Não é preciso amar o idioma e a gramática para gostar dessa atração cultural de São Paulo. Barato, o ingresso do Museu da Língua Portuguesa tem um preço que vale a visita. Porque não é um lugar para conhecer regras e exceções, não. Interativo e audiovisual, o museu apresenta o idioma como um elemento vivo e em permanente transformação. Nath e eu costumamos sugerir o museu quando alguém nos pergunta o que fazer em São Paulo, assim como indicamos ficar nos hotéis da Avenida Paulista, ainda mais se for a primeira vez da pessoa na cidade.
Quem compra o ingresso do Museu da Língua Portuguesa pela internet tem a chance de adquirir a entrada para o Museu do FuteboL (SP) pela metade do preço. Outra pedida é fazer a visita à instituição combinada com a Pinacoteca, sua vizinha de frente e dona de um belo acervo de quadros e esculturas. A Easy Travel Shop oferece um tour com Museu da Língua Portuguesa e Pinacoteca.
Aliás, a região está no entorno da cracolândia, razão pela qual muita gente desiste de ir ao museu, o que é uma pena. Veja no serviço deste post (abaixo em Vale Saber) a maneira prática e mais segura de chegar e sair de lá.
A linda fachada do Museu da Língua (SP), na Estação da Luz
Como é o Museu da Língua Portuguesa
Aberto pela primeira vez em 2006, o museu foi instalado no edifício da Estação da Luz. Nos primeiros 10 anos, ele recebeu quase 4 milhões de visitantes. Nath e eu estivemos lá nesse período e nos encantamos pela maneira lúdica utilizada para mostrar a construção da língua portuguesa a partir dos povos formadores do Brasil: indígenas, colonizadores e imigrantes.
No fim de 2015, um incêndio interrompeu um ciclo que acumulava 30 mostras temporárias, retomadas depois de cinco anos de reconstrução. Voltei ao Museu da Língua Portuguesa em janeiro de 2023, para testemunhar que ele está ainda mais tecnológico, como convém aos dias atuais. E tive a chance de participar de uma visita mediada, disponível aos sábados (dia de entrada gratuita) e domingos.
Acervo do museu é fotogênico
O que fazer na instituição, na Estação da Luz
Se eu descrever o que fazer no Museu da Língua Portuguesa, estaria roubando de você a chance de descobrir o hipnótico acervo. Recomendo que você não faça uma visita apressada. Porque cada parede, cada mesa, todos os cantos reservam alguma surpresa para o público.
É um museu para ver, ouvir, sentir. E até tatear as sílabas, formar palavras e descobrir seus significados, como se faz no Beco das Palavras.
Painéis lembram o estilo do Museu do Futebol
A parceria com o Museu do FuteboL (SP) não é à toa. Além de ser equipamento cultural do estado de São Paulo, a concepção expositiva foi feita pelo mesmo grupo que trabalhou no museu do Estádio do Pacaembu. Tótens e mesmo alguns recursos audiovisuais são semelhantes. Qualidade que me faz recomendar fortemente a visita a ambos.
Reserve um tempo também para fazer fotos e vídeos. Explore ângulos das salas, palavras e frases, inteiras ou pela metade. Como eu disse, não há regras no Museu da Língua Portuguesa que norteiam a visitação. Sinta-se livre para explorar os detalhes, as sutilezas e até as críticas contundentes presentes no acervo.
O 1º andar é destinado às exposições temporárias, que com muita criatividade exploram temas específicos ou autores consagrados da língua portuguesa.
Espaço de exposição temporária no Museu da Língua Portuguesa
De 14 de julho a março de 2024, a mostra Essa Nossa Canção aborda a relação da língua portuguesa com todos os estilos musicais presentes no Brasil. A instalação Palavras Cantadas é uma das mais interessantes, porque combina trechos de 54 canções, cantadas à capela, criando uma única poesia.
Por fim, suba ao terraço para ver o clássico relógio da Estação da Luz. Na São Paulo de poucos prédios do início do século 20, era possível conferir as horas nele a partir de outros pontos da cidade.
Ingresso do Museu da Língua Portuguesa
O preço da entrada é R$ 20. Crianças de até 7 anos não pagam. Pagam meia (R$ 10) estudantes (com carteirinha, comprovante de matrícula ou boleto da escola), aposentados (com cartão do INSS ou holerite comprovando o benefício) e maiores de 60 anos. No sábado, o ingresso do Museu da Língua Portuguesa é grátis para todos; durante o mês de maio, também aos domingos.
Na compra online do ingresso do Museu da Língua Portuguesa, o sistema oferece a entrada do Museu do Futebol pela metade do preço. Isso só acontece quando o processe é feito nessa ordem, ou seja, o bilhete adquirido antes deve ser o da instituição na Estação da Luz. A visita a ambos tem de realizada em até 30 dias.
VALE SABER
Endereço: Praça da Luz, s/n°
Transporte: o metrô é o jeito mais prático e fácil de chegar, já que a stação da Luz faz parte das linhas 1 (azul) e 4 (amarela); o trem das linhas 7 (rubi) e 11 (coral) param na estação; para quem for de carro, o museu tem convênio com o estacionamento da Avenida Tiradentes, 248; carros de aplicativo também são uma alternativa
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h); segundas (fechado)
Considerando que estamos na província onde nasceu o Cirque du Soleil — a companhia surgiu em Baie-Saint-Paul, vilarejo perto da cidade de Québec —, só poderia ser natural encontrar circo em Montréal. Sensação no mundo inteiro, o grupo tem sua sede estabelecida na cidade, na área ao lado da École Nationale de Cirque (Escola Nacional de Circo), instituição que oferece nível superior em arte circense e cursos preparatórios para quem tem entre 9 e 14 anos. É possível ver espetáculos apresentados pelos alunos entre maio e junho.
A ligação de Montréal com o circo, no entanto, vai além do Cirque du Soleil e da escola nacional. Eu tive a oportunidade de ver um espetáculo do Tohu, outra importante companhia. Além da programação anual de espetáculos de artísticos, o espaço mantém uma exposição permanente com temas ligados ao circo.
Junto com a En Piste — rede nacional das artes circenses, com o compromisso de promover essa forma de expressão no Canadá —, as instituições se uniram para construir a Cité des Arts du Cirque (Cidade das Artes do Circo), onde se localizam as sedes das 4: Cirque du Soleil, Tohu, Écono Nationale de Cirque e En Piste.
Cirque du Soleil em Montréal: novos espetáculos
A companhia de circo mais famosa do mundo cria seus espetáculos, sensacionais em criatividade e inovação, na sua sede em Montréal. Formado por cerca de 1.300 artistas de aproximadamente 55 países, o grupo usa de 50 a 100 participantes por show em cartaz.
Vale checar o calendário da trupe porque Montréal está sempre entre as cidades com apresentações do Cirque du Soleil no Canadá, com vários espetáculos novos. Patinação no gelo e muita acrobacia estão em Axel, espetáculo sobre um grupo de amigos apaixonados por música e artes gráficas. Fica em cartaz de 19 a 29 de dezembro no Centre Bell, a casa do Canadiens de Montréal, o time de hóquei da cidade.
