Categoria: Stuttgart

  • Natal na Alemanha: mercados e tradições em todas as cidades

    Natal na Alemanha: mercados e tradições em todas as cidades

    Quem visita a Europa em dezembro se depara com uma grande quantidade de mercados, especialmente nas cidades da Natal na Alemanha. Para os cristãos, a data que celebra o nascimento de Jesus Cristo é a mais importante do calendário anual, e o período do Advento marca a contagem regressiva para essa comemoração.

    Nathalia esteve pela primeira vez em um desses mercados europeus em 2012. Além de ver as barracas nas praças de Viena e Budapeste, Nathalia visitou vários mercados nas principais cidades da Alemanha para turismo, onde cerca de 150 feiras são montadas em pontos históricos de norte a sul no país. 

    O encantamento provocado por essas feiras ao ar livre fez com que ela se lembrasse muito do nosso filho, Joaquim, então com 3 anos. Foi para ele que a mamãe escreveu a série especial Natal na Europa: uma viagem encantada. Relato sensível e doce da magia natalina no que ela chamou de Terra de Reis e Rainhas.

    De Frankfurt, o mais lindo, segundo ela, Nath trouxe para o Joaquim um calendário do Advento — 24 janelinhas para serem abertas dia a dia até a chegada do Natal — dentro de cada uma havia um chocolatinho. Uma menininha em cima de um trenó foi trazida de uma banca de enfeites de Nuremberg. Em Regensburg, Nath encontrou um divertido mercado, com brincadeiras que levavam a criançada ao delírio. Da igualmente pequena Rüdesheim, veio uma delicada caixinha de música em forma de carrossel, que até hoje roda ao som de Noite Feliz.

    Essas lembrancinhas e essa magia estão presentes em todas as feiras de fim de ano, praticamente. Semelhanças que não invalidam uma visita para conhecer as particularidades de cada região do país. Abaixo, uma lista de mercados que atraem milhões de pessoas todos os anos para desfrutarem das cores, sabores e aromas do Natal na Alemanha.

    1 | Natal em Berlim

    No Natal na Alemanha, a capital abriga cerca de 50 mercados, dos mais tradicionais àqueles alinhados com a política de sustentabilidade, bandeira de Berlim. Um dos mais conhecidos é organizado diante da Igreja Memorial Kaiser Wilhelm, onde houve um atentado em 19 de dezembro de 2016. A promessa é sempre de um ambiente acolhedor, tomado pelo cheiro de amêndoas assadas e dos pães de gengibre.

    Em Berlim, há feiras no Jardim Botânico, na Prefeitura e até na estação de metrô Friedrichstrasse, onde pode ter pista de curling. Na Potsdamer Platz, as atrações são um tobogã e um rinque de patinação. Uma pista de gelo também funciona aos pés da Torre de TV de Berlim, na Alexanderplatz.

    Dezembro é tempo do mercado de Natal da Gendarmenmarkt, em Berlim – Foto: Scholvien/Divulgação

    O mercado que se forma na Gendarmenmarkt está entre os mais populares, com destaque para as luzes que deixam a Konzerthaus (Sala de Concertos) e a Dom Französischer (Catedral Francesa) ainda mais imponentes. Em todos os lugares não faltam bebidas quentes e comidas boas — há barracas que funcionam como restaurantes, com boa estrutura para se sentar e provar de comida berlinense e pratos da Baviera a receitas italianas e pescados frescos. Na feira da Gendarmenmarkt a entrada custa 1 euro, valor revertido para caridade e para pagamento dos artistas que se apresentam no palco montado em frente à Konzerthaus.

    Artesanato típico e produtos originais são oferecidos nas bancas de praticamente todas as feiras de Natal na Alemanha. Quem visita os mercados de bairros como o badalado Mitte ou do alternativo Prenzlauer Berg encontra boa oferta de artigos ecologicamente corretos. 

    2 | Natal em Munique

    Quem chega de avião à capital da Baviera encontra o clima natalino já no aeroporto, onde a feira de fim de ano costuma começar 1 semana antes do resto da cidade. Em meio a 450 pinheiros e uma árvore de 15 metros de altura há tudo o que um bom mercado de Natal deve ter: delícias da culinária que marca essa época do ano, shows diários e artigos para presente — tem até pista de patinação no gelo!

    Por ser a principal praça de Munique, a Marienplatz concentra o mais antigo mercado de Natal da cidade. São cerca de 160 bancas com produtos típicos, como bolas de vidro pintadas à mão. Montada em frente à sede da nova prefeitura (Neues Rathaus), a tradicional árvore de Natal é iluminada por cerca de 2.500 lâmpadas. Quem quiser adivinhar o tamanho do pinheiro natural participa de um sorteio que dá direito a prêmios.

    Marienplatz com mercado de Natal em Munique – Foto: Joachim Messerschmidt/German National Tourist Board/Divulgação

    Outros 40 mercados celebram o Advento em Munique. A pequena feira perto do Sendlinger Tor, um dos portões medievais da cidade, é cheia de produtos vindos de países como Peru, Letônia e Rússia. Chance de ouro para quem deixa para fazer compras na última hora. A uma curta caminhada desse mercado, já no bairro de Glockenbachviertel, fica o natal mais cor-de-rosa da cidade, onde gays e lésbicas são super bem-vindos, bem como todos os que prezam pela igualdade. 

    No Englischer Garten, o parque de Munique, a concentração é debaixo da Torre Chinesa (Chinesischer Turm), onde guloseimas não faltam tampouco artesanato. Crianças brincam no histórico carrossel próximo ao biergarten enquanto adultos aceitam o desafio de um jogo de curling. Um passeio de carruagem para admirar as luzes de Natal do parque também é uma boa pedida. No boêmio Schwabing, destaque para o Kunstzelte, trilha decorada por esculturas natalinas feitas pelos artesãos do bairro.

    Reviver o espírito do Natal na Alemanha como se estivesse no século 13 é a proposta do Mittelaltermarkt. Quem visita o antigo mercado medieval pode se fartar de pratos parrudos como o leitão no espeto ou entornar uma das especialidades locais, o Feuerzangenbowle: açúcar flambado em rum e misturado com vinho tinto, laranja, canela, limão e cravo. Um verdadeiro soco de fogo, numa tradução livre para o apelido dessa bebida. Cavaleiros, malabaristas e contadores de história ajudam a compor todo esse cenário na praça que leva o nome da dinastia que comandou a Baviera por mais de 7 séculos, a dos Wittelsbach. Na Residência (Residenz), uma vila de Natal é montada no pátio do antigo palácio dos nobres bávaros.

    3 | Natal em Frankfurt

    O mercado de Frankfurt é o mais antigo do Natal na Alemanha, data de 1393. Hoje em dia, são cerca de 200 barracas espalhadas pelo centro antigo da cidade, em praças históricas como a Paulsplatz ou pelo Mainkai, região às margens do rio Meno.

    Na praça Römerberg, o conjunto de construções erguido entre os séculos 15 ao 17 fica lindamente iluminado. O gigantesco pinheiro instalado e iluminado no centro da praça forma um belo contraste com os edifícios envidraçados, que representam o centro financeiro da Alemanha. É em torno da grande árvore que estão bancas onde é possível comprar produtos que são a cara do Natal de Frankfurt, como geleia e mostarda feitos à base do tradicional vinho de maçã — que também serve de matéria-prima na fabricação de sabonete, à venda nas barracas. 

    Barraca da batata: delicinha

    Os visitantes ainda podem provar delicinhas como o bolinho de massa de batata com molho de maçã ou tomar uma generosa caneca de vinho quente. Durante sua passagem por lá, Nathalia se esbaldou na barraca que vendia batata frita. Ela considera o mercado de Frankfurt como o mais bonito que ela visitou até hoje. Nath trouxe de lá uma caixinha de música e o típico biscoito de canela em forma de coração com o nome do nosso filho, Joaquim. 

    4 | Natal em Colônia

    Tendo a simbólica Catedral de Colônia como cenário, o principal mercado do Centro reúne cores, aromas e sons que celebram o Advento. Em torno de 160 tendas se esparramam em torno da grande árvore montada especialmente para o período do Natal na Alemanha.

    Famílias e crianças são atraídas para o Expresso de Natal, o trenzinho que percorre outros mercados, como o que é montado na região do porto e próximo ao Museu do Chocolate, duas das paradas obrigatórias do passeio. O Natal de Colônia também celebra a diversidade nas imediações da Rudolfplatz, uma das regiões da cena gay e lésbica da cidade.

    5 | Natal em Dresden

    Tradição que se repete há 583 anos no Natal na Alemanha. Dresden se orgulha de ter 11 mercados com perfis completamente diferentes, espalhados pela cidade. Mas todos são sinônimo de uma iguaria típica da capital da Saxônia: Stollen, bolo de Natal de Dresden. Para se ter ideia dessa simbologia, são produzidas cerca de 3 milhões de unidades de Stollen só nesta época do ano. Uma versão gigante do bolo recheado de passas e polvilhado de açúcar é preparada no início de dezembro e repartida entre o público na Altermarkt, no centro da cidade.

    Igreja de Dresden e mercado embaixo – Foto: Christoph Muench/Divulgação

    Como nem só de pão vive o homem, o Dresden Striezelmarkt reserva boas compras, especialmente de enfeites e de bonecos de madeira fabricados à mão. Todos os anos, uma pirâmide de madeira é montada na Neumarkt, a praça central da cidade. A torre tem cerca de 8 andares, cada um deles decorado com figuras natalinas. A estrutura toda gira graças ao calor gerado por velas acesas na base. 

    6 | Natal em Nuremberg

    O Mercado do Menino Jesus (Christkindlesmarkt) transforma Nuremberg até a antevéspera de Natal. Logo na 1ª sexta do Advento, a figura de Jesus menino surge na fachada da Frauenkirche e faz um convite para que todos desfrutem de mais um mercado de Natal — esse ritual existe há mais de meio século, sempre envolvendo a escolha de meninas entre 16 e 19 anos para o papel do Cristo jovem.

    As estreitas ruas do centro velho de Nuremberg ficam apinhadas de gente. Em meio ao formigueiro humano, quem busca enfeites tão bonitos quanto os que decoram a cidade encontra uma grande variedade de artigos natalinos feitos a mão. Nathalia ficou impressionada com a quantidade de luzes que chegam a cobrir fachadas inteiras dos prédios históricos. Não é por acaso que este é o único mercado de Natal mencionado entre as top 100 atrações da Alemanha, segundo votação online feita com viajantes de 40 países.

