIVERSITY – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Nathalia recomenda uma caminhada com calma por essa região universitária. Ela fica próxima da Rue Sherbrooke, via com hotéis de luxo, como o Ritz-Carlton, e de importantes museus da cidade, como o McCord e o Musée des Beaux-Arts (Museu de Belas Artes). Vale conferir a programação das duas ótimas instituições.

    MUSÉE DES BEAUX-ARTS
    MUSÉE DES BEAUX-ARTS

    BIRDLAND & MUSÉE MCCORD

    Estima-se que a primeira vez que Leonard Cohen se apresentou em público foi em 1958. Ele teria lido um de seus poemas e cantado no Birdland, pequeno clube de jazz que funcionava em cima de uma das mais tradicionais delicatessens da cidade. Ao fechar as portas em 2006, parte do acervo de lembranças do restaurante (cardápios e fotos de ilustres fregueses como Cohen) foram parar no Musée McCord.

    No antigo refúgio dos notívagos, na esquina da Boulevard de Maisonneuve com Rue Metcalfe, funciona atualmente o luxuoso Le St-Martin Hôtel Particulier.

    MUSÉE MCCORD
    MUSÉE MCCORD

    CHAPELLE NOTRE-DAME-BONSECOURS

    No álbum de estreia, Songs of Leonard Cohen (1967), um dos versos da canção Suzanne (‘E o sol derrama como mel sobre Nossa Senhora do Porto’) é interpretado como uma referência à imagem da Virgem Maria no alto da Chapelle Notre-Dame-de-Bon-Secour, santuário dos marinheiros, localizada na Vieux-Montreal — não confundir com a Basilique Notre-Dame, também localizada na parte antiga da cidade.

    A Notre-Dame-de-Bon-Secour fica ao lado do Marché Bonsecours. Na primeira visita a Montreal, Nathalia esteve com sua mãe, Sonia, no prédio histórico conferindo as boutiques de artesãos e moda feita por gente de Québec. A construção fica numa das pontas do Vieux-Port e sua torre pode ser vista até do outro extremo do velho porto, como Nathalia comprovou da varanda do museu histórico da cidade, o Pointe-à-Callière.

    PARC DU PORTUGAL

    Inaugurada em junho de 2003, a pequena praça celebra a primeira leva de imigrantes portugueses que chegaram ao Canadá. Com bancos para descansar e um coreto no centro, o Parc du Portugal fica em frente ao endereço que Leonard Cohen mantinha em Montreal, na Rue Vallières.

    Nessa rua formada por um pequeno trecho de casas, entre o Boulevard Saint-Laurent e Rue Saint-Dominique, o músico e escritor viveu ao lado de Suzanne Elrod, com quem teve um casal de filhos: Adam e Lorca.

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    PARC DU PORTUGAL

    BAGEL ETC

    De estilo kitsch, o lugar funciona em frente ao Parc du Portugal, a menos de 5 minutos da casa de Cohen, que costumava tomar café da manhã lá. Há fotos dele entre as peças da decoração. Cohen costumava bater papo com os donos e atendia com delicadeza fãs que ficavam impressionados com a presença dele na cafeteria. Como o nome sugere, a especialidade é o bagel, tipo de pão em forma de rosca, muito popular no Canadá e nos Estados Unidos.

    O Plateau Mont-Royal, bairro cheio de bares e restaurantes, também tem outros dois lugares bem conhecidos onde se pode provar o gostoso pãozinho: St-Viateur Bagel e Fairmount Bagel.

    MAIN DELI STEAK HOUSE

    Os sanduíches de carne defumada são famosos em Montreal. Aberto em 1928, o Schwartz’s é uma instituição (Nathalia já provou e aprovou o famoso sanduíche), mas foi seu vizinho de frente, o Main Deli Steak House, que ganhou a preferência de Cohen. Quando não se sentava em suas mesas, o cantor pedia alguém para buscar o carro-chefe da casa: generosas camadas de pastrami com molho de mostarda entre duas fatias de pão de centeio. Nos dias ensolarados, algumas mesas ocupam um trecho do Boulevard Saint-Laurent.