Festival de circo no verão, com shows pagos e gratuitos
Durante o verão, o Tohu organiza um festival que leva saltos acrobáticos e números circenses às ruas da maior cidade do Canadá francês. Grupos locais e de outras partes do mundo invadem as ruas de Montréal no verão. Todo julho a cidade da província francesa de Québec recebe o Montréal Complètement Cirque, festival organizado pelo Tohu. O grupo está à frente da
O festival inclui apresentações pagas em espaços como o próprio Tohu, e diversas gratuitas em diferentes pontos de Montréal. Lugares da cidade onde é possível ver acrobacias gratuitas de trupes incluem Grande-Place Complexe Desjardins, Jardins Gamelin (na estação de metrô Berri-UQAM), Pointe-à-Callière e Esplanade Financière Sun Life (no Parque Olímpico de Montréal), entre outros.
Espetáculo circense nas ruas – Foto: Andrew Miller/Divulgação
Entre os espetáculos pagos há grupos como Les 7 Doigts (de Montréal), que se apresentou na Salle Pierre-Mercure em 2019; e El Nucleo (da Colômbia e da França) e Gandini Juggling & Alexander Whitley (do Reino Unido), que esteve em cartaz na sede do Tohu na edição deste ano do festival.
A sede da Les 7 Doigts fica no Boulevard Saint-Laurent, mas a companhia só ensaia lá. As apresentações são em espaços culturais no Canadá e pelo mundo. Estados Unidos, Alemanha, França e Rússia, entre outros países, estão na agenda do grupo para 2019.
VALE SABER
Quando: Em 2019, o Montréal Complètement Cirque foi de 4 a 14 de julho; o Cirque du Soleil em Montréal apresenta Axel no Centre Bell, de 19 a 29 de dezembro
Bom para crianças em São Paulo, o Catavento é um museu de ciência a preço baixo. Veja dicas para a visita, com endereço e imagens. O espaço oferece ainda atividades extras com agendamento por senha
Museus interativos tem vários. E tem o Catavento Cultural, para mim o que explora ao máximo esse conceito baseado na troca de informações com o visitante. Dedicado às ciências, é um passeio ideal de se fazer com criança em São Paulo. Mérito de sua concepção, que não vira chata porque consegue transformar boa parte das teorias em brincadeiras.
CIÊNCIA PARA TODOS NO CATAVENTO CULTURAL – Fotos; Nathalia Molina @ComoViaja
Nathalia e eu levamos nosso filho ao museu várias vezes, entrou para a lista de programas favoritos do pequeno Joaquim. Como algumas atividades são realizadas mediante distribuição de senha (prepare-se, elas são bem disputadas), tem sempre uma brincadeira que fica para a próxima. Para se ter ideia, a mais nova atração do Catavento é o projeto Dinos do Brasil. O tour virtual leva os visitantes à pré-história brasileira para conhecer os dinossauros que viveram em nosso território. É mais uma atividade que exige senha e, portanto, deve ser bastante disputada. A boa notícia é que se trata de um projeto permanente do museu, com isso não será necessário correr para garantir um lugar.
Em nossa visita mais recente, Joaquim conseguiu vaga no laboratório de Nanoaventura e no Estúdio de TV. Perto da bilheteria, um painel eletrônico informa horários e número de vagas disponíveis por sessão. Nosso filho queria experimentar o Monte dos Sábios, parede de escalada onde você topa com gente como Gandhi e Einstein. É preciso ter altura mínima de 1,30 cm para subir os 7 metros da atração. Joaquim ficou no quase na régua que indica se a criançada pode ou não participar. Daqui a pouco eu dou mais detalhes sobre as atividades especiais.
Como é o Catavento Cultural
Inaugurado em 2009, o Catavento funciona no Palácio das Indústrias, edifício construído entre 1911 e 1924 e que leva a assinatura de Ramos de Azevedo, responsável também pelo traçado do Theatro Municipal de São Paulo. O prédio com estrutura de ferro e tijolinho é charmoso. No passado foi sede dos negócios relacionados à produção industrial, bem como da agricultura e da pesca. Foi também delegacia de polícia no meu tempo de menino, quando eu escutava no rádio o repórter Zaqueu Sofia, da Jovem Pan, atualizar o noticiário de crimes “diretamente da sala da polícia, no Palácio das Indústrias, às margens do Tamanduateí, no Parque Dom Pedro II”.
Nathalia também já deu seus plantões por lá, como repórter de geral do Jornal da Tarde. E sua primeira entrevista em São Paulo foi ali também: durante o trainee da Folha, sua turma fez uma coletiva com Celso Pitta, na época em que o gabinete do prefeito ficava no prédio do Palácio das Indústrias.
O que fazer no Catavento
Nem polícia nem política. Hoje em dia, a ordem é aprender ciência de modo atraente. Vivemos experiência semelhante quando visitamos o Kinderreich, ala das crianças dentro do Deutsches Museum, em Munique — uma das etapas da viagem que fizemos em família pela Alemanha.
No Catavento há monitoria treinada para auxiliar os mais novos e os mais velhos nas atividades, divididas em 4 seções: Universo, Vida, Engenho e Sociedade. A seguir, um resumo das áreas e nossa experiência nelas.
UNIVERSO
De onde viemos? Neste espaço descobre-se a origem de tudo, o surgimento da Terra e o que mais a cerca. Toque em um meteorito de verdade, encontrado na Argentina em 1576. A gente fez o que estava escrito em um aviso e nos surpreendemos com o cheiro de ferro que ficou nas mãos depois de entrarmos em contato por pouco tempo com superfície daquele fragmento de meteoro.
Foi Nathalia quem passou o entusiasmo com as coisas do espaço para o Quim. Juntos, eles descobriram quais estados brasileiros estão representados por estrelas na bandeira brasileira. Já com o auxílio de uma carta celeste é possível admirar as constelações de uma noite estrelada — pausa breve: se você também gosta do assunto, leia o post de nossa visita ao Planetário do Ibirapuera, em São Paulo.
É possível ainda saber o que existe no interior do planeta Terra, aprender um pouco como são formadas suas paisagens e seus relevos — uma caixa de areia permitiu ao Quim mexer no ‘solo’ com uma colher e, sem que ele se desse conta, transformar o terreno de modo semelhante ao que ocorre na natureza.
No momento, as seções Astronomia e Terra estão fechadas para reforma, como informa o site do Catavento.
De onde viemos? O milagre da vida, o corpo humano em detalhes, seus sistemas e funcionamento. Recomendado para estudantes fazerem revisão antes daquela prova cascuda sobre anatomia e também para quem tem curiosidade a respeito do tema. Em condições normais de temperatura e pressão, não sei se eu entraria para conhecer o intestino grosso por dentro. Acontece que o Quim sacou que a estrutura comprida lembrava a que vimos na Cidade das Abelhas, onde o visitante também é convidado a conhecer as entranhas do inseto. Ah, ele riu à beça quando se deu conta de éramos dois cocôs perambulando aquele lugar.
Quim também ficou atento às classificações do Reino Animal e um pouco ressabiado ao se deparar com uma réplica em tamanho natural de um tigre-dente-de-sabre. Com 6 anos na primeira visita, natural que ele sentisse medo, como também ficou impressionado na exposição Do Macaco ao Homem, uma das atividades extras que exige senha. Essa visita é feita nas arcadas subterrâneas do Catavento. No tempo em que serviu à polícia, os porões do prédio abrigavam as celas dos presos. Não preciso dizer que é bem melhor ver uma criança correr em liberdade pelos corredores, decorados com detalhes coloridos que afastam um pouco a lembrança do que, um dia, já foi um cárcere.