    Enfeites de árvore de Natal – Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

    Mas uma visita ao mercado não se dá por completa sem que se experimente um genuíno sanduíche de Nuremberg drei im weggla, que leva 3 unidades de bratwurst, a salsicha de Nuremberg, dentro de um pão que tem o valor de um guardanapo. Ou então cravar os dentes no lebkuchen, pão de mel que há 600 anos faz a fama da cidade.

    7 | Natal em Hamburgo

    Em Hamburgo não faltam o artesanato e as deliciosas castanhas torradas. Grandes ou pequenas, as feirinhas de Natal se espalham pelo centro da cidade portuária. Uma das mais belas fica em frente ao prédio da Câmara Municipal (Rathaus) — composta por 80 expositores, tem uma rua toda dedicada à venda de brinquedos. No Winter Pride, único mercado de Natal em Hamburgo voltado ao público GLS, quem não curtiu algum presente que ganhou tem a chance de participar de uma feira de troca, com parte da renda revertida à comunidade quer.

    No Centro, em torno de 150 bancas são erguidas ao longo e no entorno da Mönckebergstrasse, a principal rua de comércio da segunda maior cidade da Alemanha — bonecos e carrosséis em madeira são os destaques entre os trabalhos dos artesãos locais. O moderno distrito de HafenCity mantém um rinque de patinação e uma padaria que assa bolos e pães natalinos. Até o boêmio bairro de St. Pauli se entrega ao clima de Natal, com apresentações de música ao vivo e boas doses de vinho quente para espantar o frio do fim de ano.

    8 | Natal em Stuttgart

    Todos os anos, Stuttgart brilha com a proximidade do Natal. Com 25 metros de altura, o pinheiro da Schlossplatz ostenta dezenas de milhares de lâmpadas de LED e uma estrela de 2 metros e meio na ponta. Os mercados da cidade estão presentes na Schillerplatz e nas calçadas do Königsbau e da Igreja Colegiada (Stiftskirche). Diariamente, há concerto de música nos arredores do velho palácio (Altes Schloss).

    Um mercado de antiguidades movimenta a Karlsplatz enquanto a fachada da câmara municipal é transformada em um grande calendário do Advento, com a abertura de uma janela por vez durante 23 dias. Não faltam guloseimas, de amêndoas cobertas de açúcar ao pão de frutas típico da suábia, região sudoeste da Alemanha.

    Barracas nas ruas de Stuttgart – Foto: Niedermueller/Divulgação

    9 | Natal em Leipzig

    Em Leipzig, o mercado existe desde meados do século 15 e, atualmente, reúne em torno de 250 barracas. Na Praça do Mercado (Marktplatz) fica a feira principal, local em que uma árvore de 20 metros de altura é ricamente iluminada. O salmão defumado e o vinho quente à moda finlandesa (glögi) são dois clássicos das bancas que funcionam na Augustusplatz .

    Na mesma praça, uma roda gigante oferece esplêndida visão das luzes de Natal a 38 metros de altura. Diariamente, trombonistas se apresentam na sacada da prefeitura. A música também dá tom nos corais de meninos da Thomaskirche, a igreja de São Thomas. No palco montado no centro do mercado, a criançada pode bater papo com Papai Noel e até fazer um pedido de última hora para o bom velhinho. 

    10 | Natal em Hannover

    Quem visita Hannover no Natal encontra um permanente clima festivo. Na praça Holzmarkt, na centro histórico, 50 árvores iluminadas se esparramam ao redor da fonte Oskar. Por ali, crianças se dividem entre brincar de confeiteiro e se encantar com o teatro de fantoches. Os flammlachs, filés de salmão lentamente defumados, representam o melhor da tradição finlandesa na feira montada na Ballhofplatz. Ao redor da estação central e na área de pedestres de Lister Meile encontram-se produtos feitos a mão e delícias carregadas de cheiro e sabor.

    11 | Natal em Düsseldorf

    Düsseldorf, capital alemã da moda, tem mercados ao redor da Königsallee, a avenida das lojas luxuosas e caras. Pela primeira vez, a feira terá seu funcionamento estendido (23 de novembro a 30 de dezembro). Este ano, um mercado de contos de fadas foi armado na Schadowplatz, onde o tradicional carrossel deve rivalizar no quesito diversão para as crianças.

    Praça em frente à prefeitura de Düsseldorf no clima natalino – Foto: Düsseldorf Marketing/Tourismus GmbH/Divulgação.

    Não muito longe dali, uma pista de patinação de 1.700 m² também é imã de público. Enfeites de madeira e de vidro estão entre os produtos vendidos nas banquinhas em frente ao prédio da prefeitura. E as guloseimas, claro, não faltam.

    12 | Natal em Heidelberg

    O centro histórico de Heidelberg concentra a maior parte dos mercados, em locais como Bismarckplatz, Universitätsplatz, Marktplatz e Kornmarkt. Na praça Karslpaltz funciona aquela que é considerada a pista de gelo mais bonita da Alemanha. Velas, bonecos de madeira e enfeites produzidos artesanalmente fisgam os interessados em compras. Com canecas em punho, os visitantes se aquecem sorvendo doses do famoso glühwein. Saiba mais, acesse a programação de Natal de Heidelberg.

  • 13 museus para crianças na Alemanha

    13 museus para crianças na Alemanha

    Confira uma lista de museus na Alemanha com atividades para criança. Visitamos vários em diversas cidades e contamos como eles são. Alguns são dedicados aos pequenos, outros mantêm áreas lúdicas ou interativas

    Sobram museus na Alemanha, e igualmente não faltam possibilidades de se levar crianças para aprender e se divertir neles. A dica é escolher a área de interesse e explorar, já que uma viagem nunca será suficiente para englobar tudo. Em nosso roteiro, priorizamos assuntos como comunicação e tecnologia. Além da vocação do país para máquinas e aparatos tecnológicos, apostamos que os acervos interessariam tanto a nós, os pais, quanto ao filho, Joaquim, então com 5 anos. Acertamos, máquinas e afins agradaram aos três.

    Outro tipo de instituição que ficamos curiosos em conhecer foi o Kindermuseum, museu das crianças. Adoramos a ideia. Seria tão bacana se no Brasil tivéssemos algo parecido. As 5 cidades que visitamos na nossa viagem em família pela Alemanha têm seu Kindermuseum. Eles não expõem necessariamente experimentos da ciência ou temas que a meninada estuda no colégio. São lugares dedicados a formar futuros frequentadores de museus. Com formatos e estruturas diferentes, proporcionam a garotada aprender experimentando e, assim, se sentirem à vontade dentro de um museu.

    Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja
    ATIVIDADE INFANTIL NO MUSEU DA COMUNICAÇÃO, EM FRANKFURT — Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Também vimos crianças em instituições focadas em arte e cultura, com pais ou professores. E nós levamos Joaquim para conhecer, por exemplo, as esculturas da Antiguidade Clássica e o majestoso altar do Pergamonmuseum, que guarda ainda belos painéis e artefatos islâmicos em Berlim. Mas não incluímos essas instituições tradicionais na lista abaixo, tampouco os completos museus de carro existentes na Alemanha — no da Mercedes, além de veículos, descobrimos a história do automóvel.

    Aqui selecionamos lugares que mexem com o lado lúdico ou criativo da meninada. Reunimos 13 museus para começar. Mas esta lista pode crescer. Se descobrirmos novos programas ou instituições indicados para a garotada, vamos incluir a seguir. Veja só o que separamos para você levar a criança para dentro do museu na Alemanha:

    1, 2, 3 | MUSEUM FÜR KOMMUNIKATION (MUSEU DA COMUNICAÇÃO, EM BERLIM, FRANKFURT E NUREMBERG)
    Levar uma criança a um museu da comunicação é mais ou menos como apresentá-la aos dinossauros de um acervo de história natural. Muito do que ela verá deixou de existir faz tempo, mas nunca é demais saber de onde evoluímos. Na Alemanha, a Fundação de Museus de Correios e Telecomunicações mantém 3 instituições nas cidades de Berlim, Nuremberg e Frankfurt. O museu na capital alemã ficava quase em frente ao nosso hotel. Na chegada, Joaquim levou um susto ao ser saudado por 1 dos 3 simpáticos robôs que circulam pelo átrio. Lúdicas, as atrações das galerias interativas fizeram sucesso com nosso filho.

    Berlim Criancas Alemanha Viagem Museu da Comunicação Museum fur Kommunikation - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (768x1024)
    Alemanha Criancas Nuremberg Viagem Museu da Comunicação Museum fur Kommunikation - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (738x900)

    Em Nuremberg, o Museum für Kommunikation compartilha o prédio com o Deutsche Bahn Museum, museu de trens na cidade. Antes de conhecer o Kibala, a área infantil com o universo das ferrovias, Joaquim usou um telefone de disco para uma rápida conversa com o pai — acho curioso e pesado experimentar essa forma de comunicação. Apesar de vivermos a era da internet — e uma exposição discutir nosso papel como consumidores e produtores de conteúdo na grande rede –, brincar de apresentador de televisão, gravar seu programa em um estúdio e enviá-lo por e-mail ainda pode ser bem interessante para crianças.

    Alemanha Criancas Viagem Frankfurt Museu da Comunicação Museum fur Kommuminkation - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (800x507)

    Assim como na unidade de Nuremberg, também havia um correio pneumático no museu da comunicação de Frankfurt, no setor reservado à atividade infantil com monitores da instituição. Joaquim achou o máximo o sistema que transporta mensagens por uma rede de tubos. Ele escreveu um bilhete e enviou por um buraco, viu a cápsula com seu escrito viajar pelo espaço e foi encontrá-la em outro ponto do sala. Quim ainda usou uma pena para escrever seu nome em um cartão, enquanto nós, os jornalistas, voltamos ao passado que não vivemos e usamos tipos móveis para imprimir nossa marca, Como Viaja.