    SANDUÍCHE DE PASTRAMI
    SANDUÍCHE DE PASTRAMI

     

    MUSÉE D’ART CONTEMPORAIN DE MONTRÉAL

    Em cartaz no Museu de Arte Contemporânea de Montreal, desde o último dia 9 de novembro, a exposição Leonard Cohen: une brèche en toute choque / A Crack in Everything não se trata de um mostra oportunista por ocasião do aniversário de um ano da morte do cantor. O evento já fazia parte das comemorações pelos 375 anos de fundação de Montreal e serviria como homenagem ao filho ilustre da cidade. E contou, inclusive, com a aprovação do próprio Leonard Cohen. A exposição reúne trabalhos de artistas do mundo todo, que mergulharam na obra do cantor e poeta, dando interpretações para seus textos e canções. “O que foi especial no trabalho de Leonard Cohen foi sua serenidade inexplicável. O mundo precisa dessa beleza sutil neste momento”, declarou a cantora Julia Holter, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. A cantora assina um dos trabalhos que ficará em exposição até 9 de abril de 2018.

     

  • Sky Costanera, mirante em Santiago

    Sky Costanera, mirante em Santiago

    O centro financeiro de Santiago é chamado de Sanhattan, por causa de sua grande concentração de altos e modernos edifícios. Um deles se destaca na paisagem e guarda o mais alto mirante da América Latina: o Sky Costanera. A 300 metros de altura, a atração mostra o visual da capital do Chile em 360 graus.

     

    O Sky Costanera, a 300 metros de altura, mostra o visual de Santiago em 360 graus. Do mirante, dá para ver 23 pontos de interesse na capital do Chile

    O elevador leva menos de 1 minuto para subir os 61 andares. Um lance de escada leva os visitantes até o topo. Lá no alto, a sinalização indica a localização de 23 pontos de interesse em Santiago. O Sky Costanera fica na Torre 2 do Costanera Center, complexo comercial que inclui salas e um dos maiores shoppings de Santiago.

    Foto: Divulgação

    VALE SABER

    Endereço: Avenida Andrés Bello, 2.457, Providencia, Santiago

    Funcionamento: Diariamente, das 10 às 22 horas — última subida do elevador às 21 horas

    Preço: De segunda a quinta, 5.000 pesos chilenos — criança de 4 a 12 anos, 3.000; maiores de 65 anos, 4.000; fast pass, 12.000. De sexta a domingo e em feriado, 8.000 pesos chilenos — criança de 4 a 12 anos, 5.000; maiores de 65 anos, 5.500; fast pass, 14.000.

    Site: skycostanera.cl/pt

  • Cirque du Soleil no Canadá: shows nas cidades do país de origem

    Cirque du Soleil no Canadá: shows nas cidades do país de origem

    Que tal ver Cirque du Soleil no Canadá, o país de origem? Saiba se há shows em cidades como Toronto, Montreal, Quebec ou Vancouver. Trupe do circo tem sempre algum espetáculo em cartaz por lá

    ATUALIZADO EM 19 DE SETEMBRO DE 2017

    Se você é fã do Cirque du Soleil, tente ir a um espetáculo do grupo no Canadá. A companhia de circo, que tem sua origem na província francesa de Québec, costuma se apresentar em diferentes cidades ao longo do ano.

    Para apreciar as acrobacias e a estética da trupe circense, fique de olho no calendário de shows pelas cidades canadenses e também nas estreias. Eu tive a chance de ir a uma delas na cidade de Québec. Em 2014, vi a primeira apresentação do sensacional Kurious – Cabinet of Curiosities, que desafia os sentidos do público.