Durante o tour guiado à exposição Do Macaco ao Homem, havia um grupo de estudantes ruidosos, mas ainda assim deu para ouvir as principais explicações da guia. Joaquim arregalou os olhos quando viu os crânios dos nossos ancestrais expostos. Por outro lado, ele começou a entender mais claramente a relação dos seres humanos com os macacos. Os painéis mostrando semelhanças entre as espécies facilitaram esse entendimento.
Ainda na parte das arcadas, no subterrâneo do Catavento, Joaquim foi seduzido pela maquete do prédio feita de Lego. Construída com 34.795 pecinhas, ela mede 55 vezes menos que o edifício original. Quim, como sempre, parou para admirá-la (tá, eu também era assim quando criança, tempo em que não havia Lego para construir algo parecido). Bem perto da maquete fica o Se Liga no Lego, atividade extra que sempre tem lotação esgotada quando visitamos.
Quim ficou só espiando a brincadeira de longe, doido para participar. Criadas na Dinamarca, as pecinhas coloridas levam nosso menino à loucura. Não é à toa que visitamos as unidades alemãs da Legoland Berlim e da Legoland Alemanha, em Guinzburg, onde dormimos no Hotel na Legoland, em forma de castelo medieval.
ENGENHO
Por que as coisas são como são? A mais interativa das seções explora os diferentes ramos da Física. Hora de aprender os movimentos que fazem parte do nosso cotidiano em atividades que envolvem Mecânica, como levantar sacos bem pesados com o auxílio de polias e roldanas. Ou entender o princípio da centrifugação, função tão corriqueira no dia a dia de quem utilizar uma máquina de lavar roupa.
Ainda no estudo prático sobre fenômenos físicos, destaque para a experiência com eletromagnetismo — Joaquim pirou ao ficar com os cabelos em pé!
Nós também ficamos boquiabertos quando testamos entrar em uma bolha de sabão gigante. Nessa área a criançada tem à disposição tanques com água e sabão e apetrechos para produzir bolhas em diferentes formatos.
Dica: mexa em tudo à vontade!
SOCIEDADE
Para onde vamos? Os caminhos que levaram a humanidade a se lançar em novas descobertas, sua relação com o meio-ambiente e alguns episódios que marcaram a História. É aqui que fica o Monte dos Sábios, parede de 7 metros de altura onde os escaladores se encontram com personalidades como o físico Albert Einstein, o líder Mahatma Gandhi e o pai da aviação, Santos Dumont, por exemplo.
É na seção Sociedade que fica o Estúdio de TV. Havia senha disponível para essa atividade durante a nossa última visita. Joaquim pode, então, aprender sobre o uso de chroma key (efeito visual em fundo verde sobre o qual se aplica uma imagem sobre outra). Todas as crianças presentes à sessão foram convidadas a participar da experiência: teve gente que voou em um tapete mágico, outros que bancaram o Super-Homem enquanto que o Quim e mais duas crianças tiveram suas cabeças cortadas no efeito e aplicadas em uma cena de um outro filme. As gravações foram exibidas aos participantes no fim da sessão e ficam disponíveis no site do Catavento (acesso mediante senha fornecida antes de a atividade encerrar).
No corredor ao lado do Monte dos Sábios está a sala de Nanoaventura. Nathalia, Joaquim e eu participamos de uma sessão de 30 minutos. Na primeira parte são explicados os conceitos de Nanotecnologia e Nanociência, ramo que mexe com elementos e substâncias em escala microscópica. Depois da teoria, os visitantes são divididos em equipes e se alternam em 4 jogos interativos. Quem tem destreza com joystick de videogame se sai bem nas atividades, mas a pontuação é o que menos importa. O que vale é a diversão.
Não é permitido filmar nem fotografar a sessão, apenas mostrar a sala na hora de ir embora. A saída é feita por uma porta lateral que nos leva a um terraço, de onde se vê o borboletário, uma das mais novas atrações do Catavento. Sob uma estrutura metálica foi criada um ecossistema em condições de receber diferentes espécies de borboletas, como a olho de coruja e a júlia. A visita é monitorada e ocorre a cada 30 minutos, com capacidade máxima de 20 pessoas por sessão — ela não ocorre às segundas e às sextas nem em dias frios ou com chuva.
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VALE SABER
Endereço: Avenida Mercúrio, s/n – Parque D.Pedro II, Brás
Transporte: A estação Pedro II do metrô fica menos de 1km. Tem gente que vai a pé, mas nós nunca tentamos. Sempre achamos mais seguro ir de carro, já que o movimento de veículos é maior do que de pedestres naquela região
Funcionamento: De terça a domingos, das 9 às 17 horas
Preço: R$ 6 — crianças de 4 a 12 anos, pessoas acima de 60 anos, portadores de necessidades especiais ou estudantes com carteirinha, R$ 3; aos sábados, grátis
Alimentação: Dentro do museu há o Café com Lua. Bem simples, fica em uma das varandas envidraçadas que dão para o borboletário (foto 3680). Aprende-se até na hora do lanche. Um painel explica por que existem crateras na superfície da Lua e de sua importância como escudo da Terra (foto 3693). Se quiser fazer uma dobradinha, o Mercado Municipal fica em frente ao Catavento, do outro lado da avenida. Lá é possível traçar os famosos pastéis de bacalhau e o robusto sanduíche de mortadela. Para ir ao Mercadão, vale a regra utilizada no transporte. É possível ir a pé, sem dúvida. Mas nós fomos desaconselhados pelos próprios funcionários do estacionamento do Catavento, que alegaram ser um pouco inseguro fazer o trajeto, especialmente na travessia do farol. Então, vá de carro, tem estacionamento com zona azul dentro do Mercadão
Loja: A pequena loja fica perto da seção Engenho. Tem camisetas, canecas e lembrança relacionadas ao universo da ciência
Imagine um livro de geografia cheio de informações que os guias e os sites de viagem normalmente trazem. Assim é Mundo – Uma Introdução para Crianças, de Heather Alexander, autora americana especialista em livros infantis.
Recomendo para famílias viajantes ou não. Ele não é palavroso, pelo contrário. Com cerca de 100 páginas, o livro traz numa linguagem bem direta temas que vão do surgimento da Terra aos aspectos que caracterizam os continentes e seus principais países, como alimentos típicos, animais nativos e feriados nacionais, por exemplo. Tem ainda uma seção que destaca as regiões do Brasil.
Nosso filho, Joaquim, folheou um exemplar numa livraria e foi atraído principalmente pelas ilustrações super bem-humoradas, assinadas por Meredith Hamilton. Eu acrescento ainda a qualidade da edição, com caixinhas coloridas de textos trazendo geralmente curiosidades – entre outras coisas, você fica sabendo nomes engraçados de cidades pelo mundo, casos de Boogertown (Cidade da Meleca) e Bearbottom (Bunda de Urso), ambas nos Estados Unidos, e Lagoa da Confusão, no estado do Tocantins.
Para conquistar o mundo pela leitura
Aliás, para conhecer mais sobre o nosso país de um jeito divertido, outro livro que indicamos é Brasil Animado, de Mariana Caltabiano, que apresentou muitos destinos ao Quim de forma absolutamente natural.