    VALE SABER

    Funcionamento: Berlim: Quarta a sexta, das 9 às 17 horas — terça, até as 20 horas; sábado, domingo e feriado, das 10 às 18 horas / Frankfurt: Terça a sexta, das 9 às 18 horas — sábado, domingo e feriado, das 11 às 19 horas / Nuremberg: Terça a sexta, das 9 às 17 horas — sábado, domingo e feriado, das 10 às 18 horas

    Preço: Berlim: 4 euros — menores de 18 anos, grátis / Frankfurt: 3 euros — entre 6 e 16 anos, 1,50 euro; até 5 anos, grátis / Nuremberg: 5 euros —  entre 6 e 17 anos, 2,50 euros; até 5 anos, grátis; bilhete familiar, 10 euros

    Site: mfk-berlin.de; mfk-frankfurt.de; mfk-nuernberg.de

    4 | LABYRINTH KINDERMUSEUM (MUSEU DAS CRIANÇAS, EM BERLIM)

    Na base da brincadeira, as crianças assumem o papel de construtores, arquitetos e urbanistas e transformam o pedaço de cidade instalada dentro do museu. Essa é a proposta da exposição Platz da! Kinder machen Stadt (algo como Abram caminho! As crianças fazem a cidade), prorrogada até 18 de abril de 2017. No Labyrinth, um tema é escolhido para ser explorado pelas crianças de modo nada contemplativo, mais sensorial. Nesse ambiente de ‘aprender fazendo’ multidisciplinar, meninos e meninas entre 3 e 12 anos descobrem o mundo ao seu redor. Estações são montadas para explorar diferentes aspectos de um mesmo assunto.

    VALE SABER

    Funcionamento: Sábado e domingo, das 11 às 18 horas — sexta, a partir das 13 horas

    Preço: 5,50 (adultos e crianças a partir de 2 anos) — às sextas, a entrada custa 1 euro a menos; bilhete familiar (2 adultos e até 4 crianças), 16 euros

    Site: labyrinth-kindermuseum.de

    5 | DEUTSCHES TECHNIKMUSEUM (MUSEU DA TECNOLOGIA, EM BERLIM)

    O bombardeiro suspenso no alto do prédio é um símbolo do Museu Alemão de Tecnologia. Só mesmo a ciência e a técnica para fazerem um avião parecer flutuar sobre o que já foi uma grande área industrial de Berlim.

    O moderno edifício de 5 andares concentra velhos e novos conceitos de tecnologia, do tear ao computador. Há exemplares valiosos de aeronaves que repassam, de modo cronológico, os 200 anos de história da aviação alemã. Tecnologia aeroespacial, escrita e impressão, transporte e navegação, cada área possui um rico acervo e muito conhecimento a ser adquirido em forma de atividades interativas. No setor de ferrovia, até estações de trem são reconstituídas.

    Não tente encarar os 25.000 m² de exposições. Se a criança gostar mais de aviões, carros e barcos não existe razão para circular por toda a ala de engenharia química e farmacêutica. Como o dia de visita pode ser puxado, vale comer no Café Anhalt, localizado no térreo, e que tem um bom apflestrudel com sorvete de baunilha.

    Berlim Crianca Museu da Tecnologia Alemanha -Foto Nathalia Molina @ComoViaja (765x1024)

    VALE SABER

    Funcionamento: Terça a sexta, das 9 às 17h30; sábado, domingo e feriado, das 10 às 18 horas

    Preço: 8 euros, adultos — menores de 6 anos, grátis; bilhete familiar (1 adulto e 2 menores de 17 anos, 9 euros) ou (2 adultos e 3 menores de 17 anos, 17 euros)

    Site: sdtb.de

    Berlim Criancas Museu Alemanha Viagem Tecnologia Deutsches Technikmuseum - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2)

    6 | MUSEUM FÜR NATURKUNDE (MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL, EM BERLIM)

    Os mineirais, os fósseis, os animais, todos os itens expostos no museu são resultado de muita pesquisa e investigação, fazendo com que o acervo seja permanentemente atualizado. Resultado de uma expedição feita no atual território da Tanzânia, na África, 250 toneladas de ossos de dinossauros foram encontradas e mandadas para Berlim, desde o início do século 20. Reorganizados, eles ajudaram a compor a maior parte do acervo de animais pré-históricos do museu. Destaque para o Braqueosauro exposto no centro do espaço Evolução em Ação. Com 13 metros e 27 centímetros de altura, trata-se do maior esqueleto de dinossauro montado no mundo.

    Quem for ao museu pode ver de perto também um exemplar de Tiranossauro Rex, cuja ossada foi achada durante escavações feitas em Montana, nos Estados Unidos. O esqueleto está temporariamente emprestado para fins de estudo e pesquisa.

    VALE SABER

    Funcionamento: Terça a sexta, das 9h30 às 18 horas — sábado e domingo, a partir das 10 horas

    Preço: 8 euros — criança entre 6 e 14 anos, 5 euros; até 5 anos, grátis; ticket de família (2 adultos e até 3 crianças abaixo de 14 anos); 15 euros; bilhete para família pequena (1 adulto e até 2 crianças abaixo de 14 anos), 9 euros

    Site: naturkundemuseum.berlin

    7 | DEUTSCHES MUSEUM (MUSEU DE TECNOLOGIA, EM MUNIQUE)

    Nem um dia inteiro será suficiente para ver tudo o que se encontra no museu, um dos maiores do mundo em matéria de tecnologia e ciência natural. Para se ter ideia, algumas alas estão fechadas para modernização (a reabertura total está prevista para 2019) , mas ainda assim é possível visitar setores interessantes, como os de transporte, computação e astronomia.

    Território exclusivamente dedicado às crianças, o Kinderreinch fez a alegria de Joaquim durante nossa visita. O reino da garotada no Deutsches Museum também passa por revitalização e volta a funcionar em 4 de junho de 2016.

    KINDERREICH, EM MUNIQUE

    VALE SABER

    Funcionamento: Diariamente, das 9 às 17 horas

    Preço: 11 euros, adultos — menores de 6 anos, grátis; bilhete família (2 adultos com menores até 15 anos), 23 euros

    Site: deutsches-museum.de

    8 | FB BAYERN ERLEBNISWELT (MUSEU DO BAYERN, EM MUNIQUE)

    Recomendado à geração Playstation, o museu do Bayern de Munique tem acervo que inclui todos os troféus conquistados pelo maior campeão do futebol alemão e mais uma parte digital com informações sobre jogos históricos, ídolos e estatísticas do clube fundado em 1900. Há atividades interativas para crianças e adultos. Joaquim, que não era fã de futebol, virou torcedor do Bayern depois de nossa visita ao museu.

    O espaço está instalado no nível 3 da Allianz Arena, estádio onde o clube bávaro joga e pelo qual também fizemos o tour. Como fica distante do centro de Munique, vale a pena combinar os dois programas. Nós passamos um ótimo dia por lá.

    Museu do Bayern, Munique, Futebol, Esportes4, Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    VALE SABER

    Funcionamento: Diariamente, das 10 às 18 horas (em dias de jogos do Bayern, só quem tem ingresso pode visitar o museu, que fecha quando o Munique 1860 joga na Allianz Arena)

    Preço: 12 euros — maiores de 14 anos; crianças entre 6 e 13 anos, 6 euros — menores de 5 anos, grátis

    Site: fcb-erlebniswelt.de

    9 | SPIELZEUGMUSEUM (MUSEU DE BRINQUEDOS, EM MUNIQUE)

    O tamanho diminuto parece adequado para um espaço que pretende expor brinquedos. O Spielzeugmuseum, em Munique, está instalado na torre do prédio medieval da antiga prefeitura da cidade (Altes Rathaus). Naquela ponta que se vê no canto da praça central de Munique, a cada andar uma salinha expõe a coleção do museu. É um programa rapidinho, que pode ser feito numa das muitas passadinhas que se dá pela Marienplatz quando se visita a capital da Baviera.

    Munique Marienplatz Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)

    Na visita, sobe-se de elevador até o 5º andar, para ir descendo depois. Uma estreita escada em caracol liga os pisos com brinquedos (são 4; um deles é fechado ao público) que inspiram ter muita história. As vitrines não têm cara de showroom de fabricante.

    A graça do Spielzeugmuseum está justamente na simplicidade. O acervo está mais para uma coleção de fato. Como se a vovó tivesse juntado os brinquedos de sua mãe, os seus e os das gerações futuras até chegar às atuais. A exposição inclui de artefatos do século 19 até exemplares mais modernos como bonecas e robôs. Antes do lançamento mundial recente da Barbie em várias silhuetas, foi curioso ver que a boneca também existia com cabelos ruivos ou escuros quando lançada.

    VALE SABER

    Funcionamento: Diariamente, das 10 horas às 17h30

    Preço: 4 euros — criança de 4 a 15 anos, 1 euro; ticket de família (com filhos de até 15 anos), 8 euros

    10 | KINDER MUSEUM (MUSEU DAS CRIANÇAS, EM FRANKFURT)

    Coleção de figurinha, de boneca, de dinossauro, de bolinha, de adesivo, de lápis de cor. Criança junta tudo. Adulto também, só muda o objeto de desejo. Alguns inventam de expandir isso e chegam a uma coleçãozona, a essência de um museu. Quando visitamos o Kinder Museum Frankfurt, vimos a exibição Sammelfieber — Von den Dingen und Ihrer Geschichte (algo como A Febre de Colecionar — Das Coisas e Sua História), que mostrava exatamente isso: como surgem e são feitas as coleções. Nosso filho montou a dele, com objetos disponíveis no programa interativo da exibição.

    Alemanha Criancas Viagem Frankfurt Museu Kinder Museum - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4) (777x1100)
    Alemanha Criancas Viagem Frankfurt Museu Kinder Museum - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (5) (1100x794)

    Parte do Historisches Museum Frankfurt, o museu histórico da cidade, o Kinder Museum foi aberto em 1972, com o objetivo de aproximar as crianças do universo dos museus, para formar o público do futuro. Quando pagamos as entradas, Joaquim recebeu um papelzinho com ‘tarefas’ para ir seguindo as partes visitadas na exposição sobre coleções. Ele curtiu ainda a sala com máquinas de escrever e outra com jogos de computador simulando restaurações em obras de arte.

    Alemanha Criancas Viagem Frankfurt Museu Kinder Museum - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)

    Pequenino, o museu é um programa tranquilo de fazer com crianças, pelo tamanho e pelo fácil acesso. Fica num ponto mais do que central da cidade, o Hauptwache. A estação de mesmo nome é o entroncamento das várias linhas de transporte de Frankfurt. Nós chegamos mesmo caminhando. O museu fica escondidinho no nível abaixo da praça, no mezzanino. Dá para comer sanduíches com as famosas salsichas alemãs no quiosque em frente à entrada. Nós aprovamos a dobradinha.