    SHOW DE GRAÇA EM QUÉBEC - Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    SHOW DE GRAÇA EM QUÉBEC – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Meu début na plateia do Cirque du Soleil, aliás, também foi nessa cidade e de um modo bem diferente do tradicional. O grupo costumava fazer ao ar livre, durante o verão, um espetáculo gratuito, numa área embaixo de um viaduto de Québec. Pena que durou só de 2009 a 2013 — em cada ano era contado um capítulo da história Les Chemins Invisibles.

    Onde começou o Cirque du Soleil

    Ver o grupo pela primeira vez justamente em Québec foi significativo. Foi nessa cidade que o Cirque du Soleil despontou e começou seu caminho para ser o que é hoje. Ele tem sua origem em Baie-Saint-Paul, pequena cidade também da província de Québec e que eu visitei em 2014.

    Lá a trupe circense, com apenas 20 integrantes, se apresentava pelas ruas. Então conhecida por Les Échassiers de Baie-Saint-Paul, ela se tornou o Cirque du Soleil em 1984. Esse era o nome do espetáculo montado pelo grupo de circo para a festa de comemoração dos 450 anos da chegada do francês Jacques Cartier ao Canadá.

    Desde então, o grupo cresceu absurdamente e hoje mantém filiais, que se apresentam em diversas cidades pelo mundo. A empresa tem aproximadamente 4.000 funcionários, sendo 1.300 artistas de 50 nacionalidades. O número de espectadores já bateu os 155 milhões, em shows realizados em cerca de 300 cidades de 40 países.

    Espetáculos em cartaz nas cidade canadenses

    Atualmente o site oficial da trupe vende ingressos para 20 espetáculos. A americana Las Vegas bate recordes de shows do Cirque du Soleil aparece em 7 deles. Mas, no Canadá, também é possível ver o grupo. Kurios pode ser vista em Vancouver entre 19 de outubro e 31 de dezembro.

    Durante o inverno canadense de 2017/2018, está previsto o espetáculos Crystal – a Breakthrough Ice Experience nas cidades de Québec (de 13 a 17 de dezembro) e Montréal (de 30 a 31 de dezembro), ambas na província de Québec; e em Windsor (de 3 a 7 de janeiro de 2018), na província de Ontario. Em Toronto, Volta permanece em cartaz até 26 de novembro.

    Então, durante a programação da sua viagem, vale visitar a página do Cirque du Soleil com os shows por cidade para saber se consegue ver o grupo em seu país de origem.

  • Rio: Roda de samba no Centro

    Rio: Roda de samba no Centro

    A Pedra do Sal, aos pés do Morro da Conceição, é o ventre do samba no Rio. Por lá, é possível ouvir um bom batuque de graça em animadas rodas em plena segunda-feira. Perto dali, o Trapiche Gamboa mantém o clima de terreiro, com samba de raiz tocado diariamente. Ainda no Centro do Rio, a roda de samba comandada por Pretinho da Serrinha lota o Teatro Rival às sextas-feiras.

    Este podcast Vale Saber está musical e imperdível!  A gente troca a letra (‘a voz do morro’ virou ‘a voz do povo’), desafina, mas tem muita animação e dica boa!

    Aperte o PLAY na setinha vermelha abaixo e fique ligado nos podcasts do Como Viaja.

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  • Praça Mauá: novo cartão-postal do Rio

    Praça Mauá: novo cartão-postal do Rio

    De todas as transformações pelas quais o Rio de Janeiro passou para receber os Jogos Olímpicos, a revitalização da Praça Mauá é a que mais impressiona. No grande largo localizado na zona portuária da cidade estão o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, acessados mais facilmente depois que o VLT entrou em funcionamento — nós experimentamos e contamos como é neste texto, que tem também informações gerais para você tirar suas dúvidas e usar o novo meio de transporte do Rio.

    Já adotada como cenário para fotos e selfies de turistas e cariocas, a Praça Mauá tem tudo para se igualar ao Cristo e ao Pão de Açúcar como mais novo cartão-postal do Rio.

    Quer saber o que você vai encontrar por lá? Aperte o PLAY na setinha vermelha abaixo e fique ligado nos podcasts do Como Viaja.

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