Curiosidades sobre diferentes lugares
Não são poucas as vezes que Nathalia e eu levamos um susto quando Joaquim solta alguma informação de um destino sobre o qual estamos conversando ou escrevendo. Geralmente nos entreolhamos e um de nós acaba perguntando:
Como quase tudo que tem páginas e cai nas mãos dele, esse foi mais um livro devorado pelo nosso menino, que já achou outra função para o exemplar: virou um jogo de estratégia, com os mapas servindo de tabuleiro, pecinhas de Lego no papel de navios e clipes coloridos fazendo as vezes de exército.
Um museu que explica São Paulo, sua gente e sua gênese. E que também revela traços da formação do Brasil miscigenado do qual descendemos e fazemos parte. Na divisa entre os tradicionais bairros do Brás e da Mooca, o Museu da Imigração, antes conhecido como Memorial do Imigrante, carrega um pouco da origem de cada um de nós, na forma de fotografias, objetos e histórias, em um rico acervo digital.
Além do mergulho na história, o visitante pode fazer um passeio a bordo da maria-fumaça, que parte da plataforma ao lado do Museu da Imigração — detalhes no fim deste texto.
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Dentro do museu, o conteúdo escrito nos painéis e nos folders está disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), fato raro em se tratando de instituições culturais brasileiras. E não estamos falando de informações triviais, mas de grandes explicações mesmo — só vimos algo parecido em nossa visita ao moderno Museu do Amanhã, no Rio.
Funciona no antigo prédio da Hospedaria de Imigrantes, primeira parada dos 2,5 milhões de estrangeiros e de outros brasileiros que chegaram a São Paulo entre 1887 e 1978. Foi onde muitos imigrantes italianos, portugueses e japoneses, entre outros, receberam sua certidão de desembarque no país. O museu do Estado de São Paulo mostra um vasto registro da imigração no Brasil.
Gavetas com cartas escritas por imigrantes à família
De ascendência ibérica, Nathalia Molina conheceu o lugar em 1999, no tempo em que ele era chamado de Memorial do Imigrante. Da primeira visita, a carioca que tinha migrado para São Paulo um ano antes lembra que a exposição era bem simples, quase um daqueles trabalhos que os estudantes fazem para a escola. Mesmo assim ela gostou da visita porque se interessa por imigração no Brasil e no mundo de um modo geral. Na ocasião, ela também aproveitou para pesquisar no arquivo local (que ainda não era um acervo digital) a lista de imigrantes portugueses ou espanhóis que fossem parentes seus, vindos no início do século 20.
Nathalia ficou impressionada quando esteve lá pela segunda vez, já como Museu da Imigração. Havia três terminais de consulta para buscar o registro de imigrantes no Brasil. Os computadores ficam numa das salas laterais do prédio do museu. Dá para visitar na saída, assim como a plataforma da estação onde os viajantes desembarcavam na chegada à hospedaria.
Terminal de consulta de imigrantes
Como é o Museu da Imigração de São Paulo
A estrutura atual em nada lembra o que Nathalia havia conhecido cerca de 20 anos antes. O espaço foi todo reformulado, o que o deixou como um dos melhores museus de São Paulo. O prédio e o jardim da entrada estão conservados, mas a principal transformação ocorreu lá dentro. A exposição está super bem montada, tanto pela disposição e pela explicação em cada área quanto pela interatividade, com bons recursos audiovisuais.
Desde 2011, o Museu da Imigração tem sua gestão sob a responsabilidade do Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração (Inci), que venceu a chamada pública organizada pela Secretaria de Estado da Cultura.
Bem, voltemos à visita.
Ao passar da bilheteria, você sai à esquerda em um grande jardim. A propósito, guarde um tempo para se sentar em um dos bancos e ficar só de bobeira olhando para o pátio da entrada, que possui 2 figueiras com mais de 50 anos. Visitamos o museu em um sábado de sol. Além de ter sido gostoso descansar debaixo da sombra das árvores, fizemos lindas fotos do prédio em contraste com o céu azul.
A velha figueira resiste ao tempoFachada da velha hospedaria, hoje museu
Se você for em época da anual Festa do Imigrante, tem a chance de conhecer tradições e comidas típicas de várias culturas que formaram São Paulo. Caso vá no restante do ano, a visita não é tão festiva, mas é recheada de história. Siga em direção ao edifício principal e suba às rampas que contornam o chafariz. A acesso fica no corredor central, à esquerda. A exposição ocupa o segundo andar.
Explicações em 3 idiomas, raridade em museus brasileiros
O que ver no prédio do antigo Memorial do Imigrante
De cara, nos deparamos com uma caçamba de caminhão tombada com cerca de 20 mil tijolos, obra do artista plástico Nuno Ramos. Intitulada É Isto um Homem, é inspirada em livro homônimo e fala do processo de imigração a partir da ótica do trabalho e da diferença de línguas — cada tijolo carrega palavras em inglês, francês, tcheco, alemão, húngaro e iídiche, todas utilizadas em um trecho do livro.
Arte contemporânea no Museu da ImigraçãoPainéis guiam o visitante por todas as salas
À esquerda da escada tem início a exposição permanente. No total, o Museu da Imigração tem oito módulos numerados, indicados para serem vistos na ordem proposta. Eles abordam do movimento migratório no mundo desde os primórdios até chegar, efetivamente, à formação da cidade de São Paulo.
A primeira sala fala do homem como ser migratório por natureza, a partir de sua origem na África, a consequente expansão para a Europa e, daí, para outros cantos do planeta. Uma projeção e um painel luminoso mostravam como se deu esse processo que se confunde com a própria história da humanidade. Inicialmente, o equipamento estava com problema e a projeção travava. Procurei por um monitor do museu para falar a respeito. Super atencioso, ele pediu desculpa e disse que teria de reiniciar o programa, solicitando para que voltássemos dentro de alguns minutos. Seguimos o pedido dele e retornamos para ver o vídeo mais tarde. Na sala escura, o grande painel iluminado mostrando a movimentação do homem primitivo pelos continentes instigou o Joaquim.
IMIGRAÇÃO NO BRASIL
Sala com monitores de vídeo e fones de ouvido para acompanhar uma breve aula sobre os ciclos de imigração para o Brasil. Aqui fala-se das contribuições (expressões da língua, usos e costumes) dadas por povos que desembarcaram em nosso país desde a chegada dos portugueses, os primeiros imigrantes.
Quando criança, eu gostava desse tipo de apresentação, até hoje acho que se assimila mais e melhor datas e nomes dessa forma do que quando se lê linhas e mais linhas (e olha que eu adoro ler). Joaquim se sentou e ouviu atentamente as explicações. Parece que ele também gosta de teleaula, porque já havia parado para ver algo semelhante durante nossa visita ao Museu da República, no Rio, no Palácio do Catete.
AS HOSPEDARIAS E O CONTEXTO DAS MIGRAÇÕES
Antes de tomar um navio em busca de uma vida nova, era preciso se deslocar por terra até um porto, numa jornada tão ou mais complicada quanto a própria travessia. Nesse processo havia também hospedarias que abrigavam os que estavam de saída. Esse espaço do museu espaço fala de cinco locais de chegada e de partida de imigrantes pelo mundo: Ellis Island (EUA), Bremen (Alemanha), Gênova (Itália), Buenos Aires (Argentina) e Kobe (Japão). Um painel mostra que, de 1820 a 1914, cerca de 50 milhões de pessoas migraram para o continente americano, para países como EUA, Canadá, Argentina e Brasil.
Nos impressionou ver as fotos de crianças e de mulheres à espera de um navio que os levasse para longe de cidades devastadas pela guerra. Não há como ver cenas como essas e não lembrar das imagens dos milhões de refugiados que buscaram alcançar a Europa há alguns anos.