    VALE SABER

    Funcionamento: Terça a domingo, das 10 às 18 horas — durante as férias escolares alemãs, pode abrir também às segundas

    Preço: 4 euros — ticket de família, 9 euros

    Site: kindermuseum.frankfurt.de

    11 | DEUTSCHE BAHN MUSEUM (MUSEU DO TREM, EM NUREMBERG)

    Os mais de 180 anos de história da ferrovia na Alemanha são contados a partir de objetos e trens expostos — das velhas locomotivas a vapor aos modernos modelos de alta velocidade.

    Com 500 metros de trilhos e 30 miniaturas elétricas controladas por um funcionário do museu, uma grande maquete ganhou a atenção de Joaquim durante nossa visita a esse museu em Nuremberg. Para as crianças, há ainda o Kibala, área totalmente interativa e que inclui passeio a bordo de um trenzinho pelos quase 1.000m² do lugar.

    Crianca Trem Deutsche Bahn Museu Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1)

    VALE SABER

    Funcionamento: Terça a sexta, das 9 às 17 horas — nos fins de semana e feriados, das 10 às 18 horas

    Preço: 10 euros (quem tiver ticket de trem ou metrô do dia paga só 4 euros) – entre 6 e 17 anos, 2,5 euros; até 5 anos, grátis; bilhete familiar (2 adultos e até 4 crianças), 4 euros

    Site: dbmuseum.de

    12 | SPIELZEUGMUSEUM (MUSEU DE BRINQUEDOS, EM NUREMBERG)

    A relação de Nuremberg com a fabricação de brinquedos vem desde a Idade Média. A produção industrial local ganhou tanta importância no século 19 que a cidade virou referência mundial em matéria de brinquedo — a mais importante feira internacional do gênero é realizada, anualmente, desde 1950, e o museu reflete a evolução da sociedade a partir destes objetos.

    Aberto em 1971, o Spielzeugmuseum agrada à família inteira. Antigos passatempos de madeira, bonecas e suas casas ricamente decoradas, brinquedos mecânicos e miniaturas estão em exposição pelos 4 andares do casarão de fachada renascentista. No verão, a brincadeira se espalha pelo quintal onde funciona o Café La Kritz.

    VALE SABER

    Funcionamento: De terça a sexta, das 10 às 17 horas (sábados e domingos, até 18 horas; durante a feira internacional de brinquedos, até 20 horas)

    Preço: 5 euros (adulto); 5,50 euros (1 adulto e 3 menores de 18 anos) ou 10,50 euros (2 adultos e 3 menores de 18 anos)

    13 | JUNGES SHCLOSS — KINDERMUSEUM (MUSEU DAS CRIANÇAS, EM STUTTGART)

    Joaquim já havia experimentado um capacete de cavaleiro medieval e um chapéu de camponês no Landesmuseum Würtemberg, museu sobre história e cultura em Stuttgart. Quando visitamos o Junges Schloss, museu infantil instalado na mesma construção, o antigo castelo (Alten Schloss), ele subiu de vez na vida: botou não apenas a coroa, mas a roupa toda de rei.

    Alemanha Criancas Viagem Stuttgart Museu Kindermuseum Junges Schloss - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (7) (713x950)
    Alemanha Criancas Viagem Stuttgart Museu Kindermuseum Junges Schloss - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (5) (715x950)
    Alemanha Criancas Viagem Stuttgart Museu Kindermuseum Junges Schloss - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (768x1024)

    Chamado também de Kindermuseum (a esta altura, se você não sabe alemão como nós, já deve imaginar que se trata do museu das crianças), o setor é dedicado a exposições temporárias voltadas para a garotada. Achamos esse conceito muito interessante porque a meninada tem sempre algo novo para aprender por lá.

    As atividades são pensadas para envolver as crianças no tema proposto. Até 26 de junho de 2016, por exemplo, está em cartaz Römische Baustelle! Eine Stadt entsteh (numa tradução livre, Canteiro de Obras Romano! Uma Cidade Criada). Durante nossa visita, Quim participou de tudo que envolvia a exposição sobre a Rússia — diversas princesas de lá se casaram com nobres de Württemberg, trazendo influências e costumes de sua origem para a região no sul da Alemanha.

    Nosso filho escreveu no quadro-negro usando o alfabeto cirílico, viu de dentro de uma carruagem um filme com a paisagem que a nobre teria apreciado em sua viagem a partir da Rússia, montou quebra-cabeças com o mapa do roteiro percorrido, desenhou padronagens tipicamente russas em colheres de madeira. E ainda teve disposição para brincar de jogo da memória com uma das monitoras.

    VALE SABER

    Funcionamento: Terça a domingo, das 10 às 17 horas

    Preço: 3,50 euros — crianças entre 4 e 12 anos, 2 euros; até 3 anos, grátis; ticket de família (2 adultos e 2 crianças de 4 a 12 anos), 9 euros; bilhete de família pequena (1 adulto + 1 criança entre 4 e 12 anos), 5,50 euros

    Site: landesmuseum-stuttgart.de

  • Alemanha com crianças: nossa viagem em família pelo país

    Alemanha com crianças: nossa viagem em família pelo país

    “Mamãe, mamãe, pergunta se é montanha russa!” Aflito, Joaquim puxava meu braço sentado ao meu lado no carrinho do brinquedo da Legoland, parque de diversão que estava no nosso roteiro de viagem à Alemanha com crianças. Ele insistia, eu tinha de descobrir como seria o passeio por vir. Estávamos prestes a partir quando tentei rapidamente confirmar: “Tem looping?” “Não, não tem looping. É tranquilo”, respondeu o funcionário. Na verdade, me deu branco. Eu queria perguntar se era ‘roller coaster’, montanha russa em inglês. Mas, na pressa e na pressão, acabei trocando as voltas. O funcionário respondeu o que perguntei e me informou que o brinquedo não incluía ficar de cabeça para baixo.

    “Viu, não é montanha russa. Só deve ter aquele dragão no fim, só um sustinho, mas a gente já conhece”, expliquei ao meu filho, lembrando a atração da Legoland que fica dentro do Sony Center, em Berlim, cidade por onde havíamos começado nossa viagem em família pela Alemanha. Um mês pelo país juntos, Fernando e eu, com nosso filhote, então com 5 anos.

    Na Legoland Alemanha, castelinho abriga entrada da montanha-russa
    Brinquedo na Legoland em Berlim: um passeio pelo escuro

    Não muito convencido, Joaquim permaneceu sentado no carrinho. O percurso inicial era bobinho. Quim relaxou um pouco quando percebeu que os personagens eram parecidos com os da Legoland indoor que funciona na capital alemã — nós também. Tudo ia bem até surgir aquela bendita luz no fim do túnel. O carrinho avançou alguns metros e começou a subir os trilhos. Os três perceberam que estávamos prestes a descer em alta velocidade.

    “Mamãe, eu falei!!! É a montanha-russa do dragãozinhoooo!! E agora?!”

    “Agora grita, meu filho!”

    LEIA MAIS TEXTOS SOBRE ALEMANHA COM CRIANÇA

    Assim que saímos do brinquedo, Joaquim caiu numa crise de choro devido ao susto (e ao medo) por que passamos todos. Não, a montanha-russa não era nenhum exemplar ultrarradical, daqueles que leva ao delírio os adeptos na americana Flórida. Mas a família aqui é mais chegada à fantasia e à imaginação do que à adrenalina. Hoje Joaquim ri da história. Sempre com o adendo de que nunca mais quer ir à montanha-russa, igualmente seguido por outro: ‘Vamos voltar à Legoland?’

    Essa é apenas uma das muitas passagens da viagem que permanece viva para ele, e para nós também.

    A farra que fizemos quando nos molhamos na guerra de água no navio pirata, também na Legoland.

    Legoland Alemanha Crianca Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (1024x768)

    A euforia de descobrir cada detalhe do recém-inaugurado Königsburg, hotel em forma de castelo de brinquedo, onde dormimos dentro do complexo do parque das pecinhas. O ritual de ver a encenação dos bonecos da Torre da Prefeitura de Munique, na Marienplatz, praça central da cidade, acompanhado de um sorvete de baunilha (ainda o sabor preferido dele). O entardecer ao ar livre no alto do Hotel Bayerischer Hof, diante da linda vista da capital bávara.

    MUNIQUE DO ALTO DO HOTEL BAYERISCHER HOF

    A bagunça dos macaquinhos do Wilhelma, o zoológico de Stuttgart. A fofura dos pinguins narigudos e dos filhotinhos de urso polar gêmeos, no zoo de Munique. A brincadeira com os ursos-símbolo de Berlim.

    Berlim Urso Alemanha Crianca -Foto Nathalia Molina @ComoViaja (800x587)

    A diversão de caçar carimbos nas salas do SeaLife, aquário com unidades nessas duas últimas cidades.

    Munique Crianca SeaLife Parque Olimpico Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (800x600)

    A descoberta na prática da utilidade de mapas e de roupas de frio (e a dificuldade do nosso menino para aprender a vestir os dedinhos das luvas).

    Berlim, Crianca, Alemanha, Mapa Viagem -Foto Nathalia Molina @ComoViaja (717x800)

    A experimentação, a sensação de poder tocar o museu, que Joaquim viveu no Kinderreich — cantinho da meninada no gigante Deutsches Museum, em Munique — e no Kibala, o universo ferroviário em versão mirim dentro do DB Museum, museu da ferrovia em Nuremberg.

    A felicidade de encontrar a Sally no Museu Porsche, de Stuttgart.

    Museu da Porsche, Stuttgart, Alemanha, Viagem, www.comoviaja.com.br - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (13)

    As viagens de trem (e sua empolgação de estreante), com a Alemanha passando pela janela.

    Trem Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (2) (1280x950)

    A descoberta de Dürer (pintor-símbolo de Nuremberg) e sua representação em forma de boneco Playmobil. O vento a levantar os cabelos nas muitas escorregadas no castelo medieval no divertido parque dos bonecos cabeçudos, pertinho de Nuremberg.

    Playmobil FunPark Alemanha Parque Crianca Nuremberg - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6) (600x800)

    A alegria de ver sua mensagem enviada numa cápsula e de conseguir escrever o nome do Como Viaja na atividade voltada para crianças do Museum für Kommunikation, o museu da comunicação de Frankfurt.

    A invenção do sr. Pomme Frite, apelido que Joaquim ganhou por ter sido essa a primeira expressão em alemão que aprendeu, para garantir a batata frita de cada dia.

    SR. POMME FRITE ATACA EM FRANKFURT

    As muitas risadas pelas nossas brincadeiras com a língua, adaptações aportuguesadas que fazíamos com o alemão incompreensível para nós. A primeira viagem internacional do nosso menino.