A instalação As Viagens reproduz o convés de um navio, igual ao de tantos que por aqui aportaram. Vemos a vida de imigrantes japoneses, italianos e libaneses passar em fotos de época. Nas paredes de madeira, inscrições em italiano como as que continham os documentos e as passagens de muitos imigrantes. Uma delas informa: 3ª classe, categoria inferior onde a maioria deles viajava.
HOSPEDARIA DO BRÁS
Assim que um navio chegava ao porto de Santos, boa parte dos imigrantes era levada de trem diretamente para a hospedaria que funciona no Brás, já que São Paulo possuía uma malha ferroviária rumo às cidades do interior, destino final de muitos estrangeiros.
Essa é uma das salas mais legais, porque contém inúmeros objetos de época utilizados nas hospedarias ou que pertenciam aos próprios imigrantes. Joaquim ficou assustado com o tamanho das ampolas e das agulhas de injeção com que eram dadas vacinas nos viajantes.
Nathalia mostrou para o nosso filho o ferramental e a cadeira de dentista iguaizinhos aos que o avó dela, o velho Molinão, mantinha em seu consultório. Nessa mesma parte do museu havia uma cômoda cheia de gavetinhas que também fez a Nath se lembrar da infância —que diabos o avô dela guardava em espaços tão minúsculos como aqueles?
Mais adiante, encontramos uma parede formada por gavetas. Dentro delas havia cartas trocadas entre imigrantes e parentes que ficaram em seus países de origem. Eram conhecidas como Cartas de Chamadas, documentos que facilitavam a entrada de novos imigrantes, cujos os familiares já haviam se estabelecido por aqui. Experimente abrir uma gaveta para ler. É tocante.
Eu tenho uma dessas que pertencia ao meu avô, António Victorino. Foi redigida em nome da irmã, Mariana, que assim como ele não sabia escrever. A carta falava em dificuldades financeiras e pedia autorização para que ela pudesse entrar no Brasil. Mariana foi atendida, e viveu até a morte em São Vicente, no litoral paulista.
Pelo Brás não passaram apenas viajantes estrangeiros. A hospedaria teve papel importante no processo de migração interna, ocorrido no Brasil em função de ciclos econômicos — a instituição paulistana abrigou muitos trabalhadores fugindo da seca no sertão nordestino, por exemplo. Além de documentos históricos, mesas que simbolizam o refeitório da hospedaria são compostas por telas onde são projetadas imagens que alimentam nosso imaginário a partir do cotidiano destes migrantes.
A maior sala de toda a exposição tem ainda uma reprodução dos dormitórios, com beliches posicionados lado a lado e nichos onde são exibidos depoimentos de imigrantes que narram o processo de passagem pela hospedaria, misto de acolhimento e de incerteza.
Ao redor, estantes guardam objetos preciosos, como canecas de metal trazidas de um navio holandês bem como um acordeão de origem italiana — o museu destaca a música como importante instrumento de conexão entre os imigrantes com seus países de origem, além da descontração promovida por ela dentro da hospedaria.
Filme de sete minutos que narra como se deu a formação de São Paulo pelo trabalho, responsável por atrair mão de obra para as lavouras de café, especialmente depois do fim da escravidão (do lado de fora há, inclusive, uma velha máquina de moer grãos).
Já no teto desta sala há uma Carta de Chamada. Um imigrante escreveu ao irmão detalhando cuidados a serem tomados na travessia de Portugal para o Brasil. Lê-se num dos trechos: “Vinde prevenidos com limões e açúcar para poderem beber melhor a água.”
SÃO PAULO COSMOPOLITA
Uma sala grandiosa como a metrópole. Duas paredes exibem imagens com ícones da maior cidade do Brasil, enquanto informações com números superlativos correm acima delas. Tudo ao mesmo tempo, bem ao ritmo de São Paulo. A cidade com não mais do que 24 mil habitantes até 1870 hoje guarda o mundo. A expansão econômica trouxe o crescimento desordenado que sabemos. Mas trouxe também profundas influências de seus novos moradores. É um falar, um comer, um rezar, cada qual a seu modo. Todos compartilhando e vivendo diferentes possibilidades em uma só cidade.
Joaquim ficou de olho nas fotos da São Paulo de antigamente, a cidade que abraçou os bisavós ítalo-lusitanos e a mãe, nascida no Rio. Quem gosta de ver imagens em preto e branco do tempo da garoa, saiba que essa aqui é a sala.
BOM RETIRO, MOOCA, SANTO AMARO E BRÁS
Em uma de suas últimas salas, o Museu da Imigração registra traços marcantes de quatro bairros de São Paulo. Nascido na Mooca, muito do que está exposto me soa sempre familiar: a paróquia de São Rafael, onde meus pais se casaram e fui batizado, a tradicional Festa de San Gennaro e o estádio da Rua Javari, do hoje cult Juventus, clube de futebol fundado na mesma data em que eu nasci, um 20 de abril, e que teve meu avó como um dos primeiros sócios e jogadores de basquete (bola ao cesto, como ele gostava de dizer). Foi mais ou menos dessa maneira que expliquei o valor afetivo dessa sala para o meu filho, ao som de Samba do Arnesto, clássico do samba paulista cantado em um dialeto consagrado por Adoniran Barbosa.
Mas a Mooca não foi só formada pelos italianos, que também dividiram território com os judeus do Bom Retiro, onde hoje os coreanos também figuram aos montes bem como lá pelos lados do Brás, morada de tantos bolivianos e haitianos. E o que dizer de Santo Amaro, quase uma cidade dentro da própria cidade, de ligações estreitas com a cultura alemã, celebrada em eventos como a Brooklin Fest?
IMIGRAÇÃO HOJE
Quem são os novos imigrantes? De onde chegam? Por que escolheram São Paulo? As respostas estão em depoimentos gravados por gente que vem da América Latina, da África e do extremo Oriente. Para assistir, é preciso deslizar os rostos fragmentados até juntar as partes correspondentes e o vídeo começar — adivinhe se o Joaquim, o rei do touch, não curtiu ver depoimentos e mais depoimentos?
A qualquer momento da exposição, percorra o corredor formado por uma parede toda composta por sobrenomes de imigrantes italianos, portugueses e de outras nacionalidades, entalhados em madeira. É uma busca meio insana, a vista embaralha, achamos a família daquele amigo, do vizinho, da menina da 4ª série que sentava ao nosso lado. Nathalia, Joaquim e eu gastamos um bom tempo em busca dos Molina e dos Victorino. É preciso dizer que não achamos.
Da última vez que fomos ao museu, em novembro de 2018, Joaquim e a avó, Sonia, toparam fazer o passeio de maria-fumaça. Eles embarcaram na plataforma da estação que fica no Museu da Imigração. A experiência durou 25 minutos (R$ 25), tempo em que a composição de 1928 percorreu as estações Mooca e Brás — há passeios que são realizados em outro vagão, de 1950 (R$ 20).
Passeio de maria-fumaça dura 25 minutos
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VALE SABER
Endereço: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, São Paulo
Transporte: A estação Bresser-Mooca do metrô (linha vermelha) fica a 1.500 metros de distância. Infelizmente, não aconselhamos andar pela Rua Visconde de Parnaíba, que margeia toda a linha do trem, mesmo durante a semana quando há mais movimento na rua. Pegue um táxi na porta da estação, mais barato e seguro. Se for de carro como nós, estacione em frente ao museu, que fica no trecho sem saída da rua
Funcionamento: De terça a sábado, das 9 às 17 horas (domingo abre 1 hora mais tarde)
Preço: R$ 10 — estudantes e idosos acima de 60 anos, R$ 5. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos. Crianças até 5 anos, professores da rede pública, taxistas, servidores estaduais, portadores de necessidades especiais não pagam ingresso
Alimentação: A cafeteria Cantina é uma graça, com cardápio enxuto e focado nas variações da bebida (ristreto, macchiato, latte…) e acompanhamento como bolos, cookies, sanduíches e tortas do dia — servem brunch aos sábados e domingos. Possui uma área com quatro mesas e uma varanda de frente para o jardim.
Compras: A lojinha que funciona no térreo vende kits infantis com quebra-cabeça, ioiô e livro. Há ainda malas vintage, guarda-chuva e as tradicionais camisetas e canecas com o logotipo do museu
Casa de uma das dinastias mais duradouras de toda a Europa, a dos Wittelsbach (1180 a 1918), o Residenz a construção é uma das principais atrações de Munique, na Alemanha. De todos os lugares que visitamos na nossa viagem à Alemanha com criança, o maior palácio urbano do país foi para mim e para Nathalia um dos mais marcantes, seja por sua imponência ou pela riqueza de sua decoração. E porque, acima de tudo, amamos história.
A Baviera ainda não era um reino quando a corte se transferiu do Alter Hof para o Neuveste, palácio de estilo gótico erguido a partir de 1385. Com a permanência dos Wittelsbach no centro do poder – primeiramente como duques, depois na figura de eleitores e, por fim, como reis – 6 séculos foram mais do que suficientes para que cada governante ampliasse o Residenz, imprimindo à construção nada menos do que 4 estilos diferentes em sua arquitetura e decoração: Renascentista, Barroco, Rococó e Neoclássico.
Formado por 10 pátios e 130 salas, o Residenz fica a menos de 500 m da Marienplatz, a principal praça de Munique. A construção foi atingida por pesados bombardeios, o que exigiu sua reconstrução a partir do final da Segunda Guerra, em 1945. Duas décadas antes já funcionava como museu. A valiosa diversidade de seu acervo fica evidente em cada aposento, com seus móveis, tapeçarias, quadros, esculturas e peças religiosas.
O visitante que chega para conhecer o Residenz pode ficar um pouco perdido, sem entender o que ver, no que reparar diante de tanta oferta. Pensando nisso, elaboramos a seguir um pequeno roteiro detalhando ambientes de relevância histórica, artística e, claro, que nos impressionaram.
Veja 10 ambientes imperdíveis do palácio para você conhecer em sua visita:
1 | Hofgarten, o jardim da corte
Essa foi a primeira parte do palácio que vimos. Como sua entrada é livre, estivemos lá dias antes de entrar no Residenz. Durante uma caminhada pela Odeonplatz, praça em frente ao Hofgarten, resolvemos entrar para passear pelo jardim da corte. Era perto do meio-dia e havia muita gente sentada nos bancos. Muitos com livros nas mãos, embalados pela sinfonia das fontes.
Passeio pelo jardim da residência da realeza
A inspiração renascentista está presente nessa área extensa do Residenz. O trabalho de construção teve início no ducado de Maximiliano I, mas o jardim foi redesenhado diversas vezes desde 1613. Destaca-se no Hofgarten o pavilhão de 8 arcos com uma estátua de bronze no alto. Lá estão simbolizados os tesouros da Baviera: o sal, a água e os grãos. Depois de ter de conter sua energia típica de criança, soltamos Joaquim para correr pelos caminhos de cascalhos. Os canteiros não estavam altos, então a gente não perdia ele de vista.
2 | Schatzkammer, a área do tesouro
No dia em que voltamos para ver o Residenz, começamos a visita por aqui. A entrada fica ao lado do guarda-volumes e acabamos naturalmente nos encaminhando para ali. Mas também pode ser bom terminar a visitar pela área do tesouro, se a ideia for ir embora com imagens impressionantes de muito ouro e opulência.
Colecionador de arte, Albrecht V também era apaixonado por joias e trabalhos com pedras preciosas. Em seu testamento, o duque ordenou que todo tesouro pertencente à dinastia Wittelsbach deveria ser guardado, não poderia ser vendido. O desejo foi seguido por seus sucessores, e hoje é possível ver em torno de 1.250 peças na ala do tesouro do Residenz. Ao longo de 10 salas estão expostos trabalhos em ouro, cristal, safira, diamantes, marfim, sob a forma de insígnias, jogos de copos, medalhas.
A coroa dos reis da Baviera que repousa sobre uma almofada especial é um item de grande destaque. Produzida em Paris, a peça leva ouro, prata, diamantes, rubis e esmeraldas, mas não chegou a ser utilizada por Maximilian Joseph I, proclamado 1º rei da Baviera por Napoleão Bonaparte em 1º de janeiro de 1806.
Tesouro dos reis na Residência, em Munique
A estátua de São Jorge apresenta rosto semelhante ao do duque Wilhelm, a quem a peça foi dada em 1586. O conjunto chama a atenção pela quantidade de pedras utilizadas na composição. Feita de ouro, leva diamante, esmeraldas, rubis, opalas, ágata, cristal de rocha entre outras pedras preciosas.
Nathalia ficou apaixonada pelo conjunto formado por coroa, colar, pulseira e brincos de Therese de Saxônia-Hildburghausen, aquela que se casou com o príncipe Ludwig (mais tarde, rei Ludwig I) e que a celebração dessa união deu origem à Oktoberfest, a mais popular festa da cerveja na Alemanha.
Já Joaquim aproveitou para dar um tapa no visual diante do magnífico conjunto de viagem que pertenceu a Marie Louise da Áustria, segunda mulher de Napoleão Bonaparte. É uma grande caixa com 120 itens guardados em pequenos compartimentos, quase ocultos quando se encontram fechados (possui de serviço de jantar para duas pessoas a material de costura e até instrumentos de dentista) . Ao abrir a tampa da caixa surge o espelho que nosso filho usou para ajeitar seu cabelo. O trabalho de ourivesaria é de 1812 e foi feito com materiais como madrepérola, marfim, concha de tartaruga e ébano.
3 | Antiquarium, o espaço mais deslumbrante
Como fã desse salão, recomendo uma visita atenta às peças, aos detalhes. Apaixonado por arte, o duque Albrecht V ordenou a construção desse luxuoso espaço para abrigar sua extensa coleção de esculturas antigas. Entre 1568 e 1571, o Antiquarium foi erguido em uma área já fora do Neuveste, que havia ficado pequeno demais para o desejo de expansão do líder máximo dos Wittelsbach. Seus sucessores, o duque Wilhelm V e Maximilian I, transformaram o hall de 66 m de comprimento em um salão paras bailes e festas.
Antiquarium, o mais belo e conhecido dos ambientes da Residenz
Como qualquer criança faria, Joaquim se divertiu percorrendo sozinho aquela imensidão de lugar, ora olhando para o teto onde estão 16 pinturas de Peter Candid, ora mirando com curiosidade os bustos da coleção.