    Viajar para a Alemanha com uma criança de 5 anos, que não lia em português tampouco falava inglês: foi o que decidimos fazer. Loucura? Para alguns, sim. Por tudo isso acima e por muitas outras lembranças que vamos contar aqui, eu digo que não — por motivos pessoais, não conseguimos publicar antes essa série sobre a viagem pela Alemanha com criança, mas agora vai! Nesta e na próxima semana, você acompanha textos sobre o que vivemos em família por Berlim, Munique, Günzburg, Stuttgart, Nuremberg e Frankfurt, nos deslocando sempre de trem entre os destinos.

    Trem ICE Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1280x960)

    Como é a Alemanha para criança?

    A Alemanha tem a imagem de ser sisuda, um lugar de adulto por fim. Quando se pensa no país europeu, pipocam referências que passam longe do universo infantil. Cerveja: para adulto. Segunda Guerra, nazismo e Muro de Berlim: assunto de adulto. Música eletrônica: ambiente de adulto. Sim, mas os alemães não nascem com 20 anos.

    Com 8,2 nascimentos para cada mil habitantes, o país tem a mais baixa taxa de natalidade do mundo — fica atrás até o Japão, de acordo com o estudo do Instituto de Economia Internacional de Hamburgo e da consultoria BDO divulgado em maio de 2015 — e as mulheres tem entre 1 e 2 filhos — a taxa de fecundidade, segundo o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, foi de 1,42 em 2013. Mas existem crianças. Quando se passa um mês por lá, como passamos, se vê a garotada. Não apenas ao ar livre, brincando em parquinhos ou sendo puxadas em carrinhos por professoras, mas também em museus. Durante nossa visita à Staatsgalerie, de Stuttgart, uma turminha de escola, com idades de 4 ou 5 anos, desenhava sentada diante de esculturas do gênio espanhol Pablo Picasso.

    Há diversos programas convidativos para se fazer em família na Alemanha. São parques de diversão temáticos, museus de brinquedos, passeios de pedalinho, áreas interativas para crianças em grandes museus e instituições dedicadas especialmente a elas, aquários e zoológicos muito bem estruturados.

    Munique Crianca Museu de Brinquedos Marienplatz Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (800x615)

    Os 4 zoológicos da Alemanha que visitamos são bem mais do que uma reunião de bichos à mostra. São programas completos para se passar um dia em família. O de Nuremberg fica numa área de bosque, com subidas e descidas para se ver os setores com animais. Tem até show de golfinhos. Já o de Munique é todo plano, excelente para caminhadas, com boa sinalização e um parquinho tentador — é capaz de você precisar lembrar seu filho de que há um monte de bichos à volta para ver. Em Berlim, colado à movimentada Kurfürstendamm, principal avenida da capital, somos transportados para a tranquilidade de um parque. E que lindeza é o Wilhelma, zoológico com jardim botânico de Stuttgart.

    As principais cidades turísticas alemãs mantêm incentivos para a viagem em família, por meio de pacotes ou passes de desconto em atrações. Os destinos ganham um apelo a mais nas datas festivas do ano, Natal e Páscoa: os mercados montados nas praças. A criançada se diverte em carrosséis. Inesquecível a emoção que provocou em mim a mistura de sentidos quando conheci em 2011 a Römerberg, praça medieval de Frankfurt. As luzes de Natal diante daquelas casinhas que parecem de boneca, o olfato impregnado pela canela dos enormes biscoitos de coração, o doce som do coral infantil.

    Eu estava sozinha nessa viagem, mas um desejo de ver meu marido e meu filho comigo ali despontou. Fernando tinha o sonho antigo de conhecer a Alemanha — a curiosidade pelo país, despertada na adolescência pelos vizinhos de família alemã, só aumentou na Copa de 2006, quando ele cobria esportes pelo canal ESPN. Mas, na hora de planejar as férias, tivemos dúvida se seria legal para Joaquim visitar um país com tanto conteúdo histórico. Não me refiro a lugares que retratam as atrocidades cometidas pelos nazistas. Se adultos, ficamos chocados com o teor, que dirá uma criança de 5 anos. Nos revezamos para visitar espaços como o Dokumentationszentrum Reichsparteitagsgelände, impressionante centro de documentação em Nuremberg sobre o nazismo.

    Nuremberg Centro de Documentacao sobre Nazismo Alemanha Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    Me refiro a pontos remanescentes de uma história bem mais remota, entre eles, os palácios de Charlottenburg (Berlim) e Residenz (Munique). De fato, Joaquim foi bem até certo ponto. Depois, apesar dos enredos malucos que contávamos para ele se sentir inserido, se cansava.

    Como se cansou ao visitar o Museu Imperial, em Petrópolis, na serra fluminense, ou a seção sobre numismática, no Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro (CCBB-RJ). Todos com explicações mais do que completas, extensas para uma criança tão pequena. No entanto, foi capaz de absorver e até de participar em atrações com recursos audiovisuais e interatividade (coisas dessas geração conectada desde cedo), mesmo onde o assunto não era nada leve, caso da exposição Die Mauer, panorama de Berlim dividida apresentado por artista Yadegar Asisi, no Checkpoint Charlie.

    Berlim, Asisi Panorama Alemanha -Foto Nathalia Molina @ComoViaja (600x800)

    O que fazer em família no país?

    Fascinante para adultos, a capital alemã pode não ter muito jeito de criança à primeira vista, mas, como sempre, surpreende. Como comprovam o Legoland Discovery Center, parque temático indoor dos bonecos amarelos, e o AquaDom & SeaLife, aquário com um elevador anexo que sobe entre peixes. No ‘ranking joaquino’ alemão, Berlim está bem cotada, com sua Torre de TV e seus famosos Ampelmännchen, bonequinhos verde e vermelho do sinal de trânsito da antiga Alemanha Oriental.

    Torre de TV, Berlim, Alexanderplatz, Alemanha -Foto Nathalia Molina @ComoViaja (951x1280)

    Combinar Berlim com Munique dá uma mistura interessante de estilos e programas. Na capital da Baviera, em qualquer direção que se tome há programas para a meninada: do Kinderreich, reino da garotada no Deustches Museum, ao território do Bayern, com o museu e a Allianz Arena, onde passamos um dia muito divertido — e contamos aqui. No Englischer Garten, extenso parque de Munique, Joaquim correu, pulou e escalou os brinquedos de madeira, bem ao lado do Biergarten da Chinesischer Turm (Torre Chinesa). Enquanto os pais se lambuzam com salsichas e a renomada cerveja da Baviera, a criançada se suja na areia.

    Munique Crianca Englischer Garten Biergarten Torre Chinesa Alemanha Familia Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (3) (800x600)

    Munique Crianca Englischer Garten Biergarten Torre Chinesa Alemanha Familia Viagem - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (1) (800x600)

    LEIA MAIS TEXTOS SOBRE ALEMANHA COM CRIANÇA

    O sul da Alemanha tem mesmo muitas possibilidades de roteiro para quem viaja com criança. Por exemplo, juntar Munique e Stuttgart e visitar os museus de automóveis BMW, na primeira, e Museu Mercedes e Museu Porsche, na outra.

    Quem vai a Munique ou a Stuttgart pode ainda dar um pulo à Legoland, parque temático em Günzburg, cidade no meio do caminho, a cerca de uma hora de trem das duas outras. Dá para fazer bate-volta, mas nós não recomendamos. O ideal é dormir por lá e, assim, evitar correria com os filhos e ainda aproveitar pelo menos um dia inteirinho nos brinquedos.

    Para conhecer o Playmobil FunPark, parque de diversão dos simpáticos bonecos, localizado em Zirndorf, cidadezinha onde foram inventados, dá para se hospedar na vizinha Nuremberg tranquilamente. Com o Playmobil FunPark e a Kibala (setor infantil do DB Museum, que leva o nome da empresa de trens do país, a Deutsche Bahn), a cidade da Baviera combina bem com Munique como uma outra opção de roteiro de viagem com criança.

    E a língua dificulta?

    Ninguém em casa fala alemão. A gente se comunicava em inglês, algo muito usual nas cidades turísticas da Alemanha. Nos parques de diversão, situados em municípios menores da Baviera, o idioma nacional prevalece na maior parte do tempo. Aconteceram situações em que a gente teve de apelar para o jogo de mímica, como no jantar no restaurante dentro do complexo da Legoland, em que garçons tiveram dificuldade para tirar dúvidas em inglês. Mas, de um modo geral, os funcionários da recepção e de brinquedos do parque conversavam na língua inglesa.

    Legoland Günzburg Hotel Alemanha Crianca Viagem Restaurante do Complexo - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (549x640)

    O idioma, para nós, não foi um problema. Pelo contrário, num mundo tão globalizado, foi especial experimentar férias legitimamente alemãs, se misturar a famílias do país e ver o modo como os locais se divertem com seus filhos durante a folga de verão. Até para viver mais essa sensação, não ficamos preocupados em ter o controle de tudo durante a viagem. Talvez isso explique por que fomos parar na tal montanha russa do início do texto. Durante um mês na Alemanha com nosso menino, nos jogamos naquele mundo novo que se revelava dia a dia.

    Joaquim voltou da viagem com mais vontade de aprender. Tudo. Sempre foi um garoto curioso, e isso ajudou muito na hora de ouvir explicações sobre pontos turísticos, reis e afins de uma terra distante da sua realidade. Resultado de um mês ausente na escola para conhecer a Alemanha? Ele terminou o ano sabendo ler e escrever em português e interessado pelo inglês, língua até então desimportante para ele.

    Ah, e ainda ganhou a Copa do Mundo! Consequência da nossa visita ao Museu do Bayern e à Allianz Arena, em Munique, nosso menino, que nem é louco por futebol, torceu pela Alemanha no Mundial do Brasil. Antes do fatídico 7 x 1 que levamos dos germânicos, Quim prenunciou: ‘A Alemanha vai ganhar, eu vou torcer para ela.’ Antes nós tivéssemos escutado…

    Escolhemos viajar para a Alemanha e montamos o roteiro com base nas cidades e nas atrações que desejávamos visitar para escrever sobre elas no Como Viaja. A viagem teve apoio do Turismo da Alemanha no Brasil e dos representantes de Berlim, Munique, Stuttgart, Nuremberg e Frankfurt, aos quais agradecemos pelo suporte oferecido de diferentes maneiras em cada destino.
    As passagens aéreas e várias despesas dessa viagem de 1 mês pela Alemanha (entre elas, alimentação, transporte, atrações e diárias em alguns hotéis) foram pagas por nós
  • Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    Museu Mercedes-Benz, na Alemanha: como é a atração de Stuttgart

    ATUALIZADO EM 31 DE MARÇO DE 2019

    Meu coração é de Maria, mas viajo com Mercedes. A frase me saltou aos olhos quando a li em um para-choque de caminhão no meu tempo de criança. Essa gaiata declaração de amor feita à base de um trocadilho é para mim o melhor texto de publicidade escrito fora da publicidade. Ideia simples, um paradoxo em se tratando de uma marca luxuosa como Mercedes–Benz. Vencidos mais de 130 anos da invenção do automóvel, os carros da estrela de três pontas permanecem como símbolo de status, de algo para poucos. Já o museu da montadora, em Stuttgart, na Alemanha, anda na contramão da suposta imagem elitista.

    [ppromo_passagens origin=”SAO” destination=”FRA” limit=”02″ month=”04″ tags=”museu mercedes”]

    Como é o Museu Mercedes-Benz

    Instalado em um lindo prédio futurista, que chama atenção à medida que você se aproxima dele, o acervo do museu de nove andares está dividido em duas exposições: Legend Rooms e Collection Rooms. Ao todo, são 160 veículos e cerca de 1.500 objetos expostos. Circulando por seus 16.500 m², você não esbarra tanto em potenciais compradores nem machos clássicos, daqueles que entendem tudo sobre quatro rodas.

    O Museu Mercedes é um espaço bem bacana para quem se interessa por história. Isso faz dele um programa ideal para adultos e crianças, como nós comprovamos durante nossa viagem em família pela Alemanha.

    O que fazer no Museu Mercedes

    O tour começa pelo alto. O elevador com pinta de cápsula do tempo leva o visitante a 1886, ano em que Götlib Daimler e Karl Benz buscavam criar, cada um em um canto da Alemanha, o primeiro automóvel movido por motor de combustão interna.

    A partir do salão onde estão expostos veículos pioneiros como o Benz Velo, de 1894, você é levado a percorrer os andares do museu por meio de rampas — super viável para cadeirantes. Painéis localizados à esquerda da descida contam de forma cronológica passagens da história da Mercedes — da junção dos rivais Benz e Daimler ao papel inovador que a marca sempre exerceu no mercado automobilístico, sem se esquecer do contexto mundial em que os fatos transcorreram.

    Nathalia e eu, que adoramos história, concluímos que se não houvesse um mísero carro exposto a visita teria valido a pena mesmo assim. Já o nosso filho, Joaquim, que ainda não sabia ler,  ficou atento às fotos. Quando reconheceu os Beatles — associados em um painel a uma determinada passagem da trajetória da Mercedes — ele parou e quis saber o que faziam naquela imagem os caras que cantam Don’t Let Me Down (“Du lé mi daun”, como dizia o Quim aos 3 anos).

    Nas sete Legend Rooms são apresentados lendários carros que ilustram um período histórico a partir de um tema central: da invenção do automóvel às inovações no campo da segurança — a Mercedes foi pioneira na criação do air-bag e do sistema de freio ABS, por exemplo.


    Booking.com

    Um piso inteiro conta o nascimento da marca Mercedes, batizada com o nome da filha de Emil Jèllinek, homem de negócios e piloto vocacional, cujas vitórias nas pistas ajudaram a impulsionar as vendas dos primeiros veículos da empresa na Europa.

    O que ver no museu na alemã Stuttgart

    Mais do que modelos de passeio, a Mercedes também se especializou na fabricação de veículos pesados, de serviços de emergência e para transporte de massa. Nas áreas chamadas de Collection Rooms estão expostos táxis, vans, ônibus, carros de polícia e de bombeiro, ambulâncias e até o papamóvel, tudo o que for capaz de fazer a criançada ficar vidrada naqueles brinquedinhos avantajados. Quando visitamos, havia lá também um caminhão parecido com o que vi na infância, mas sem a frase antológica no para-choque. Merecia estar escrita.

    Collection Rooms e Legend Rooms são exposições independentes, mas conectadas a cada andar. À direita fica o espaço dos veículos Collection. Se preferir ver apenas os Legend, vá para a esquerda e desça a rampa. O acervo completo consome duas horas de tour, aproximadamente.

    Os dois percursos terminam numa curva fechada intitulada Flechas de Prata — Corridas e Recordes. Nessa área comprova-se o poder da Mercedes em diversas categorias do automobilismo, das provas do turismo europeu à Fórmula 1, com destaque para os carros pilotados nos anos que antecederam a Segunda Guerra — tempo em que surgiu o mito das Flechas de Prata, assim chamados pela imprensa devido à ausência de pintura na lataria dos carros. Vê-se ainda os modelos que levaram o argentino Juan Manuel Fangio a dois de seus cinco títulos mundiais, e os carros que marcaram o retorno da Mercedes à Fórmula 1 com uma equipe própria, ocorrido em 2010, depois de 55 anos de ausências das pistas.

    Museu Mercedes, Alemanha - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (14) (800x457)
    Mercedes-Benz, um mito das pistas de corrida

    VALE SABER

    Endereço: Mercedesstrasse, 100

    Transporte: A partir da estação central de Stuttgart, pegue a linha 1 do S-Bahn no sentido Kirchheim (Teck), desça em NeckarPark (Mercedes-Benz) e siga as placas que indicam o caminho do museu, a uns 15 minutos de caminhada. Em dias de jogos do Stuttgart, cujo estádio fica próximo, o acesso ao museu pode estar restrito. Portanto, use o transporte público para chegar ao Mercedes-Benz Museum

    Horário: De terça a domingo, das 9 às 18 horas (a bilheteria fecha 1 hora antes)

    Ingresso: adultos, 10 euros; jovens entre 15 e 17 anos e pessoas acima de 60 anos, 5 euros (menores de 14 anos entram de graça, se estiverem acompanhados por um adulto). A taxa inclui o áudio-guia, disponível em oito idiomas. Não há versão em português.

    Até 30 de junho de 2020, quem visitar o Museu Mercedes terá desconto de 25% na compra do ingresso para o Museu Porsche, mediante apresentação do bilhete. E vice-versa

    Alimentação: O café-bar do 1° andar (terça a domingo, das 9 às 18 horas) oferece de refeições rápidas a sanduíches. Durante o verão, sentar-se no terraço do restaurante (terça a domingo, das 10 às 19 horas) é ideal para saborear pratos da cozinha regional e internacional enquanto se admira a bela arquitetura do museu

    Site: mercedes-benz-classic.com/museum


    *
    Visita feita a convite do Museu Mercedes e do Turismo de Stuttgart



    Booking.com

  • Museu Porsche, em Stuttgart, na Alemanha

    Museu Porsche, em Stuttgart, na Alemanha

    O Museu Porsche, em Stuttgart, na Alemanha, fica colado à estação de trem e oferece um bom desconto na compra do ingresso até 2020. Veja como foi nossa visita a esse santuário da esportividade na terra do automóvel

    ATUALIZADO EM 15 DE DEZEMBRO DE 2017

    Você salta do trem e, da plataforma, escuta o berro grave de um motor que rasga a aparente tranquilidade daquela região. Um som uniforme, de respeito, um alerta para que você tenha a exata noção de onde foi parar. Você identifica um vulto azul como responsável por aquela ruidosa saudação de boas-vindas.

    Em frente à estação um prédio futurista parece flutuar. Você está a poucos metros do Museu Porsche, em Stuttgart, na Alemanha. Da saída da Neuwirtshaus não são necessários mais do que dois minutos de caminhada para se alcançar a entrada desse santuário da esportividade.

    MUSEU PORSCHE, EM STUTTGART, ALEMANHA – Fotos: Nathalia Molina @ComoViaja

    Como é o Museu Porsche

    O clima é de devoção. Pelo menos foi a impressão que eu, sujeito não aficionado por carros, tive quando visitei os mais de 5.000 metros quadrados do acervo, que reúne 80 exemplares.

    Diante de cada modelo em exposição, homens feitos parecem crianças em frente a uma vitrine de brinquedos. Máquinas profissionais ou celulares à mão, fotografam cada ângulo daqueles automóveis. Procuram um clique diferente, inédito, revelador. Nem um motor exposto escapa da sanha das lentes. Perdoai-vos, senhor! Eles são adoradores de Porsche.

     

    O que fazer no Museu Porsche

    Percorre-se o museu em pouco mais uma hora se você não for do tipo que lê cada explicação contida nas placas ao lado dos carros. Notei que a turma do flash quase não fez isso. Provavelmente sabem tudo sobre a história daquelas máquinas. Já meu conhecimento sobre Porsches vem do cinema. A propósito, nunca vi um desses carros estacionados ou guiados abaixo da linha dos 120 por hora nos filmes.

    Minto. Sally, a charmosa Porsche Carrera do filme Carros não demonstra pressa na maior parte das cenas da animação produzida em parceria pela Pixar-Disney. E foi calmamente que Sally chegou a Stuttgart, em fevereiro de 2014, e permaneceu em exposição por três meses, para alegria do meu filho, Joaquim, fã da animação. Era parte das mostras especiais criadas pelo museu, maneira encontrada pela Porsche para mostrar seu espírito inquieto, de constante renovação.

    Em 2018, a montadora comemora os 70 anos da criação do primeiro carro esporte batizado com a marca Porsche, o 356 Roadster. A exposição especial 70 Years Porsche Sportscars será aberta em 9 de junho.

    Tive a sorte de ver em cartaz a mostra 24 horas para a Eternidade, dedicada a contar a história da Porsche nas 24 horas de Le Mans, tradicional corrida de resistência disputada na França desde 1923. A exposição marcava o retorno da montadora de Stuttgart à prova depois de 15 anos. Dispostos como se estivessem em uma pista, mais de 20 carros ajudavam a repassar a participação da Porsche na prova, da qual é recordista com 19 títulos.

    Naquele fim de semana da corrida, o museu ficou aberto pela primeira vez de forma ininterrupta, das 9 horas da manhã de sábado às 6 da manhã do domingo. Fãs puderam assistir à prova em monitores dentro e fora do prédio. A entrada no fim de semana especial foi gratuita.

    Museu da Porsche, Stuttgart, Alemanha, Viagem, www.comoviaja.com.br - Foto Nathalia Molina @ComoViaja

    A primeira vitória da montadora em Le Mans ocorreu em 1970, mesmo ano em que foi produzido filme homônimo, estrelado por Steve McQueen, notório fã de automobilismo. O ator norte-americano tinha intenção de disputar a corrida para valer ao lado do piloto Jackie Stewart, mas McQueen apenas conduziu o modelo 908, equipado com câmeras que captaram cenas da corrida. Lançado no ano seguinte, o filme não fez sucesso.

    Em 1979, o também ator Paul Newman conseguiu um 2º lugar guiando um Porsche 935 na categoria que reunia pilotos profissionais e amadores. Amante da velocidade, Newman montaria sua própria escuderia anos mais tarde, mais especificamente na Fórmula Indy.

    O primeiro carro

    O nascimento de um mito como Porsche poderia perfeitamente estar nas telas do cinema. Conceitos de velocidade, potência e design sempre estiveram entre os desafios a serem vencidos pelo fundador da marca, Ferdinand Porsche. Austríaco nascido numa cidade que hoje faz parte da atual República Tcheca, ele esteve envolvido com inúmeros projetos da Daimler, empresa que daria origem à Mercedes-Benz, em 1929. Dois anos mais tarde, Porsche abriria seu próprio escritório de engenharia, com uma equipe que incluía seu filho, Ferdinand Anton Porsche, ou Ferry, como ficou conhecido.

    MUSEU DA PORSCHE – Foto: Porsche AG/Divulgação

    O velho Ferdinand foi o homem que deu vida ao Fusca, veículo popularizado na Alemanha de Hitler. De suas pranchetas nasceram também duas máquinas de guerra: os tanques Tiger e Elefant.

    Por sua ligação com os nazistas, Ferdinand Porsche terminou preso na França ao fim da Segunda Guerra. Nos quase dois anos em que esteve detido, Ferry foi quem levou adiante a fábrica em ritmo quase artesanal, e criou em 1948 o primeiro carro identificado com o nome Porsche: o 356, modelo nascido a partir de conceitos do Fusca, como o motor traseiro, por exemplo.

    Produzido até meados dos anos 1960, o carro ainda não era veloz e potente como seu sucessor, o 911, lançado no Salão do Automóvel de Frankfurt, em 1963.

    De lá para cá, o modelo 911 passou por evoluções. Concebido para corridas, o Carrera foi criado nos anos 1970. Virou um mito. O som de seu motor é rouco e alto, com um chiado ao fundo que lembra um assobio, como quem convoca alguém a dar uma volta. Num dos vários pontos interativos do museu, é possível ouvir o motor do 911 e de outros modelos pisando abaixo de círculos com áudio. 

     

    Outro momento interativo que faz sucesso é a possibilidade de entrar num Porsche.

    Em Carros, Sally Carrera convida o protagonista Relâmpago MacQueen, um promissor e veloz carro de corrida, a dar uma volta pela Rota 66. Antes de deixá-lo comendo poeira na lendária rodovia dos Estados Unidos, a simpática personagem usa uma frase que poderia servir de provocação para quem ficou com vontade de visitar o Museu da Porsche em Stuttgart: ‘E aí, você vem ou não vem?’

    Reserve seu hotel em Stuttgart pelo Booking

    VALE SABER

    Endereço: Porschplatz, 1

    Transporte: O museu fica ao lado da estação Neuwirtshaus (Porscheplatz). A linha que leva até lá é a S6, no sentido Weil der Stadt — fique atento pois também servem os trens com o letreiro escrito Leonberg ou Renningen, estações anteriores ao ponto final, mas posteriores à parada do museu. Da Hauptbanhof (estação central), são apenas quatro estações, nem 20 minutos de trajeto

    Museu da Porsche, Stuttgart, Alemanha, Viagem, www.comoviaja.com.br - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (4)

    Funcionamento: De terça a domingo, das 9 às 18 horas

    Preço: adultos, 8 euros; crianças até 14 anos, 4 euros (menor de 14 anos, grátis, desde que acompanhado por um adulto). Até 30 de junho de 2020, quem visitar o Museu Porsche terá desconto de 25% na compra do ingresso para o Museu Mercedes, em Stuttgart, na Alemanha

    Alimentação: Há um café e um restaurante no museu (não comemos por lá)

    Compras: Na loja, miniaturas, camisetas, pôsteres e livros estão à venda. É legal a vitrine com carrinhos entre as listras

    Dicas: Na entrada do museu, ventava muito em abril. Há armários para guardar mochilas, casacos ou bolsas. Tenha moeda de 1 euro para encaixar atrás da fechadura e destravar a chave. Ela pode ser retirada de volta na saída

    Site: www.porsche.com/museum

     

    Museu da Porsche, Stuttgart, Alemanha, Viagem, www.comoviaja.com.br - Foto Nathalia Molina @ComoViaja (6)


    *
    As entradas nos foram dadas como cortesia, a convite do Museu Porsche e do Turismo de Stuttgart

  • Cidades da Alemanha para turismo e o que fazer em cada uma

    Cidades da Alemanha para turismo e o que fazer em cada uma

    Conectadas por trem, as 11 principais cidades da Alemanha para turismo rendem bons roteiros no país europeu.

    Algumas combinações interessantes são Berlim com Dresden – a capital alemã é vibrante e moderna, e a outra, barroca – ou o trio Munique, Stuttgart e Nuremberg, uma viagem marcada por história, automóveis e cervejas pelo sul do território alemão.

    Os destinos mais visitados por brasileiros são Berlim, Munique e Frankfurt. Mas as maiores cidades para turismo na Alemanha, pela número de atrativos e pela excelente infraestrutura, vão além desse trio.

    Hamburgo, Stuttgart, Colônia, Nuremberg, Dresden, Leipzig, Hannover e Düsseldorf também recebem muitos turistas. Conheça um pouco dessas 11 cidades alemãs, suas curiosidades e principais pontos turísticos.

    Berlim, a virbrante capital da Alemanha

    O Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) e o Parlamento Alemão (Reichstag) são marcos da capital da Alemanha.

    A cidade que mais atrai visitantes brasileiros possui 400 galerias de arte e três casas de ópera em funcionamento.

    A agitada vida noturna, os 1.500 eventos diários e as exposições da Ilha de Museus, Patrimônio Mundial da Unesco desde 1999, fazem a festa dos turistas que buscam cultura e entretenimento.

    Berlim é dos bares, pubs e clubes noturnos que funcionam até de madrugada. E da gastronomia que não se limita ao currywurst (a típica salsicha com curry que, a propósito, merece ser saboreada).

    É das compras na KaDeWe e na tradicional Kurfürsterdamm, avenida que mantém vivo muito de seu charme.

    Não deixe de circular também pela antiga Berlim Oriental, onde ficam ícones da cidade, como a Torre de TV da Alexanderplatz e a catedral (Berliner Dom).

    Símbolos da era comunista viraram atrações na capital alemã: os Ampelmännchen, bonequinhos da sinalização de trânsito, e o Trabant, carro-padrão da República Democrática da Alemanha.

    Vá o DDR Museum, máquina do tempo que leva o visitante ao cotidiano na era comunista. É possível ainda ver um trecho do Muro em pé, hoje uma galeria de arte (a East Side Gallery) e um ponto de checagem da época em que a cidade estava dividida (o Checkpoint Charlie).

    E, não importa a direção a ser tomada, há uma Berlim a ser explorada também com crianças, em atrações como o Berlin Zoo, o mais antigo zoológico da Alemanha, e o Legoland Discovery Center, nas proximidades da Potsdamer Platz.

    | Reserve hotéis em Berlim |

    Munique: a terra da Oktoberfest

    A capital da Baviera é lembrada pela Oktoberfest, maior festa de cerveja do mundo, imitada em outros tantos países.

    No sul da Alemanha, Munique oferece área verde ao ar livre, museus, compras e bons lugares para comer e beber as delícias da Baviera, acompanhadas do Bretzel, pãozinho típico em formato de coração.

    Seus jardins de cerveja, os biergartens, são mundialmente famosos. De junho a setembro, tomam-se ali ótimos copões, com o líquido devidamente resguardado pela Lei da Pureza da Cerveja, escrita em 1516.

    A Marienplatz é praça principal desde a fundação da cidade. É considerada a sala de visitas de Munique e muito conectada por linhas de metrô e ônibus.

    Nas ruas de seu entorno estão lojas, restaurantes e cartões postais, como a Frauenkirche (igreja de inconfundíveis cúpulas verdes) e o Viktualienmarkt, o mercado de alimentos frescos.

    Antiga morada dos reis bávaros, o Residenz exibe ao público seus ambientes decorados e um bonito jardim, o Hofgarten.

    No Englischer Garten, um dos maiores parques urbanos do planeta, pode-se relaxar tomando cerveja no biergarten da Torre Chinesa (Chinesischer Turm), andar de pedalinho, caminhar ou observar o surfe nas margens do Isar, principal rio da cidade.

    Com 50.000 m² de área, o Deutsches Museum é um dos primeiros museus de ciência e tecnologia do mundo.

    Nele, as crianças têm um espaço só delas, o Kinderreich. Vale também ir até a Allianz Arena, fazer o tour pelo estádio e visitar o Museu do Bayern de Munique.

    Dê ainda um giro pelo moderno Museu da BMW, vizinho ao parque olímpico. Palco dos Jogos de 1972, o é estádio aberto à visitação. Ao lado, estão a torre de TV com vista panorâmica e um aquário SeaLife.

    | Reserve hotéis em Munique |

    Frankfurt: o centro financeiro da Alemanha

    Uma cidade, duas vertentes: riqueza cultural e financeira. Na margem sul do Rio Meno, Frankfurt é conhecida pela impressionante sequência de 13 museus (Museumsufer).

    Em prédios do século 19 restaurados funcionam preciosidades como o Städel, com obras de arte de sete séculos, e o Museum für Moderne Kunst, dedicado à arte moderna. No Centro, há até um museu para formar novos frequentadores de museu, o Kinder Museum Frankfurt.

    Os arranha-céus de Frankfurt contrastam com a arquitetura do Centro Histórico. A cidade é sede da Bolsa de Valores da Alemanha, do Euro e tem escritórios de 300 instituições financeiras internacionais.

    Suba à plataforma panorâmica da Main Tower para admirar a vista de Frankfurt.

    Um giro pela parte antiga da cidade inclui a visita à linda praça central, a Römerberg. A casa de Goethe, grande nome da literatura alemã, é outro ponto turístico no Centro.

    Ao fazer uma pausa para saborear pratos da culinária da Alemanha, prove o vinho de maçã, bebida típica da cidade.

    Dona do maior aeroporto da Alemanha, a cidade de Frankfurt é a porta de entrada para o turismo de negócios no país.

    No calendário de eventos da cidade, destaque para a anual Feira do Livro e o Salão Internacional do Automóvel, com as novidades do setor a cada dois anos.

    | Reserve hotéis em Frankfurt |

    Stuttgart: a cidade das fábricas de automóveis

    Arte e velocidade andam juntas em Stuttgart. Mercedes-Benz e Porsche possuem museus na cidade. Eles mantêm suas coleções e contam a história do automóvel, inventado na Alemanha em 1883.

    Essa paixão pelos carros fica ainda evidente durante a Retro Classics, a maior feira de automóveis antigos da Europa, realizada anualmente em março.

    Para ver arte, no sentido tradicional da palavra, visite a Staatsgalerie Stuttgart, com trabalhos de mestres modernos e contemporâneos, e o Stuttgart Kunstmuseum, onde estão guardadas cerca de 15 mil obras de arte moderna.

    Em Stuttgart, não deixe de visitar as coleções de arqueologia e de etnologia do Landesmuseum, que possui uma área específica para crianças, o Junges Schloss.

    Nos dias ensolarados, os passeios pela cidade pedem atrações ao ar livre. Estender-se pelo gramado da praça em frente à antiga residência real (Neues Schloss) é programa para turistas e locais.

    E inclua eu seu roteiro uma ida ao Wilhelma, o primoroso jardim botânico e zoológico criado pelo rei Guilherme I.

    Stuttgart faz parte de uma das 13 regiões produtoras de vinho da Alemanha, com rótulos premiados. As propriedades estão localizadas nas encostas da cidade e prontas para receber visitantes.

    Uma vassoura pendurada na porta é o sinal para você entrar e desfrutar de uma taça de Trollinger ou Lemberger, por exemplo. Se possível, saboreando o maultaschen, o ravióli da região da Suábia.

    | Reserve hotéis em Stuttgart |

    Nuremberg: a melhor salsicha e o Playmobil

    O centro antigo de Nuremberg fica dentro de uma muralha. Nele, destaca-se o Kaiserburg, castelo no alto da colina, de onde se tem plena vista da cidade.

    Nuremberg passou por uma enorme e meticulosa reconstrução depois de ser praticamente destruída pelos bombardeios dos Aliados, em 1945.

    Interessados na Segunda Guerra encontram pontos ligados ao assunto, casos do Centro de Documentação do Nazismo, que conta como foi a ascensão do regime liderado por Adolf Hitler, e do Memorial do Tribunal de Nuremberg, onde ocorreram os julgamentos dos crimes cometidos no conflito mundial.

    Não deixe de provar a bratwürst, deliciosa salsicha local que pode ser encontrada tanto em tabernas medievais como o Zum Gulden Stern ou em barraquinhas de rua, na forma do sanduíche drei im weggla. No inverno, experimente também o lebkuchen, pão de mel típico de Nuremberg.

    A cidade no norte da Baviera tem um dos mais famosos mercados de Natal da Alemanha. Ocupa todo o centro antigo, com uma área dedicada às crianças.

    Nuremberg é bem receptiva aos pequenos, que podem conhecer os trens da Alemanha na Kibala (área infantil do Deutsche Bahn Museum), visitar o zoológico Tiergarten e se divertir no Playmobil Fun Park, parque dos bonequinhos na vizinha Zirndorf.

    | Reserve hotéis em Nuremberg |

    Hamburgo: o porto do norte da Alemanha

    Maior cidade portuária da Alemanha, Hamburgo é banhada por dois rios, o Elba e o Alster. Não é à toa que o mercado de peixe é uma atração aos domingos.

    Na região de Speicherstadt, o conjunto de armazéns do século 19 abriga museus atualmente, caso do Miniatur Wunderland, a maior maquete de ferrovia do mundo.

    Bairro em transformação, Hafen City une opções de lazer e de serviços, em um cenário que alterna modernos prédios comerciais e residenciais com velhos galpões de tijolinho às margens do rio.

    O futurista prédio da Filarmônica do Elba é um dos marcos dessa revitalização do cais. Todo mês de maio, Hamburgo comemora o aniversário de seu porto, com festa em terra e desfile de navios.

    Por leitos e canais é possível descobrir um outro lado da segunda maior cidade da Alemanha tomando uma embarcação a partir de Landungsbrücken, píer que no verão europeu ganha ares de praia.

    Em solo firme, recomenda-se uma visita à Igreja de São Miguel, à prefeitura de Hamburgo e um giro pelo circuito de compras da região de Mönckebergstrasse.

    Zona boêmia da cidade, St. Pauli concentra bares e pubs, além de bordéis.

    Acredite, foi nesse pedaço de mal caminho de Hamburgo que os bem comportados Beatles fizeram seus primeiros shows.

    | Reserve hotéis em Hamburgo |

    Colônia: a catedral gótica e o perfume

    A cidade alemã de Colônia e sua catedral são consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco. É na igreja em estilo gótico, famosa pela torres de 157 metros de altura, que está a urna com os restos mortais dos três reis magos.

    Em Colônia, existem 12 igrejas de arquitetura românica e 42 museus. Lá também fica a maior universidade da Alemanha (Universität zu Köln), o que confere à cidade espírito jovem e vida noturna agitada, especialmente nos bairros de Friensenvertel, Belgisches Viertel (o alternativo bairro belga), Südstadt e no antigo distrito industrial de Ehrenfeld.

    Outros destaques locais são o Carnaval, com desfiles pelas ruas, e o Luzes de Colônia, festival de fogos de artifício que iluminam a noite da cidade, todos os anos, no 2º fim de semana de julho. Colônia é ainda a cidade do perfume: lá são encontradas as sedes de fábricas bem antigas da Alemanha, como a Farina, fundada em 1792.

    Não deixe de provar a Kölsch. Mais do que uma cerveja artesanal, seu nome é sinônimo de um jeito de ser da maior cidade às margens do rio Reno. Essa vocação para celebrar a vida e liberdade faz de Colônia referência em matéria de eventos e atrações para a comunidade GLS.

    | Reserve hotéis em Colônia |

    Düsseldorf: o destino alemão da moda

    O assunto aqui é moda. Düsseldorf tem um luxuoso boulevard para compras, o Königsallee. Kö, para os íntimos, concentra vitrines de marcas como Armani, Jil Sander e Prada, entre outras grifes, internacionais. Hotéis de luxo e cafés completam o cena sofisticada da cidade.

    Se estiver em busca algo mais em conta, vá a uma das 120 lojas do Düsseldorf Arcaden, em Bilk. Em bairros como Flingern encontram-se moda alternativa e produtos de novos estilistas.

    Experimente também percorrer as ruelas do Centro Histórico. De dia, visite atrações como a Basílica de Lambertus e a Torre do Castelo. À noite, nessa mesma região da cidade, sente-se em um dos 260 restaurantes, bistrôs e pubs, que, alinhados, formam quase um único bar.

    Lugar de encontro, a orla do Rio Reno se estende do centro antigo à moderna área de MedienHafen. Ali, restaurantes e lounges agitam a região renovada por arquitetos como Frank Gehry e David Chipperfield.

    | Reserve hotéis em Düsseldorf |

    Dresden: a barroca reconstruída após a Segunda Guerra

    Dresden foi arrasada pelos bombardeios da Segunda Guerra. É impressionante ver o trabalho de reconstrução da Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora), que reaproveitou parte dos tijolos originais.

    Situada no vale do Rio Elba — e chamada de Florença da Alemanha — a cidade possui maravilhas da arquitetura barroca, como o Palácio Zwinger, erguido no século 18.

    Possui ainda 12 museus imperdíveis no Palácio Real (Dresden Residenzschloss) e música de qualidade, ouvida no Semperoper (teatro para ópera, concerto e balé) ou em apresentações nos clubes de jazz que estão na Prager Straße, no centro histórico.

    No mercado de Natal mais antigo da Alemanha, a tradição fica por conta do stollen, o bolo típico de Dresden. Se tiver um tempinho a mais na viagem, faça um bate-volta até a vizinha Meissen, cidade famosa pela porcelana que fabrica.

    | Reserve hotéis em Dresden |

    Leipzig: a música clássica e seus mestres

    A trilha sonora aqui é clássica. A visita a Leipzig é embalada por Wagner, Schumann e Mendelssohn. Bons programas incluem apresentações na Leipzig Gewandhaus (a sala de concertos) e do Coral dos Meninos de São Tomás, fundado há 800 anos na igreja de mesmo nome (Thomaskirche) e que teve Bach como regente.

    Um tour de 5 km percorre outros locais onde esses mestres da composição viveram, trabalharam e frequentaram, como o Zum Arabischen Coffe Baum, um dos mais antigos cafés da Europa, aberto em 1711. Essa estreita ligação da cidade com a música também pode ser confirmada em uma visita ao Museu dos Instrumentos, com um dos maiores acervos do gênero.

    Do ponto de vista histórico, Leipzig teve um importante papel para a queda do Muro de Berlim e o consequente fim da divisão da Alemanha em duas, em 1989, a partir dos protestos pacíficos promovidos pela população, em especial na Igreja de São Nicolau (Nikolaikirche).

    | Reserve hotéis em Leipzig |

    Hannover: os parques e jardins

    A imagem de centro mundial das feiras de negócios é a face mais falada e divulgada de Hannover. A cidade, no entanto, começa a ficar igualmente conhecida pelos grandes espaços verdes e pelas políticas de sustentabilidade nas últimas duas décadas. Por isso, talvez uma boa maneira de explorar a cidade seja de bicicleta.

    Entre as atrações mais visitadas está o prédio da nova Prefeitura (Neues Rathaus), cuja cúpula de 55 metros de altura proporciona uma visão panorâmica. Uma opção para conhecer a cidade é seguir a Roter Faden, rota demarcada por uma linha vermelha, com 4 km de extensão e que passa por cerca de 36 atrações.

    Não deixe de ir ao Herrenhäuser Gärten — parque com jardins barrocos, onde são realizados festivais de fogos de artifício, espetáculos de teatro e concertos ao ar livre no verão — ou dê uma passada no zoológico número 1 da Europa, que reproduz desertos e savanas africanas.

    Para compras, circule pelo Centro Histórico e lojas da Georgstrasse e da Bahnhofstrasse. Já um dos principais mercados de pulgas da Alemanha fica à beira do Leine.

    | Reserve hotéis em Hannover |

Pular para o conteúdo