4 | Grottenhof, o pátio da gruta
Um dos 10 pátios do Residenz, o Grottenhof leva esse nome por ficar colado à gruta próxima ao Antiquarium. Encomendada pelo Duque Wilheml V em 1583, ela é cravejada por conchas e cristais coloridos. Vale uma passada para ver os deuses do Olimpo retratados nas paredes, assim como passagens da obra Metamorfose, do poeta romano Ovídio.
5 | Ahnengalerie, com quadros dos governantes da Baviera
Uma das primeiras salas da visita ao palácio ajuda a entender quem era quem na família Wittelsbach – dinastia responsável por erguer as principais atrações históricas da realeza de Munique. Em 1726, quando se tornou eleitor – título que lhe dava direito de escolher o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, do qual a Baviera fazia parte –, Karl Albrecht encomendou a criação de uma sala onde até hoje repousam nas paredes cerca de 100 quadros com retratos dos membros da dinastia bávara e suas ramificações. A área se chama Ahnengalerie (numa tradução do alemão, galeria dos ancestrais). A sala anexa (Porzellankabinet) guarda peças em porcelana.
6 | Porzellankabinet, a sala das porcelanas
Nos anos em que esteve no poder (1579 a 1598), o duque Wilhelm V foi quem começou a coleção de peças em porcelana vindas do Japão e da China, nações que detinham a técnica para manusear esse tipo de material — na Europa, a porcelana só passou a ser fabricada apenas no século 17. As peças da coleção não eram levadas à mesa durante as refeições. Tinham apenas função decorativa durante as solenidades realizadas no Residenz.
O começo: peças vindas do OrienteSala das porcelanas em Munique
7 | Allerheiligen-Hofkirche, de igreja a sala de concerto
Trata-se da primeira capela construída na Baviera depois de 1803, quando a Igreja deixou de exercer sua influência política no território alemão. Embora não faça parte do museu, é possível visitar sua galeria e admirar do alto esta obra inspirada na Capela Palatina, de Palermo, no sul da Itália. Encomendada pelo rei Ludwig I, a Igreja de Todos os Santos levou 9 anos para ficar pronta (de 1826 a 1837), sob a supervisão de Leo von Klenze, arquiteto preferido da corte bávara.
Sala de concerto em antiga igreja
A edificação apresentava paredes em gesso e mármore, com pinturas em ouro coloridas e piso de mármore de vários tons. Transformada em ruínas pelas bombas durante a Segunda Guerra, ficou esquecida durante muitos anos até ter partes originais restauradas e combinadas com elementos arquitetônicos mais modernos. Desde 2003 funciona como sala de concertos; reserve um concerto na Residenz de Munique.
8 | Grüne Galerie, com seus grandes espelhos
Do conjunto de salas suntuosas que compõem o segundo andar do Residenz, destaca-se a Grüne Galerie (em português, Galeria Verde). Espaço de festa originalmente concebido por François Cuvilliés a pedido do duque Karl Albrecht, possui grandes espelhos que se alternam na parede com quadros do acervo dos Wittelsbach — parte deles foi posteriormente transferida para espaços como a Alte Pinakothek. Como mais um dos ambientes destruídos por causa da Segunda Guerra, a Galeria Verde passou por um meticuloso trabalho de reconstrução baseado em pinturas de época.
Brincando de realeza na galeria dos espelhos
9 | Königsbau, onde fica o trono
A visita ao Residenz é extensa, mas vale ir ao setor dos apartamentos do rei e da rainha, nem que seja para ver a sala do trono. Ele é o único móvel no espaço, ricamente decorado, em branco e dourado. Königsbau faz parte da expansão do palácio ordenada por Ludwig I quando ele assumiu o reino da Baviera, em 1825.
10 | Cuvilliés-Theater, o teatro dourado
O teatro que hoje carrega o nome do arquiteto que o projetou, François Cuvilliés, foi construído entre 1751 e 1755 para ser a casa de ópera do príncipe eleitor Maximilian Joseph III. Em seu palco foram encenadas obras como La Finta Giardiniera, escrita por Mozart a pedido de Max Joseph, e Idomeneo, encomendada em 1780 pelo eleitor Karl Theodor ao compositor austríaco, cuja a estreia no palco do velho teatro do Residenz se deu no verão do ano seguinte. Hoje é possível ir a um show de gala no Teatro Cuvilliés.
Rococó em ouro no teatro Cuvilliés
Principal representante do estilo rococó alemão, o espaço que se visita no Residenz parece bordado a ouro. Ainda que não seja o teatro original (ele foi destruído por bombardeios da Segunda Guerra, em 1944, e um novo foi construído em seu lugar um ano depois), o Cuvilliés mantém o entalhamento dourado e a ornamentação floral originais, salvos em 1943. Hoje, o Teatro Cuvilliés abre suas portas para eventos, cerimônias, apresentações de balé e, claro, óperas.
VALE SABER
Endereço: Residenzstrasse, 1, Munique. A porta de entrada para a visitação está em frente à Max-Joseph-Platz, praça do Nationaltheater (teatro da ópera da cidade)
Transporte: É bem fácil chegar ao Residenz. De transporte público, as paradas mais próximas são: Marienplatz, de S-Bahn ou de U-Bahn; Odeonplatz de U-Bahn ou de ônibus; e Nationaltheater de bonde.
Horário: Abre diariamente, e a entrada nos espaços pode ser feita sempre até 1 horas antes do encerramento.
Para o palácio e a área do tesouro: de abril a de outubro, das 9 às 18 horas; no restante do ano, das 10 às 17 horas. Para o teatro Cuvilliés: há vários horários de visitação ao longo do ano – no domingo, costuma estar aberto no período entre 10 e 17 horas; de segunda a sábado, apenas a partir das 14 horas.
Preço: O ingresso pode ser para cada parte da visita ou combinado, que inclui o palácio, a área do tesouro e o teatro Cuvilliés — em todas as situações, a visita é grátis para quem tem até 18 anos. Para todas as áreas, paga-se € 17. Somente para o palácio ou para o tesouro, € 9 — os dois juntos saem a € 14 a entrada. O Hofgarten tem livre acesso.
Alimentação: À esquerda da entrada do Hofgarten, há várias opções de cafés e restaurantes, como o Tambosi, que espalha mesinhas no jardim durante o tempo quente. Nas ruas em torno do palácio, existem restaurantes — entre eles, o tradicional Pfälzer Residenz Weinstube na Residenzstrasse.
Compras: A lojinha do Residenz é uma boa fonte de souvenir diferente. Para crianças, havia de bonés e camisetas com desenhos de reis e rainhas a cadernos de colorir. Nós trouxemos dois com desenhos lindos de palácios da Alemanha. Divertido para pintar em família e lembrar da viagem. Também havia forminhas de biscoitos com o formato de ícones da Baviera, como as torres da Frauenkirche, entre 3 importantes igrejas de Munique, e o Neuschwanstein, castelo que teria inspirado o da Cinderela.
O que começou com um pequeno edifício de estilo italiano foi bem ampliado ao longo dos séculos. Desde sua construção em 1664, o Schloss Nymphenburg, palácio de verão em Munique, ganhou as alas laterais, um grande parque e palácios adicionais.
Atualmente o complexo exige um dia para ser visitado com calma. Também é possível ver apenas uma parte dos espaços — há até a opção de ingresso combinado ou individual para cada conjunto.
É importante ficar atento à época do ano. Seguindo sua tradição de palácio de verão da dinastia Wittelsbach, que dominou a Baviera por 7 séculos e construiu boa parte do que se vê numa visita à capital (leia em Munique da realeza), o Nymphenburg tem uma visitação completamente diferente de acordo com a estação. Do meio de outubro a março, permanecem fechados todos os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause.
Como é o palácio
A maior ampliação do Nymphenburg ocorreu durante o governo de Maximilian Emanuel II. Pudera, o eleitor da Baviera (de 1679 a 1726) nasceu no palácio de verão, construído por seus pais, o eleitor Ferdinand Maria e sua mulher, a italiana Enrichetta Adelaide Maria di Savoia, em agradecimento pelo esperado filho.
A partir de 1701, começou uma renovação no palácio. A parte central do edifício foi reconstruída para ter seu lugar de destaque garantido no complexo, apartamentos reais receberam nova decoração e as galerias do palácio ganharam pinturas de Franz Joachim Beich, com paisagens de castelos bávaros. Nos anos seguintes, a área externa do palácio foi reformulada em estilo barroco e ampliada até o presente tamanho. Tudo a cargo dos franceses Joseph Effner (arquiteto) e Dominique Girard (paisagista).
Durante o reinado de Maximilian I, entre 1806 a 1825, Nymphenburg teve trechos de seu jardim transformados do estilo francês para o inglês, com formas mais naturais, sem preocupação com a geometria.
O que ver em Nymphenburg
Ao palácio cada governante da Baviera adicionou algo, seja na arquitetura ou na decoração. Entre as salas, vale visitar a Schönheitengalerie do rei Ludwig I, com retratos de damas da sociedade da época (pinturas de 1827 a 1850), e o quarto da rainha (Schlafzimmer der Königin), onde nasceu Ludwig II, o rei que construiu Neuschwanstein, inspiração para o castelo da Cinderela.
No Marstallmuseum estão as carruagens do rei Ludwig II (datadas em torno de 1880). Outro veículo a ser visto foi usado na coroação do eleitor Karl Albrecht em imperador do Sacro Império Romano Germânico com o nome de Karl VII, em 1742. Tem estilo rococó francês.
Fundada pelo eleitor Maximilian Joseph III em 1747, a fábrica de porcelana funcionou até 1930. Peças como vasos e estátuas, da coleção iniciada por Albert Bäuml (que assumiu a manufatura em 1888), estão expostas no Nymphenburger Porzellan.
Foto: Bernd Roemmelt/Turismo da Alemanha/Divulgação
Durante o ano inteiro, dá para ver tanto o palácio principal quanto os museus das carruagens (Marstallmuseum) e da porcelana (Nymphenburger Porzellan).
Quando o tempo esquenta, são abertos também os palácios do jardim: Amalienburg, Badenburg, Pagodenburg e Magdalenenklause. Além de visitá-los, dá para fazer um passeio de gôndola no lago em frente ao palácio (disponível entre abril e meados de outubro).
Entre os palácios do jardim destaca-se o Amalienburg, uma joia do estilo rococó levado a Munique pelo arquiteto francês François Cuvillés, o mesmo do teatro do Residenz, batizado com seu sobrenome. O palácio foi erguido a mando do eleitor Karl Albrecht (governante da Baviera entre 1726 e 1745) para sua mulher, Maria Amalia da Áustria.
VALE SABER
Endereço: Schloss Nymphenburg, 1, Munique
Transporte: O palácio fica na parte oeste de Munique. Há 2 opções para se chegar lá de transporte públic: pegue o S-Bahn em direção a Laim e depois o ônibus para Schloss Nymphenburg; ou tome o U-Bahn para Rotkreuzplatz e o bonde até Schloss Nymphenburg
Funcionamento: Diariamente, de abril a 15 de outubro, das 9 às 18 horas. No restante do ano, é possível visitar o palácio principal e os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum), das 10 às 16 horas — os palácios do jardim fecham nesse período.
Preço: Para visitar todas as áreas, 11,50 euros, de 1º de abril a 15 de outubro, e 8,50 euros no restante do ano — abaixo de 18 anos, grátis.
Se for ver somente o palácio, o ingresso sai por 6 euros. Apenas para os museus da porcelana e das carruagens (Marstallmuseum) ou só para os palácios do jardim, custa 4,50 euros
Alimentação: Há duas opções no complexo. o Schlosscafé im Palmenhaus, restaurante na entrada 43 (aberto do café da manhã até as 16h30), e o Schlosswirtschaft Schwaige, que oferece a possibilidade de jantar dentro do palácio. Os visitantes podem provar as receitas saídas do caderninho do rei Ludwig I (terça e quarta, às 19 horas), enquanto ouvem histórias sobre a monarquia da Baviera.
Dicas: Para ajudar os visitantes a explorarem essa imensidão, um aplicativo gratuito para iOS e Android (em inglês ou alemão) mostra 23 pontos da atração, com informação, fotos e vídeos. Todos os textos do app estão disponíveis em áudio também.
A Pedra do Sal, aos pés do Morro da Conceição, é o ventre do samba no Rio. Por lá, é possível ouvir um bom batuque de graça em animadas rodas em plena segunda-feira. Perto dali, o Trapiche Gamboa mantém o clima de terreiro, com samba de raiz tocado diariamente. Ainda no Centro do Rio, a roda de samba comandada por Pretinho da Serrinha lota o Teatro Rival às sextas-feiras.
Este podcast Vale Saber está musical e imperdível! A gente troca a letra (‘a voz do morro’ virou ‘a voz do povo’), desafina, mas tem muita animação e dica boa!
Aperte o PLAY na setinha vermelha abaixo e fique ligado nos podcasts doComo Viaja.
De todas as transformações pelas quais o Rio de Janeiro passou para receber os Jogos Olímpicos, a revitalização da Praça Mauá é a que mais impressiona. No grande largo localizado na zona portuária da cidade estão o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, acessados mais facilmente depois que o VLT entrou em funcionamento — nós experimentamos e contamos como é neste texto, que tem também informações gerais para você tirar suas dúvidas e usar o novo meio de transporte do Rio.
Já adotada como cenário para fotos e selfies de turistas e cariocas, a Praça Mauá tem tudo para se igualar ao Cristo e ao Pão de Açúcar como mais novo cartão-postal do Rio.
Quer saber o que você vai encontrar por lá? Aperte o PLAY na setinha vermelha abaixo e fique ligado nos podcasts doComo Viaja.
A capital paulista tem tão bons centros culturais quanto restaurantes. Já que não dá para comer de graça, pelo menos alimentar a alma de arte sem pagar nada é possível. Quem deseja ir a um museu gratuito em SP tem várias opções ao longo da semana.
Algumas, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), têm dia certo para o ingresso livre. As instituições administradas pelo governo do estado de São Paulo — entre elas, o Museu Catavento (de ciências), a Pinacoteca do Estado e o Museu da Imigração de São Paulo — costumam ser gratuitas aos sábados.
Também existem várias que oferecem entrada franca sempre, caso do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Lugares como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP) e o Centro Cultural São Paulo (CCSP) são espaços que mesclam atividades grátis com uma programação paga.
Seja uma vez por semana ou durante todos os dias de funcionamento, esses espaços reúnem exposições, permanentes ou não, com temas que vão da diversidade sexual ao futebol, passando pela arte sacra, moderna e contemporânea, até chegar aos museus que explicam a formação dessa cidade rica, intensa e multicultural.
Museu do Futebol em São Paulo, embaixo do Estádio do Pacaembu
Veja abaixo em que dia museus e casas de culturas são gratuitos em SP: